NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 29/05/2018 / Viasat fornecerá conectividade a jatos da Embraer
Viasat fornecerá conectividade a jatos da Embraer ...
Jatos executivos Legacy 450 e 500 sairão de fábrica com terminal para conexão a banda larga por satélite em banda Ka da Viasat instalado ...
A provedora de internet por satélite Viasat fechou acordo com a Embraer. A fabricante de aeronaves vai instalar a solução de conectividade em banda Ka da Viasat nos jatos executivos Legacy 450 e Legacy 500.
As aeronaves serão equipadas com o Global Aero Terminal 5510 da Viasat, que se conectará aos satélites ViaSat-1 e ViaSat-2. Também estão preparados para se receber sinais da plataforma ViaSat-3, composta por 3 satélites a ser lançados entre 2019 e 2021, sem necessidade de atualização de hardware.
As empresas dizem que cada satélite ViaSat-3 terá capacidade de um terabit por segundo. Isso é mais do que a capacidade total de rede dos aproximadamente 400 satélites de comunicações comerciais no espaço atualmente – combinados.
A parceria Embraer/Viasat é a primeira linha de conectividade de banda larga por satélite de banda Ka para jatos executivos de cabine média. Espera-se que a velocidade inicial oferecida seja de 16 Mbps, aumentando conforme os novos satélites entrem em operação.
A Viasat oferecerá um recurso de streaming de TV ao vivo, que dará aos passageiros a capacidade de assistir TV, conteúdo e entretenimento ao vivo em seus dispositivos móveis.
A Viasat oferecerá um recurso de streaming de TV ao vivo, que dará aos passageiros a capacidade de assistir TV, conteúdo e entretenimento ao vivo em seus dispositivos móveis.
Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.
Reação de militares a protesto causa preocupação na cúpula do governo
Igor Gielow E Lucas Vetorazzo Publicado Em 29/05/2018
O governo Michel Temer (MDB) acompanha com o que um ministro chama de alta preocupação o risco de movimentos de protesto se alastrarem pelo país com complacência ou simpatia por parte de militares.
Ninguém fala em golpe ou intervenção, segundo a reportagem ouviu de oficiais ao longo desta segunda (28). São hipóteses consideradas implausíveis nos estratos superiores do comando.
Mas o temor relatado é o de uma insatisfação difusa, horizontal, entre as tropas responsáveis por manter a ordem quando acionadas para isso.
Assim, o próprio governo considera como mera ameaça a medida anunciada de que motoristas militares poderiam tomar o assento de manifestantes nas estradas.
Além do perigo de confronto, há a possibilidade de soldados se negarem a fazê-lo, o que seria fatal para a já combalida autoridade do governo.
A avaliação é atenuada por alguns oficiais generais mais experientes. Um deles afirmou que o maior problema neste momento é a disseminação de boatos e notícias falsas em grupos de WhatsApp -citou dois vídeos em que supostos oficiais da ativa, na verdade pessoas com uniformes improvisados, garantiam apoio a manifestantes.
Estão sendo monitorados, contudo, atos como os que ocorreram em frente a quartéis em Minas e Rio Grande do Sul no fim de semana, com parentes de manifestantes pedindo intervenção militar.
O instrumento é previsto no artigo 142 da Constituição, para garantia da lei e da ordem, mas o texto é explícito acerca da subordinação ao presidente da República.
A pauta não é consensual mesmo entre manifestantes. "Não é mais o movimento dos caminhoneiros, são grupos que pedem intervenção militar, sendo que quem está negociando conosco é o presidente da República", disse José Fonseca Lopes, presidente da Associação Brasileira de Caminhoneiros.
"Pedir intervenção desmoraliza o bom caminhoneiro", afirmou ele.
Há insatisfação também com o chamado efeito "posto Ipiranga", apelido dado no Ministério da Defesa ao emprego polivalente das Forças Armadas --a referência é, ironicamente dado o contexto do protesto atual, à propaganda da rede distribuidora de combustíveis que sugere solução de problemas diversos em seus postos.
Militares já vinham se queixando da intervenção federal na segurança do Rio.
Os próximos dias serão de grande tensão em Brasília, em especial pela ameaça de greve de petroleiros -que, sem agenda prévia, pegaram carona nos atos nas estradas.
Em 1995, após semanas de duro embate, o governo Fernando Henrique Cardoso conseguiu quebrar a espinha de uma greve ocupando refinarias com tropas.
Mas o momento é outro, com Temer liderando o governo mais impopular desde a redemocratização.
RIO DE JANEIRO
Caminhoneiros que participam de manifestação na tarde desta segunda na rodovia presidente Dutra, na altura de Seropédica (RJ), afirmaram que o protesto agora é pela saída de Temer.
Ele estão parados na beira da estrada desde domingo (20). Segundo cálculo dos integrantes, há cerca de 1.400 caminhões no local. Não há bloqueio na estrada, e o ato é acompanhado por policiais rodoviários federais e militares do Exército.
Eles afirmaram que não pretendem encerrar o protesto mesmo com os anúncios do governo federal.
"Depois de 60 dias o preço vai voltar ao que era há duas semanas, isso se não ficar ainda mais caro. O que queremos agora é fora, Temer. Só vamos sair das estradas quando o governo cair", afirma o motorista Moisés Fernandes dos Santos, 38, 15 dos quais transportando móveis de Ubá (MG) e São Paulo para o Rio.
O grupo se diz autônomo. Santos, apesar de defender a intervenção militar, critica o Exército no local.
"É desnecessário porque não somos bandidos nem estamos fechando a via. Se a gente se recusar a sair o Exército vai fazer o quê? Bater na gente?", questiona.
Novos piquetes foram montados em frente à Reduc, a refinaria em Duque de Caxias, onde há cerca de 70 caminhões. Para o motorista Wendel Ruivo, 38, o movimento não irá arrefecer.
Por que a cúpula das Forças Armadas está preocupada com a greve
Em dia considerado crucial para paralisação, militares lembram que surgiu um problema crítico: a greve de 72 horas dos petroleiros, anunciada para quarta
Por Estadão Conteúdo Publicado Em 28/05 - 12h11
Brasília – Pela segunda vez, em menos de seis meses, os militares estão preocupados com a posição em que foram colocados, diante da população, por conta de uma nova crise, agora provocada pela paralisação dos caminhoneiros, que no domingo, 27, entrou no sétimo dia, provocando um caos em todo o país.
Um integrante do Alto Comando das Forças Armadas disse ao jornal O Estado de S. Paulo, sob a condição de anonimato, que o governo jogou a crise “no colo” deles de novo, como quando foi decretada a intervenção de segurança pública no Rio de Janeiro.
Ele considera que a situação atual poderia ter sido evitada se o governo tivesse agido com antecedência. A grande preocupação das Forças Armadas é parecer que os militares querem um protagonismo, o que, diz ele, não procede. Além disso, fontes consultadas pela reportagem se queixam que em casos como esses é atribuída uma responsabilidade às Forças Armadas para resolver problemas que não estão apenas nas mãos do Exército, Marinha e Aeronáutica, porque dependem de determinação e pedido de auxílio para cada missão, em cada Estado.
A avaliação da cúpula militar, que tem feito pelo menos duas reuniões diárias, por videoconferência entre todos os comandos do País, incluindo as três forças, é que “a situação é muito delicada” e o “quadro se agravou muito nas últimas horas (durante o domingo)”, mesmo com a desobstrução de rodovias em muitos pontos do Brasil.
Um dos oficiais-generais consultados explicou que não adianta liberar estrada, sair do acostamento, se o caminhoneiro continuar parado como está e não fizer a mercadoria circular. A segunda-feira está sendo considerada um dia crucial para se medir a temperatura do que está por vir, mas os militares lembram que surgiu um problema crítico: a greve de 72 horas dos petroleiros, anunciada para a zero hora de quarta-feira.
À disposição
Os militares reiteram, no entanto, que estão à disposição para ajudar, no que for preciso, sempre dentro do respeito aos preceitos constitucionais e agindo seguindo os pedidos do Planalto, e não por iniciativa própria.
O maior incômodo deles é que quando o presidente Temer anunciou que estava convocando as forças federais para ajudar a restabelecer a ordem e retomar o abastecimento do País, ficou parecendo que os militares iam chegar e, como se fosse função deles, resolver o problema da paralisação dos caminhoneiros no fim de semana. “Não é nosso papel”, reclamou outro integrante do alto comando das Forças, lembrando que eles atuam para apoiar outras ações.
