NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 21/01/2017 / FAB comemorou 76 anos nesta sexta
FAB comemorou 76 anos nesta sexta ...
Força Aérea tem a responsabilidade de atuar em áreas vitais para o País, como segurança, transporte de vítimas e órgãos para transplantes ...
A Força Aérea Brasileira (FAB) completou 76 anos nesta sexta-feira (20). Desde o início das atividades, em 1941, com a criação do Ministério da Aeronáutica, a FAB tem a responsabilidade de atuar em áreas vitais para o País, como segurança, transporte de vítimas e, recentemente, passou a atuar também no transporte de órgãos para transplantes no País.
Logo após a sua criação, a FAB necessitava de pessoal qualificado e, já em 1941, foram criadas a Escola de Aeronáutica e a Escola de Especialistas de Aeronáutica, a partir da Escola de Aviação Militar e da Escola de Aviação Naval, até então pertencentes ao Exército e à Marinha, respectivamente.
O ministro Salgado Filho, primeiro ministro do Ministério da Aeronáutica, dividiu o território nacional em Zonas Aéreas e, em 22 de maio de 1941, criou a Força Aérea Brasileira, o braço armado do Ministério da Aeronáutica.
Na Segunda Guerra Mundial o litoral brasileiro sofria com as ameaças de embarcações inimigas. Em 18 de dezembro de 1943, seria criado o Primeiro Grupo de Aviação de Caça, unidade de combate enviada para a Itália.
Nas décadas seguintes, a Aeronáutica ampliou a atuação em áreas como a defesa da soberania do espaço aéreo brasileiro, o controle de tráfego aéreo, o fomento à indústria nacional, as missões de busca e salvamento em uma área de mais de 22 milhões de quilômetros quadrados sobre o Brasil e águas internacionais, o projeto espacial, a ciência e tecnologia, a investigação e prevenção de acidentes aeronáuticos, e a integração nacional por meio da construção de pistas de pouso e dos voos de aeronaves de transporte.
Em 1999, o Ministério da Aeronáutica foi transformado em Comando da Aeronáutica.
Transporte de órgãos
No ano passado, o decreto nº 8.783, assinado pelo presidente da República, Michel Temer, determina que uma aeronave esteja sempre à disposição na capital federal para realizar o transporte de órgãos para transplante.
Entre junho e dezembro de 2016, a FAB transportou 190 órgãos em 130 missões, um total de aproximadamente 550 horas de voo.
Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.
Aeronáutica recolhe gravador de voz de avião em Paraty
Fabrício Lobel De São Paulo
Equipes da Aeronáutica retiraram no início da tarde desta sexta-feira (20) o gravador de voz da cabine do bimotor King Air C90 que caiu em Paraty. O ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki e outras quatro pessoas estavam a bordo da aeronave.
Segundo informações da Aeronáutica, o gravador de voz foi recolhido dos destroços do avião que permanecem sob a água. Eles passarão por uma primeira análise dos técnicos, a partir da qual, será decidido quem será responsável por ouvir as gravações.
A sede do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), em Brasília tem um laboratório especializado em extrair esse tipo de informação. No entanto, como nem todos gravadores de vozes são iguais, é possível solicitar peças e instrumentos da fabricante americana da aeronave, a Beechcraft.
O pedido de ajuda à empresa americana pode ocorrer também, caso seja verificada uma avaria severa no gravador de voz. Uma falha em qualquer etapa do procedimento de extração do áudio pode danificar o conteúdo das gravações.
Além disso, é necessário também que o gravador estivesse funcionando durante a queda. As investigações do acidente que matou o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, por exemplo, concluíram que o gravador de voz estava desligado.
O áudio captado pode ajudar a entender se houve comunicação entre o piloto e alguém em terra, via rádio, ou se houve algum algum aviso do piloto aos passageiros antes da queda.
A aeronave não dispunha de caixa-preta que armazena dados do voo, tais como altitude, velocidade, aceleração etc.
Forças Armadas devem começar a atuar nesta sexta em Natal
1 mil militares vão patrulhar pontos da capital e da região metropolitana; operação será semelhante à de agosto de 2016
NATAL - Cerca de seis meses depois de ter deixado a cidade, as Forças Armadas devem voltar a atuar nesta sexta-feira, 20, em Natal e na região metropolitana atendendo a ordem do presidente Michel Temer (PMDB), que respondeu ao pedido de ajuda feito pelo governador Robinson Faria (PSD). Mais de 1 mil homens do Exército, da Marinha e da Aeronáutica vindos do Ceará, da Paraíba e de Pernambuco devem começar a patrulhar pontos da região em resposta a série de ataques que o Estado assiste desde a quarta-feira, 18.
Temer baixou decreto publicado nesta sexta no Diário Oficial da União prevendo que o reforço permaneça no Rio Grande do Norte até o dia 30 de janeiro. Pela manhã, já era possível observar a chegada de veículos blindados a bases militares de Natal.
"Faremos o policiamento ostensivo e preventivo dentro de um conceito baseado na presença. Estamos montando o aparato para que hoje já se inicie alguma coisa", disse ao Estado o coronel Erland Mota, assessor de relações institucionais do Comando da 7ª Brigada de Infantaria Motorizada.
Segundo ele, a operação deve seguir os moldes da atuação em agosto do ano passado, quando o reforço também foi acionado. Os pontos de atuação devem atender à demanda a ser definida também pelas autoridades de segurança potiguares. "Será a mesma operação de agosto. Deveremos ocupar a cidade e atuar onde estiver a demanda", disse o oficial.
