NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 07/04/2018 / Embraer lança seu KC-390 sobre os Andes em um voo de teste
Embraer lança seu KC-390 sobre os Andes em um voo de teste ...
Roberto Caiafa ...
A Embraer Defesa e Segurança realizou nesta terça feira, 03/04, um voo para a imprensa especializada em Defesa na sua atração principal, apresentada pela primeira vez na FIDAE, o jato de transporte militar KC-390.
O voo de 50 minutos foi realizado a bordo do protótipo PT-ZNF, e impressionou a performance de decolagem, as qualidades e recursos da área de transporte de cargas e tropas (mixed configuration), e o pouso suave.
Os bancos rebatíveis de lona se provaram surpreendentemente confortáveis, usando cinto convencional (barrigueira).
As fileiras estavam dispostas em configuração 2+1 assentos, totalizando cerca de 40 lugares.
O voo do KC390 seguiu uma rota sobre a Cordilheira dos Andes, o entorno de Santiago e regresso a Base Aérea Pudahel / Aeroporto Internacional "Arturo Benitez".
Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.
Venezuelanos chegam a São Paulo com quase nada e apreensivos
Maior grupo foi para centro de acolhida; casal de refugiados ajuda conterrâneos e emociona
Fabiana C., F. Resk E Juliana D. Publicado Em 06/04/2018 - 03h00
SÃO PAULO - Transportados por ônibus do Exército e escoltados por homens da PM e da Guarda Civil Metropolitana, os primeiros venezuelanos acolhidos na capital chegaram ontem à tarde aos abrigos que serão seus lares nos próximos meses. O grupo de 104 imigrantes viajou de Boa Vista à cidade de São Paulo em um voo da Força Aérea Brasileira (FAB) que pousou às 13h30 na Base Aérea de Guarulhos.
Após as cinco horas de voo, os imigrantes ainda tiveram de esperar mais duas horas para embarcar nos ônibus que os levariam a três abrigos da cidade, por causa de um atraso na retirada das bagagens. A chegada aos espaços ocorreu por volta das 16h30. O maior grupo, de 74 estrangeiros, todos solteiros, foi para o Centro de Acolhida Temporária São Mateus, administrado pela Prefeitura. Já os estrangeiros que vieram em famílias foram encaminhados à Casa do Migrante, espaço ligado à Missão Paz, da Igreja Católica, e à Casa de Passagem Terra Nova, do governo estadual.
Blindados pelas forças de segurança e por membros da Agência das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), os imigrantes não quiseram falar com a imprensa, mas, segundo agentes que tiveram contato com eles, demonstravam um misto de medo e esperança ao chegar à maior cidade brasileira.
No CTA São Mateus, três viaturas da GCM faziam a segurança. O receio era que o tumulto registrado na noite anterior, quando moradores de rua atiraram pedras e feriram um GCM ao ter de deixar o espaço, se repetisse. Antes da chegada dos venezuelanos, os guardas apreenderam em flagrante dois adolescentes por tráfico de drogas.
Crianças. Entre os refugiados, a situação mais vulnerável era a das famílias que chegaram com bebês pequenos - um deles, com 3 semanas de vida. Na bagagem, traziam apenas roupas e pertences de aparência antiga, evidenciando a situação de escassez do país de origem.
Segundo o padre Paolo Parise, diretor da Missão Paz, um dos momentos mais emocionantes na recepção dos imigrantes foi quando o grupo encontrou um casal de conterrâneos que já vive há mais tempo no Brasil. “Quando eles falaram que já estavam empregados, morando em um apartamento alugado, os recém-chegados ficaram com um olhar de esperança”, conta o padre.
O casal citado decidiu se mudar para o Brasil após um deles, o jornalista Carlos Daniel Barroso, de 34 anos, ser sequestrado e espancado por questões políticas. Ele se mudou em 2016. A mulher dele, a professora Marifer Vargas, de 36 anos, veio no ano seguinte. “Chegou um momento que era muito difícil ter que decidir quem da sua família iria comer”, relata ela.
Outro grupo de 82 venezuelanos chegará hoje. Ao todo, a cidade deve receber 300 imigrantes. “Vamos organizar as ofertas de emprego”, diz o secretário de Assistência Social, Filipe Sabará.
"Despejados", moradores de rua se revoltam
A chegada dos venezuelanos em São Paulo causou revolta entre moradores de rua que usavam o Centro Temporário de Acolhimento (CTA) de São Mateus, na zona leste, e tiveram de deixar o albergue para dar lugar aos refugiados. Barrado do equipamento, um grupo com cerca de dez pessoas montou uma “maloca” em uma praça a 350 metros de distância, onde dormiu sobre papelões.
A saída dos moradores de rua do albergue, anteontem, foi marcada por tumulto. Revoltados, alguns ex-abrigados no CTA atiraram pedras – e uma delas acertou o joelho direito do guarda-civil Francisco Moisés do Nascimento, de 35 anos. O caso aconteceu por volta das 19h40. “Eles avisaram ontem que a gente tinha de sair”, afirmou Maurício Aquino, de 19 anos, um dos que foi se abrigar embaixo do coreto da Praça Felisberto Fernandes da Silva. “Pegou a gente de surpresa”, concordou Jefferson Silva, de 22.
No portão do CTA, ontem, era possível ler um aviso. “A SMADS (Secretaria de Assistência Social), em compromisso com a ACNUR (...) prioriza o bem-estar dos venezuelanos que estão passando por um processo de adaptação”, dizia.
“Eles ofereceram para a gente ir para (o CTA de) Aricanduva e Guaianases, mas não é assim”, disse Fabio Toledo, de 43. “Eu estava bem, tinha um lugar fixo e, de repente, tenho de mudar. Isso desanima.”
O secretário Filipe Sabará negou que a decisão tenha sido repentina. “Conversamos com eles desde o fim de semana passado”, disse. Segundo o titular da pasta, a “maloca” é antiga. “Eles já permaneciam na praça anteriormente. Foi até um dos motivos para fazermos o CTA.”
HC de Lula inflama debate sobre intervenção militar
Estudo FGV/DAPP aponta que discussão se intensificou durante voto da ministra Rosa Weber no Twitter
Luiz Fernando Teixeira Publicado Em 06/04/2018 - 17h40
Estudo da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas (FGV/DAPP) constatou que a votação do habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Supremo Tribunal Federal (STF), que se arrastou por onze horas, foi citado em 708,6 mil menções no Twitter entre a 0h de quarta-feira, 4 e 0h de quinta, 5, antes do fim da sessão do plenário.
O maior pico de menções, que somou uma média de 1.038 tuítes por minuto, foi registrado entre as 19h e as 20h, quando a ministra Rosa Weber, a incógnita do julgamento, dava seu voto.
O julgamento levantou diversas pautas na rede social, como intervenção militar na política e a autonomia do Judiciário.
De acordo com o estudo, os grupos pró e contra Lula usam ‘referências comuns’ para respaldar seus posicionamentos, como o apelo à ‘defesa da democracia’.
Além disso, a declaração do general Eduardo Villas Bôas de que o Exército ‘julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição‘ – um dia antes do julgamento do habeas de Lula -, fez multiplicar as discussões sobre segurança pública e intervenção associadas aos presidenciáveis, especialmente o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) e o presidente Michel Temer (MDB).
Dados da FVG: politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/wp-content/uploads/sites/41/2018/04/Dapp-Report-05_04.pdf
CENÁRIO: Forças Armadas fazem acompanhamento discreto de militância
Possibilidade de confronto entre apoiadores de Lula e grupos opositores – ou com a polícia –, é considerada pelos militares "um evento perfeitamente controlável pelas organizações estaduais de segurança em São Paulo e no Paraná"
Roberto Godoy, O Estado De S.paulo Publicado Em 07/04/2018 - 05h00
As Forças Armadas acompanham discretamente a mobilização do PT em São Bernardo do Campo. Os serviços de inteligência reconhecem que infiltraram agentes em meio à militância, e que mantém vigilância nas redes sociais. E é só. A possibilidade de um confronto entre os apoiadores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os grupos opositores – ou com a polícia –, é considerada pelos militares “um evento perfeitamente controlável pelas organizações estaduais de segurança em São Paulo e no Paraná”.
Desde as 13h desta sexta-feira, 6, havia pouco menos de 1,1 mil policiais prontos para entrar em ação em Curitiba. Pouco menos de 300 deles foram para as ruas, reforçar o esquema normal de controle. Os demais permaneceram nas sedes dos batalhões. Em pontos elevados, coberturas de edifícios e teto de torres, havia atiradores de elite com a missão de observar a área próxima da 13.ª Vara Federal, onde trabalha o juiz Sérgio Moro e que foi palco de manifestações o dia todo. À tarde, um time do Choque da PM foi deslocado para São Bernardo em ação definida como “preventiva”.
