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NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 26/05/2018 / Greve dos caminhoneiros: prioridade de atuação das Forças Armadas são refinarias e aeroportos, diz ministro



Greve dos caminhoneiros: prioridade de atuação das Forças Armadas são refinarias e aeroportos, diz ministro ...  


O ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna, afirmou nesta sexta-feira (25) que a prioridade das Forças Armadas nas ações relacionadas à greve dos caminhoneiros serão as refinarias e os aeroportos ...  


Guilherme Mazui e Alessandra Modzeleski ...  


Silva e Luna deu a informação após o presidente Michel Temer assinar um decreto em que autoriza o emprego de militares se houver perturbação da ordem pública, a chamada Garantia da Lei e da Ordem (GLO).

A greve dos caminhoneiros chegou ao 5º dia nesta sexta-feira. A categoria protesta em todo o país contra o aumento no preço do diesel.

"Nós estabelecemos uma série de prioridades, e a principal preocupação tem a ver com as refinarias, para a partir de lá poder abastecer", afirmou Silva e Luna.
"São 11 aeroportos que estão nossa lista como prioritários, aí entra Recife, Salvador, Brasília", acrescentou o ministro.

Segundo a assessoria de Luna e Silva, a prioridade são 11 bases da Petrobras que estão com dificuldade de distribuição de combustível. Essas bases têm querosene de aviação para abastecer 6 aeroportos: Recife, Brasília, Viracopos, Goiânia, Porto Alegre e Confins.

Com a paralisação dos caminhoneiros, tem faltado gasolina nos postos de todo o país, diversos produtos não estão chegando aos supermercados e acabou o querosene para aviões em vários aeroportos.

Ação “enérgica” dos militares
Mais cedo, nesta sexta, Temer acionou as Forças Armadas para desbloquear as vias interditadas pelos caminhoneiros.

O ministro Joaquim Silva e Luna, por sua vez, informou que a ação dos militares será "enérgica" e "rápida".

Diante disso, a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) divulgou um comunicado no qual pediu à categoria que desbloqueie as estradas interditadas.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, já autorizou o uso de forças de segurança pública para desobstruir as vias.

Uso de motoristas militares
De acordo com Silva e Luna, a partir deste sábado (26), motoristas militares poderão levar caminhões de abastecimento da Petrobras trancados em refinarias.

"Se esses veículos estão abandonados com suas cargas, serão transportados por motoristas militares, que levarão até o local de destino", afirmou.

Silva e Luna informou, ainda, que o emprego dos militares teve início nesta sexta, logo depois de Temer assinar o decreto de Garantia da Lei da Ordem, cuja validade é até 4 de junho. Ele deu como exemplo atuação na refinaria Duque de Caxias, no Rio de Janeiro.

O general disse que são usados helicópteros no Rio e São Paulo. As aeronaves auxiliam a avaliar dificuldades no tráfego de rodovias para melhor orientar a atuação dos militares.

Silva e Luna foi indagado sobre o risco de confrontos, caso os caminhoneiros não queiram desbloquear rodovias. Segundo ele, não se imagina esse tipo de situação.

"Nós não imaginamos isso aí [confrontos]. A ação não é contra caminhoneiro, é para permitir o direito de ir e vir das pessoas, dos veículos e o abastecimento", afirmou.

O ministro ainda garantiu que há combustível suficiente para a atuação das Forças Armadas por 30 a 45 dias.

Governo anuncia acordo para greve dos caminhoneiros
Após uma reunião de mais de sete horas no Palácio do Planalto, nesta quinta (25), governo e representantes dos caminhoneiros anunciaram uma proposta de acordo para suspender a paralisação da categoria por 15 dias.

O governo propôs, entre outros pontos, manter a redução de 10% do diesel nas refinarias e reajustar o preço do combustível com periodicidade mínima de 30 dias.

Essa operação, de acordo com o Ministério da Fazenda, custará à União R$ 4,9 bilhões até o fim deste ano. O valor deverá ser repassado à Petrobras a título de compensação.




Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.




JORNAL O ESTADO DE SÃO PAULO


Ministro da Defesa diz que `não imagina` confronto entre Forças Armadas e caminhoneiros

`Nós não imaginamos essa situação, até porque a ação não é contra caminhoneiros. É para permitir o trânsito, o direito de ir e vir das pessoas e veículos, principalmente, o abastecimento`, declarou o ministro

Tânia Monteiro Publicado Em 25/05 - 23h00

O ministro da Defesa, general Joaquim Silva e Luna, disse que `não imagina` a possibilidade de ocorrer um confronto entre as Forças Armadas e caminhoneiros que estão promovendo paralisação em estradas em todo o País, há cinco dias. `Nós não imaginamos essa situação, até porque a ação não é contra caminhoneiros. É para permitir o trânsito, o direito de ir e vir das pessoas e veículos, principalmente, o abastecimento`, declarou o ministro. Ele acredita que, se houver necessidade de desobstrução de vias, a simples chegada das Forças Armadas ao local levará imediatamente à liberação da rodovia.
O general Silva e Luna declarou ainda que `não é verdade` que as Forças Armadas poderão enfrentar problemas para empregar seus efetivos nas operações pelo País a fora porque também estariam sendo atingidas pelo desabastecimento, como chegou a ser noticiado. `As Forças Armadas tem meios, por conta própria, para serem empregados por um período de pelo menos 30 a 45 dias. `É um período de reserva para atuação, inclusive combustível`, observou ele.
O ministro não informou a quantidade de militares a serem empregados na operação de Garantia da Lei e da Ordem, pelo Exército, Marinha e Aeronáutica, mas avisou que eles estarão trabalhando em todo o País, pelo menos até dia quatro de junho, como prevê o decreto. Ele disse ainda que `todos os meios necessários` serão disponibilizados para que a atuação possa ser efetiva.
Segundo o ministro, nestes sábados e domingo serão realizadas duas reuniões ao dia, no Planalto, para `acompanhar a conjuntura, a evolução dela, e fazer um alinhamento das percepções porque isto é uma operação de interagências, com Forças Armadas trabalhando de forma integrada com outras forças, federais e estaduais, e isso precisa ser alinhado`. Disse também que há um gabinete permanentemente de plantão, e a coordenação é do Ministério das Defesa, com um centro de comando e controle.

Caminhoneiros descumprem acordo e governo apela às Forças Armadas

Porque os caminhoneiros fizeram chantagem com o País. Porque o governo foi incompetente ao demorar para agir. Porque o Congresso optou pelo oportunismo eleitoral. Porque o Brasil é dependente das rodovias e dos caminhões. Porque os governadores foram omissos.