Este mesmo militar lembrou que, no caso do Rio, a forma como foi colocada a questão, deu a impressão de que os militares, ao assumirem a segurança pública do Estado, iam resolver o problema da criminalidade em um mês, devolvendo a tranquilidade da população, que foi destruída ao longo de décadas, com contaminação de todos os poderes locais.
Afogadilho
A avaliação é de que, no processo dos caminhoneiros, todas as medidas foram tomadas de afogadilho, atirando para todos os lados e, ao final, se tornando refém da categoria, deixando claro para o País a péssima sensação de que “está dando tudo errado”.
Os militares observam ainda que é muito ruim o governo estar negociando com a faca no pescoço. De acordo com vários integrantes da cúpula consultados, o governo parece “estar perdido” na condução desse processo porque não sabe quem é o interlocutor certo e com quem está negociando.
FAB vai abastecer hospitais com 24 toneladas de medicamentos
Dois cargueiros Hércules C-130 vão decolar do Rio para Montes Claros, onde recolherão 1 mil caixas de remédios; porto de Santos está guarnecido desde domingo por 250 fuzileiros navais
Roberto Godoy, O Estado De S.paulo Publicado Em 28/05 - 16h57
A Força Aérea Brasileira (FAB) vai designar ainda nesta segunda-feira, 28, dois aviões cargueiros do primeiro grupamento do Rio de janeiro (Ala 11) para o abastecimento de hospitais do País.
Nesta segunda-feira, dois cargueiros Hércules C-130 vão decolar da capital fluminense para a cidade de Montes Claros (MG). Lá, vão receber mil caixas de medicamentos e insumos hospitalares, cerca de 24 toneladas de remédios.
Cerca de 16 toneladas seguirão para as cidades de Recife e Caruaru, em Pernambuco, ainda nesta segunda-feira. As oito toneladas restantes serão distribuídas na terça-feira, ainda sem destinação específica.
Marinha. No Estado de São Paulo, o porto de Santos está guarnecido desde domingo por 250 fuzileiros navais que chegaram ao terminal marítimo a bordo do navio Bahia, também deslocado do Rio de Janeiro. Os fuzileiros são apoiados por um esquadrão de blindados Piranha e por um helicóptero empregado em reconhecimento aéreo.
Segundo o Comando da Marinha, a missão do grupo é garantir as operações do porto.
O Bahia é um navio de combate anfíbio comprado pelo governo do Brasil, na França, em 2015. Desloca 11.300 toneladas e mede 168 metros, o equivalente a um campo e meio de futebol.
Pode receber 450 fuzileiros além dos 300 tripulantes, veículos de desembarque, blindados e 3 helicópteros.
Ministério da Saúde aciona FAB, Exército e companhias aéreas para repor estoques de remédios
Medicamentos para pacientes que fizeram transplantes ou fazem tratamento de câncer com estoques para apenas dois dias
Lígia Formenti Publicado Em 28/05 - 20h26
BRASÍLIA - Com dificuldade para escoar remédios para Estados por causa da greve dos caminhoneiros, o Ministério da Saúde solicitou auxílio da Força Aérea Brasileira para transporte de produtos. Parte deles tem estoques suficientes para apenas dois dias.
A pasta pediu ainda escolta das Forças Armadas para transportar por via terrestre os medicamentos entre os Estados e auxílio das companhias aéreas para que os produtos sejam levados em caráter prioritário. Na lista, estão medicamentos para tratamento de câncer, para pacientes transplantados, remédios de alto custo, além de vacinas e drogas usadas na terapia anti-HIV.
O Ministério da Saúde classificou a cesta de produtos comprada de forma centralizada por critério de prioridade. Para casos urgentes, estoques são suficientes para dois dias. Esse é o caso, por exemplo, de alguns imunossupressores (indicados para pacientes que fizeram transplante) e do trastuzumabe, usado no tratamento de câncer de mama. Há ainda produtos cujo abastecimento é considerado grave: com quantitativo suficiente para atender 5 dias de demanda. Há ainda itens considerados em situação de “observação”, com estoques para 10 dias.
As dificuldades também são encontradas no setor varejista. Farmácias e drogarias continuam sem receber medicamentos, afirmou o presidente da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias, Sérgio Mena Barreto. De acordo com ele, transportadoras, com medo de perder a mercadoria, preferem manter carregamentos em seus armazéns. “Os bloqueios liberam apenas medicamentos para hospitais, não para o comércio varejista”, disse.
Para Mena Barreto, se a situação perdurar, haverá desabastecimento importante de remédios ainda esta semana. “A situação é preocupante”, resume. Barreto afirma que, no Paraná, mesmo caminhões com selos da Defesa Civil não conseguem ultrapassar os bloqueios.
Quando a barreira é ultrapassada, o problema é apenas amenizado. Isso porque, entregue a carga, o caminhão vazio não consegue fazer o caminho de volta. “E aí, novas entregas ficam prejudicadas”, afirma Mena Barreto.
Transplantes. Embora considerado como cirurgia de emergência, a realização de transplantes no País sofreu uma redução nos últimos dias, também em virtude da paralisação. “É um efeito cascata. Nessa situação, diminuem as notificações de possíveis doadores e, com isso a captação e, em consequência, as cirurgias”, afirmou o diretor superintendente do Hospital do Rim da Universidade Federal de São Paulo, José Osmar Medina Pestana. Os números mostram o impacto. Mensalmente, são feitos cerca de 80 transplantes no hospital. Este mês, foram 60.
O presidente da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, Paulo Pêgo, tem avaliação semelhante. Sem falar em dificuldades. Neste sábado, um transplante de pulmão somente pode ser realizado graças a escolta feita pela Polícia Militar de São Paulo.
Empresários pedem e 300 militares já dirigem caminhões privados
Coluna Do Estadão Publicado Em 29/05 - 05h30
Empresários já solicitaram às Forças Armadas 300 militares para dirigir caminhões que estão parados por causa da greve de seus motoristas, iniciada há nove dias. Há 1.500 militares de prontidão para atender à demanda. O governo também autorizou os militares a transportar caminhões de autônomos, seja atendendo quem se sentir acuado a aderir à greve ou por requisição de bem. Não houve aplicação, até o momento, do decreto que autoriza a requisição de veículos particulares necessários ao transporte rodoviário de cargas essenciais.
Só empresas. Por enquanto, os militares só estão dirigindo caminhões de transportadoras. As Forças Armadas ainda não receberam requisição feita por motoristas autônomos.
Apaga a luz. A maior preocupação do governo ontem era com a greve dos petroleiros. Oficialmente, o Planalto diz que esse é um problema para a Petrobrás resolver, mas nos bastidores acompanha com atenção. Teme que a paralisação marcada para quarta contamine outros setores.
Às favas. Embora alertado pela área técnica de que medidas anunciadas para atender os caminhoneiros podem ser contestadas na Justiça, o governo cedeu ao argumento de que é melhor a batata quente no colo do Supremo do que no seu.
Quem paga? A mais polêmica das MPs é a que isenta caminhoneiros da cobrança do eixo suspenso de pedágio. Não há dúvidas no Planalto de que as concessionárias de rodovias vão questionar judicialmente o prejuízo causado a elas pela nova lei nacional.
Toma lá… Para evitar que as concessionárias compensem o prejuízo com aumento no pedágio cobrado dos demais motoristas, o governo pode prorrogar o prazo das concessões ou isentá-las de fazer investimentos obrigatórios nas vias.
Caindo. O governo identificou uma redução no apoio à greve dos caminhoneiros nas redes sociais. Na sexta, 53,5% dos posts eram favoráveis ao movimento. Ontem, caiu para 34,5%.
Reataram. “A paz está estabelecida”, comemorou o ministro Carlos Marun (articulação política) citando o presidente Temer, Rodrigo Maia e Eunício Oliveira. Os três passaram a semana passada um falando mal do outro.
Liberado. Ao contrário dos ministros do STF e do TSE, os integrantes do Superior Tribunal de Justiça (STJ) não se reunirão para sessões de trabalho nesta semana, já reduzida com o feriado de Corpus Christi.
Ah tá. Uma resolução do próprio STJ prevê sessões nas primeiras quatro semanas de cada mês. Esta semana, de 28 de maio a 1.º de junho, é a quinta do mês de maio. De acordo com a assessoria do STJ, as atividades dos ministros “serão desenvolvidas nos gabinetes ou nas comissões”.
