NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 19/12/2018 / Como a Embraer foi da quase falência a acordo bilionário com a gigante americana Boeing
#Indústria #Aviação - Como a #Embraer foi da quase falência a acordo bilionário com a gigante americana #Boeing ...
Pelo acordo, que ainda depende de aprovação do governo brasileiro, será criada uma nova empresa de aviação comercial, com participação de 80% da Boeing e 20% da Embraer ...
O anúncio nesta segunda-feira (17) da aprovação dos termos de uma parceria entre a Embraer e a gigante americana Boeing marca uma nova etapa na longa trajetória da empresa brasileira.
Pelo acordo, que ainda depende de aprovação do governo brasileiro, será criada uma nova empresa de aviação comercial, com participação de 80% da Boeing e 20% da Embraer.
Em comunicado, as empresas informaram que a americana pagará US$ 4,2 bilhões (cerca de R$ 16,4 bilhões) pela compra, US$ 400 milhões a mais do que o divulgado inicialmente.
Origens
A Embraer tem suas origens no Centro Técnico Aeroespacial (CTA) e no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).
Em 1965, um grupo de técnicos formados pelo instituto, sob a liderança do engenheiro aeronáutico e então major da FAB (Força Aérea Brasileira) Ozires Silva, começou a trabalhar no projeto de um avião bimotor, turboélice e capaz de transportar cerca de 20 passageiros.
Em 1968, essa aeronave, batizada de Bandeirante, fez seu primeiro voo. No ano seguinte, a Embraer foi criada para a produção em série do Bandeirante, inicialmente desenvolvido pelo CTA. Ozires Silva assumiu como primeiro presidente da empresa.
Ao longo da década de 1970, a Embraer desenvolveu outros modelos de destaque, como o monomotor EMB-200 Ipanema, para pulverização agrícola, o EMB-326 Xavante, primeiro avião a jato produzido no país, fabricado sob licença da companhia italiana Aermacchi e usado no treinamento de pilotos militares, e o EMB-21 Xingu, primeiro turboélice pressurizado fabricado pela empresa para uso executivo.
Nos anos 1980, ganharam notoriedade modelos como o EMB 120 Brasília, com capacidade para 30 passageiros, o EMB 312 Tucano, para a área de defesa, e o AMX, caça supersônico produzido em parceria com a Aermacchi entre 1985 e 1999.
Crise e privatização
A partir do final da década de 1980, a Embraer foi atingida pela crise financeira que castigava a economia brasileira e quase chegou à falência.
Depois de um longo processo, a empresa foi privatizada em dezembro de 1994, no fim do governo do presidente Itamar Franco, por R$ 154,1 milhões (em valores da época).
O acordo de privatização garantiu ao governo a chamada "golden share", uma ação preferencial que dá direito a veto a decisões estratégicas, como a transferência de controle acionário.
A recuperação da Embraer após a restruturação foi impulsionada por projetos como o do jato comercial ERJ-145, para 50 passageiros, e outros modelos da mesma família, e o programa de E-jets de aviões comerciais, focado no segmento de jatos de 70 a 120 assentos.
A empresa tem sede em São José dos Campos, unidades no país e no exterior e joint ventures na China e em Portugal.
Namoro com a Boeing
O namoro com a Boeing ganhou força há um ano, logo após o anúncio de que a europeia Airbus, concorrente da americana, havia comprado a divisão de jatos regionais da canadense Bombardier, principal concorrente da Embraer no segmento de mercado em que operam.
Maior fabricante de aeronaves do mundo, a Boeing não tem uma linha de aeronaves de médio e pequeno porte, para voos regionais, e ficaria em desvantagem diante da Airbus. Com a parceria, a Boeing poderá acessar esse segmento, em que a Embraer é líder.
A parceria entre Airbus e Bombardier também poderia representar um risco à Embraer, em um mercado cada vez mais disputado e em meio a avanços em outros países, como a China, no segmento de aviões de médio porte.
"Está havendo mudança muito grande no perfil da indústria", disse à BBC News Brasil Glauco Arbix, professor da USP e co-coordenador do Observatório da Inovação do IEA (Instituto de Estudos Avançados).
Arbix acredita que, do ponto de vista tecnológico, o Brasil não está preparado para os enormes desafios que a Embraer tem pela frente. "Os desafios tecnológicos da Embraer são muito grandes. A indústria aeronáutica está mudando muito profundamente e rapidamente", observa.
Mas o professor afirma também que, com esse acordo, o Brasil fica desprovido de uma de suas empresas-chave. "A Embraer com certeza é a empresa mais avançada que o Brasil tem", ressalta. "Desse ponto de vista, eu acho que o Brasil perde com essa compra."
Nova empresa
A união da americana e da brasileira cria uma gigante global de aviação, com forte atuação tanto no segmento de longa distância quanto na aviação regional.
