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NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 18/01/2018 / Por que o risco para a Embraer é ficar só no mercado



Por que o risco para a Embraer é ficar só no mercado ...  


Há pelo menos quatro modelos em estudo para a Embraer se unir à Boeing sem descontentar o governo. O que não dá é para a empresa brasileira virar as costas ...  


Maria Luíza Filgueiras e Gian Kojikovski ...  


Há negócios que mudam não só o destino das empresas envolvidas mas também a dinâmica de todo um setor. Foi o que aconteceu no dia 16 de outubro, quando foi selado o futuro das quatro maiores fabricantes de aviões do planeta. Nessa data, a gigante francesa Airbus anunciou a compra do controle da divisão de aeronaves comerciais da canadense Bombardier. A transação criou uma empresa definida no mercado como “pacote completo”, capaz de fornecer aviões que vão de 100 a 525 assentos. Duas outras empresas concorrentes foram indiretamente afetadas: a americana Boeing, que fabrica aviões a partir de 150 assentos, e a brasileira Embraer, que lidera o segmento de aeronaves para 37 a 130 pessoas. No mesmo dia, analistas e consultores perguntavam-se como e quando viria uma reação. Essa hora chegou.

Embraer e Boeing começaram a discutir uma possível combinação de seus negócios há pouco mais de dois meses — e querem chegar a uma decisão até fevereiro. A Embraer é a maior exportadora de produtos manufaturados do Brasil, com mais de 6 bilhões de dólares anuais em vendas e 18 000 funcionários. Vale 15 bilhões de reais na bolsa. A Boeing é a maior fabricante de aviões do mundo, com 95 bilhões de dólares em receitas, 140 000 funcionários e valor de mercado de 200 bilhões de dólares. As duas empresas se aproximaram com uma série de parcerias nos últimos anos, que vão de desenvolvimento de pesquisa a estratégias de vendas — a Boeing é, por exemplo, parceira na comercialização e responsável pelo suporte operacional do KC390, cargueiro militar desenvolvido e fabricado pela Embraer. EXAME apurou que as empresas estudam pelo menos cinco estruturas de associação — quatro podem passar no crivo do governo brasileiro.

Uma das alternativas seria fazer uma cisão das divisões da Embraer em comercial, executivo e defesa, e negociar cada uma separadamente. Assim, a Embraer poderia, por exemplo, vender o controle da família de aeronaves comerciais E-Jet, num modelo de transação semelhante ao feito pela concorrente Bombardier com a Airbus. Outra opção seria juntar todas as áreas, inclusive a militar, numa joint venture com uma nova composição acionária intermediária entre as duas empresas. Há ainda a opção mais remota de um acordo da Boeing com o governo brasileiro para que a americana compre na bolsa até 30% das ações da Embraer, fatia que dispensaria uma oferta por 100% do negócio mas permitiria à Boeing ser a maior acionista. A quarta alternativa seria a transformação da Embraer numa holding sem o controle das subsidiárias, modelo já utilizado em outros setores — como a empresa de corretagem de seguros BB Seguridade, que é controlada pelo Banco do Brasil, mas tem sob seu guarda-chuva empresas de controle privado. E a última opção seria uma hoje improvável aquisição da Embraer pela Boeing. “Qualquer associação que preserve os conhecimentos de cada uma e mantenha as culturas corporativas separadas será ótima, pois os produtos são complementares. A compra não é o melhor negócio”, diz Richard Aboulafia, sócio da consultoria americana Teal Group, especializada em aeronáutica.

O maior empecilho para uma aquisição vem mesmo do governo brasileiro. A Embraer é uma empresa com capital pulverizado em bolsa, da qual a União não tem ações diretas (o BNDESPar detém 5% do capital). Na prática, já está nas mãos de estrangeiros, pois quase 85% de suas ações são detidas por investidores internacionais. Mas a União tem uma goldenshare, ação especial criada na época das privatizações para que o governo tivesse poder de veto em temas como mudança de controle acionário. Nesse caso, a decisão, em última instância, cabe ao presidente da República. Em dezembro, o governo ainda não tinha sido notificado sobre a transação, já que não houve proposta formal, mas achou por bem se adiantar quando algumas informações se tornaram públicas. EXAME apurou que o Planalto começou a organizar um comitê com três ministérios — Defesa, Fazenda e Segurança Institucional. A Força Aérea Brasileira também participa do debate, mas dentro do Ministério da Defesa, comandado por Raul Jungmann. Em janeiro, a Boeing teve reuniões em Brasília e a Embraer tentou acalmar as emotivas reações imediatas. O governo americano fica fora das conversas.

Bonde da história
Há uma resistência ferrenha no governo em vender a Embraer, mas é consenso que fazer negócio com a Boeing pode ser crucial para o futuro da empresa. “A aquisição da totalidade da Embraer está fora de questão. Não é apenas discurso”, diz um alto funcionário do Ministério da Defesa. Ao mesmo tempo, no Gabinete de Segurança Institucional, a avaliação é que uma aversão a grupos internacionais pode fazer a Embraer “perder o bonde da história”. Para viabilizar o negócio, EXAME apurou que a Embraer tem dito ao governo que qualquer transação considera que ela continuará sendo brasileira e manterá a marca, os empregos e as fábricas. Boeing e Embraer também preparam uma lista de exemplos de parcerias que deram certo preservando a soberania dos governos locais na área militar. Na lista estão as estruturas da Boeing na Austrália e na Inglaterra, onde a empresa criou subsidiárias de defesa para assegurar empregos e facilitar o relacionamento com os ministérios de Defesa.

Para a Boeing, juntar-se à Embraer seria um contra-ataque certeiro aos avanços da Airbus. A empresa americana tem um projeto para uma aeronave média, chamada de 797, que ganharia velocidade com a engenharia e a tecnologia da Embraer. Com a consolidação global de fornecedores, a empresa entende que ser mais verticalizada será uma vantagem — a Embraer fabrica, por exemplo, trem de pouso, o que não faz parte da produção da Boeing. A empresa brasileira, por sua vez, se beneficiaria em diversas frentes. “Sozinha, a Embraer vai cair no ocaso em dez anos”, diz Francisco Lyra, diretor da consultoria de aviação C-Fly. Seu volume de encomendas tem sido fonte de preocupação dos analistas. Em 2017, bancos como Santander e Bradesco passaram a recomendar a venda das ações, diante de um cenário mais desafiador de competição e rentabilidade. Se não concluir o negócio com os brasileiros, a Boeing poderá decidir crescer sozinha no segmento médio ou fechar parceria com outra empresa. Nas contas do Bradesco, essa possibilidade tiraria 30% do valor das ações da Embraer. Com a expectativa do negócio com a Boeing, as ações da empresa dispararam mais de 20% nas bolsas brasileira e americana desde dezembro.

Dentro da Embraer, uma operação com a Boeing é considerada a chance de uma terceira onda de crescimento da companhia. A primeira foi logo após sua criação em 1969; a segunda veio com a privatização em 1994. O negócio poderia fazer a empresa ganhar fôlego em todas as áreas de negócio em que atua. Na defesa, traria recursos extras e influência diplomática. No segmento comercial, a parceria colocaria a Embraer à mesa de grandes negociações em salões internacionais. “Na aviação, não é necessariamente o melhor produto que ganha”, diz Shailon Ian, presidente da consultoria Vinci Aeronáutica. Escala, preço, manutenção, reposição de peças, tudo isso entra na negociação. A empresa aérea brasileira Azul é um exemplo do risco à frente. Ela é compradora no país de aviões de médio porte da Embraer, mas, como começou a fazer rotas comerciais mais longas, adquiriu recentemente jatos da Airbus. “É bem razoá-vel pensar que, na próxima rodada de negociações, a Azul poderá fechar um pacote completo com a Airbus e a Bombardier”, diz um conselheiro da Azul (questionada, a empresa diz que está satisfeita com seus atuais parceiros). Com a Boeing, a Embraer poderia também usar os centros de serviço dos americanos para fazer a manutenção das aeronaves, o que permitiria a venda para países que hoje estão fora de seu radar.


