NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 29/01/2017 / Trump dará 30 dias para que generais apresentem plano de combate ao EI
Trump dará 30 dias para que generais apresentem plano de combate ao EI ...
O presidente cumprirá com uma das promessas de sua campanha ...
Washington - O presidente americano, Donald Trump, teria assinado, ainda neste sábado (28/1), um decreto dando trinta dias para que seus comandantes militares apresentem um plano "para vencer" o grupo Estado Islâmico (EI), informou um alto funcionário do governo.
O presidente, que durante meses criticou e debochou da lentidão dos avanços no combate ao grupo EI, cumprirá, assim, uma das promessas de sua campanha.
Moscou indicou neste sábado, ao final de um telefonema entre Trump e Putin, que os dois chefes de Estado querem "uma real coordenação contra o EI na Síria", uma opção que os militares americanos observam com desconfiança, considerando que os russos estão na Síria para apoiar o regime de Bashar al Assad.
Nesta sexta-feira, Trump reuniu-se com os comandos militares no Pentágono para tratar a forma de acelerar o combate ao EI, segundo uma autoridade militar que não deu maiores detalhes.
O presidente americano pode decidir modificar a estratégia de seu antecessor, Barack Obama, que queria evitar a todo custo a implicação de tropas americanas nos combates no terreno e havia assumido essencialmente um papel de assessoramento.
Até o momento, os americanos mobilizaram pouco mais de 5.000 militares no Iraque junto às tropas americanas, e 500 soldados de suas forças especiais na Síria, apoiando as forças democráticas sírias.
Aviões americanos e de uma coalizão internacional comandada por Washington bombardeiam diariamente os extremistas desde o verão de 2014 no hemisfério norte.
A perspectiva de um reforço das tropas americanas poderia ocorrer particularmente na Síria.
Seria possível também deslocar militares para auxiliar as forças que tentam tomar de assalto a cidade de Raqa, capital autoproclamada do Estado Islâmico, segundo a imprensa americana.
Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.
Reforma da reforma do INSS já é debate entre economistas
Ana Estela De Sousa Pinto De São Paulo
Economistas que estudam há décadas a Previdência e as contas públicas brasileiras não têm dúvidas: sem a reforma proposta pelo governo, vai faltar dinheiro para pagar aposentadorias e pensões.
Também concordam que, embora necessária, a reforma é insuficiente para evitar crises futuras e corrigir distorções no mercado de trabalho.
Mas se dividem sobre o momento ideal para atacar essas deficiências: enquanto alguns apresentam alternativas e complementos, outros temem que novas ideias compliquem a tramitação da PEC, que começa a ser analisada quando o Congresso voltar do recesso no próximo mês.
"Não é hora de dispersar, mas de centrar forças em aprovar a reforma", diz Fabio Giambiagi, superintendente de Planejamento e Pesquisa do BNDES.
MUDANÇA URGENTE
O mais urgente, diz ele, é equilibrar as contas públicas. Segundo números divulgados na quinta (26), o rombo do INSS foi de quase R$ 150 bilhões em 2016, ou cerca de 90% do deficit total nas contas do governo federal.
ROMBO DA PREVIDÊNCIA DISPARA
Em R$ bilhõesHá ainda R$ 35 bilhões de deficit na previdência de servidores civis, R$ 32 bilhões na dos militares e R$ 80 bilhões na dos Estados. Reportagem da Folha mostrou que cada servidor aposentado custa ao país o triplo de um trabalhador privado.
O endividamento crescente eleva os juros (porque aumenta o risco de crédito do Brasil) e atrasa a recuperação econômica do país, o que acaba abatendo a arrecadação de impostos e retroalimentando a crise.
Simulações do consultor legislativo do Senado Pedro Fernando de Almeida Nery Ferreira indicam que, com o teto de gastos, a despesa previdenciária passará de 56% do que a União gasta (despesa primária) para 77% em 2026, se não for contida.
Para estancar a sangria, a reforma proposta dificulta o acesso a benefícios e reduz os valores pagos. É o que os economistas chamam de uma reforma paramétrica: muda regras de acesso sem alterar a estrutura do sistema previdenciário.
Paulo Tafner, ex-coordenador do Grupo de Estudos da Previdência do Ipea, e o professor da FGV do Rio Kaizô Iwakami Beltrão concordam que ampliar o debate seria um equívoco estratégico.
"Uma discussão agora vai atrasar a reforma, e já estamos atrasados demais", diz Beltrão.
Ele argumenta que outras alterações não são urgentes, ainda que sejam pertinentes. "Qualquer reforma só vai ter efeito no médio e no longo prazo."
"Na prática, fazer propostas agora é jogar contra a reforma da Previdência. Traria para a arena atores que estão neutros", afirma Tafner.
PREJUÍZO PARA OS JOVENS
"Esse flanco vai ser aberto de qualquer jeito, porque a reforma que o governo está propondo joga a conta só sobre os novos trabalhadores", rebate Hélio Zylberstajn, professor de economia da USP e coordenador do projeto Salariômetro, da Fipe.
Coautor de uma proposta divulgada na semana passada pela Fipe, ele diz que a geração recém-contratada terá que arcar com contribuições enormes para pagar as aposentadorias atuais.
"Quando chegar a vez deles, se perdurar apenas o sistema atual, não haverá recursos para pagar seus benefícios. A reforma do governo é absolutamente necessária. Mas é preciso criar já uma nova aposentadoria para os novos trabalhadores", afirma.
Pelo menos 6 falhas são apontadas pelos especialistas no atual sistema previdenciário.
Quatro delas afetam os gastos: a ausência de uma idade mínima (que alonga o pagamento de benefícios e tira eficiência da economia, as diferenças entre homens e mulheres e entre trabalhadores do setor privado e servidores, a falta de controle sobre pensões e a vinculação dos benefícios ao salário mínimo (que, pela legislação atual, tem reajuste acima da inflação).
Um dos principais problemas do Brasil hoje é que os sistemas previdenciários têm deficit atuarial: simplificadamente, o dinheiro que falta quando se traz para valores de hoje todo o fluxo esperado de receitas futuras e de despesas.
Uma quinta crítica comum é a confusão entre benefícios que não correspondem a contribuições (como a aposentadoria rural, por exemplo) e os contributivos, problema que afeta tanto gastos quanto arrecadação.
A sexta falha é a alta incidência de tributos sobre as folhas de salário - que desincentiva o emprego formal e reduz as receitas.
A PEC do governo ataca as três primeiras lacunas.
FORA DA PEC
Para os especialistas, o quarto nó - a vinculação ao mínimo - é insustentável no longo prazo, mas não vale a pena tentar mexer nela agora: como o PIB do país foi negativo nos últimos dois anos, não haverá reajuste real do mínimo até 2019.
Outras duas críticas exigiriam reformas mais profundas, que alterem o tipo de sistema. Na Previdência brasileira, os trabalhadores depositam suas contribuições num cofre único, do qual vão sendo retirados os benefícios e quem já se aposentou.
É o chamado sistema de repartição.
Mas, com o envelhecimento da população, haverá cada vez menos contribuintes e mais gente recebendo recursos.
Em 1988, quando foi aprovada a atual Constituição, havia 13 brasileiros em idade de trabalhar para cada maior de 65 anos. Hoje são 8,7 e a previsão é que em 2050 haja apenas 2,8.
A solução é ter uma opção de Previdência em que o trabalhador faz uma poupança individual para quando se aposentar, chamado de sistema de capitalização.
Dos 34 países da OCDE, 14 já têm sistemas obrigatórios de capitalização, 6 têm esquemas com incentivos e 3, de adesão voluntária.
Outra limitação no longo prazo são as mudanças no mercado de trabalho, em que perdem força os vínculos salariais e cresce a parcela dos prestadores de serviço.
A Previdência brasileira depende hoje fundamentalmente de empregados com carteira assinada. O ideal seria que se preparasse para um futuro com novas formas de vínculo.
GERAÇÃO MILÊNIO
O artigo de Hélio Zylberstajn, também assinado por Bruno Oliva e Eduardo Zylberstajn, economistas da Fipe, e Luis Eduardo Afonso, professor da FEA-USP e pesquisador de sistemas de Previdência, defende a criação de um "novo INSS", baseado em quatro pilares: renda mínima para todos os idosos, sistema de Previdência social único para todos os trabalhadores, um fundo obrigatório que funcionaria como seguro-desemprego e poupança para a aposentadoria e previdência complementar facultativa.
Segundo levantamento do Banco Mundial, só 4% de todos os brasileiros guardam dinheiro para quando forem velhos.
A sugestão é que o novo sistema funcione para trabalhadores que nasceram depois do ano 2000 e estão entrando agora no mercado. A migração dos que já são filiados à Presidência seria voluntária.
"A aprovação da PEC é fundamental, pois o país terá dado um sinal de que está controlando suas contas. Mas é preciso agir também sobre o estoque de benefícios, não apenas sobre o fluxo", afirma Hélio Zylberstajn.
Outro defensor de que se aproveite a discussão da PEC para repensar o modelo de Previdência é Bernard Appy, ex-secretário de Política Econômica do governo Lula e diretor do CCiF (Centro de Cidadania Fiscal), um grupo de estudos.
Para ele, desde que isso não atrapalhe a tramitação no Congresso, seria importante discutir distorções atuais que desestimulam o emprego formal.
No caso de um trabalhador que recebe salário mínimo, por exemplo, uma empresa paga R$ 489 em tributos, e o empregado, mais R$ 70. Já um microempreendedor individual (MEI) recolhe R$ 49.
A renúncia fiscal resultante do MEI deve chegar a R$ 1,6 bilhão de reais neste ano (no total, desonerações respondem por quase um terço do rombo da Previdência).
Apesar da diferença no financiamento da Previdência, ambos têm direito a um salário mínimo ao se aposentar.
Appy não considera sua proposta uma alternativa à PEC, pois ela não resolve o problema fiscal do governo. O economista ainda trabalha nas regras de transição.
A transição também é um ponto sensível na proposta de Zylberstajn: como ela prevê uma redução grande na alíquota da Previdência, as empresas teriam estímulo para migrar seus funcionários para o novo INSS, o que poderia afetar o financiamento.
"Será preciso criar uma contribuição equalizadora, que seria gradativamente diminuída enquanto a do sistema atual iria se reduzindo."
Um dos motivos para a menor alíquota é que a proposta da USP reduz o teto dos benefícios, já que parte da renda dos idosos seria coberta pela renda mínima.
Apesar do atual deficit nas contas do governo, Zylberstajn diz que, quando esse benefício começar a ser pago, daqui a 50 anos, o Tesouro já não estará arcando com aposentadorias que hoje são subfinanciadas, como as do setor rural, por exemplo.
PARADOXO POLÍTICO
O temor dos economistas que preferem focar a proposta do governo é o chamado "paradoxo político", que bloqueia as tentativas de reforma previdenciária: os ganhos aparecem apenas no longo prazo, enquanto as perdas são grandes e imediatas.
A PEC do governo, por exemplo, se aprovada na íntegra, só reduz de forma significativa o fluxo de gastos futuros a partir do quarto ou quinto ano.
Isso faz com que tentativas de mudança impopulares aglutinem "coalizões bloqueadoras" no Congresso, que desfiguram as reformas.
Giambiagi, porém, acha que o risco de que o rombo do Tesouro se aprofunde cria um ambiente ineditamente favorável. "Nunca foi tão palpável a possibilidade de passar."
Tafner ressalta: "A reforma do governo é ousada, não é tímida. Economiza R$ 640 bilhões em dez anos. Ataca a acumulação de benefícios, que é gravíssima no Brasil".
O economista acha que a reforma apresentada pelo governo poderia ser ainda mais acelerada na transição, mas defende que isso só se altere num próximo governo.
Também considera interessante a ideia de incluir outros pilares no sistema previdenciário brasileiro, mas depois que a reforma, como foi apresentada, seja feita.
"Superado o problema fiscal, quando a economia voltar a crescer, pode-se pensar com calma. São necessários estudos mais aprofundados, simulações com outros vínculos de trabalho que não o assalariamento", sugere.
UM NOVO INSS
O professor de economia da USP Hélio Zylberstajn propõe um novo sistema para quem nasceu neste milênio. Além do INSS, haveria renda mínima para todos os idosos, fundo obrigatório com juros de mercado para seguro-desemprego e aposentadoria e planos complementares optativos
"Estamos explicitando um conflito que até agora não encontrou expressão, que é o de gerações. Não me surpreenderia se ele acabar indo parar nas ruas", diz Hélio Zylberstajn.
IGUAL PARA TODOS
Um benefício mínimo para todos os idosos também é defendido pelo diretor do CCiF (Centro de Cidadania Fiscal), Bernard Appy. Um dos objetivos seria incentivar a contratação de trabalhadores com carteira assinada e corrigir distorções entre assalariados e pequenos empreendedores
"O ideal seria um sistema mais racional, horizontal, mais progressivo e mais justo. Desde que não crie obstáculos à PEC, seria interessante discuti-lo agora", afirma Bernard Appy.
JÁ ESTÁ TARDE
Para o professor da FGV do Rio Kaizô Iwakami Beltrão, o ideal seria que os benefícios não fossem vinculados ao salário mínimo, mas ele considera que qualquer discussão paralela neste momento poderia atrasar a aprovação da PEC. "Já estamos muito atrasados. Não podemos perder mais tempo."
"Sem aprovar a PEC logo, o futuro será negro para todos. Como na Argentina, em que o sistema quebrou e os aposentados foram morar na rua. É o pior dos mundos", afirma Kaizô Iwakami Beltrão.
DEPOIS DA ELEIÇÃO
Alternativas ou complementos à reforma devem ficar para o próximo governo, afirma o superintendente de Planejamento e Pesquisa do (BNDES), Fabio Giambiagi. A redução do teto dos benefícios, defendida no passado, seria difícil agora, porque reduziria a arrecadação.
"Faria pequenos ajustes, mas prefiro não atrapalhar. É preciso que a reforma seja aprovada agora. Depois de 2019 é possível pensar em modificações", afirma Fabio Giambiagi.
FALTA ESTUDO
O ex-coordenador do Grupo de Estudos da Previdência do Ipea Paulo Tafner acha que as propostas alternativas não estão maduras e devem ser deixadas para um segundo momento. Em relação à PEC, considera que é preciso apertar as regras de transição, mas apenas num próximo governo.
"Superado o problema fiscal, quando a economia voltar a crescer, pode-se pensar num sistema para outros vínculos de trabalho que não sejam o assalariamento", diz Paulo Tafner.
Piloto de Teori pode ter adotado prática informal de pouso
Dimmi Amora De Brasília
O voo que levava o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki pode ter seguido um procedimento não homologado pelas autoridades para pousar em Paraty (RJ) antes de sua queda, no último dia 19.
Esse procedimento informal é uma forma de pousar na cidade em dias de mau tempo, de acordo com pilotos ouvidos pela Folha.
O uso desse procedimento é uma das questões que estão sendo investigadas pelas autoridades aeronáuticas.
Segundo Carlos Camacho, piloto aposentado e analista de acidentes aeronáuticos, as indicações até agora são de que a manobra que teria sido feita com o avião, descrita por testemunhas do acidente, condiz com o que está previsto nesse procedimento.
"Se o piloto tivesse vindo direto para sua aproximação e pousado, poderia pensar melhor. Mas quando fez uma primeira aproximação e a perdeu, ele estava se enquadrando no procedimento Mandrake", afirmou.
Os pilotos que voam em Paraty usam essa carta de aproximação para pousar no aeroporto quando as condições de visibilidade não permitiriam o pouso apenas por visual. O papel tem orientações para pouso "por instrumento" e de como fazer o procedimento em caso de "aproximação perdida" (arremetida).
Paraty não opera com qualquer tipo de instrumento, o que faz com que os pousos só possam ser realizados quando o piloto pode ver o aeroporto a cinco quilômetros de distância e 1,5 mil pés (cerca de 450 metros) de altitude. Quando as condições não são essas, os pilotos devem ir para outra pista.
Havia chuva e nebulosidade no momento do acidente, mas não está confirmado se o aeroporto tinha condições de pouso. As autoridades apuram ainda qual teria sido o procedimento do piloto.
Na carta "Mandrake", os pilotos são orientados a fazer a arremetida em 600 pés de altitude (menos de 200 metros) e a cerca de três quilômetros de distância da pista.
Segundo Camacho, as testemunhas apontam que a aeronave estaria em posição ainda mais baixa que a recomendada pelo documento não homologado. Essa também é a informação que circula entre pilotos da região.
De acordo o técnico, outro problema é a ausência de copiloto, o que, naquelas condições, não era recomendável.
"Com chuva intensa sobre o mar, existe uma condição de espelhamento que confunde o piloto. Com atenção voltada para as partes internas do avião e procurando enxergar a pista, o piloto pode ter descuidado da altitude e quando viu estava entrando na água", disse o técnico, lembrando que o copiloto auxiliaria nesse ponto.
Relatos de pilotos que voam na região mostram que procedimentos fora das normas são comuns, também por pressão dos donos de aviões.
Crise faz dobrar procura pelo serviço militar entre jovens que se alistam em SP
Nos últimos dois anos, dos cerca de 350 mil rapazes que se apresentaram obrigatoriamente, 10% queriam entrar para Exército, Marinha ou Aeronáutica; até 2014, esse número chegava a 5%. As vagas disponíveis, porém, continuam restritas
Isabela Palhares
SÃO PAULO - Grupo mais afetado pelo aumento do desemprego no País, muitos jovens deixaram de ver o alistamento militar como uma obrigação e passaram a enxergar nele uma opção diante da crise. No Estado de São Paulo, nos últimos dois anos, dos cerca de 350 mil rapazes que fazem anualmente o alistamento, 10%, ou 35 mil, queriam entrar para o serviço militar, em vez de serem dispensados. Até 2014, apenas 5% diziam querer ser convocados, segundo informações do Comando Militar do Sudeste.
Para o tenente-coronel Lúcio Ferreira de Medeiros, da 4.ª Circunscrição Militar de São Paulo, o aumento da procura está relacionado ao momento econômico. No terceiro trimestre do ano passado, o desemprego entre os jovens de 14 a 24 anos chegou a 27,7%, enquanto a taxa total foi de 11,8%, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
"É um aumento significativo para o Exército e, infelizmente, não temos condições de absorver muitos desses jovens", disse Medeiros. Os incorporados têm 11 meses de estabilidade e recebem um soldo inicial de R$ 769. Em São Paulo, são 8,1 mil vagas para as três forças (Exército, Marinha e Aeronáutica) – considerando apenas os que querem entrar para o serviço militar, são quatro vezes mais interessados do que vagas.
Por causa da concorrência, Kauê Neves dos Santos, de 18 anos, iniciou há algumas semanas um treinamento para se destacar dos demais candidatos nos exames físico e médico. Ele fez o alistamento obrigatório no ano passado e enfrentará a primeira seleção para o serviço militar.
Santos fez curso técnico de Edificações na rede pública, mas ao se formar teve dificuldade para encontrar emprego. No último ano, só conseguiu "bicos" como segurança. Por isso, viu o serviço militar como opção de emprego e estabilidade. "O mercado de trabalho está muito difícil. Achava que a área de engenharia iria me assegurar um bom emprego, mas não encontrei nada. Então, pesquisei e conversei com muita gente que dizia que o Exército poderia me dar mais oportunidades." Santos espera conseguir trabalhar na área de engenharia da carreira militar.
Segundo Medeiros, a maioria dos convocados após um ano tem interesse em continuar no Exército, mas há ainda menos vagas – cerca de 10% a 20% para cada organização militar. "Nós lamentamos porque dispensamos muitos jovens bons, com vontade de aprender mais. Mas sempre dizemos que os aprendizados do Exército servem e são valorizados em qualquer emprego ou carreira que seguirem."
Natan Laudino, de 19 anos, conclui em fevereiro o primeiro ano de serviço militar na Aeronáutica. Ele disse que gostaria de continuar na carreira, mas, se não for selecionado, pensa em retomar o curso técnico de fotografia que parou quando foi incorporado. "Foi um aprendizado muito bom, vou levar para toda vida. Aprendi sobre respeito, trabalho em equipe e a mexer em armamento, sobreviver na selva. Experiências que todo menino gostaria."
Tendência. Segundo Peterson Silva, professor de Relações Internacionais da Faculdade Rio Branco que foi pesquisador associado do Centro de Estudos Estratégicos do Exército em 2016, em outros países o serviço militar também atrai jovens em momentos de crise. "Estados Unidos e Reino Unido também registram variações que acompanham a economia. A carreira militar atrai pela estabilidade e pelo salário, como um concurso público. Para jovens de classe média e baixa, o serviço militar aparece como opção."
Silva disse que muitos adolescentes também são atraídos por uma visão "romantizada". "Muitos têm referências do que viram em filmes, querem mexer em armamento, fazer o treinamento físico. Outra benesse é que o Brasil não tem histórico recente de participação em conflitos, então não há o mesmo medo de ser militar como nos Estados Unidos."
Amarílio Ferreira Júnior, pesquisador de políticas educacionais da ditadura militar pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), afirma que o aumento da procura também está relacionado a uma retomada do prestígio do Exército. "Esses jovens não viveram a ditadura, quando os militares eram temidos. Hoje, o Exército recuperou sua confiança com a sociedade. Os militares são vistos positivamente e, consequentemente, muitos querem fazer parte."
Trump dará 30 dias para que generais apresentem plano de combate ao EI
O presidente cumprirá com uma das promessas de sua campanha
France Presse
Washington - O presidente americano, Donald Trump, deve assinar, ainda este sábado (28/1), um decreto dando trinta dias para que seus comandantes militares apresentem um plano "para vencer" o grupo Estado Islâmico (EI), informou um alto funcionário do governo.
O presidente, que durante meses criticou e debochou da lentidão dos avanços no combate ao grupo EI, cumprirá, assim, uma das promessas de sua campanha.
Moscou indicou neste sábado, ao final de um telefonema entre Trump e Putin, que os dois chefes de Estado querem "uma real coordenação contra o EI na Síria", uma opção que os militares americanos observam com desconfiança, considerando que os russos estão na Síria para apoiar o regime de Bashar al Assad.
Nesta sexta-feira, Trump reuniu-se com os comandos militares no Pentágono para tratar a forma de acelerar o combate ao EI, segundo uma autoridade militar que não deu maiores detalhes.
O presidente americano pode decidir modificar a estratégia de seu antecessor, Barack Obama, que queria evitar a todo custo a implicação de tropas americanas nos combates no terreno e havia assumido essencialmente um papel de assessoramento.
No momento, os americanos mobilizaram pouco mais de 5.000 militares no Iraque junto às tropas americanas, e 500 soldados de suas forças especiais na Síria, apoiando as forças democráticas sírias.
Aviões americanos e de uma coalizão internacional comandada por Washington bombardeiam diariamente os extremistas desde o verão de 2014 no hemisfério norte.
A perspectiva de um reforço das tropas americanas poderia ocorrer particularmente na Síria.
Seria possível também deslocar militares para auxiliar as forças que tentam tomar de assalto a cidade de Raqa, capital autoproclamada do Estado Islâmico, segundo a imprensa americana.
Sergipe recebe 19 profissionais do programa Mais Médicos
Eles serão distribuídos em 12 municípios. Grupo substitui turma que chegou há três anos.
Do G1 Se
Neste domingo (29), Sergipe recebe 19 profissionais do Programa Mais Médicos. Eles vão substituir o grupo que completa três anos de missão aqui no Brasil.
A nova turma será distribuída em 12 municípios: Brejo Grande, Capela, Cedro de São João, Frei Paulo, Ilha das Flores, Lagarto, Nossa Senhora das Dores, Poço Redondo, Santana do São Francisco, São Domingos e Umbaúba.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES), a chegada estava prevista para sábado (28), mas devido ao incêndio no Chile, algumas aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) foram deslocadas para transportar a ajuda do Governo Federal, o que alterou os voos e a chegada dos profissionais.
"Foi horrível", diz testemunha que viu queda de monomotor em Socorro, SP
Piloto de 72 anos ficou ferido e passará por exames em Bragança Paulista. Acidente ocorreu na manhã deste sábado (28), perto da pista do aeroporto.
Do G1 Campinas E Região
A colisão de um monomotor contra o muro de uma pousada em Socorro (SP), na manhã deste sábado (18), foi presenciada por uma funcionária do estabelecimento. O piloto, de 72 anos, ficou ferido e está internado no Hospital São Francisco de Assis, em Bragança Paulista (SP).
"Eu estava no restaurante e vi o avião bem baixinho, aí escutei um barulho muito forte e saí correndo. Foi horrível, pensei que ele tinha morrido na hora", falou a atendente Graciela Marques Viana. Um funcionário da unidade médica ouvido pelo G1 afirmou que o piloto passa bem.
A queda do monomotor foi próxima à cabeceira da pista do aeroporto da cidade. Durante a descida, o avião também atingiu diversas árvores em um barranco. Antes de ser transferido para a unidade médica de Bragança, a vítima foi socorrida pelo Samu até a Santa Casa do município.
"Ele ficou inconsciente uns 15 minutos, depois se recuperou. No Samu já estava consciente", explica Graciela. Parentes do piloto estavam abalados e preferiram não conceder entrevista à EPTV, afiliada da TV Globo.
O estado de saúde do piloto não foi informado pela unidade médica de Bragança Paulista.
Homologação
Pilotos do aeroclube disseram à reportagem que o processo de homologação do aeroporto junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) está em fase de conclusão. O Corpo de Bombeiros foi acionado para esvaziar um dos tanques do monomotor, enquanto outro se rompeu na queda.
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), ligado à Aeronáutica, informou que a apuração do acidente deve ficar prejudicada, uma vez que o monomotor é uma aeronave experimental e o aeródromo não é homologado. A assessoria de imprensa da Anac informou que a agência irá se manifestar sobre o caso somente na segunda-feira (30).
Marinha e Aeronáutica oferecem 1.851 oportunidades
Itana Silva/cassandra Barteló
Ingressar nas Forças Armadas por meio de concurso costuma ser a saída para quem quer garantir estabilidade financeira e, ao mesmo tempo, tem o desejo de servir ao país. Os interessados em entrar nessa área podem começar a estudar. Isso porque a Marinha e Aeronáutica estão com editais de concursos abertos para ingresso no próximo ano. No total, são 1.851 vagas.
A Marinha segue com inscrições abertas para preencher 80 vagas de nível médio, para candidatos de ambos os sexos entre 18 e 45 anos, no Serviço Militar Voluntário (SMV). Além disso, a instituição oferece outras 1.240 vagas para rapazes de 18 a 22 anos, na Escola de Aprendizes-Marinheiros.
Já a Aeronáutica oferece 173 vagas para o Estágio de Adaptação à Graduação de Sargento e outras 358 vagas para sargento. As duas oportunidades são para homens e mulheres entre 18 e 25 anos.
Professor de história e especialista em questões de atualidades, Pedro Natanael indica acompanhar jornais para estar por dentro do que pode vir a ser conteúdo para a prova, que será realizada no dia 26 de março. "Questões envolvendo atualidades costumam possuir peso grande nos editais. É preciso que o candidato leia as notícias em jornais e portais de confiança, para adquirir bom conhecimento de política e, consequentemente, história" pontua Natanael.
E continua: "Com relação a atualidades, política tem abordagem frequente nas provas. Então é necessário filtrar as informações para não replicar inverdades, como no Enem, onde milhares de pessoas zeraram a prova por ferir os Direitos Humanos, por exemplo. É preciso que o candidato conheça os pontos a serem tocados, por meio da leitura do edital".
"Para os formados nas áreas oferecidas, o conteúdo tende a ser familiar. Um candidato formado em enfermagem, por exemplo, vai ter menos dificuldade nas questões específicas do edital do que quem só tem o nível médio. Esse fato, no entanto, não exclui a necessidade de estudo", diz.
Bagagem literária
O professor de redação Matheus Morais alerta: "É muito difícil um edital não trazer a redação. A redação costuma ter o peso maior da prova, mas as pessoas não se atentam a isso, focando somente nas questões específicas, por isso é preciso ler o edital para saber qual o peso atribuído". Morais complementa que, além dos conteúdos objetivos, o candidato precisa se dedicar também em adquirir um vocabulário simples e claro. "Manter uma bagagem literária é fundamental e para adquirir essa experiência é preciso ler bastante e praticar a escrita. Não adianta encher o texto de palavras difíceis se elas estiverem mal empregadas", explica.
As informações adicionais sobre os concursos da Marinha são encontradas no site www.2dn.mar.mil.br, no link "serviço militar". Já quem optar pela Aeronáutica deve acessar o site ingresso.eear.aer.mil.br.
Confira as dicas dos especialistas
Edital - Ler com atenção ao edital e observar quais são as di sciplinas com maior peso
Estudo - Dedicação é fundamental para passar nas provas. O professor de português Joshué Ferreira indica focar nas disciplinas que se tem mais dificuldades
Leitura - Manter uma bagagem literária é fundamental. Matheus Morais, professor de redação, aconselha a dedicação em um vocabulário simples e claro
Atualidades - Questões envolvendo atualidades costumam possuir peso grande nos editais. O professor de história Pedro Natanael indica acompanhar jornais para estar por dentro.
Apenas 4% das fronteiras do Brasil são monitoradas
Renata Mariz - O Globo
BRASÍLIA - A extensão continental das fronteiras brasileiras coloca a tecnologia como elemento fundamental para aumentar o controle do fluxo de drogas e armas. São 16.866 quilômetros no total de fronteira terrestre, cinco vezes e meia a linha que divide Estados Unidos e México, de pouco mais de três mil quilômetros. No entanto, o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), projeto iniciado ainda em 2012 como grande aposta para enfrentar o desafio, só cobre 660 quilômetros - cerca de 4% das fronteiras nacionais.
A cobertura pífia se dá na forma de projeto piloto, que vem sendo implantado a partir de Dourados, no Mato Grosso do Sul. Projetado pelo Exército para integrar radares, sensores, satélites e outros instrumentos de monitoramento e transmissão de dados, o Sisfron consumiu R$ 1 bilhão desde o início do projeto. Em 2014, o investimento chegou no auge de R$ 256 milhões anuais, caindo desde então. Ano passado, foi de R$ 182 milhões.
O governo atual responsabiliza o contingenciamento de recursos nos últimos anos e a crise financeira pelo atraso, e promete aplicar R$ 470 milhões no projeto este ano. Enquanto a expansão do sistema anda a passos lentos, cresce o clamor por mais homens nas fronteiras, sobretudo após a crise no sistema penitenciário com massacres recentes promovidos por facções ligadas ao tráfico de drogas.
Para o general Fernando Azevedo e Silva, chefe do Estado-maior do Exército, as condições das fronteiras brasileiras implicam necessariamente em ampliação da tecnologia:
- Não adianta botar homem na faixa de fronteira inteira. A tecnologia avança a cada dia. Tem que ter sensores, analisar o que os satélites pegam e selecionar isso para definir uma ação. Isso está sendo feito, mas depende um pouco do esforço do país na parte orçamentária.
- Não adianta botar homem na faixa de fronteira inteira. A tecnologia avança a cada dia. Tem que ter sensores, analisar o que os satélites pegam e selecionar isso para definir uma ação. Isso está sendo feito, mas depende um pouco do esforço do país na parte orçamentária.
A faixa de 150 quilômetros para dentro, a partir da linha divisória terrestre do território nacional, é considerada área de fronteira. Nesse espaço, militares têm poder de polícia, podendo revistar pessoas e veículos, fazer prisões em flagrante e patrulhar. Por esse conceito, toda a faixa de fronteira do Comando Militar Amazônico soma 800 mil quilômetros quadrados.
Uma das dificuldades para a expansão do Sisfron é a natureza diversa da geografia brasileira. Para levar o projeto para os quase nove mil quilômetros de fronteiras amazônicas, por exemplo, equipamentos terão de sofrer adaptações. Determinados instrumentos e a forma como são empregados hoje no Mato Grosso do Sul terão que ser modificados para uso no ambiente de selva.
Há peculiaridades na região amazônica, hoje foco de uma intensa preocupação após massacres em presídios da região Norte relacionados a uma disputa de grupos pela rota local das drogas, segundo autoridades. O comandante militar da Amazônia, general Geraldo Antonio Miotto, ressalta que, apesar dos nove mil homens do Exército na faixa de fronteira sob sua supervisão, os rios da região que separam o Brasil e países vizinhos são extensos e vascularizados.
- Muitos rios entram nas nossas cidades. Vão até Manaus. Isso dificulta muito a fiscalização. Mas estamos fazendo a nossa parte - pontua o coronel Miotto.
O Ministério da Defesa diz que não é possível estimar a conclusão da implantação do Sisfron “em decorrência da incerteza orçamentária”. A pasta explicou que após a implementação completa do projeto piloto, o programa será reavaliado para que possa ser traçado um cronograma.
Pressionado pela crise no sistema penitenciário e com o Sisfron de alcance ainda limitado, o governo federal discute formar uma espécie de polícia especial para a área - própria ou com agentes destacados de órgãos existentes. Mas a proposta enfrenta sérias resistências na cúpula federal ligada à área da Segurança. Não só pela falta de efetivo disponível ou de dinheiro para a empreitada. Do ponto de vista técnico, a estratégia é apontada como uma mera resposta à opinião pública.
Na Polícia Federal, o entendimento é que o quadro de pessoal é pequeno para destacar mais homens para a fronteira além do efetivo atual. E que a estratégia mais acertada, nas atuais condições, seria investir na área de inteligência para sufocar financeiramente as organizações ligadas ao tráfico de drogas e de armas, sem descartar a repressão ostensiva e a vigilância das fronteiras.
Até mesmo nas Forças Armadas, que desempenham um papel importante de vigilância física dos limites do território brasileiro e atendimento social de populações isoladas, há reticências quanto à ideia de reforço do efetivo. O ministro Raul Jungmann não descarta a possibilidade, mas é cuidadoso ao lembrar que uma empreitada nesse sentido depende prioritariamente de viabilidade financeira.
- Quando recebermos essa determinação do presidente Michel Temer e, obviamente, os recursos necessários, as Forças Armadas estão prontas para aumentar o seu efetivo na Amazônia - afirmou Jungmann.
A ideia de mais homens na fronteira vem sendo defendida principalmente pelo ministro da Justiça, Alexandre de Moraes. Para driblar a falta de efetivo e recursos, devido à crise econômica, a pasta começou a recrutar policiais e militares aposentados há menos de cinco anos para integrar a Força Nacional, que é formada por servidores estaduais da ativa. A permissão para selecionar inativos foi garantida por meio de medida provisória.
Militares vivem o isolamento dos pelotões na imensidão amazônica
Renata Mariz* - O Globo
JAPURÁ (AM) - Encravado na floresta amazônica e às margens de um rio que muda de nome e de nacionalidade ao longo de sua extensão, o lugar ganha uma definição resumida nas palavras do coronel do Exército Júlio Cesar Nagy: “um cenário de riquezas naturais e cometimento de ilícitos”. Ele se refere aos mais de oito mil quilômetros monitorados, na linha de frente, pelos 24 pelotões especiais de fronteira sob o Comando Militar da Amazônia. A região inclui a chamada rota Solimões, por onde entram armas e drogas, palco de uma disputa de mercado entre facções com reflexos nos presídios brasileiros.
Nesses 24 pelotões especiais de fronteira, que são os pontos terrestres mais avançados do Brasil naquela região, estão 1.500 militares, baseados nos estados de Rondônia, Acre, Amazonas e Roraima. Eles atuam no limite com cinco países: Peru, Bolívia, Venezuela, Colômbia e Guiana. Cada pelotão é formado por cerca de 60 homens. A idade média é de 25 anos. O isolamento nos recônditos da floresta amazônica leva os jovens combatentes a viverem de forma mais exacerbada o conceito de irmandade desenvolvido no meio militar. Orgulham-se da saudação “Selva!”, puxada por um e respondida por todos, e não raro mencionam a tríade “vida, combate e trabalho” quando questionados sobre a rotina numa área tão inóspita.
No pelotão de Vila Bittencourt, uma espécie de distrito do município de Japurá (AM) com acesso apenas por barco ou avião, a exuberância e aparente tranquilidade da floresta ao redor se confunde com a tensão durante as inspeções no rio, que também leva o nome Japurá, um afluente do Solimões. Na margem oposta, que pode ser alcançada por lancha sem dificuldades, já é território colombiano. O trânsito de embarcações não para na região, que tem a via fluvial como meio de transporte mais comum. No primeiro dia deste ano, porém, um barco sem ocupantes chamou a atenção dos militares.
A embarcação parecia ter naufragado após se chocar num banco de areia e foi abandonada pelos ocupantes. Pacotes lacrados estavam boiando rio abaixo com 905 quilos de skunk, uma maconha com efeitos mais fortes. Mas nem todas as apreensões ocorrem de forma tranquila. Menos de um mês antes, guarnições militares abordaram duas lanchas. Houve confronto. Um traficante colombiano acabou ferido e morreu. Outros cinco homens que estavam a bordo, com 320 quilos de cocaína e identidades falsas, foram presos.
BÔNUS DE RECOMPENSA
O Ministério da Defesa não informa quantos militares morrem em área de fronteira por “questões de sigilo”. Em média, os homens das Forças Armadas servem nos pelotões especiais, localizados no limite terrestre do Brasil, por um ano. Cabos e soldados costumam ficar um pouco mais de tempo. Todos vão para o destacamento de forma voluntária. Para compensar o sacrifício, recebem gratificação de 20% sobre o soldo básico, acrescida de 2% a cada dia trabalhado. Essa espécie de diária é limitada em seis meses no ano.
Apesar de jovens, cerca de 40% dos militares nos pelotões de fronteira são casados. O próprio comando do Exército prefere recrutar voluntários acompanhados, por considerá-los mais estáveis para viver numa área de difícil acesso. A estrutura montada pelas Forças Armadas no local minimiza os contratempos. Há consultório médico e de dentista, equipamentos de comunicação, rede wi-fi, cozinha industrial e até uma padaria.
Marília Nunes Celes está há um ano na Vila Bittencourt com o marido e duas filhas. Acostumada com uma rotina mais agitada em Tabatinga (AM), a duas horas de avião de lá, fez amizade com outras mulheres de servidores para driblar o tédio.
- Eu gosto de festa e aqui é mais tranquilo. Mas a gente tenta fazer a nossa própria festa. Fazemos churrascos, reuniões - conta Marília, ao lado de uma amiga, também casada com militar.
*A repórter viajou a convite do Ministério da Defesa
Alistamento militar deve ser online em todo país em 2018
Com novo sistema, foi retirado do formulário a pergunta quanto a ser voluntário ou não
Desde o ano passado, o Exército começou a fazer o alistamento obrigatório online em 21 unidades da federação. A expectativa é de que em janeiro do próximo ano o serviço chegue a todo o País, o que deve resultar em uma economia de R$ 2 milhões.
Anualmente, cerca de 1,8 milhão de jovens são alistados em todo o território nacional. Para este ano, a previsão é de que 97 mil sejam incorporados a Exército, Marinha e Aeronáutica. Conforme o Exército, nos últimos anos, entre 92% e 96% dos incorporados queriam entrar para o serviço militar. Com o sistema online para o alistamento, foi retirada do formulário a pergunta quanto a ser voluntário ou não. Portanto, tal índice deixará de ser tabulado.
Em São Paulo, o alistamento online ainda não chegou ao interior, mas já é feito em 32 cidades da Grande São Paulo. E a previsão é deque seja utilizado neste ano por pelo menos 150 mil jovens
CIDADE VERDE (PI)
Mais 41 médicos cubanos estão no Piauí; chegada foi antecipada
Izabella Pimentel/Caroline Oliveira
A chegada de mais 41 médicos cubanos ao Piauí, prevista para a tarde deste sábado(28), foi antecipada para esta manhã. Os profissionais desembarcaram por volta das 9 horas no aeroporto Petrônio Portela em Teresina em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), que antecipou o voo.
Os cubanos chegam ao Estado para participarem do Programa Mais Médicos e reforçar a assistência em 30 municípios. Atualmente 364 médicos estão no Piauí, através do programa, sendo 253 de Cuba, que estão em 126 municípios.
Os cubanos chegam ao Estado para participarem do Programa Mais Médicos e reforçar a assistência em 30 municípios. Atualmente 364 médicos estão no Piauí, através do programa, sendo 253 de Cuba, que estão em 126 municípios.
"Os que chegam hoje, repõem as vagas dos que completaram o ciclo de três anos e deixaram o Piauí no ano passado", explica a coordenadora do Mais Médicos no Piauí, Maria Idivani Braga.
Ela ressalta que atuação dos médicos será na atenção primária, preventiva dos pacientes. "Serviço de atenção primária fazendo serviço de promoção e prevenção nesses municípios".
Luiz Amador Hernandez, de 27 anos, participa pela primeira vez e disse ao Cidadeverde.com que pretende exercer a medicina no Piauí de forma preventiva.
“Quero ajudar a população brasileira de forma solidária. Busquei na internet sobre o município que vu e vi que é uma população pobre, carente e a prioridade é exercer uma medicina preventiva que é o que ocorre no meu país”, afirma o médico que vai para Pimenteiras.
O 25º Batalhão de Caçadores (BC) está dando o apoio logístico aos profissionais, levando-os para hotel onde vão pernoitar neste sábado e amanhã, às 6h30, para os municípios selecionados. Uma equipe do Ministério da Saúde também acompanha os médicos.
Como a previsão de chegada era para as 17h30 e foi mudada por um planejamento da FAB, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi) fará, somente, neste horário a leitura da carta de boas-vindas e uma apresentação da escola de samba Sambão no hotel onde estão hospedados.
Os médicos que chegam no sábado (28), irão atender nos municípios de Ribeiro Gonçalves, Amarante, Avelino Lopes, Caldeirão Grande do Piauí, Cocal, Corrente, Cristalândia, Gilbués, Guaribas, João Costa, Luis Correia, Matias Olímpio, Pimenteiras, Prata do Piauí, Regeneração, Santa Filomena, São Francisco de Assis, São João do Arraial, São Julião, São Raimundo Nonato, Vila Nova do Piauí, Jaicós, Miguel Alves, Parnaguá, Parnaíba, Picos, Pio IX, São João do Piauí, Sigefredo Pacheco e Buriti dos Lopes.
JORNAL O DIÁRIO (SP)
Deputado do Alto Tietê questiona queda de avião
O deputado federal Roberto de Lucena (PV) encaminhou pedido de informações à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a propósito da recente queda do avião com o ministro Teori Zavascki, do STF, e mais quatro pessoas, em Paraty (RJ). Mesmo admitindo que se comprovem as avaliações, segundo as quais, o acidente ocorreu devido à desorientação espacial do piloto, o deputado quer saber por que o aeroporto daquela região e outros tantos do País não operam por instrumentos e não possuem torre para controle de vôos, o que poderia, segundo Lucena, ter evitado “este e outros acidentes”. O documento também questiona por que a pista do Aeroporto de Paraty nunca foi homologada pela Aeronáutica para pousos e decolagens. “Se tal informação divulgada pela mídia for verídica, precisamos saber quem é o responsável pela operacionalização do local e por que ele funciona sem autorização”, diz o deputado do Alto Tietê, lembrando algo que esta coluna mostrou dias atrás: o fato de a rota Mogi-Paraty-Angra dos Reis ser considerada perigosa ao extremo, já que o tempo na região é muito instável, além das condições do aeroporto serem criticadas com frequência pelos pilotos. Lucena defende a elucidação de todas as dúvidas para, caso seja necessário, propor ajustes no sistema de aviação regional e até nacional. As investigações apontam que a aeronave que transportava o ministro voava com um teto de 150 a 200 pés (45 a 60 metros de altitude) pouco antes da queda, muito próximo do mar. Na gravação da cabine, o piloto mencionou a chuva na região e não relata problemas na aeronave. Outros acidentes, inclusive com pilotos de Mogi das Cruzes, já ocorreram naquela área próxima do Litoral Norte, causando vítimas fatais.
Ainda Teori – 1
O advogado mogiano Miguel Vacico Nagib, guarda um troféu em seu escritório, em Brasília: uma mensagem que lhe foi enviada pelo então ministro do Supremo, Teori Zavascki, após receber e avaliar um texto de sua autoria sobre “a competência recursal extraordinária do Supremo e do STJ”, em 2010.
O advogado mogiano Miguel Vacico Nagib, guarda um troféu em seu escritório, em Brasília: uma mensagem que lhe foi enviada pelo então ministro do Supremo, Teori Zavascki, após receber e avaliar um texto de sua autoria sobre “a competência recursal extraordinária do Supremo e do STJ”, em 2010.
Ainda Teori – 2
“Acabo de ler, com muito proveito, o seu texto e gostaria de cumprimentá-lo pela clareza e profundidade na exposição das dificuldades que enfrentam o STF e STJ no dimensionamento do âmbito da cognição dos recursos de natureza extraordinária. Estou recomendando aos meus assessores a leitura atenta do seu trabalho. Parabéns”, disse o ministro, em resposta enviada ao mogiano.
“Acabo de ler, com muito proveito, o seu texto e gostaria de cumprimentá-lo pela clareza e profundidade na exposição das dificuldades que enfrentam o STF e STJ no dimensionamento do âmbito da cognição dos recursos de natureza extraordinária. Estou recomendando aos meus assessores a leitura atenta do seu trabalho. Parabéns”, disse o ministro, em resposta enviada ao mogiano.
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