Segundo comunicado das empresas, essa joint venture será liderada por uma equipe de executivos sediada no Brasil. O controle operacional e de gestão ficará com a Boeing.
"A Embraer terá poder de decisão para alguns temas estratégicos, como a transferência das operações do Brasil", diz o texto. A brasileira poderá vender sua parte para a Boeing a qualquer momento.
"Estamos confiantes que esta parceria será de grande valor para o Brasil e para a indústria aeroespacial brasileira como um todo. Esta aliança fortalecerá ambas as empresas no mercado global e está alinhada à nossa estratégia de crescimento sustentável de longo prazo", disse o presidente e CEO da Embraer, Paulo Cesar de Souza e Silva.
As empresas também comunicaram um acordo sobre os termos de outra parceria para promover e desenvolver novos mercados para o avião multimissão KC-390. Nessa joint venture, a Embraer fica com o controle, com 51% de participação, e a Boeing, com 49%.
Com a venda da divisão comercial, a Embraer vai manter o domínio apenas sobre as áreas de defesa, aviação executiva e serviços, além de projetos estratégicos já em curso.
O presidente eleito, Jair Bolsonaro, que toma posse em 1º de janeiro, já se manifestou favoravelmente à parceria. A expectativa é de que essa negociação seja concluída até o final de 2019.
Pelo acordo, que ainda depende de aprovação do governo brasileiro, será criada uma nova empresa de aviação comercial, com participação de 80% da Boeing e 20% da Embraer.
Em comunicado, as empresas informaram que a americana pagará US$ 4,2 bilhões (cerca de R$ 16,4 bilhões) pela compra, US$ 400 milhões a mais do que o divulgado inicialmente.
Origens
A Embraer tem suas origens no Centro Técnico Aeroespacial (CTA) e no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).
Em 1965, um grupo de técnicos formados pelo instituto, sob a liderança do engenheiro aeronáutico e então major da FAB (Força Aérea Brasileira) Ozires Silva, começou a trabalhar no projeto de um avião bimotor, turboélice e capaz de transportar cerca de 20 passageiros.
Em 1968, essa aeronave, batizada de Bandeirante, fez seu primeiro voo. No ano seguinte, a Embraer foi criada para a produção em série do Bandeirante, inicialmente desenvolvido pelo CTA. Ozires Silva assumiu como primeiro presidente da empresa.
Ao longo da década de 1970, a Embraer desenvolveu outros modelos de destaque, como o monomotor EMB-200 Ipanema, para pulverização agrícola, o EMB-326 Xavante, primeiro avião a jato produzido no país, fabricado sob licença da companhia italiana Aermacchi e usado no treinamento de pilotos militares, e o EMB-21 Xingu, primeiro turboélice pressurizado fabricado pela empresa para uso executivo.
Nos anos 1980, ganharam notoriedade modelos como o EMB 120 Brasília, com capacidade para 30 passageiros, o EMB 312 Tucano, para a área de defesa, e o AMX, caça supersônico produzido em parceria com a Aermacchi entre 1985 e 1999.
Crise e privatização
A partir do final da década de 1980, a Embraer foi atingida pela crise financeira que castigava a economia brasileira e quase chegou à falência.
Depois de um longo processo, a empresa foi privatizada em dezembro de 1994, no fim do governo do presidente Itamar Franco, por R$ 154,1 milhões (em valores da época).
O acordo de privatização garantiu ao governo a chamada "golden share", uma ação preferencial que dá direito a veto a decisões estratégicas, como a transferência de controle acionário.
A recuperação da Embraer após a restruturação foi impulsionada por projetos como o do jato comercial ERJ-145, para 50 passageiros, e outros modelos da mesma família, e o programa de E-jets de aviões comerciais, focado no segmento de jatos de 70 a 120 assentos.
A empresa tem sede em São José dos Campos, unidades no país e no exterior e joint ventures na China e em Portugal.
Namoro com a Boeing
O namoro com a Boeing ganhou força há um ano, logo após o anúncio de que a europeia Airbus, concorrente da americana, havia comprado a divisão de jatos regionais da canadense Bombardier, principal concorrente da Embraer no segmento de mercado em que operam.
Maior fabricante de aeronaves do mundo, a Boeing não tem uma linha de aeronaves de médio e pequeno porte, para voos regionais, e ficaria em desvantagem diante da Airbus. Com a parceria, a Boeing poderá acessar esse segmento, em que a Embraer é líder.
A parceria entre Airbus e Bombardier também poderia representar um risco à Embraer, em um mercado cada vez mais disputado e em meio a avanços em outros países, como a China, no segmento de aviões de médio porte.
"Está havendo mudança muito grande no perfil da indústria", disse à BBC News Brasil Glauco Arbix, professor da USP e co-coordenador do Observatório da Inovação do IEA (Instituto de Estudos Avançados).