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Empresas que dependem do próprio caixa, como a Embraer, já vêm encontrando dificuldade competitiva num mercado cada vez mais influenciado por governos. A Bombardier, uma empresa privada, foi turbinada com 3 bilhões de dólares do governo canadense — um financiamento questionado pelo Brasil na Organização Mundial do Comércio. Grande parte das inovações que chegam aos jatos comerciais é desenvolvida no setor de defesa, também financiado por grandes contratos com governos. Estatais da China e da Rússia são os exemplos mais recentes. Somente em 2017 o orçamento chinês para a defesa foi de 150 bilhões de dólares. Fabricantes estatais do país uniram-se para lançar um jato para 160 pessoas e finalizaram o projeto de um avião para 70 a 105 passageiros, o nicho da Embraer. A China ainda está trabalhando com a Rússia no desenvolvimento de um avião maior, para 250 pessoas, segmento da Boeing e da Airbus. A estimativa é que a China demandará 6 800 aviões até 2035 (mais de 1 trilhão de dólares em compras). Perder esse mercado afetará qualquer empresa.

Pela pressão de clientes e fornecedores, a Embraer e a Boeing dizem ao governo brasileiro que a discussão deve ser rápida. A empresa, investidores, analistas e até o governo concordam que esse negócio precisa sair — só falta saber como.



Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.




RADIO  FRANÇA INTERNACIONAL - RFI


Famílias de vítimas do voo AF447 denunciam manipulação da Airbus para evitar processo


Publicada Em 17/01 - 22h46

Mais de oito anos após o acidente com o avião da Air France, que caiu enquanto voava entre o Rio de Janeiro e Paris, em 1º de junho de 2009, uma nova perícia judiciária culpa agora a tripulação da aeronave, gerando indignação entre as famílias das vítimas, que temem ver a fabricante Airbus escapar de ações judiciais.
As famílias de vítimas do acidente do voo Rio-Paris, que tentam processar a Airbus e a Air France, expressaram nesta quarta-feira (17) seu sentimento de abandono e sua incompreensão após mais de oito anos de investigação e novas perícias consideradas favoráveis “demais” para o construtor de aviões Airbus.
"Há tantos interesses políticos e econômicos que temos a impressão de que as vítimas não passam de ‘perdas e danos’", disse Alain Jakubowicz, advogado da Associação Entraide e Solidarité AF447, durante uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira (17), em Paris.
Concentrando-se principalmente numa suposta responsabilidade dos pilotos da Air France, a contra-perícia, entregue aos juízes em Paris no final de dezembro de 2017, provocou a indignação das famílias das vítimas que temem que a Airbus use estas informações para evitar um julgamento.
As sondas Pitot, peça-chave da investigação
Em 1° de junho de 2009, o Airbus AF447 caiu no Oceano Atlântico, na costa do Brasil, matando as 228 pessoas a bordo. O ponto de partida do desastre? As sondas Pitot congeladas pelas condições meteorológicas durante o voo, o que levou a uma interrupção das medições de velocidade do Airbus A330 e desorientou os pilotos. Essas sondas são um elemento-chave na batalha legal entre a empresa e o fabricante, indiciado desde 2011 por homicídios involuntários.
"Se as sondas não tivessem sido cobertas pelo gelo, o desastre não teria ocorrido. Por isso existe, em nossa opinião, a responsabilidade da Airbus", disse o Sr. Jakubowicz, apontando a ausência de um alarme específico para este problema.
"Os especialistas estão culpando os pilotos que não estão mais lá para se defender, pilotos que também são vítimas manipulados por automatismos totalmente disfuncionais", disse Danièle Lamy, presidente da associação, que reúne cerca de 360 familiares de vítimas.
Em 2012, uma avaliação inicial apontou para falhas da equipe, problemas técnicos e falta de informação para os pilotos no caso de gelo nessas sondas. Este primeiro relatório, "muito mais completo" e "feito após uma reconstituição do voo", ainda está nos autos, declarou Jakubowicz, que também apontou a dificuldade de escolher especialistas independentes no "mundo confinado" da aeronáutica.
Após mais de oito anos de processo, "as famílias das vítimas se sentem abandonadas, enquanto, na verdade, isso diz respeito a todos nós", disse o advogado. "Todos devem estar conscientes de que um desastre coletivo não acontece apenas com os outros", concluiu Danièle Lamy.

JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO


Gol ignora decisão do TCU e prepara voo para Pampulha


Tatiana Vaz Publicada Em 18/01 - 02h00

Mesmo com a decisão do TCU (Tribunal de Contas da União) de suspender a reabertura do aeroporto de Pampulha (Belo Horizonte) para voos entre Estados, a Gol fará o primeiro voo comercial para o destino na próxima segunda-feira (22).
O Boeing-737/700 da companhia sairá de Congonhas, em São Paulo, com pouso previsto para as 8h30 e será recebido com jatos de água do caminhão dos bombeiros, momento chamado de "batismo" pelo setor aéreo.
Uma festa está sendo preparada para a ocasião, com direito a banda de música e troféu para o primeiro passageiro, de acordo com uma publicação especializada.
O clima animado contradiz com o rigor da recomendação do TCU, de 27 de dezembro, de suspender os voos comerciais no aeroporto, tomada depois de uma portaria do Ministério dos Transportes Portos e Aviação Civil liberar o uso.
Procurado, o tribunal afirma que a decisão cautelar do ministro Bruno Dantas de suspender os voos em Pampulha está em vigor e que, se houver descumprimento de decisão ou de diligência sem causa justificada, poderá multar os responsáveis.
ANAC
A companhia aérea diz que não comentará o assunto até um novo posicionamento sobre o tema da Anac, a agência reguladora do setor.
A Anac, por sua vez, afirma que vai aguardar uma decisão do Ministério dos Transportes para a suspensão ou manutenção dos voos da Gol. Diz ainda que a decisão do TCU recai sobre a portaria do ministério, e não sobre atos regulatórios da Anac.
"Somente a Gol tinha voos aprovados conosco."
A Infraero não confirma a realização de evento em Pampulha e diz que está preparada para garantir a esperada reativação do aeroporto, conforme anúncio do governo.
"Entretanto, o funcionamento depende de decisão superior, visto que a empresa é órgão subordinado ao Ministério dos Transportes", diz a estatal em comunicado.
A reportagem não conseguiu contato com o Ministério dos Transportes.
Enquanto isso, a Gol segue com a venda de passagens para Pampulha, a partir de grandes capitais, como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Curitiba.
DESCOMPASSO
Para o advogado Pedro Dutra, especialista em regulação, a situação é grave porque mostra um descompasso entre os órgãos e a decisão do tribunal, que deveria ser incontestável.
"Não acredito que a Anac vá permitir a venda de passagens, muito menos que a Infraero abra o aeroporto para esse tipo de operação, porque eles sabem que não podem descumprir uma decisão do Tribunal de Contas", diz ele.

