NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 09/03/2018 / Embraer faz previsão conservadora para 2018
Embraer faz previsão conservadora para 2018 ...
João José Oliveira e Marcelle Gutierrez ...
A Embraer deve ter em 2018 o segundo ano seguido de receita e lucros achatados, afetada pela transição de famílias de jatos comerciais - produto que responde por mais de metade de vendas da companhia brasileira do setor aeroespacial. Depois de apresentar o balanço de 2017, com números abaixo dos de 2016 e inferiores às expectativas dos analistas de mercado, o presidente da companhia, Paulo Cesar de Souza e Silva, afirmou que o ritmo de entregas dos jatos só deve ganhar tração em 2019.
Para 2018, a Embraer estima que a receita, em dólares, fique entre US$ 5,4 bilhões e US$ 5,9 bilhões. A meta é inferior ao objetivo anunciado no ano passado para 2018, que era de US$ 6 bilhões. Apenas se conseguir atingir o teto dessa banda, a companhia bate o desempenho de 2017, quando as vendas somaram US$ 5,84 bilhões, dentro da faixa pretendida pela companhia, de US$ 5,7 bilhões a US$ 6,1 bilhões. O resultado, no entanto, foi inferior ao que esperavam analistas, que projetavam algo acima de US$ 6 bilhões. Em 2016, a empresa teve receita de US$ US$ 6,2 bilhões.
Para a lucratividade, a Embraer também trabalha com cenário conservador. A empresa busca margem de lucro antes de juros e impostos (margem Ebit) de 5% a 6%, abaixo dos 5,6%, de 2017, ano em que esse indicador ficou aquém da meta empresa, que era de 8% a 9%.
"É algo esperado [queda de vendas e de margens] quando há uma transição. Tem uma curva [de crescimento] das vendas. Já tinhamos dito que esperávamos isso para 2017 e 2018. A partir de 2019 isso deve voltar ao normal", afirmou Souza e Silva.
Para 2018, a Embraer prevê entregar de 85 a 95 jatos comerciais - menos que os 101 aviões desse segmento que a empresa entregou em 2017, e menos ainda que os 108 de 2016.
A Embraer ainda está produzindo e entregando jatos da família EJets, enquanto desenvolve a nova linha de aviões E2. A primeira unidade da nova família será entregue à norueguesa Widerøe em abril. "A boa notícia é que o programa está dentro do prazo e os testes mostraram que o E2 é ainda mais eficiente do que prevíamos", afirmou o presidente.
Souza e Silva rebateu a tese de que as negociações entre a Embraer e a Boeing, que confirmaram em dezembro negociações para um acordo de sociedade, esteja afetando as vendas.
O executivo afirmou que equipes de trabalho das duas empresas e do governo brasileiro seguem discutindo um modelo que "atenda aos interesses de todos". Souza e Silva não estabeleceu prazo para fechar um acordo com a americana. Semana passada, ele disse a jornalistas que espera chegar a um consenso ainda neste semestre.
Além do menor volume de entregas de jatos comerciais, a Embraer também sofreu com gastos extras na área de Defesa e Segurança. O vice-presidente financeiro e de relações com investidores da Embraer, José Filippo, disse que testes com o cargueiro militar KC-390 provocaram gastos extras de US$ 50 milhões após um incidente. "Se não fosse por esses US$ 50 milhões, a margem teria ficado na parte de baixo da meta", disse.
No dia 12 de outubro, o protótipo 001 da aeronave de transporte e reabastecimento KC-390 teve "um evento além do limite planejado no teste de uma das várias configurações experimentadas durante um voo de certificação para avaliar as qualidades em baixa velocidade com simulação de formação de gelo", segundo a empresa.
Por causa disso, o protótipo 001 ficou fora de testes para manutenção. Segundo Filippo, isso levou a ajustes, com mais horas de utilização do protótipo 002 e mudanças no cronograma de procedimentos. "É importante destacar que o evento não provocou mudanças no programa", disse o executivo, afirmando que o primeiro KC-390 será entregue à Força Aérea Brasileira em 2018. "Os dois protótipos estão em testes agora", afirmou Filippo.
No segmento de aviação executiva, o presidente da Embraer disse que o mercado está dando sinais de recuperação. Segundo ele, os preços das aeronaves pararam de recuar e os estoques de modelos usados estão em queda. "A reforma tributária nos Estados Unidos e o crescimento econômico no mundo alimenta a reação da demanda por jatos executivos", afirmou Souza e Silva.
A Embraer tem a meta de entregar de 105 a 125 jatos executivos em 2018, meta acima do desempenho de 2017, quando a empresa entregou 109 jatos.
Em reais, a Embraer teve lucro líquido de R$ 795,8 milhões em 2017, alta de 35,94% ante 2016, enquanto a receita caiu 12,7%, para R$ 18,7 bilhões.
Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.
1964, o ano que acabou
Comparação entre a atual ação dos militares e o cenário de 54 anos atrás mostra desconhecimento
A redemocratização do Brasil, que completa 33 anos na próxima quinta-feira (15), produziu transformações inclusive no campo da experiência compartilhada. De cada 100 brasileiros, 70 não vivenciaram, nem sequer como adolescentes, a ditadura que precedeu a chamada Nova República.
Talvez isso ajude a explicar a propagação de ideias equívocas a pretexto da atuação crescente dos militares na atividade tipicamente civil da segurança pública. Estaria plantada a semente, sugerem os devaneios, para nova conspiração fardada, à semelhança da ocorrida há 54 anos.
Não está em curso, no entanto, nada parecido com o movimento das Forças Armadas que tomou de assalto o poder de Estado em 1964. O contraste das situações históricas é tamanho que revela modelos opostos de enquadramento dos militares na vida nacional. Atores políticos armados, de um lado; profissionais subordinados ao comando civil, do outro.
Por mais questionável que seja convocar o Exército para atividades policiais, opção à qual esta Folha tem sido crítica, o fato de haver a convocação pelo poder civil e o pronto atendimento pelo militar é prova da mudança dos tempos. De 1889 a 1985, os militares brasileiros puderam escolher a quem servir. Não podem mais.