Arbix acredita que, do ponto de vista tecnológico, o Brasil não está preparado para os enormes desafios que a Embraer tem pela frente. "Os desafios tecnológicos da Embraer são muito grandes. A indústria aeronáutica está mudando muito profundamente e rapidamente", observa.
Mas o professor afirma também que, com esse acordo, o Brasil fica desprovido de uma de suas empresas-chave. "A Embraer com certeza é a empresa mais avançada que o Brasil tem", ressalta. "Desse ponto de vista, eu acho que o Brasil perde com essa compra."
Nova empresa
A união da americana e da brasileira cria uma gigante global de aviação, com forte atuação tanto no segmento de longa distância quanto na aviação regional.
Segundo comunicado das empresas, essa joint venture será liderada por uma equipe de executivos sediada no Brasil. O controle operacional e de gestão ficará com a Boeing.
"A Embraer terá poder de decisão para alguns temas estratégicos, como a transferência das operações do Brasil", diz o texto. A brasileira poderá vender sua parte para a Boeing a qualquer momento.
"Estamos confiantes que esta parceria será de grande valor para o Brasil e para a indústria aeroespacial brasileira como um todo. Esta aliança fortalecerá ambas as empresas no mercado global e está alinhada à nossa estratégia de crescimento sustentável de longo prazo", disse o presidente e CEO da Embraer, Paulo Cesar de Souza e Silva.
As empresas também comunicaram um acordo sobre os termos de outra parceria para promover e desenvolver novos mercados para o avião multimissão KC-390. Nessa joint venture, a Embraer fica com o controle, com 51% de participação, e a Boeing, com 49%.
Com a venda da divisão comercial, a Embraer vai manter o domínio apenas sobre as áreas de defesa, aviação executiva e serviços, além de projetos estratégicos já em curso.
O presidente eleito, Jair Bolsonaro, que toma posse em 1º de janeiro, já se manifestou favoravelmente à parceria. A expectativa é de que essa negociação seja concluída até o final de 2019.
Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.
GLOBO RURAL - Embrapa e FAB fazem parceria para usar satélite brasileiro no agro
Carponis-1 será usado para estudos sobre a produção, com atenção especial à Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Publicada em 18/12/2018 06:33
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) fechou uma parceria com a Força Aérea Brasileira (FAB) para operar o satélite brasileiro Carponis-1. Operadora civil do equipamento, a Embrapa vai usar as imagens geradas pelo equipamento em estudos a respeito da produção agropecuária do Brasil, informa o comunicado oficial.
Para a Embrapa Territorial, usar o satélite brasileiro significa reduzir a dependência de imagens de satélites controlados por outros países, além de reduzir custos. O Carponis-1 consegue imagens com até 70 centímetros de distância e dá uma volta ao redor da Terra em uma hora e meia. Segundo a Força Aérea, o custo de usar o equipamento é até 75% menor.
“Poderemos programar e direcionar o satélite para aquisição de imagens de alvos específicos. Isso evitará a compra de imagens obsoletas e otimizará o tempo de resposta no recebimento dessas imagens”, observa a chefe-adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Territorial, Lucíola Magalhães, de acordo com o divulgado pela instituição.
De acordo com a Embrapa Territorial, atualmente o Brasil opera apenas um sistema espacial, em parceria com a China. No entanto, a resolução máxima é de cinco metros e o intervalo entre os registros de imagens gira em torno de 26 dias. Com o satélite brasileiro, além da resolução da imagem estar abaixo de um metro de distância, o intervalo de registro será de três a cinco dias.
Caso a área de interesse esteja fora do Brasil, o intervalo entre os registros é maior, mas não deve passar de 12 horas. Ainda conforme a instituição, a uma das maiores vantagens de se ter imagens como as do satélite brasileiro é a chance de se ter registros livres de nuvens. Em regiões de alta umidade, como a Amazônia e o litoral, seria uma melhora de visibilidade.
Um dos objetivos da unidade com o projeto é avançar mo monitoramento de áreas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), sistema produtivo que tem crescido no Brasil. “É muito difícil com satélites de média resolução conseguir identificá-las. Mesmo com os de alta resolução, esse mapeamento não vai ser uma tarefa simples”, diz Lucíola.
Para a Embrapa Territorial, usar o satélite brasileiro significa reduzir a dependência de imagens de satélites controlados por outros países, além de reduzir custos. O Carponis-1 consegue imagens com até 70 centímetros de distância e dá uma volta ao redor da Terra em uma hora e meia. Segundo a Força Aérea, o custo de usar o equipamento é até 75% menor.
“Poderemos programar e direcionar o satélite para aquisição de imagens de alvos específicos. Isso evitará a compra de imagens obsoletas e otimizará o tempo de resposta no recebimento dessas imagens”, observa a chefe-adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Territorial, Lucíola Magalhães, de acordo com o divulgado pela instituição.