JORNAL O ESTADO DE SÃO PAULO


Cai resistência a Bolsonaro no Exército

Mudança de posicionamento, no entanto, não significa apoio à candidatura do deputado e ex-militar à Presidência, diz general Villas Bôas

Tânia Monteiro Publicado Em 17/01/2018 - 05h00

BRASÍLIA - O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) quebrou a resistência a seu nome dentro da cúpula das Forças Armadas. Essa mudança de posição, no entanto, não se transformou em um apoio ao pré-candidato, que deve se filiar ao PSL em março para disputar o Palácio do Planalto. O comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, diz que a oposição a Bolsonaro deixou de existir, mas, mesmo o deputado sendo um capitão do Exército na reserva, ele não pode ser apontado como candidato da corporação.
“Institucionalmente, a posição das Forças Armadas é a mesma em relação a todos os candidatos, somos uma instituição de Estado. Bolsonaro deixou de ser militar há 30 anos. Atualmente, é um político, igual aos demais que estão se movimentando neste cenário para as eleições de 2018”, afirmou o general ao Estado.
Generais, brigadeiros e almirantes da ativa consultados pela reportagem avaliaram que o fato de o deputado ter defendido a tropa durante as sessões da Comissão da Verdade, no governo da presidente cassada Dilma Rousseff, ajudou a romper as críticas. Além disso, atualmente quatro dos 15 generais que integram o Alto Comando do Exército são colegas de Bolsonaro na turma de 1977 da Academia Militar das Agulhas Negras.
Nos últimos anos, o deputado também tem mantido contato informal com oficiais-generais, da ativa e da reserva, incluindo o alto comando das três Forças e participado constantemente das formaturas de turmas de oficiais.
Prisão. A oposição ao nome do deputado nas Forças vinha do fim dos anos 1980, quando ele deixou o Exército por criticar em artigos os “salários baixos” da corporação, estando na ativa. Ainda capitão, foi preso no quartel, em setembro de 1986, por conceder entrevistas sobre os salários e depois investigado pela acusação de ter elaborado um suposto plano para explodir um duto do Rio Guandu.
Foi absolvido pelo Supremo Tribunal Militar (STM). Em seus mandatos na Câmara dos Deputados – foi eleito pela primeira vez em 1991 e está na sétima legislatura –, conseguiu mais desafetos com discursos duros contra a cúpula das Forças Armadas. “O passado já é passado. Então, não pesa neste aspecto”, disse Villas Bôas.
Questionado sobre a posição do general de Exército Antônio Hamilton Mourão, que afirmou que Bolsonaro “é um dos nossos”, Villas Bôas disse que “não encampa” essa ideia. “Individualmente, como os militares e a família vão votar, não tenho condições de avaliar qual é a tendência”, afirmou o comandante. Na ocasião, Mourão afirmou: “O deputado Bolsonaro já é um homem testado, é um político com 30 anos de estrada, conhece a política. E é um homem que não tem telhado de vidro”.
A declaração do general Mourão foi dada em palestra em Brasília no fim do ano passado, quando ele ainda estava no Comando Militar do Sul, de onde foi afastado por suas declarações políticas, proibidas pelo regulamento militar.
Para oficiais ouvidos pelo Estado, um dos pontos a favor de Bolsonaro como candidato à Presidência é o fato de ele não ser investigado em casos de corrupção. Os militares demonstram, no entanto, preocupação com o temperamento intempestivo do deputado federal e a filiação a um partido pequeno.
Formaturas. Bolsonaro compareceu no ano passado a praticamente todas as cerimônias de formaturas de escolas militares. Foi ovacionado em algumas ocasiões e é requisitado para selfies com os formandos. Desde seu primeiro mandato, o deputado já ouviu gritos de “líder, líder”, em uma formatura da Academia Militar das Agulhas Negras, e de “mito, mito”, em uma escola de formação de praças da Marinha.

Bolsonaro destina 60% de emendas para saúde de militares

Levantamento mostra que presidenciável reservou maior parte de recursos para assistência médica e odontológica do setor

Daiane Cardoso E Felipe Frazão Publicada Em 17/01 - 09h35

BRASÍLIA - Levantamento feito pelo Estadão/Broadcast com dados de 2014 - ano da última eleição presidencial - a 2018, mostra que o pré-candidato à Presidência da República e deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) destinou mais de R$ 45 milhões em emendas parlamentares para atividades relacionadas às Forças Armadas de pouco mais de R$ 76 milhões indicados por ele no Orçamento nesse período. Embora tenha um discurso de defesa da segurança pública, as emendas do ex-capitão do Exército foram majoritariamente para saúde de seus colegas militares. 
Nos últimos anos, o deputado reservou recursos para o Comando da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. A maior parte das rubricas orçamentárias foram para assistência médica e odontológica de servidores e militares, unidades de saúde das Forças Armadas, laboratórios, compra de equipamentos hospitalares e ambulâncias, além da modernização de hospitais militares. Quase todos os anos, o parlamentar garantiu verba para a Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), onde se formou, e à brigada paraquedista do Exército, por onde também teve passagem.
PROPAGANDA
De olho no apoio da categoria, Bolsonaro faz propaganda dos recursos que ele empenhou no Orçamento da União aos militares. Em ano eleitoral, o deputado mandou imprimir em dezembro 100 mil folhetos com o balanço dos recursos na Lei Orçamentária, onde cita a compra de aparelho de raio-X, ultrassom, eletrocardiógrafo, cama de parto humanizado, microscópio e equipamentos de laboratório. “Como prioridade no meu mandato parlamentar, a maioria das minhas emendas orçamentárias é destinada a atender Organizações de Saúde, em especial das Forças Armadas. Neste ano contemplei também algumas áreas relacionadas à Segurança Pública e em pesquisas de desenvolvimento tecnológico”, diz o deputado no folheto. O material foi impresso a um R$ 15,6 mil provenientes dos cofres da Câmara.
Emendas são o instrumento pelo qual um parlamentar indica onde o governo vai gastar parte de seu orçamento num determinado ano. Parte dele é impositivo, isto é, o governo tem de pagar as emendas definidas pelo Congresso. As individuais são escolhidas pelos deputados de acordo com seus interesses políticos e, geralmente, destinadas aos redutos eleitorais. Pelo menos metade do valor delas deve ser obrigatoriamente enviados para pagar ações e serviços públicos de saúde. Em 2018, cada deputado indicou o destino de R$ 14,7 milhões do orçamento.
PARA CIVIS
Neste período, Bolsonaro reservou R$ 30,6 milhões para saúde pública da população civil e concentrou a maior parte dos recursos para o Rio de Janeiro. Há emendas para a Santa Casa de Misericórdia de Resende (RJ), para reforma do prédio da Procuradoria da República em São Gonçalo (RJ) e para o Hospital Geral dos Servidores do Rio de Janeiro. O Estado costuma ser destinatário de valores anuais que variam entre R$ 5 e 7 milhões para área de saúde. Neste ano, o deputado decidiu encaminhar R$ 1 milhão para manutenção das unidades de saúde de São Paulo, Estado onde nasceu.
Bolsonaro manteve regularidade na destinação de verbas para entidades conhecidas nacionalmente, como a Rede Sarah de hospitais de reabilitação, que recebeu entre R$ 1 e 2,6 milhões em recursos do Orçamento da União. A Rede Sarah recebeu os maiores valores do conjunto de emendas do parlamentar no período. A Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR), no Rio de Janeiro, e o Instituto Nacional do Câncer (Inca) também aparecem na lista das entidades beneficiadas com os recursos de aproximadamente R$ 1 milhão.
AMAZONAS
O parlamentar também reserva emendas para o Amazonas, região com forte presença militar. Em 2014 foram mais de R$ 2 milhões para unidades de atenção especializada em saúde. Nos últimos anos, o presidenciável também reservou altos valores para uma cooperação da Marinha com a população ribeirinha da região amazônica na área de saúde. Os recursos anuais giraram em torno de R$ 1 milhão.