Publicado Em 26/05

Uma sequência de queixas ignoradas pelo governo, um acordo costurado de última hora e a radicalização chantagista de uma categoria pararam o Brasil. Desde outubro de 2017, o setor de transportes tem chamado a atenção do Planalto, mas o governo deixou o tema de lado. Quando a negociação foi iniciada, o movimento já era maior que os líderes. Assim, mesmo depois de o governo ceder aos grevistas, vários grupos insistiram em bloquear estradas e tornaram o País refém de seus pleitos. No Planalto, a avaliação é de que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) falhou ao não prever o alcance do movimento.
`EM 40 ANOS, É A PRIMEIRA VEZ QUE VEJO O CEAGESP VAZIO DESSA FORMA`
FRANCISCO JONAS DE OLIVEIRA, 65 ANOS, CARREGADOR
Quando anunciou, na noite de quinta-feira, um acordo com lideranças dos caminhoneiros, em greve desde segunda-feira, o governo imaginava ter conseguido desmobilizar o movimento. Sexta-feira seria um dia de estradas sendo desbloqueadas e o abastecimento começando a se regularizar. Mas não foi o que se viu. Pela manhã, o número de pontos de bloqueio chegou a crescer. Com uma liderança muito difusa, o que se ouvia dos caminhoneiros parados nas estradas era que o acordo fechado com o governo não servia.
O quadro de caos que começou a se formar no início da semana se agravou. Em todo o País, postos de gasolina fecharam, por absoluta falta de combustível. Sem conseguir rodar, ônibus ficaram nas garagens. Sem insumos, fábricas fecharam. Medicamentos e alimentos começam a faltar em farmácias e supermercados. Hospitais chegaram a cancelar cirurgias.
Acuado, o governo resolveu apelar às forças de segurança, que incluem Forças Armadas e a polícia, para desbloquear estradas. `Comunico que acionei as forças federais de segurança para desbloquear as estradas e solicito que os governadores façam o mesmo. Não vamos permitir que população fique sem itens de primeira necessidade, que consumidores fiquem sem produto, que hospitais não funcionem`, afirmou o presidente Michel Temer, em pronunciamento. `Governo teve coragem de dialogar e terá coragem agora de exercer sua autoridade diante do povo.`
Liberação. Depois do anúncio feito pelo governo, a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), a principal entidade contrária ao acordo com o governo federal, pediu aos motoristas que liberem as rodovias interditadas. `Preocupada com a segurança dos caminhoneiros envolvidos, a Abcam vem publicamente pedir que retirem as interdições nas rodovias`, disse, em nota distribuída à imprensa. A entidade sugeriu, porém, que continuem as manifestações de forma pacífica, sem obstrução das vias.
Mesmo com a convocação das forças de segurança, ministros admitiram que a diminuição dos bloqueios será lenta e deve continuar nos próximos dias. Dados da Polícia Federal apontavam, ontem à noite, que o País chegou a ter nos últimos dias até 938 interrupções em estradas. Dessas, 419 foram liberadas desde a quinta-feira e restavam 519. Todas as interdições de rodovias são parciais.
O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que, após acordo firmado entre o governo e entidades, a paralisação já havia atingido `seus objetivos e foi exitosa`. `O governo negociou, mas governo não pode fugir da responsabilidade que tem de garantir o abastecimento para os brasileiros`, declarou.

JORNAL O GLOBO


Governo decide usar Forças Armadas para liberar estradas


Robson Bonin, Da Sucursal De Brasília Publicada Em 25/05 - 12h40

O governo federal decidiu que vai usar as Forças Armadas para desobstruir as estradas bloqueadas por caminhoneiros. O anúncio será feito pelo presidente Michel Temer. Além das Forças, a Polícia Rodoviária Federal (PRF), e a Polícia Militar, “onde for possível”. A informação foi confirmada ao GLOBO por fontes no governo. O comandante do Exército já está mobilizando tropas em todo o país.
— A situação de abastecimento é grave. Acordo de ontem ainda não produziu sinais de que o movimento cedeu. A desobstrução agora é inadiável e tem que ser feita rapidamente — disse a fonte.

Tropa fará `ação rápida, integrada e enérgica` nas rodovias, diz ministro da Defesa

Detalhes sobre o desbloqueio nas estradas foram acertados em reunião com os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica

Jailton De Carvalho Publicado Em 25/05 - 16h37

BRASÍLIA - O ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna, afirmou que as tropas militares vão entrar em ação ainda nesta sexta-feira para liberar estradas bloqueadas por caminhoneiros em greve. Segundo o ministro, a ideia é desobstruir áreas essenciais para a infraestrutura do país. Vão participar da operação tropas do Exército, Marinha e Aeronáutica.
- Assim que o presidente assine o decreto, as forças serão empregadas. Uma ação rápida, integrada e de uma forma enérgica. A principal atividade é preservar as infras-estruturas, preservar o movimento dessas áreas mais críticas : refinarias, entradas e saídas, portos, aeroportos. De modo que permita a circulação. E evitar o desabastecimento das áreas onde a sociedade já está se ressentindo - disse o ministro.

Temer confirma uso do Exército e critica caminhoneiros ‘radicais’

Presidente afirmou que ‘reivindicações prioritárias’ já foram atendidas

Karla Gamba / Cristiane Jungblut / Eliane Oliveira Publicado Em 25/05 - 15h13

BRASÍLIA — O presidente Michel Temer anunciou, na tarde desta sexta-feira, o uso das Forças Armadas para desobstruir estradas bloqueadas pela greve dos caminhoneiros. Em um pronunciamento, chamou de radicais os caminhoneiros que descumprem o acordo firmado na noite desta quinta-feira e avisou que eles serão responsabilizados pelo descumprimento do acordo. Temer disse ainda que o governo está tendo `coragem de exercer sua autoridade`:
— Quem bloqueia estradas está prejudicando a população e será responsabilizado. (O governo) Espera e confia que cada caminhoneiro cumpra o seu papel. O governo terá a coragem de exercer a coragem sua autoridade em defesa do povo brasileiro — disse Temer.
O decreto que autoriza o emprego das Forças Armadas será assinado nesta sexta-feira. As forças de segurança passarão a efetuar as ações, como, por exemplo, dirigir um caminhão e tirá-lo da estrada.
Para Temer, o governo já atendeu `todas as reivindicações prioritárias` do movimento:
— Quero anunciar que vamos implantar o plano de segurança. Para superar os graves efeitos comunico que acionei as Forças Armadas para desbloquear as estradas. Atendemos todas as reivindicações prioritárias dos caminhoneiros que se comprometeram a encerrar a paralisação imediatamente, esse deveria ter sido o resultado do diálogo. Mas, infelizmente, uma minoria radical tem bloqueado as estradas — anunciou.
Temer ressaltou que o governo está agindo para evitar que a população fique sem gêneros de primeira necessidade e hospitais sem insumos e fez um apelo aos caminhoneiros:
— O governo espera e confia que cada caminhoneiro cumpra o seu papel — concluiu.

Exército vai respeitar Constituição durante GLO, diz Villas Bôas

Comandante pediu atuação de ‘todos os setores da sociedade’ para solucionar crise

Publicado Em 25/05 - 19h34

BRASÍLIA — O comandante do Exército, general Eduardo Villâs Boas, afirmou nesta sexta-feira que atuação do órgão na liberação de rodoviais ocupadas por caminhoneiros será realizada respeitando a Constituição, e “em apoio às instituições e pela democracia”. O governo irá decretar a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) até o dia 4 de junho.
Em sua conta no Twitter, Villas Bôas ressaltou que “mais uma vez” o governo utiliza a GLO ressaltando que o objetivo é “atender às necessidades da população afetada pela ‘greve dos caminhoneiros’”.
O comandante do Exército ainda pediu a atuação de “todos os setores da sociedade brasileira” para uma “solução rápida dessa crise”.
Nesta sexta, Villas Bôas se reuniu com os comandantes Eduardo Bacellar Leal (Marinha) e Nivaldo Luiz Rossato (Aeronáutica), além do ministro da Defesa, general Joaquim Luna e Silva, e do chefe do Estado Maior das Forças-Armadas, Ademir Sobinho.
Depois da reunião, o ministro afirmou que a atuação das forças será `rápida, integrada e enérgica`:
— Assim que o presidente assine o decreto, as forças serão empregadas. Uma ação rápida, integrada e de uma forma enérgica. A principal atividade é preservar as infras-estruturas, preservar o movimento dessas áreas mais críticas : refinarias, entradas e saídas, portos, aeroportos. De modo que permita a circulação. E evitar o desabastecimento das áreas onde a sociedade já está se ressentindo — disse.

Grevistas ignoram acordo, e militares são convocados

STF autoriza uso da força, mas à noite ainda havia 519 pontos de bloqueio de rodovias

Cristiane Jungblut, Geralda Doca, Eliane Oliveira,

Liderança do movimento pede que caminhoneiros liberem as estradas, enquanto a PF investiga a participação de empresários na paralisação. Palácio do Planalto agora negocia com os estados uma redução do ICMS sobre o diesel
Depois de anunciar um acordo com os caminhoneiros na quinta, que na prática não surtiu efeito na greve da categoria, o governo federal convocou as Forças Armadas para intervir nas estradas e editou um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em todo o país. Ante a iminência da atuação dos militares, a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), principal porta-voz do movimento, pediu que os grevistas liberassem as rodovias. O STF autorizou o uso da força e a aplicação de multas de R$ 100 mil por hora às entidades envolvidas no bloqueio. À noite, manifestantes ainda faziam bloqueios parciais em 519 pontos do país. A Fazenda negocia com os estados redução no peso do ICMS sobre o diesel, que, somada a outras medidas, pode gerar alívio de R$ 0,35 por litro. A Polícia Federal investiga a participação de empresários na paralisação. editorial ‘Greve de caminhoneiros sequestrou a sociedade’
-BRASÍLIA, SEROPÉDICA E SÃO PAULO- Um dia depois de um acordo no qual o governo atendeu a uma extensa pauta de reivindicações dos caminhoneiros, permaneciam no país os mesmos sinais de caos, com grave desabastecimento por causa do bloqueio de rodovias. Diante disso, o presidente Michel Temer recorreu às Forças Armadas para retomar a ordem. O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, anunciou a edição de um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em todo o território nacional para auxiliar na liberação das rodovias bloqueadas.
A medida vale até 4 de junho. O decreto atendeu a pedido do comando do Exército, que queria segurança para atuar. A partir dele, as forças de segurança podem efetuar as ações, como, por exemplo, dirigir um caminhão e tirá-lo da estrada. O desbloqueio das rodovias no Rio de Janeiro será mais rápido do que nas demais unidades da federação, afirmou uma fonte do Palácio do Planalto. Isso porque o estado já está sob intervenção federal desde fevereiro. A Força Nacional já está no Rio e não são necessárias medidas burocráticas para esse fim.
O uso da força foi autorizado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Ele concedeu liminar atendendo a pedido do governo. Moraes impôs multa de R$ 100 mil por hora às entidades que atuarem nas interdições de vias e multa de R$ 10 mil por dia ao motorista que obstruir a pista. Na ação apresentada ao STF, Michel Temer e a advogada-geral da União, Grace Mendonça, pedem que o Supremo considere a greve ilegal porque, apesar de ter “compromisso democrático” com a livre manifestação, não se pode inviabilizar direitos fundamentais, como a locomoção.
Além disso, a Polícia Federal foi chamada para investigar se houve a prática de locaute — na qual empresários impedem empregados de trabalhar, para atender a uma pauta de própria. Em pronunciamento, Temer chamou os caminhoneiros que mantiveram a paralisação de “minoria radical” e disse que o país esperava dele um posicionamento.
Assim que o governo anunciou o uso do Exército, a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), que não fechou acordo com o governo, pediu a desobstrução das estradas. O presidente da entidade, José da Fonseca Lopes, justificou a decisão pelo temor com a segurança dos caminhoneiros.
JUNGMANN: 419 INTERDIÇÕES LIBERADAS
Só que o apelo da Abcam não surtiu efeito entre os grevistas que faziam bloqueio na Rodovia Régis Bittencourt, em São Paulo. Dizem que a entidade não influencia as decisões do movimento.
— A Abcam representa empresas transportadoras. Não manda nas estradas — disse um grevista.
Informalmente, caminhoneiros comentam que, se forem obrigados a sair, podem furar os pneus dos caminhões, o que impossibilitaria a liberação da via. Outros afirmam que só sairiam por vontade própria a partir de terça-feira, para que houvesse tempo de o governo publicar em Diário Oficial o cumprimento à exigência dos grevistas.
— Ainda não vimos nada por escrito. Queremos que baixem o diesel a pelo menos R$ 2,50, e que esse preço esteja estampado na bomba. Fora imposto, pedágios. A chance de conseguir alguma coisa é agora — disse outro motorista, que se identificou apenas como Bruno.
Na Rodovia Presidente Dutra, na altura de Seropédica, Região Metropolitana do Rio, havia pelo menos 200 caminhões parados no acostamento no início da noite de ontem, nos dois sentidos da via. Não havia sinais de desmobilização.
Um agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) que monitorava a manifestação contou que os caminhoneiros estão cooperando. Segundo ele, o grupo não tentou fechar a via em momento algum.
Entre os caminhoneiros, o protesto não é unanimidade. Um motorista de caminhão de lixo conta ter sido orientado pela empresa a render o colega que estava protestando na Dutra. E se surpreendeu com a receptividade de quem passava pela via.
— Eles passam buzinando, batendo palmas. E não falta comida. Toda hora trazem coisa para a gente comer. Mas não queria estar aqui. Preferia estar com a minha família. Infelizmente, não tive como recusar, sou novo na casa — disse o motorista.
Na manhã de hoje, ele será rendido por outro colega. A empresa, de Nilópolis, montou um esquema de turno para os funcionários.
Os caminhoneiros que estão parados na Refinaria de Duque de Caxias (Reduc) desde segundaNos feira afirmaram que não deixarão o local, mesmo com a decisão do governo de usar as Forças Armadas. Ontem, caminhões com combustível deixaram a refinaria escoltados pelo Exército e pela PM.
— Não estamos preocupados porque não estamos obstruindo nada. Não vamos sair daqui enquanto não tivermos uma solução para o que está acontecendo — disse Nelson Salvino, de 47 anos, que é caminhoneiro há 25 anos.
Ele disse que a maior parte dos motoristas parados na Reduc é autônoma e não é representada por nenhum sindicato.
Segundo Jungmann, no entanto, a decisão do governo deu resultado. Ele afirmou que o setor de inteligência constatou que, das 938 obstruções nas estradas pelos caminhoneiros, 419 foram liberadas. Até o início da noite, ainda restariam 519 bloqueios, que, segundo o ministro, seriam parciais:
— Quase 45% das intervenções já foram dissolvidas. Isso aponta para a adesão crescente dos caminhoneiros aos termos do acordo fechado pelo Palácio do Planalto com a categoria.
Já o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen, disse que a decisão de decretar a GLO teve como razão restabelecer o abastecimento no país: — O gatilho foi o risco do desabastecimento. Além da GLO, o governo tem nas mãos a possibilidade de um novo decreto para a requisição de bens. Mas ressaltou que essa medida só será adotada caso seja necessário requisitar caminhões ou motoristas para fazer um carregamento.
— O que o governo está querendo dizer é que, se não conseguirmos garantir o abastecimento necessário e isso coloque em risco a saúde, por exemplo, haverá requisição. E se as coisas chegarem ao extremo da radicalização, o governo vai usar os instrumentos que tem — disse Etchegoyen.
Jungmann esclareceu que a ideia surgiu porque, em várias ocasiões, quando a Polícia Federal foi solicitada para fazer escolta de caminhões, as empresas se negavam a disponibilizar motoristas. Ele frisou que a medida não tem como alvo os condutores autônomos, e sim pessoas jurídicas.
bastidores, Temer avaliou que era uma questão de “sobrevivência” do governo a retomada da normalidade. Faltam sete meses de governo, e o caos instalado poderia levar a um movimento sem volta. Desde a madrugada, os ministros envolvidos perceberam que o acordo não tinha sido aceito na base dos caminhoneiros. Antes das 7h já estavam em alerta. Por volta das 10h30m, Temer convocou ministros civis e militares para tratar do tema.
Jungmann afirmou que determinou a abertura de investigação e inquérito, pela Polícia Federal, para apurar a responsabilidade de quem está tirando proveito da situação. Segundo o ministro, uma das preocupações do governo é que as empresas responsáveis pelas paralisações estivessem ampliando suas margens de lucro.
PLANALTO RECEBEU QUATRO ALERTAS
Os líderes dos caminhoneiros afirmam que o Palácio do Planalto foi avisado em ao menos quatro ocasiões sobre a possibilidade de paralisação. Nos ofícios endereçados ao ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e a Temer, os dirigentes das entidades da categoria pediram para serem recebidos a fim de discutir uma solução para o aumento diário do diesel e a carga tributária incidente sobre o combustível. Eles relatam que não obtiveram resposta.
O primeiro comunicado foi feito pela Abcam em 5 de outubro de 2017, endereçado a Padilha. A entidade destacava que o transporte rodoviário é fundamental para o país e reclamava da alta dos custos, decorrentes da elevação das alíquotas do PIS/ Cofins sobre o diesel. Pedia a adoção de um mecanismo para atenuar os reajustes diários do combustível feitos pela Petrobras. Em 14 de maio de 2018, a entidade fez nova tentativa, dessa vez endereçada a Temer. E alertou: “Imagine o Brasil ficar sem transporte por uma semana? Seria terrível para todos nós. Informamos que, caso não tenhamos apoio deste governo, uma paralisação será inevitável.”
No dia 16 de maio, foi a vez da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), que enviou ofício a Temer. A entidade diz: “o estado de fragilidade financeira em que se encontra o setor é altamente inflamável como palha seca”, segundo a carta assinada pelo presidente da CNTA, Diumar Bueno, que solicitava audiência com o governo “em caráter emergencial”. A Abcam diz ter aguardado resposta do Planalto até a última sexta-feira. Como não receberam retorno, no mesmo dia à noite convocaram os caminhoneiros para cruzarem os braços na segunda-feira. Usaram mensagens via WhatsApp. Na segunda-feira, dia 21, foi a vez de a União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam) enviar carta a Temer, já citando a paralisação.
Um manifestante, de 40 anos, que apoiava o protesto de caminhoneiros na BR-386, em Estrela, no Rio Grande do Sul, foi baleado por um policial militar aposentado, de 60 anos, ontem. Ele havia sido cercado pelos caminhoneiros e disparou. Atingida na perna, a vítima foi encaminhada ao hospital.
“Não vamos sair daqui enquanto não tivermos uma solução para o que está acontecendo” Nelson Salvino Caminhoneiro

JORNAL CORREIO BRAZILIENSE


OAB e FAB cancelam provas do fim de semana


O movimento grevista dos caminhoneiros afeta também concursos e testes que estavam previstos para ocorrer em todo o país. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) suspendeu a segunda fase do XXV Exame de Ordem, que ocorreria amanhã. As provas seriam aplicadas para bacharéis em direito que almejam o registro de advogado. A Força Aérea Brasileira também adiou o Exame de Admissão ao Curso de Formação de Sargentos da Aeronáutica (CFS), da Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR), marcado para este fim de semana.
A OAB informou, em nota, que a paralisação dos caminhoneiros prejudica a logística de distribuição das provas, o que inviabiliza a aplicação do exame. “A Coordenação Nacional do Exame de Ordem Unificado, por constatar não haver condições de logística para a entrega e aplicação das provas de forma uniforme, com segurança, sigilo e eficiência em todo o território nacional, conforme certificado pela FGV, resolve suspender a aplicação da prova prático-profissional do XXV Exame de Ordem Unificado, agendada para 27 de maio de 2018, em todo o território nacional, a fim de preservar a segurança e o deslocamento dos examinandos”, destaca um trecho do comunicado.
A instituição afirmou que um novo cronograma será publicado posteriormente. Apesar de o governo ter divulgado um acordo com representantes dos caminhoneiros e sugerido o fim da greve, a categoria continua parada em 24 estados e no Distrito Federal.
A FAB anunciou que a prova do seu processo seletivo será aplicada em 1º de julho. “A mudança ocorre em consequência das manifestações e paralisação dos serviços públicos essenciais, em especial os meios de transporte e de abastecimento, tendo em vista que não há garantia de restabelecimento da normalidade”, explicou a instituição em nota.
Também foi cancelado o concurso da Polícia Civil de São Paulo, que tem como objetivo a contratação de delegados. As seleções para o Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM PR) e para a Liquigás distribuidora também foram adiadas. As provas para preencher 795 vagas da Liquigás seriam aplicadas em 18 estados e no DF.

Após o diálogo, o uso da força


Depois de fracassar o acordo com os caminhoneiros, o governo federal adotou um tom mais combativo e vai usar a força para liberar rodovias que estão bloqueadas pelos manifestantes. O presidente Michel Temer decretou estado de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em todo o território nacional. A medida, que vigora desde ontem e se encerra em 4 de junho, autoriza o emprego das Forças Armadas em todos as unidades da Federação e concede poder de polícia aos militares. A decisão ocorre no momento em que a população sofre com a falta de combustível e enfrenta a escassez de alimentos em supermercados devido à greve da categoria.
A prioridade, inicialmente, será levar combustível para abastecer serviços considerados críticos, como ambulâncias, carros policiais e aeroportos. Dos mais de 50 aeroportos do país, oito estão totalmente sem combustíveis. O Exército Brasileiro, que tem o maior efetivo entre as três forças, colocou à disposição do comando da operação mais de 100 mil militares. O efetivo vai começar a atuar primeiro em áreas em situação de emergência, como Belo Horizonte, São Paulo e nas refinarias em diversos estados. No entanto, a intenção é de que o uso do contingente das forças de segurança estaduais evitem o emprego exacerbado das tropas federais.
O uso da força contra os atos relacionados ao protesto dos caminhoneiros recebeu a chancela do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em decisão tomada na noite de ontem, ele autorizou a remoção de caminhões, até mesmo dos acostamentos, e a aplicação de multa de até R$ 100 mil para entidades e de R$ 10 mil para motoristas que se recusem a retirar os veículos dos locais determinados. “Autorizo a imediata reintegração de posse das rodovias federais e estaduais ocupadas em todo o território nacional, inclusive nos respectivos acostamentos.”
O decreto que estabelece a GLO foi publicado em uma edição extra do Diário Oficial da União. Mas antes mesmo de a norma entrar em vigor, o Exército iniciou a mobilização das tropas que ocupam ruas de todas as unidades da Federação a partir de hoje, em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), em rodovias federais. Nas estradas estaduais, os militares contarão com o apoio da PM.
O texto do decreto permite que militares dirijam caminhões para retirá-los dos locais de passagem dos demais veículos. “As ações previstas neste decreto poderão incluir, em coordenação com os órgãos de segurança pública, após avaliação e priorização definida pelos Ministérios envolvidos: I - a remoção ou a condução de veículos que estiverem obstruindo a via pública.” O efetivo das forças de segurança dos estados também pode ser assumido pelos órgãos federais que coordenam a ação. Mesmo quem estiver estacionado no acostamento, gramado ou laterais das pistas será removido. “Chegamos a um acordo com as lideranças nacionais representativas dos caminhoneiros, atendemos 12 reivindicações prioritárias dos caminhoneiros, que se comprometeram a encerrar a paralisação, mas infelizmente a situação não ocorreu como prevista”, criticou Temer.
Fluxo normal
A medida, considerada extrema por muitos especialistas, coloca o país em apreensão, avaliam especialistas. O professor George Felipe Dantas, consultor em segurança pública, destaca que a convocação das forças federais representa uma resposta do governo diante da situação de calamidade. Mas a medida está longe de representar uma solução para o problema. “Os militares têm em sua formação treinamentos para atuar neste tipo de situação, de caos e perda de controle. Mas a reclamação sobre o preço do combustível é a mesma no país inteiro. Eu diria que deve ter algum efeito nos próximos dias, principalmente no abastecimento de produtos essenciais, mas não fará voltar o fluxo normal no transporte de cargas. Não existem militares suficientes para dirigir todos os caminhões”, afirma.
No ápice das manifestações, os caminhoneiros conseguiram bloquear 938 pontos em rodovias federais e estaduais. Até as 18h de ontem, 419 obstruções deixaram de existir e restavam apenas 519, segundo dados da PRF. “Os números apontam para a adesão crescente dos senhores caminhoneiros aos termos do acordo fechado pelo Palácio do Planalto e pela equipe coordenada pelo ministro Padilha”, analisou o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann.
O anúncio do presidente Temer foi suficiente para que a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) recuasse. A entidade foi uma das duas representantes da categoria que não assinou o acordo com o governo. Em nota divulgada pelo próprio presidente, José da Fonseca Lopes, pediu aos filiados a retirada das interdições, mas não dos protestos. “Mantenham as manifestações de forma pacífica, sem obstrução das vias. Já mostramos a nossa força ao governo, que nos intitulou como minoria. Conseguimos parar 25 estados”, destacou. Novas reuniões serão feitas hoje para debater os avanços do processo de desmobilização da greve. O Gabinete de Acompanhamento da Normalização do Abastecimento terá reuniões às 9h e às 17h para avaliar como está a situação em todas as regiões.
Pelo país
30
Quantidade de decisões judiciais que proíbem a obstrução de rodovias federais no Acre, Ceará, Sergipe, São Paulo, Paraná, Pará, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Goiás, Santa Catarina, Pernambuco, Paraíba, Rondônia, Distrito Federal e Rio Grande do Sul durante as manifestações de greve de caminhoneiros
8
Total de aeroportos que ficaram totalmente sem combustível e tiveram que cancelar voos
550
Pontos de paralisação de caminhoneiros ontem nas rodovias do país em 25 unidades da Federação, de acordo com a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA). O total apresenta alta em relação aos 496 pontos de manifestações registrados
24 horas antes
40%
Percentual da frota de ônibus que vai circular neste fim de semana em São Paulo. A medida será adotada pela SPTrans para economizar combustível
4milhões
Total de flores jogadas fora em Holambra (SP). Os produtores da região dependem totalmente do modal rodoviário e, por serem perecíveis, as hastes não conseguem ficar armazenadas.

Brasília em estado de alerta


Leonardo Cavalcanti

Nos gabinetes de investigadores em Brasília, a decisão do presidente Michel Temer de acionar as Forças Armadas para desobstruir as rodovias foi vista com apreensão. Segundo esse pessoal, responsável por apurar crimes contra a segurança dos serviços públicos, há o risco de baderna, depois de uma série de trapalhadas protagonizadas pelo Executivo e pelo Legislativo. Após o caos se instalar, mesmo depois de uma tentativa de acordo, a alternativa do emedebista foi baixar o decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). A comunicação da ação aos generais ocorreu poucos minutos antes do anúncio oficial para a imprensa, às 17h. Até as 21h de ontem, porém, os detalhes do texto não tinham sido divulgados.
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O receio era com a reação de caminhoneiros à ação dos militares e com o resultado do decreto, afinal, não basta liberar rodovias, mas fazer com que os caminhões cheguem aos postos de abastecimento de combustível para atender serviços essenciais e aeroportos. No fim do dia, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, criou um comitê para acompanhar a atuação do Ministério Público em relação ao movimento grevista dos caminhoneiros.

JORNAL VALOR ECONÔMICO


Forças Armadas vão atuar de forma enérgica, afirma ministro


Fernando Exman, Murillo Camarotto E André Publicado Em 25/05 - 16h43

O ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna, reuniu-se na tarde desta sexta-feira com os comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica, o Chefe de Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas e o Comandante de Operações Terrestres do Exército, informou a assessoria da pasta por meio de nota.
Segundo o ministério, a reunião foi realizada para definir `as atividades a serem desencadeadas pelas Forças Armadas, a fim de possibilitar o retorno à normalidade das atividades no país”, depois da decisão do presidente Michel Temer (MDB) de acionar as forças federais devido à continuidade da paralisação de caminhoneiros e transportadores.
`As Forças Armadas serão empregadas em reforço às ações federais e estaduais, disponibilizando meios em pessoal e material para: distribuição de combustível nos pontos críticos; escolta de comboios; proteção de infraestruturas críticas; e desobstrução de vias e acessos às refinarias, bases de distribuição de combustíveis e áreas essenciais, a fim de evitar prejuízos à sociedade”, destacou a nota do Ministério da Defesa. `O emprego das Forças Armadas será realizado de forma rápida, enérgica e integrada.”
PM-DF
A Polícia Militar do Distrito Federal conseguiu viabilizar a liberação de dez caminhões carregados com combustível na central de abastecimento da Petrobras localizada na região do SAI, em Brasília.
Pela manhã, quatro caminhões haviam sido liberados e a nova leva de veículos está deixando o local neste momento. Não há confirmação sobre o destino dos caminhões, mas informações de policiais apontam que eles seguirão para o Aeroporto de Brasília.
Por conta da falta de combustível, vários voos foram cancelados em Brasília nesta sexta-feira.
PM-SP
A crise já atinge serviços essenciais no Estado de São Paulo, como o patrulhamento ostensivo de rua realizado por policiais militares em viaturas.
Ontem, o comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo (PM-SP), coronel Marcelo Vieira Salles, informou ao governador Márcio França (PTB) de que as reservas de combustíveis estavam chegando ao fim. O comando da PM já orientou comandantes de batalhões da capital paulista a reduzirem o uso de viaturas no patrulhamento ostensivo de vias, conforme apurou o Valor.
A ideia é manter o patrulhamento realizado a pé e de bicicleta pelos policiais militares.
Também ontem, o governador e o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Mágino Alves, iniciaram tratativas informais com representantes do setor petrolífero do Estado de São Paulo. Segundo uma fonte ligada ao governo, França conversou com dirigentes do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincoptero), com o objetivo de viabilizar a liberação de lotes de combustível visando garantir o abastecimento de veículos usados para serviços essenciais, como segurança pública e atendimentos de emergência dos bombeiros.

Militares enviam tropas a refinarias e 11 aeroportos, diz ministro


Rafael Bitencourt E Marcelo Ribeiro

O ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna, disse nesta sexta-feira (25) que tropas militares já foram enviadas, inclusive com o uso de helicópteros, para garantir a saída de combustíveis das refinarias e o abastecimento de 11 aeroportos prioritários. Já são realizadas, segundo ele, seis forças tarefas a partir da assinatura do decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
"Tão logo, o presidente [Michel Temer] terminou de assinar o decreto já tinha tropas nas refinarias", disse Silva e Luna, em entrevista no Palácio do Planalto.
O ministro, que é general do Exército, disse que a ação das Forças Armadas garantiu a liberação do transporte de combustíveis na Refinaria Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro. "Uma das principais preocupações é com as refinarias", afirmou.
O general explicou que os motoristas que estavam nas refinarias abandonaram os caminhões-tanque. Segundo ele, os militares podem conduzir os veículos da Petrobras ao destino, mesmo sem a edição do decreto de "requisição de bens" que valerá especialmente para os casos que envolverem empresas privadas.
A ação militar também deve garantir a chegada dos combustíveis a 11 aeroportos prioritários, aqueles que não contam com duto de abastecimento. Entre eles, estão os terminais de Recife, Salvador e Brasília.

JORNAL ZERO HORA


Força Aérea Brasileira adia provas do Exame de Admissão ao Curso de Formação de Sargentos da Aeronáutica

As provas seriam aplicadas neste domingo e, no Rio Grande do Sul, as avaliações ocorreriam em Canoas e Santa Maria

Publicado Em 25/05 - 15h02

A Força Aérea Brasileira (FAB) adiou o Exame de Admissão ao Curso de Formação de Sargentos da Aeronáutica (CFS) da Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR). As provas escritas seriam realizadas neste domingo (27) e foram remarcadas para 1º de julho. O adiamento ocorre em razão da paralisação de serviços, como meios de transporte e abastecimento, decorrente da greve dos caminhoneiros. No Estado, as provas serão aplicadas em Canoas e Santa Maria.
O exame oferece 93 vagas para o sexo masculino, distribuídas entre as especialidades de guarda e segurança, mecânica de aeronaves e material bélico, além de 134 oportunidades nas áreas de equipamento de voo e controle de tráfego aéreo para ambos os sexos. O prazo de inscrição terminou em 12 de março.

PORTAL G-1


Nos bastidores, militares demonstram preocupação com estoque de combustível para atuar contra grevistas


Andréia Sadi Publicado Em 25/05 - 15h01

A decisão do presidente Michel Temer de acionar as forças federais para desobstruir as rodovias federais gerou preocupação de militares nos bastidores.
O motivo: temem que as forças não tenham combustível suficiente para agir nas ruas por vários dias seguidos.
O presidente Temer, ao decidir usar as forças federais, ouviu general Sérgio Etchegoyen, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, e o ministro Raul Jungmann, do Ministério da Segurança Pública – mas não ouviu o conselho da defesa.
Por isso, Temer está sendo criticado nos bastidores por grupos que integram as forças federais, que incluem: Exército, Marinha, Aeronáutica e Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Nesta tarde, ocorre uma reunião entre os três comandantes das Forças Armadas e o Ministério da Defesa.


Ministro diz que Forças Armadas atuarão de maneira `enérgica` para liberar estradas

Joaquim Silva e Luna (Defesa) participou de reunião para definir atuação dos militares na greve dos caminhoneiros. Paralisação chegou ao 5º dia nesta sexta-feira.

Publicado Em 25/05 - 13h32

O ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna, afirmou nesta sexta-feira (25) que as Forças Armadas atuarão de maneira `rápida` e `enérgica` para liberar as rodovias bloqueadas por caminhoneiros pelo país.
Silva e Luna deu a declaração após se reunir com os comandantes de Exército, Marinha e Aeronáutica para definir a atuação dos militares.
Mais cedo, nesta sexta, o presidente Michel Temer afirmou em pronunciamento no Palácio do Planalto que havia acionado as tropas federais para liberar as estradas onde há bloqueios.
`Estávamos em reunião planejando as operações que serão desencadeadas em seguida. Tão logo o presidente assine o decreto autorizando o emprego das forças, as forças serão empregadas. Uma ação rápida, integrada e de forma enérgica como deve ser o emprego de forças`, afirmou Silva e Luna.
Segundo o Ministério da Defesa, participaram da reunião com o ministro da Defesa:
  • Eduardo Villas Bôas, comandante do Exército;
  • Eduardo Bacellar Leal Ferreira, comandante da Marinha;
  • Nivaldo Rossato, comandante da Força Aérea;
  • Paulo Humberto, comandante de Operações Terrestres do Exército;
  • Ademir Sobrinho, chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas.
Proposta de acordo
Após uma reunião de mais de sete horas no Palácio do Planalto, nesta quinta (25), governo e representantes dos caminhoneiros anunciaram uma proposta de acordo para suspender a paralisação da categoria por 15 dias.
Desde o início da semana os caminhoneiros de todo o país têm feito protestos nas estradas contra o aumento no preço do diesel.
Com a paralisação, postos têm ficado sem gasolina, diversos produtos não estão chegando aos supermercados e falta querosene em aeroportos, por exemplo.
Na reunião desta quinta, o governo propôs, entre outros pontos, manter a redução de 10% do diesel nas refinaria e reajustar o preço do combustível com periodicidade mínima de 30 dias.
Essa operação, de acordo com o Ministério da Fazenda, custará à União R$ 4,9 bilhões até o fim deste ano. O valor deverá ser repassado à Petrobras a título de compensação.

Greve dos caminhoneiros: prioridade de atuação das Forças Armadas são refinarias e aeroportos, diz ministro

O ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna, afirmou nesta sexta-feira (25) que a prioridade das Forças Armadas nas ações relacionadas à greve dos caminhoneiros serão as refinarias e os aeroportos.

Por Guilherme Mazui E Alessandra Modzeleski Publicada Em 25/05 - 19h26

Silva e Luna deu a informação após o presidente Michel Temer assinar um decreto em que autoriza o emprego de militares se houver perturbação da ordem pública, a chamada Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
A greve dos caminhoneiros chegou ao 5º dia nesta sexta-feira. A categoria protesta em todo o país contra o aumento no preço do diesel.
"Nós estabelecemos uma série de prioridades, e a principal preocupação tem a ver com as refinarias, para a partir de lá poder abastecer", afirmou Silva e Luna.
"São 11 aeroportos que estão nossa lista como prioritários, aí entra Recife, Salvador, Brasília", acrescentou o ministro.
Segundo a assessoria de Luna e Silva, a prioridade são 11 bases da Petrobras que estão com dificuldade de distribuição de combustível. Essas bases têm querosene de aviação para abastecer 6 aeroportos: Recife, Brasília, Viracopos, Goiânia, Porto Alegre e Confins.
Com a paralisação dos caminhoneiros, tem faltado gasolina nos postos de todo o país, diversos produtos não estão chegando aos supermercados e acabou o querosene para aviões em vários aeroportos.
Ação “enérgica” dos militares
Mais cedo, nesta sexta, Temer acionou as Forças Armadas para desbloquear as vias interditadas pelos caminhoneiros.
O ministro Joaquim Silva e Luna, por sua vez, informou que a ação dos militares será "enérgica" e "rápida".
Diante disso, a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) divulgou um comunicado no qual pediu à categoria que desbloqueie as estradas interditadas.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, já autorizou o uso de forças de segurança pública para desobstruir as vias.

Uso de motoristas militares
De acordo com Silva e Luna, a partir deste sábado (26), motoristas militares poderão levar caminhões de abastecimento da Petrobras trancados em refinarias.
"Se esses veículos estão abandonados com suas cargas, serão transportados por motoristas militares, que levarão até o local de destino", afirmou.
Silva e Luna informou, ainda, que o emprego dos militares teve início nesta sexta, logo depois de Temer assinar o decreto de Garantia da Lei da Ordem, cuja validade é até 4 de junho. Ele deu como exemplo atuação na refinaria Duque de Caxias, no Rio de Janeiro.
O general disse que são usados helicópteros no Rio e São Paulo. As aeronaves auxiliam a avaliar dificuldades no tráfego de rodovias para melhor orientar a atuação dos militares.
Silva e Luna foi indagado sobre o risco de confrontos, caso os caminhoneiros não queiram desbloquear rodovias. Segundo ele, não se imagina esse tipo de situação.
"Nós não imaginamos isso ai [confrontos]. A ação não é contra caminhoneiro, é para permitir o direito de ir e vir das pessoas, dos veículos e o abastecimento", afirmou.
O ministro ainda garantiu que há combustível suficiente para a atuação das Forças Armadas por 30 a 45 dias.

Governo anuncia acordo para greve dos caminhoneiros
Após uma reunião de mais de sete horas no Palácio do Planalto, nesta quinta (25), governo e representantes dos caminhoneiros anunciaram uma proposta de acordo para suspender a paralisação da categoria por 15 dias.
O governo propôs, entre outros pontos, manter a redução de 10% do diesel nas refinaria e reajustar o preço do combustível com periodicidade mínima de 30 dias.
Essa operação, de acordo com o Ministério da Fazenda, custará à União R$ 4,9 bilhões até o fim deste ano. O valor deverá ser repassado à Petrobras a título de compensação. 

PORTAL R7


Avião de Temer fica sem combustível para viagens longas

O Airbus ACJ319 tem autonomia de 9 horas e 45 minutos, mas não tem combustível suficiente

Luiz Fara Monteiro, Da Recordtv, Com Mariana Londr Publicada Em 25/05 - 17h04

Não são apenas cidadãos comuns e passageiros da aviação comercial que enfrentam transtornos com a crise de abastecimento de combustíveis. A falta de querosene de aviação (QAV) no aeroporto internacional de Brasília afeta também a aeronave que atende ao presidente Michel Temer.
— Se o presidente precisar se deslocar para um destino longo, terá muita dificuldade, disse uma fonte ligada à Presidência da República.
O perigo de "correr sangue" nas estradas
Professor vê risco de intervenção militar
Segundo esta mesma fonte, a equipe responsável pelos deslocamentos de Temer também foi pega de surpresa com o desabastecimento que afeta o aeroporto de Brasília e outros 10 terminais. O gabinete presidencial teria sido alertado sobre a dificuldade de decolagem da aeronave presidencial, a depender do destino.
O ACJ319, fabricado pela Airbus, tem autonomia máxima de 9 horas e 45 minutos de voo, equivalente a uma viagem entre Zurique, na Suíça e Havana, em Cuba. O problema, no entanto, é que, segundo a mesma fonte, não haveria combustível suficiente estocado em Brasília para um percurso semelhante. Para percursos menores é possível que haja combustível, mas a FAB não informa quanto.
Uma saída para a FAB, caso tenha combustível para um voo mais curto, seria voar com a avião presidencial até os aeroportos de Guarulhos ou Galeão, abastecidos com dutos da Petrobras, para um reabastecimento. Os terminais não dependem de rodovias. Essa possibilidade, no entanto, também não é confirmada pela FAB.
Além do presidente da República, a FAB transporta autoridades, como ministros de Estado e de tribunais superiores e órgãos para transplante.
O Palácio do Planalto não informou a quantidade de querosene armazenado atualmente na Base Aérea nem a autonomia de voo possível que o jato presidencial teria para voar na data de hoje. Questionada, a Força Aérea respondeu que perguntas específicas sobre deslocamentos presidenciais deveriam ser encaminhadas ao Palácio do Planalto. Já a assessoria de Temer contradisse os militares, e afirmou que o esclarecimento caberia a Força Aérea Brasileira.
Sobre a quantidade de querosene de aviação armazenada, a FAB limitou-se a informar que "está preparada para eventuais contingências, de modo a não comprometer suas missões essenciais".
Criticada por ter feito uma escala em Portugal, quando retornava de uma viagem à Suiça, em 2014, a ex-presidente Dilma Roussef reprovou a autonomia de voo do modelo que serve a presidencia da República, em comparação com os jatos oficiais de outros líderes internacionais. Por não ter autonomia, o jato brasileiro precisa fazer várias escalas em viagens internacionais longas. O ACJ319 usado pela Presidência foi comprado pelo ex-presidente Lula, que decidiu aposentar o antigo Sucatão, um Boeing 707 que transportou presidentes brasileiros entre 1986 e 2005. O Airbus foi apelidado de Aerolula.

PORTAL TERRA


Polícia não conseguirá nos desmobilizar, diz caminhoneiro que liderou greves nas eras Sarney e FHC

Sindicalista Nélio Botelho diz ter orientado motoristas a não bloquear rodovias durante atuais protestos, mas nega ter ascendência sobre movimento deste ano.

Publicado Em 26/05 - 01h19

O anúncio de que o governo Michel Temer ordenou que forças federais desobstruíssem estradas onde caminhoneiros se manifestam há cinco dias não esvaziará o movimento, diz à BBC Brasil um dos mais antigos líderes da categoria, o sindicalista Nélio Botelho. 
O anúncio de que o governo Michel Temer ordenou que forças federais desobstruíssem estradas onde caminhoneiros se manifestam há cinco dias não esvaziará o movimento, diz à BBC Brasil um dos mais antigos líderes da categoria, o sindicalista Nélio Botelho.
Nesta sexta-feira, Temer disse ter acionado `forças federais para superar os graves efeitos da paralisação`.
`Quem bloqueia estradas e age de maneira radical está prejudicando a população. Vamos garantir a livre circulação e o abastecimento`, disse o presidente.
Os detalhes da ação serão conhecidas quando Temer publicar um decreto determinando a realização de uma operação GLO (Garantia de Lei e Ordem).
No começo da tarde, os ministros Raul Jungmann (Segurança Pública) e Joaquim Silva e Luna (Defesa) conversaram com os comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica no Ministério da Defesa. Logo depois, foram ao Palácio do Planalto.
Em nota, o Ministério da Defesa disse que as Forças Armadas atuariam para garantir a `distribuição de combustíveis nos pontos críticos`, fazer a `escolta de comboios`, proteger `infraestruturas críticas` e desobstruir as vias próximas a refinarias de petróleo e centros de distribuição de combustíveis.
`O emprego das Forças Armadas será realizado de forma rápida, enérgica e integrada`, diz a nota.
Na noite de quinta-feira, a Força Nacional tinha deslocado um efetivo de 120 homens para auxiliar a Polícia Rodoviária Federal (PRF) a liberar estradas em Minas Gerais.
`Faço meu papel`
Nélio Botelho viajou para Brasília para participar de negociações entre o governo e representantes dos grevistas. Ainda assim, diz que não está à frente da mobilização.
`Não sou negociador, não sou líder de nenhuma greve, apenas faço meu papel de estar junto da categoria para auxiliar no que eu puder`, diz à BBC Brasil por telefone, durante uma pausa para o almoço.
Botelho afirma que os caminhoneiros não estão bloqueando as estradas, mas sim `exercendo o direito de manifestação às margens das rodovias, o que é plenamente legal`.
Ele diz orientar os motoristas `a não prejudicar o trânsito de ninguém, especialmente de carga viva, abastecimento de hospitais e polícias`. `Não queremos prejudicar a população, porque o grande trunfo que temos na mão é o apoio integral em todo o território nacional`, diz.
`Estamos aguardando a presença dos policiais. Em alguns pontos eles já estiveram e constataram que não há bloqueio de rodovia`, afirma o sindicalista.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal, porém, caminhoneiros já interditaram trechos de quase uma centena de rodovias pelo país desde o início da paralisação.
Em nota divulgada nesta sexta, a Polícia Federal diz que começou a investigar a possibilidade dos caminhoneiros grevistas estarem praticando crimes `contra a organização do trabalho, a segurança dos meios de transporte e outros serviços públicos`.
A Advocacia-Geral da União informou que tinha obtido 26 decisões liminares (provisórias) da Justiça proibindo a obstrução de rodovias em 15 Estados e no Distrito Federal. A AGU também pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que declare a paralisação dos caminhoneiros ilegal.
Obstruir estradas é uma infração gravíssima, passível de multa e remoção do veículo, de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro.
Isenção de impostos
Entre os principais pontos reivindicados pelos grevistas está a isenção total de impostos federais que incidem sobre o óleo diesel, principal combustível de caminhões. Os manifestantes também querem a isenção da Cide para caminhoneiros autônomos e o fim do pedágio para caminhões que trafegam vazios.
Na quinta-feira, o governo fechou um acordo com parte dos representantes dos caminhoneiros para suspender a paralisação. Entre outros pontos, o governo ofereceu zerar a Cide sobre o diesel e baixar em 10% o preço do combustível nas refinarias nos próximos 30 dias.
Muitos caminhoneiros, porém, rejeitaram o acordo e continuaram o protesto.
Botelho diz que o governo errou ao oferecer `promessas` em vez de medidas concretas. `Reivindicamos apenas o necessário para praticar a profissão. Nossa categoria está estrangulada.`
Ele rejeita a afirmação de que a mobilização seja um locaute - tipo de manifestação em que os patrões impedem os trabalhadores de atuar motivados por seus próprios interesses, e não por reivindicações dos funcionários. Locautes são proibidos pela legislação brasileira.
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse haver indícios de `uma aliança, um acordo entre os caminhoneiros autônomos e as distribuidoras e transportadoras, e isso é grave, porque apresenta indícios de locaute`.
Para Botelho, porém, a mobilização é liderada não por patrões, mas por caminhoneiros autônomos.
Histórico de greves
O sindicalista se projetou como representante de caminhoneiros no governo José Sarney (1985-1990). Desde então, participou de várias mobilizações pelo país.
Em 1999, em meio a uma manifestação que envolveu cerca de 700 mil caminhoneiros, Botelho negociou diretamente com o então presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) e teve algumas reivindicações atendidas, como o congelamento do preço do diesel e de tarifas de pedágio.
Mesmo assim, a paralisação só foi interrompida quando FHC ameaçou usar as Forças Armadas para desobstruir estradas, quando a mobilização estava perto de completar uma semana.
Botelho diz esperar que o governo atenda as reivindicações do movimento nas próximas horas.
`Tem que cair a ficha para o governo: nossa categoria é fundamental para país e estamos vivendo no submundo`, afirma.
`Se a greve avançar pelo fim de semana, chegaremos na segunda-feira num cenário de caos.`



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