O clima de insegurança notado no Estado decorre dos sucessivos ataques a veículos do transporte público e a bases policiais que se repetem na capital e no interior desde a quarta-feira passada. Naquele dia, 220 presos da Penitenciária Estadual de Alcaçuz foram transferidos para o Presídio Estadual de Parnamirim.
Ligados à facção Sindicato do Crime do RN, os detentos prometeram reagir a partir da emissão de ordens para ataques criminosos em diversos pontos do Estado. Em agosto, o Sindicato também foi apontado como o responsável por 108 ataques em 38 cidades potiguares em reação à instalação de um bloqueador de sinal de celular na unidade de Parnamirim.
Agentes encontram caixa de gravação de voz de avião que caiu em Paraty
Aparelho seguirá para perícia no Cenipa, órgão da Aeronáutica responsável pela investigação, e pode ajudar a desvendar motivo do acidente
André Borges
BRASÍLIA - O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) encontrou, no início da tarde desta sexta-feira, 20, um aparelho de gravação de voz do avião que caiu na quinta-feira, 19, em Paraty e matou o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, e outras quatro pessoas.
Segundo informações do Cenipa, órgão da Aeronáutica que investiga a queda do avião, o aparelho será encaminhado para a sede, em Brasília, para ser analisado. A perícia, que analisará se o aparelho estava ligado durante o voo e se gravou as últimas conversas, pode ajudar a desvendar a causa do acidente.
O Comando da Aeronáutica enviou a Paraty (RJ) uma equipe de militares especializados em investigação de acidentes aeronáuticos. Os dois primeiros chegaram ao local às 20h30 de quinta-feira. No total são sete militares da Aeronáutica responsáveis pela investigação.
Esses profissionais vão atuar na chamada "fase de ação inicial", que consiste na coleta de dados no local do acidente. Para isso, a equipe analisa os destroços, busca indícios de falhas, levanta hipóteses sobre o desempenho da aeronave nos momentos finais do voo, fotografa detalhes e retira partes da aeronave para análise, se for o caso.
A investigação prosseguirá com a fase de análise dos dados e levará em conta diversos fatores contribuintes, sejam materiais (sistemas da aeronave e projeto, por exemplo), humanos (aspectos médicos e psicológicos) ou operacionais (rota, meteorologia, etc). Ao longo dos trabalhos, outros profissionais (pilotos, engenheiros, médicos, psicólogos, mecânicos, etc.) poderão se integrar à comissão, conferindo o caráter de multidisciplinaridade à investigação.
Não é possível estabelecer prazo para o término das investigações, o qual varia de acordo com a complexidade de cada ocorrência.
A Aeronáutica, por meio do Cenipa, é o órgão responsável para conduzir as investigações de acidentes com aeronaves no País. O resultado da investigação é divulgado somente após a conclusão do Relatório Final, que é publicado pelo Cenipa.
A investigação realizada pelo órgão tem como finalidade a prevenção de acidentes aeronáuticos. O relatório final irá identificar os fatores que contribuíram para o acidente e elaborar as recomendações de segurança. A Polícia Federal vai conduzir sua investigação paralelamente.
Ministério Público do Rio instaura inquérito sobre acidente de Teori
Promotoria de Justiça de Paraty acompanhou operações de resgate e identificação dos corpos; investigação corre em paralelo à da Polícia Federal
RIO - O Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro também determinou a instauração de inquérito policial para apurar as responsabilidades pelo acidente de avião que vitimou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki e mais quatro pessoas, nesta quinta-feira, 19.
De acordo com o MP, a Promotoria de Justiça de Paraty acompanhou, desde a tarde de quinta-feira, as operações de resgate e identificação dos corpos, ao lado da Polícia Civil, da Defesa Civil, do Corpo de Bombeiros, Polícia Federal e do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes da Aeronáutica (Cenipa). No início da tarde desta sexta-feira, 20, o Cenipa encontrou um aparelho de gravação de voz do avião que caiu em Paraty.
O inquérito policial fluminense corre em paralelo ao da Polícia Federal. Segundo órgão, o MP vai aguardar a conclusão da perícia do Cenipa para avaliar os próximos passos da investigação. A promotoria pretende ouvir testemunhas, como barqueiros que relataram ter visto o acidente.
"Se a perícia da Aeronáutica concluir que o acidente foi provocado por imperícia, o caso estará encerrado. Mas, se não for essa a conclusão, as investigações continuarão em busca das causas da queda", disse o promotor de Justiça Vinicius Ribeiro, titular da Promotoria de Justiça de Paraty.
O MP também informou que a Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI) do órgão também acompanhou as ações, dando suporte ao caso, "principalmente para facilitar a remoção dos corpos e demais trâmites burocráticos necessários".
Temer se reuniu com Moraes e comandantes das Forças Armadas pela manhã
Rafael Moraes Moura E Tânia Monteiro
Um dia depois da morte do ministro Teori Zavascki, o presidente Michel Temer se reuniu na manhã desta sexta-feira, 20, no Palácio do Planalto com o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, e com os comandantes das Forças Armadas.
A notícia da morte do relator dos processos da Lava Jato no STF chocou o Planalto. Segundo auxiliares do presidente, Temer considerava o ministro "sóbrio e correto" na condução dos processos. Ainda que não tivessem uma relação íntima, havia um sentimento de respeito mútuo.
Interlocutores de Temer destacam que Teori assumiria um protagonismo ainda maior neste ano, ao ser personagem central nos desdobramentos das investigações da Operação Lava Jato.
Temer deverá ir ao velório de Teori, a ser realizado em Porto Alegre na sede do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que foi presidido pelo ministro de 2001 a 2003. Auxiliares palacianos estão à espera da liberação do corpo pelo Instituto Médico Legal (IML) e da confirmação da data e horário do velório para enviarem uma equipe precursora.
O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, já está em Porto Alegre e também irá ao velório.
Segundo o Broadcast Político (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) apurou, Temer já colocou à disposição da família de Teori uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) para fazer o transporte do corpo.
Mais cedo, o presidente recebeu no Planalto a ex-ministra do STF Ellen Gracie, que acompanhou audiência de Temer com o presidente da Janssen no Brasil, Bruno Costa.
"Eu tinha Teori como um irmão. Tivemos a oportunidade de trabalhar juntos por 30 anos. Durante minha presidência no Tribunal Federal da 4ª região, fiz com ele uma dobradinha. Ele era meu vice-presidente", disse Ellen a jornalistas, ao deixar o Planalto.
Aeronáutica encontra caixa de gravação de voz de avião que caiu em Paraty
Segundo informações do Cenipa, órgão da Aeronáutica que investiga a queda do avião, o aparelho será encaminhado para a sede do órgão, em Brasília, para ser analisado
Azelma Rodrigues
A Força Aérea Brasileira (FAB) divulgou que foi encontrada, no início da tarde desta sexta-feira, 20/01, a caixa-preta que registra as conversas do piloto do avião, cujo acidente matou ontem o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki. O dispositivo será trazido a Brasília para análise do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes (Cenipa), da Aeronáutica, ainda sem data certa.
De acordo com a assessoria de imprensa da FAB, ontem a Aeronáutica informou que o avião não tinha caixa-preta, pelo fato do dispositivo não ser exigido oficialmente no modelo King Air C90GT, aeronava da Hawker Beechcraft, que caiu na tarde de quinta-feira, no mar de Paraty RJ, matando cinco pessoas.
É a seguinte da nota divulgada pela FAB:
"A equipe de investigadores da Aeronáutica localizou nesta sexta-feira (20/1) o gravador de voz (cockpit voice recorder - CVR) da aeronave PR-SOM, acidentada em Paraty (RJ). O gravador, comumente conhecido como "caixa-preta", será encaminhado para leitura no Laboratório de Análise e Leitura de Dados de Gravadores de Voo (Labdata), no Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), em Brasília (DF). Os destroços da aeronave serão conduzidos para análise no Rio Janeiro.
A investigação prosseguirá com a fase de análise dos dados e levará em conta diversos fatores contribuintes, sejam materiais (sistemas da aeronave e projeto, por exemplo), humanos (aspectos médicos e psicológicos) ou operacionais (rota, meteorologia, etc)."
Equipe de investigação
O Comando da Aeronáutica enviou a Paraty (RJ) uma equipe de militares especializados em investigação de acidentes aeronáuticos. Os dois primeiros chegaram ao local às 20h30 de ontem (19). No total são sete militares da Aeronáutica responsáveis pela investigação.
Esses profissionais vão atuar na chamada "fase de ação inicial", que consiste na coleta de dados no local do acidente. Para isso, a equipe analisa os destroços, busca indícios de falhas, levanta hipóteses sobre o desempenho da aeronave nos momentos finais do voo, fotografa detalhes e retira partes da aeronave para análise, se for o caso.
A investigação prosseguirá com a fase de análise dos dados e levará em conta diversos fatores contribuintes, sejam materiais (sistemas da aeronave e projeto, por exemplo), humanos (aspectos médicos e psicológicos) ou operacionais (rota, meteorologia, etc). Ao longo dos trabalhos, outros profissionais (pilotos, engenheiros, médicos, psicólogos, mecânicos, etc.) poderão se integrar à comissão, conferindo o caráter de multidisciplinaridade à investigação.
Não é possível estabelecer prazo para o término das investigações, que varia de acordo com a complexidade de cada ocorrência.
Com informações da Agência Estado
Peritos resgatam gravador de voz do avião que caiu em Paraty
Bombeiros e mergulhadores trabalham para tirar o avião do mar. Testemunhas dizem que avião voava baixo e parecia querer voltar.
Jornal Nacional
As autoridades que investigam a queda do bimotor começaram a ouvir testemunhas e vão analisar o conteúdo de um equipamento que pode ter registrado as últimas palavras do piloto antes do desastre.
Depois de horas de chuva forte, os peritos da Aeronáutica conseguiram recuperar entre os destroços no mar uma peça muito importante: a caixa laranja é o gravador de voz da cabine do avião, modelo King Air C-90.
O equipamento foi lavado em água doce para retirar combustível que vazou no mar. E será analisado em Brasília.
“Felizmente nós conseguimos recuperar esse equipamento, ele é fundamental pra investigação, ele grava os últimos 30 minutos de conversação na cabine entre os pilotos, entre o piloto, no caso. Preparar essa peça pra fazer o download e identificar se ela estava funcionando e se tinha a conversação lá do piloto com o rádio e etc momentos antes desse acidente”, diz o Investigador do Seripa III, Raphael Villar.
Agora o grande desafio é resgatar o bimotor. Homens do Corpo de Bombeiros e mergulhadores da Marinha trabalham desde a madrugada para evitar que o avião vá para o fundo do mar - o que deixaria a investigação ainda mais difícil.
Com todos os passageiros, combustível e bagagens, o avião pode pesar até 3.500 quilos. Os investigadores calculam que o peso, agora, não passe dos 1.500 quilos.
A equipe está usando tonéis cheios de ar para fazer o bimotor flutuar. O bico do avião está inclinado, num ângulo de 30 a 40 graus, a 5 metros de profundidade.
Depois que ele chegar até a superfície, será rebocado até a marina. E de lá vai seguir de caminhão até a base aérea do Galeão, no Rio, para a perícia dos destroços.
Essa análise será feita pelo Cenipa - órgão da Aeronáutica que investiga acidentes aéreos. Mas a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio, além da Polícia Federal e o Ministério Público Federal abriram inquérito.
A Polícia Federal já ouviu testemunhas. Como Raquel e Lauro, turistas do Espírito Santo que faziam um passeio de barco e viram o avião cair.
“A sensação foi assim, de vê-lo muito baixo, voando muito baixo, porque a gente estava naquela embarcação e tinha a visão dele, e ele fazendo uma, como se tivesse fazendo uma curva, um retorno, como se tivesse retornando. Não teve explosão. O avião estava com as hélices rodando, normal. Mas ele só perdia muita altitude. Tava perdendo, perdendo”, conta a engenheira Raquel Schneider.
“Tava chovendo muito forte, com muito pouca visibilidade, com pouco teto, e de repente nos surgiu um avião da esquerda, fazendo uma curva da esquerda pra direita, uma curva de 180 graus, que segundo eu fui informado depois é a maneira de você abortar um pouso aqui, é retornando”, contou o engenheiro Lauro Koehler.
O avião caiu a quatro quilômetros da pista do aeroporto de Paraty, na altura da Ilha Rasa.
Célio é barqueiro e disse que viu o motor esquerdo do avião soltar uma fumaça branca.
“Ele soltou um bolo de fumaça branca do lado direito, esquerdo, na asa esquerda. Aí ele veio perdendo altitude, ele não caiu de uma vez não. Ele veio vindo, veio vindo, veio abaixando, veio fazendo a curva e meteu de asa na água, aí virou de asa na água e virou a cauda por cima”, relembra o marinheiro.
Elber trabalha no aeroporto de Paraty e estava esperando o bimotor. Ele diz que o piloto Osmar Rodrigues - o ‘Mazinho’ - era experiente e conhecia bem a região. E que ‘Mazinho’ chegou a fazer contato com um outro avião para saber das condições do tempo.
“Naquele instante, o comandante da aeronave que saiu de angra dizia que o teto tava bom. Pra você ver a ironia do destino. ‘Pode vir que o teto tá bom’. Ele mesmo informou o Mazinho. Quando o Mazinho aproximou, o meu operador disse que já tinha uma chuva torrencial, bem no instante do pouso dele”, diz o colaborador do aeroporto de Paraty.
O aeroporto de Paraty não tem torre de controle. Os pousos e decolagens são feitos de maneira visual apenas, sem ajuda de instrumentos.
“O nosso aeroporto ele possui todas as condições necessárias para pouso e decolagem mas dentro de uma condição boa de pouco e decolagem. Ou seja, abaixo de mil pés, que é a altitude máxima permitida pra pouso não é possível pouso. O Mazinho mesmo pelo o que consta ontem pelo o que aconteceu, o teto estava em torno de 150 a 200 pés. Quer dizer, as condições climáticas não estavam favorecendo as condições pra pouso”, afirma Elber.
José Guilherme também estava no aeroporto e ouviu o bimotor se aproximando.
“De repente a aeronava passou por cima do aeroporto. Nós escutamos o barulho e ficamos esperando a aeronave chegar na pista. Só que num momento desse o barulho parou e nós achamos que a aeronave tinha arremetido, tinha ido pra um outro aeroporto. Passado uns 15 minutos, a Capitania dos Portos ligou perguntando quantas pessoas tinham na aeronave porque tinha uma aeronave caída no mar”, conta o comerciante José Guilherme Barbosa.
MPF pede gravação de conversas do piloto do avião de Teori Zavascki
FAB confirmou que o avião tinha equipamento de gravação de voz. Queda matou ministro do Supremo Tribunal Federal e outras quatro pessoas.
Do G1 Sul Do Rio E Costa Verde
O Ministério Público Federal em Angra dos Reis (RJ) pediu nesta sexta-feira (20) à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) possíveis gravações de conversas do piloto do avião que caiu no mar de Paraty (RJ) matando cinco pessoas nesta quinta-feira (19). Entre as vítimas está o ministro do Supremo Tribunal Federal e relator da Operação Lara Jato, Teori Zavascki.
Não há torre de controle no aeroporto em que a aeronave pousaria, mas o piloto pode ter feito contato com outras aeronaves durante os últimos momentos antes da queda. A Força Aérea Brasileira (FAB) confirmou que o avião tinha um equipamento chamado "voice recorder", ou seja, um gravador de voz.
Estão sendo requisitados ainda documentos relativos à manutenção da aeronave. Provas testemunhais no local do acidente também estão sendo recolhidas em uma ação conjunta com a Polícia Federal. Outras diligências ainda serão determinadas até o fim do dia.
A Anac adiantou que a documentação da aeronave estava regular. O certificado era válido até abril de 2022, e inspeção da manutenção (anual) estava válida até abril de 2017.
Um inquérito para apurar as causas do acidente foi aberto pelo MPF na noite de quinta-feira. A investigação foi iniciada pela procuradora da República Cristina Nascimento de Melo. A Polícia Federal também vai apurar o acidente. O inquérto está sob responsabildade do delegado chefe da PF em Angra, Adriano Antonio Soares.
Todos os corpos são retirados da água
Os dois últimos corpos foram retirados da água no fim da manhã desta sexta-feira. Trata-se do piloto do avião, Osmar Rodrigues, e de uma das mulheres, que estava presa nas ferragens da aeronave.
Os dois últimos corpos foram retirados da água no fim da manhã desta sexta-feira. Trata-se do piloto do avião, Osmar Rodrigues, e de uma das mulheres, que estava presa nas ferragens da aeronave.
Cinco pessoas morreram na queda do avião:
- Teori Zavascki, ministro do Supremo Tribunal Federal
- Carlos Alberto Fernandes Filgueiras, empresário
- Osmar Rodrigues, piloto do avião
- Maira Lidiane Panas Helatczuk, massoterapeuta de Filgueiras
- Maria Ilda Panas, mãe de Maira
- Carlos Alberto Fernandes Filgueiras, empresário
- Osmar Rodrigues, piloto do avião
- Maira Lidiane Panas Helatczuk, massoterapeuta de Filgueiras
- Maria Ilda Panas, mãe de Maira
A identidade das duas mulheres foi confirmada pelo Hotel Emiliano, o proprietário do avião, nesta sexta-feira.
Equipes já tinham recuperado os corpos de Teori, do empresário e de uma das mulheres. Eles chegaram no início desta madrugada ao Instituto Médico Legal (IML) de Angra dos Reis para perícia. As duas últimas vítimas foram levadas para um centro de apoio montado em uma marina às margens da rodovia Rio-Santos. Depois, também serão encaminhadas ao IML.
Homens da Marinha, Aeronáutica e Bombeiros trabalharam nas buscas dos corpos. Os militares realizaram uma operação para estabilizar a aeronave, que tinha parte submersa. Ainda nesta sexta, a operação deve fazer o içamento da aeronave. Não chove nesta manhã em Paraty, mas o tempo permanece nublado.
O acidente
O avião prefixo PR-SOM era um modelo Hawker Beechcraft King Air C90 e pertencia ao grupo Emiliano Empreendimentos. De pequeno porte, tinha capacidade para oito pessoas.
O avião prefixo PR-SOM era um modelo Hawker Beechcraft King Air C90 e pertencia ao grupo Emiliano Empreendimentos. De pequeno porte, tinha capacidade para oito pessoas.
Segundo a Infraero, a aeronave decolou às 13h01 do Campo de Marte, em São Paulo, com destino a Paraty, e caiu próximo à Ilha Rasa, a 2 km de distância da cabeceira da pista do aeroporto da cidade fluminense. O acidente ocorreu por volta das 13h45.
Ainda não está totalmente claro o que ocorreu. Chovia bastante no momento do queda, segundo imagens de radar. O mau tempo é um fator que pode comprometer a aproximação do aeroporto de Paraty, em que as aterrissagens só podem acontecer em condição visual.
Testemunhas disseram que não houve explosão. Uma delas afirmou ter visto o avião voando baixo ao fazer uma curva e batendo uma das asas no mar.
O piloto Osmar Rodrigues, de 56 anos, era conhecido por ser "muito cuidadoso" e chegou a dar palestra para outros pilotos sobre como fazer a rota São Paulo-Paraty, segundo informações do Bom Dia Brasil.
Sem aval da FAB, carta não oficial orienta pilotos a pousar em Paraty
Procedimento não tem aval da FAB, a quem cabe legislar sobre o tema. Com GPS, pilotos informalmente demarcam pontos para aeronave pousar.
Ricardo Gallo Do G1, Em São Paulo
Uma carta não oficial orienta pilotos a fazer a aproximação para pousar no aeroporto de Paraty --sem aval da Força Aérea Brasileira (FAB), a quem cabe normatizar o assunto.
A carta circula entre pilotos. Não está claro se o comandante do King Air que caiu com o ministro Teori Zavascki executou esse procedimento. O assunto está sob investigação do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão da FAB que apura acidentes aéreos.
Chamada informalmente de "carta mandrake", ou "carta macete" e comum em aeroportos que operam só em condições visuais, a carta demarca por meio de GPS pontos virtuais no espaço aéreo, em determinadas coordenadas, para guiar os pilotos que seguem para aterrissar em Paraty. O desenho se assemelha a uma carta oficial.
O que se sabe e o que falta saber com o acidente com o avião de Teori
Mas o aeroporto de Paraty não tem nenhuma carta homologada pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea). A aproximação deve se dar visualmente --significa que o piloto deve enxergar a pista a 5 km de distância e ter teto (visibilidade vertical) de 450 metros.
"Dentro do território nacional os pilotos seguem as cartas homologadas pelo Decea. Se o piloto, em determinado local que opera em condições visuais, faz um procedimento que não está previsto, a responsabilidade não é da Aeronáutica --é do piloto", informou a Aeronáutica. A fiscalização, segundo a FAB, cabe à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
O uso das chamadas "cartas não homologadas" chegou a ser mencionada em uma investigação do Cenipa concluída em 2013. Na ocasião, um helicóptero decolou de um heliponto em Paraty --em local diferente do aeroporto-- com dois pilotos e depois bateu na água. Nesse caso, a carta era usada em aproximações noturnas ou com baixa visibilidade.
"Tal procedimento era amplamente divulgado na comunidade aeronáutica na região de São Paulo, pois a fiscalização deste tipo de operação por parte da Autoridade de Aviação Civil era restrita, propiciando tal prática na operação", diz trecho de relatório final do Cenipa.
Risco
Ao elaborar uma carta, equipes de inspeção da FAB verificam a altitude e velocidade específicas que os aviões devem ter antes de pousar e estabelecem os parâmetros de aproximação mais precisos para cada aeroporto. Além disso, testam a execução em aeronaves. Em "cartas mandrake" feitas por GPS não há essa garantia.
O G1 conversou com pilotos que disseram ser comum o uso de cartas do tipo especialmente em aeroportos que operam apenas visualmente, como era o caso de Paraty, justamente em razão da ausência de procedimentos homologados.
A elaboração de cartas de aproximação leva em conta, entre outros fatores, o movimento de aeronaves em determinado aeroporto, disse a Aeronáutica.
Equipe do RJTV flagra avião com dificuldades para pousar em Paraty
Com ajuda do helicóptero, aeronave conseguiu pousar em aeroporto de Ilha Rasa. Helicóptero refez o trajeto de avião que se acidentou.
Por G1 Rio
A equipe do RJTV flagrou um avião com muitas dificuldades para pousar na pista do aeroporto de Ilha Rasa, em Paraty, por volta da mesma hora da queda do avião no mar que matou cinco pessoas, incluindo o ministro do Supremo Tribunal Federal e relator da Operação Lava-Jato, Teori Zavascki.
O comandante do helicóptero da TV Globo conseguiu ajudar o piloto do avião. Em seguida, o RJTV tentou fazer o mesmo trajeto do avião que se acidentou nesta quinta-feira (19). A mudança abrupta de tempo dificultou.
"Eu saí do campo de Marte, e vim trazer colegas do dono do avião que se acidentou. Eu tive o auxílio do helicóptero, e me ajudou no sentido de orientação para chegar à pista de pouso", disse o piloto do avião, Marcos Camarote.
Entre 13h e 14h, foram registrados 30 raios em Paraty, que indicam nuvens de tempestade, que são constantes em Paraty. A umidade do ar é elevada pela geografia do local, já que a Serra do Mar contribui para que as nuvens sejam mais carregadas e a visibilidade diminua para os pilotos.
"A maior dificuldade é o relevo, e os dois tem somente aproximação visual e sem nenhum tipo de tecnologia para você consultar. Os próprios pilotos que se comunicam", explicou o piloto do helicóptero que levava a equipe de reportagem.
Forças Armadas começam a reforçar segurança em Natal
Sumaia Villela
Militares das Forças Armadas começam hoje (20) a reforçar o policiamento na região metropolitana de Natal, que vive um clima de insegurança por causa do confronto entre facções criminosas que já dura uma semana na Penitenciária de Alcaçuz. Dos 1.846 militares enviados ao Rio Grande do Norte para o reforço, 650 já vão para as ruas nesta sexta-feira e os demais começam a atuar até domingo (22).
De acordo com o ministro da Defesa, Raul Jungmann, por enquanto, os militares não vão trabalhar na segurança dos presídios, como ficou acertado entre governadores e o presidente Michel Temer após a deflagração da crise prisional pelo país. Essa etapa só será colocada em prática depois que o estado retomar o controle da Penitenciária de Alcaçuz. “Os órgãos de inteligência precisam nos dar a garantia que não existe risco de acirrar os ânimos e isso resultar em confrontos. Reitero que as Forças Armadas não vão reprimir facções, remanejar presos. Vão fazer a vistoria, a limpeza das unidades prisionais.”
A vigilância da região de Alcaçuz será feita pela Polícia Militar, que, com a chegada das Forças Armadas, poderá se concentrar na segurança e controle do sistema carcerário. Além disso, segundo o ministro, o Rio Grande do Norte precisa se comprometer a impedir a entrada de armas, celulares e drogas nos presídios.
Perguntado sobre o momento da chegada do reforço no Rio Grande Norte, depois de uma semana de conflitos sangrentos em Alcaçuz, Jungmann disse que o pedido de ajuda federal só foi feito pelo governador Robinson Faria recentemente.
Ônibus podem voltar a circular neste sábado
Os militares também irão atuar na segurança dos ônibus em Natal. O serviço de transporte coletivo está suspenso pelo segundo dia seguido por causa de ataques a veículos depois da transferência de 220 presos da facção Sindicato do Crime do RN de Alcaçuz para outra unidade prisional.
Os militares também irão atuar na segurança dos ônibus em Natal. O serviço de transporte coletivo está suspenso pelo segundo dia seguido por causa de ataques a veículos depois da transferência de 220 presos da facção Sindicato do Crime do RN de Alcaçuz para outra unidade prisional.
O governo estadual tentou negociar com Sindicato das Empresas de Transporte Urbano o retorno do serviço de ônibus ainda hoje, mas entidade decidiu que a retomada só será feita se houver garantias mínimas de segurança, como escolta de veículos.
"Sabotagem não pode ser descartada, mas a probabilidade é muito baixa"
Gustavo Cunha Mello, analista de gerenciamento de risco, avalia as circunstâncias da queda da aeronave que matou o ministro do STF Teori Zavascki
María Martín Rio De Janeiro
O acidente de avião que tirou a vida do ministro do STF, Teori Zavascki, e mais quatro pessoas em Paraty, a 250 quilômetros do Rio de Janeiro, desatou todo tipo de especulações sobre sua causas. A aeronave estava em ordem, e o piloto era muito experiente, mas as condições meteorológicas no momento da queda eram complicadas: chovia e havia pouca visibilidade. Testemunhas viram a aeronave fazer uma curva muito acentuada perto da pista de aterrissagem, enquanto outros acreditaram ver fumaça. Gustavo Cunha Mello (Rio de Janeiro, 1968), economista com MBA em gerenciamento de riscos e que focou parte da sua carreira na análise de acidentes aéreos que aconteceram por todo o Brasil, avalia as informações que se sabem até agora sobre o acidente. Mello, que pericia os aviões acidentados para as seguradoras, não acredita na possibilidade de sabotagem, mas alerta que ela, tampouco, pode ser descartada.
Pergunta. Com os detalhes conhecidos até agora sobre a queda qual é sua impressão sobre o acidente? Fala-se em sabotagem.
Resposta. No momento atual da investigação precisamos aguardar para descartar hipóteses. As historias da conspiração são sedutoras em acidentes como este, é natural que existam essas teorias, sobretudo quando se trata de uma pessoa como o ministro responsável por uma investigação tão importante para o Brasil. Essa teoria não pode ser descartada, mas a probabilidade é muito baixa.
P. Por que?
R. Primeiro porque o aeroporto de Campo de Marte, de onde partiu o avião, é muito seguro. Segundo porque Aeronáutica do Brasil é muito séria e competente. Qualquer intervenção na aeronave é rastreável, pode se saber quem alterou ou colocou qualquer parafuso do avião. Se a investigação descobrir uma sabotagem seria fácil identificar quando e por quem foi feita. É improvável que isso aconteça.
P. O que você acha que aconteceu antes da queda?
R. O avião era super seguro e moderno, porém o aeroporto de Paraty não é. É um aeroporto de cidade pequena, de cidade de veraneio, que as pessoas usam para as sua férias, não é de grande utilização. O aeroporto não tem estrutura de radar e de antenas para voos de aviões com instrumentos como era o caso. O piloto, então, foi obrigado repentinamente a abortar a aterrissagem no aeroporto pela falta de visibilidade e procurar um aeroporto alternativo. O piloto não tinha copiloto, uma figura não obrigatória em voos privados, mas sim recomendável. Nessas circunstâncias meteorológicas o piloto, que era muito experiente, teve uma sobrecarga de trabalho incrível.
P. O que lhe sugerem os relatos das testemunhas do acidente?
R. Houve uma série de relatos de testemunhas dizendo que o avião fez uma curva muito acentuada. Se você olha as imagens divulgadas da aeronave a ponta da asa está retorcida, o que sugere que ela pode ter tocado o mar quando fez a curva e ter pilonado, termo usado na aeronáutica para capotagem. Outra hipótese é que com uma curva muita acentuada a aeronave possa ter estolado, que é quando o avião perde sustentação, a velocidade dele não sustenta o peso e ele cai como uma pedra.
P. Há testemunhas que dizem ter visto fumaça.
R. Para um leigo a fumaça pode ser facilmente confundida com o arrasto da asa numa nuvem de chuva. Ainda que tivesse fumaça no motor ele tem outro motor que poderia funcionar perfeitamente. Não acho que tenha sido o caso, acredito que foi mais uma ilusão visual da testemunha.
P. A região do acidente já foi conhecida como o “Triângulo das Bermudas”. Se é tão óbvio que é uma zona perigosa e que os aeroportos não são apropriados, porque continuam acontecendo tantos acidentes ali?
R. A região é perigosa porque o tempo fecha rapidamente, tem montanhas, e chuvas muito fortes principalmente no verão. Como tem praias lindíssimas, há uma demanda muito alta e tem um tráfego aéreo muito intenso. O problema é que a Aeronáutica faz o trabalho de treinar e advertir, mas eventualmente os acidentes continuam acontecendo.
FAB comemora 76 anos nesta sexta (20)
Força Aérea tem a responsabilidade de atuar em áreas vitais para o País, como segurança, transporte de vítimas e órgãos para transplantes
A Força Aérea Brasileira (FAB) completa 76 anos nesta sexta-feira (20). Desde o início das atividades, em 1941, com a criação do Ministério da Aeronáutica, a FAB tem a responsabilidade de atuar em áreas vitais para o País, como segurança, transporte de vítimas e, recentemente, passou a atuar também no transporte de órgãos para transplantes no País.
Logo após a sua criação, a FAB necessitava de pessoal qualificado e, já em 1941, foram criadas a Escola de Aeronáutica e a Escola de Especialistas de Aeronáutica, a partir da Escola de Aviação Militar e da Escola de Aviação Naval, até então pertencentes ao Exército e à Marinha, respectivamente.
O ministro Salgado Filho, primeiro ministro do Ministério da Aeronáutica, dividiu o território nacional em Zonas Aéreas e, em 22 de maio de 1941, criou a Força Aérea Brasileira, o braço armado do Ministério da Aeronáutica.
Na Segunda Guerra Mundial o litoral brasileiro sofria com as ameaças de embarcações inimigas. Em 18 de dezembro de 1943, seria criado o Primeiro Grupo de Aviação de Caça, unidade de combate enviada para a Itália.
Nas décadas seguintes, a Aeronáutica ampliou a atuação em áreas como a defesa da soberania do espaço aéreo brasileiro, o controle de tráfego aéreo, o fomento à indústria nacional, as missões de busca e salvamento em uma área de mais de 22 milhões de quilômetros quadrados sobre o Brasil e águas internacionais, o projeto espacial, a ciência e tecnologia, a investigação e prevenção de acidentes aeronáuticos, e a integração nacional por meio da construção de pistas de pouso e dos voos de aeronaves de transporte.
Confira mais detalhes sobre a trajetória da FAB em uma página especial de multimídia.
Em 1999, o Ministério da Aeronáutica foi transformado em Comando da Aeronáutica.
Transporte de órgãos
No ano passado, o decreto nº 8.783, assinado pelo presidente da República, Michel Temer, determina que uma aeronave estivesse sempre à disposição na capital federal para realizar o transporte de órgãos para transplante.
Entre junho e dezembro de 2016, a FAB transportou 190 órgãos em 130 missões, um total de aproximadamente 550 horas de voo.
Fonte: Portal Brasil, com informações da FAB
PORTAL BRASIL DE FATO (SP)
Aeronáutica quer privatizar gestão da rede de telecomunicações
Para professor da Unesp, Parceria Público-Privada pode ter implicações para a soberania nacional e proteção de dados
Rute Pina
A Aeronáutica demonstrou interesse em terceirizar a gestão da rede de telecomunicações usada para a defesa, vigilância e controle do tráfego aéreo ainda este ano. O sistema deverá ser administrado por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP) com um contrato mínimo de 25 anos.
No dia 11 de janeiro, a Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (Ciscea) promoveu uma audiência pública no Rio de Janeiro (RJ) para manifestar disposição em estruturar a PPP. Segundo a gerente do projeto, a economista Denise Vale, o projeto tem sido considerado prioritário pelo Governo Federal. No evento, compareceram 17 empresas, entre elas o grupo mexicano Claro/Embratel e a americana Harris.
Processo
A Aeronáutica deve abrir uma consulta pública para que as companhias privadas interessadas apresentem questionamentos e sugestões e submetê-la ao aval do Tribunal de Contas da União (TCU) ainda este mês. O edital deve ser lançado até junho e não incluirá o controle do tráfego aéreo, que abrange voos comerciais e atividades de defesa.
A Aeronáutica deve abrir uma consulta pública para que as companhias privadas interessadas apresentem questionamentos e sugestões e submetê-la ao aval do Tribunal de Contas da União (TCU) ainda este mês. O edital deve ser lançado até junho e não incluirá o controle do tráfego aéreo, que abrange voos comerciais e atividades de defesa.
A Ciscea pretende seguir projetos como o da Organização Europeia para a Segurança da Navegação Aérea (Eurocontrol) e o da Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA). O objetivo é atingir maior eficiência na gestão, reduzir economizar custos e agilizar os contratos. A centralização da rede de comunicações em uma empresa, no entanto, gera preocupação com a proteção dos dados e a segurança nacional.
O valor do projeto de PPP é avaliado em R$ 4,3 bilhões, sendo R$ 1,55 bilhão em investimentos, e o restante em custos operacionais e manutenção. Atualmente, a Aeronáutica tem 68 diferentes contratos de serviço de telecomunicações entre oito órgãos.
A FAB informou ainda que haverá mecanismos criptográficos fim-a-fim para garantir a integridade e a confidencialidade dos dados, transmitidos nas aplicações de uso exclusivamente militar.
Preocupação
Héctor Luis Saint-Pierre, professor do Grupo de Estudos de Defesa e Segurança Internacional e diretor do Instituto de Políticas Públicas e Relações Internacionais (IPPRI) da Unesp, acredita que a terceirização "abre um pouco mais as portas" para as empresas privadas.
Héctor Luis Saint-Pierre, professor do Grupo de Estudos de Defesa e Segurança Internacional e diretor do Instituto de Políticas Públicas e Relações Internacionais (IPPRI) da Unesp, acredita que a terceirização "abre um pouco mais as portas" para as empresas privadas.
O professor se preocupa com possíveis vazamentos de informações. Segundo ele, a parceria com as empresas no atual modelo brasileiro de organização do espaço aéreo, de "promiscuidade" entre o espaço comercial e militar, implicar em prejuízos para a soberania nacional. Hoje, a FAB é a responsável por controlar as duas dimensões do espaço.
"Uma privatização dos meios de comunicação com o modelo atual é entregar onde passa toda a informação do controle aéreo que, no caso comercial é necessariamente aberto, porque todos precisam saber sobre as aeronaves e que situação estão. Mas, no caso militar, é necessariamente sigiloso", disse.
A assessoria de imprensa da Aeronáutica afirmou que "nada muda" na soberania nacional e proteção de dados caso das redes de telecomunicações. Por e-mail, a FAB afirmou que o serviço nunca foi propriedade exclusiva do Comando da Aeronáutica, já que, atualmente, são utilizados serviços contratados de provedores com participação de capital estrangeiro, como a Embratel/Claro, Oi, Star One.
"As especificações técnicas que comporão o edital contemplarão o estabelecimento, por parte do parceiro privado, do Centro de Gerenciamento de Redes, além de um centro específico para gerenciamento da segurança da informação, onde haverá profissionais dedicados, 24 horas por dia, ao monitoramento monitoração de incidentes de quebra de segurança da informação, tais como tentativas de invasão, malware, vírus e demais ameaças cibernéticas. Tudo isso com a participação de representantes da FAB, no papel de supervisão e fiscalização", diz trecho da nota enviada ao Brasil de Fato.
Edição: Camila Rodrigues da Silva
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