REVISTA ISTO É


RS quer fechar prédios públicos para julgamento de Lula


Publicada Em 17/01 - 07h:30

A Secretaria da Segurança Pública do Rio Grande do Sul pediu o fechamento de todos os prédios públicos do Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, conhecido como Parque da Harmonia, no entorno da sede do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre. A 8ª Turma Penal da Corte vai analisar, no dia 24, um recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O petista foi condenado a 9 anos e 6 meses de prisão pelo juiz Sérgio Moro, da Lava Jato em Curitiba, no caso do triplex no Guarujá (SP). A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), afirmou nesta terça-feira, 16, ao site Poder 360 que, “para prender Lula, vai ter que matar muita gente”. Em uma rede social, ela ainda bateu boca com o prefeito da capital gaúcha, Nelson Marchezan Jr. (PSDB).
A uma semana do julgamento, o esquema de segurança foi reforçado em Porto Alegre. O efetivo foi aumentado na área do tribunal. A Brigada Militar está de prontidão no local e equipes da Polícia Federal e até do Exército já estão em atividade. Estão previstas manifestações contra e a favor do petista.
O secretário Cezar Schirmer disse que já pediu, por meio de ofício, a suspensão das atividades dos órgãos públicos instalados no parque. Incra, Receita Federal, IBGE e Serpro – empresa federal de processamento de dados – deverão fechar na véspera e no dia do julgamento. Ele afirmou também que já recebeu sinalização de que o pedido será atendido.
“A democracia pressupõe a convivência de contrários, respeito às divergências, então os contra e os a favor querem se manifestar, vão se manifestar democraticamente. Queremos protegê-los e proteger a população de Porto Alegre. Não queremos nenhum incidente violento, queremos respeito à ordem pública e à lei”, disse Schirmer.
Para unir as forças de segurança, foi montado o Grupo de Gestão Integrada (GGI) com corporações do Estado, da União e do município. O GGI agrega Brigada Militar, Polícias Civil, Federal, Rodoviária (Estadual e Federal), Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Exército, Marinha, Aeronáutica, Bombeiros e Defesa Civil. O grupo foi formado no início deste mês.
Uma reunião operacional do GGI definirá nesta quinta-feira, 18, a função de cada órgão e os acertos finais da operação. Schirmer disse também que 150 homens da Força Nacional de Segurança, que já atuam em Porto Alegre desde o ano passado, serão deslocados.
Umas da principais preocupações é com a chegada de manifestantes à cidade. Schirmer já recebeu representantes da Via Campesina, do Movimento Sem Terra (MST) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT) para tratar de segurança. Nesta quarta-feira, 17, ele vai se reunir com representantes de partidos de esquerda. Em São Paulo, CUT e Movimento Brasil Livre (MBL), contrário a Lula, disputam a Avenida Paulista e nesta quarta vão se reunir com a Polícia Militar.
‘Morte’
Em meio à preocupação com a segurança em Porto Alegre, a presidente do PT disse que, para cumprir um eventual pedido de prisão de Lula, haverá prisões e mortes. “Para prender o Lula, vai ter que prender muita gente, mas, mais do que isso, vai ter que matar gente. Aí, vai ter que matar”, afirmou Gleisi. Após a repercussão, ela tentou minimizar a declaração afirmando que usou uma “força de expressão para dizer o quanto Lula é amado pelo povo brasileiro”.
No Twitter, a petista se envolveu em outra polêmica. Ao criticar editorial do jornal “O Globo”, ela chamou Marchezan Jr. de “prefeito fake news” e classificou o texto de “chinfrim”. “Chinfrim é ser corrupto e nariz empinado. ‘Fake’ é a origem do patrimônio dos teus comparsas”, afirmou Marchezan Jr. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

AGÊNCIA BRASIL


Human Rights Watch cobra medidas para conter mortes cometidas por policiais


Camila Maciel - Repórter Da Agência Brasil Publicada Em 18/01 - 06h35

A organização não governamental Human Rights Watch (HRW) lançou hoje (18) relatório em que analisa as práticas de direitos humanos em mais de 90 países. No caso do Brasil, a entidade pede que as autoridades brasileiras tomem medidas para conter as execuções extrajudiciais cometidas pela polícia.
Conforme levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, foram registrados 4.224 assassinatos cometidos por policiais militares e civis em 2016, um acréscimo de 26% em relação ao ano anterior.
Na avaliação da Human Rights Watch, essa situação foi agravada com a aprovação, em outubro, pelo Congresso Nacional, de lei que permite que militares das Forças Armadas que cometerem crimes dolosos contra civis, durante operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), sejam julgados pela Justiça Militar, e não mais pela Justiça comum. As Forças Armadas foram acionadas, no último ano, para garantir a segurança pública em estados que enfrentaram crise financeira e paralisação de policiais, como Rio de Janeiro e Espírito Santo. “De acordo com as normas internacionais, execuções extrajudiciais e outras violações graves de direitos humanos devem ser processadas e julgadas na Justiça Comum”, diz o relatório. Na ocasião, a transferência foi comemorada pelo Exército e criticada por organizações ligadas aos direitos humanos.
Por outro lado, a HRW destaca que as execuções extrajudiciais também colocam em risco a vida de policiais que ficam sujeitos a retaliações, aumentando a violência durante confrontos com criminosos. Nesse sentido, a organização aponta que 437 policiais foram mortos no país em 2016.
A organização voltou a criticar regras internas das polícias que penalizam agentes que se manifestem politicamente ou façam reclamações públicas. “Os códigos disciplinares estaduais e o Código Penal Militar sujeitam policiais à expulsão e a sentenças de prisão por delitos como criticar um superior ou uma decisão do governo”, aponta o documento.
Mulheres
No tópico sobre os direitos das mulheres, a HRW avalia que a implementação da Lei Maria da Penha ainda está incompleta. O texto aponta que as delegacias especializadas contam com quadro de pessoal insuficiente e que, geralmente, fecham durante a noite e aos finais de semana. Além disso, critica o fato de as unidades estarem concentradas nas grandes cidades. Em 2016, mais de 4,6 mil mulheres foram mortas no Brasil. No mesmo período, o Ministério Público apresentou denúncia de pouco mais de 2,9 mil casos.
Crianças
Em relação ao cumprimento dos direitos das crianças, a organização aponta a superlotação dos centros socioeducativos no Brasil, que abrigavam 24 mil internos em outubro de 2016, quando a capacidade era de 19,4 mil. A entidade informou que esses dados não incluem informações de seis estados, que não constavam na base de dados do governo federal.
Entre os casos lembrados, estão os nove adolescentes mortos, em junho, por outros jovens em centros socioeducativos da Paraíba e de Pernambuco. O Conselho Nacional de Direitos Humanos contabilizou, de 2012 a 2016, 40 adolescentes mortos em unidades de internação de Pernambuco. Não foi especificado, no relatório do conselho, quem foi responsável pelas mortes. Outro caso destacado pela Humans Rights ocorreu no Ceará, em novembro, quando “supostos membros de uma facção criminosa sequestraram seis adolescentes”, executando quatro deles.
Violência no campo
Sobre a violência no campo, a HRW aponta o crescimento das agressões e ameaças a ativistas rurais e lideranças indígenas. Foram 64 mortes de janeiro a outubro de 2017, de acordo com a Comissão Pastoral da Terra, ligada à Igreja Católica. No ano anterior, foram 61 mortes de pessoas envolvidas em conflitos por terra.
A organização relembra a morte de dez trabalhadores rurais em Pau D’Arco, no Pará.
O relatório traz dados e avaliações sobre liberdade de expressão, direito de pessoas com deficiência, migrantes e refugiados, orientação sexual e identidade de gênero, direitos trabalhistas, entre outros.
Edição: Carolina Pimentel

PORTAL EXAME.COM


Por que o risco para a Embraer é ficar só no mercado

Há pelo menos quatro modelos em estudo para a Embraer se unir à Boeing sem descontentar o governo. O que não dá é para a empresa brasileira virar as costas

Maria Luíza Filgueiras E Gian Kojikovski Publicada Em 18/01 - 05h00

Há negócios que mudam não só o destino das empresas envolvidas mas também a dinâmica de todo um setor. Foi o que aconteceu no dia 16 de outubro, quando foi selado o futuro das quatro maiores fabricantes de aviões do planeta. Nessa data, a gigante francesa Airbus anunciou a compra do controle da divisão de aeronaves comerciais da canadense Bombardier. A transação criou uma empresa definida no mercado como “pacote completo”, capaz de fornecer aviões que vão de 100 a 525 assentos. Duas outras empresas concorrentes foram indiretamente afetadas: a americana Boeing, que fabrica aviões a partir de 150 assentos, e a brasileira Embraer, que lidera o segmento de aeronaves para 37 a 130 pessoas. No mesmo dia, analistas e consultores perguntavam-se como e quando viria uma reação. Essa hora chegou.
Embraer e Boeing começaram a discutir uma possível combinação de seus negócios há pouco mais de dois meses — e querem chegar a uma decisão até fevereiro. A Embraer é a maior exportadora de produtos manufaturados do Brasil, com mais de 6 bilhões de dólares anuais em vendas e 18 000 funcionários. Vale 15 bilhões de reais na bolsa. A Boeing é a maior fabricante de aviões do mundo, com 95 bilhões de dólares em receitas, 140 000 funcionários e valor de mercado de 200 bilhões de dólares. As duas empresas se aproximaram com uma série de parcerias nos últimos anos, que vão de desenvolvimento de pesquisa a estratégias de vendas — a Boeing é, por exemplo, parceira na comercialização e responsável pelo suporte operacional do KC390, cargueiro militar desenvolvido e fabricado pela Embraer. EXAME- apurou que as empresas estudam pelo menos cinco estruturas de associação — quatro podem passar no crivo do governo brasileiro.
Uma das alternativas seria fazer uma cisão das divisões da Embraer em comercial, executivo e defesa, e negociar cada uma separadamente. Assim, a Embraer poderia, por exemplo, vender o controle da família de aeronaves comerciais E-Jet, num modelo de transação semelhante ao feito pela concorrente Bombardier com a Airbus. Outra opção seria juntar todas as áreas, inclusive a militar, numa joint venture com uma nova composição acionária intermediária entre as duas empresas. Há ainda a opção mais remota de um acordo da Boeing com o governo brasileiro para que a americana compre na bolsa até 30% das ações da Embraer, fatia que dispensaria uma oferta por 100% do negócio mas permitiria à Boeing ser a maior acionista. A quarta alternativa seria a transformação da Embraer numa holding sem o controle das subsidiárias, modelo já utilizado em outros setores — como a empresa de corretagem de seguros BB Seguridade, que é controlada pelo Banco do Brasil, mas tem sob seu guarda-chuva empresas de controle privado. E a última opção seria uma hoje improvável aquisição da Embraer pela Boeing. “Qualquer associação que preserve os conhecimentos de cada uma e mantenha as culturas corporativas separadas será ótima, pois os produtos são complementares. A compra não é o melhor negócio”, diz Richard Aboulafia, sócio da consultoria americana Teal Group, especializada em aeronáutica.
O maior empecilho para uma aquisição vem mesmo do governo brasileiro. A Embraer é uma empresa com capital pulverizado em bolsa, da qual a União não tem ações diretas (o BNDESPar detém 5% do capital). Na prática, já está nas mãos de estrangeiros, pois quase 85% de suas ações são detidas por investidores internacionais. Mas a União tem uma goldenshare, ação especial criada na época das privatizações para que o governo tivesse poder de veto em temas como mudança de controle acionário. Nesse caso, a decisão, em última instância, cabe ao presidente da República. Em dezembro, o governo ainda não tinha sido notificado sobre a transação, já que não houve proposta formal, mas achou por bem se adiantar quando algumas informações se tornaram públicas. EXAME apurou que o Planalto começou a organizar um comitê com três ministérios — Defesa, Fazenda e Segurança Institucional. A Força Aérea Brasileira também participa do debate, mas dentro do Ministério da Defesa, comandado por Raul Jungmann. Em janeiro, a Boeing teve reuniões em Brasília e a Embraer tentou acalmar as emotivas reações imediatas. O governo americano fica fora das conversas.
Bonde da história
Há uma resistência ferrenha no governo em vender a Embraer, mas é consenso que fazer negócio com a Boeing pode ser crucial para o futuro da empresa. “A aquisição da totalidade da Embraer está fora de questão. Não é apenas discurso”, diz um alto funcionário do Ministério da Defesa. Ao mesmo tempo, no Gabinete de Segurança Institucional, a avaliação é que uma aversão a grupos internacionais pode fazer a Embraer “perder o bonde da história”. Para viabilizar o negócio, EXAME apurou que a Embraer tem dito ao governo que qualquer transação considera que ela continuará sendo brasileira e manterá a marca, os empregos e as fábricas. Boeing e -Embraer também preparam uma lista de exemplos de parcerias que deram certo preservando a soberania dos governos locais na área militar. Na lista estão as estruturas da Boeing na Austrália e na Inglaterra, onde a empresa criou subsidiárias de defesa para assegurar empregos e facilitar o relacionamento com os ministérios de Defesa.
Para a Boeing, juntar-se à Embraer seria um contra-ataque certeiro aos avanços da Airbus. A empresa americana tem um projeto para uma aeronave média, chamada de 797, que ganharia velocidade com a engenharia e a tecnologia da Embraer. Com a consolidação global de fornecedores, a empresa entende que ser mais verticalizada será uma vantagem — a Embraer fabrica, por exemplo, trem de pouso, o que não faz parte da produção da Boeing. A empresa brasileira, por sua vez, se beneficiaria em diversas frentes. “Sozinha, a Embraer vai cair no ocaso em dez anos”, diz Francisco Lyra, diretor da consultoria de aviação C-Fly. Seu volume de encomendas tem sido fonte de preocupação dos analistas. Em 2017, bancos como Santander e Bradesco passaram a recomendar a venda das ações, diante de um cenário mais desafiador de competição e rentabilidade. Se não concluir o negócio com os brasileiros, a Boeing poderá decidir crescer sozinha no segmento médio ou fechar parceria com outra empresa. Nas contas do Bradesco, essa possibilidade tiraria 30% do valor das ações da Embraer. Com a expectativa do negócio com a Boeing, as ações da empresa dispararam mais de 20% nas bolsas brasileira e americana desde dezembro.
Dentro da Embraer, uma operação com a Boeing é considerada a chance de uma terceira onda de crescimento da companhia. A primeira foi logo após sua criação em 1969; a segunda veio com a privatização em 1994. O negócio poderia fazer a empresa ganhar fôlego em todas as áreas de negócio em que atua. Na defesa, traria recursos extras e influência diplomática. No segmento comercial, a parceria colocaria a Embraer à mesa de grandes negociações em salões internacionais. “Na aviação, não é necessariamente o melhor produto que ganha”, diz Shailon Ian, presidente da consultoria Vinci Aeronáutica. Escala, preço, manutenção, reposição de peças, tudo isso entra na negociação. A empresa aérea brasileira Azul é um exemplo do risco à frente. Ela é compradora no país de aviões de médio porte da Embraer, mas, como começou a fazer rotas comerciais mais longas, adquiriu recentemente jatos da Airbus. “É bem razoá-vel pensar que, na próxima rodada de negociações, a Azul poderá fechar um pacote completo com a Airbus e a Bombardier”, diz um conselheiro da Azul (questionada, a empresa diz que está satisfeita com seus atuais parceiros). Com a Boeing, a Embraer poderia também usar os centros de serviço dos americanos para fazer a manutenção das aeronaves, o que permitiria a venda para países que hoje estão fora de seu radar.
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Empresas que dependem do próprio caixa, como a Embraer, já vêm encontrando dificuldade competitiva num mercado cada vez mais influenciado por governos. A Bombardier, uma empresa privada, foi turbinada com 3 bilhões de dólares do governo canadense — um financiamento questionado pelo Brasil na Organização Mundial do Comércio. Grande parte das inovações que chegam aos jatos comerciais é desenvolvida no setor de defesa, também financiado por grandes contratos com governos. Estatais da China e da Rússia são os exemplos mais recentes. Somente em 2017 o orçamento chinês para a defesa foi de 150 bilhões de dólares. Fabricantes estatais do país uniram-se para lançar um jato para 160 pessoas e finalizaram o projeto de um avião para 70 a 105 passageiros, o nicho da Embraer. A China ainda está trabalhando com a Rússia no desenvolvimento de um avião maior, para 250 pessoas, segmento da Boeing e da Airbus. A estimativa é que a China demandará 6 800 aviões até 2035 (mais de 1 trilhão de dólares em compras). Perder esse mercado afetará qualquer empresa.
Pela pressão de clientes e fornecedores, a Embraer e a Boeing dizem ao governo brasileiro que a discussão deve ser rápida. A empresa, investidores, analistas e até o governo concordam que esse negócio precisa sair — só falta saber como.