No comando do Exército, o fator de preocupação é o Movimento dos Sem-Terra. De acordo com uma análise interna a que o Estado teve acesso, o MST – que ontem bloqueou estradas federais –, está presente em 25 Estados e tem defensores da opção pela luta armada no campo desde 1998. O número real de integrantes é desconhecido. O principal dirigente, o economista gaúcho João Pedro Stedile, afirma que são 23 milhões, um evidente exagero. No encontro anual de 2016, a Coordenação Nacional estimava os participantes ativos em 120 mil. Nessa conta estariam incluídas todas as famílias de agricultores assentados em terras redistribuídas por meio dos programas da reforma agrária.
O movimento, surgido há cerca de 40 anos e organizado a partir da criação formal, em 1984, segue um esquema de ordenação em dois blocos – o dos núcleos, com 500 pessoas, e o das brigadas, com 500 famílias – cada uma delas em média com cinco pessoas. Gradualmente, o MST ganha consistência. Os assentamentos tem escolas, centros de treinamento e de doutrinação. Cada agricultor paga uma espécie de contribuição a contar do momento em que comercializa os produtos de sua lavoura.
ONU diz que 800 venezuelanos cruzam a fronteira para o Brasil por dia
Alto Comissariado para Refugiados diz estar sem recursos financeiros para auxiliar o País na recepção dos refugiados
Jamil Chade / Genebra Publicado Em 06/04/2018 - 11h35
GENEBRA - O Alto Comissariado da ONU para Refugiados afirmou nesta sexta-feira, 6, que a cada dia 800 venezuelanos cruzam a fronteira em direção ao Brasil, num fluxo que não deve diminuir nos próximos meses. A entidade alertou ainda que está sem recursos financeiros para bancar os planos de ajuda financeira internacional à crise dos venezuelanos no País. Dos US$ 46 milhões que a ONU solicitou para auxiliar o Brasil, a comunidade internacional disponibilizou 4% desse valor.
De acordo com William Spindler, porta-voz do Acnur, a ONU e o governo brasileiro aumentarão sua capacidade de atuação na região de fronteira diante do "crescente número de venezuelanos chegando no norte do País com necessidades cada vez maiores". "Pedimos que a comunidade internacional de mais apoio ao Brasil, que tem sido generoso em sua resposta e precisa fortalecer sua capacidade de recepção, evitando discriminação contra venezuelanos e garantindo uma coexistência pacífica", disse o porta-voz.
O que a ONU também constata é que a onda mais recente de refugiados tem sido marcada pelas condições cada vez mais precárias dos venezuelanos que chegam. "À medida que a situação política e econômica complexa continua a se deteriorar, os venezuelanos chegando estão mais desesperados por alimentos, abrigo e saúde", explicou Spindler.
Desde o começo de 2017, 52 mil venezuelanos entraram no Brasil, sendo que 40 mil deles estariam em Boa Vista, Roraima, e 25 mil pediram asilo.
Para o Acnur, a chegada em massa dos venezuelanos deixou os serviços básicos em Roraima em uma situação crítica. De acordo com a agência da ONU, o governo brasileiro anunciou um pacote de R$ 190 milhões para saúde e saneamento, além de declarar estado de emergência na região. O Acnur garante que vai continuar a trabalhar com as autoridades brasileiras para registrar os refugiados e garantir que tenham acesso a saúde, educação e outros serviços.
A agência elogiou os trabalhos do governo brasileiro e agradeceu o fato de o País manter aberta suas fronteiras. Ainda assim, afirmou estar "cada vez mais preocupada com os riscos crescentes enfrentados pelos venezuelanos que estão vivendo nas ruas, incluindo exploração sexual e violência".
Dois novos abrigos foram abertos em Boa Vista para lidar com esse fluxo. Mas, com 500 vagas cada, ambos estão praticamente lotados. Prioridade é dada a crianças, mulheres grávidas e idosos. Os locais estão sendo administrados pelo Acnur, enquanto as Forças Armadas distribuem alimentos.
Uma das prioridades do Acnur é realocar muitos desses venezuelanos para outras partes do Brasil. "Isso vai dar uma solução de longo prazo para pessoas que precisam de ajuda e reduzir a tensão sobre comunidades locais no Estado de Roraima", afirmou o porta-voz.
A cada semana, dois voos levam os venezuelanos para fora de Roraima. Na quinta-feira 5, os primeiros 104 estrangeiros chegaram a São Paulo. Um segundo voo deve deixar a região nesta sexta-feira para levar outros venezuelanos para a capital paulista e para Cuiabá. No total, 277 pessoas serão transportadas nesta sexta.
No total, a ONU diz que 600 venezuelanos já foram realocados, mas estima que 77% dos estrangeiros em Roraima esperam ser beneficiados pela distribuição pelo País.
Críticas.
A agência da ONU criticou a recente declaração do deputado e pré-candidato à presidência do País Jair Bolsonaro, que afirmou a intenção de criar campos de refugiados no norte do País para os venezuelanos caso fosse eleito.
"Criar campos de refugiados não é a melhor opção", disse Spindler. "Na América do Sul, nunca tivemos campos de refugiados. Centenas de milhares de colombianos deixaram seu país em décadas e foram abrigados por comunidades. Essa é a tradição e esperamos que isso (criar campos de refugiados) não seja feito", completou o representante da ONU.
Artigo: Tempos de cólera
A verdade é que a presença militar nas ruas e nas comunidades se tornou uma estratégia requentada que não impressiona mais ninguém
Luiz Fernando Janot Publicado Em 07/04/2018 - 00h00
“O que me assusta não é a violência, mas a omissão de muitos.” (Martin Luther King)
Volta e meia vejo gente falando em morar no exterior para se livrar da violência no Rio. Como não se trata de uma decisão simples, o projeto fica restrito a quem possui cacife para bancar tal aventura. Para os que ficam, só lhes resta a esperança de não ser a próxima vítima de algum delinquente desvairado ou de uma bala perdida.
O descrédito em relação à capacidade da polícia de conter a violência na cidade chegou a tal ponto que abriu espaço para ser gestado nos bastidores palacianos de Brasília, sem qualquer planejamento prévio, um processo de intervenção federal na segurança pública do Rio. A verdade é que a presença militar nas ruas e nas comunidades se tornou uma estratégia requentada que não impressiona mais ninguém.
Para quem não acredita em soluções imediatistas para problemas complexos, o jeito é se organizar para formular e discutir propostas de médio e longo prazo baseadas em indicadores confiáveis e experiências bem-sucedidas. Mais inteligência e menos improviso deve ser a tônica adotada. A sociedade precisa urgentemente descruzar os braços e debater projetos inovadores e diversificados que ajudem a reverter o quadro de violência e de miséria que vem deteriorando a cidadania e a própria vida na cidade.
Nota-se que alguns movimentos alternativos aos partidos políticos tradicionais começam a ocupar espaço nos meios de comunicação para divulgar seus princípios e buscar apoio para suas propostas de governança. Pelo que se observa, a maioria dessas propostas está impregnada de discursos ideológicos sem consistência e sem a necessária abrangência que a temática exige.
Os grupos mais radicais à direita focam sua ação na desconstrução da política e do Estado, na prevalência do econômico sobre o social, e na convicção de que a violência deva ser combatida olho por olho, dente por dente. Os segmentos mais extremados à esquerda, por terem dificuldades para lidar com a hegemonia do capitalismo no mundo globalizado, tendem a olhar o futuro da nação através da visão embaçada do seu espelho retrovisor. Na verdade, ambas as tendências representam o que poderíamos chamar de a vanguarda do atraso.
Em meio ao redemoinho de discursos esquizofrênicos, torna-se cada dia mais difícil se relacionar com grupos que destilam ódio pelas ventas. Eu me incluo no rol das pessoas chocadas com as atitudes raivosas desses indivíduos inconsequentes. Na contramão do radicalismo de ocasião, procuro me aproximar de quem agrega o contraditório à sua maneira de ver e tratar as complexas questões de natureza política.
Neste momento, o foco principal do meu interesse consiste na troca de experiências com pessoas de capacidade reconhecida em áreas distintas do conhecimento com o objetivo de discutir e estabelecer diretrizes que possam, eventualmente, ser incorporadas a planos futuros de governo. Os princípios preconizados se voltam, em tese, para a melhoria da qualidade de vida e no bem-estar das camadas mais pobres da população.