De acordo com a Embrapa Territorial, atualmente o Brasil opera apenas um sistema espacial, em parceria com a China. No entanto, a resolução máxima é de cinco metros e o intervalo entre os registros de imagens gira em torno de 26 dias. Com o satélite brasileiro, além da resolução da imagem estar abaixo de um metro de distância, o intervalo de registro será de três a cinco dias.
Caso a área de interesse esteja fora do Brasil, o intervalo entre os registros é maior, mas não deve passar de 12 horas. Ainda conforme a instituição, a uma das maiores vantagens de se ter imagens como as do satélite brasileiro é a chance de se ter registros livres de nuvens. Em regiões de alta umidade, como a Amazônia e o litoral, seria uma melhora de visibilidade.
Um dos objetivos da unidade com o projeto é avançar mo monitoramento de áreas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), sistema produtivo que tem crescido no Brasil. “É muito difícil com satélites de média resolução conseguir identificá-las. Mesmo com os de alta resolução, esse mapeamento não vai ser uma tarefa simples”, diz Lucíola.
Como Embraer foi da quase falência a acordo bilionário com a gigante americana Boeing
Pelo acordo, que ainda depende de aprovação do governo brasileiro, será criada uma nova empresa de aviação comercial, com participação de 80% da Boeing e 20% da Embraer.
Por Bbc | Publicada em 18/12/2018 07:52
O anúncio nesta segunda-feira (17) da aprovação dos termos de uma parceria entre a Embraer e a gigante americana Boeing marca uma nova etapa na longa trajetória da empresa brasileira.
Pelo acordo, que ainda depende de aprovação do governo brasileiro, será criada uma nova empresa de aviação comercial, com participação de 80% da Boeing e 20% da Embraer.
Em comunicado, as empresas informaram que a americana pagará US$ 4,2 bilhões (cerca de R$ 16,4 bilhões) pela compra, US$ 400 milhões a mais do que o divulgado inicialmente.
Origens
A Embraer tem suas origens no Centro Técnico Aeroespacial (CTA) e no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).
Em 1965, um grupo de técnicos formados pelo instituto, sob a liderança do engenheiro aeronáutico e então major da FAB (Força Aérea Brasileira) Ozires Silva, começou a trabalhar no projeto de um avião bimotor, turboélice e capaz de transportar cerca de 20 passageiros.
Em 1968, essa aeronave, batizada de Bandeirante, fez seu primeiro voo. No ano seguinte, a Embraer foi criada para a produção em série do Bandeirante, inicialmente desenvolvido pelo CTA. Ozires Silva assumiu como primeiro presidente da empresa.
Ao longo da década de 1970, a Embraer desenvolveu outros modelos de destaque, como o monomotor EMB-200 Ipanema, para pulverização agrícola, o EMB-326 Xavante, primeiro avião a jato produzido no país, fabricado sob licença da companhia italiana Aermacchi e usado no treinamento de pilotos militares, e o EMB-21 Xingu, primeiro turboélice pressurizado fabricado pela empresa para uso executivo.
Nos anos 1980, ganharam notoriedade modelos como o EMB 120 Brasília, com capacidade para 30 passageiros, o EMB 312 Tucano, para a área de defesa, e o AMX, caça supersônico produzido em parceria com a Aermacchi entre 1985 e 1999.
Crise e privatização
A partir do final da década de 1980, a Embraer foi atingida pela crise financeira que castigava a economia brasileira e quase chegou à falência.
Depois de um longo processo, a empresa foi privatizada em dezembro de 1994, no fim do governo do presidente Itamar Franco, por R$ 154,1 milhões (em valores da época).
O acordo de privatização garantiu ao governo a chamada "golden share", uma ação preferencial que dá direito a veto a decisões estratégicas, como a transferência de controle acionário.
A recuperação da Embraer após a restruturação foi impulsionada por projetos como o do jato comercial ERJ-145, para 50 passageiros, e outros modelos da mesma família, e o programa de E-jets de aviões comerciais, focado no segmento de jatos de 70 a 120 assentos.
A empresa tem sede em São José dos Campos, unidades no país e no exterior e joint ventures na China e em Portugal.
Namoro com a Boeing
O namoro com a Boeing ganhou força há um ano, logo após o anúncio de que a europeia Airbus, concorrente da americana, havia comprado a divisão de jatos regionais da canadense Bombardier, principal concorrente da Embraer no segmento de mercado em que operam.
Maior fabricante de aeronaves do mundo, a Boeing não tem uma linha de aeronaves de médio e pequeno porte, para voos regionais, e ficaria em desvantagem diante da Airbus. Com a parceria, a Boeing poderá acessar esse segmento, em que a Embraer é líder.