PORTAL SPUTNIK BRASIL


Militar não é policial para atuar na segurança pública no Brasil, alerta especialista


Publicada Em 17/01 - 17h:29

Em sucessivas ocasiões e, mais recentemente em entrevistas à imprensa, o comandante do Exército brasileiro, general Eduardo Villas Bôas, manifestou sua contrariedade pelo uso frequente de militares no trabalho de apoio à Segurança Pública dos Estados do país.
Sem meias palavras, o general falou do temor dos comandos das Forças Armadas pelo risco de contaminação das tropas, através do contato direto de traficantes de drogas com os militares, especialmente os mais jovens.
O comandante ainda criticou a utilização dos militares em revistas e inspeções dentro das unidades penitenciárias e advertiu que, mesmo em atendimento à Garantia da Lei e da Ordem (GLO), a atuação das Forças Armadas na segurança pública deve ser breve, pontual e cumprida no menor espaço de tempo possível.
Em entrevista à Sputnik Brasil, o especialista em Segurança Pública, cientista político e analista criminal Guaracy Mingardi, membro do Fórum Nacional de Segurança Pública, afirmou concordar com o posicionamento do comandante do Exército.
"No nosso sistema e na maioria dos sistemas nacionais, a entrada dos militares (Exército, Aeronáutica e Marinha) na segurança pública tem de ser alguma coisa esporádica, muito bem delimitada e em circunstâncias especialíssimas. Portanto, eu concordo com o general Eduardo Villas Bôas quando ele diz que o Exército tem que entrar e sair das atividades de segurança pública", avaliou.
Subsecretário Nacional de Segurança Pública, cargo que ocupou no segundo governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Mingardi afirma que segurança pública é tarefa para profissionais e que os militares são preparados para outras funções como a defesa do Estado brasileiro.
"Além de não serem treinados para isso (ou mesmo que fossem treinados), os militares não têm o hábito de atuar neste setor. Segurança pública é algo que precisa ser praticado sempre. Experiência é fundamental. Não se pode improvisar. Segurança pública é para os policiais, aqueles que trabalham diariamente com esta tarefa e conhecem bem o seu ofício. Não cabem improvisos nesta área", continuou
Para o especialista, é fundamental que os governadores se conscientizem da necessidade de lidar, adequadamente, com estas questões. "Os Estados têm de estar preparados para [enfrentar situações de] emergência. As emergências vão acontecer. Segurança pública vive de crise e crise se enfrenta com muito preparo".
Gastos
Os gastos do Ministério da Defesa com o apoio aos governadores na segurança pública são muito elevados. Em 22 de fevereiro de 2017, o governo federal encaminhou ao Congresso Nacional a medida provisória que destinava R$ 100 milhões para a pasta financiar a atuação dos militares em ações de segurança e nos presídios estaduais, a MP 769/2017.
Já R$ 50 milhões deveriam cobrir os gastos das tropas do Exército, da Marinha e da Aeronáutica nas ações de patrulhamento e policiamento nas vias públicas e os outros R$ 50 milhões seriam empregados na atuação dos militares em penitenciárias, nas operações de varredura em busca de itens proibidos nas celas, como armas, drogas e telefones celulares.

PORTAL VEJA.COM


Sorte justifica 2017 ter sido o ano mais seguro no ar, diz estudo

Segundo estudo anual feito por empresa de consultoria holandesa, o ano passado registrou apenas dois acidentes fatais e 13 mortes

Tatiana Cunha Publicada Em 17/01 - 14h50

Você é da turma que tem pavor de viajar de avião e só de pensar em ficar horas trancado numa aeronave suas mãos já começam a suar?
Calma, calma, não quero assustar ninguém! Muito pelo contrário… tenho uma boa notícia para começar o ano novo!
Um relatório anual feito pela consultoria de avião holandesa To70 revelou que o ano passado foi o mais seguro da história da aviação comercial no mundo.
Sim, no ano em que mais pessoas viajaram para mais lugares do que em qualquer outro período da história, aconteceram apenas dois acidentes fatais envolvendo aviões comerciais, nenhum deles a jato.
No total 13 pessoas morreram nas duas quedas de aeronaves registradas no ano que terminou neste domingo - o estudo publicado todos os anos pela empresa holandesa leva em conta apenas aeronaves comercias com mais de 5700 kg e exclui aviões militares, de treinamento ou de carga, além de helicópteros.
O primeiro acidente aéreo fatal ocorreu em outubro, quando um Embraer Brasília que funcionava como ambulância caiu em Angola matando sete pessoas. O piloto perdeu o controle da aeronave depois de reportar uma falha em um dos motores do turboélice.
Já o segundo acidente fatal aconteceu no mês seguinte, quando um Let 410 de fabricação tcheca, caiu na Rússia e matou seis pessoas  - apenas uma menina de quatro anos sobreviveu à queda.
Com 35 milhões de voos registrados e apenas dois acidentes fatais, a média em 2017 foi de 0,00000006% quedas. Mais um motivo para comprovar que os aviões são de fato o meio de transporte mais seguro que existe, apesar de ser o que mais apavora muita gente (aliás, já fiz um post com dicas para ajudar quem tem medo de avião).
No total, o ano que terminou registrou 111 acidentes aéreos, mas apenas dois com mortes.
Os números registrados no ano passado são bem inferiores aos de outros anos. Em 2016, por exemplo, 271 pessoas morreram em seis acidentes fatais registrados, entre eles o jato da LaMia, que levava o time da Chapecoense para a Colômbia e resultou na morte de 71 ocupantes.
Outro acidente de grande porte ocorrido naquele ano foi o da empresa aérea Egyptair, que ia de Paris para a cidade do Cairo e caiu matando 66 passageiros e tripulantes. O ano terminou com 71 acidentes registrados no total.
Em 2015 o número de mortes em acidentes aéreos foi ainda maior: 471 pessoas perderam suas vidas em quatro quedas de aeronaves, a mais chocante delas a do Airbus A320 da Germanwings que caiu nos Alpes Franceses depois de ser desviado propositadamente pelo copiloto Andreas Lubitz. O voo ia de Barcelona para Dusseldorf e 150 pessoas morreram na queda.
O ano anterior foi ainda pior para quem viajou de avião, especialmente para os que usaram a Malaysia Airlines. Nada menos que 864 pessoas morreram naquele ano em cinco acidentes fatais, entre eles os do voo MH17 que foi atingido por um míssil quando voava sobre a Ucrânia e o misterioso sumiço do voo MH370 que ia de Kuala Lumpur para Pequim.
Mas, apesar de apenas dois acidentes terem sido fatais no ano passado, vale lembrar que houve vários acidentes sem mortes envolvendo aeronaves.
Segundo o relatório da To70, houve um grande número de problemas com motores, incluindo o do A380 da Air France que ia de Paris para Los Angeles e teve de fazer um pouso de emergência depois que um de seus motores perdeu várias peças durante o voo.
O estudo também lembra da morte de uma pessoa que estava próxima da grade do aeroporto de St Maarten quando um jato decolou, além do avião de carga que escapou da pista de pouso no Quirguistão e matou 35 pessoas que estavam num vilarejo perto do aeroporto.
Mas quais seriam os motivos para um número tão pequeno de acidentes fatais com aviões comerciais em 2017?
Bem, segundo o relatório da consultoria holandesa, a conclusão é simples: não passa de sorte.
“Estatisticamente falando há uma diferença muito pequena entre dois ou dez acidentes quando falamos de mais de 30 milhões de voos anuais. O fato de só ter ocorrido 13 fatalidades em 2017 é uma questão de sorte”, afirma Adrian Young, o líder da pesquisa.
O pesquisador ainda destaca que o aumento no uso de aparelhos eletrônicos é um dos maiores problemas que a aviação civil enfrenta no momento com relação à segurança dos voos.
Segundo ele, o crescimento no número de aparelhos que usam baterias de íon de lítio gerou um aumento na possibilidade de incêndios a bordo e justamente por isso as empresas aéreas precisam treinar suas tripulações para este tipo de eventualidade.
Ou seja, nada de sair comemorando e se descuidar da segurança.