Entre as metas levantadas inicialmente destaca-se o controle da expansão urbana; a preservação e valorização do ambiente natural; a ampliação das redes de saneamento básico; a despoluição de rios, lagoas e baías; a recuperação dos espaços urbanos e do patrimônio histórico edificado; o fomento às fontes limpas de energia; a integração dos meios de mobilidade urbana; a requalificação espacial dos aglomerados urbanos informais; o estímulo às atividades econômicas geradoras de emprego; a consolidação de feiras e congressos nacionais e internacionais; a organização de eventos turísticos diversificados; e, obviamente, a construção de uma política cidadã para a segurança pública.
Depois de debatidas e desenvolvidas metodologicamente cada uma dessas proposições e outras que deverão ser acrescentadas, teremos um material significativo para ser avaliado e eventualmente incorporado aos programas de candidatos que possuam compromissos, de fato, com o cargo que pleiteiam. Ao contrário da atitude do prefeito de São Paulo, que mal esquentou a cadeira e já vai deixar o cargo para se candidatar ao governo do estado. Política é coisa séria, que precisa ser tratada com mais respeito e dignidade.
Mas, pelo andar da carruagem, tudo leva a crer que nas próximas eleições não faltarão candidatos sem lastro político apresentando discursos formatados por marqueteiros ilustres para tentar demonstrar sua suposta competência. Portanto, todo cuidado é pouco para não se deixar enganar pela retórica ardilosa desses oportunistas de ocasião e da galera que vem junto com eles.
Luiz Fernando Janot é arquiteto e urbanistaComandante do Exército considera ‘ultrapassada’ polêmica provocada por tuíte sobre impunidade
Declarações de Villas Boâs geraram forte reação
Por Daniel Gullino Publicado Em 06/04/2018 19:59
BRASÍLIA — O comandante do Exército, general Eduardo Villâs, considera como "assunto ultrapassado" a polêmica em torno das suas declarações sobre "repúdio à impunidade", segundo informou ao GLOBO o chefe do Centro de Comunicação Social do Exército (CCOMSEx), general Otávio Rêgo Barros.
Na terça-feira, véspera do julgamento do habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Supremo Tribunal Federal (STF), Villas Bôas escreveu em sua conta no Twitter que que o Exército "julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade".
As declarações foram criticadas por organizações como a Anistia Internacional, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). Além disso, o Ministério Público Federal (MPF) quer que o Ministério da Defesa dê uma explicação sobre um "eventual risco de função interventora" das Forças Armadas,
Durante o julgamento do habeas corpus no STF, o ministro Celso de Mello também recriminou a fala do general, dizendo que o respeito à Constituição é "indeclinável". Sem citar diretamente o general, Celso de Mello disse que um comentário realizado na terça por "altíssima fonte" foi "claramente infringente do princípio da separação de poderes" e alertou contra "práticas estranhas e lesivas à ortodoxia constitucional".
— Nossa própria experiência histórica revela-nos que insurgências de natureza pretoriana, à semelhança da ideia metafórica do ovo da serpente, descaracterizam a legitimidade do poder civil instituído e fragilizam as instituições democráticas, ao mesmo tempo em que desrespeitam a autoridade suprema da Constituição e das leis da República — afirmou Celso de Mello.
Já o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou que Villâs Boas é um "soldado exemplar" e disse que ele em nenhum momento fez menção sobre um "atalho no processo democrático".
— Eu repito, não houve qualquer pressão do general ou menção sobre atalho no processo democrático. A gente vai, junto com todos brasileiros, decidir com muita alegria qual será o futuro do Brasil em outubro, porque isso ninguém vai tomar dos brasileiros e brasileiras. A democracia é algo consolidado e irreversível — declarou Jungman.
Lula não é mártir, mas sim perseguido, diz Frei Betto
Guilherme Azevedo / Do Uol, Em São Paulo Publicado Em 06/04/2018 - 14h29
O religioso Frei Betto, 73, que foi assessor especial do primeiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e coordenador de mobilização social do programa Fome Zero, em 2003 e 2004, rejeita a condição de mártir para Lula, mas vê perseguição ao petista.
"Até tiros deram contra a sua caravana pelo Sul", afirmou o frade dominicano ao UOL.
Ele contou que se encontrou com Lula e "estava sereno, alegre, perguntando pelos amigos comuns". E lembrou uma coincidência histórica: em abril de 1980, também estava presente quando foi preso pela primeira vez pelo Dops (Departamento de Ordem Política e Social), órgão de repressão da ditadura militar.
Para Frei Betto, que é autor de dois livros críticos aos governos do PT ("A Mosca Azul" e "Calendário do Poder", editados pela Rocco), "uma parcela conservadora da sociedade brasileira quer impedir a qualquer custo que Lula seja de novo presidente".
Entretanto, afasta visão catastrofista como consequência do caso de Lula: "O Brasil é maior que as suas crises e não cabe em nenhum abismo".
UOL - Como o senhor recebeu a notícia da execução da pena de prisão de Lula? O senhor acredita que seja um ato de Justiça ou é parte de um processo de perseguição ou outra coisa?Frei Betto - No caso do tríplex [em Guarujá (SP), pelo qual Lula foi condenado a 12 anos e um mês de prisão na primeira e segunda instâncias], não vejo nenhuma prova convincente. O próprio promotor chegou a dizer que não havia provas, havia convicções. Sem dúvida uma parcela conservadora da sociedade brasileira quer impedir a qualquer custo que Lula seja de novo presidente da República.
O que significa a possível prisão de Lula para o Brasil? Mergulha o Brasil no caos político?
O Brasil é maior que as suas crises e não cabe em nenhum abismo. A prisão de Lula, além de injusta, deixa mal o Brasil no cenário internacional, pois ele é uma figura respeitada em todo o mundo. [George W.] Bush [presidente dos Estados Unidos de 2001 a 2009] e [Barack] Obama [presidente norte-americano de 2009 a 2017] o admiravam.
Lula é mártir, é vítima da perseguição das elites, como ele mesmo tem dito? Ou apenas um homem carismático com defeitos? A possível prisão alimenta o mito Lula?
Mártir não, mas perseguido sim, pois até tiros deram contra a sua caravana pelo Sul. E sem dúvida é carismático, um dom que poucas pessoas têm, como são os casos de Chico Buarque [compositor e escritor] e José Celso Martinez Corrêa [diretor teatral].
Não é todo dia que um metalúrgico sem curso superior chega a presidente de um país de mais de 100 milhões de habitantes, é reeleito, deixa o governo com 87% de aprovação e ainda elege e reelege um mulher, Dilma Rousseff, que jamais havia se candidatado a cargo público.
O estilo beligerante do Lula, provocativo, expresso profundamente nas caravanas, não está um tanto fora do lugar? Não pode estimular mais atos de violência? Não pode ser visto como provocação num ambiente em que a população se sente mais lesada do que nunca pela classe política?
No contato pessoal, ele nada tem de beligerante. Fui visitá-lo esta manhã de sexta-feira [6] no sindicato dos metalúrgicos, em São Bernardo do Campo [onde Lula se projetou como líder sindical], onde dormiu. Estava sereno, alegre, perguntando pelos amigos comuns. Fizemos uma oração. Por coincidência, em abril de 1980, quando foi preso pela primeira vez, eu me encontrava na casa dele.
[Lula] Considera prepotente a ordem de prisão assinada pelo juiz Sergio Moro e estava indignado pelo fato de o magistrado não aguardar o término das etapas processuais. Me disse que não irá a Curitiba por vontade própria nem irá se entregar.
A possível ausência de Lula no pleito de outubro afeta o processo eleitoral como um todo? Como? Tira legitimidade?Afeta, porque o PT terá de indicar outro candidato e não se sabe se terá o mesmo apelo eleitoral que Lula
O senhor defende a candidatura Lula até as últimas consequências ou acredita que seja hora de se lançar ou apoiar outro candidato?
Não sou militante partidário e defendo candidaturas que sejam aceitas pela Justiça Eleitoral.
A pressão de militares das Forças Armadas nos últimos dias sobre a política e o Judiciário representa riscos? Instala uma cultura de medo? O senhor teme um golpe?
Não temo um golpe porque já vivemos em regime de exceção, sob o governo golpista de [Michel] Temer [MDB], cercado por notórios corruptos e covarde frente aos pronunciamentos anticonstitucionais de generais da ativa e da reserva, que nem sequer são advertidos.