A parceria entre Airbus e Bombardier também poderia representar um risco à Embraer, em um mercado cada vez mais disputado e em meio a avanços em outros países, como a China, no segmento de aviões de médio porte.
"Está havendo mudança muito grande no perfil da indústria", disse à BBC News Brasil Glauco Arbix, professor da USP e co-coordenador do Observatório da Inovação do IEA (Instituto de Estudos Avançados).
Arbix acredita que, do ponto de vista tecnológico, o Brasil não está preparado para os enormes desafios que a Embraer tem pela frente. "Os desafios tecnológicos da Embraer são muito grandes. A indústria aeronáutica está mudando muito profundamente e rapidamente", observa.
Mas o professor afirma também que, com esse acordo, o Brasil fica desprovido de uma de suas empresas-chave. "A Embraer com certeza é a empresa mais avançada que o Brasil tem", ressalta. "Desse ponto de vista, eu acho que o Brasil perde com essa compra."
Nova empresa
A união da americana e da brasileira cria uma gigante global de aviação, com forte atuação tanto no segmento de longa distância quanto na aviação regional.
Segundo comunicado das empresas, essa joint venture será liderada por uma equipe de executivos sediada no Brasil. O controle operacional e de gestão ficará com a Boeing.
"A Embraer terá poder de decisão para alguns temas estratégicos, como a transferência das operações do Brasil", diz o texto. A brasileira poderá vender sua parte para a Boeing a qualquer momento.
"Estamos confiantes que esta parceria será de grande valor para o Brasil e para a indústria aeroespacial brasileira como um todo. Esta aliança fortalecerá ambas as empresas no mercado global e está alinhada à nossa estratégia de crescimento sustentável de longo prazo", disse o presidente e CEO da Embraer, Paulo Cesar de Souza e Silva.
As empresas também comunicaram um acordo sobre os termos de outra parceria para promover e desenvolver novos mercados para o avião multimissão KC-390. Nessa joint venture, a Embraer fica com o controle, com 51% de participação, e a Boeing, com 49%.
Com a venda da divisão comercial, a Embraer vai manter o domínio apenas sobre as áreas de defesa, aviação executiva e serviços, além de projetos estratégicos já em curso.
O presidente eleito, Jair Bolsonaro, que toma posse em 1º de janeiro, já se manifestou favoravelmente à parceria. A expectativa é de que essa negociação seja concluída até o final de 2019.
Pelo acordo, que ainda depende de aprovação do governo brasileiro, será criada uma nova empresa de aviação comercial, com participação de 80% da Boeing e 20% da Embraer.
Em comunicado, as empresas informaram que a americana pagará US$ 4,2 bilhões (cerca de R$ 16,4 bilhões) pela compra, US$ 400 milhões a mais do que o divulgado inicialmente.
Origens
A Embraer tem suas origens no Centro Técnico Aeroespacial (CTA) e no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).
Em 1965, um grupo de técnicos formados pelo instituto, sob a liderança do engenheiro aeronáutico e então major da FAB (Força Aérea Brasileira) Ozires Silva, começou a trabalhar no projeto de um avião bimotor, turboélice e capaz de transportar cerca de 20 passageiros.
Em 1968, essa aeronave, batizada de Bandeirante, fez seu primeiro voo. No ano seguinte, a Embraer foi criada para a produção em série do Bandeirante, inicialmente desenvolvido pelo CTA. Ozires Silva assumiu como primeiro presidente da empresa.
Ao longo da década de 1970, a Embraer desenvolveu outros modelos de destaque, como o monomotor EMB-200 Ipanema, para pulverização agrícola, o EMB-326 Xavante, primeiro avião a jato produzido no país, fabricado sob licença da companhia italiana Aermacchi e usado no treinamento de pilotos militares, e o EMB-21 Xingu, primeiro turboélice pressurizado fabricado pela empresa para uso executivo.
Nos anos 1980, ganharam notoriedade modelos como o EMB 120 Brasília, com capacidade para 30 passageiros, o EMB 312 Tucano, para a área de defesa, e o AMX, caça supersônico produzido em parceria com a Aermacchi entre 1985 e 1999.
Crise e privatização
A partir do final da década de 1980, a Embraer foi atingida pela crise financeira que castigava a economia brasileira e quase chegou à falência.
Depois de um longo processo, a empresa foi privatizada em dezembro de 1994, no fim do governo do presidente Itamar Franco, por R$ 154,1 milhões (em valores da época).
O acordo de privatização garantiu ao governo a chamada "golden share", uma ação preferencial que dá direito a veto a decisões estratégicas, como a transferência de controle acionário.
A recuperação da Embraer após a restruturação foi impulsionada por projetos como o do jato comercial ERJ-145, para 50 passageiros, e outros modelos da mesma família, e o programa de E-jets de aviões comerciais, focado no segmento de jatos de 70 a 120 assentos.