Também se desfez a arquitetura institucional propensa a impasses que estimulava forças políticas em situação de ameaça presumida a recorrer aos quartéis. O constituinte de 1988 aprendeu com o passado e elevou as prerrogativas do presidente da República, sem descuidar de fortalecer polos de controle do abuso de poder como o Judiciário e o Ministério Público.
Criaram-se problemas novos, sem dúvida, mas característicos das democracias de direito. Reclamações de políticos em alegada desvantagem não são mais arbitradas por generais, mas por juízes inamovíveis, de acordo com regras previamente fixadas.
O resultado dos julgamentos é obedecido mesmo pelos que adotam a retórica da rebeldia.
A atuação dos militares na segurança pública é escrutinada, como jamais seria possível na ditadura, seja pelos agentes autônomos incumbidos de zelar pelas leis, seja pela imprensa profissional. O autoritarismo e a intolerância são fenômenos incorpóreos das redes sociais que não se traduzem na concretude institucional.
O comando das Forças Armadas se mostra cioso em manter-se equidistante da algazarra político-partidária. Oficiais nostálgicos das quarteladas que se manifestam têm sido escanteados. Militares que na reserva se tornam campeões da truculência possuem o peso prático dos velhos leões desdentados apartados do seu grupo.
O Brasil de 2018 não é apenas muito diferente daquele de 1964. É muito melhor, graças ao enraizamento da democracia.
Lucro líquido da Embraer avança 35,9% em 2017, mas despenca 82% no quarto trimestre
Empresa prevê entrega de até 125 aviões executivos e 95 comerciais em 2018
João Sorima Neto Publicada Em 08/03 - 15h35
SÃO PAULO - Em meio a negociações com a americana Boeing para a combinação de seus negócios, a Embraer divulgou nesta quinta-feira um lucro líquido de R$ 795,8 milhões em 2017, um aumento de 35,9% em relação aos R$ 585,4 milhões reportados no ano anterior. No quarto trimestre, entretanto, a fabricante de aviões brasileira teve uma queda de 81,92% no lucro líquido, que fechou o período em R$ 117,2 milhões na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, quando o lucro líquido atingiu R$ 648,3 milhões.
A Embraer apontou que o resultado da receita do quarto trimestre de 2017 teve um impacto negativo de R$ 217,2 milhões. A maior parte (R$ 178,6 milhões) veio do segmento de aviação executiva por causa de impairments, um termo contábil usado para quando há deterioração de ativos. O impairment no segmento de Defesa & Segurança foi de R$ 28,7 milhões e de R$ 178,6 milhões no segmento de Aviação Executiva. Segundo o vice-presidente executivo financeiro e de relações com investidores da Embraer, José Filippo, trata-se de um procedimento normal, uma regra contábil, em que modelos mais antigos geraram menos receita do que o esperado.
- Com os modelos mais novos, a expectativa é que a receita volte a ficar dentro da previsão - disse.
Segundo Filippo, a Embraer não atingiu a meta de lucro do ano passado devido a custos adicionais inesperados com testes de voo do novo cargueiro militar KC-390. Por conta de de reajustes no contrato de desenvolvimento do KC-390 com a Força Aérea Brasileira, houve um custo adicional de US$ 50 milhões, no final de outubro, que não estava previsto na meta, informou o executivo.
Em novembro, a companhia interrompeu os voos de um dos dois primeiros protótipos do KC-390, o avião militar da companhia que deve entrar em serviço este ano, depois de um problema, em que a aeronave teve danos estruturais quando voava em condições imediatamente anteriores à perda de estabilidade (stol). Segundo Filippo, os dois protótipos estão em testes atualmente.
Excluindo impostos e outros itens especiais, o lucro líquido ajustado da fabricante de aeronaves brasileira, no quarto trimestre de 2017, foi de R$ 191,5 milhões, ante R$ 694,2 milhões no mesmo período de 2016. No ano passado, o lucro líquido ajustado chegou a R$ 899,4 milhões frente aos R$ 969,4 milhões de 2016, queda de 7,2%.
No quarto trimestre de 2017, a receita líquida recuou para R$ 5,65 bilhões ante R$ 6,7 bilhões no quarto trimestre de 2016. A receita total de 2017 também encolheu em relação ao ano anterior: ficou em R$ 18,7 bilhões frente aos R$ 21,4 bilhões do ano passado, queda de12,6%.
Segundo a empresa, a estimativa de entregas de aeronaves para 2017 foi atingida. No quarto trimestre de 2017, a Embraer entregou 23 aeronaves comerciais e 50 executivas e em todo o ano passado foram 101 aeronaves comerciais e 109 executivas.
De acordo com relatório da corretora Coinvalores a clientes, a companhia conseguiu cumprir a meta de entrega de aeronaves em 2017, mas suas margens vieram abaixo do piso das estimativas da companhia.
"O resultado, no entanto, não trouxe grandes surpresas, pois os últimos trimestres já haviam mostrado essa tendência. Além disso, os papéis da companhia devem ser pouco influenciados pelos números já que o mercado segue na expectativa do acordo da Embraer com a Boeing", dizem os analistas da Coinvalores.
Para 2018, a Embraer reafirmou sua estimativa de entrega de 105 a 125 aviões executivos e entre 85 e 95 aviões comerciais. Mesmo assim, a companhia reduziu a previsão para o teto de suas receitas neste ano. A projeção agora é de receitas totais entre US$ 5,4 bilhões e US$ 5,9 bilhões ante US$ 5,3 bilhões e US$ 6 bilhões anteriores. A contribuição aproximada na receita de cada segmento de negócio para 2018 é a seguinte: 42% Aviação Comercial, 25% Aviação Executiva, 15% Defesa & Segurança, 17% Serviços & Suporte e 1% Outros negócios.
A Embraer espera que os investimentos totais alcancem US$ 550 milhões em 2018. Desse total, pesquisa representará US$ 50 milhões, desenvolvimento de produto US$ 300 milhões e investimento de capital será de US$ 200 milhões.