PORTAL DEFESANET


Ato marca mudança de subordinação de bases aéreas e cria nova unidade de aquisições


Agência Força Aérea Publicada Em 17/01 - 09h:00

ImagemNesta terça-feira (16/01), o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato, assinou duas importantes portarias ligadas ao processo de reestruturação administrativa e operacional por que passa a Força Aérea Brasileira.
As bases aéreas, que não possuem esquadrões de voo, terão novas estruturas de subordinação – cinco delas passarão à Secretaria de Economia, Finanças e Administração da Aeronáutica (SEFA) e uma – a de São Paulo – passará ao Comando-Geral de Apoio (COMGAP).
Deixam de pertencer ao Comando de Preparo (COMPREP) as bases aéreas de Fortaleza (BAFZ), Salvador (BASV), Afonsos (BAAF), Santos (BAST) e Florianópolis (BAFL) e passam à subordinação da SEFA – mais especificamente ao Centro de Apoio Administrativo da Aeronáutica (CEAP), que já possui sob sua responsabilidade os Grupamentos de Apoio (GAPs) e as Prefeituras de Aeronáutica. Esses locais funcionarão como bases de desdobramento, ou seja, à disposição para receber exercícios, operações ou funcionar como ponto de apoio às aeronaves em trânsito.
Outro assunto, tratado em portaria assinada hoje, diz respeito à criação de uma nova unidade administrativa – o Grupamento de Aquisições Específicas (GAE).
O seu objetivo será o desenvolvimento de um padrão único de aquisições em quatro áreas: logística, saúde, abastecimento e controle do espaço aéreo, congregando a expertise dos já existentes Grupamento de Apoio da Saúde (GAPS), Grupamento de Apoio às Unidades do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (GAPCEA) e Grupamento de Apoio Logístico (GAL). É o que explica o Brigadeiro do Ar Luiz Ricardo de Souza Nascimento - nomeado presidente da Comissão de Implantação da nova organização.
“O desafio é colocar um padrão único nas aquisições, com base nas leis nacionais, mas principalmente dar mais eficiência no trato da gestão pública, colocando mais transparência, agregando novos procedimentos”, disse o Brigadeiro Luiz Ricardo.
O Comandante da Aeronáutica destaca a importância das mudanças na estrutura da Força. “O evento de hoje marca mais um passo em direção a um futuro mais eficiente e operacional”, afirma.
Em processo de Reestruturação, FAB se despede do Esquadrão Carajá¹
Por mais de 48 anos, o 4º Esquadrão de Transporte Aéreo (ETA), também denominado Esquadrão Carajá, levou integração aos mais distantes rincões do Brasil, graças ao trabalho de seu efetivo. No dia 10/01, aconteceu a cerimônia de desativação da unidade, realizada dentro do antigo hangar do 4º ETA, na Ala 13, em Guarulhos (SP).
A solenidade foi presidida pelo Chefe do Estado-Maior do Comando-Geral de Apoio (COMGAP), Major-Brigadeiro do Ar José Augusto Crepaldi Affonso. Desde sua criação, em 12 de maio de 1969, o Esquadrão Carajá lançou, supriu e resgatou, voando mais de 135 mil horas em prol da Força Aérea Brasileira (FAB) e do Brasil. Foi um dos esquadrões precursores na operação de pouso e decolagem em rodopistas.
Por três vezes, ergueu a taça de campeão da Reunião da Aviação de Transporte (RAT), sendo o único ETA a ter alcançado essa expressiva marca. Nos últimos anos, contribuiu com a Central Nacional de Transplantes (CNT), tendo realizado, ao longo de 2017, o transporte de 66 órgãos vitais.
Ao longo de sua história, todas as aeronaves retornaram para casa, sem registro de fatalidades em acidentes. Tal fato rendeu o prêmio Flight Safety, da United States Air Force (USAF), em 2001, e o prêmio da Seguridad de Vuelo Fuerza Aerea de Chile, em 2002.
Durante a cerimônia de desativação, foram homenageados os militares com mais de 20 e 30 anos de serviço no esquadrão. O Sargento Jorge Luis Nunes da Silva, que chegou no 4º ETA em 1979, relatou a emoção do momento. “O que fica após esses 38 anos de serviço é o sentimento de gratidão, por ter trabalhado com uma equipe excelente e, principalmente, porque isso aqui foi minha vida.
Eu comecei a minha vida aqui, estruturei minha família, criei meus filhos, então, isso aqui foi tudo pra mim. O que vou guardar são as boas lembranças, os amigos que fiz e, com certeza, sempre vou lembrar das três vezes que o Esquadrão foi campeão da RAT. Eu estava aqui, trabalhei na preparação das aeronaves, essa foi a experiência mais marcante para mim”, disse o Sargento Jorge. Durante a formatura militar, foi entoada, pela última vez, a Canção do Esquadrão Carajá.
O Comandante do 4° ETA, Tenente-Coronel Aviador Rodrigo Santos de Faria, dedicou o sucesso do esquadrão aos integrantes do presente e do passado. “Os títulos do passado são um mero rótulo, que indicam muito menos do que o Esquadrão Aéreo foi de fato.
Neste momento, gostaria de agradecer aos Carajás de ontem e de hoje, presentes ou não nesta cerimônia. Levem a certeza de que todo o esforço do passado propiciou uma base sólida e nos legou uma belíssima cultura organizacional de segurança e operacionalidade. Levem consigo a certeza do dever cumprido”, enalteceu.
Ao final da cerimônia, os ex-integrantes foram convidados a incorporarem à última tropa do 4º ETA e bradar o seu último grito de guerra. O segundo Carajá mais antigo presente, Brigadeiro do Ar Saulo Valadares do Amaral, assumiu o comando da tropa e a apresentou ao Major-Brigadeiro Crepaldi para o encerramento da cerimônia militar, concluindo o ciclo de operação do Esquadrão Carajá na Força Aérea Brasileira.
¹com 4º ETA (Ala 13), por Tenente Lucas Rocha / Tenente Felipe Bueno - Major Alle

OUTRAS MÍDIAS


PORTAL MEON (SP) - Sindicatos iniciam campanha contra venda da Embraer à Boeing

Para entidades, acordo entre empresas será prejudicial aos trabalhadores

Publicada Em 17/01 - 10h31

Os sindicatos dos metalúrgicos de São José dos Campos (CSP-Conlutas), Botucatu (Força Sindical) e Araraquara (CUT) lançaram na tarde desta terça-feira (16) uma campanha unificada contra a venda da Embraer para a Boeing e um manifesto pela reestatização da empresa brasileira.
As negociações entre Boeing e Embraer foram reveladas pelo jornal americano The Wall Street Journal no dia 21 de dezembro. No mesmo dia, a empresa brasileira confirmou que estava em "tratativas" com a norte-americana, mas até o momento não revelou detalhes.
Para os sindicalistas, qualquer transação entre as duas empresas seria prejudicial aos trabalhadores. "Uma gigante como a Boeing não vai entrar numa transação comercial se não for para ganhar. Já a Embraer e o Brasil só têm a perder com a entrega de conhecimento", diz trecho do manifesto.