A empresa tem sede em São José dos Campos, unidades no país e no exterior e joint ventures na China e em Portugal.
Namoro com a Boeing
O namoro com a Boeing ganhou força há um ano, logo após o anúncio de que a europeia Airbus, concorrente da americana, havia comprado a divisão de jatos regionais da canadense Bombardier, principal concorrente da Embraer no segmento de mercado em que operam.
Maior fabricante de aeronaves do mundo, a Boeing não tem uma linha de aeronaves de médio e pequeno porte, para voos regionais, e ficaria em desvantagem diante da Airbus. Com a parceria, a Boeing poderá acessar esse segmento, em que a Embraer é líder.
A parceria entre Airbus e Bombardier também poderia representar um risco à Embraer, em um mercado cada vez mais disputado e em meio a avanços em outros países, como a China, no segmento de aviões de médio porte.
"Está havendo mudança muito grande no perfil da indústria", disse à BBC News Brasil Glauco Arbix, professor da USP e co-coordenador do Observatório da Inovação do IEA (Instituto de Estudos Avançados).
Arbix acredita que, do ponto de vista tecnológico, o Brasil não está preparado para os enormes desafios que a Embraer tem pela frente. "Os desafios tecnológicos da Embraer são muito grandes. A indústria aeronáutica está mudando muito profundamente e rapidamente", observa.
Mas o professor afirma também que, com esse acordo, o Brasil fica desprovido de uma de suas empresas-chave. "A Embraer com certeza é a empresa mais avançada que o Brasil tem", ressalta. "Desse ponto de vista, eu acho que o Brasil perde com essa compra."
Nova empresa
A união da americana e da brasileira cria uma gigante global de aviação, com forte atuação tanto no segmento de longa distância quanto na aviação regional.
Segundo comunicado das empresas, essa joint venture será liderada por uma equipe de executivos sediada no Brasil. O controle operacional e de gestão ficará com a Boeing.
"A Embraer terá poder de decisão para alguns temas estratégicos, como a transferência das operações do Brasil", diz o texto. A brasileira poderá vender sua parte para a Boeing a qualquer momento.
"Estamos confiantes que esta parceria será de grande valor para o Brasil e para a indústria aeroespacial brasileira como um todo. Esta aliança fortalecerá ambas as empresas no mercado global e está alinhada à nossa estratégia de crescimento sustentável de longo prazo", disse o presidente e CEO da Embraer, Paulo Cesar de Souza e Silva.
As empresas também comunicaram um acordo sobre os termos de outra parceria para promover e desenvolver novos mercados para o avião multimissão KC-390. Nessa joint venture, a Embraer fica com o controle, com 51% de participação, e a Boeing, com 49%.
Com a venda da divisão comercial, a Embraer vai manter o domínio apenas sobre as áreas de defesa, aviação executiva e serviços, além de projetos estratégicos já em curso.
O presidente eleito, Jair Bolsonaro, que toma posse em 1º de janeiro, já se manifestou favoravelmente à parceria. A expectativa é de que essa negociação seja concluída até o final de 2019.
É FAKE que caças russos invadiram espaço aéreo brasileiro e que EUA enviaram navios em resposta
Texto aproveita notícia sobre caças russos na Venezuela para criar contexto falso que implica Brasil. Aeronáutica e Marinha confirmam que mensagem é FAKE.
Por G1 | Publicada em 19/12/2018 07:02
Circula pela internet um texto que diz que aeronaves russas invadiram o espaço aéreo brasileiro e que o governo americano reagiu com o envio de navios à costa brasileira. As informações são #FAKE.
O texto diz que "a invasão do espaço aéreo brasileiro pelos bombardeiros TU-160 russos emprestados à Venezuela foi uma provocação aos Estados Unidos e ao Brasil". A informação falsa surgiu após a notícia verdadeira de que caças russos aterrissaram na Venezuela para realização de exercícios militares.
Até o senador Telmário Mota (PTB-RR) acreditou na história falsa, de acordo com a revista "Época". Ele tuitou no domingo (16) a respeito de uma suposta invasão do espaço aéreo brasileiro por aeronaves russas. O senador informou à revista que retirou o post de sua página após não receber confirmação da informação de fontes oficiais.
Consultada pelo Fato ou Fake, a Força Aérea Brasileira (FAB) diz que a informação de que o espaço aéreo brasileiro foi invadido é totalmente falsa. A FAB encaminhou um link explicando a atuação da Força Aérea Brasileira quando uma aeronave desconhecida é detectada pelos radares e um link com informações sobre a Operação Ostium, com gráficos e imagens da atuação da FAB na defesa do espaço aéreo.
O texto falso informa que, em resposta a essa invasão pelos aviões russos, "o presidente dos EUA, Donald Trump, enviou para a costa brasileira a 4ª Frota, composta de navios de interceptação e contra-bombardeiros, fazendo com que os aviões russos retornassem imediatamente ao país de origem".