BOEING X EMBRAER
Durante a teleconferência para apresentação dos resultados, o presidente da Embraer, Paulo Cesar de Souza e Silva, afirmou que a companhia, o governo brasileiro e os demais acionistas da empresa continuam trabalhando com “muito engajamento” para que as negociações com a Boeing avancem.
- Trata-se de uma operação complexa. Todos os lados continuam tentando achar uma estrutura que atenda os interesses de todas as partes. Mas dada a complexidade da operação é natural que se gaste mais tempo nessas análises. As partes estão bastante engajadas para encontrar uma alternativa – afirmou Souza e Silva.
Em evento recente para certificação de uma aeronave da companhia, Souza e Silva afirmou que espera que as negociações estejam concluídas ainda no primeiro semestre.
ANCELMO GOIS
Forças Armadas reúnem, hoje, 205 oficiais superiores na ESG. Terão aula sobre guerra assimétrica reversa como desembargador federal Reis Friede.
Editorial: Estratégia de confrontos não tem surtido efeito
Novo secretário de Segurança, general Richard Nunes, quer fortalecer programa das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), desmantelado no governo Pezão
Em entrevista publicada domingo, no GLOBO, o novo secretário estadual de Segurança, general Richard Fernandez Nunes, tocou num ponto nevrálgico das políticas de combate à violência. Ele disse que o confronto “é quase uma lei de ação e reação, um círculo vicioso, que precisa ser rompido”. De fato, a estratégia usada com frequência pelas polícias fluminenses tem se revelado inócua para reverter os índices de criminalidade. Ao contrário, só tem feito aumentá-los. São inúmeros os exemplos de operações desastradas, mal planejadas, que não raramente terminam com a morte de inocentes.
Como mostram os números do Instituto de Segurança Pública (ISP), em janeiro deste ano foram registrados 154 homicídios decorrentes de oposição à ação policial, como são chamadas as mortes de suspeitos em confronto. Um recorde histórico, que representou um aumento de 57% em relação ao mesmo mês de 2017 (quando foram contabilizados 98).
Os indicadores de janeiro, aliás, são vergonhosos, e refletem o descontrole da segurança no Estado do Rio pré-intervenção. O número de roubos de aparelho celular, por exemplo, aumentou 80,6% em comparação com o mesmo período do ano passado; o de roubos a estabelecimentos comerciais, 78,4%; a transeuntes, 52,5%; o de cargas, 41%; a residências, 33,3%; em coletivos, 29,2%; e de veículos, 25,7%.
Richard Nunes desmistifica também outra estratégia amplamente usada no Rio nas últimas décadas, não só pelas polícias, mas pelas próprias Forças Armadas: a ocupação de comunidades. “Chegamos à conclusão de que não produzem resultado, só desgastam um efetivo enorme. Isso é o que a criminalidade quer: mil homens imobilizados numa área”.
Por outro lado, repetindo o que disse o interventor, general Braga Netto, o novo secretário quer fortalecer as UPPs, projeto desmantelado no governo de Luiz Fernando Pezão. Richard Nunes afirmou que as que forem viáveis serão recuperadas, enquanto outras, desativadas. É sabido que, por motivos políticos, o programa foi demasiadamente ampliado, o que comprometeu o seu resultado. Portanto, precisa mesmo ser revisto, para que possa voltar a produzir resultados. Nunca é demais lembrar que, a partir da instalação das UPPs, em 2008, o número de assassinatos na capital fluminense despencou. E, mesmo com todo o desmonte, ainda não voltou aos patamares anteriores.
A verdade é que não há mágica na receita apresentada pelo secretário, e é bom que seja assim. Primeiro, o dever de casa. Reaparelhar as polícias, que estão completamente sucateadas, combater a corrupção nos quartéis — problema que desafia as instituições de segurança — e partir para ações integradas e bem planejadas são caminhos que podem levar à redução da criminalidade. Tudo sem pirotecnia, porque já se sabe que isso não resolve.
Boeing e Embraer podem fechar acordo este mês
Objetivo seria evitar a "politização" do tema no ano eleitoral. Americana pode usar Brasil como plataforma para exportações na área de Defesa
Por Henrique Gomes Batista* Publicado Em 08/03 13h11
NEW YORK - O acordo entre Boeing e Embraer pode ser finalizado ainda neste mês. As empresas e o governo brasileiro estão fechando os últimos detalhes da joint venture que deve dar à americana o controle sobre a aérea de jatos regionais da Embraer. A rapidez em fechar um acordo, dizem fontes, ajudaria a afastar as incertezas sobre as vendas da Embraer – que divulgou nesta quinta-feira forte redução dos lucros no quarto trimestre de 2017 – e seria também para evitar a "politização" do acordo no ano eleitoral.
Se for finalizado até o fim de março, o acordo teria mais três meses para ser aprovado por todos os acionistas. No caso do Brasil, o grande objetivo é convencer o governo brasileiro que não haverá influência americana em questões de defesa brasileira.
DRIBLANDO RESTRIÇÕES AMERICANAS
Nas negociações, os americanos estão tentando mostrar que não será uma compra simples e que a Boeing pode usar o Brasil para desenvolver produtos na área de Defesa que seriam mais facilmente vendidos para terceiros mercados, sem a restrição das leis americanas que impedem a exportação de tecnologia sensível da área militar a outras nações.
A empresa americana tem se esforçado para mostrar que o negócio é bom para o Brasil. Já há companhias aéreas globais que estão querendo realizar compras e veriam com bons olhos a união da Boeing com a Embraer para ter, em um único fornecedor, uma gama completa de aeronaves. Alguns negócios podem estar suspensos ou sendo atrasados por causa desta indefinição na finalização do acordo.
REUNIÃO COM MEIRELLES
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, se reunirá nesta tarde, em Nova York, com altos executivos da Boeing. Participarão do encontro, o ministro Greg Smith, vice-presidente executivo da Boeing; Travis Sullivan, vice-presidente de Estratégia da Boeing e Donna Hrinak, presidente da Boeing América Latina.
Meirelles não antecipou o que espera da reunião.
- Vamos aguardar - disse Meirelles. - Primeiro tenho que ouvir o que eles têm a dizer.
*Enviado especial
Governo busca caminho para aprovar aumento do capital estrangeiro na aviação civil
Avaliação do Planalto é que o texto original não tem condições de ser aprovado
Por Geralda Doca Publicado Em 08/03 - 20h36
BRASÍLIA — Para facilitar a aprovação do projeto que amplia a participação do capital estrangeiro na aviação civil, o governo decidiu desmembrar a proposta — que prevê também a transformação da Embratur em agência de turismo. A avaliação do Planalto é que o texto original não tem condições de ser aprovado, sobretudo em ano eleitoral. Isso porque foram incorporados a ele temas polêmicos, como a autorização para o funcionamento de cassinos em resorts e o uso de recursos do Sebrae para ajudar a abastecer a nova agência. Há resistências das bancadas evangélica em relação aos cassinos e do Nordeste em relação ao uso de dinheiro do Sebrae.
O governo tem pressa em derrubar a restrição à participação do capital estrangeiro nas companhias aéreas, limitado em 20%, atualmente. A ideia é estimular a vinda de empresas de baixo custo para o país.
— A prioridade é derrubar a limitação ao capital estrangeiro. O texto da Embratur não passa como está porque pega dinheiro do Sistema S, além de incluir outros temas polêmicos — disse um interlocutor do Planalto.
Enviada pelo Executivo ao Congresso Nacional há um ano, a proposta não avançou nas comissões e ainda aguarda aprovação do pedido de urgência. Além disso, foram anexados ao texto outros dois projetos: um que trata da política nacional de turismo e autoriza o funcionamento de cassinos em resorts e outro que também dispõe sobre a ampliação do capital estrangeiro na aviação civil de 20% para 49%, podendo chegar a 100%, dependendo de autorização dos órgãos de defesa da concorrência.
Na proposta original, a participação do capital estrangeiro no setor aéreo poderá chegar a 100%. Uma alternativa para aprovar separadamente a medida é conseguir o sinal verde para um requerimento já apresentado pelo deputado Alberto Fraga (DEM-DF) que retira do texto a necessidade de autorização dos órgãos de defesa do consumidor para o aumento da participação estrangeira. E ao mesmo tempo engavetar a transformação da Embratur em agência de turismo.
Procurada, a assessoria de imprensa do Ministério do Turismo defendeu a criação da nova agência e alegou que o texto original não cita o uso de recursos do Sistema S para a Embratur. A maior parte do dinheiro para a agência viria da arrecadação bruta de loterias federais. Em nota, a pasta destacou a importância da nova agência:
"A modernização da Embratur é necessária para reforçar a promoção internacional do Brasil e, com isso, movimentar a economia, gerar emprego e renda para o país", diz o texto. De acordo com a nota, enquanto o Brasil teve um orçamento de US$ 16 milhões para promoção internacional no último ano, destinos concorrentes como a Argentina, a Colômbia e o México investiram US$ 60 milhões, US$ 90 milhões e US$ 490 milhões, respectivamente.
Notícias falsas ‘voam’ mais rápido e longe que as reais no Twitter
Estudo mostra que, pelo menos na internet, as mentiras têm pernas longas
Por Cesar Baima Publicado Em 09/03 - 4h30
RIO - Diz o velho ditado que “a mentira tem pernas curtas”, mas nesses tempos de internet parece que a situação se inverteu, pelo menos no mundo digital. Estudo publicado nesta quinta-feira na prestigiada revista “Science” mostra que rumores falsos “viajam” mais rápido e mais “longe”, com mais compartilhamentos e alcançando um maior número de pessoas, na rede social Twitter do que informações verdadeiras.
Para o estudo, os pesquisadores Soroush Vosoughi, Deb Roy e Sinan Aral, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), primeiro compilaram todos rumores – falsos, verdadeiros ou “mistos” - verificados por seis conhecidas organizações de checagem de fatos dos EUA e divulgados no Twitter entre 2006, ano da sua “estreia” na internet, e 2017. Daí, eles construíram aproximadamente 126 mil “cascatas” de compartilhamento desses rumores na rede social, num total de mais de 4,5 milhões de postagens feitas por cerca de 3 milhões de pessoas.
Ao analisarem e compararem os padrões de compartilhamento destas dezenas de milhares de “cascatas”, os pesquisadores observaram que os rumores classificados como “falsos” pelas organizações de checagem se espalharam mais longe, rápido, “profundamente” - isto é, foram replicados por um novo usuário único, aumentando o número de “degraus” da cascata - e com maior abrangência do que os considerados verdadeiros.
A tendência também se manteve independente do tema geral que os rumores abordassem, mas foi mais forte quando versavam sobre política do que os demais, na ordem de frequência: lendas urbanas; negócios; terrorismo e guerras; ciência e tecnologia; entretenimento; e desastres naturais. Assim, não surpreendeu o estudo ter verificado que alguns dos maiores “picos” na divulgação de informações falsas se deram justamente na época das eleições presidenciais americanas, primeiro em 2012 e depois, com muito mais força, em 2016, quando Donald Trump foi alçado à Presidência do país.
Por outro lado, o levantamento também trouxe algumas surpresas. A maior delas foi que, ao contrário do que se imagina, a “culpa” por essa maior divulgação de rumores falsos não é dos chamados “robôs”, perfis também falsos na rede social controlados por terceiros que replicam conteúdos em troca de dinheiro, por razões políticas ou outras. Isso porque, mesmo filtrando os resultados por idade, nível de atividade na rede social, número de seguidores e pessoas que seguem e se o usuário era “verificado” como real, os cientistas calcularam que as informações falsas ainda assim tinham uma chance 70% maior de serem compartilhadas do que as verdadeiras.
Assim, outra surpresa do estudo veio do perfil de quem mais compartilha rumores falsos. Imaginava-se que os responsáveis por isso seriam pessoas que seguissem mais outras, e, por sua vez, tivessem mais seguidores, e usassem a rede com mais frequência e há mais tempo. Mas a análise mostrou justamente o contrário, com os usuários com poucos seguidores e que seguiam poucos outros e que eram relativamente mais “novatos” no Twitter respondendo por um número significativamente maior dos compartilhamentos.
- Em termos de metodologia o estudo está muito bem montado, mas é importante destacar que ele está focado no Twitter, que tem parâmetros de utilização e público diferentes de outras redes sociais, como o Facebook – comentou ao GLOBO Nic Dias, pesquisador do Centro Shorenstein de Mídia, Política e Políticas Públicas da Escola Kennedy da Universidade de Harvard. - Ainda assim, não esperaria que os resultados fossem muito diferentes se a pesquisa fosse feita no Facebook, já que este é um problema que tem chamado a atenção de diversas organizações nos EUA.
Segundo Dias, o levantamento ganha ainda mais importância pelo fato do que chama de “dieta de informações” dos americanos, isto é, as maneiras e os lugares onde vão buscar por notícias, ser bem diferente da vista em outros países como a Austrália ou da Europa, que, ainda de acordo com ele, têm “dietas” mais saudáveis neste sentido. Dito isso, no entanto, ele também destaca que os rumores falsos costumam ser mais “interessantes” que as informações verdadeiras por geralmente terem níveis de “novidade” e “inusitado” maiores, o que pode ajudar a explicar porque as mentiras são mais compartilhadas.
- Vivemos inundados por notícias e muitas vezes as pessoas não têm tempo nem condições para verificar se elas são verdadeiras – contemporiza. - Isso não quer dizer que as pessoas são estúpidas. As redes sociais colocam todas informações num mesmo nível, o que torna difícil diferenciar o verdadeiro do falso. Com tudo junto na mesma linha de tempo, temos menos pistas para diferenciar um fonte confiável de uma não confiável.
Outra justificativa para o fenômeno encontrada por Dias está no fato de muitas vezes compartilharmos informações por motivações psicológicas e sociais, num esquema do tipo “nós” e “eles”.
- Compartilhamos uma informação porque ela nos parece ser útil, ou por ecoar o que acreditamos, por atacar um político de quem não gostamos ou por apoiar um que também apoiamos – diz. - Temos muito maior probabilidade de compartilhar algo que acreditamos porque isso ajuda a reforçar nossa visão de mundo, tanto de forma interna quanto externa. Nossa identidade é construída com diferentes fatos e impressões, e uma forma de fazer isso é compartilhando informações. Elas servem para os outros saberem onde estamos e também para nos lembrar onde estamos, reforçando nossa identidade para nós mesmos e para os outros.
Já o brasileiro Fabio Malini, professor da Universidade Federal do Espírito Santo, onde coordena o Laboratório de Estudos sobre Imagem e Cibercultura (Labic), viu como um dos primeiros grandes “méritos” do estudo o fato dos pesquisadores declaradamente evitarem usar o termo “fake news” (“notícias falsas”, em tradução literal) na classificação dos rumores analisados.
- Isso afastou uma concepção rotulada cada vez mais para uso político, em que a informação é verdadeira ou falsa segundo a opinião de uma pessoa, do que para se referir à real veracidade ou falsidade da informação – lembra.
Malini também destaca o fato de o levantamento ter incluído publicações com imagens, os famosos “memes”, com a utilização de programas de reconhecimento de caracteres para “leitura” de seus textos e inclusão no estudo, o que pode ajudar a aumentar a capacidade das informações falsas atingirem um público maior em menos tempo na comparação com as verdadeiras.
- O processo de compartilhamento tem uma forte carga emocional, e uma imagem muda muito esta dinâmica – considera. - E uma imagem ou meme se presta muito mais para a construção de uma mentira do que para a verdade.
Outra possível explicação de Malini para que os rumores falsos se espalhem mais rápido e mais longe que os verdadeiros no Twitter pode estar relacionado ao fato deles serem mais “fragmentados”, isto é, não têm um “centro difusor” mais definido, pelo menos no caso americano. Já no Brasil, no entanto, estaria acontecendo um fenômeno ligeiramente diferente. Aqui, em especial quando o tema é político, ganham força publicações e compartilhamentos com links para veículos com vieses ideológicos demarcados em ambos lados do espectro.
Por fim, Malini considera que é de certa forma “natural” o achado do estudo de que os rumores falsos políticos se espalham mais do que os de outros temas, já que este tipo de informação costuma ter uma “validade” maior do que as notícias que envolvem atentados terroristas ou desastres naturais, por exemplo.
Inserção da mulheres na carreira militar é lenta e tardia
Para se ter uma ideia, foi apenas em dezembro do ano passado que a Lei 13.541/2017 foi assinada pelo presidente Michel Temer estabelecendo que as mulheres poderão ocupar somente agora todos os cargos de oficiais da Marinha
Lorena Pacheco E Mariana Fernandes Publicado Em 08/03 - 14:40
Caracterizada pela presença predominantemente masculina, as Forças Armadas estão aos poucos começando a inserir a mulher em seu quadro de pessoal, mas a mudança é lenta e tardia. Para se ter uma ideia, foi apenas em dezembro do ano passado que a Lei 13.541/2017 foi assinada pelo presidente Michel Temer estabelecendo que as mulheres poderão ocupar somente agora todos os cargos de oficiais da Marinha, inclusive do corpo da Armada e o de Fuzileiros Navais, até então restritos a eles.
Até hoje, a Marinha sustenta o título de ser a única força militar que tem uma mulher oficial em seus quadros, a contra-almirante Dalva Maria Carvalho Mendes, que conseguiu alcançar o posto apenas por ser médica e fazer parte do Corpo de Saúde da Marinha. Com a mudança nas regras qualquer mulher poderá chegar a esse posto ou até mesmo a cargos superiores.
Até hoje, a Marinha sustenta o título de ser a única força militar que tem uma mulher oficial em seus quadros, a contra-almirante Dalva Maria Carvalho Mendes, que conseguiu alcançar o posto apenas por ser médica e fazer parte do Corpo de Saúde da Marinha. Com a mudança nas regras qualquer mulher poderá chegar a esse posto ou até mesmo a cargos superiores.
