NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 14/02/2017 / Saab registra lucro menor no quarto trimestre
Saab registra lucro menor no quarto trimestre ...
João José Oliveira ...
SÃO PAULO - A Saab, fabricante de jatos e equipamentos de segurança e defesa, registrou no quarto trimestre do ano passado um lucro líquido de 639 milhões de coroas suecas (US$ 70,5 milhões), queda de 28,7% ante o ganho apurado um ano antes. Na mesma base de comparação, as vendas atingiram 9,016 bilhões de coroas suecas, retração de 10,5%.
Com os números do quarto trimestre de 2016, a Saab fechou 2016 com lucro líquido de 1,175 bilhão de coroas suecas, uma queda de 16,2% na comparação com 2015. As vendas atingiram 28,631 bilhões de coroas suecas, crescimento de 5,3% ante o ano anterior.
As encomendas no quarto trimestre alcançaram 6,868 bilhões de coroas suecas, ante 18,576 bilhões um ano antes, fechando 2016 com retração de 73% nos pedidos, que somaram 21,828 bilhões de coroas suecas.
A carteira de pedidos — “backlog” — caiu 5% em 2016, para 107,6 bilhões de coroas suecas.
No release de resultados, a Saab — fornecedora dos novos jatos Gripen para a Força Aérea Brasileira em parceria com a Embraer — projeta crescimento orgânico de 5% para as vendas em 2017 e almeja elevar a margem operacional para 10%, dos 6,3% em 2016.
A Saab disse que a base em 2015 era mais elevada — afetando a comparação com os números de 2016 — por causa da encomenda feita pelo Brasil de jatos Gripen.
“Durante 2016, vimos turbulência crescente em todo o mundo como consequência do cenário geopolítico, o que resultou no aumento da demanda por sistemas de defesa e segurança eficientes em termos de custos. Mas a demanda por entregas mais rápidas também aumentou”, disse a empresa, em comunicado.
Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.
Governo federal autoriza atuação das Forças Armadas na segurança do Rio
Laís Alegretti
O governo federal autorizou a atuação de homens das Forças Armadas na segurança do Rio de Janeiro, após pedido feito pelo governador do Estado, Luiz Fernando Pezão, na manhã desta segunda-feira (13).
Os detalhes sobre o tamanho do contingente e o período de atuação ainda estão em definição pelo Ministério da Defesa. Com base nas diretrizes que a pasta irá definir, as Forças Armadas iniciarão o planejamento da missão.
Nesta segunda-feira (13), ao mencionar a situação do Espírito Santo durante uma declaração à imprensa, o presidente Michel Temer disse que "o governo federal resolveu colocar as Forças Armadas à disposição de toda e qualquer hipótese de desordem no território brasileiro". Militares foram enviados ao Espírito Santo para conter a violência no Estado.
A mobilização de parentes na porta de batalhões de Polícia Militar no Riochegou ao seu quarto dia seguido nesta segunda-feira (13). Desde a madrugada de sexta (10) que parentes de policiais impedem a saída de viaturas e homens de farda de batalhões.
No sábado (11), o governo tentou acordo, sem sucesso, para encerrar os piquetes. O Estado disse que o pagamento dos policiais estava condicionado à venda da Cedae (Companhia Estadual de Água e Esgoto).
A venda da empresa está marcada para ser votada nesta terça (14) na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio). Familiares de PMs disseram à Folha que são contra a venda da empresa para pagamento de salários e bonificações atrasadas.
Bastidores: Militares reclamam de uso "indiscriminado" de tropas federais
Demanda apresentada por Pezão, na avaliação dos militares, é de "substituição completa" do policiamento, preventivamente, com pedido de emprego de tropas em diversos pontos da cidade
Tânia Monteiro
BRASÍLIA - A decisão do presidente Michel Temer de autorizar o emprego das Forças Armadas nos Estados, como a anunciada nesta segunda-feira, 13, atendendo a pedido do governador Luiz Fernando Pezão, está trazendo grande insatisfação e preocupação entre os militares.
No caso do Rio, segundo fontes consultadas pelo Estado, há o agravante de ter sido feito de forma indiscriminada e genérica, citando a necessidade das tropas federais por causa da proximidade com o carnaval e por conta da possibilidade de contaminação da Polícia Militar do Estado, em decorrência do motim no Espírito Santo. A preocupação é com o "uso político" que está sendo feito das tropas federais.
A demanda apresentada pelo governador, na avaliação dos militares, é de "substituição completa" do policiamento, preventivamente, com pedido de emprego de tropas em inúmeros e diversos pontos da cidade, que vão, por exemplo, desde Campo Grande e o Trevo das Margaridas, na zona norte, até as praias na zona sul.
Com este tipo de pleito, a avaliação inicial era de que seria necessário convocar ao menos 22 mil homens das Forças Armadas que trabalharam na segurança dos Jogos Olímpicos, caracterizando uma real substituição da Polícia Militar pelas tropas federais, o que não consideram constitucionalmente correto. Pela legislação, as tropas federais entram quando o Estado considera que não tem mais meios legais de garantir a lei e a ordem e, neste caso, o pedido é preventivo.
No caso do Rio, as queixas também se referem à carga horária. Enquanto os PMs cumprem uma escala de 24 horas de trabalho, seguida de 72 horas de folga - ou seja, dos quatro dias do carnaval, eles trabalham apenas um - no caso dos militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, eles trabalham em uma escala de 24 horas, descansam sete horas, e voltam para um novo turno. Ou seja, os militares estão convencidos de que os governos do Rio e de outros Estados onde esta escala se repete, a exemplo do que aconteceu na Olimpíada e Copa do Mundo, usarão a força de trabalho federal poupando a sua.
Além disso, para a atuação agora no Rio e em outros pontos do País, não são repassados recursos para as Forças Armadas, que são obrigadas a usar verbas destinadas a outras finalidades e reservas de contingência, outra forte queixa dos militares.
O problema é que não é só o Rio de Janeiro que está na iminência de paralisação de sua Polícia Militar. Além do Espírito Santo, há possibilidade de enfrentamento de mobilização no Pará, no Rio Grande do Norte e Paraíba.
Apesar da queixa e da insatisfação, as tropas do Exército, da Marinha e da Aeronáutica informaram que já estão previamente preparadas para atuarem no Rio de Janeiro e poderão auxiliar no policiamento já nas próximas horas.
Avião da Azul teria sido seguido por óvnis
Um avião da companhia Azul teria sido seguido por dois objetos voadores não identificados (óvnis). O fato foi registrado em 21 de janeiro, e durou cerca de 10 minutos. Segundo o ufólogo Ademar José Gevaerd, editor da Revista UFO, a suposta perseguição do avião evidencia o controle militar do espaço aéreo brasileiro.
Conforme informações publicadas na página no Facebook do especialista e em nota divulgada no site da Revista UFO, a aeronave estava na região de Brasília quando o piloto percebeu a presença de luzes intensas. Ainda conforme relato de fontes militares não reveladas, os UFOs se locomoviam rapidamente no sentido vertical e depois desapareceram em alta velocidade.
Conforme Gevaerd, o fato levou o Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta), em Brasília, a reportar o caso para a unidade de Recife, onde teria sido inclusive apontado no livro de registro de ocorrência do oficial de serviço. O sistema de defesa aérea nacional, foi acionado mobilizando o Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra). O caso está sendo investigado.
A reportagem entrou em contato com a empresa aérea Azul, no entanto, ainda não recebeu resposta.
Saab registra lucro menor no quarto trimestre
João José Oliveira
SÃO PAULO - A Saab, fabricante de jatos e equipamentos de segurança e defesa, registrou no quarto trimestre do ano passado um lucro líquido 639 milhões de coroas suecas (US$ 70,5 milhões), queda de 28,7% ante o ganho apurado um ano antes. Na mesma base de comparação, as vendas atingiram 9,016 bilhões de coroas suecas, retração de 10,5%.
Com os números do quarto trimestre de 2016, a Saab fechou 2016 com lucro líquido de 1,175 bilhão de coroas suecas, uma queda de 16,2% na comparação com 2015. As vendas atingiram 28,631 bilhões de coroas suecas, crescimento de 5,3% ante o ano anterior.
As encomendas no quarto trimestre alcançaram 6,868 bilhões de coroas suecas, ante 18,576 bilhões um ano antes, fechando 2016 com retração de 73% nos pedidos, que somaram 21,828 bilhões de coroas suecas.
A carteira de pedidos — “backlog” — caiu 5% em 2016, para 107,6 bilhões de coroas suecas.
No release de resultados, a Saab — fornecedora dos novos jatos Gripen para a Força Aérea Brasileira em parceria com a Embraer — projeta crescimento orgânico de 5% para as vendas em 2017 e almeja elevar a margem operacional para 10%, dos 6,3% em 2016.
A Saab disse que a base em 2015 era mais elevada — afetando a comparação com os números de 2016 — por causa da encomenda feita pelo Brasil de jatos Gripen.
“Durante 2016, vimos turbulência crescente em todo o mundo como consequência do cenário geopolítico, o que resultou no aumento da demanda por sistemas de defesa e segurança eficientes em termos de custos. Mas a demanda por entregas mais rápidas também aumentou”, disse a empresa, em comunicado.
Pai suspeito de matar a filha na frente dos netos após briga por dinheiro se entrega
Ex-cabo da Aeronáutica, Frederico Carneiro Soares, se apresentou no 89ºDP. Crime ocorreu na noite desta sexta (10) na casa da vítima na Zona Sul de SP.
Tatiana Santiago
O ex-cabo da Aeronáutica, Frederico Carneiro Soares, apontado como autor da morte da filha Maira Cintra Soares, se entregou à polícia no fim da manhã desta segunda-feira (13). Ele era procurado desde a noite de sexta-feira (10), data do crime. O crime teria sido motivado por uma disputa de herança.
Acompanhado por seu advogado, Soares se entregou no 89º DP, no Portal do Morumbi, por volta das 11h.
O crime ocorreu por volta das 21h de sexta na Rua Olímpio Rodrigues da Silva, na região da Vila Sônia. Segundo a polícia, o pai de Maira Cintra Soares, de 40 anos, foi até a casa da vítima e os dois discutiram.
Ainda de acordo com a polícia, durante a briga, o pai atirou na cabeça da filha na frente de três filhos da vítima. O socorro foi acionado, mas ela morreu no local. Após o crime, o pai, que estava acompanhado da atual mulher, fugiu.
O corpo de Maira Cintra Soares foi enterrado na tarde deste sábado (11), no Cemitério da Paz.
Motivação
A polícia acredita que o crime tenha sido motivado por dinheiro. De acordo com advogados da família, o irmão de Maira tem problemas mentais e recebe uma pensão da mãe, que morreu há mais de 30 anos. O pai tinha a tutela do filho e ficava com o dinheiro.
Recentemente, porém, Maira conseguiu a tutela do irmão. Com isso, segundo relatos, o pai perdeu o controle do dinheiro, o que teria motivado a briga.
O ex-cabo e a namorada, Silmara Brandi, foram até a casa onde morava a filha dele discutir o caso. Houve uma briga, que foi presenciada por vários vizinhos. “Eu estava aqui em casa assistindo televisão, escutei um barulho de discussão”, disse o vizinho Mauro Roberto Iusim.
Ele disse ter presenciado o disparo. “No meio do caminho eu vi ele pegar e dar o tiro nela. Eu vi o primeiro tiro. Eu peguei, comecei a recuar, voltar para trás. O cara estava atirando, fiquei com medo e escutei mais dois tiros. Cheguei aqui na frente do meu portão, que estava aberto, ele olhou para mim, virou com a arma para mim e apontou a arma. Pulei para dentro de casa, corri e me tranquei lá dentro.”
Vídeo
Em um vídeo postado no Facebook, em agosto de 2016, a vítima conta que tinha desavenças com o pai e o motivo da briga seria porque ele estava interessado na herança deixada por sua mãe. Na Justiça, há processos abertos pela disputa da casa da vítima, que também foi deixada pela sua mãe, avaliada em R$ 200 mil.
No vídeo, Maira relata que ela e o irmão sofreram maus tratos e foram internados em colégios internos no Interior de São Paulo, desde que a sua mãe morreu, quando ela tinha 8 anos de idade.
Na ocasião, seus pais já estavam separados e ele vivia com outra mulher, mas o divórcio não havia sido oficializado. “Ele tirou eu e meu irmão da família da minha mãe à força, proibindo visitas e qualquer tipo de contato. E, de caso pensado pegou eu e meu irmão para ter mais direitos que ele tinha como viúvo”, disse. Segundo o vídeo, ele tinha a intenção de ficar com os bens deixados pela ex-mulher para os filhos.
Maira diz que o pai recebia a pensão da mãe e queria uma casa deixada como herança para os filhos. Ela conta que ela e seu irmão foram colocados em colégios internos. Segundo ela, aos 16 anos, o irmão ficou desorientado e foi internado em um hospital psiquiátrico.
“Meu pai resolveu que queria a casa e ficou muito indignado. Ele fez várias tentativas de tirar a gente da casa, eu e meu irmão, inclusive colocando um segurança um dia e falando que nós éramos indigentes. Só que na delegacia foi provado que nós éramos herdeiros e filhos dele. Então ele não conseguiu tirar a gente daqui”, afirmou na ocasião.
Com preço menor, 3 milhões de drones devem ser vendidos em 2017, diz consultoria
Gartner estima que preço médio chegue a US$ 2.022 em todo o mundo.
Helton Simões Gomes
A venda de drones deve crescer 39% em 2017 e chegar a 3 milhões de unidades em todo o mundo, indicou a consultoria Gartner, especializada em tecnologia. O salto ocorrerá devido a uma queda do preço, sobretudo entre os veículos aéreos não tripulados usados por empresas, o que faz analistas arriscarem a dizer que esse pode ser o ano em que os drones se tornarão realmente populares.
Se em 2016 os drones custavam em média US$ 2.093, em 2017 os valores de venda devem cair para US$ 2.022, estima a Gartner, segundo previsão divulgada nesta sexta-feira (10).
Enquanto o custo das aeronaves para uso pessoal deve cair pouco e ficar em US$ 835, aquelas mais caras, usadas no ambiente corporativo, ficarão 16,5% mais baratas. Ainda assim, serão vendidas a US$ 21.178.
“O mercado de drones corporativos começa a se expandir com regulamentações estáveis, pressão adicional no mercado baseada no número crescente de fabricantes, pressão do mercado premium para uso pessoal e esforços rumo à produção em massa”, explica Gerald Van Hoy, analista de pesquisas do Gartner, ao G1.
A estimativa é que os drones de uso pessoal continuem mais populares. A estimativa é que a venda desses modelos seja de 2,8 milhões. Já a previsão de comercialização de aeronaves para uso comercial é de 174 mil unidades.
Apesar de representar 5,8% do total das vendas, os drones corporativos, por serem mais caros, somam 61% da receita com a comercialização de todas as aeronaves autônomas, estimada em US$ 6 bilhões neste ano, segundo a Gartner.
A consultoria não faz previsões para países específicos. Mas o surgimento de regulamentações mais estáveis pode ser observada no Brasil desde o fim de 2015. Em dezembro daquele ano, a Aeronáutica liberou um manual de conduta para voos de drones no Brasil (veja abaixo essas regras). A Agência Nacional da Aviação Civil (Anac) aguarda um ajuste na regulamentação para operar aeronave antes de implantar um sistema de registro de pilotos de drones ainda este ano.
Polícia investiga queda de ultraleve com morte de piloto e passageira
Delegado trabalha com mal súbito de piloto ou falha em equipamento. Especialista de Botucatu diz que Cenipa não investigar é falta de prevenção.
A Polícia Civil investiga quais foram as causas da queda de um ultraleve em Botucatu que matou duas pessoas no sábado (11). Maria José Quaresma de Jesus, que estava voando pela primeira vez, e o piloto, o técnico de som César Titton, de 61 anos, morreram no local da queda, a cerca de 500 metros da pista de onde tinham decolado minutos antes.
A polícia aguarda os laudos periciais que deverão indicar a causa da morte das vítimas. César tinha aproximadamente 25 anos de experiência na aviação, o que faz a polícia, inicialmente, trabalhar com duas hipóteses para o acidente. “Uma de um eventual mal súbito do piloto, que desmaiou, empurrou o manche pra frente. A outra é de ter quebrado algum equipamento”, explica o delegado Marcelo Lanhoso.
Segundo a delegada Simone Firmino, que esteve no local do acidente e registrou a ocorrência no plantão policial, a documentação da aeronave e do piloto estavam em ordem. Ainda de acordo com informações do boletim de ocorrência, a aeronave foi periciada e recolhida por representantes do proprietário.
Por ser tratar de uma aeronave experimental, a investigação do acidente é de responsabilidade da Polícia Civil e não envolve os técnicos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). Para o consultor em acidentes aéreos e ex-piloto de Botucatu Carlos Camacho, o caso não ser investigado é uma perda para a aviação.
“Acidentes acontecem, mas o mais importante são as lições que aprendemos com os acidentes. Dessas lições é que outros acidentes poderão ser evitados. Não sendo investigados não teremos informações do órgão especializado em investigações aeronáuticas que poderão prevenir outros acidentes”, diz Camacho.
De acordo com o sindicato dos aeroviários, existem cerca de 7 mil aviões experimentais no Brasil e o país registra um acidente a cada 15 dias envolvendo esse tipo de aeronave. “O objetivo de uma investigação é o estabelecimento de providências e estudos que permitam obter algum ganho no que diz respeito a prevenção. Não sendo investigado um acidente na aviação experimental essa transferência de conhecimento não existirá, o que é uma grande pena”, explica Camacho.
‘Vi o avião caindo’
Namorada do piloto há quatro meses, Gisele Terra seria a próxima a subir no ultraleve. “Nós combinamos de encontrar as amigas dele no aeroporto. Ele disse para mim que levaria a moça primeiro porque era a primeira vez que ela iria voar e depois, se tivesse tempo, nós íamos dar uma volta”, conta. Gisele estava no aeroporto e acompanhou a decolagem e a queda da aeronave.
“Ele decolou normal, mas estranhei que ele estava voando muito baixo e um pouco virado. Eu não o vejo fazer esse tipo de manobra, e depois a aeronave subiu um pouco e caiu de bico. Só ouvi o barulho. Eu fiquei preocupada na hora, mas achei que era um acidente que ele sairia ileso ou no máximo machucado, não vi a gravidade naquele momento”, lembra.
Gisele só recebeu a notícia depois que um dos funcionários do aeroporto foi até o local do acidente. “Eu saí correndo, fiquei desesperada, porque não queria acreditar, precisava ver o avião, o local do acidente.” Gisele costumava acompanhar César nos voos. Ele tinha mais de 25 anos de experiência e sempre voava por lazer. "Era um tipo de coisa que ele estava muito acostumado a fazer, por isso estamos tentando entender o que aconteceu. Eu não espera nunca que isso fosse acontecer. Ele vai fazer muita falta."
A aeronave
César era proprietário da aeronave que é classificada como experimental. “A aeronave é homologada junto ao aeroclube para voos, sempre com um instrutor. E ela possui toda a documentação que autoriza esse tipo de voo. A aeronave era certificada para voar, estava com todas as revisões em dia, nós inclusive a levamos há três meses para São Pedro para fazer uma revisão geral, documentação tudo em dia para poder voar”, explica o aluno de aviação e amigo do piloto, Valney Santos.
Segundo informações da Anac, Agência Nacional de Aviação, as aeronaves experimentais podem ter construção amadora e não passam por todos os testes e requisitos necessários para certificação, mas ela possui a documentação específica e são necessários diversos procedimentos para que seja autorizado o voo, que só pode ser realizado em espaços restritos e pouco povoado, além disso, o transporte de pessoas e produtos com fins lucrativos é proibido. Elas são comumente utilizadas para lazer, recreação, demonstração ou para experiências tecnológicas.
Acidente
Duas pessoas morreram no sábado (11) após a queda de um ultraleve no bairro Jardim Aeroporto, em Botucatu(SP). De acordo com o Corpo de Bombeiros, o técnico de som César Titton, de 61 anos, que pilotava a aeronave, e a passageira Maria José Quaresma de Jesus, de 34 anos, morreram no local.
Testemunhas disseram aos bombeiros que a aeronave decolou e caiu logo após fazer uma curva, próximo ao aeroporto municipal Tancredo Neves.
Cinco balões sobrevoam a Vila Matilde, na Zona Leste de SP
Prática é perigosa, já que balão voa sem controle de direção. Pena prevista para este crime ambiental é de 1 a 3 anos de prisão.
G1 São Paulo
Cinco balões sobrevoavam a região da Vila Matilde, na Zona Leste de São Paulo, na tarde de domingo (12), informou o Bom Dia São Paulo desta segunda-feira (13).
A prática é perigosa, já que o balão voa sem controle de direção e é imprevisível saber onde ele vai descer, em uma rua vazia ou no telhado de uma casa, causando incêndio. Fabricar, transportar ou soltar balões é considerado crime ambiental.
A pena prevista para esse tipo de crime é de 1 a 3 anos de prisão, além de multa. As denúncias podem ser feitas pelos telefones disque-denúncia (181), Polícia Militar (190) e Bombeiros (193).
Carreira militar é alternativa para quem conclui ensino médio
Portal Brasil
A escolha pela carreira militar é uma das alternativas para os jovens que terminam o ensino médio. Para ingressar nas Forças Armadas, há diversas formas e áreas de atuação que variam conforme o nível de escolaridade e a idade.
Cada uma das Forças Armadas possui peculiaridades no processo de seleção. Porém, homens e mulheres têm a possibilidade de ingressar no serviço militar, após serem aprovados em concursos públicos em alguma das Escolas de Formação específicas de cada Força.
Contudo, a situação do jovem que presta o serviço militar obrigatório depois do alistamento, cumprindo o que determina a Lei do Serviço Militar, é diferente da situação do jovem que se inscreve para prestar concurso para uma das Escolas da Força.
O primeiro, por força da lei, permanece em alguma das Forças Armadas por um período de, no máximo, oito anos, diferentemente do jovem aprovado em concurso, que poderá seguir a carreira das Armas e permanece na Força até passar para a Reserva Remunerada.
Carreira Militar
O início da carreira militar dos aspirantes poder ser como oficial ou sargento e ocorre por meio das escolas de formação, que oferecem cursos de ensino médio e preparam os estudantes para ingressar nas academias militares de cada Força. Ao entrar na Academia, os jovens ainda recebem apoio financeiro, que varia conforme a Força Armada.
Os jovens que ingressam, tanto pelas escolas como por meio de concursos públicos, terminam os cursos como oficiais e sargentos.
A Escola Preparatória de Cadetes do Exército assegura, após um ano de curso, acesso à Academia Militar das Agulhas Negras (Amam). Ao final de quatro anos na Amam, o aspirante se torna oficial. Para quem já possui o ensino médio, o acesso à Amam é por concurso público.
Há ainda a Escola Preparatória dos Cadetes do Ar na Aeronáutica que oferece aos alunos curso de ensino médio e garante vaga no Curso de Formação de Oficiais Aviadores para jovens a partir de 14 anos. O curso prepara os alunos para o ingresso na Academia da Força Aérea (AFA), que também admite candidatos entre 18 e 21 anos por meio de concurso.
Na Marinha, a formação preparatória é oferecida pelas escolas navais, cujo curso de quatro anos exige o diploma do ensino médio. Os aspirantes passam por estágios de preparação física e acadêmica, que incluem cursos de sobrevivência no mar e na selva, assim como formação militar-naval. Para se inscrever no concurso, os candidatos têm de ter entre 18 e 23 anos.
Sargentos
O Exército ainda conta com a Escola de Formação de Sargentos, que seleciona e prepara esses militares, que passam por um período de instrução remunerada. Outro critério é ter ensino médio completo e ter entre 17 e 24 anos.
Já para se tornar sargento da Força Aérea Brasileira, o candidato precisa ter menos de 24 anos e o Ensino Médio completo. O curso técnico é realizado na Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR), em mais de 20 áreas de atuação.
Os militares têm formação técnica e podem atuar em mais de vinte áreas, como controle de tráfego aéreo, eletricidade e instrumentos, eletrônica, meteorologia, administração, cartografia, informações aeronáuticas, entre outras. Ao receber o diploma, o aluno passa à graduação de 3º Sargento Especialista, podendo seguir carreira na FAB e, por meio de seleções internas, ter acesso ao oficialato.
No caso da Marinha, para se tornar sargento músico, os candidatos devem ter entre 18 e 24 anos e ensino médio completo e precisam ser aprovados no concurso do Comando do Pessoal de Fuzileiros Navais (CpesFN).
Nível Superior
O Exército dispõe de escolas gratuitas para formação superior, como o Instituto Militar de Engenharia (IME). A Aeronáutica por sua vez também promove vestibulares para seleção no Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), que oferece cursos de graduação e pós-graduação em várias áreas de engenharia, como cursos de engenharia aeroespacial, aeronáutica, civil aeronáutica, da computação, eletrônica, mecânica, cartográfica, de comunicações, de fortificação e construção, elétrica, metalúrgica e química.
Quadro Complementar
As Forças Armadas ainda dispõem de escolas para seleção e capacitação de profissionais temporários nas áreas de administração, ciências contábeis, direito, magistério, informática, economia, psicologia, estatística, pedagogia, veterinária, enfermagem e comunicação social.
Para participar, os candidatos devem ter 20 a 36 anos e participar de concursos públicos. Os aprovados ficam contratados por até oito anos como oficiais ou sargentos.
Atletas
Os atletas também são contemplados com a formação militar. O Exército abre editais públicos para selecionar esportistas que fazem parte das equipes nacionais de sua modalidade. Ainda há oportunidades para os jovens de 18 anos que não são titulares nos times nacionais. A seleção, neste caso, ocorre por meio do alistamento militar para os que vão servir na Comissão Desportiva do Exército (CDE).
Já na Marinha, o atleta só pode ingressar como militar temporário. O período máximo de permanência é de oito anos. Os candidatos com índices olímpicos são selecionados pelo Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (Cefan).
Pezão alega períodos difíceis ao pedir reforço das Forças Armadas no Rio
Solicitação foi feita pelo estado no quarto dia de mobilização de mulheres de policiais militares nos batalhões e após a morte de um torcedor
Rio - O governador Luiz Fernando Pezão, mostrou preocupação com a segurança do estado, ao confirmar que pediu ao presidente Michel Temer um reforço no policiamento, com a presença das Forças Armadas no estado, além da Força Nacional de Segurança Pública que já estava atuando no Rio.
"Agora, são períodos difíceis. Tanto que hoje eu pedi ao presidente Michel Temer reforço das Forças Armadas para ajudar nesses próximos dias até depois do Carnaval. É um período em que a cidade está muito cheia", afirmou o governador, nesta segunda-feira, à imprensa, após uma audiência no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o acordo de recuperação fiscal do estado com a União.
Pezão destacou ainda que a Polícia Militar tem trabalhado com 97% do efetivo total "se desdobrando com jogo do Flamengo, praia lotada e blocos de Carnaval desfilando" ao lado da Polícia Civil. Ele ressaltou também que "é muito difícil fazer esse patrulhamento". "A Força de Segurança Nacional já está no Rio de Janeiro há três semanas. A gente quer reforçar cada vez mais o policiamento", afirmou Pezão.
O pedido de reforço foi feito pelo governo do estado no quarto dia de mobilização de mulheres de policiais militares nos batalhões e após a morte de um torcedor no Estádio Nilton Santos, o Engenhão, na Zona Norte do Rio.
Ao ser questionado se o carnaval, em si, é uma preocupação, Pezão disse que não, mas ressaltou que é preciso atenção redobrada. "Sempre fica tranquilo. Mas são mais de 2 milhões de pessoas na rua".
O governador afirmou também que o fato de o STF não decidir imediatamente sobre o pedido feito — de antecipar os termos do acordo econômico — não inviabilizará o pagamento de salários da segurança.
"Amanhã (terça-feira) estamos pagando a folha de toda a área de segurança. A gente vai pagar com a mesma dificuldade que a gente tá. Mas eu quero pôr décimo terceiro em dia, tudo em dia", disse o governador.
Jungmann diz que ordem está sendo restaurada no ES
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado, 1.236 policiais militares se apresentaram para voltar ao trabalho
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou neste domingoque a ordem e a segurança pública no Espírito Santo foram recuperadas e que, segundo informações do governo estadual, a paralisação dos policiais militares está “em declínio”.
“A grande Vitória está levando uma vida bem mais tranquila. Amanhã as escolas estarão funcionando. O comércio abre, como já abriu no sábado, e o sistema de transporte coletivo deverá operar normalmente”, disse Jungmann, após reunião com o presidente Michel Temer neste domingo, no Palácio do Jaburu.
“A determinação do presidente da República, de recuperar a ordem, está sendo atendida”, acrescentou. Ainda assim, o efetivo de 3,1 mil homens das Forças Armadas permanecerá no Espírito Santo.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado, 1.236 policiais militares se apresentaram para voltar ao trabalho.
A Polícia Militar, com o apoio do Exército, usou helicópteros para retirar homens do Batalhão de Missões Especiais e fazer o policiamento ostensivo nas ruas da região metropolitana da capital.
O movimento, que começou no dia 4 de fevereiro, visa o aumento de salários dos policiais militares. Mulheres de policiais seguiam bloqueando a entrada de batalhões.
O ministro afirmou que familiares de PMs ainda permanecem fazendo protesto nos quartéis por terem apoio dos grevistas remanescentes.
“As mulheres dos PMs continuam lá porque contam em alguma medida, ou muita medida, com o apoio daqueles que se encontram aquartelados. No nosso modo de entender, isso não condiz com aqueles que usam fardas. Isso tem que parar”, disse o ministro a jornalistas em Brasília.
No Rio de Janeiro familiares de policiais militares também protestaram fora de batalhões, a maioria na região metropolitana da capital, mas as ações não tiveram impacto no policiamento. Segundo o ministro, a situação está sendo monitorada.
“Estamos, a pedido do presidente da República, acompanhando a situação no Rio de Janeiro, onde 97 por cento do policiamento encontra-se nas ruas. Há um protesto, mas que não tem afetado de forma alguma o funcionamento policial no Estado. Tudo segue normal nas outras unidades da federação”, disse.
Jungmann disse ainda que a atuação do governo federal no Espírito Santo será “a regra” para situações semelhantes que vierem a ocorrer em outras localidades. O ministro destacou, no entanto, que até agora não foi detectado um “efeito contágio” da situação em outros Estados.
Além de Jungmann participaram da reunião com Temer os ministros da secretaria de Governo, Antônio Imbassahy, da secretaria-geral da Presidência, Moreira Franco, do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, Sérgio Etchegoyen, e o ministro interino da Justiça, José Levi do Amaral.
JORNAL DO COMÉRCIO (RS)
Editorial
O desafio é tornar o nosso País bem mais seguro
Realmente, como está não dá para ficar. A insegurança nas ruas das cidades brasileiras está acima do tolerável, se é que se pode estabelecer um nível aceitável de mal-estar com homicídios, latrocínios e furtos e roubos em geral. Por isso, a nova ofensiva administrativa para integrar os órgãos de segurança da prefeitura da Capital com aqueles inerentes ao governo do Estado, especialmente a Brigada Militar e a Polícia Civil, é louvável. A iniciativa do prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) levou a uma reunião com o secretário Cezar Schirmer, da Segurança estadual, além de oficiais da Brigada Militar e delegados.
Mesmo que os policiais militares venham fazendo um bom trabalho, da mesma forma que a Polícia Civil ao desbaratar quadrilhas que agiam na Região Metropolitana, é fundamental aprofundar o policiamento, especialmente o ostensivo, em Porto Alegre. Por isso, a importância da integração e onde a presença da Guarda Municipal pode e deve ir além da vigilância do patrimônio municipal.
A crise no Espírito Santo, com mulheres de policiais militares bloqueando a saída de viaturas e agentes para seus postos de trabalho, escancarou um grave problema, além do que pessoal militar fardado e armado não pode fazer movimento tido como grevista. Muitos reclamaram da demora da ação do governo federal, mas esqueceram que, nestes casos, somente após pedido de tropas das Forças Armadas pelos governadores é que Brasília pode agir. E agiu bem, com cerca de 3 mil homens da Marinha, com fuzileiros navais, Exército e do pessoal de Infantaria de Guarda da Força Aérea Brasileira (FAB). Coube ao Exército a maior parte dos militares, pois a força terrestre tem os maiores efetivos e presentes em todo o País, que estão prontos para ação. No entanto não se pode esquecer que isso é algo pontual, pois as Forças Armadas não têm o treinamento efetivo, prático, do serviço policial, ainda mais quando deslocadas tropas de um estado para outro, em capitais e cidades cuja capilaridade não é do seu conhecimento. Já as polícias militares conhecem o terreno, pelo trabalho diuturno que realizam.
De qualquer modo, o panorama atual é de uma sensação de insegurança generalizada, algo observado no Rio Grande do Sul, começando por Porto Alegre. Evidentemente que casos de homicídios, latrocínios, furtos e roubos de automóveis e drogadição não começaram nos últimos anos. No entanto, em décadas passadas, quando havia um crime, por exemplo, de homicídio na Capital, o assunto tomava conta do noticiário por semanas, às vezes meses.
Hoje, mal é noticiado um latrocínio e, dias após outro e mais outro, o que não permite acompanhamento das páginas policiais dos jornais, rádios e TVs.
A banalização do crime, aqui e em outros estados, também lança sobre a população uma nuvem de descrença nas instituições, o que não é, obviamente, nada recomendável, começando pela Justiça, e a impressão de que existe, sim, um "entra e sai nas delegacias" que gera impunidade.
A banalização do crime, aqui e em outros estados, também lança sobre a população uma nuvem de descrença nas instituições, o que não é, obviamente, nada recomendável, começando pela Justiça, e a impressão de que existe, sim, um "entra e sai nas delegacias" que gera impunidade.
Porém há que se ressalvar que segurança faz parte de toda uma construção do tecido social que compõe a população porto-alegrense. Não se pode aceitar a existência de vilas sem saneamento, com moradias precárias, sem escolas, sem policiamento e onde muitas crianças crescem fora de uma estrutura familiar que pratique e ensine as maneiras corretas da vida coletiva.
Refundar a sociedade e construir uma nacionalidade em que todas as crianças estejam em salas de aula aprendendo o que é certo e o errado, seus deveres e direitos, é a base de um Brasil melhor. Fora disso, continuaremos a nos lamentar por gerações.
DIÁRIO DE SÃO PAULO (SP)
Balões assustam Cumbica, mas polícia está de olho
Quantidade de ocorrências cresceu quase 8% de 2015 para o ano passado nos três aeroportos da SP
Fernando Granato
No dia 31 de dezembro do ano passado, logo após decolar da pista 9L do Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo, o piloto de um avião da Latam avistou três balões de ar quente de grande porte bem próximos de sua rota. Numa manobra rápida, ele conseguiu desviar e livrou os 200 passageiros a bordo de um risco de acidente de grandes proporções.
O caso descrito acima não é isolado. Segundo estatísticas do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), esse tipo de ocorrência aumentou 7,9% nos três aeroportos que servem a capital paulista (Guarulhos, Congonhas e Campo de Marte) de 2015 para 2016. Em apenas um deles, justamente o de Cumbica, em Guarulhos, entretanto, a alta foi de 40%.
De acordo com dados do Centro, em 2015 foram registradas 88 ocorrências de risco baloeiro nos três terminais. Já no ano passado, 95.
Já no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, foram 47 notificações em 2015 e 66 em 2016. Isso tornou o aeroporto internacional mais movimentado do país no líder neste tipo de ocorrência.
Um balão não tripulado pode voar aproximadamente a 17 mil pés, o equivalente a cinco mil metros de altura, afirmam os especialistas. Nesse nível, as aeronaves operam em velocidades de 270 a 450 quilômetros por hora. De dentro da cabine, o piloto não consegue visualizar a aproximação do balão pelo radar. No caso de haver uma colisão no espaço aéreo com um balão de 10 quilos, a força do impacto pode chegar a 2,6 toneladas. A turbina da aeronave também pode ingerir partes desses artefatos ou acessórios e causar desde o apagamento de motor até um incêndio.
Para o gestor do Programa Baloeiro do Cenipa, tenente-coronel aviador Francisco José Azevedo de Morais, soltar balão expõe aviões a risco de colisão, que pode causar desde danos leves até um acidente de grandes proporções.
"A ingestão de materiais pelos motores e sensores da aeronave pode levar à perda de sistemas e ocasionar o acidente. O piloto pode ter que fazer uma manobra arriscada para desviar-se de algum artefato."
Para pilotos, Zona Leste é a mais perigosa de SP
A aproximação dos aeroportos de Guarulhos e Campo de Marte, pela Zona Leste de São Paulo, é a rota mais perigosa para risco baloeiro em todo o Brasil.
A análise é dos pilotos Francisco Souza, de 67 anos, e José Luiz Cunha, 52. O primeiro tem 50 anos de experiência e o segundo, 10, em aeroportos grandes e pequenos de todo o Brasil.
"São Paulo é a cidade mais complicada pela densidade populacional e a Zona Leste é a região onde mais verificamos a presença de balões", disse Souza. "O piloto precisa estar atendo para desviar porque o risco de uma tragédia é enorme."
Os dois pilotos relataram inúmeras ocorrências em que precisaram desviar suas rotas para não se chocarem com balões. "Soltar balão é uma irresponsabilidade que nem sempre as pessoas sabem que estão cometendo", disse José Luiz. "É necessário que se tenha mais informação e ao mesmo tempo leis mais duras para coibir essa prática no Brasil."
Polícia Ambiental intensifica combate.
Uma operação da Polícia Militar Ambiental resultou no fechamento de oito fábricas de balões e na prisão de cinco pessoas no último dia 20 de janeiro.
As ações ocorreram simultaneamente nos municípios de Mauá, Mogi das Cruzes, Embu, Suzano, Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo, além da capital paulista. Foram apreendidos materiais suficientes para a fabricação de mais de 500 balões, além de 22 artefatos prontos e em diversas etapas de fabricação.
Equipamentos para fabricação de tochas, para o preparo e manuseio de parafina, e maçaricos também foram apreendidos pelos agentes da corporação. As cinco pessoas presas foram também autuadas em R$ 190 mil. Elas depois foram soltas e devem responder em liberdade.
No ano passado, a PM Ambiental apreendeu 156 balões em todo o estado de São Paulo, além de aplicar 52 multas e atender 26 ocorrências do tipo.
Além disso, a Polícia Civil investiga, por meio de 11 inquéritos instaurados, entre 2015 e janeiro deste ano, pela Divisão de Investigação sobre Infrações de Maus-Tratos a Animais e Demais Crimes contra o Meio Ambiente, a participação de 22 autores neste tipo de crime.
Participante de uma comunidade que frequenta as redes sociais com o nome "Baloeiros de SP", um jovem que não quis se identificar disse que a motivação para soltar balão está na convicção de que aquilo que fazem é uma arte.
"Isso é uma arte que foi criada há muito tempo e muitos gostam de ver os nossos balões", afirmou. "E a motivação para disputar a localização deles é porque um balão lindo acaba fazendo com que outras equipes corram atrás dele. Isso que é legal e também fazer mais amizades na hora dos resgates."
O jovem admitiu que o risco é grande. "Mas para a aviação eu não concordo porque nunca vi acidente", afirmou. "Somos criticados como bandidos, mas bandidos são aqueles de terno que roubam o país. Os criminosos de colarinho branco. A gente não faz mal para ninguém." O crime de fabricar ou soltar balões está previsto em lei federal com pena de detenção de um a três anos.
Entrevista: Marcos Simonivic, comandante do 1º Batalhão da Polícia Ambiental
"Temos mapeados os locais com maior incidência de soltura de balões"
O coronel responsável pelo batalhão que abrange a capital, Grande São Paulo, Campinas e Sorocaba, Marcos de Castro Simanovic, alerta que a soltura de balões não é apenas um problema ambiental, mas também de segurança aérea e pode impactar nos pousos e decolagens.
DIÁRIO_ Como está sendo feito o combate aos baloeiros?
MARCOS SIMONIVIC_Nós já temos mapeados os locais com maior incidência de soltura e manufatura de balões e também grupos de resgate desses balões. Além disso, temos registrados quem já foi autuado por uma dessas práticas ilegais. Também utilizamos as redes sociais, com policiais infiltrados em grupos de baloeiros para saber onde os balões serão soltos.
A população também tem colaborado?
Sim. Temos recebido cada vez mais denúncias anônimas que podem nos levar a baloeiros. Também contamos com ajuda da Polícia Civil. Não é apenas um problema ambiental: é uma questão de segurança aérea. Só no início do ano tivemos diversas ocorrências de balões que caíam próximos aos aeroportos de Cumbica e Congonhas. Ou seja, além de poderem cair sobre telhados de casas e matagais com chance de gerarem grandes incêndios, as empresas aéreas, com medo de alguma ocorrência, podem começar a impor restrições de pousos e decolagens nesses aeroportos, que são os com mais movimento no estado e também do país. E se uma série de restrições começar a ser imposta, o valor das passagens aéreas pode começar a subir.
Onde são fabricados os balões e onde eles são soltos?
A grande maioria na periferia da capital, sobretudo nas zonas Leste e Sul, e na região metropolitana. Eles são fabricados em garagens ou quintais de residências, ou em galpões, de forma totalmente precária. Em 20 de janeiro, fechamos oito fábricas de balões em Mauá, Mogi das Cruzes, Embu das Artes, Suzano, e Ferraz de Vasconcelos e na capital. Foram apreendidos 22 balões de grande porte e material para fabricação de mais 500 balões. Foram cinco detidos por crime ambiental e infração de soltar e manufaturar balões, com multas totais de R$ 190 mil. Pouco antes, em 14 de janeiro, detivemos três pessoas em Jundiaí (interior), que soltavam um balão de quase 15 metros. Eles foram multados em R$ 30 mil. Muitos já tinham passagem.
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