Procurada, a Marinha informa que a mensagem é falsa. "Quanto à visita de qualquer navio de guerra dos EUA ao Brasil, não há, até o momento, tratativas neste sentido."
O texto diz que "a invasão do espaço aéreo brasileiro pelos bombardeiros TU-160 russos emprestados à Venezuela foi uma provocação aos Estados Unidos e ao Brasil". A informação falsa surgiu após a notícia verdadeira de que caças russos aterrissaram na Venezuela para realização de exercícios militares.
Até o senador Telmário Mota (PTB-RR) acreditou na história falsa, de acordo com a revista "Época". Ele tuitou no domingo (16) a respeito de uma suposta invasão do espaço aéreo brasileiro por aeronaves russas. O senador informou à revista que retirou o post de sua página após não receber confirmação da informação de fontes oficiais.
Consultada pelo Fato ou Fake, a Força Aérea Brasileira (FAB) diz que a informação de que o espaço aéreo brasileiro foi invadido é totalmente falsa. A FAB encaminhou um link explicando a atuação da Força Aérea Brasileira quando uma aeronave desconhecida é detectada pelos radares e um link com informações sobre a Operação Ostium, com gráficos e imagens da atuação da FAB na defesa do espaço aéreo.
O texto falso informa que, em resposta a essa invasão pelos aviões russos, "o presidente dos EUA, Donald Trump, enviou para a costa brasileira a 4ª Frota, composta de navios de interceptação e contra-bombardeiros, fazendo com que os aviões russos retornassem imediatamente ao país de origem".
Procurada, a Marinha informa que a mensagem é falsa. "Quanto à visita de qualquer navio de guerra dos EUA ao Brasil, não há, até o momento, tratativas neste sentido."
Comissão da MP que extingue empresa espacial em parceria com Ucrânia vota relatório
Da Redação | Publicada em 18/12/2018 12:50
A Comissão Mista da Medida Provisória N° 858/2018 realizará, na quarta-feira (19), a segunda reunião para votar o relatório sobre o texto, que extingue a empresa binacional de exploração comercial de lançamentos de satélites, Alcântara Cyclone Space (ACS). O deputado Hugo Leal (PSD-RJ) é o relator da MP e o senador Roberto Rocha (PSDB-MA) preside a comissão.
Com sede em Brasília, a empresa nasceu do Tratado sobre a Cooperação de Longo Prazo na Utilização do Veículo de Lançamentos Cyclone-4, assinado em 2003 pelos governos do Brasil e da Ucrânia, com o objetivo de levar satélites dos dois países e de outros potenciais interessados ao espaço.
De acordo com o tratado, homologado pelo Congresso Nacional em 2004, os satélites seriam enviados do Centro de Lançamento de Alcântara, no litoral do Maranhão, gerando custos aos interessados.
A extinção da empresa é decorrente da decisão do governo brasileiro de sair da iniciativa, formalizada em 2015 pelo Decreto 8.494, alegando falta de viabilidade comercial.
Caso aprovado, o parecer será votado nos plenários da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Inventário
De acordo com a MP 858, o patrimônio e as dívidas da empresa binacional situados no país serão inventariados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, que recebeu prazo até 29 de março de 2019, prorrogável, para concluir o processo. A União assumirá as obrigações e os bens da ACS localizados no território nacional. Os situados no exterior poderão ser inventariados pelo governo ucraniano e o resultado será objeto de compensação entre os dois países.
Com sede em Brasília, a empresa nasceu do Tratado sobre a Cooperação de Longo Prazo na Utilização do Veículo de Lançamentos Cyclone-4, assinado em 2003 pelos governos do Brasil e da Ucrânia, com o objetivo de levar satélites dos dois países e de outros potenciais interessados ao espaço.
De acordo com o tratado, homologado pelo Congresso Nacional em 2004, os satélites seriam enviados do Centro de Lançamento de Alcântara, no litoral do Maranhão, gerando custos aos interessados.
A extinção da empresa é decorrente da decisão do governo brasileiro de sair da iniciativa, formalizada em 2015 pelo Decreto 8.494, alegando falta de viabilidade comercial.
Caso aprovado, o parecer será votado nos plenários da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Inventário
De acordo com a MP 858, o patrimônio e as dívidas da empresa binacional situados no país serão inventariados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, que recebeu prazo até 29 de março de 2019, prorrogável, para concluir o processo. A União assumirá as obrigações e os bens da ACS localizados no território nacional. Os situados no exterior poderão ser inventariados pelo governo ucraniano e o resultado será objeto de compensação entre os dois países.