A capitão tenente Taryn Machado, do Comando do 7º Distrito Naval, acredita que a carreira militar para uma mulher proporciona muita aprendizagem, além de viagens e oportunidade de estar sempre se descobrindo e se desenvolvendo. "Não foi fácil passar no concurso, eram poucas vagas, mas temos que ter persistência em tudo na vida. Estudei três anos mas valeu muito", lembra.
Durante oito anos da carreira, Taryn trabalhou em um esquadrão de helicópteros, onde era a única mulher da equipe. "Sempre fui tratada como componente do grupo e sem distinção ou preconceito", diz.
Entretanto, ela é contra os concursos públicos limitarem as vagas para as mulheres. "Não acho que deva haver um número específico de mulheres em concursos. O que nos diferencia? Temos a mesma possibilidade de vencer".
Já para primeiro-tenente Grasiely Cardoso,também do Comando do 7º Distrito Naval, ser mulher na Marinha desperta admiração de muitas pessoas, principalmente de outras mulheres. "É muito gratificante servir nesta organização e incentiva a participação de mulheres em seus quadros. Sou feliz e muito acolhida", diz.
"O caminho é difícil. Mas, foi muita alegria ingressar na Marinha do Brasil e foi a realização de um sonho. Desde o curso de formação até o presente momento, cada dia eu aprendo com meus colegas de trabalho e meus superiores. O militarismo é uma escola para a vida, tenho certeza que carregarei muitos aprendizados tanto profissionais quanto pessoais desta Organização", comenta.
Em 2016, a Aeronáutica abriu sua primeira seleção pública para formação de cadetes femininas após 67 anos. Apesar do avanço tardio, a seleção reservou apenas 11% do total de vagas para candidatas (20 chances de 180) e, segundo o edital, caso todas as vagas oferecidas para mulheres não fossem preenchidas, elas seriam completadas pelos candidatos homens. De acordo com a FAB, é importante enfatizar que não há distinção de gênero em seus concursos públicos, que mulheres concorrem a vagas sem restrições. Desde 1982, as mulheres já podiam ingressar na Aeronáutica, e a partir de 1996 também na Academia de Força Aérea podendo chegar até cargos de comandante. Na FAB existem atualmente cerca de 66 mil profissionais, em que 17% é mulher.
Apesar de já admitir desde 1992 a presença de mulheres em outras carreiras que não sejam da linha militar bélica, o Exército demorou mais de sete décadas para abrir o primeiro concurso que aceitou representantes do sexo feminino para formação oficiais combatentes, e ainda com exceções. O edital de 2016 também limitou as inscrições em 10% das vagas e as áreas de atuação delas se restringem a apenas duas, enquanto os homens podem optar entre sete especialidades. E o que não falta é interesse por parte delas. Só neste concurso, 12,5 mil candidatas se inscreveram para concorrer às 70 vagas disponíveis.
Em 2016, a Aeronáutica abriu sua primeira seleção pública para formação de cadetes femininas após 67 anos. Apesar do avanço tardio, a seleção reservou apenas 11% do total de vagas para candidatas (20 chances de 180) e, segundo o edital, caso todas as vagas oferecidas para mulheres não fossem preenchidas, elas seriam completadas pelos candidatos homens. De acordo com a FAB, é importante enfatizar que não há distinção de gênero em seus concursos públicos, que mulheres concorrem a vagas sem restrições. Desde 1982, as mulheres já podiam ingressar na Aeronáutica, e a partir de 1996 também na Academia de Força Aérea podendo chegar até cargos de comandante. Na FAB existem atualmente cerca de 66 mil profissionais, em que 17% é mulher.
Apesar de já admitir desde 1992 a presença de mulheres em outras carreiras que não sejam da linha militar bélica, o Exército demorou mais de sete décadas para abrir o primeiro concurso que aceitou representantes do sexo feminino para formação oficiais combatentes, e ainda com exceções. O edital de 2016 também limitou as inscrições em 10% das vagas e as áreas de atuação delas se restringem a apenas duas, enquanto os homens podem optar entre sete especialidades. E o que não falta é interesse por parte delas. Só neste concurso, 12,5 mil candidatas se inscreveram para concorrer às 70 vagas disponíveis.
Na opinião, da capitão Mayara Azeredo Alves, de 34 anos, que desempenha função de adjunta da divisão de relações públicas do centro de comunicação do Exército Brasileiro a reserva de vagas destinadas a mulheres é uma grande conquista. "Essa reserva de vagas é uma grande oportunidade para que as mulheres possam fazer parte de áreas de trabalho que eram dominadas por homens, como ocorriacom a linha bélica no Exército.
Ela lembra que neste ano, as mulheres ingressaram na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), na Escola de Sargentos de Logística (EsLog) e no Centro de instrução de Aviação do Exército (CIAVEx), para integrarem, pela primeira vez, os quadros da área bélica, tanto no nível superior, quanto no técnico. "Uma vitória", comemora.
Embraer faz previsão conservadora para 2018
João José Oliveira E Marcelle Gutierrez Publicada Em 09/03 05h00
A Embraer deve ter em 2018 o segundo ano seguido de receita e lucros achatados, afetada pela transição de famílias de jatos comerciais - produto que responde por mais de metade de vendas da companhia brasileira do setor aeroespacial. Depois de apresentar o balanço de 2017, com números abaixo dos de 2016 e inferiores às expectativas dos analistas de mercado, o presidente da companhia, Paulo Cesar de Souza e Silva, afirmou que o ritmo de entregas dos jatos só deve ganhar tração em 2019.
Para 2018, a Embraer estima que a receita, em dólares, fique entre US$ 5,4 bilhões e US$ 5,9 bilhões. A meta é inferior ao objetivo anunciado no ano passado para 2018, que era de US$ 6 bilhões. Apenas se conseguir atingir o teto dessa banda, a companhia bate o desempenho de 2017, quando as vendas somaram US$ 5,84 bilhões, dentro da faixa pretendida pela companhia, de US$ 5,7 bilhões a US$ 6,1 bilhões. O resultado, no entanto, foi inferior ao que esperavam analistas, que projetavam algo acima de US$ 6 bilhões. Em 2016, a empresa teve receita de US$ US$ 6,2 bilhões.
Para a lucratividade, a Embraer também trabalha com cenário conservador. A empresa busca margem de lucro antes de juros e impostos (margem Ebit) de 5% a 6%, abaixo dos 5,6%, de 2017, ano em que esse indicador ficou aquém da meta empresa, que era de 8% a 9%.
"É algo esperado [queda de vendas e de margens] quando há uma transição. Tem uma curva [de crescimento] das vendas. Já tinhamos dito que esperávamos isso para 2017 e 2018. A partir de 2019 isso deve voltar ao normal", afirmou Souza e Silva.
Para 2018, a Embraer prevê entregar de 85 a 95 jatos comerciais - menos que os 101 aviões desse segmento que a empresa entregou em 2017, e menos ainda que os 108 de 2016.
A Embraer ainda está produzindo e entregando jatos da família EJets, enquanto desenvolve a nova linha de aviões E2. A primeira unidade da nova família será à norueguesa Widerøe em abril. "A boa notícia é que o programa está dentro do prazo e os testes mostraram que o E2 é ainda mais eficiente do que prevíamos", afirmou o presidente.
Souza e Silva rebateu a tese de que as negociações entre a Embraer e a Boeing, que confirmaram em dezembro negociações para um acordo de sociedade, esteja afetando as vendas.
O executivo afirmou que equipes de trabalho das duas empresas e do governo brasileiro seguem discutindo um modelo que "atenda aos interesses de todos". Souza e Silva não estabeleceu prazo para fechar um acordo com a americana. Semana passada, ele disse a jornalistas que espera chegar a um consenso ainda neste semestre.
Além do menor volume de entregas de jatos comerciais, a Embraer também sofreu com gastos extras na área de Defesa e Segurança. O vice-presidente financeiro e de relações com investidores da Embraer, José Filippo, disse que testes com o cargueiro militar KC-390 provocaram gastos extras de US$ 50 milhões após um incidente. "Se não fosse por esses US$ 50 milhões, a margem teria ficado na parte de baixo da meta", disse.
No dia 12 de outubro, o protótipo 001 da aeronave de transporte e reabastecimento KC-390 teve "um evento além do limite planejado no teste de uma das várias configurações experimentadas durante um voo de certificação para avaliar as qualidades em baixa velocidade com simulação de formação de gelo", segundo a empresa.
Por causa disso, o protótipo 001 ficou fora de testes para manutenção. Segundo Filippo, isso levou a ajustes, com mais horas de utilização do protótipo 002 e mudanças no cronograma de procedimentos. "É importante destacar que o evento não provocou mudanças no programa", disse o executivo, afirmando que o primeiro KC-390 será entregue à Força Aérea Brasileira em 2018. "Os dois protótipos estão em testes agora", afirmou Filippo.
No segmento de aviação executiva, o presidente da Embraer disse que o mercado está dando sinais de recuperação. Segundo ele, os preços das aeronaves pararam de recuar e os estoques de modelos usados estão em queda. "A reforma tributária nos Estados Unidos e o crescimento econômico no mundo alimenta a reação da demanda por jatos executivos", afirmou Souza e Silva.
A Embraer tem a meta de entregar de 105 a 125 jatos executivos em 2018, meta acima do desempenho de 2017, quando a empresa entregou 109 jatos.
Em reais, a Embraer teve lucro líquido de R$ 795,8 milhões em 2017, alta de 35,94% ante 2016, enquanto a receita caiu 12,7%, para R$ 18,7 bilhões.
Militares entregam flores para moradoras da Vila Kennedy no Dia Internacional da Mulher
Homens do Exército fazem operação na comunidade desde a madrugada desta quinta-feira (8).
Por G1 Rio Publicada Em 08/03 - 11h00
Militares do Exército entregam flores para moradoras da Vila Kennedy, na Zona Oeste do Rio, na manhã desta quinta-feira (8) como homenagem pelo Dia Internacional da Mulher. Ao todo, foram distribuídas mil rosas doadas por um empresário que apóia a intervenção federal na segurança pública do RJ, segundo o Comando Militar do Leste.
Na manhã desta quinta, o Comando Conjunto e a Secretaria de Segurança Pública realizam, pelo segundo dia consecutivo, uma operação na comunidade. A ação envolve Forças Armadas e Polícia Civil no cerco, estabilização e reforço do patrulhamento ostensivo da comunidade.
Na operação, trabalham 1,4 mil militares com apoio de veículos blindados, aeronaves e outros equipamentos pesados que podem ser usados para a desobstrução de vias. Algumas ruas podem ser interditadas, e o espaço aéreo, controlado.
É a quinta operação envolvendo as Forças Armadas na Vila Kennedy neste ano, e a terceira em menos de uma semana. Nesta quarta (7), 900 militares fizeram ação na comunidade.
Helicóptero cai e deixa 3 mortos em Joinville; tripulação foi sequestrada
Polícia encontrou duas armas na aeronave. Testemunhas ouviram tiros antes da queda.
Por G1 Sc Publicado Em 08/03 - 16h29
A queda de um helicóptero por volta das 16h desta quinta-feira (8) provocou a morte de três pessoas e deixou uma ferida no bairro Paranaguamirim, na Zona Sul de Joinville, no Norte catarinense. A aeronave com quatro pessoas a bordo foi sequestrada em Penha, a 70 km de Joinville, caiu numa rua e pegou fogo depois.
Existe a suspeita de que o sequestro tenha ocorrido para resgatar um detento que estaria prestes a ser transferido para uma unidade de segurança máxima, informou a Polícia Civil. A queda foi a aproximadamente 2 km do Presídio Regional de Joinville. Nos destroços foram encontrados um revólver e uma pistola.
"O piloto, no que saiu de Penha, encaminhou para Curitiba uma mensagem, um código, de que a aeronave tinha sido sequestrada", disse Tânia.
O helicóptero foi alvo de sequestro depois de decolar, após ter sido supostamente contratado para um passeio de sobrevoo na área de Joinville, disse a delegada regional, Tânia Harada. Testemunhas contaram à polícia que ouviram tiros antes da queda.
"Vamos depender da perícia para saber se alguém foi alvejado", declarou a delegada.
Os mortos são o piloto, identificado como Antônio Mário Franco Aguiar, de 57 anos, o copiloto e um passageiro. O sobrevivente é Daniel da Silva, 18 anos, detento do regime semiaberto. Ele teve ferimentos leves, foi resgatado momentos depois da queda e levado para um hospital, onde é monitorado pela PM.
Apesar da Polícia Civil ter iniciado a investigação, a Polícia Federal vai assumir os trabalhos de apuração do caso por se tratar de espaço e acidente aéreos.
O helicóptero é da Avalon Táxi-aéreo, que presta serviço para o Beto Carrero World. Mas a empresa disse que nesta quinta não estava trabalhando para o parque, que fica em Penha. A aeronave tem prefixo PR HBB, modelo BELL 206, disse o Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos).
A Avalon Táxi-Aéreo tem sede no Paraná.
Investigação da queda do acidente
Conforme o Cenipa, o Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa 5), de Porto Alegre, iniciou as investigações sobre os fatores que podem ter contribuído para a queda e uma equipe está deslocando para o local. Não há data prevista para conclusão da investigação.
O diretor-geral do Instituto Geral de Perícias (IGP) explicou como foi o trabalho do órgão na tarde desta quinta: "nossa equipe se deslocou com dois peritos, dois auxiliares e o IML [Instituto Médico Legal]. Eles fizeram a coleta dos corpos e a perícia de toda a cena do local do acidente. Utilizaram drones para fazer tomada aérea e registro fotográfico".
Sobre o trabalho do IML, afirmou que os três corpos ficaram carbonizados e foram levados ao IML de Joinville, onde passam por necropsia. Em um deles, o procedimento foi concluído, mas não foi possível fazer a identificação.
"Vamos tentar através da arcada dentária, se conseguirmos o prontuário dessa pessoa. Caso não se consiga, faremos coleta de partes de tecido e do osso para extração do DNA", disse o diretor-geral. Se essa última alternativa foi a utilizada, o resultado do exame deve sair em 30 dias, já que é difícil a extração do DNA de um corpo carbonizado.
As armas coletadas no local também passarão por perícia para que se tente saber a quem pertencem.
Brasil assina termo de cooperação para usar satélites da União Europeia
Daniel Mello - Repórter Da Agência Brasil Publicado Em 08/03 - 15h21
O Brasil assinou hoje (8), ao lado do Chile e da Colômbia, um acordo de cooperação para participar do programa Copernicus de Observação e Monitoramento da Terra da União Europeia (UE). Com isso, os países latino-americanos passam a ter acesso às informações produzidas pelos seis conjuntos de satélite. Em troca, os parceiros vão compartilhar os resultados das análises dessas informações com os outros participantes do sistema.
"A contribuição do Brasil, Chile e da Colômbia é no sentido de obter os dados e poder utilizá-los para enfrentar os problemas e depois nos dar o feedback. Dizer que os dados foram uteis desta e daquela maneira”, enfatizou o embaixador da União Europeia no Brasil, João Gomes Cravinhos. Segundo ele, o sistema disponibiliza diversos tipos de informações, observando eventos climáticos, condições atmosféricas, uso da terra e atividades nos oceanos.
“Tudo que tem a ver com alterações climáticas; desastres naturais; mudanças no mares - desde os estoques de peixes até questões de temperatura; o que se passa com o El Niño. Todos esses fenômenos ficam facilmente monitorados para permitir autoridades do Brasil, da Colômbia e do Chile a encontrar respostas em suas políticas públicas em relação aos problemas que surgirem”, acrescentou o embaixador.
A parceria com os países latino-americanos faz parte, segundo o diretor de Política Espacial da comissão da UE, Philippe Brunet, de uma ampla proposta de expansão do programa Copernicus. Em seguida, devem ser assinados termos semelhantes com países asiáticos, como a Índia. “Se completarmos esse plano, até o fim do ano os dados do Copernicus vão cobrir, potencialmente mais de 4 bilhões de pessoas. Mais da metade da população mundial”, ressaltou.
Combate ao desmatamento
No Brasil, os dados serão processados a partir do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. De acordo com o diretor-geral do instituto em Ribeirão Preto, Ricardo Galvão, o sistema traz ganhos importantes, pela capacidade de fornecer informações além das disponibilizadas pela tecnologia usada atualmente. “Os satélites de radar são importantes porque permitem que se tirem imagens até quando há uma cobertura de nuvens”, explicou.
Os satélites europeus também vão permitir monitoramento mais rápido do desmatamento da Amazônia e outros biomas, como o Cerrado. Segundo o diretor, o sistema brasileiro tem um intervalo de dez dias entre uma passagem e outra, permitindo que alguns criminosos atuem nos intervalos do monitoramento. “As pessoas que executam o corte da floresta estão muito espertas. Eles procuram fazer rapidamente em áreas não muito grandes para escapar da vigilância”, contou.
O sistema Copernicus já foi usado no Chile, facilitando o combate dos incêndios florestais durante o verão de 2017, e auxiliando na ação governamental durante o terremoto de 2016.
Edição: Valéria Aguiar
Jornal da Band: Espaço das mulheres cresce no mercado de trabalho
Algumas grandes empresas adotam programas para valorizar e dar mais espaço para o crescimento das mulheres. Apesar de muitas vezes terem mais estudo do que os homens, elas ainda estão em desvantagem no mercado de trabalho e são alvo de preconceito.
Vídeo: http://videos.band.uol.com.br/jornaldaband/16407627/espaco-das-mulheres-cresce-no-mercado-de-trabalho.html
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