A partir desta quarta-feira, os três sindicatos iniciam uma série de ações contra o acordo entre as duas fabricantes de avião. Entre as iniciativas previstas na campanha estão assembleias, audiências públicas nas Câmaras Municipais e no Congresso e ações para mobilização da sociedade, principalmente nas cidades onde a Embraer tem fábricas --São José dos Campos (sede), Gavião Peixoto, Botucatu, Taubaté e Sorocaba.
A Embraer emprega cerca de 16 mil trabalhadores e tem cerca de 5.000 terceirizados no país. Mas, segundo o sindicato, o impacto de uma eventual venda da Embraer à Boeing coloca em risco o emprego em todo o setor aeronáutico. "Vamos fazer um estudo para saber de fato qual o número de trabalhadores da cadeia produtiva da Embraer", disse Herbert Claros, vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, que trabalha na Embraer.
O diretor do sindicato de Botucau, Fabiano Roque, disse que o primeiro passo para mobilização contra a venda da empresa brasileira será conseguir o apoio dos trabalhadores e da população, que ainda estariam divididos por falta de informação.
"Temos que conscientizar os metalúrgicos e toda a cidade sobre as consequências da transferência da Embraer para a Boeing. A empresa diz que não, mas a longo prazo vai ter fechamento de postos de trabalho", disse o sindicalista. Segundo ele, a fábrica da Embraer em Botucatu tem 1.482 trabalhadores diretos e 150 terceirizados.
No manifesto, os sindicatos afirmam que o presidente Michel Temer deve vetar a negociação entre as duas empresas. O governo já se manifestou favorável ao acordo Boeing-Embraer, desde que o controle acionário seja mantido para preservação da soberania nacional.
Em dezembro, o sindicato de São José encaminhou uma carta ao governo federal solicitando informações e agendamento de uma reunião para discutir o eventual acordo entre Boeing e Embraer, mas ainda aguarda retorno.

JORNAL DIÁRIO DO COMÉRCIO (MG) - Helibras diversifica para aumentar receita

Indústria sediada em Itajubá, Sul de Minas, aposta no segmento de serviços, como manutenção e suporte

Leonardo Francia Publicada Em 17/01 - 00h:36

A Helicópteros do Brasil (Helibras), com planta em Itajubá, no Sul de Minas, vem intensificando os negócios no segmento de serviços, como manutenção e suporte a clientes. Além disso, a empresa está otimista com as vendas para a aviação civil executiva e com o mercado de óleo & gás offshore nacional, que passou alguns anos estagnado, já que seu principal player, a Petrobras, esteve envolvida em escândalos de corrupção e corte de investimentos.
Desde o ano passado, a Helibras adotou como estratégia para gerar mais receita a ampliação da sua atuação no segmento de serviços. Neste período, a empresa criou linhas de serviço com diferentes opções, como controle de gastos, manutenção, reparo ou troca de peças. Outra ação nesta área foi a criação de uma plataforma de atendimento on-line, onde o cliente pode fazer um pedido e acompanhar o status dele até a entrega.
“Estamos seguindo a estratégia traçada para 2017. Trouxemos diversas novidades na área de Suporte & Serviços, resultado do investimento de anos para reforçar e expandir nossa atuação neste segmento. Para este ano, queremos dar continuidade ao trabalho que vem sendo feito”, resumiu, sem revelar números, o vice-presidente de Negócios e Serviços da Helibras, Dominique Andreani.
Em relação ao mercado de óleo e gás offshore nacional, o vice-presidente da empresa afirmou que o “olhar é de otimismo para 2018”. Andreani revelou que, recentemente, a Helibras conquistou a certificação do modelo H175 pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e já está apta a operar essa aeronave no País. “O modelo foi desenvolvido para o mercado de óleo e gás”, disse.
Outro mercado importante para a Helibras é a aviação executiva no Brasil, que, segundo Andreani, já dá sinais positivos. “Já vimos uma melhora em comparação aos dois anos anteriores. Mesmo com o cenário econômico e político ainda instável no País, tivemos um aumento sensível nas vendas e acreditamos que as perspectivas serão ainda melhores em 2018”, frisou.
O mercado de aviação civil é tão importante para a Helibras, que a empresa lançou, em 2017, a Airbus Corporate Helicopters (ACH), uma nova marca criada para atender somente o segmento. A ACH oferece consultoria em design, customização de interior, além de serviços de manutenção.
Como subsidiária da divisão de helicópteros do grupo Airbus e única da América Latina com capacidade industrial, a produção da Helibras em Itajubá é destinada ao mercado interno e aos países da América do Sul, uma vez que o fornecimento de aeronaves no mercado global já é feito pela Airbus Helicopters. “Atualmente trabalhamos para tornar a empresa um hub de manutenção e modernização na região”, reformou Andreani.
Segmento militar - Atualmente, a planta de Itajubá conta com 540 funcionários e sua produção está voltada para a fabricação do modelo militar H-XBR para as Forças Armadas Brasileiras e na modernização dos modelos Pantera e Fennec, além de atender também o mercado civil nacional.
O contrato com o Ministério da Defesa foi assinado em 2008 e prevê o fornecimento de 50 modelos para as Forças Armadas, em um negócio da ordem de 1,8 bilhão de euros e resultado de acordo entre os governos do Brasil e da França. Para a fabricação dos modelos, a planta de Itajubá recebeu R$ 420 milhões em investimentos.
Até o momento, a Helibras informou que já foram entregues 30 unidades. Os 20 helicópteros restantes serão entregues até 2022, com uma média de quatro aeronaves por ano.
“Os programas militares desenvolvidos pela Helibras representaram um salto qualitativo para o País e deram à Helibras uma vantagem competitiva, ampliando seu papel para a indústria nacional de defesa e pelo alto nível de transferência de tecnologia. Como único fabricante de helicópteros no Brasil, temos um forte comprometimento com o País e com Minas Gerais”, acrescentou.

PORTAL AEROFLAP - Arianespace planeja 14 lançamentos para 2018


Publicada Em 17/01 - 01h00

A Arianespace, uma empresa vinculada à Agência Espacial Europeia (ESA), anunciou que planeja fazer 14 lançamentos em 2018, sendo que sete deles serão com o foguete Ariane 5.
O primeiro lançamento será no dia 25 de janeiro, levando os satélite SES-14 e Al Yah 3.
Além disso a Arianespace vai realizar 4 lançamentos com o foguete Soyuz, que é fornecido em parceria com a Roscosmos. Os outros 3 lançamentos serão realizados com o Vega.
Apesar de ser um número de lançamentos superior à 2017, quando a empresa lançou 11 foguetes (incluindo o SGDC) totalizando 20 satélites, a Arianespace ainda está se posicionando atrás da SpaceX, que planeja realizar 30 lançamentos com o Foguete Falcon 9 em 2018 e pelo menos outros 3 com o Falcon Heavy, sendo dois levando um equipamento comercial. A SpaceX fechou 2017 com 18 lançamentos.
A empresa ainda tem mais 58 lançamentos encomendados. Os lançamentos da Arianespace são sempre realizados a partir do Centro Espacial da Guiana na Guiana Francesa (América do Sul).



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