Três sobreviventes de acidente aéreo são resgatados próximos de Tabatinga (AM)
Os militares da FAB resgataram, todos conscientes, o piloto e dois passageiros, um homem e uma mulher, além de um cachorro que os acompanhava na aeronave
Publicada em 18/12/2018 21:59
A Força Aérea Brasileira (FAB) acionou, na manhã desta terça-feira (18), um helicóptero H-60 Black Hawk, do Esquadrão Harpia (7º/8º GAV), para realizar o resgate dos três sobreviventes de um acidente aéreo que aconteceu na noite de segunda-feira (17) próximo à cidade de Tabatinga (AM), na fronteira com o Peru.
Os militares da FAB resgataram, todos conscientes, o piloto e dois passageiros, um homem e uma mulher, além de um cachorro que os acompanhava na aeronave. Não havia espaço para o pouso do helicóptero e as vítimas foram içadas. Eles foram levados para Tabatinga onde duas viaturas do Exército Brasileiro aguardavam para levá-los ao atendimento médico.
Segundo informações do Salvaero Amazônico, a aeronave em que estavam os sobreviventes, de matrícula PTKIL, declarou situação de emergência e caiu em seguida, nas proximidades de uma aldeia indígena. Para realizar o resgate, o helicóptero da FAB decolou às 4h (horário local) desta terça (18) de Manaus (AM) com destino ao local do acidente.
Conforme explica um dos pilotos, Tenente Lucas Santos Bezerra Lopes, a aeronave levou a bordo todos os equipamentos necessários ao resgate, além de uma equipe especializada, para fazer os primeiros socorros antes do transporte. A tripulação é composta por dois pilotos, três tripulantes, três militares de resgate, um médico e um enfermeiro. "Um dos desafios que tivemos nessa missão foi que, pelo horário de decolagem, antes do nascer do sol, foi necessário o uso de óculos de visão noturna", afirma. Foram em torno de seis horas de voo e dois abastecimentos no trajeto da aeronave.
Devido às características da localidade, não houve o pouso da aeronave. Foi preciso içar as vítimas com o guincho do helicóptero. Segundo o médico que acompanhou a missão, Capitão Waldyr Moyses de Oliveira Junior, todas as vítimas estavam conscientes e foram necessárias algumas medidas, como estabilização da coluna, medicação para dor e cuidados iniciais com os ferimentos. "O piloto era o mais velho, em torno de 55 anos, e era o que estava mais ferido. Tinha dor nas costas e formigamentos nas pernas, o que nos levou a suspeitar de lesão na coluna. Por isso, triplicamos nossos cuidados ao manuseá-lo. Mesmo com tempo chuvoso e as dificuldades do local, fomos até lá e realizamos o resgate. Ninguém ficou para trás", disse ele, que é Chefe da Subseção de Saúde Operacional do Hospital de Aeronáutica de Manaus.
Os militares da FAB resgataram, todos conscientes, o piloto e dois passageiros, um homem e uma mulher, além de um cachorro que os acompanhava na aeronave. Não havia espaço para o pouso do helicóptero e as vítimas foram içadas. Eles foram levados para Tabatinga onde duas viaturas do Exército Brasileiro aguardavam para levá-los ao atendimento médico.
Segundo informações do Salvaero Amazônico, a aeronave em que estavam os sobreviventes, de matrícula PTKIL, declarou situação de emergência e caiu em seguida, nas proximidades de uma aldeia indígena. Para realizar o resgate, o helicóptero da FAB decolou às 4h (horário local) desta terça (18) de Manaus (AM) com destino ao local do acidente.
Conforme explica um dos pilotos, Tenente Lucas Santos Bezerra Lopes, a aeronave levou a bordo todos os equipamentos necessários ao resgate, além de uma equipe especializada, para fazer os primeiros socorros antes do transporte. A tripulação é composta por dois pilotos, três tripulantes, três militares de resgate, um médico e um enfermeiro. "Um dos desafios que tivemos nessa missão foi que, pelo horário de decolagem, antes do nascer do sol, foi necessário o uso de óculos de visão noturna", afirma. Foram em torno de seis horas de voo e dois abastecimentos no trajeto da aeronave.
Devido às características da localidade, não houve o pouso da aeronave. Foi preciso içar as vítimas com o guincho do helicóptero. Segundo o médico que acompanhou a missão, Capitão Waldyr Moyses de Oliveira Junior, todas as vítimas estavam conscientes e foram necessárias algumas medidas, como estabilização da coluna, medicação para dor e cuidados iniciais com os ferimentos. "O piloto era o mais velho, em torno de 55 anos, e era o que estava mais ferido. Tinha dor nas costas e formigamentos nas pernas, o que nos levou a suspeitar de lesão na coluna. Por isso, triplicamos nossos cuidados ao manuseá-lo. Mesmo com tempo chuvoso e as dificuldades do local, fomos até lá e realizamos o resgate. Ninguém ficou para trás", disse ele, que é Chefe da Subseção de Saúde Operacional do Hospital de Aeronáutica de Manaus.
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