CLICK. Na tarde de ontem, alguns McDonald’s em Brasília não tinham nenhum dos seus sanduíches para venda devido ao desabastecimento provocado pela greve.
Ato secreto. A presidente do Supremo, Cármen Lúcia, recebeu ontem no fim do dia a procuradora-geral, Raquel Dodge, no gabinete. O encontro não foi registrado na agenda delas. Foi marcado de última hora, dizem.
Trem da alegria. O Senado aprovou ontem MP relatada pelo senador Romero Jucá (MDB-RR) que efetiva como servidor federal quem teve vínculo com os ex-territórios de Rondônia, Roraima e Amapá até 1993. O custo é de R$ 3 bilhões.
PRONTO, FALEI!
“Não tem almoço de graça. Quem vai pagar a conta das isenções aos caminhoneiros é a população brasileira”, DO VÍCE-LÍDER DO GOVERNO NA CÂMARA, BETO MANSUR (MDB-SP), sobre as reduções no óleo diesel para a categoria.
COM NAIRA TRINDADE. COLABORARAM TÂNIA MONTEIRO E RAFAEL MORAES MOURA
Defesa nacional e garantia da lei e da ordem
Se Estados preparassem suas polícias, ação dos militares na segurança não seria necessária
Mario Cesar Flores Publicado Em 29/05 - 03h00
Ninguém questiona o emprego das Forças Armadas no controle das fronteiras, do mar costeiro e do espaço aéreo, atividade que no Brasil tem de ser, parcial ou totalmente, da alçada militar. Tampouco na segurança de áreas críticas, em eventos do tipo Olimpíada e na solução de problema operacional além da capacidade da polícia. À margem do adjetivo “armadas”, também na defesa civil em catástrofes. O que este artigo comenta é o uso das Forças Armadas na garantia da lei e da ordem, na segurança pública – no controle da ordem em favelas do Rio de Janeiro por meses, na inspeção de viaturas em estradas, e por aí vai –, atividades rotineiras tipicamente da alçada policial.
O emprego frequente das Forças Armadas na garantia da lei e da ordem, embora constitucional, é um desvio da função militar básica. Tende a estimular a ideia de que em país como o Brasil, pacifista e não pressionado por problemas de defesa nacional – sem envolvimento protagônico em guerra há 150 anos (Guerra do Paraguai) –, é exatamente esse desvio de função o papel de destaque hoje no rol das atribuições das Forças. Esse tropeço cultural e o sufoco fiscal que cerceia o cumprimento dos encargos da União sugerem naturalmente as perguntas: se não temos ameaça clássica, efetiva ou ao menos verossímil, que possa exigir o emprego das Forças Armadas, por que empenhar recursos escassos em submarinos, aviões e carros de combato modernos, na defesa antiaérea...? Se o nosso problema é a criminalidade, a violência e a desordem epidêmicas, por que não direcioná-los para o preparo coerente com ele, de custo muito menor, até mesmo apoiando os Estados, em crise fiscal tão ou mais grave do que a federal, no preparo e modernização de suas polícias?
Compreensível no povo, o desvario também acontece em setores bem informados e da mídia, por convicção equivocada, mas sincera, ou porque ainda vivem o rescaldo do período autoritário – um contrassenso, já que os militares dedicados à a defesa nacional foram menos envolvidos na heterodoxia daquele período. No mundo político, as opiniões se estendem dos que veem a atuação militar na garantia da lei e da ordem como aviltamento da Federação aos que veem com simpatia a assunção de responsabilidade estadual pelo governo federal.
Não se pode menoscabar a garantia da lei e da ordem, mas enfatizá-la acima da defesa nacional é desafiar irresponsavelmente o futuro: a dinâmica da História não assegura perpetuidade à segurança sentida hoje, muito menos num mundo integrado e de interdependência crescente, com suas atribulações e conflitos de toda ordem; e Forças Armadas modernas não se constroem de um dia para o outro, seu preparo é caro, convindo estendê-lo criteriosamente no tempo. Já se foi a época em que se organizava rapidamente um Exército via mobilização e treinamento dos recrutas para o uso de armas e táticas simples.
Não há como fugir dessa realidade: nossa condução política, aquém dos desafios brasileiros (razão maior do déficit social), e nosso paradigma cultural propenso à tolerância trouxeram o Brasil ao cenário de insegurança pública dramático, que exige atuação militar-policial expressiva e frequente na garantia da lei e da ordem. Essa atuação constitucional é heterodoxa sob a perspectiva da finalidade básica clássica das Forças Armadas e seria desnecessária se os governos estaduais tivessem preparado corretamente seus sistemas policiais – preparo material e humano, profissional e ético. A necessidade da cirurgia federal, paliativo transitório, vai continuar se repetindo enquanto persistir a fragilidade do quadro estadual.
Sem a concomitante redução de nosso dramático déficit social, o sucesso das interveniências milibares na garantia da lei e da ordem tende a ficar (tem ficado) abaixo do propalado pelo otimismo publicitário. Consequência natural: corremos o risco de queda na já cética simpatia do povo pela presença militar no seu cotidiano e de comprometimento da credibilidade das Forças Armadas – risco tanto maior quanto maior for a dimensão da intervenção. Pior ainda se em conflitos entre delinquentes e forças federais “balas perdidas” vierem a matar inocentes: elas serão imediatamente atribuídas aos militares-policiais, como vêm comumente sendo aos policiais-miltares. Esse risco existe hoje no Rio de Janeiro, onde a insegurança pública chegou ao nível apocalíptico e a intervenção vem sendo enaltecida como redentora. Ela trará com certeza algum alívio, mas será um alívio parcial e provavelmente transitório, que só terá continuidade se o Estado exercer com competência sua responsabilidade – e os municípios, no tocante às suas, basicamente sociais.
Enfim e resumindo: no Brasil de propensão cultural pacifista e hoje tumultuado por graves problemas internos de criminalidade, violência e desordem, aumenta no povo a indiferença (já grande) pela defesa nacional e a ideia da desimportância das Forças Armadas, ao menos para essa finalidade. Bastar-nos-ia uma Marinha, um Exército e uma Aeronáutica com as feições de uma guarda costeira, uma guarda nacional (ou força nacional de segurança) e uma guarda nacional aérea, preparadas para as atribuições inerentes a essas instituições e para apoiar os sistemas policiais na segurança pública!
Essa cultura de indiferença pela defesa fragiliza o País no futuro incerto, na sua inserção na ordem internacional. Convém conter a presença militar na garantia da lei e da ordem nos limites da imprescindibilidade temporária. E para que a imprescindibilidade temporária não continue frequente é preciso – além de medidas sociais, fora do foco deste artigo – que os Estados preparem seus sistemas policiais em coerência com a realidade.
Federação é o modelo adequado ao Brasil, grande, complexo e heterogêneo, desde que praticada com competência e responsabilidade.
Medicamentos começam a chegar a hospitais, mas em pouca quantidade
Hospital da Unicamp cancelou transplante de fígado por falta de bolsas de sangue. No DF, todos os postos de saúde estão fechados.
Publicado Em 28/05/2018 - 21h00
Apesar de alguns caminhões com medicamentos passarem pelos bloqueios, o que chega aos hospitais não é suficiente.
O Hospital das Clínicas da Unicamp cancelou, nesta segunda-feira (28), um transplante de fígado por falta de bolsas de sangue. Os doadores não estão conseguindo chegar ao hospital em Campinas.
Já no Tocantins, são os pacientes que estão parados no caminho. A avó saiu do Pará e está tentando ir até Palmas para socorrer a netinha: “Nós estamos sem combustível, nós estamos no meio da estrada e estamos pedindo socorro”.
A dona de casa Eliane Francisco está esperando desde março por uma cirurgia para a retirada de dois miomas. Achou que seria nesta segunda. Mas o hospital Gaffrée Guinle, no Rio, mandou a paciente de volta para casa. “Frustrada, né? Porque eu sinto muitas dores, eu estou dormindo praticamente sentada. Achei que eu ia poder resolver”, lamenta.
Na capital do país, todos os postos de saúde estão fechados. Alguns hospitais de Brasília também cancelaram consultas e atendimentos.
Em João Pessoa, um hospital público cortou a alimentação de funcionários e dos acompanhantes para não faltar comida para os pacientes.
Por todo o país, medidas de emergência estão sendo tomadas para abastecer os hospitais.
Dois aviões da Força Aérea Brasileira levaram, nesta segunda, 16 toneladas de remédio de Montes Claros para Recife, na chamada Operação São Cristóvão.
A crise chegou aos hospitais particulares. A associação nacional da categoria diz que a situação é crítica em muitas cidades.
“Nós estamos recebendo uma quantidade pequena de insumos e materiais. Então vai depender muito da colaboração dessa greve de deixar, permitir, o acesso de materiais para os hospitais para a gente poder funcionar adequadamente”, diz o presidente da associação, Eduardo Amaro.
No Hemorio, o maior serviço de coleta de sangue do Rio de Janeiro, não faltam materiais. Agulhas, bolsas, tubos e luvas estão garantidos no estoque. Mas falta o principal, o doador, que não está conseguindo chegar por falta de transporte. No ritmo atual, o estoque só dura por mais cinco dias.
“Ontem eu estava na estrada de moto, na estrada, sem gasolina, e dependi de doação de gasolina. Hoje eu estou pagando, doando sangue", disse um doador que estava no local, o fotógrafo Rogério Borges.
Uma clínica de hemodiálise no Rio chegou a receber material, que já está acabando de novo. Os caminhões até passaram pelos bloqueios, mas a fábrica interrompeu a produção.
“Hoje a fábrica fechou justamente por falta de matéria-prima, por falta de funcionário, por falta de alimento para os funcionários”, diz a médica Ana Beatriz Barra.
Seu José depende desse tratamento há 11 anos. Nunca imaginou que a máquina que lhe dá forças também corresse o risco de fraquejar: “Estou preocupado, estou extremamente preocupado. Porque se ela não funcionar... Se meu anjo da guarda bater asas, eu me vou. Então, estou apreensivo”.
As fake news sobre a greve dos caminhoneiros
Da Redação Publicado Em 28/05 - 17h44
A greve de caminhoneiros, que nesta segunda-feira (28) entra em seu oitavo dia, parece estar deixando o campo da economia e adentrando a esfera política, com diversos grupos se aproveitando para difundir fake news pelas redes sociais e pelo WhatsApp.
Veja algumas das informações falsas que estão sendo compartilhadas:
O corte da energia elétrica
Neste fim de semana, circulavam vídeos com informações de que o governo cortaria energia elétrica de todo o País se a greve não chegasse ao fim.
Bloqueio do WhatsApp
Também eram compartilhadas mensagens sobre uma suposta atualização do aplicativo, que ‘bloquearia imediatamente’ seu uso, dificultando a comunicação entre os caminhoneiros em greve.
‘Quebra-pau’ na Câmara e estado de sítio
Outra mensagem falava de uma confusão na Câmara dos Deputados, com direito a deputados saindo no braço.
O presidente Michel Temer teria, ainda, decretado estado de sítio, mas a TV não estaria cobrindo o assunto propositalmente.
A renúncia de Temer
Outra informação falsa muito compartilhada foi a de que o presidente estaria prestes a renunciar ao cargo. O site Aos Fatos, que checa publicações enganosas nas redes sociais, entrou em contato com a Secretaria de Imprensa da Presidência da República, que desmentiu o boato: “a informação é absurda, carece de qualquer fundamento”.
Intervenção Militar
Entre grupos de Whatsapp, também circulam correntes alertando sobre a iminência de uma suposta tomada do poder pelas Forças Armadas e tiram de contexto ou inventam falas de autoridades como o próprio comandante do Exército, o General Eduardo Villas Boas.
Outras dão “dados detalhados” sobre operações especiais do Exército para tomar o poder, sem citar fontes, e também afirmam erroneamente que a Constituição Federal prevê “prazo de 7 dias e 6 horas de paralisação para que o Exército assuma o poder”.
Segundo informações do Estadão, a grande preocupação das Forças Armadas com o compartilhamento desses boatos é parecer que os militares, de fato, querem um protagonismo.
Presença de militares nas eleições de 2018 tende ser a maior em 12 anos
Luis Filipe Gunther Publicado Em 28/05 - 18h53
O discurso nacionalista tem tomado conta dos debates políticos nas eleições de 2018. Faltando pouco menos de cinco meses para a população ir às urnas e definir seus representantes pelos próximos quatro anos, uma onda de militares está se organizando para concorrer a cargos eletivos neste ano.
Levantamentos iniciais apontavam 71 pré-candidatos ligados ao Exército, Marinha e Aeronáutica em todo o país, o maior número de candidatos em uma eleição geral pelo menos desde 2006. Mas para Carmen Flores, presidente do diretório estadual do Partido Social Liberal (PSL), principal partido a estimular as pré-candidaturas, militares também deverão disputar cargos por outros 13 partidos parceiros - PSDB, PSC, PR, PEN, PRP, PRTB, Novo, Patriotas, DEM, PHS, PROS, PTB e PSD - , nas convenções. Em sua estimativa, o número de candidatos pode passar de 200.
No Rio Grande do Sul, pelo menos cinco pré-candidatos disputarão uma cadeira na Assembleia Legislativa. Um deles é o tenente-coronel Luciano Zucco. O militar se apresenta como "o candidato do Bolsonaro no Sul" e acredita que esta maior presença da categoria nas eleições gerais é causada pela "vontade de ver mudanças sociais, baseadas nos nossos princípios e virtudes, e porque depois de tanto tempo, de forma democrática, queremos ter voz novamente".
Zucco observa que os candidatos não estão todos na ativa. "Aproximadamente 90% estão na reserva do exército e demais forças", afirmou. O que realmente pesou no lançamentos destas pré-candidaturas, na visão do tenente-coronel, foi o apoio dos militares de expressão, como o general Mourão e o general Augusto Heleno.
Com a crise política e a crise socioeconômica, diversas teorias de uma possível intervenção dos militares foram levantadas. Sobre esse tema, Zucco respondeu que "não temos mais espaço e nem tem mais esta tensão", afirmando acreditar na mudança pela via democrática.
Com a expectativa de poucas verbas para financiar a campanha de seus candidatos, o tenente-coronel afirmou que buscará recursos através de "uma vaquinha online, além de investir valor próprio na minha campanha".
O que um militar da ativa precisa para ser elegível
Além da Constituição Federal, os militares também são regrados pelo Estatuto Militar. O promotor Rodrigo Zílio, coordenador do Gabinete de Assessoramento Eleitoral do Ministério Público Eleitoral, explicou que militares estão sujeitos a regras diferentes para disputar eleições. Um exemplo é a proibição do uso das funções hierárquicas e do uso do uniforme em campanha, porque "a pessoa não pode valer da sua posição pública, trata-se de um crime constitucional", afirma.
Quesitos para militares disputarem a eleição
Desincompatibilizar da sua patente seis meses antes de concorrer a cargo eleitoral (caso tenha menos de 10 anos de carreira militar)
Agregar (se afastar temporariamente da patente) antes da convenção partidária (somente para militares com mais de 10 anos de carreira)
Renunciar a hierarquia militar, ou seja, não pode utilizar seu cargo como manobra política para se eleger
É estritamente proibida a utilização de uniforme em pré-campanha, assim como durante a campanha eleitoral
Militar da ativa não precisa estar filiado a partido, basta estar desligado ou agregado na convenção partidária.
Agregar (se afastar temporariamente da patente) antes da convenção partidária (somente para militares com mais de 10 anos de carreira)
Renunciar a hierarquia militar, ou seja, não pode utilizar seu cargo como manobra política para se eleger
É estritamente proibida a utilização de uniforme em pré-campanha, assim como durante a campanha eleitoral
Militar da ativa não precisa estar filiado a partido, basta estar desligado ou agregado na convenção partidária.
Fonte: Cap. IV - Art. 14; Estatuto Militar; Resolução TSE, Art. 14 (inciso 5º).
Dezesseis toneladas de medicamentos são transportadas de Montes Claros para Recife
Carregamento foi feito em duas aeronaves da FAB; missão acontece em apoio ao Ministério da Saúde.
Por G1 Grande Minas Publicado Em 28/05 - 21h41
Duas aeronaves da Força Aérea Brasileira pousaram no início da noite desta segunda-feira (28) em Montes Claros (MG), para transportar 16 toneladas de medicamentos para Recife (PE); as aeronaves C-130 Hércules decolaram do Galeão (RJ). Militares do exército fizeram o carregamento dos medicamentos, que chegaram em um caminhão. A ação durou cerca de uma hora.
Segundo a Força Aérea, a missão acontece em apoio ao Ministério da Saúde, com objetivo de minimizar os efeitos do desabastecimento provocado pelas manifestações em todo o país.
O Ministério da Saúde afirma que a missão visa a “dar continuidade aos atendimentos de urgência e emergência, hospitais, transporte sanitário, rede de hemoderivados e insumos, rede assistencial, entre outros, durante paralisação dos caminhoneiros”.
Ainda segundo o Ministério da Saúde, todos os estados estão sendo acompanhados e as demandas, mapeadas para atendimento das necessidades com o apoio das forças federais, estaduais e municipais.
Intervenção no Rio: onze índices de criminalidade sobem em 100 dias
Gabinete ainda não usou verba federal de R$ 1,2 bilhão devido a burocracia
Da Redação Publicado Em 28/05 - 05h00
Os 100 primeiros dias de atuação do Gabinete de Intervenção Federal (GIF), no Rio de Janeiro ainda não conseguiram pacificar o estado. Pelo menos 11 índices de criminalidade cresceram entre fevereiro e abril deste ano, em comparação ao mesmo período do ano passado. As informações foram divulgadas pelo G1.
O GIF também não conseguiu ainda utilizar a verba de R$ 1,2 bilhão destinada pelo governo federal para a segurança pública no estado, anunciada desde março. Isso porque, de acordo com a reportagem do G1, a burocracia obrigou o gabinete a criar uma secretaria administrativa para a intervenção poder gerenciar a verba e os trâmites ainda não permitiram acesso aos recursos.
Para trabalhar, o interventor, general Walter Braga Netto, contou com doações de armas e munições feita por empresários e com a estrutura das Forças Armadas para treinar policiais e recuperar viaturas da Polícia Militar carioca.
Os homicídios dolosos subiram de 362 em 2017 para 395, este ano; enquanto o número de pessoas desaparecidas teve aumento de 947 para 1.131 casos. Os roubos a mão armada no estado subiram de 16.912 para 22.535 e os sequestros relâmpago contabilizados este ano somaram 25 casos, enquanto no trimestre analisado, em 2017, foram 16.
Entre os tipos de crime que sofreram aumento há ainda os roubos de veículos, de telefones celulares, no interior do transporte coletivo e o roubo de cargas, que vem sendo motivo para diversas operações das forças de segurança em favelas cariocas.
"A direção está certa e nossa avaliação é boa sobre a intervenção. Não cabe pedir paciência às pessoas, mas pedimos compreensão e confiança. Os índices estão baixando. A expectativa é que teremos uma redução significativa nos próximos dois, três meses", declarou ao G1 o coronel Roberto Itamar, porta-voz do Gabinete de Intervenção.
O presidente Michel Temer anunciou a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro no dia 16 de fevereiro deste ano, após a aprovação da medida pela Câmara de Deputados e pelo Senado Federal.A estrutura do Gabinete da Intervenção é formada por militares do Exército, Marinha e Aeronáutica, além de civis.
Operação integrada garante transporte de insumos básicos no País
Medicamentos e combustível em aeroportos são escoltados por forças federais. Força-tarefa envolve 21 órgãos do Governo do Brasil
Governo Do Brasil Publicado Em 28/05 - 20h05
Ação integrada das Forças Armadas com os ministérios e agências reguladoras têm contribuído para a retomada do abastecimento no País, afirmou o ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna, nesta segunda-feira (28). "Com a missão de Garantia e da Lei e da Ordem, vamos garantir o abastecimento essencial para a economia e para a população", disse o general, em entrevista coletiva para apresentar o balanço da operação.
O chefe do Estado Maior das Forças Armadas do Ministério da Defesa, almirante Ademir Sobrinho, reforçou o empenho do Governo do Brasil em desobstruir vias, preservar a ordem pública e estabelecer o fluxo de abastecimento de alimentos e itens prioritários, como insumos de saúde. De acordo com o almirante, o planejamento, que envolve 21 órgãos, já restabeleceu a entrega de combustível em 15 aeroportos e duas termelétricas. "O fluxo de medicamentos está em andamento, assim como a continuidade do abastecimento de aeroportos e a garantia de que mantimentos e rações de animais cheguem à população", afirmou.
PRF vai prender caminhoneiro que impedir fim da greve
Instituição tem policiais de inteligência infiltrados entre os caminhoneiros para descobrir "falsos líderes" que tentam manter a paralisação
Da Redação Publicado Em 28/05 - 23h32
Em um novo balanço sobre a greve dos caminhoneiros, o Ministério da Defesa e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) anunciaram no fim da tarde desta segunda-feira, 28, que não existem mais bloqueios totais ou parciais nas rodovias do país. De acordo com o levantamento da PRF, ainda há 494 pontos de aglomeração de motoristas, mas todos estão parados nos acostamentos ou nos pátios de postos de gasolina.
Policiais da inteligência da PRF estão infiltrados no movimento para tentar identificar e prender líderes que insistem para que os caminhoneiros permaneçam parados, afirmou o diretor-geral da instituição, Renato Antonio Borges.
Segundo Borges, agentes da PRF perceberam que em alguns pontos de aglomeração os caminhoneiros estão sendo coagidos por falsas lideranças a manter a greve. “Se flagrarmos um desses falsos líderes, faremos a prisão em flagrante da pessoa”, garantiu. O diretor disse, ainda, que, caso haja resistência de um desses “falsos líderes”, os militares, que acompanham as operações de liberação de vias, “garantirão a lei e a ordem”. “Estamos prontos e preparados para garantir a segurança de todo motorista que desejar seguir viagem.”
O principal gargalo a ser vencido após oito dias de greve continua sendo o desabastecimento de combustíveis, aponta o governo. Durante a apresentação do balanço, o chefe do Estado Maior conjunto das Forças Armadas, Ademir Sobrinho, afirmou que foi criado um corredor logístico entre Belo Horizonte e Brasília para que seja possível transportar caminhões-tanque até o Aeroporto Juscelino Kubitschek, localizado na capital federal.
Sobrinho disse também que, a partir desta terça-feira, 29, serão abertos outros corredores para normalizar o fluxo contínuo de insumos básicos em todo o país, como rações para animais nas granjas instaladas nas regiões Centro-Oeste e Sul, produtos químicos para realizar o tratamento de água e produtos para a realização de sessões de hemodiálise e outros serviços hospitalares.
“Junto com as forças públicas de segurança estaduais e a PRF, estamos conseguindo prover óleo diesel para as capitais. A logística é dispersa: às vezes temos caminhão, mas sem combustível”, afirmou Sobrinho.
Constituição não prevê intervenção militar após 7 dias e 6 horas de greve
Áudio compartilhado no WhatsApp diz que o artigo 1º da Constituição prevê intervenção em casos como a greve de caminhoneiros. Tudo mentira
Por João Pedroso De Campos Publicado Em 28/05 - 18h47
A greve dos caminhoneiros, que entrou no oitavo dia nesta segunda-feira, 28, e o desgaste político que a paralisação da categoria causou ao governo do presidente Michel Temer (MDB) alvoroçaram os saudosistas da ditadura militar e os entusiastas de uma “intervenção militar constitucional”. Não são poucos os boatos que têm circulado no WhatsApp e nas redes sociais nos últimos dias afirmando que os militares estão prestes a tomar o poder.
Uma dessas lorotas, compartilhada no aplicativo de mensagens por meio de um áudio, era exata: a intervenção militar teria se dado à meia-noite desta segunda-feira. O emissor da mensagem, que fala como um dos caminhoneiros em greve, diz que esse era o prazo de “sete dias e seis horas”, previsto pela Constituição para que os militares “retirassem à força” o governo.
Veja abaixo a transcrição do áudio:
“Pedro, é o seguinte, na Constituição, no artigo primeiro, fala que são sete dias e seis horas para o Exército poder tomar conta de tudo, tomar a frente, chegar lá com todo seu comboio dos tanques militares, caminhões, soldados, chegar lá na frente do plenário em Brasília e retirar à força o governo. Hoje está no sexto dia. Vai dar sete dias e seis horas na segunda-feira à meia-noite. As tropas já estão mobilizando as carretas, os tanques já estão passando. Passou aqui ontem três carretas e seis tocos com os homens dentro deles. Os próprios rodoviários avisou (sic) a gente que o governo já caiu, é só questão de a gente segurar. A gente não pode afrouxar agora. O presidente e a mídia, a mídia comprada, toda essa mídia comprada, eles estão falando que o Rodoanel liberou, não, nada liberou. Eles estão reorganizando a rodovia, porque no estado de São Paulo existe um mandato, um assinado judicial que não pode ficar nenhum veículo parado na faixa de rolamento e acostamento, então eles estão organizando os caminhões. O Exército está em Brasília organizando os caminhões. Tem que aguentar até segunda-feira meia-noite, que é o dia da intervenção militar. Não tem mais boca, o governo perdeu, já era, acabou, só que a gente tem que segurar. É o artigo primeiro da Constituição brasileira, sete dias e seis horas”.
Como todos sabem, a intervenção militar alardeada pela mensagem apocalíptica não aconteceu à meia-noite desta segunda-feira. Comboios das Forças Armadas não estão cercando o “plenário” e o governo do presidente Michel Temer, embora enfraquecido politicamente, não acabou.
Isto posto, cabe ressaltar que nem o artigo 1º da Constituição Federal nem qualquer outro artigo preveem que os militares possam tomar o poder após sete dias e seis horas de greve de alguma categoria. É risível imaginar essa norma escrita na Carta Magna de qualquer país democrático. O primeiro artigo da Constituição promulgada em 1988 diz o seguinte:
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I – a soberania;
II – a cidadania;
III – a dignidade da pessoa humana;
IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V – o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
O artigo 142 da Constituição de 1988, amplamente evocado pelos intervencionistas como base para a tal “intervenção constitucional”, também é claro sobre quem manda nas Forças Armadas:
“As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem”.
O trecho acima quer dizer que uma iniciativa do Exército, da Marinha ou da Aeronáutica para garantir a lei e a ordem só pode ocorrer a partir de iniciativa dos “poderes constitucionais”, isto é, Executivo, Legislativo e Judiciário. Quando há problemas na segurança pública, por exemplo, o presidente pode acionar os militares por meio de decretos de Garantia da Lei e da Ordem, as populares GLOs, utilizadas recentemente em crises no Espírito Santo e no Rio de Janeiro. Outra medida possível, como vemos atualmente no Rio, é a intervenção federal — e não “intervenção militar”, embora conduzida por um interventor militar — na segurança pública. Neste caso, a intervenção teve de ser aprovada também pelo Congresso Nacional e impede que os parlamentares aprovem qualquer Proposta de Emenda à Constituição (PEC) durante sua vigência.
Qualquer ação militar em nome da lei e da ordem tomada fora desses parâmetros é, portanto, inconstitucional. Costuma-se chamar de “golpe” qualquer ação das Forças Armadas contra os “poderes constitucionais”, especialmente o Executivo e presidentes democraticamente eleitos.
Como o Me Engana que Eu Posto frequentemente alerta ao leitor, “denúncias” e notícias bombásticas propagadas exclusivamente no WhatsApp, ao largo da imprensa profissional, como é o caso, devem ser vistas com alto grau de desconfiança. Revistas, jornais, rádios e emissoras de TV com jornalistas profissionais têm coberto ostensivamente a greve dos caminhoneiros e são os meios mais indicados para obter informação em meio a tanta desinformação e fake news.
Telebras e Viasat terão que pagar multa de R$ 5,1 milhões à Via Direta
Prazo de 48h para entregar contrato Negociação de satélite está travada. Telebras solicita sigilo de justiça
Marlla Sabino Publicado Em 28/05 - 18h55
A Justiça Federal do Amazonas determinou que a Telebras e a Viasat paguem multa de R$ 5,1 milhões à Via Direta em até 10 dias (íntegra).
A juíza Jaiza Maria Fraxe, da 1ª Vara Cível da Justiça Federal no Amazonas, alega que as empresas descumpriram a ordem de apresentar a íntegra, sem tarjas, do contrato que envolve a exploração comercial do satélite SGDC.
A estatal brasileira chegou a enviar uma cópia do documento para a Justiça, no entanto, tarjou todas as informações sobre o plano de negócio das empresas, modelo da venda e valores. O documento foi recusado pela Justiça do Amazonas.
A juíza estipulou prazo de 48 horas para a empresa apresentar uma cópia do contrato à Justiça. Na decisão, a magistrada afirmou que, caso o prazo não seja cumprido, será feita busca e apreensão do documento pela PF (Polícia Federal).
A diretora jurídica da Telebras, Isabel Santos, afirmou que a empresa ainda não foi notificada sobre as determinações. Ela disse ao Poder360 que, em nenhum momento, a estatal de telecomunicações se recusou a cumprir os prazos e determinações da Justiça.
“A Telebras não se opõe de forma nenhum a ordem judicial. Solicitamos que fosse adotado 1 procedimento para resguardar o sigilo do documento. Vários documentos vazaram”, disse.
Isabel afirmou que a estatal solicitou a entrega física do documento, em pasta reservada, à Justiça. Segundo ela, a empresa está aberta à inspeção judicial do Poder Judiciário e do Ministério Público.
Segundo a diretora jurídica, não há intenção de esconder o contrato. Ela explicou que, em fevereiro, quando as empresa fecharam a negociação, foi enviada uma cópia do contrato ao TCU (Tribunal de Contas da União).
“A Telebras é uma empresa estatal que atua em pé de igualdade à iniciativa privada nesse setor. Não queremos que nossos concorrentes possam ter acesso às cláusulas com informações comerciais. Uma vez que o contrato for aberto, não tem reversão”, afirmou.
Para a juíza, no entanto, não basta o contrato ter passado pelo crivo do TCU. “O fato não retira das requeridas o dever de cumprir as determinações da Justiça Federal de apresentar o documento sem tarjas ou qualquer artifício que possa dificultar (pelas partes, MPF e Juízo) a compreensão do seu teor”.
A ação foi movida pela empresa amazonense Via Direta, que alega que estava negociando com a empresa para usar 15% da capacidade do satélite.
Ao Poder360, o presidente da Telebras, Jarbas Valente, afirmou que a empresa chegou a demonstrar interesse, mas não houve negociações.
Contrato suspenso
Contrato suspenso
A juíza questionou a Telebras por manter o satélite em funcionamento, gerando internet na fronteira do estado de Roraima, mesmo após a suspensão do contrato, em março.
“A própria Telebras informa em sua contestação que as operações foram iniciadas na Escola Municipal Casimiro de Abreu e na Escola Indígena Tuxaua Silvestre Messias, na data de 30.03.18, e não foram interrompidas, confirmando sua indiferença em face das determinações judiciais”, escreveu.
A diretora jurídica explicou que as instalações foram feitas antes da Telebras ser notificada da decisão de suspensão do contrato. Segundo ela, desde que a empresa teve ciência, nenhuma instalação ou manutenção no sistema foram feitas.
Metalúrgicos de São José atrasam produção em apoio a caminhoneiros e em defesa de Greve Geral
Redação Portalr3 Publicado Em 28/05/2018
A greve nacional dos caminhoneiros recebeu o apoio dos metalúrgicos de São José dos Campos, nesta segunda-feira (28). Em diversas fábricas, os trabalhadores realizaram assembleias em solidariedade à categoria e defenderam a convocação de uma Greve Geral.
O Sindicato dos Metalúrgicos é filiado à CSP-Conlutas, que já aprovou resolução chamando todas as centrais sindicais para uma luta unificada contra o governo Temer e em defesa dos caminhoneiros.
Neste dia de mobilizações, houve atrasos em quatro metalúrgicas de São José dos Campos, inclusive na Embraer. Na Embraer, houve assembleias no primeiro turno, com os funcionários da produção, e turno administrativo. Em ambas, os trabalhadores aprovaram apoio à luta dos caminhoneiros.
Também houve assembleias na JC Hitachi, Friuli e Prolind, com atraso na entrada dos trabalhadores. Na Hitachi, os trabalhadores pararam uma hora. Na Prolind, o atraso chegou a duas horas.
“A greve dos caminhoneiros mostra que esta é a hora de os trabalhadores unificarem suas lutas e partir para uma Greve Geral. Durante todo o seu governo, o presidente Temer agiu contra a classe trabalhadora e em favor dos empresários. É preciso derrubar este governo imediatamente e colocar um fim nas reformas comandadas por ele”, afirma o presidente do Sindicato, Weller Gonçalves.
Demissões na Embraer
Além do apoio aos caminhoneiros, os trabalhadores da Embraer também reivindicaram o fim das demissões na fábrica e estabilidade no emprego. Desde o anúncio das negociações com a Boeing, vem ocorrendo cortes na Embraer.
“Os trabalhadores já estão sentindo na pele as consequências dos planos de venda para a Boeing. Por isso, exigimos do governo federal o veto à entrega da Embraer”, disse o diretor do Sindicato Herbert Claros.
JORNAL NEXO - Como o uso de militares nas estradas confunde entusiastas da ‘intervenção’
Grupos que querem militares no governo tentam manter mobilização dos caminhoneiros. Chefe do Exército é chamado de ‘comunista’
João Paulo Charleaux Publicado Em 28/05 - 22h46
A mobilização iniciada por caminhoneiros no dia 21 de maio, com a intenção de protestar principalmente contra o preço dos combustíveis, acabou se tornando um palanque privilegiado para defensores da volta da ditadura militar no Brasil.
O enlace entre caminhoneiros e defensores da chamada “intervenção militar” é confusa. Na segunda-feira (28), líderes da paralisação disseram que os motoristas queriam voltar ao trabalho, mas os “intervencionistas” não deixavam.
Ao mesmo tempo, alguns caminhoneiros disseram que queriam seguir mobilizados, mostrando mais alinhamento aos “intervencionistas” do que com os representantes do próprio movimento – classificados como “traidores”.
As primeiras faixas pedindo “intervenção militar” foram exibidas por alguns dos caminhoneiros que estavam nos bloqueios das estradas.
Em seguida, pequenos produtores rurais e moradores de cidades do interior também começaram a fazer seus próprios bloqueios, pedindo a volta do Exército ao poder (os generais assumiram o Brasil em 1964 via um golpe de Estado numa ditadura que durou 21 anos).
Em pelo menos duas cidades gaúchas, Santiago e Dom Pedrito, manifestantes foram para a porta dos quartéis pedir a chamada “intervenção”. O mesmo ocorreu na Bahia e no Amazonas.
Em São Paulo, manifestantes estenderam faixa pedindo “intervenção”, na avenida Paulista, no embalo de uma carreata de motoristas de ônibus escolares. Nas redes sociais, os apelos feito a generais da ativa se multiplicaram.
A reviravolta na relação com os militares
A movimentação desse setor radical e antidemocrático já era percebida em manifestações pelo Brasil há alguns anos. Esteve presente, por exemplo, nos protestos pelo impeachment de Dilma Rousseff, entre 2015 e 2016. Normalmente marginal no jogo político, ganhou visibilidade incomum com a paralisação do setor de transportes.
Os papéis começaram a se inverter, porém, quando, na sexta-feira (25), o presidente Michel Temer anunciou que usaria o Exército contra os bloqueios dos caminhoneiros, apoiados pelos defensores da “intervenção militar”.
Os primeiros sinais de confusão apareceram em respostas a uma mensagem postada pelo comandante do Exército, o general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, que passou a ser chamado de “frouxo” e de “comunista” por atuar contra a paralisação.
Os sinais trocados aumentaram ainda mais depois que o pré-candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) prometeu anistiar os caminhoneiros em caso de multa ou prisão pelos bloqueios, caso seja eleito presidente nas eleições de outubro.
A mensagem de Bolsonaro – uma capitão da reserva do Exército que costuma lembrar publicamente da sua condição de militar – passou a se chocar frontalmente com a missão que os próprios militares teriam de cumprir a mando de Temer.
O Exército no centro do debate
Nos quatro primeiros dias, a paralisação dos caminhoneiros foi tratada como um assunto político. A situação só mudou na sexta-feira (25), quando, depois de uma primeira tentativa frustrada de acordo entre governo e entidades do setor do transporte, Temer foi à TV e ameaçou empregar as “forças federais de segurança” contra os manifestantes.
Nesse pronunciamento, feito no Palácio do Planalto no início da tarde, o presidente não falou em “Forças Armadas” ou em “Exército”. Com isso, deixou aberta a possibilidade de que o termo “forças federais de segurança”, usado naquele momento, pudesse dizer respeito apenas à Polícia Federal, à Polícia Rodoviária ou até mesmo à Força Nacional – todas elas compostas por policiais, não por membros das Forças Armadas.
Como o anúncio – feito em tom de ameaça – não surtiu qualquer efeito dissuasivo ao longo daquela tarde, o presidente emitiu finalmente um decreto, quando já era noite, falando expressamente no emprego das Forças Armadas em operações de GLO (Garantia da Lei e da Ordem).
Segundo informações do governo, as Forças Armadas já foram empregadas 29 vezes em missão GLO (internamente, em papel de polícia) entre 2010 e 2017.
Normalmente, os decretos de GLO são feitos a pedido de um governador, que declara que suas forças policiais são insuficientes, estão indisponíveis ou são inexistentes, nos termos da Lei Complementar 97/1999.
No caso do decreto emitido por Temer na paralisação dos caminhoneiros, a ação foi autorizada para todo o território nacional, sem que todos os governadores tivessem feito esse pedido.
Os militares com o pé atrás
Nos dias seguintes à publicação do decreto, autoridades militares se esforçaram para passar a mensagem de que não queriam usar a força contra os manifestantes.
Na noite em que o decreto de Temer foi publicado, Villas Bôas fez uso do Twitter para tornar pública a ordem que ele mesmo havia dado a seus subordinados: “Diretrizes aos comandantes de área: buscar a solução da crise sem conflitos; o bem-estar social prevalecerá sobre interesses pontuais; privilegiar o abastecimento de itens básicos imprescindíveis e o transporte público nos distintos modais; e incentivar à exaustão a negociação.”
“Negociação, adesão, dissuasão”, foram as palavras de ordem usadas nesta segunda-feira (28) pelo general de Exército Sérgio Westphalen Etchegoyen, que é chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, para explicar o espírito da ação dos militares na crise.
A posição de cautela e de diálogo expressada pelos generais contrastava com o tom usado por Temer na sexta (25). O presidente havia dito que tinha a “coragem” necessária para recorrer às “forças federais” naquele momento.
O anúncio da medida sugeria tom repressivo. A implementação do decreto, entretanto, pareceu restrita aos elementos logísticos, de sobrevoo dos bloqueios para recolher informações estratégicas, de escolta de comboios e de proteção de áreas consideradas estratégicas, como aeroportos e refinarias de petróleo.
A questão da popularidade
Exatamente uma semana antes do início dos protestos dos caminhoneiros, o Exército Brasileiro celebrava o resultado de uma pesquisa de opinião que mostrava que 80,3% dos brasileiros confiavam na instituição.
Agir contra o movimento dos caminhoneiros, de apelo popular, especialmente entre os que defendem a chamada “intervenção militar”, pode colocar em risco a imagem das Forças Armadas, ainda mais se os desbloqueio de rodovias levar a situações de uso da força.
No Rio, estado cuja área de segurança está sob uma intervenção federal comandada por militares, o Ministério Público cobra explicações pelo fato de a saída de caminhões-tanque na Refinaria de Duque de Caixas, na Baixada Fluminense, ainda sofrer restrições de manifestantes. Isso mesmo com a presença de homens do Exército no local.
‘Quem pede intervenção não conhece o Exército’
O Nexo fez duas perguntas sobre o cenário atual, envolvendo os militares, para Carlos Frederico Coelho, que é professor do programa de pós-graduação da Eceme (Escola de Comando e Estado Maior do Exército) e do Observatório Militar da Praia Vermelha.
Como essas manifestações em porta de quartel e posts no perfil do general Villas Bôas pedindo um golpe tem ecoado dentro do meio militar?
Como essas manifestações em porta de quartel e posts no perfil do general Villas Bôas pedindo um golpe tem ecoado dentro do meio militar?
Carlos Frederico Coelho São manifestações que preocupam, pois são provenientes de segmentos da sociedade que claramente não entendem o papel das Forças Armadas tal qual delineado na Constituição. Nesse sentido, é importante ressaltar que tais manifestações não possuem qualquer relação com o Exército.
O que se percebe no âmbito militar é que há absoluto respeito à posição do comandante, general Villas Bôas, que sempre se manifestou em defesa do respeito aos valores constitucionais e democráticos. Creio que aqui cabe a máxima que o comandante é o espelho da tropa, frase sempre muito repetida no âmbito militar. Aparentemente, os manifestantes presentes nas portas dos quartéis e nas redes sociais ou não acompanham ou não entendem as claras diretrizes vindas do comandante do Exército.
A paralisação dos caminhoneiros é muito popular entre entusiastas das Forças Armadas e da chamada ‘intervenção militar’. As Forças Armadas têm 80% de índice de confiança. Há um temor de que o emprego dos militares num assunto como esse, dos caminhoneiros, possa reverter esse quadro?
Carlos Frederico Coelho A confiança nas Forças Armadas está diretamente atrelada ao seu compromisso com o cumprimento da lei e a promoção da democracia brasileira e tais níveis de confiança hoje são apenas residualmente maiores que em anos anteriores. É natural que num quadro de imensa degradação institucional, a sociedade busque maior estabilidade e institucionalismo, duas características encontradas nas Forças Armadas.
Isto dito, a contínua participação das Forças Armadas em Operações de Garantia da Lei e da Ordem não é desejável por ninguém e se dá apenas em razão de extrema necessidade. Assim é e deve continuar a ser sob pena de banalização do ofício militar.
O crescente papel dos militares
O governo Temer dá espaço cada vez maior aos militares. A expressão mais visível desse protagonismo está na intervenção federal em curso no Rio de Janeiro desde de fevereiro de 2018.
A intervenção em si, e a secretaria de Segurança Pública do Rio, passaram a estar sob o comando de generais do Exército, que só respondem ao próprio presidente da República. Essa foi a primeira intervenção federal realizada no Brasil desde a promulgação da Constituição de 1988 – marco da redemocratização.
Em Brasília, o Ministério da Defesa – criado nos anos 1990 para colocar as três forças, Exército, Marinha e Força Aérea, sob comando civil – foi entregue pelo atual governo a um general do Exército, Joaquim Silva e Luna.
Temer também delegou aos militares o principal papel executivo no plano de acolhida aos imigrantes venezuelanos no Brasil, o que provocou críticas do Conselho Nacional de Direitos Humanos. Em relatório técnico entregue ao governo no dia 18 de maio, o Conselho falou em “militarização da resposta humanitária”.
TELE.SÍNTESE (SP) - Viasat fornecerá conectividade a jatos da Embraer
Jatos executivos Legacy 450 e 500 sairão de fábrica com terminal para conexão a banda larga por satélite em banda Ka da Viasat instalado.
Da Redação Publicado Em 28/05/2018
A provedora de internet por satélite Viasat fechou acordo com a Embraer. A fabricante de aeronaves vai instalar a solução de conectividade em banda Ka da Viasat nos jatos executivos Legacy 450 e Legacy 500.
As aeronaves serão equipadas com o Global Aero Terminal 5510 da Viasat, que se conectará aos satélites ViaSat-1 e ViaSat-2. Também estão preparados para se receber sinais da plataforma ViaSat-3, composta por 3 satélites a ser lançados entre 2019 e 2021, sem necessidade de atualização de hardware.
As empresas dizem que cada satélite ViaSat-3 terá capacidade de um terabit por segundo. Isso é mais do que a capacidade total de rede dos aproximadamente 400 satélites de comunicações comerciais no espaço atualmente – combinados.
A parceria Embraer/Viasat é a primeira linha de conectividade de banda larga por satélite de banda Ka para jatos executivos de cabine média. Espera-se que a velocidade inicial oferecida seja de 16 Mbps, aumentando conforme os novos satélites entrem em operação. A Viasat oferecerá um recurso de streaming de TV ao vivo, que dará aos passageiros a capacidade de assistir TV, conteúdo e entretenimento ao vivo em seus dispositivos móveis.
AEROFLAP - Força Aérea está atuando para otimizar o fornecimento de combustível na aviação brasileira
Por Agência Força Aérea Publicado Em 28/05/2018
O Centro de Gerenciamento de Navegação Aérea (CGNA), localizado no Rio de Janeiro (RJ), ativou sua Célula de Decisão Colaborativa (DCC) desde quarta-feira (23) para gerenciar a situação do tráfego aéreo, depois do início da greve dos caminhoneiros.
O CGNA tem por missão harmonizar o gerenciamento do fluxo de tráfego aéreo e das demais atividades relacionadas com a navegação aérea, proporcionando a gestão operacional das ações correntes no Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB) e a efetiva supervisão de todos os serviços prestados.
A DCC é composta por representantes de Empresas Aéreas Nacionais e Internacionais, da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), dos Aeroportos Concedidos e da Central de Transplantes, além da própria Unidade. No momento, a DCC tem focado suas ações com o objetivo de monitorar a situação no país e, dessa forma, assessorar as autoridades na distribuição eficaz de combustível para os aeroportos mais importantes da malha aérea nacional.
“Por meio de reuniões com os órgãos temos tomado as decisões em ambiente colaborativo, para que a greve dos caminhoneiros afete o menos possível os aeroportos e o tráfego aéreo no país”, explicou o Chefe do CGNA, Coronel Ricardo Luiz Dantas De Brito.
Confira abaixo as decisões tomadas:
Situação dos aeroportos
Tendo em vista a malha aérea do País, foram priorizados o abastecimento nos seguintes aeroportos: Congonhas (SP), Brasília (DF); Campinas (SP), Confins (MG); Salvador (BA); Recife (PE); Porto Alegre (RS) e Curitiba (PR). O CGNA emite relatório para a Secretaria de Aviação Civil que informa qual a situação de autonomia dos aeroportos no momento, além de quais comboios de caminhões tanque estão previstos chegar nos locais.
Voos Internacionais
Foi montado um plano junto com a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) e a Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA, da sigla em inglês) para que os abastecimentos “Full combustível” das aeronaves consideradas pesadas (categorias “D” e “E”) fossem por meio dos aeroportos de Guarulhos, em São Paulo; do Galeão, no Rio de Janeiro, e do aeroporto de Manaus (AM), visto que esses aeródromos não estão com falta de combustível. Com essa medida, a frota internacional não cancela voos e tão pouco afeta a malha nacional.
Voos Nacionais
O CGNA coordena as necessidades de cada empresa aérea pontualmente, tentando atender de forma mais eficiente os problemas singulares.
Situações específicas
O CGNA gerencia também as situações específicas de cada aeroporto, tendo sido tomadas medidas para que a falta de combustível não prejudique o tráfego entre os principais aeroportos. Por exemplo, a situação da falta de combustível em Brasília (DF) era maior que em Porto Alegre (RS). Dessa forma, as aeronaves que saíssem de Porto Alegre com destino a Brasília tinham autorização para abastecer sem restrições somente na origem.
Foi definido em reunião com a PLURAL (empresa que representa as distribuidoras de combustível) que o combustível que chega nas localidades deve atender todas as empresas aéreas, independentemente dos contratos locais (SHELL, BR, etc), ou seja, distribuindo o combustível entre todas as empresas aéreas. Essa medida serve para que sejam reduzidos os atrasos ou cancelamentos de alguma companhia aérea em específico.
Além disso, a cada três horas são emitidos todos os relatórios de movimentação nos aeroportos, seus atrasos e cancelamentos por cada empresa aérea, independente se for devido a falta de combustível, meteorológica ou problemas técnicos.
O relatório ainda informa a autonomia do aeroporto em relação ao querosene de aviação e de combustível (diesel) para as viaturas de apoio em solo, como as viaturas dos bombeiros e dos veículos que realizam o tratoramento das aeronaves.
Transporte de Órgãos
De acordo com o CGNA, a greve não afetou até o momento nenhuma missão para transporte de órgãos. Cada cidade tem gerenciado seu próprio planejamento sem interrupção. “Todo órgão que chegou ao aeroporto foi transportado para o seu destino”, destacou o coronel.
Monitoramento aéreo
Aeronaves da FAB também têm sido acionadas em apoio às ações de desobstrução das rodovias. Nesse domingo (27), um helicóptero H-60 Black Hawk atuou em Curitiba (PR) e em Porto Alegre (RS); um helicóptero H-36 Caracal sobrevoou Pernambuco em apoio às ações e uma aeronave C-95 Bandeirante fez observações em Brasília (DF).
Via – Força Aérea Brasileira
Leia também: