NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 24/01/2019 / Carro voador da Boeing faz primeiro voo ao ar livre
#Indústria - #Carro voador da #Boeing faz primeiro voo ao ar livre ...
O feito pode sinalizar uma nova fase do transporte urbano que companhias estão tentando revolucionar ...
SÃO PAULO - O carro voador da Boeing completou seu primeiro voo teste ao ar livre na última terça-feira (22) com sucesso. O feito sinaliza o início de uma nova fase do transporte urbano.
O modelo é projetado para transportar passageiros em ruas congestionadas e desviar de arranha-céus.
Um protótipo do veículo concluiu uma decolagem, voo e pouso controlados durante o teste realizado em Manassas, na Virgínia, EUA, de acordo com comunicado divulgado nesta quarta-feira (23). O modelo elétrico foi projetado para fazer voos completamente autônomos, de até 80 quilômetros de distância.
A fabricante de aviões sediada em Chicago e sua concorrente Airbus estão entre as empresas na corrida para desenvolver ideias relacionadas a carros voadores e drones que carregam pacotes, na expectativa de que esses novos produtos criem a nova era da indústria aeroespacial.
A Boeing começou a desenvolver protótipos depois da aquisição, em 2017, da Aurora Flight Sciences, cujos projetos incluem um novo táxi voador em parceria com a Uber.
O braço de mobilidade urbana da Boeing, o Boeing NeXt, contratou a Aurora para projetar e desenvolver o protótipo. A empresa não confirmou se esse é o modelo desenvolvido para a Uber.
O portfólio da NeXt também inclui um veículo aéreo de carga totalmente elétrico - projetado para transportar até 500 libras, cerca de 220 kg - que completou seu primeiro voo interno no ano passado e está programado para testes ao ar livre este ano.
Outras empresas também estão em fase avançada na missão de trazer carros voadores para o mercado. O A3 Vahana, um protótipo de carro voador elétrico de decolagem e aterrissagem vertical financiado pela Airbus no Vale do Silício, completou seu primeiro voo teste no ano passado. A Intel e a EHang também estão testando seus veículos voadores.
Os analistas do Morgan Stanley, em suas estimativas mais otimistas, preveem que essa tecnologia pode elevar o patamar da indústria aeronáutica para US$ 2,9 trilhões até 2040. Na visão mais pessimista, o banco acredita que os valores poderiam chegar a cerca de US$ 615 bilhões.
Ainda não se tem uma previsão de quando o veículo voador da Boeing chegará ao grande público, mas esses testes ao ar livre bem-sucedidos já são um grande avanço na indústria. A companhia informou que ainda fará diversos testes para melhorar a segurança e a confiabilidade da aeronave.
O modelo é projetado para transportar passageiros em ruas congestionadas e desviar de arranha-céus.
Um protótipo do veículo concluiu uma decolagem, voo e pouso controlados durante o teste realizado em Manassas, na Virgínia, EUA, de acordo com comunicado divulgado nesta quarta-feira (23). O modelo elétrico foi projetado para fazer voos completamente autônomos, de até 80 quilômetros de distância.
A fabricante de aviões sediada em Chicago e sua concorrente Airbus estão entre as empresas na corrida para desenvolver ideias relacionadas a carros voadores e drones que carregam pacotes, na expectativa de que esses novos produtos criem a nova era da indústria aeroespacial.
A Boeing começou a desenvolver protótipos depois da aquisição, em 2017, da Aurora Flight Sciences, cujos projetos incluem um novo táxi voador em parceria com a Uber.
O braço de mobilidade urbana da Boeing, o Boeing NeXt, contratou a Aurora para projetar e desenvolver o protótipo. A empresa não confirmou se esse é o modelo desenvolvido para a Uber.
O portfólio da NeXt também inclui um veículo aéreo de carga totalmente elétrico - projetado para transportar até 500 libras, cerca de 220 kg - que completou seu primeiro voo interno no ano passado e está programado para testes ao ar livre este ano.
Outras empresas também estão em fase avançada na missão de trazer carros voadores para o mercado. O A3 Vahana, um protótipo de carro voador elétrico de decolagem e aterrissagem vertical financiado pela Airbus no Vale do Silício, completou seu primeiro voo teste no ano passado. A Intel e a EHang também estão testando seus veículos voadores.
Os analistas do Morgan Stanley, em suas estimativas mais otimistas, preveem que essa tecnologia pode elevar o patamar da indústria aeronáutica para US$ 2,9 trilhões até 2040. Na visão mais pessimista, o banco acredita que os valores poderiam chegar a cerca de US$ 615 bilhões.
Ainda não se tem uma previsão de quando o veículo voador da Boeing chegará ao grande público, mas esses testes ao ar livre bem-sucedidos já são um grande avanço na indústria. A companhia informou que ainda fará diversos testes para melhorar a segurança e a confiabilidade da aeronave.
Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.
Relatos de drones suspendem voos de mais um aeroporto, desta vez nos EUA
Tom Mckay | Publicada em 23/01/2019 10:44
Em um incidente similar ao que fechou o aeroporto de Gatwick, no Reino Unido, antes do Natal no mês passado, e outro em Heathrow, no mesmo país, no início de janeiro, o Aeroporto Internacional Newark Liberty, em Nova Jersey, EUA, suspendeu todos os pousos e decolagens de voos nesta terça-feira, depois que dois pilotos relataram ter visto um drone.
De acordo com o New York Times, os pilotos viram o drone a cerca de 3.500 pés sobre o aeroporto vizinho de Teterboro, também em Nova Jersey. Depois disso, “as decolagens de Newark foram interrompidas e os aviões com destino ao aeroporto foram mantidos no ar”. A Agência Federal de Aviação dos EUA (FAA, na sigla em inglês) inicialmente reportou avistamentos de dois drones separados, mas depois afirmou que as aparições pareciam ser do mesmo, de acordo com a CNN.
Em transcrições do controle de tráfego aéreo obtidas pela CBS New York, houve conversas de que o drone chegou a “30 pés” de um voo:
“Há algo voando aqui, achamos que pode ser um drone. Definitivamente há algo lá. ”
“Sim senhor, definitivamente parece um drone (…) Passamos pelo drone a cerca de 30 pés da asa direita.”
A CBS New York acrescentou que o avistamento provocou uma “busca policial usando helicópteros”.
De acordo com o Times, os aviões retomaram o pouso em Newark Liberty por volta das 17h45, no horário local. No entanto, outros voos com destino a aterrissar no aeroporto foram impedidos de decolar ou tiveram que ser voar em círculos, com funcionários da Autoridade Portuária dizendo apenas que as operações normais haviam sido retomadas pouco depois das 19h00. O jornal acrescentou que o assunto está sob investigação:
[Autoridades da Autoridade Portuária] disseram que iriam trabalhar com a FAA e agências federais de aplicação da lei “enquanto investigam esse incidente”.
O Aeroporto de Teterboro é patrulhado pelo Departamento de Polícia da Autoridade Portuária e está dentro da jurisdição do Departamento de Polícia de Moonachie. Perguntado na noite de terça-feira sobre o avistamento de drones, um oficial de plantão disse que o departamento não sabia disso.
A CNN notou em uma errata que a rede não havia “confirmado o avistamento real de um drone na área”. Mas, se havia de fato um veículo aéreo não tripulado voando acima de Teterboro, 3.500 pés é bastante alto, para dizer o mínimo. As diretrizes da FAA dizem que os pilotos devem voar um máximo de 400 pés acima do solo (ou mais do que isso, se permanecerem a 400 pés acima de uma estrutura). Como a Popular Mechanics observou em 2016, o firmware da gigante de fabricação de drones DJI coloca 1.500 pés como limite para os quadricópteros da empresa. Exceto sob circunstâncias específicas, voar perto do espaço aéreo controlado ou dos principais aeroportos também é altamente restrito.
“Eles não deveriam estar voando perto de um aeroporto, ponto”, disse o passageiro Thor Kongvold à CBS New York. “Eles fizeram isso, eles têm que ser pegos, eles têm que pagar as consequências.”
Segundo a Reuters, o Departamento de Transportes dos Estados Unidos propôs novas regras permitindo voos de drones em áreas povoadas e acabando com as exigências para voos noturnos, embora, em 2018, o Congresso dos EUA tenha dado aos departamentos de Justiça e Segurança Interna “novos poderes para desativar ou destruir drones ameaçadores”.
De acordo com o New York Times, os pilotos viram o drone a cerca de 3.500 pés sobre o aeroporto vizinho de Teterboro, também em Nova Jersey. Depois disso, “as decolagens de Newark foram interrompidas e os aviões com destino ao aeroporto foram mantidos no ar”. A Agência Federal de Aviação dos EUA (FAA, na sigla em inglês) inicialmente reportou avistamentos de dois drones separados, mas depois afirmou que as aparições pareciam ser do mesmo, de acordo com a CNN.
Em transcrições do controle de tráfego aéreo obtidas pela CBS New York, houve conversas de que o drone chegou a “30 pés” de um voo:
“Há algo voando aqui, achamos que pode ser um drone. Definitivamente há algo lá. ”
“Sim senhor, definitivamente parece um drone (…) Passamos pelo drone a cerca de 30 pés da asa direita.”
A CBS New York acrescentou que o avistamento provocou uma “busca policial usando helicópteros”.
De acordo com o Times, os aviões retomaram o pouso em Newark Liberty por volta das 17h45, no horário local. No entanto, outros voos com destino a aterrissar no aeroporto foram impedidos de decolar ou tiveram que ser voar em círculos, com funcionários da Autoridade Portuária dizendo apenas que as operações normais haviam sido retomadas pouco depois das 19h00. O jornal acrescentou que o assunto está sob investigação:
[Autoridades da Autoridade Portuária] disseram que iriam trabalhar com a FAA e agências federais de aplicação da lei “enquanto investigam esse incidente”.
O Aeroporto de Teterboro é patrulhado pelo Departamento de Polícia da Autoridade Portuária e está dentro da jurisdição do Departamento de Polícia de Moonachie. Perguntado na noite de terça-feira sobre o avistamento de drones, um oficial de plantão disse que o departamento não sabia disso.
A CNN notou em uma errata que a rede não havia “confirmado o avistamento real de um drone na área”. Mas, se havia de fato um veículo aéreo não tripulado voando acima de Teterboro, 3.500 pés é bastante alto, para dizer o mínimo. As diretrizes da FAA dizem que os pilotos devem voar um máximo de 400 pés acima do solo (ou mais do que isso, se permanecerem a 400 pés acima de uma estrutura). Como a Popular Mechanics observou em 2016, o firmware da gigante de fabricação de drones DJI coloca 1.500 pés como limite para os quadricópteros da empresa. Exceto sob circunstâncias específicas, voar perto do espaço aéreo controlado ou dos principais aeroportos também é altamente restrito.
“Eles não deveriam estar voando perto de um aeroporto, ponto”, disse o passageiro Thor Kongvold à CBS New York. “Eles fizeram isso, eles têm que ser pegos, eles têm que pagar as consequências.”
Segundo a Reuters, o Departamento de Transportes dos Estados Unidos propôs novas regras permitindo voos de drones em áreas povoadas e acabando com as exigências para voos noturnos, embora, em 2018, o Congresso dos EUA tenha dado aos departamentos de Justiça e Segurança Interna “novos poderes para desativar ou destruir drones ameaçadores”.
MPF pede arquivamento da investigação de acidente que matou Zavascki
Nielmar De Oliveira | Publicada em 23/01/2019 12:48
O Ministério Público Federal (MPF) em Angra dos Reis (RJ) pediu o arquivamento da investigação do acidente com a aeronave que transportava o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, em janeiro de 2017, ao tentar aterrissar em Paraty, na costa verde do estado.
A conclusão do MPF está em consonância com a conclusão das investigações conduzidas pela Polícia Federal e pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão vinculado ao Comando da Aeronáutica.
A avaliação do procurador da República Igor Miranda, responsável pelas investigações, é de que “as provas forenses, os depoimentos prestados e análise do voo da aeronave no dia 19 de janeiro de 2017 afastam qualquer indício de materialidade de crime de homicídio, seja doloso ou mesmo culposo”.
Diante desta constatação, “a ausência de elementos mínimos acerca da existência da materialidade delitiva indicam o arquivamento da investigação", concluiu o procurador.
Acidente
No acidente, além do ministro, estavam na aeronave outras quatro pessoas, que também morreram. A aeronave decolou do Aeródromo Campo de Marte, em São Paulo, com destino ao Aeródromo de Paraty. Durante a aproximação para pouso, em condições restritas de visibilidade, a aeronave impactou contra a água na Baía de Paraty. A aeronave ficou totalmente destruída e todos os ocupantes morreram.
Segundo os laudos periciais, a aeronave modelo Hawker Beechcraft King Air C90 “apresentava perfeito funcionamento e estava com revisões obrigatórias e documentação regular”.
A análise do quadro meteorológico no dia do acidente concluiu que a opção do piloto pelo pouso com baixa visibilidade - em razão do teto - configurou conduta “de elevado risco e possibilidade de acidente”.
Inquérito
Segundo o MPF, no inquérito policial o trabalho investigativo correu a partir de linhas iniciais de possíveis causas para o acidente, “o que não descartava eventual causa dolosa ou intencional ou mesmo causa culposa, ou seja, não intencional em relação ao resultado verificado”.
Com base em todos os elementos apuratórios reunidos, especialmente laudos forenses, “concluiu-se que as causas do acidente decorreram de imperfeições de condução do voo, por parte do piloto o qual, desprovido de qualquer intenção de causar o sinistro, violou, não obstante, deveres objetivos de cuidado”.
Polícia Federal
Durante o período das investigações, a Polícia Federal ouviu mais de 40 pessoas. Dentre os diversos documentos que compõem os cinco volumes do inquérito policial, estão dados técnicos de manutenção, fornecidos por três diferentes empresas que lidaram com a manutenção da aeronave sinistrada; dados da Agência Nacional de Agência Civil e dados do Serviço de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro.
Paralelamente, a PF realizou diligências e perícias, com exame detalhado dos destroços do avião e de seus motores, bem como a extração de dados acumulados no equipamento eletrônico de alerta aos pilotos sobre proximidade com o solo - o EGPWS.
O MPF ressalta o fato de que o equipamento EGPWS teve grande importância para sua elucidação. “Primeiramente, porque forneceu dados detalhados de dois trechos da trajetória da aeronave, durante suas duas tentativas de aproximação final e pouso em Paraty, dados esses que compuseram harmonicamente com as informações oriundas do serviço de controle de tráfego aéreo, com os depoimentos de testemunhas oculares e com os sons gravados pelo gravador de vozes de cabine”.
A conclusão do MPF está em consonância com a conclusão das investigações conduzidas pela Polícia Federal e pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão vinculado ao Comando da Aeronáutica.
A avaliação do procurador da República Igor Miranda, responsável pelas investigações, é de que “as provas forenses, os depoimentos prestados e análise do voo da aeronave no dia 19 de janeiro de 2017 afastam qualquer indício de materialidade de crime de homicídio, seja doloso ou mesmo culposo”.
Diante desta constatação, “a ausência de elementos mínimos acerca da existência da materialidade delitiva indicam o arquivamento da investigação", concluiu o procurador.
Acidente
No acidente, além do ministro, estavam na aeronave outras quatro pessoas, que também morreram. A aeronave decolou do Aeródromo Campo de Marte, em São Paulo, com destino ao Aeródromo de Paraty. Durante a aproximação para pouso, em condições restritas de visibilidade, a aeronave impactou contra a água na Baía de Paraty. A aeronave ficou totalmente destruída e todos os ocupantes morreram.
Segundo os laudos periciais, a aeronave modelo Hawker Beechcraft King Air C90 “apresentava perfeito funcionamento e estava com revisões obrigatórias e documentação regular”.
A análise do quadro meteorológico no dia do acidente concluiu que a opção do piloto pelo pouso com baixa visibilidade - em razão do teto - configurou conduta “de elevado risco e possibilidade de acidente”.
Inquérito
Segundo o MPF, no inquérito policial o trabalho investigativo correu a partir de linhas iniciais de possíveis causas para o acidente, “o que não descartava eventual causa dolosa ou intencional ou mesmo causa culposa, ou seja, não intencional em relação ao resultado verificado”.
Com base em todos os elementos apuratórios reunidos, especialmente laudos forenses, “concluiu-se que as causas do acidente decorreram de imperfeições de condução do voo, por parte do piloto o qual, desprovido de qualquer intenção de causar o sinistro, violou, não obstante, deveres objetivos de cuidado”.
Polícia Federal
Durante o período das investigações, a Polícia Federal ouviu mais de 40 pessoas. Dentre os diversos documentos que compõem os cinco volumes do inquérito policial, estão dados técnicos de manutenção, fornecidos por três diferentes empresas que lidaram com a manutenção da aeronave sinistrada; dados da Agência Nacional de Agência Civil e dados do Serviço de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro.
Paralelamente, a PF realizou diligências e perícias, com exame detalhado dos destroços do avião e de seus motores, bem como a extração de dados acumulados no equipamento eletrônico de alerta aos pilotos sobre proximidade com o solo - o EGPWS.
O MPF ressalta o fato de que o equipamento EGPWS teve grande importância para sua elucidação. “Primeiramente, porque forneceu dados detalhados de dois trechos da trajetória da aeronave, durante suas duas tentativas de aproximação final e pouso em Paraty, dados esses que compuseram harmonicamente com as informações oriundas do serviço de controle de tráfego aéreo, com os depoimentos de testemunhas oculares e com os sons gravados pelo gravador de vozes de cabine”.
Avianca vai apresentar plano de demissão voluntária
Luciano Nascimento | Publicada em 23/01/2019 15:09
Em processo de recuperação judicial, a Avianca Brasil apresentará na tarde de hoje (23) um programa de demissão voluntária (PDV) e uma proposta de acordo coletivo de trabalho sobre um programa de licença não remunerada (LNR) para comissários de bordo, pilotos e comandantes de aeronave. A informação é do Sindicato Nacional dos Aeronautas.
Segundo o sindicato, a categoria reaizará amanhã (24) assembleia deliberativa para tratar da proposta. O objetivo é prestar esclarecimentos sobre a situação da recuperação judicial da empresa e suas respectivas deliberações, incluindo os programas de licença não remunerada e de demissão voluntária.
Na semana passada, a Avianca anunciou a suspensão de voos internacionais para Santiago, no Chile, Miami e Nova York, nos Estados Unidos, com saída no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, a partir do dia 31 de março. A medida deve afetar cerca de 40 mil passageiros.
Na ocasião a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) disse que está acompanhando a situação operacional da companhia aérea Avianca. "A Anac continua acompanhando com atenção a situação operacional da empresa, sempre em constante vigilância quanto ao cumprimento dos requisitos de segurança exigidos nos Regulamentos Brasileiros de Aviação Aeronáutica (RBAC) e os deveres de prestação de serviço aos passageiros", informou a agência reguladora.
Em nota, a Avianca informa que entrará em contato com os clientes que comparam voos posteriores à data mencionada (31 de março) para resolver cada caso individualmente. Com o anúncio do cancelamento das operações, apenas as capitais da Colômbia, Bogotá, e da Argentina, Buenos Aires, permanecem como destinos internacionais atendidos pela Avianca, porque são feitos em parceria com a Avianca Argentina e a Avianca Holdings, respectivamente.
De acordo com a Avianca, os outros destinos atendidos continuam em operação normal. "A empresa segue focada em garantir a sustentabilidade do negócio e em manter a excelência do atendimento, que está em seu DNA. Reforça que todos os demais 26 destinos estão preservados e que continua operando normalmente, com mais de 240 voos diários."
Quarta maior companhia aérea do país, a Avianca têm dívidas que somam quase R$ 500 milhões e chegou a devolver, em dezembro do ano passado, duas aeronaves Airbus A330 para as empresas de arrendamento.
Segundo a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), em dezembro do ano passado, a Avianca foi responsável pelo transporte de 12,05% de passageiros em viagens pelo Brasil e apresentou estabilidade no mês em que declarou pedido de recuperação judicial, pois, no mesmo período de 2017, sua participação nos embarques domésticos foi de 13,24%.
Segundo o sindicato, a categoria reaizará amanhã (24) assembleia deliberativa para tratar da proposta. O objetivo é prestar esclarecimentos sobre a situação da recuperação judicial da empresa e suas respectivas deliberações, incluindo os programas de licença não remunerada e de demissão voluntária.
Na semana passada, a Avianca anunciou a suspensão de voos internacionais para Santiago, no Chile, Miami e Nova York, nos Estados Unidos, com saída no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, a partir do dia 31 de março. A medida deve afetar cerca de 40 mil passageiros.
Na ocasião a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) disse que está acompanhando a situação operacional da companhia aérea Avianca. "A Anac continua acompanhando com atenção a situação operacional da empresa, sempre em constante vigilância quanto ao cumprimento dos requisitos de segurança exigidos nos Regulamentos Brasileiros de Aviação Aeronáutica (RBAC) e os deveres de prestação de serviço aos passageiros", informou a agência reguladora.
Em nota, a Avianca informa que entrará em contato com os clientes que comparam voos posteriores à data mencionada (31 de março) para resolver cada caso individualmente. Com o anúncio do cancelamento das operações, apenas as capitais da Colômbia, Bogotá, e da Argentina, Buenos Aires, permanecem como destinos internacionais atendidos pela Avianca, porque são feitos em parceria com a Avianca Argentina e a Avianca Holdings, respectivamente.
De acordo com a Avianca, os outros destinos atendidos continuam em operação normal. "A empresa segue focada em garantir a sustentabilidade do negócio e em manter a excelência do atendimento, que está em seu DNA. Reforça que todos os demais 26 destinos estão preservados e que continua operando normalmente, com mais de 240 voos diários."
Quarta maior companhia aérea do país, a Avianca têm dívidas que somam quase R$ 500 milhões e chegou a devolver, em dezembro do ano passado, duas aeronaves Airbus A330 para as empresas de arrendamento.
Segundo a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), em dezembro do ano passado, a Avianca foi responsável pelo transporte de 12,05% de passageiros em viagens pelo Brasil e apresentou estabilidade no mês em que declarou pedido de recuperação judicial, pois, no mesmo período de 2017, sua participação nos embarques domésticos foi de 13,24%.
INFOMONEY - Carro voador da Boeing faz primeiro voo ao ar livre
O feito pode sinalizar uma nova fase do transporte urbano que companhias estão tentando revolucionar
Publicada em 23/01/2019 10:55
SÃO PAULO - O carro voador da Boeing completou seu primeiro voo teste ao ar livre na última terça-feira (22) com sucesso. O feito sinaliza o início de uma nova fase do transporte urbano.
O modelo é projetado para transportar passageiros em ruas congestionadas e desviar de arranha-céus.
Um protótipo do veículo concluiu uma decolagem, voo e pouso controlados durante o teste realizado em Manassas, na Virgínia, EUA, de acordo com comunicado divulgado nesta quarta-feira (23). O modelo elétrico foi projetado para fazer voos completamente autônomos, de até 80 quilômetros de distância.
A fabricante de aviões sediada em Chicago e sua concorrente Airbus estão entre as empresas na corrida para desenvolver ideias relacionadas a carros voadores e drones que carregam pacotes, na expectativa de que esses novos produtos criem a nova era da indústria aeroespacial.
A Boeing começou a desenvolver protótipos depois da aquisição, em 2017, da Aurora Flight Sciences, cujos projetos incluem um novo táxi voador em parceria com a Uber.
O braço de mobilidade urbana da Boeing, o Boeing NeXt, contratou a Aurora para projetar e desenvolver o protótipo. A empresa não confirmou se esse é o modelo desenvolvido para a Uber.
O portfólio da NeXt também inclui um veículo aéreo de carga totalmente elétrico - projetado para transportar até 500 libras, cerca de 220 kg - que completou seu primeiro voo interno no ano passado e está programado para testes ao ar livre este ano.
Outras empresas também estão em fase avançada na missão de trazer carros voadores para o mercado. O A3 Vahana, um protótipo de carro voador elétrico de decolagem e aterrissagem vertical financiado pela Airbus no Vale do Silício, completou seu primeiro voo teste no ano passado. A Intel e a EHang também estão testando seus veículos voadores.
Os analistas do Morgan Stanley, em suas estimativas mais otimistas, preveem que essa tecnologia pode poderia elevar o patamar da indústria aeronáutica para US$ 2,9 trilhões até 2040. Na visão mais pessimista, o banco acredita que os valores poderiam chegar a cerca de US$ 615 bilhões.
Ainda não se tem uma previsão de quando o veículo voador da Boeing chegará ao grande público, mas esses testes ao ar livre bem-sucedidos já são um grande avanço na indústria. A companhia informou que ainda fará diversos testes para melhorar a segurança e a confiabilidade da aeronave.
O modelo é projetado para transportar passageiros em ruas congestionadas e desviar de arranha-céus.
Um protótipo do veículo concluiu uma decolagem, voo e pouso controlados durante o teste realizado em Manassas, na Virgínia, EUA, de acordo com comunicado divulgado nesta quarta-feira (23). O modelo elétrico foi projetado para fazer voos completamente autônomos, de até 80 quilômetros de distância.
A fabricante de aviões sediada em Chicago e sua concorrente Airbus estão entre as empresas na corrida para desenvolver ideias relacionadas a carros voadores e drones que carregam pacotes, na expectativa de que esses novos produtos criem a nova era da indústria aeroespacial.
A Boeing começou a desenvolver protótipos depois da aquisição, em 2017, da Aurora Flight Sciences, cujos projetos incluem um novo táxi voador em parceria com a Uber.
O braço de mobilidade urbana da Boeing, o Boeing NeXt, contratou a Aurora para projetar e desenvolver o protótipo. A empresa não confirmou se esse é o modelo desenvolvido para a Uber.
O portfólio da NeXt também inclui um veículo aéreo de carga totalmente elétrico - projetado para transportar até 500 libras, cerca de 220 kg - que completou seu primeiro voo interno no ano passado e está programado para testes ao ar livre este ano.
Outras empresas também estão em fase avançada na missão de trazer carros voadores para o mercado. O A3 Vahana, um protótipo de carro voador elétrico de decolagem e aterrissagem vertical financiado pela Airbus no Vale do Silício, completou seu primeiro voo teste no ano passado. A Intel e a EHang também estão testando seus veículos voadores.
Os analistas do Morgan Stanley, em suas estimativas mais otimistas, preveem que essa tecnologia pode poderia elevar o patamar da indústria aeronáutica para US$ 2,9 trilhões até 2040. Na visão mais pessimista, o banco acredita que os valores poderiam chegar a cerca de US$ 615 bilhões.
Ainda não se tem uma previsão de quando o veículo voador da Boeing chegará ao grande público, mas esses testes ao ar livre bem-sucedidos já são um grande avanço na indústria. A companhia informou que ainda fará diversos testes para melhorar a segurança e a confiabilidade da aeronave.
PORTAL TELETIME - Carlos Moura assume AEB com a missão de revitalizar a política espacial brasileira
André Silveira | Publicada em 23/01/2019 16:27
O novo presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), coronel Carlos Moura, tomou posse do cargo nesta quarta-feira, 23, com foco em revitalizar a política especial brasileira, como o resgate da base de lançamentos de Alcântara (MA), que vem tendo problemas após o fim da parceria com a Ucrânia. Com ações alternativas que contemplam o lançamento de minissatélites, o executivo acredita no sucesso do projeto. O presidente da AEB destaca que a diretriz geral é orientar as ações focadas em resultados que a sociedade consiga perceber. A relação com o segmento de Defesa também deverá ficar mais estreita, no sentido de unir esforços no desenvolvimento de projetos que poderão atender as demandas militares e civis.
"A ideia é podermos atender às demandas da sociedade. A população, uma vez reconhecendo a importância do segmento espacial brasileiro, vai poder dar sustentação política ao nosso programa. Com isso, os nossos políticos fortalecerão o nosso orçamento. Aí entramos em um círculo virtuoso", afirma o presidente. Ele cita como exemplo o programa desenvolvido no Peru, onde o sistema de observação da Terra por satélite teve uma forte divulgação junto à população, especialmente no que se refere ao meio ambiente e proteção contra desastres naturais. "A população de lá comprou a ideia, especialmente em relação às ações de prevenção", comenta. Para o Brasil, o desafio, segundo Moura, é fazer com que o serviço seja percebido pela população. Uma das ações é por meio da banda larga, mas outros focos a serem abordados são a telemedicina e o monitoramento do meio ambiente, por meio de um satélite-radar. "O que vai mudar agora é isso: em vez de partirmos da Pesquisa e Desenvolvimento para chegar em alguma solução que venha a atender a população, nós vamos em busca de incrementos do que temos disponível para melhor atender à demanda da sociedade".
O presidente da AEB vai além e destaca que os projetos desenvolvidos no segmento terão o viés mercadológico. "Por exemplo, queremos um lançador de foguetes em Alcântara que atenda às nossas demandas e que não tenha a necessidade de o Estado injetar recursos para a manutenção. A ideia é nos atender e também concorrer no mercado. A região é bem localizada, a base está totalmente disponível. Se conseguirmos dar cadência de lançamento em Alcântara, certamente teremos condições de manter a estrutura e ter retorno. Se o projeto foi viável a ponto de ter lucro, melhor ainda. É claro que não exatamente o Estado, mas as empresas que assumiriam a manutenção", afirma. A base é atrativa pela proximidade com a linha do equador, o que reduz a quantidade de combustível necessária para o lançamento.
Alcântara
Carlos Moura destaca que atualmente, com o movimento New Space, no qual a indústria privada espacial emerge, o mercado passa a ter uma nova dinâmica. "Em termos de tecnologia, já se consegue fazer satélites menores, com menos demanda de energia e menor peso, o que reduz a necessidade de grandes lançadores. Isso fez com que o Brasil, especialmente a região de Alcântara, passasse a ser lembrado novamente. Inclusive, já fomos procurados por algumas empresas, interessadas na base de lançamento. A vantagem é que hoje a base tem janela de tempo disponível. Não há nenhum projeto instalado atualmente, o que poderia viabilizar a implantação de um programa de microlançadores, utilizando a base com pouca interferência, diferente de outros centros, que tem lançadores de maior porte, o que acaba gerando dificuldade de tempo, entre uma operação e outra, por questões de segurança."
Para viabilizar a operação, o presidente diz que as demandas são simples para a classe de pequenos lançadores. "Alguns sistemas nem precisam de torre de lançamento. Os sistemas de proteção ao voo já existem. O que é necessário é adequar algumas situações, como reforço de equipe, para que possamos oferecer o serviço da base de forma continuada. Em termos de logística, ainda faltam algumas coisas importantes, mas estamos avançando. O aeroporto de Alcântara, era classificado como militar, o que estabelecia uso restrito. Para funcionar atendendo ao centro de lançamento, precisava de algumas melhorias. Nós em contato com a Secretaria de Aviação Civil, descobrimos que aquele órgão poderia fazer os investimentos no local, de cerca de R$ 70 milhões, desde que houvesse a reclassificação e o aeroporto passasse a ser civil e militar. Ajustamos, envolvemos a Aeronáutica no projeto e o investimento será feito".
Em uma análise geral, o presidente da AEB comenta que há alguns anos o programa espacial brasileiro era focado em Pesquisa e Desenvolvimento. " Os institutos tinham algumas linhas de pesquisa e também tinham o desafio de dominar uma tecnologia de acesso ao espaço. Com a cooperação de outros institutos e universidades, se tentava chegar a algum produto. O que percebemos é que esse modelo se esgotou, pois a capacidade de investimento do Estado se reduziu muito, as formas de contratação de especialistas também ficaram pouco flexíveis, diferente do formato no passado em que os institutos de pesquisa conseguiam contratar profissionais por projeto. Isso acabou comprometendo o desenvolvimento do programa especial brasileiro. "
PNAE
O presidente da AEB destaca que Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE) vai passar por uma reformulação, agregando o Pese (Programa Estratégico de Sistemas Espaciais) da Defesa, que contempla aplicações de sensoriamento remoto óptico, radar e satélites de comunicação. "No ano passado, foi criado o Grupo de Desenvolvimento do Programa Especial Brasileiro. A ideia foi revisitar o programa espacial como um todo, identificar os gargalos e ver as principais soluções para isso".
O lançamento do SGDC foi importante para a área da Defesa, pois atendeu algumas demandas da área. Mas, nos últimos dois anos, a AEB e a Defesa trabalham para unir estas duas necessidades. A ideia é que as necessidades da Defesa façam parte de um capítulo do PNAE. "E a Defesa pensa não só em comunicação geoestacionária, mas em constelações de órbita baixa, voltada para aplicações táticas, o que irá gerar outras necessidades junto ao meio acadêmico e também se tornar uma possibilidade interessante para a indústria, uma vez que o satélite geoestacionário dura décadas e os menores têm um prazo de validade menor, mas também geram menos necessidade de investimento".
Na relação com os militares, Carlos Moura, que conhece o meio, destaca que no passado foi criado o programa estratégico de defesa no qual coube à Aeronáutica cuidar do que fosse relacionado ao segmento espacial. "Daí, foi criada a Comissão de Coordenação e Implantação de Sistemas Espaciais (CCISE). Porém, o país não tem recursos para fazer muitos projetos. Então, ficou claro que nós não temos condições (AEB civil e CCISE militar) de gerenciar programas diferentes. Temos que buscar sinergias". Um exemplo citado pelo presidente é a defesa e controle do espaço aéreo brasileiro. "Neste processo, utiliza-se os mesmos meios e infraestrutura, mas trabalha-se a informação de forma diferenciada. Outro exemplo citado pelo presidente da AEB é o trabalho desenvolvido no Centro de Operações Espaciais do SGDC em que há o pessoal da Defesa trabalhando junto com os técnicos da Telebras".
Coronel Moura recorda que no ano passado foram criados 12 grupos técnicos que, de forma individual, trabalharam temas específicos. No entanto, havia momentos de interação envolvendo as Forças Armadas, Casa Civil, o antigo Ministérios da Relações Exteriores, da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, e o antigo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. "Ou seja, já estamos trabalhando bem juntos, com diálogo excepcional", afirma.
SGDC 2
No que se refere ao lançamento do segundo projeto do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações (SGDC), o coronel Carlos Moura destaca que ainda não há o envolvimento da agência. "Tínhamos assento no comitê do primeiro projeto. Então, por questão de continuidade, a nossa equipe continuou participando do trabalho. No entanto, por conta da disputa judicial que ocorre hoje neste projeto [do primeiro satélite, por conta do contrato da Telebras com a Viasat], o trabalho do SGDC 2 foi paralisado em seu início. Esperamos que assim que for resolvida a questão judicial, o trabalho venha a ser retomado".
"A ideia é podermos atender às demandas da sociedade. A população, uma vez reconhecendo a importância do segmento espacial brasileiro, vai poder dar sustentação política ao nosso programa. Com isso, os nossos políticos fortalecerão o nosso orçamento. Aí entramos em um círculo virtuoso", afirma o presidente. Ele cita como exemplo o programa desenvolvido no Peru, onde o sistema de observação da Terra por satélite teve uma forte divulgação junto à população, especialmente no que se refere ao meio ambiente e proteção contra desastres naturais. "A população de lá comprou a ideia, especialmente em relação às ações de prevenção", comenta. Para o Brasil, o desafio, segundo Moura, é fazer com que o serviço seja percebido pela população. Uma das ações é por meio da banda larga, mas outros focos a serem abordados são a telemedicina e o monitoramento do meio ambiente, por meio de um satélite-radar. "O que vai mudar agora é isso: em vez de partirmos da Pesquisa e Desenvolvimento para chegar em alguma solução que venha a atender a população, nós vamos em busca de incrementos do que temos disponível para melhor atender à demanda da sociedade".
O presidente da AEB vai além e destaca que os projetos desenvolvidos no segmento terão o viés mercadológico. "Por exemplo, queremos um lançador de foguetes em Alcântara que atenda às nossas demandas e que não tenha a necessidade de o Estado injetar recursos para a manutenção. A ideia é nos atender e também concorrer no mercado. A região é bem localizada, a base está totalmente disponível. Se conseguirmos dar cadência de lançamento em Alcântara, certamente teremos condições de manter a estrutura e ter retorno. Se o projeto foi viável a ponto de ter lucro, melhor ainda. É claro que não exatamente o Estado, mas as empresas que assumiriam a manutenção", afirma. A base é atrativa pela proximidade com a linha do equador, o que reduz a quantidade de combustível necessária para o lançamento.
Alcântara
Carlos Moura destaca que atualmente, com o movimento New Space, no qual a indústria privada espacial emerge, o mercado passa a ter uma nova dinâmica. "Em termos de tecnologia, já se consegue fazer satélites menores, com menos demanda de energia e menor peso, o que reduz a necessidade de grandes lançadores. Isso fez com que o Brasil, especialmente a região de Alcântara, passasse a ser lembrado novamente. Inclusive, já fomos procurados por algumas empresas, interessadas na base de lançamento. A vantagem é que hoje a base tem janela de tempo disponível. Não há nenhum projeto instalado atualmente, o que poderia viabilizar a implantação de um programa de microlançadores, utilizando a base com pouca interferência, diferente de outros centros, que tem lançadores de maior porte, o que acaba gerando dificuldade de tempo, entre uma operação e outra, por questões de segurança."
Para viabilizar a operação, o presidente diz que as demandas são simples para a classe de pequenos lançadores. "Alguns sistemas nem precisam de torre de lançamento. Os sistemas de proteção ao voo já existem. O que é necessário é adequar algumas situações, como reforço de equipe, para que possamos oferecer o serviço da base de forma continuada. Em termos de logística, ainda faltam algumas coisas importantes, mas estamos avançando. O aeroporto de Alcântara, era classificado como militar, o que estabelecia uso restrito. Para funcionar atendendo ao centro de lançamento, precisava de algumas melhorias. Nós em contato com a Secretaria de Aviação Civil, descobrimos que aquele órgão poderia fazer os investimentos no local, de cerca de R$ 70 milhões, desde que houvesse a reclassificação e o aeroporto passasse a ser civil e militar. Ajustamos, envolvemos a Aeronáutica no projeto e o investimento será feito".
Em uma análise geral, o presidente da AEB comenta que há alguns anos o programa espacial brasileiro era focado em Pesquisa e Desenvolvimento. " Os institutos tinham algumas linhas de pesquisa e também tinham o desafio de dominar uma tecnologia de acesso ao espaço. Com a cooperação de outros institutos e universidades, se tentava chegar a algum produto. O que percebemos é que esse modelo se esgotou, pois a capacidade de investimento do Estado se reduziu muito, as formas de contratação de especialistas também ficaram pouco flexíveis, diferente do formato no passado em que os institutos de pesquisa conseguiam contratar profissionais por projeto. Isso acabou comprometendo o desenvolvimento do programa especial brasileiro. "
PNAE
O presidente da AEB destaca que Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE) vai passar por uma reformulação, agregando o Pese (Programa Estratégico de Sistemas Espaciais) da Defesa, que contempla aplicações de sensoriamento remoto óptico, radar e satélites de comunicação. "No ano passado, foi criado o Grupo de Desenvolvimento do Programa Especial Brasileiro. A ideia foi revisitar o programa espacial como um todo, identificar os gargalos e ver as principais soluções para isso".
O lançamento do SGDC foi importante para a área da Defesa, pois atendeu algumas demandas da área. Mas, nos últimos dois anos, a AEB e a Defesa trabalham para unir estas duas necessidades. A ideia é que as necessidades da Defesa façam parte de um capítulo do PNAE. "E a Defesa pensa não só em comunicação geoestacionária, mas em constelações de órbita baixa, voltada para aplicações táticas, o que irá gerar outras necessidades junto ao meio acadêmico e também se tornar uma possibilidade interessante para a indústria, uma vez que o satélite geoestacionário dura décadas e os menores têm um prazo de validade menor, mas também geram menos necessidade de investimento".
Na relação com os militares, Carlos Moura, que conhece o meio, destaca que no passado foi criado o programa estratégico de defesa no qual coube à Aeronáutica cuidar do que fosse relacionado ao segmento espacial. "Daí, foi criada a Comissão de Coordenação e Implantação de Sistemas Espaciais (CCISE). Porém, o país não tem recursos para fazer muitos projetos. Então, ficou claro que nós não temos condições (AEB civil e CCISE militar) de gerenciar programas diferentes. Temos que buscar sinergias". Um exemplo citado pelo presidente é a defesa e controle do espaço aéreo brasileiro. "Neste processo, utiliza-se os mesmos meios e infraestrutura, mas trabalha-se a informação de forma diferenciada. Outro exemplo citado pelo presidente da AEB é o trabalho desenvolvido no Centro de Operações Espaciais do SGDC em que há o pessoal da Defesa trabalhando junto com os técnicos da Telebras".
Coronel Moura recorda que no ano passado foram criados 12 grupos técnicos que, de forma individual, trabalharam temas específicos. No entanto, havia momentos de interação envolvendo as Forças Armadas, Casa Civil, o antigo Ministérios da Relações Exteriores, da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, e o antigo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. "Ou seja, já estamos trabalhando bem juntos, com diálogo excepcional", afirma.
SGDC 2
No que se refere ao lançamento do segundo projeto do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações (SGDC), o coronel Carlos Moura destaca que ainda não há o envolvimento da agência. "Tínhamos assento no comitê do primeiro projeto. Então, por questão de continuidade, a nossa equipe continuou participando do trabalho. No entanto, por conta da disputa judicial que ocorre hoje neste projeto [do primeiro satélite, por conta do contrato da Telebras com a Viasat], o trabalho do SGDC 2 foi paralisado em seu início. Esperamos que assim que for resolvida a questão judicial, o trabalho venha a ser retomado".
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