Tuíte incendiário
Mensagem do comandante do Exército na véspera do julgamento do HC de Lula alvoroça defensores da “volta do regime militar”
Por Eduardo Gonçalves Publicado Em 07/04/2018 - 06h00
Nos turbulentos dias que antecederam o impeachment de Dilma Rousseff, o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, cansou-se de ouvir que as Forças Armadas deveriam se mexer para “pôr o país em ordem”. Como revelou em entrevista a VEJA, em abril de 2017, o comandante chegou a ser sondado por políticos de esquerda que defendiam a decretação do estado de defesa pela presidente — medida que obrigaria a Força a tomar as ruas. Villas Bôas rechaçou de imediato a hipótese, “descabida e perigosa”, segundo ele. Por mais de uma ocasião, o militar já havia afirmado que o Exército deve atuar nas crises como um “protagonista silencioso”, guiado unicamente pela Constituição, e tendo como base os pilares da “estabilidade, legalidade e legitimidade”.
Na terça-feira à tarde, no entanto, véspera do julgamento do habeas-corpus do ex-presidente Lula no Supremo Tribunal Federal (STF), o comandante pareceu trair a si próprio ao publicar no Twitter mensagem em que dizia repudiar “a impunidade” e em que assinalava estar o Exército brasileiro “atento às suas missões institucionais”. Como era de esperar, o texto teve repercussão imediata. Embora tenha agradado àquela parte da opinião pública que enxerga na Força o derradeiro porto seguro em meio ao maremoto da corrupção, teve também consequências ruinosas. Deu margem à compreensível interpretação de que seria um aviso aos ministros do Supremo de que o Exército estaria disposto a intervir caso a Corte concedesse o benefício a Lula. No julgamento do habeas-corpus do ex-presidente, o decano Celso de Mello, sem citar nominalmente o general, criticou com dureza a sua iniciativa e disse serem “inaceitáveis” o que chamou de “intervenções castrenses”.
O tuíte do comandante conseguiu alvoroçar os defensores da “volta do regime militar” dentro e fora dos quartéis — o general da reserva Paulo Chagas chegou a anunciar que estava pronto para a guerra (“Tenho a espada ao lado, a sela equipada, o cavalo trabalhado e aguardo as suas ordens!”, escreveu). Teve ainda o efeito de expor divergências entre as Forças. Em boletim interno distribuído na quarta-feira 4, o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Nivaldo Luiz Rossato, defendeu a tese de que as Forças Armadas devem se manter fiéis à Constituição e de que seus integrantes não devem “se empolgar a ponto de colocar convicções pessoais acima daquelas das instituições”.
Pelo menos três generais que ocupam postos-chave nas Forças Armadas declararam apoio a Villas Bôas no Twitter: Geraldo Antonio Miotto, comandante militar do Sul; Edson Skora Rosty, chefe do Estado-Maior do Comando Militar da Amazônia; e José Luiz Dias Freitas, comandante militar do Oeste. O presidente Michel Temer não comentou o episódio.
A mensagem do general não foi escrita nem publicada num rompante — foi precedida de longas conversas, inclusive com não fardados. Além disso, seu conteúdo destoa flagrantemente do perfil de seu autor. Reconhecido pela ponderação e pelo espírito democrático, Villas Bôas já foi posto à prova e passou com louvor no teste do populismo militar — como quando, na época da crise do impeachment, mostrou que o silêncio pode ser a maior prova de uma convicção. Diante disso, a estridência de seu texto deixa uma interrogação no ar: estaria o Exército sereno, coeso e pacificado? Ou há nele alguma pulsão latente que precisa ser domada, ainda que à custa de um tuíte tresloucado?
Personagem da semana: o general Villas Bôas
Como o comandante do Exército brasileiro — que postou tuítes bombásticos às vésperas do julgamento da prisão de Lula — descobriu a doença que está tirando seus movimentos
Débora Bergamasco Publicado Em 05/04/2018 - 20h41
O apartamento na Asa Sul, bairro de Brasília, voltara a ficar cheio. Os irmãos Ticiana, de 39 anos, Marcelo, de 38, e Adriana, de 32, reuniram-se na casa dos pais, Eduardo Villas Bôas e Maria Aparecida Villas Bôas. Com eles, genros e noras haviam ido comemorar com o casal as festas de fim de ano. Faltavam poucos dias para a ceia do Natal de 2016. Casa decorada, comida fervendo no fogão, geladeira abarrotada e a agitação típica de uma família comunicativa. O patriarca serviu-se de uma bebida e caminhou até a cozinha para devolvê-la ao freezer, a fim de evitar que o verão roubasse o frescor da garrafa ainda cheia. Com a mão esquerda, abriu a portinhola mais alta do refrigerador. Com a direita, quis elevar a garrafa e encaixá-la entre os produtos congelados. A mão desobedeceu. Tentou algumas vezes, sem sucesso. Surpreendeu-se com a rebeldia do próprio corpo. O general quatro estrelas, comandante do Exército brasileiro, liderança inconteste de 229 mil homens e subordinados, acabara de ser traído pela habilidosa mão direita. A mesma que fizera centenas de gols, durante a juventude, em jogos de polo aquático.
Na ocasião, ele não deu muita importância ao episódio. Atribuiu a falha à sequela de um acidente de motocicleta. Depois que os filhos cresceram, ele convencera a mulher de que estava na hora de retomar a antiga paixão de fazer passeios de motocicleta. Montado numa moto, deixava as armas de lado e transpassava sobre o peito a alça de viola caipira. Com o instrumento colado às costas, saía para tomar aulas de ponteio com um professor particular e reproduzir as canções de alguns de seus ídolos, como a cantora Inezita Barroso (1925-2015). No início de 2012, em um dos seus passeios sobre duas rodas, tomou um tombo feio. Foi operado e incorporou ao corpo placas e pinos.
A fadiga daquela véspera de Natal, no entanto, persistiu. Com o apoio da família, começou uma jornada angustiante de visitas a especialistas, laboratórios e hospitais — primeiro em Brasília, depois em São Paulo. O general não conseguia identificar e explicar aos médicos quando exatamente surgiram os primeiros sinais de fraqueza. Observava, no entanto, que as dificuldades estavam avançando a uma velocidade impressionante. Em um das dezenas de consultórios pelos quais passou, foi atendido por uma especialista. Sentados numa sala gélida, a médica lhe disse que ele estava sofrendo de uma neuropatia: uma doença que afetava de modo irremediável os neurônios ligados à coordenação motora. Ele ainda tentava processar a informação que lhe fora jogada ao colo com o peso de uma bigorna quando a doutora, sem rodeios, achou por bem compartilhar outra informação, polêmica para o momento: “Tive aqui um paciente com essa mesma patologia. Em quatro anos, ele mexia apenas o olho”.
O efeito foi devastador. Quando chegou em sua casa e contou à filha caçula, Adriana, sobre o diagnóstico e sobre o comentário da médica, porém, saiu-se com uma troça: “Uma pena que você não estava comigo na consulta. Na hora, eu só pensava que, se você estivesse comigo, com certeza você iria virar para ela e perguntar: ‘Mas, doutora, ele mexia só um ou os dois olhos?’”. Ambos caíram na gargalhada na tentativa de começar a juntar os cacos.
Até hoje, VB, como o general é chamado pelos amigos, não tem um diagnóstico fechado sobre sua doença. Sabe que a manifestação e as consequências são muito parecidas com as da esclerose lateral amiotrófica (ELA). A família Villas Bôas recebeu a notícia da enfermidade justamente na época em que a patologia passou a ser mais conhecida na sociedade por conta do lançamento do filme A teoria de tudo, sobre a vida do físico Stephen Hawking, e da campanha internacional do balde de gelo que levantou fundos para pesquisas de tratamento da doença.
Os familiares já lidavam com um diagnóstico havia mais de uma década de uma doença rara e incurável da caçula Adriana, portadora de espondilite anquilosante, uma inflamação crônica que causa dores constantes nas articulações — especialmente da coluna vertebral. O diagnóstico de Adriana preparara os parentes para a adversidade. Mas o do general teve um impacto ainda mais arrasador porque, segundo a literatura médica sobre doenças desse tipo, a expectativa de vida gira entre dois e quatro anos.
Ainda que de maneira discreta, já que apenas as pessoas mais próximas foram informadas, o comandante do Exército começou um tratamento intenso na capital paulista, com a patologista e neurologista Beny Schmidt, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e uma das maiores autoridades no assunto no Brasil. Com disciplina, o militar passou a trabalhar pesadamente o corpo com musculação e a subir correndo 20 andares pelas escadas. Mais que avanços na área física, o tratamento devolveu o brilho à vida da família e do paciente. “Não era sobre viver mais. Era sobre viver”, disse a filha Adriana ao relembrar o período em que Schmidt ajudou na preparação inclusive emocional para o que viria pela frente.
E o que veio e continua vindo não está sendo fácil. A vida do general mudou rapidamente. As viagens recorrentes a São Paulo geraram comentários dentro da corporação, que começou a desconfiar que algo não corria bem com o comandante. Em conjunto com sua equipe de comunicação e chefia de gabinete, ele tomou então a decisão de anunciar em uma entrevista para o site do Exército seu diagnóstico de doença neuromuscular. Soltou a bomba e esperou a repercussão. Ficou surpreso e ao mesmo tempo tocado. Passou a ser abordado por gente de alta e baixa patentes, por civis e por políticos que reiteravam o apoio para que ele continuasse no comando da corporação.
O dia mais difícil, uma prova de fogo, foi o 19 de abril de 2017, em que foi comemorada a data do Exército Brasileiro com uma solenidade com a presença do presidente da República Michel Temer, do ministro da Defesa, Raul Jungmann, milhares de soldados e autoridades das Forças Armadas e toda a imprensa nacional. Semanas antes, Villas Bôas começara um intenso treinamento com uma equipe de fisioterapeutas e treinadores. Ele tinha se dado a missão de se levantar da cadeira, caminhar até o púlpito, ler seu discurso em pé e voltar caminhando a seu lugar. A essa altura, ele já passava boa parte do tempo na cadeira de rodas, mas ainda conseguia andar. Fez e refez com sua equipe exaustivamente esse roteiro. A família e auxiliares mais próximos ficaram contra. Mas respeitaram a decisão.
No dia da solenidade, o comandante do Exército foi chamado ao púlpito. Lentamente, levantou-se da cadeira. Equilibrou-se sobre as pernas. E caminhou até o parlatório. A equipe e a família suavam. Com a voz emitindo sinais de fraqueza e de respiração ofegante, conseguiu ler seu discurso em pé, como se propusera. Ao fim da última palavra, uma sensação de alívio percorreu o Quartel-General do Exército em Brasília. Mas, ao se virar para descer, as pernas não responderam. Villas Bôas caiu na frente de todos. Foi rapidamente amparado por auxiliares que o levaram de volta à cadeira. Mesmo sem expressão de choro, as lágrimas brotaram espontaneamente de seus olhos. Rolaram sobre suas bochechas, que ardiam vermelhas. Michel Temer, a seu lado, inclinou-se para o comandante e comentou: “Comandante, belíssimo seu discurso hoje, não é mesmo?”. Depois desse episódio, relatou aos mais próximos que guardara a noção da deferência e do respeito por sua pessoa, a despeito da doença que passava a portar.
Hoje, está com movimentos cada vez mais prejudicados. Não consegue mais levar um copo à boca e usa canudo para beber. Para saudar as pessoas, pega a mão esquerda e tenta elevar o braço direito à altura do cumprimento. Evita agendas longas e viagens. Quando pega avião, precisa de equipamento de respiração para auxiliá-lo. Entre uma audiência e outra, uma equipe de fisioterapia faz exercícios com ele para abrir o tórax e facilitar a passagem de ar. A mente continua intacta. Sua principal diversão é reunir-se com a família em torno da mesa, para beber alguma dose de sua coleção de cachaças. Ele adora as preciosidades que ganha em suas andanças pelo país, como pingas acondicionadas em garrafas PET de plástico. Acha que cai bem com uma comida encharcada com tempero de limão.
Continua trabalhando, distribuindo ordens e ativo no Twitter. Na terça-feira, dia 4, na véspera do julgamento do habeas corpus para evitar a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, escreveu uma mensagem de “repúdio à impunidade”. “Nessa situação que vive o Brasil, resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente pensa no bem do país e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais”, disse Villas Bôas em sua conta no Twitter. Na mesma mensagem, reiterou que o Exército está atento ao respeito à Constituição e a suas “missões institucionais”. Os tuítes causaram polêmica e foram interpretados como uma pressão indevida do Exército sobre o STF e uma intromissão incabível dos militares em assuntos políticos que não lhes cabem. O Ministério da Defesa, em nota, refutou essas interpretações e disse que a manifestação de Villas Bôas foi uma “mensagem de confiança e estímulo à concórdia”, na qual ele “mantém a coerência e o equilíbrio demonstrados em toda a sua gestão”. Num país que viveu sob uma ditadura por 21 anos, os tuítes deixaram, porém, mais um sinal de inquietação em uma longa crise política.
A agitação dos militares
A exacerbação do ambiente político em meio à indefinição do destino de Lula atiçou a caserna, que voltou a falar em intervenção militar. Perigosamente
Publicado Em 06/04/18 - 20h20
Somos responsáveis por aquilo que fazemos, pelo que não fazemos e pelo que impedimos de ser feito, dizia o filósofo e Nobel de Literatura, Albert Camus. Por isso, qualquer insinuação que resvale na tentativa de uma nova intervenção militar no País deve ser prontamente rechaçada. Foi o que aconteceu na última semana. A atmosfera de altíssima tensão em torno do julgamento do habeas corpus de Lula incendiou a caserna, que ameaçava reagir de maneira contundente se mantida a intenção da mais alta corte do País de livrar o petista, e mais centenas de condenados em segunda instância, da cadeia, arruinando com a Lava Jato.
Na esteira de declarações do comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, em que ele disse estar “atento às suas missões institucionais” vários militares de alta patente da ativa e reserva se manifestaram num tom ainda mais elevado. O general Paulo Chagas, por exemplo, se colocou de prontidão para responder a eventuais orientações da cúpula. “Caro comandante, amigo e líder. Recebe minha respeitosa e emocionada continência. Tenho a espada ao lado, a sela equipada, o cavalo trabalhado e aguardo suas ordens”. O comandante militar da Amazônia até o mês passado, general Antonio Miotto, fez coro: “Comandante! Estamos juntos na mesma trincheira! Pensamos da mesma forma! Brasil acima de tudo! Aço!”. O ex-comandante da missão de paz da ONU no Haiti, general da reserva Augusto Heleno Ribeiro, foi outro a endossar Villas Bôas. “Nota primorosa, sobretudo pelo senso de oportunidade. A história não perdoa os covardes. Independentemente do resultado, o que vale, perante seus subordinados, é a tomada de posição. Tenho certeza que a repercussão será excelente e terá um efeito motivador para os militares de todos os níveis, das três Forças”.
A reação
No início da tarde de quarta-feira 4, a ONG Anistia Internacional, uma das principais entidades em defesa dos direitos humanos, divulgou uma nota na qual repudiou a manifestação do Comandante do Exército. Segundo a Anistia, “as declarações do general são uma grave afronta à independência dos poderes, ao devido processo legal, uma ameaça ao estado democrático de direito e sinalizam um desvio do papel das Forças Armadas no Brasil”. Mais cedo, o comando da Aeronáutica tentava por panos quentes jogando água na fervura. “É muito importante que todos nós, militares da ativa e da reserva, integrantes das Forças Armadas, sigamos fielmente a Constituição, sem nos empolgarmos a ponto de colocar nossas convicções pessoais acima das instituições. Seremos sempre um extremo recurso para mantermos a paz”. No mesmo dia, o presidente Michel Temer fez um discurso duro em defesa da Constituição, da qual se disse “quase escravo”. “O que mais prejudica o país é desviar-se das determinações constitucionais. Quando as pessoas começam a desviar-se das determinações constitucionais, quando as pessoas acham que podem criar o direito a partir da sua mente e não a partir daquilo que está escrito, seja literalmente ou sistemicamente, você começa a desorganizar a sociedade”, afirmou. Para assegurar a interlocução com as Forças Armadas e não perder as rédeas das tropas, Temer escalou o assessor Denis Rosenfield. Deu certo. Coube a Raul Jungmann, ministro da Segurança Pública, encerrar as insinuações sobre tentativas de intervenção militar. “De zero a dez, a chance é menos um”, afirmou.
É inconcebível que as Forças Armadas se arvorem moderadora das instituições. A livre expressão é diferente de insubordinação contra o chefe das Três Forças, que foi o que os militares da ativa ensaiaram. A propósito, um decreto de 2002 editado por FHC veda manifestações públicas de militares sobre temas políticos. Infelizmente, o Brasil é um País pródigo em brincar com fogo. Desde o golpe de 1889 até o de 1964. Nada, no entanto, surgiu por geração espontânea. Aos poucos, foram criadas as condições até ser engrossado o caldo que levaria à ruptura. Daí a necessidade de cortar no nascedouro qualquer sinal de alvoroço no meio militar. Villas Bôas não tinha sido o primeiro a explicitar a efervescência na caserna. O general de exército da reserva Luiz Gonzaga Schroeder Lessa foi ainda explícito, dias ates. Disse que se o Supremo Tribunal Federal aceitasse o habeas corpus do ex-presidente petista será necessário a intervenção militar no País. “Se acontecer tanta rasteira e mudança da lei, aí eu não tenho dúvida de que só resta o recurso à reação armada. Aí é dever da Força Armada restaurar a ordem”. Lessa avaliava que o STF estaria agindo como “indutor” da violência entre os brasileiros, “propagando a luta fratricida, em vez de amenizá-la”. Lessa foi comandante militar do Leste e da Amazônia e presidiu o Clube Militar. “Vai ter derramamento de sangue, infelizmente é isso que a gente receia”, encerrou. Não teve derramamento de sangue, nem terá. Teve derramamento de lágrimas. Lágrimas de esguicho, como diria Nélson Rodrigues, dos olhos de petistas.
Relator no STF vota por manter com Justiça Militar julgamento de militares em ações de garantia da lei e da ordem
Para Marco Aurélio Mello, ações de segurança, quando requisitadas e autorizadas pelo presidente, são questões de soberania nacional. Decisão foi adiada por pedido de vista.
Por Renan Ramalho, G1, Brasília Publicado Em 05/04/2018 - 17h48
O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu nesta quinta-feira (5) a manutenção da competência da Justiça Militar para julgar crimes cometidos por militares das Forças Armadas em atividades de garantia da lei e da ordem, como ocupações em favelas para coibir crimes.
A Corte começou a analisar uma ação de 2013 da Procuradoria Geral da República (PGR) que visa levar para a Justiça Comum processos criminais contra militares, especialmente sobre delitos cometidos contra civis em atividades de segurança.
O órgão diz que uma lei de 2004 ampliou de maneira exagerada as atribuições das Forças Armadas, dando “foro privilegiado” para os militares nessas atividades extras.
No julgamento, Marco Aurélio, relator do caso, disse que dentre essas atividades extras se incluem também a vigilância das fronteiras, ações de defesa civil e também auxílio na regularidade da votação nas eleições.
Argumentou que todas elas, quando requisitadas e autorizadas pelo presidente da República, envolvem a soberania nacional e por isso devem ser julgadas pela Justiça Militar.
O ministro foi acompanhado pelo ministro Alexandre de Moraes; divergiu apenas Edson Fachin. Após os três votos, o ministro Luís Roberto Barroso pediu vista, para ter mais tempo de análise.
Com isso, o julgamento foi interrompido, sem data prevista para retomada.
Avião da FAB com mais de 150 venezuelanos sai de Roraima para São Paulo e Cuiabá
Este é o segundo voo do processo de interiorização dos imigrantes. Nesta quinta (5), avião levou 116 estrangeiros para São Paulo.
Por G1 Rr Publicado Em 06/04/2018 - 10h49
O segundo voo da Força Aérea Brasileira (FAB) que transporta imigrantes venezuelanos no processo de interiorização decolou de Boa Vista às 9h30 (10h30 de Brasília) nesta sexta-feira (6). De acordo com a Casa Civil, 163 venezuelanos embarcaram para Cuiabá e São Paulo.
A aeronave deve pousar por volta das 12h (13h de Brasília) em Cuiabá. Na capital do Mato Grasso, um ônibus irá levar 70 pessoas para um abrigo administrado pela sociedade civil.
O mesmo avião segue para São Paulo em um voo com duração de 1h30 até a Base Aérea de Guarulhos. Lá, 93 pessoas serão abrigadas pela prefeitura e pelo estado de São Paulo.
O processo de interiorização dos imigrantes é organizado pelo governo federal numa tentativa de lidar com o intenso fluxo de venezuelanos que cruzam a fronteira do país por Roraima. Estima-se que 400 entram por dia no Brasil fugindo do regime de Nicolás Maduro. Na capital já são 40 mil, conforme a prefeitura.
Nesta quinta (5), o primeiro voo de interiorização decolou de Boa Vista às 8h34 (9h34 de Brasília) com 116 imigrantes para São Paulo.
Segundo a Casa Civil, os imigrantes aderiram de forma voluntária ao processo para buscar oportunidades de trabalho em outras partes do país. Eles são solicitantes de refúgio ou tem residência temporária no Brasil.
Para se habilitar ao deslocamento, os venezuelanos foram imunizados contra doenças como sarampo, já que Roraima vive um surto da doença, caxumba, rubéola, febre amarela, difteria, tétano e coqueluche.
De acordo com o governo federal, a interiorização não tem custo para os imigrantes. As viagens são bancadas pelos R$ 190 milhões liberados ao Ministério da Defesa por meio da Medida Provisória 823/2018. O valor foi liberado para auxiliar ações humanitárias a venezuelanos que imigraram para Roraima em busca de serviços de saúde, oportunidades de trabalho e melhores condições de vida.
Venezuelanos em Roraima
Desde 2015 Roraima recebe um número crescente de venezuelanos que fogem da crise econômica e política vivida no regime do presidente Nicolás Maduro.
Nos últimos três anos, mais de 20 mil pediram refúgio à Polícia Federal no estado. Estima-se que atualmente pelo menos 450 imigrantes cruzem todos os dias a fronteira do país - alguns até a pé. Só na capital Boa Vista há 40 mil, segundo a prefeitura.
Em março, o presidente Michel Temer editou uma Medida Provisória que criou a Força-Tarefa Humanitária, que agora assume as ações do governo federal relacionadas à imigração venezuelana.
Até agora existem cinco abrigos para venezuelanos em Boa Vista e um em Pacaraima. Juntos, eles têm cerca de 2,3 mil moradores e estão com lotação máxima. A previsão é que um sétimo abrigo seja aberto em breve no bairro 13 de Setembro, zona Sul da capital.
65 venezuelanos refugiados desembarcam em Cuiabá em avião da Força Aérea Brasileira
Refugiados embarcaram em Boa Vista (RR) e chegaram em Cuiabá nesta sexta-feira (6). Eles tentam fugir da crise econômica e política instalada no país de origem.
Por G1 Mt Publicado Em 06/04/2018 - 14h09
Pelo menos 65 venezuelanos refugiados desembarcaram nesta sexta-feira (6) em Cuiabá, segundo a padre Pedro Freitas Rodrigues, da Pastoral do Migrante, na capital. Eles tentam fugir da crise econômica e política instalada na Venezuela. Os refugiados devem ficar alojados na sede da pastoral no Bairro Carumbé.
Os venezuelanos foram transportados num avião da Força Aérea Brasileira que decolou de Boa Vista, em Roraima.
O processo de interiorização dos imigrantes é organizado pelo governo federal numa tentativa de lidar com o intenso fluxo de venezuelanos. Estima-se que 400 refugiados entram por dia no Brasil fugindo do regime de Nicolás Maduro.
Segundo a Casa Civil, os imigrantes aderiram de forma voluntária ao processo para buscar oportunidades de trabalho em outras partes do país. Eles são solicitantes de refúgio ou tem residência temporária no Brasil.
Para se habilitar ao deslocamento, os venezuelanos foram imunizados contra doenças como sarampo, caxumba, rubéola, febre amarela, difteria, tétano e coqueluche.
De acordo com o governo federal, a interiorização não tem custo para os imigrantes. As viagens são bancadas pelos R$ 190 milhões liberados ao Ministério da Defesa por meio da Medida Provisória 823/2018.
Doações
Para receber os venezuelanos, a Pastoral do Migrante está recebendo doações de roupas, calçados, lençóis, toalhas, produtos de higiene, alimentos, colchões e colchonetes. As doações podem ser entregues na Paróquia Divino Espírito Santo, no Bairro CPA 1, em frente ao terminal do CPA 1, em Cuiabá, e na própria Pastoral do Migrante, no Bairro Carumbé, na capital.
STF passa por teste de estresse inédito, diz cientista político
Blog Do Matheus Leitão Publicado Em 06/04/2018 - 17h12
O professor e cientistas político da Universidade Federal de Pernambuco, Marcus André Melo, que tem estudos sobre a judicialização, acredita que o maior desafio atual localiza-se justamente no Supremo Tribunal Federal (STF), que passa por teste de estresse inédito.
“O desafio a meu juízo localiza-se no judiciário, em particular o STF que passa por teste de estresse inédito. Pela primeira vez o STF arbitra conflitos que no passado passaram pelas forças armadas ou o poder moderador”, explicou Marcus Melo ao blog.
Na sua avaliação, há sinais de pane no STF, que resulta de seu formato peculiar de ser, simultaneamente, corte constitucional, corte de apelação e juízo criminal para os que têm prerrogativa de foro.
Segundo o professor, o STF enfrenta uma sobrecarga na agenda devido a magnitude da Lava Jato, maior operação de combate à corrupção no país, e ao volume avassalador de recursos que são decididos em todos os casos.
“Decidir sobre a elegibilidade do líder nas pesquisas (os recursos chegarão lá) já seria tarefa dura; fazê-lo em relação a sua prisão é tarefa duríssima. A combinação das duas torna o teste particularmente severo”, diz o professor sobre a condenação em segunda instância do ex-presidente Lula.
Na visão dele, contudo, apesar das “pedras" no caminho, o saldo é positivo. “Não houve episódios de violência no processo do impeachment ou iniciativas inconstitucionais da parte do executivo, presentes no passado. Além de amplas liberdades de opinião e organização”, completou.
Marcus Melo explica que essa contabilidade democrática é um pouco enganadora por que tende a subestimar os anos de estabilidade institucional marcada por enormes avanços. “Ela é mais significativa ainda considerando que houve alternância de poder durante esse período”.
Respondendo a questionamento se o país vive uma anomalia ou se as instituições de controle e fiscalização estão funcionando normalmente, Marcus Melo explica que, ironicamente, a efetividade dos órgãos manifesta-se de forma peculiar: com a exposição de patologias.
“A corrupção, por exemplo, ao ser exposta sugere uma piora institucional, e não redução”, finaliza.Incentivo a aviação civil na Amazônia está na pauta da Comissão de Infraestrutura
Da Redação Publicado Em 06/04/2018 - 14h52
Projeto que incentiva a aviação civil na Amazônia está em pauta na Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI). Em reunião marcada para a terça-feira (10), a partir das 9h, pode ser votado o PLS 428/2016, segundo o qual os recursos do Programa de Desenvolvimento da Aviação Regional (PDAR) e do Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC) serão prioritariamente aplicados na região amazônica. Pelo texto, as rotas devem ter origem ou destino na região, em sua infraestrutura aeroportuária e aeronáutica civil.
Autor da proposta, o senador Jorge Viana (PT-AC) lembra que a Amazônia é a região com mais localidades de difícil acesso, nas quais a única alternativa ao transporte aéreo são embarcações em condições precárias, usadas em viagens que chegam a durar dias. Para o senador, o desenvolvimento da aviação civil é essencial para o transporte de bens fundamentais, como medicamentos e alimentos, e para a integração geral das comunidades amazônicas.
O projeto conta com o apoio do relator, senador Acir Gurgacz (PDT-RO). Ele observa que nos últimos anos o país aprofundou as medidas de desregulamentação no setor. Com isso, as empresas puderam inclusive desistir de rotas em função de critérios de eficiência econômica. Por isso caberia ao poder público incentivar a aviação regional visando movimentar aeroportos de menor escala, que muitas vezes só podem ser atendidos por aeronaves de médio e pequeno porte.
Se aprovado na CI, o projeto seguirá para a análise da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), onde tramitará em caráter terminativo.
Energia alternativa
Na mesma reunião, a CI pode votar o projeto que torna obrigatória a instalação de equipamentos de geração de energia elétrica de fonte renovável em prédios públicos ou financiados com recursos públicos (PLS 253/2016). Também consta da pauta a proposta segundo a qual as unidades habitacionais do Programa Minha Casa, Minha Vida deverão receber em sua construção equipamentos destinados à geração de energia elétrica de fonte solar (PLS 224/2015).
INFODEFENSA - Embraer lança seu KC-390 sobre os Andes em um voo de teste
R. Caiafa Publicado Em 05/04/2018
A Embraer Defesa e Segurança realizou nesta terça feira, 03/04, um voo para a imprensa especializada em Defesa na sua atração principal, apresentada pela primeira vez na FIDAE, o jato de transporte militar KC-390.
O voo de 50 minutos foi realizado a bordo do protótipo PT-ZNF, e impressionou a performance de decolagem, as qualidades e recursos da área de transporte de cargas e tropas (mixed configuration), e o pouso suave.
Os bancos rebatíveis de lona se provaram surpreendentemente confortáveis, usando cinto convencional (barrigueira).
As fileiras estavam dispostas em configuração 2+1 assentos, totalizando cerca de 40 lugares.
O voo do KC390 seguiu uma rota sobre a Cordilheira dos Andes, o entorno de Santiago e regresso a Base Aére Pudahel/Aeroporto Internacional "Arturo Benitez".
INFODEFENSA - F. Gustafson (Saab): "La compra del Gripen ha generado gran interés en la región"
Nicolás García / Santiago De Chile Publicado Em 06/04/2018
El grupo sueco Saab presentó en la Feria Internacional del Aire y del Espacio (Fidae 2018) un amplio catálogo de productos que espera introducir en la región para satisfacer un amplio número de necesidades. Las soluciones tecnológicas de Saab en campos como la aviación de combate representada por el caza Gripen E y en el área de vigilancia aerotransportada con el sistema GlobalEye, constituyen dos ejemplos de productos innovadores y adaptables al que pueden acceder las Fuerzas Aéreas que desean incrementan sus capacidades.
Infodefensa.com efectuó una entrevista al vicepresidente de marketing comercial y ventas América Latina de Saab, Fredrick Gustafson, para conocer detalles de las actividades que desarrolla la empresa en esta región del mundo, el interés por suministrar y convertir al Gripen E en el caza sudamericano, las capacidades polivalentes del GlobalEye y la importancia cada vez mayor que ha tenido el desarrollo de sistemas de simulación y entrenamiento en la preparación del personal.
¿Cuáles son las principales novedades que exhibe Saab en Fidae 2018?
Uno de nuestros productos estrella es el Gripen E. Hemos traído una réplica del avión, que ha sido contratada por Brasil y Suecia. Otras de nuestras atracciones son el GlobalEye, sistema de alerta temprana montada en el Bombardier Global 6000, el misil antiaéreo RBS 70 que siempre genera un gran interés y nuestro portafolio de sistemas de gestión de tráfico aéreo que ha centrado la atención en la región gracias a la venta de esta tecnología a países como Colombia y Brasil.
¿En qué países trabaja Saab para promover la venta del Gripen E?La compra de Brasil ha generado bastante interés y como empresa hemos invertido bastante en la región. Hemos abierto una oficina en Bogotá, tenemos la oficina en Santiago de Chile y dos en Brasil, y cada año contratamos más personal.
Para Saab el mercado latinoamericano es muy importante y la compra de 36 Gripen E por parte de Brasil facilita este proceso. Ya no es necesario explicar que no fabricamos solo autos.
¿Qué países podrían adquirir este modelo de avión?
Mirando el mercado en Latinoamérica, la mayoría de los países necesitan renovar sus flotas. Solo Brasil y Chile han renovado sus aviones de combate. Hay varios países que sabemos que están en camino de empezar este proceso pero también entendemos que es un proceso complejo y no hay nada barato aunque Gripen es menos costoso que el resto. Los programas tardan tiempo.
Estamos preparados para presentar el Gripen que pensamos es el producto más flexible y porque también podemos ofrecer paquetes de transferencia de tecnología para dar soporte al cliente con la industria local. Esto es una gran ventaja, además, la cadena logística queda más cerca con la fabricación en Brasil.
¿En qué fecha está prevista la entrega del primer Gripen E para Brasil?El primer avión será entregado en 2019.
¿Qué valor tiene para Saab la elección del Gripen E por Brasil?
Tener un país como Brasil que demostró a través de su evaluación que el Gripen es un avión de combate tan capaz que sirve para sus necesidades y requerimientos operacionales para Saab es muy importante.
El GlobalEye es la nueva joya tecnológica de Saab. ¿Qué características y capacidades posee este sistema y qué elementos lo distinguen del Erieye?
Una de ellas es la plataforma ya que está instalado en el Bombardier Global 6000 que nos da una autonomía de 11 horas y el sistema en sí ya que ahora tenemos un alcance de radar 40% mayor que los aviones anteriores. Podemos integrar sensores para vigilancia terrestre y naval lo que nos da no solo una plataforma de alerta temprana sino que un sistema capaz de realizar distintos tipos de misión.
¿Puede ser adaptado a otras plataformas?
El sistema puede ser operado en cualquier plataforma, pero esto implica un coste adicional si se quiere integrar en otra aeronave. La certificación e integración tiene un coste. Podemos ofrecer el sistema en si independiente de la plataforma.
¿Es un candidato para reemplazar el avión de alerta temprana Cóndor de la Fuerza Aérea de Chile?Es una pregunta para el cliente pero mirando las necesidades que hay nosotros entendemos que hay en Chile diría que si.
¿Que diferencia al GlobalEye de otras aeronaves que realizan misiones similares?
Mirando Latinoamérica en general, las necesidades que hay muchas veces tienen que ver con desastres naturales o misiones polivalentes como combate al contrabando o lucha contra la pesca ilegal. Se trata de requerimientos que una sola plataforma normalmente no puede cumplir pero GlobalEye si es capaz de cumplir con todas sus misiones.
Positivas perspectivas de negocio en Latinoamérica
¿Es un objetivo para Saab crecer en el área de gestión del tráfico aéreo en Latinoamérica?Positivas perspectivas de negocio en Latinoamérica
Definitivamente. Hemos logrado en Brasil y Colombia vender el sistema. El mercado comercial en Latinoamérica crece bastante y nuestro portafolio de productos de tráfico aéreo puede ser una solución para varios aeropuertos en la región
¿Cómo observa Latinoamérica tras el cambio de gobierno en algunos países de la región?
Vendemos nuestros productos a los gobiernos o fuerzas armadas y si hay un cambio de presidente sabemos que los procesos son un poco más lentos pero es parte de nuestro negocio y estamos preparados para esto.
¿Han aumentado las ventas de Saab en esta parte del mundo? Latinoamérica para nosotros ha crecido bastante en los últimos años y mirando hacia el futuro podemos ver bastantes oportunidades.
¿En qué área se concentran estas ventas?
En las áreas tradicionales, como el misil antiaéreo RBS 70, nuestras armas contracarro como el Carl Gustav y el AT-4 que los hemos vendido por décadas y ahora nuestros sistemas de tráfico aéreo y gestión de tráfico marítimo.
¿Y el mercado argentino?
Mirando la historia, Argentina siempre ha sido un buen mercado para Saab. Podemos ver ahora que el país pretende renovar el equipamiento de sus Fuerzas Armadas y tenemos grandes expectativas.
Saab ha suministrado sistemas de simulación al Ejércto de Chile. ¿Qué otros campos desearía desarrollar Saab con esta institución?
Siempre es más fácil vender algo que ya has vendido. El cliente confía en tus productos y en tí como proveedor. Desearíamos vender más sistemas de entrenamiento y simulación ya que en vez de invertir en munición real, por temas económicos y medio ambientales, es mejor invertir en este tipo de equipos. En el futuro veremos mayor inversión en esta área.
¿La empresa potenciará el área de simulación y entrenamiento?
La inversión en munición de guerra es algo que se realiza en toda el área, pero los sistemas de simulación y entrenamiento permiten preparar tropas para misiones internacionales o conflictos del futuro. Se pueden adaptar y cambiar los escenarios generando ejercicios muchos baratos que si se tuviera que disparar munición real.
¿En que otras áreas Saab ha detectado nuevas necesidades?La vigilancia aérea es una necesidad que va a crecer en la región
¿Qué radares tácticos posee Saab para vigilancia aérea?
Ofrecemos una familia de radares terrestres y para buques de guerra. El de menor alcance es 1X hasta el 8A que posee largo alcance. Estos sistemas pueden ser instalados en tierra, embarcaciones y vehículos.
¿Y para tareas de mando y control?
Tenemos el sistema 9LV que ha tenido un gran éxito en el campo naval. Recientemente Australia adjudicó un contrato a la empresa para suministrar este equipo a buques de su flota
Para fuerzas aéreas tenemos el 9AIR que es un sistema muy moderno de mando, control, comunicaciones, computación e inteligencia (C4I).
CIRCUITO MT.COM - Grupo de venezuelanos desembarca no Aeroporto Marechal Rondon
Circuito MT acompanha o processo de interiorização de 70 venezuelanos trazidos à Cuiabá
Celestino Carlos E Camilla Zeni Publicado Em 06/04/2018 - 14h09
Pousou há pouco no Aeroporto Internacional Marechal Rondon o avião da Força Aérea Brasileira (FAB) trazendo à Cuiabá um grupo de venezuelanos imigrantes. Eles fazem parte de um processo de interiorização e foram remanejados de Roraima à capital mato-grossense.
O Circuito MT acompanha, em tempo real, o processo iniciado pelo Governo Federal, em parceria com a Organização das Nações Unidas (ONU). Em Cuiabá, cerca de 70 venezuelanos desembarcaram nesta sexta-feira (6). Eles estão sendo levados à um abrigo, providenciado pela Casa Civil. Eles serão levados à um abrigo, providenciado pela Casa Civil.
No mês de março, a Casa do Migrante anunciou que recebeu pedido da ONU para que abrigasse aos venezuelanos. Antes, 33 pessoas já estavam no abrigo, sendo 30 haitianos e três venezuelanos. O local, coordenado pela Pastoral do Migrante, deve ser um abrigo provisório, até que os estrangeiros sejam reincorporados ao mercado de trabalho e consigam se sustentar.
Operação Acolhida
O esquema para realizar a transferência do grupo para outros estados, montado pela Polícia Federal, foi chamado de Operação Acolhida. Todos os venezuelanos remanejados aceitaram a mudança de forma voluntária e buscam oportunidades em Cuiabá e São Paulo. Antes de deixarem Roraima, todos receberam imunização contra doenças como caxuma, rubéola, febre amarela, sarampo, tétano, difteria e coqueluche.
O voo que partiu com destino à Cuiabá saiu de Roraima pouco depois das 10h (horário de Brasília), e aterrissou na capital mato-grossense por volta das 12h. O primeiro voo deixou o aeroporto de Boa Vista por volta das 10h (horário de Brasília) desta sexta-feira e pousou em Guarulhos às 13h.
Segundo o governo federal, as viagens foram arcadas com verba liberada pelo Ministério da Defesa para auxiliar ações humanitárias aos venezuelanos. A quantia, no valor de R$190 milhões, foi liberada por meio da Medida Provisória 823/2018.
Processo de interiorização
A interiorização é uma estratégia adotada a fim de oferecer aos imigrantes melhores condições para viverem e trabalharem no Brasil. O grupo de venezuelanos, um total de 267 pessoas, entrou no país de forma clandestina pela fronteira de Roraima e foi acolhido pelas autoridades.
No início de fevereiro, o presidente Michel Temer chegou a enviar um grupo das Forças Armadas para conter o fluxo de imigração no norte do país. A estimativa é de que cerca de 400 venezuelanos atravessem a fronteira do país diariamente. Apenas na capital de Roraima, o número chegou a 40 mil, já que, desde 2015, cidadãos do país vizinho têm buscado refúgio no Brasil para fugir da crise política e econômica instalada no regime Nicolás Maduro.
RD NEWS.COM - 69 venezuelanos chegam a Cuiabá fugindo da fome e de conflitos políticos
Carlos Palmeira Publicado Em 06/04/2018 - 13h12
Sessenta e nove venezuelanos desembarcaram no início da tarde desta sexta (6) no Aeroporto Internacional Marechal Rondon. Eles saíram de Boa Vista (RR), foram até São Paulo e chegaram em Cuiabá ainda pela manhã em uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB). Dentre os estrangeiros, 13 são crianças.
O voo dos venezuelanos estava inicialmente marcado para chegar a Várzea Grande por volta das 11h30. Houve, porém, um atraso na Capital paulista e o novo horário agendado era de 12h30. O avião com os venezuelanos acabou pousando na cidade às 12h15.
Eles saíram do aeroporto em vários ônibus do Exército Brasileiro e se dirigiram diretamente para o Centro de Pastoral para Migrante, em Cuiabá, onde serão acolhidos e ficarão por pelo menos 45 dias, até conseguirem um local definitivo.
Para realizar o acolhimento dos estrangeiros foi montado um Comitê de Recepção e Acolhimento que é integrado por órgãos como a secretaria estadual de Trabalho e Assistência Social (Setas), a Casa Civil da Presidência da República e o Ministério da Defesa.
Em Cuiabá os venezuelanos passarão pelo chamado de processo de interiorização - que envolve a provimento de uma moradia temporária, alimentação, cuidados médicos e sociais. Todo esse processo não terá custo para eles, sendo que as viagens foram custeados com os R$ 190 milhões liberados ao Ministério da Defesa por meio da medida provisória 823/2018, que trata da assistência emergencial e acolhimento humanitário das pessoas que deixaram a Venezuela.
Conflitos
A Venezuela passa há mais de quatro anos por grave crise social e humanitária. A população tem lidado com grande desabastecimento de produtos básicos de higiene e alimentos, causados por fatores como a inflação de mais de quatro dígitos.
O presidente do país, Nicolás Maduro, é visto como um dos principais responsáveis pela situação e comissários da ONU já admitiram que a democracia na nação "está a beira da morte".
Leia também: