NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 08/12/2016 / Estudo defasado vai afetar leilão de aeroportos
Estudo defasado vai afetar leilão de aeroportos ...
Victória Mantoan / Fernanda Pires ...
O leilão dos aeroportos de Salvador, Fortaleza, Florianópolis e Porto Alegre, previstos para março de 2017, deve ter o nível de atratividade impactado pela piora do ambiente econômico em relação ao cenário em que foram realizados os estudos de viabilidade aprovados pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que datam de dezembro de 2015.
Empresários reclamam que a outorga mínima fixada repete ao menos um erro das rodadas anteriores: levar em conta cenário otimista que não deve se realizar. Os estudos que deram base à estruturação do edital davam previsões de tráfego para 2016 que dificilmente vão se concretizar e consideram um patamar para 2017 sobre o qual há considerável ceticismo.
Num cenário atual de queda na demanda de tráfego nos aeroportos até outubro, a perspectiva dos estudos é de que a curva de crescimento do volume de passageiros oscile de 2,6% em Porto Alegre a 4,9% em Salvador na média anual de 2017 a 2046, o que exigiria um ponto de inflexão no PIB previsto.
Para se ter uma ideia, as premissas macroeconômicas para os aeroportos de Fortaleza e Salvador incluíam previsão de crescimento de 0,2% do PIB em 2016 e de 1,7% no ano seguinte. O relatório Focus, do Banco Central, aponta para uma queda de 3,43% neste ano e um crescimento de apenas 0,8% em 2017. O tráfego do setor aeroportuário tem grande aderência ao comportamento do PIB.
"Ainda que o tráfego estimado estivesse certo, a curva de crescimento é pré-crise", afirma uma fonte, para quem o governo, depois de tanto tempo refinando os estudos, não mudou o ponto nevrálgico. "Adaptaram dentro do limite do que podiam fazer. Sondaram muito mais o apetite do mercado [para lançar os editais agora] do que adaptaram os números à realidade", afirma uma fonte.
A avaliação é de que a redução de outorga que aconteceu entre a divulgação inicial e a publicação do edital, na casa de R$ 1 bilhão, não contemplou essa questão, uma vez que aconteceu para compensar principalmente o pagamento que as concessionárias terão de fazer para custos de adequação de pessoal da Infraero, e a alocação do risco de desapropriação.
"Por isso a avaliação de que os preços estão altos, porque estão baseados em uma estimativa de demanda que provavelmente não vai se concretizar", disse Bruno Werneck, sócio da área de infraestrutura do Mattos Filho.
Empresas e assessores não chegam a achar que isso inviabilizará a realização do leilão, mas acredita-se que os ágios devem ser menores que o potencial.
Nesse momento, os interessados estão debruçados sobre os editais que foram publicados na semana passada para saber qual lance podem dar considerando suas próprias previsões de demanda e, portanto, de curva de tráfego e possíveis otimizações de custos.
Nesse momento, os interessados estão debruçados sobre os editais que foram publicados na semana passada para saber qual lance podem dar considerando suas próprias previsões de demanda e, portanto, de curva de tráfego e possíveis otimizações de custos.
Renato Sucupira, sócio da BF Capital, uma das empresas que fez os estudos para Porto Alegre e Florianópolis, admite que o cenário base então era melhor.
Ele concorda que o ideal seria ter atualizado os estudos para o lançamento do edital, mas pondera que isso atrasaria bastante o processo. Apesar do potencial de ágio menor, a avaliação preliminar da BF Capital é de que os ativos permanecem atrativos.
Ele concorda que o ideal seria ter atualizado os estudos para o lançamento do edital, mas pondera que isso atrasaria bastante o processo. Apesar do potencial de ágio menor, a avaliação preliminar da BF Capital é de que os ativos permanecem atrativos.
Essa defasagem pode fazer com que empresas comprometidas em dar "lances responsáveis" não possam elevar a oferta muito acima do preço mínimo fixado, que totaliza R$ 3,01 bilhões para Porto Alegre, Florianópolis, Salvador e Recife.
Soma-se a essa divergência na largada a incerteza quanto ao tempo da recuperação da economia e ao cenário político. "Se o Temer cair, nem leilão teremos", disse, sob condição de anonimato, uma fonte. O risco é de que a turbulência política e sucessivas revisões para baixo de estimativa de desempenho da economia brasileira deixem a distância entre projeção de tráfego e realidade ainda maior em março de 2017.
"Aeroporto tem muita atratividade, é um setor muito bem visto pelos "players" de infraestrutura. Agora, acho que dado o cenário do Brasil, todas essas incertezas políticas, as delações da Lava-Jato, geram uma instabilidade grande.
Não vai ser uma corrida ao ouro. Creio que vai ter muita decisão sendo tomada na véspera", diz um interessado.
Não vai ser uma corrida ao ouro. Creio que vai ter muita decisão sendo tomada na véspera", diz um interessado.
Para Daniel Uzueli, diretor da Astris Finance, butique internacional de assessoria a investidores em infraestrutura, a falta de criação de mecanismos de proteção cambial ou indexador cambial para investidores estrangeiros é outro ponto que vai pesar contra a atração de grupos de fora. "O governo não endereçou essa questão e isso deve desestimular a vinda de estrangeiros."
Ainda assim, as empresas seguem avaliando. "Estamos olhando, temos interesse e queremos fechar ainda neste ano um consórcio", afirma Bruno Sena, presidente da Barbosa Mello Participações e Investimentos. O grupo mantém três conversas paralelas para, "se for viável", diz, ir às compras. Neste caso, há dois modelos para ir ao leilão: com um grande parceiro operador ou com grande parceiro operador mais um fundo. A CCR, que também já declarou interesse nos aeroportos, disse, por meio de nota, que "está interessada e estudando os editais".
Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.
Governo altera PEC para militares poderem acumular benefícios
Laís Alegretti, Ranier Bragon
O governo do presidente Michel Temer alterou a proposta de reforma da Previdência apresentada nesta terça-feira (6) para agradar militares e permitir que eles acumulem aposentadorias e pensões. O Palácio do Planalto também retirou policiais militares e bombeiros das mudanças nas regras previdenciárias.
O texto da proposta de emenda à Constituição (PEC) protocolado na Câmara dos Deputados pelo Palácio do Planalto é diferente do material divulgado à imprensa na terça-feira.
Apesar de as Forças Armadas não terem suas regras de Previdência alteradas pela PEC, o texto original proibia o acúmulo de aposentadorias e pensões por morte referentes ao INSS, aos regimes de servidores da União, Estados e municípios e também ao regime dos militares, policiais militares e bombeiros.
Depois de pressão dos ministros Raul Jungmann (Defesa) e Sergio Westphalen Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional), o Palácio do Planalto alterou a PEC, segundo apurou a Folha. Na versão mais recente, disponível no site da Câmara, militares, bombeiros e policiais militares estão fora da regra de acúmulo de benefícios.
Além disso, foi retirado um parágrafo inteiro do texto para deixar policiais militares e bombeiros fora das novas regras de acesso à aposentadoria. Agora, caberá a deputados e senadores uma eventual inclusão de PM e bombeiros na proposta.
A inclusão desses profissionais na PEC era um pedido de governadores, já que os benefícios pagos a eles são dos regimes de Previdência estaduais e pressionam as contas dos Estados.
Em relação às Forças Armadas, o Planalto diz que o assunto será tratado posteriormente, em outra proposta.
OUTRO LADO
Procurada pela Folha, a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto respondeu, em nome do ministro Eliseu Padilha (Casa Civil), que "sempre foi dito que os militares ficariam fora desta reforma".
"Eles serão tratados em outro projeto dadas as características de suas atividades, pelo fato de constitucionalmente não se enquadrarem como servidores públicos. Como eles não integravam o sistema, apenas foi corrigido o equívoco contido na versão anterior", informa a nota.
BOI E BOIADA
Apesar de a indicação oficial ocorrer após a instalação da comissão especial que vai analisar a PEC, os líderes da Câmara já fizeram acordo para que o relator do texto seja o deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA) e a presidência seja ocupada pelo deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ).
Oliveira Maia não confirma ser o relator, mas defende que o escolhido distribua subrelatorias para deputados do governo e da oposição. O relator terá de ter, segundo ele, "temperança, serenidade, equilíbrio e sensatez" e só poderá falar de mérito da proposta depois de reunir a comissão, definir plano de trabalho e ouvir as diversas correntes.
Embora tenha evitado comentar o mérito, Oliveira Maia diz considerar como excepcional a reforma ser para todos, "do presidente da República ao gari". Lembrado por jornalistas, reconheceu a exclusão dos militares e ressaltou: " A lei não pode dar abertura para exceções. Se passar boi, passa boiada."
"THE FLASH"
Antes de ir para a comissão especial, no entanto, o texto precisa ser aprovado na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara, que trata apenas de questões jurídicas, não do mérito da proposta.
Indicado relator da Reforma da Previdência na CCJ, o deputado Alceu Moreira (PMDB-RS) afirmou na manhã desta quarta-feira (7) que já concluiu parecer favorável à proposta do governo de Michel Temer. "Sou o "The Flash", brincou o deputado, se referindo ao superveloz personagem de histórias em quadrinhos.
Moreira afirmou que teve acesso a uma versão preliminar do texto antes de ele ter sido enviado oficialmente por Temer ao Congresso. Sem dar muitos detalhes, o deputado disse que essa versão lhe foi entregue pelo gabinete da Liderança do PMDB na Câmara.
Moreira afirmou que seu parecer é pela "admissibilidade" da proposta e que não se preocupa com críticas sobre a rapidez de sua análise. "A avaliação aqui é só da admissibilidade, não conclui nada, não é definitivo em nada."
A expectativa de governistas é aprovar a reforma na CCJ até a próxima semana. O passo seguinte é a instalação de uma comissão especial, responsável pela análise do mérito da proposta. Essa comissão tem prazo de funcionamento de 11 a 40 sessões.
O objetivo do governo é aprovar a proposta na comissão em abril.
Funcionários da LaMia, empresa em que voava a Chapecoense, são presos
Raul Arboleda/afp
O gerente geral da companhia aérea LaMia, Gustavo Vargas, cuja aeronave caiu na Colômbia matando 71 pessoas, entre as quais a delegação da Chapecoense e vários jornalistas brasileiros, foi preso nesta terça (6) junto com outros dois funcionários da empresa, uma secretária e um mecânico, informou o Ministério Público de Santa Cruz.
Vargas foi transferido aos escritórios do Ministério Público Departamental (estadual) de Santa Cruz (leste), onde fica a sede da empresa.
O promotor Iván Quintanilla, membro da comissão que investiga a LaMia, já tinha antecipado mais cedo que emitiu ordem de prisão contra os envolvidos no caso.
"Com fins investigativos, foram presos (além de Vargas) a secretária e o mecânico da empresa. Se há elementos e indícios que podem ser relacionados dentro do presente caso, o Ministério Público aplicará o Código Penal, se não, será ordenada a cessação da detenção", explicou Quintanilla à imprensa, detalhou em seu site o jornal "Los Tiempos".
Nesta terça (6), a Direção Geral de Aeronáutica Civil (DGAC) retirou documentos dos escritórios da LaMia, que estão sob intervenção das autoridades.
A LaMia é investigada por suposta responsabilidade no acidente do avião que caiu em Medellín com 77 pessoas a bordo e deixou 71 mortos e seis sobreviventes.
O próprio Vargas tinha admitido dias antes ao jornal Página Siete que a aeronave, um BA-146 modelo RJ85, deveria ter sido reabastecida na cidade boliviana de Cobija, no extremo norte do país, para prosseguir viagem até a Colômbia.
A Bolívia encontrou indícios de irregularidades no funcionamento e nas operações da LaMia, segundo o ministro de Obras Públicas e Serviços, Milton Claros. Como primeira medida destituiu altos funcionários aeronáuticos.
Uma das principais hipóteses é que a aeronave caiu porque ficou sem combustível antes de chegar ao aeroporto de Rionegro, que atende a Medellín, destino do voo.
A funcionária que aprovou o plano de voo, apesar de supostamente ter observado problemas na quantidade de combustível, pediu refúgio no Brasil.
Previdência de militares virá como lei complementar em 2017, diz ministro
Tânia Monteiro E Carla Araújo
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou nesta quarta-feira, 7, que os militares participarão da Reforma da Previdência "em um segundo momento" por meio de uma Lei Complementar que será enviada ao Congresso provavelmente no início do ano que vem. Ele rechaçou as informações de que os militares são "algozes" do déficit de Previdência.
"Os militares não estão fora da Reforma. Os militares não estão nessa etapa, porque eles não necessitam de uma PEC. Isso pode ser feito através de lei complementar, o que será feito. E deverá acontecer, possivelmente, no início de 2017", afirmou, após participar de cerimônia no Palácio do Planalto. "Não se trata de evitar qualquer tipo de critica e muito menos com isso dizer que os militares não estão dispostos a contribuir com a reforma. Os militares estão e vão", comentou.
Jungmann disse que ninguém pode se negar a contribuir para a reforma e que os militares entendem que ela é importante para o Brasil. "Os militares estão efetivamente prontos para dar a sua contribuição de acordo com as suas singularidades, de acordo com as suas especificidades", destacou.
O ministro afirmou também que não há nenhum privilégio para a categoria pelo fato de eles entrarem apenas em um segundo momento. "Privilégio teria se os militares ficassem fora, mas não vão ficar. O presidente já disse isso e eu estou reafirmando", completou.
Segundo o ministro, está havendo equívocos ao colocarem os militares como vilões do déficit da Previdência Social. "Na verdade, os militares não contribuem como está sendo dito aí com R$ 34 bilhões e com 45% do déficit. O déficit real que os militares contribuem é de R$ 13 bilhões", afirmou, destacando que a pasta vai apresentar esses dados de forma detalhada para comprovar o engano.
"Os militares já deram contribuição em 2001, vão dar nova contribuição e não são, de forma nenhuma, os algozes desse déficit que temos ai e que de fato nós reconhecemos que precisa ser equacionado", reforçou. "Os militares têm uma contribuição decrescente, desde 2001, relativamente ao PIB, em termos de Previdência", afirmou.
O ministro destacou ainda que a categoria já passou por uma "grande reforma" em 2001 e, desde então, os benefícios para as filhas dos militares - questão que gera críticas da sociedade - já estão excluídos. "As filhas dos militares estão excluídas desde 2001, o que resta é pagamento, porque a lei não poderia retroagir, daquelas que ainda estão vivas", afirmou.
Jungmann explicou que o equívoco em relação à contribuição do déficit se dá porque na contabilidade da União está somado outras categorias, soldos e aposentadorias, o que "leva maximização da contribuição dos militares". "Hoje temos discussão com a própria secretaria da previdência, para que no balanço da União sejam separadas as categorias que hoje estão juntas e geram esse tipo de compreensão", afirmou.
Policiais militares e bombeiros são retirados da PEC da Previdência
Secretário de Previdência do governo disse, na terça-feira, que esses servidores seguiriam regras próximas às dos civis, com o período de transição sendo determinado pelos Estados; na versão do projeto enviado à Câmara, porém, eles ficaram de fora
Alexa Salomão O Estado De S.paulo
Menos de 24 horas após a apresentação da Proposta de Emenda Constitucional 287, a PEC da Previdência, um dos artigos que constava da proposta original simplesmente desapareceu. Trata-se do artigo 42, que previa diretrizes para a previdência de militares nos Estados, Distrito Federal e territórios – em outras palavras, de policiais militares e bombeiros. Por meio dele, ficava previsto que as regras previdenciárias de ambas as categoria deveriam se aproximar das regras dos civis, mas caberia aos governos estaduais estabelecer a transição.
O secretário de Previdência, Marcelo Caetano, chegou a tratar do tema durante a apresentação da reforma na segunda-feira, destacando que “policiais militares e bombeiros seguirão as mesmas regras, mas o período de transição para as novas exigências deveria ser determinado por cada Estado”. Caetano ainda explicou que as regras de aposentadoria dessas categorias, atualmente, são definidas por meio de leis estaduais. “Não tem como na PEC estabelecer uma regra igual para todo mundo”, afirmou o secretário durante a apresentação.
O artigo 42 constava da versão distribuída na manhã de terça-feira, durante a apresentação da PEC. A versão chegou a ser postada no Portal da Câmara Nacional, na área dedicada a apresentar as matérias em tramitação. Nesta quarta-feira, 7, porém, já constava do site a outra versão, sem o artigo 42.
Equívoco. O Palácio do Planalto tratou a retirada do artigo como a correção de um “equívoco”. Em nota, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que sempre foi dito que os “militares” ficariam de fora da reforma. “Como eles não integravam o sistema, apenas foi corrigido o equívoco contido na versão anterior.” A correção foi publicada, sem alarde, no Diário Oficial da União desta quarta-feira.
Segundo o Estado apurou, a decisão de alterar esse item da PEC foi política. O Ministério da Defesa e representantes das PMs nos Estados pressionaram o Palácio do Planalto e a Casa Civil para que a mudança fosse feita.
Em nível federal, todos os integrantes das Forças Armadas já estão fora da reforma enquadrada na PEC. Ficou definido que a mudança na previdência dos militares será tratada mais à frente, em outra lei, “respeitando as peculiaridades da carreira”. A PM e os bombeiros são extensões dos militares nos Estados e não entenderam porquê deveriam ter tratamento diferenciado dos colegas.
Acúmulo de benefícios. Com o mesmo argumento de que todas as regras dos militares serão tratadas posteriormente em um projeto de lei, o governo excluiu Forças Armadas, policiais militares e bombeiros da proibição de acumular aposentadorias e pensões.
Para os segurados do INSS e servidores públicos, se a PEC for aprovada, não será possível acumular mais de uma pensão por morte deixada por cônjuge ou companheiro e pensão por morte com aposentadoria. Contudo, será possível optar pelo benefício mais vantajoso.
Segundo dados oficiais, em 2014, 2,4 milhões de beneficiários acumulavam aposentadoria e pensão, dos quais 70,6% estão no topo dos maiores rendimentos domiciliares per capita do País. O porcentual de pensionistas que acumulavam pensão e aposentadoria cresceu de 9,9%, em 1992, para 32,4%, em 2014. A pensão por morte é a terceira modalidade de benefício mais cara ao INSS, representando 24,2% do total das despesas no ano passado.
Choque. A retirada do artigo foi recebida com um misto de surpresa e de indignação por quem acompanha a PEC da Previdência. “Como é que começam uma reforma tão delicada, tão difícil de explicar e de ter o apoio da sociedade, fazendo essa trapalhada?”, disse Leonardo Rolim, ex-secretário de Previdência Social e consultor da Comissão Mista de Orçamento do Congresso. Na avaliação de Rolim, mais essa concessão complica as negociações de outros itens polêmicos da PEC.
Para os Estados que já estão em crise e precisam cortar os gastos com pessoal, como o Rio Grande do Sul, a decisão do governo foi vista um passo atrás: “Foi um choque ver que tinham retirado o artigo 42 de um dia para o outro: houve um retrocesso muito sério aí, passamos o dia tentando conseguir uma explicação no governo, mas até agora nada”, disse, no início da noite desta quarta-feira, José Guilherme Kliemann, secretário adjunto da Casa Civil e conselheiro da RS Prev.
Kliemann explica que a reforma da Previdência da PM é considerada uma prioridade pelos governadores porque os policiais militares têm aposentadoria especial e, em muitos Estados, estão se aposentado antes dos 50 anos. “A PM se transformou no mais importante item do déficit atuarial das previdências de grande parte dos Estado”, diz ele. Como a categoria é muito organizada e com grande poder de pressão em suas bases, os governadores viam a inclusão dela na PEC como essencial para ter uma vantagem na queda de braço que vão travar com a categoria pelas mudanças em seus regimes de Previdência.
Estudo defasado vai afetar leilão de aeroporto
Victória Mantoan E Fernanda Pires
O leilão dos aeroportos de Salvador, Fortaleza, Florianópolis e Porto Alegre, previstos para março de 2017, deve ter o nível de atratividade impactado pela piora do ambiente econômico em relação ao cenário em que foram realizados os estudos de viabilidade aprovados pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que datam de dezembro de 2015.
Empresários reclamam que a outorga mínima fixada repete ao menos um erro das rodadas anteriores: levar em conta cenário otimista que não deve se realizar. Os estudos que deram base à estruturação do edital davam previsões de tráfego para 2016 que dificilmente vão se concretizar e consideram um patamar para 2017 sobre o qual há considerável ceticismo.
Num cenário atual de queda na demanda de tráfego nos aeroportos até outubro, a perspectiva dos estudos é de que a curva de crescimento do volume de passageiros oscile de 2,6% em Porto Alegre a 4,9% em Salvador na média anual de 2017 a 2046, o que exigiria um ponto de inflexão no PIB previsto.
Para se ter uma ideia, as premissas macroeconômicas para os aeroportos de Fortaleza e Salvador incluíam previsão de crescimento de 0,2% do PIB em 2016 e de 1,7% no ano seguinte. O relatório Focus, do Banco Central, aponta para uma queda de 3,43% neste ano e um crescimento de apenas 0,8% em 2017. O tráfego do setor aeroportuário tem grande aderência ao comportamento do PIB.
"Ainda que o tráfego estimado estivesse certo, a curva de crescimento é pré-crise", afirma uma fonte, para quem o governo, depois de tanto tempo refinando os estudos, não mudou o ponto nevrálgico. "Adaptaram dentro do limite do que podiam fazer. Sondaram muito mais o apetite do mercado [para lançar os editais agora] do que adaptaram os números à realidade", afirma uma fonte.
A avaliação é de que a redução de outorga que aconteceu entre a divulgação inicial e a publicação do edital, na casa de R$ 1 bilhão, não contemplou essa questão, uma vez que aconteceu para compensar principalmente o pagamento que as concessionárias terão de fazer para custos de adequação de pessoal da Infraero, e a alocação do risco de desapropriação.
"Por isso a avaliação de que os preços estão altos, porque estão baseados em uma estimativa de demanda que provavelmente não vai se concretizar", disse Bruno Werneck, sócio da área de infraestrutura do Mattos Filho.
Empresas e assessores não chegam a achar que isso inviabilizará a realização do leilão, mas acredita-se que os ágios devem ser menores que o potencial. Nesse momento, os interessados estão debruçados sobre os editais que foram publicados na semana passada para saber qual lance podem dar considerando suas próprias previsões de demanda e, portanto, de curva de tráfego e possíveis otimizações de custos.
Renato Sucupira, sócio da BF Capital, uma das empresas que fez os estudos para Porto Alegre e Florianópolis, admite que o cenário base então era melhor. Ele concorda que o ideal seria ter atualizado os estudos para o lançamento do edital, mas pondera que isso atrasaria bastante o processo. Apesar do potencial de ágio menor, a avaliação preliminar da BF Capital é de que os ativos permanecem atrativos.
Essa defasagem pode fazer com que empresas comprometidas em dar "lances responsáveis" não possam elevar a oferta muito acima do preço mínimo fixado, que totaliza R$ 3,01 bilhões para Porto Alegre, Florianópolis, Salvador e Recife.
Soma-se a essa divergência na largada a incerteza quanto ao tempo da recuperação da economia e ao cenário político. "Se o Temer cair, nem leilão teremos", disse, sob condição de anonimato, uma fonte. O risco é de que a turbulência política e sucessivas revisões para baixo de estimativa de desempenho da economia brasileira deixem a distância entre projeção de tráfego e realidade ainda maior em março de 2017.
"Aeroporto tem muita atratividade, é um setor muito bem visto pelos "players" de infraestrutura. Agora, acho que dado o cenário do Brasil, todas essas incertezas políticas, as delações da Lava-Jato, geram uma instabilidade grande. Não vai ser uma corrida ao ouro. Creio que vai ter muita decisão sendo tomada na véspera", diz um interessado.
Para Daniel Uzueli, diretor da Astris Finance, butique internacional de assessoria a investidores em infraestrutura, a falta de criação de mecanismos de proteção cambial ou indexador cambial para investidores estrangeiros é outro ponto que vai pesar contra a atração de grupos de fora. "O governo não endereçou essa questão e isso deve desestimular a vinda de estrangeiros."
Ainda assim, as empresas seguem avaliando. "Estamos olhando, temos interesse e queremos fechar ainda neste ano um consórcio", afirma Bruno Sena, presidente da Barbosa Mello Participações e Investimentos. O grupo mantém três conversas paralelas para, "se for viável", diz, ir às compras. Neste caso, há dois modelos para ir ao leilão: com um grande parceiro operador ou com grande parceiro operador mais um fundo. A CCR, que também já declarou interesse nos aeroportos, disse, por meio de nota, que "está interessada e estudando os editais".
Ministro diz que militares não são algozes e contribuirão com reforma
Bruno Peres
BRASÍLIA - O ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse nesta quarta-feira que não há privilégio para militares, que, em um segundo momento, no próximo ano, também terão revistas as regras relacionadas à Previdência Social.
Ele voltou a contestar dados divulgados segundo os quais militares são responsáveis por quase metade do déficit da Previdência Social. Jungmann disse ter recebido informações da Secretaria Geral e da Secretaria do Orçamento que serão detalhadas oportunamente.
De acordo com o ministro, o déficit real relacionado a militares é de R$ 13 bilhões, e não de R$ 34 bilhões. "Os militares não são os algozes desse déficit que aí está", disse.
“Ninguém pode se negar a contribuir para uma reforma que em última instância é boa para o Brasil, muito menos os militares, que têm no compromisso com o Brasil seu principal elo”, afirmou. “Não acho que há algum privilégio por entrar em segundo lugar. Privilégio haveria se os militares ficassem de fora, mas não ficarão.”
"Militares virão em um segundo momento" da reforma da Previdência, diz ministro
Militares não são atingidos pelo texto da reforma apresentado pelo governo; ministro da Defesa defende lei complementar para mudanças na previdência da categoria.
Luciana Amaral
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou nesta quarta-feira (7) que alteração para regras de aposentadoria de militares "virão em um segundo momento" na reforma da Previdência.
O texto da reforma, enviado pelo governo ao Congresso nesta semana, pretende igualar regras de aposentadoria para trabalhadores dos setores público e privado. Entre as novas normas estão a idade mínima de 65 anos para a aposentadoria de homens e mulheres e o tempo mínimo de 49 anos de contribuição para receber aposentadoria integral.
A única categoria que não foi incluída no texto da reforma é a dos militares. Para Jungmann, a inclusão dos militares na reforma deverá ser feita não como uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), como foi no caso da reforma apresentado nesta semana, mas sim por meio de uma lei complementar.
“Os militares estão dentro da reforma e virão em um segundo momento. Já falei que não há necessidade de PEC, mas de uma lei complementar”, disse ao final de um evento no Palácio do Planalto que promoveu 12 oficiais-generais das Forças Armadas.
Na avaliação do ministro, deve-se levar em conta ainda que a Constituição Federal trata os militares de “forma diferente”, sem que isso gere benefícios adicionais à categoria.
“Isso não implica nenhum privilégio e nenhuma omissão em contribuir com a reforma. A contribuição será dada no início do ano e o compromisso é com o Brasil. E se o Brasil precisa desta reforma, os militares darão contribuição inquestionavelmente”, ressaltou.
Jungmann também negou que os militares sejam responsáveis por 45% do déficit da Previdência. Segundo ele, o valor correto é de R$ 13 milhões.
“Isso não é verdade. Na verdade, os militares não contribuem com R$ 34 bilhões [para o déficit]. O déficit real dos militares é de R$ 13 bilhões e isso foi dito pela Secretaria de Orçamento”, concluiu o ministro.
Manutenção está em dia e mau tempo causou queda de helicóptero, diz empresa
Segundo empresa HCS, aeronave foi cedida para intermediadora; piloto era freelancer.
G1 São Paulo
A empresa HCS Táxi Aéreo (Helicopter Charter Service do Brasil), proprietária do helicóptero Robinson 44 que caiu no domingo (4) com uma noiva a caminho do altar em São Lourenço da Serra, na Grande São Paulo, divulgou nota à imprensa nesta quarta-feira (7) afirmando que a manutenção da aeronave estava em dia creditando como uma das causas preliminares da queda a mudança de tempo após a decolagem em um hangar em Osasco.
"Até o momento não se pode ter as causas exatas deste terrível acidente, mas que tudo indica (ab initio) até o presente momento que houve uma mudança de tempo após o começo da viagem, a qual pode ter sido o fator determinante para a queda da aeronave", afirmou a empresa, proprietária do helicóptero prefixo PR-TUN.
Quando caiu, o helicóptero levava a noiva Rosemeire Nascimento Silva, o irmão dela, Silvano Nascimento da Silva, o piloto Jefferson Pinheiro e a fotógrafa Nayla Cristina Neves Lousada. O helicóptero Robinson 44 estava a caminho de uma chácara onde a festa de casamento seria realizada.
A empresa lamentou a queda da aeronave e afirmou que "a manutenção e documentação da aeronave encontram-se totalmente regular".
Só uso privado
Segundo a HCS, o helicóptero, que tinha autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) apenas para atuar no transporte aéreo privado e uso particular, e não para transporte público de pessoas como o que foi realizado, foi apenas cedido à empresa "Voenext", que fechou o contrato de fretamento com a noita para levá-la a cerimônia.
"Como a aeronave estava registrada para serviço aéreo privado, ela não poderia ser utilizada para taxi-aéreo, nem para eventos ou qualquer transporte remunerado. Entretanto, a informação de que a aeronave tenha sido utilizada para esses fins está sob apuração da Agência", disse a Anac.
A Anac informou ao G1 que a Voenext não possui registro na agência. O representante comercial da empresa Voe Next, Rodrigo Braga, explicou que a empresa é uma agência de viagens que intermediou a venda do voo e não tem responsabilidade sobre o helicóptero que caiu.
A Anac está verificando se a empresa precisaria ou não de outorga ou registro para o trabalho que realiza.
"O piloto da aeronave era freelancer da presente empresa (HCS), mas, vale salientar que, a HCS (proprietária do helicóptero) não efetuou esse voo, apenas cedeu esta aeronave para a empresa "VOENEXT", a qual efetuou o contrato com os noivos, por isso não possui informações a respeito das pessoas abordo, salvo o piloto", informaram em nota os advogados da HCS. O piloto Peterson dos Santos Pinheiro Xavier, de 34 anos, foi enterrado em Suzano e possuía licença de piloto comercial de helicóptero desde 2013, e estava com as habilitações válidas e certificado médico também em dia.
Irregularidades
A Anac apura a possível situação irregular da aeronave em táxi aéreo no momento da tragédia e, caso sejam constatadas irregularidades, haverá a aplicação de medidas de punição.
O helicóptero já tinha feito outro serviço de transporte de passageiros na manhã do dia do acidente, participando de um evento com a chegada do Papai Noel à sede social do Esporte Clube Santo André, no ABC paulista.
Falha humana e mau tempo
O delegado Albano Fernandes, que coordena todas as delegacias da Polícia Civil na Grande São Paulo, acredita que as causas da queda foram falha humana e péssimas condições de visibilidade.
Segundo o delegado, algumas testemunhas relataram que a aeronave ficou "presa" nas nuvens baixas, sem conseguir sair do lugar. A Polícia Civil espera os laudos do Instituto Médico Legal (IML), da perícia da aeronave e da Aeronáutica para concluir a investigação.
Já o major Caio Batalha, investigador do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa 4), que investiga o acidente, afirmou que as copas das árvores do local onde o helicóptero Robinson 44 caiu estão quebradas, o que indicaria que as hélices da aeronave colidiram com as árvores.
"Eu não posso afirmar que caiu por causa disso, todos os fatores contribuintes serão analisados mas a copa das árvores estão quebradas. Pode ser que as copas se quebraram como causa ou consequência da queda. Ou as hélices se bateram e caiu ou se chocou por causa da queda. Tiramos fotos e vou analisar", afirmou o oficial.
"Era muito fogo", diz testemunha sobre acidente aéreo em Manaus
Queda ocorreu na manhã desta quarta-feira (7), em Manaus. Criança está entre os mortos; um homem foi levado para hospital.
Ive Rylo E Andrezza Lifsitch Do G1 Am
Uma testemunha do acidente aéreo ocorrido na manhã desta quarta-feira (7), na Zona Centro-Sul de Manaus, foi um dos primeiros a chegar ao local do acidente no bairro da União, na manhã desta quarta-feira (7). Ele ajudou a resgatar uma das vítimas, que foi encaminhada ao Hospital Pronto-Socorro 28 de Agosto.
"Eu vi o avião cair. Uma coisa que eu não esperava acontecer. Dei tudo de mim para salvar as pessoas e consegui salvar um. Fiquei triste que não consegui salvar a criança, ela pediu ajuda de mim, mas era muito fogo. Eu não podia fazer nada", disse o autônomo Genilson de Souza Marcolino, de 38 anos.
A soldado do Corpo de Bombeiros, Camila Batista, disse que o sobrevivente estava consciente no momento em que foi localizada por populares. "Ele estava bastante responsivo", disse.
A aeronave de pequeno porte, Embraer 721D, de matrícula PT-REI, caiu em uma área de floresta. Houve explosão e cinco pessoas morreram no acidente ocorrido por volta de 8h. Entre os mortos há uma criança de 4 anos. As informações foram confirmadas pelo Corpo de Bombeiros. Ainda não se sabe as causas do acidente.
O tenente João Filho, do Corpo de Bombeiros, informou ao G1 que a aeronave era um taxi aéreo e decolou de Manaus com destino ao município de Novo Aripuanã, a 227 km da capital, por volta das 7h45. A aeronave caiu pouco depois da decolagem."O piloto foi arremessado do avião e encontrado a cerca de 10 metros do local do acidente", disse o tenente dos Bombeiros.
A Força Aérea Brasileira (FAB) informou que uma equipe de investigação do Sétimo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA VII) já está no local e começou os trabalhos de investigação. O objetivo é prevenir ocorrências semelhantes, por meio de Recomendações de Segurança.
Temer diz que "seguramente" PEC do teto de gastos será votada no dia 13 no Senado
Impasse em torno do afastamento de Renan Calheiros da presidência do Senado gerou dúvidas sobre se a proposta conseguirá ser analisada em segundo turno pelos senadores na data agendada.
Luciana Amaral G1, Brasília
O presidente da República, Michel Temer, afirmou nesta quarta-feira (7) que "seguramente" a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita os gastos públicos pelos próximos 20 anos vai ser votada em segundo turno no plenário do Senado Federal na próxima terça (13), como prevê acordo entre os líderes da Casa.
Temer deu a declaração ao ser questionado por jornalistas, ao final de um evento no Palácio do Planalto, sobre se ele acreditava que os senadores manteriam a data de votação previamente agendada. Ao confirmar que estava convencido de que cronograma seria cumprido, o presidente ainda fez um gesto de positivo com o polegar antes de entrar em um elevador.
O impasse em torno do afastamento de Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado acendeu o sinal de alerta no Palácio do Planalto.
Depois que o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou afastar Renan do comando do Senado, o núcleo próximo a Temer ficou com receio de que a mudança na chefia do Senado pudesse comprometer a votação final da PEC do teto de gastos, na medida em que o substituto do peemedebista seria o senador Jorge Viana, do PT do Acre.
Nesta terça-feira (6), Temer se reuniu com Renan e o líder do governo no Congresso, senador Romero Jucá (PMDB-RR), para tratar das votações no Legislativo.
Segundo assessores do Planalto, os dois senadores garantiram ao presidente da República que, independentemente de quem estiver à frente do Senado, o cronograma de votação do segundo turno da PEC do teto de gastos será mantido para o dia 13. A ideia dos governistas é que a proposta seja promulgada na próxima quinta (15), antes do início do recesso parlamentar.
Promoção de oficiais
Na manhã desta quarta, Michel Temer promoveu, em um evento no Palácio do Planalto, 12 oficiais-generais: 10 da Marinha, 1 do Exército e outro da Aeronáutica.
A solenidade contou também com a presença da primeira-dama Marcela Temer e dos ministros Raul Jungmann (Defesa) e Sergio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional). Também acompanharam a cerimônia os comandantes das Forças Armadas: Eduardo Villas Bôas (Exército), Eduardo Leal Ferreira (Marinha) e Nivaldo Rossato (Aeronáutica).
Durante seu discurso na solenidade, Temer disse que a dedicação com que as Forças Armadas servem ao país é referência ao estado e à própria sociedade brasileira.
“A ideia da hierarquia, liturgia, deve ser exemplo para toda a administração pública e nossa formação social”, enfatizou.
O peemedebista também ressaltou no evento a importância dos militares na defesa nacional e o papel social em áreas de difícil acesso, como no interior do sertão.
“É importante porque o Brasil tem vastidão territorial, com riquezas naturais e humanas. Salvaguardar nossos recursos e proteger nossa gente. É esse trabalho constante. Sabemos que às vezes em condições adversas. Às vezes a única presença do estado, representado pelas forças armadas. Às vezes até como função social, como a distribuição de água para milhões de nordestinos”, acrescentou.
Brasil enviará donativos e medicamentos ao Haiti
Iniciativa é uma ação integrada dos Ministérios da Defesa, Saúde e Relações Exteriores
O Brasil enviará ao Haiti donativos, medicamentos e vacinas contra a cólera para auxiliar na recuperação do país após a passagem do furacão Matthew.
A iniciativa é uma ação integrada dos Ministérios da Defesa, Saúde e Relações Exteriores. Serão doadas cerca de 19,7 mil unidades de medicamentos como prednisona, paracetamol, cloreto de sódio, entre outros, e insumos como luvas, esparadrapos e máscaras cirúrgicas.
Serão doadas ainda cerca de 3,9 mil doses de vacinas contra cólera e mil testes rápidos de fluido oral de HIV, além de 100 toneladas de donativos, arrecadados pelo Ordinariado Militar do Brasil.
O envio dos materiais doados pela Saúde será realizado pelo Ministério da Defesa, por meio de aeronave da Força Aérea Brasileira que partirá do Rio de Janeiro. Todo o material coletado será entregue ao Ministério da Saúde do Haiti que fará a distribuição local.
A previsão é que a decolagem seja na quinta-feira (8). O avião transportará militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica para o rodízio do Batalhão Brasileiro de Infantaria de Força de Paz (Brabat), que integra a Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah).
Ajuda humanitária
Até o fim deste ano, o Ministério da Defesa também enviará ao Haiti, por meio de um navio mercante, cerca de 100 toneladas de donativos, como alimentos, material de limpeza, roupas e outros itens de primeira necessidade. A ação contará com o apoio da Cruz Vermelha.
As doações foram angariadas para as instituições Sagrado Coração de Jesus, que acolhe mais de 1 mil pessoas, entre adultos e crianças, e a Casa São Francisco de Assis na Providência de Deus, que acolhe crianças, gestantes e os familiares, que precisam de atendimento médico, alimentação e educação.
Temer diz que Forças Armadas contribuem para o desenvolvimento do País
Presidente recebeu 12 oficiais promovidos do Exército, Marinha e Aeronáutica no Palácio do Planalto
Por Portal Planalto
O presidente da República, Michel Temer, disse, nesta quarta-feira (7), que as Forças Armadas contribuem para o desenvolvimento do Brasil, além de fazer a defesa do território. Temer recebeu, no Palácio do Planalto, 12 oficiais promovidos no Exército, na Marinha e na Aeronáutica.
“As Forças Armadas (…) contribuem, além da obrigação primeira da defesa nacional, para os esforços de desenvolvimento do nosso país. Há partes do nosso território em que os militares são a única manifestação concreta da presença do Estado”, disse o presidente, ao ressaltar a função social dos militares. No discurso, Temer fez referência ao trabalho do Exército, que distribui água a 4 milhões de pessoas no Nordeste.
Entre os oficiais promovidos, dez são da Marinha, que passaram para postos de almirante-de-esquadra, vice-almirante e contra-almirante. No Exército, um coronel passou a general de brigada, e na Aeronáutica, um coronel foi promovido a brigadeiro intendente.
Políticos e militares são polêmicas da reforma da Previdência
No caso de deputados e senadores, a regra de transição será proposta pelo próprio Legislativo - e seu histórico é de legislar em causa própria.
João Pedro Caleiro
São Paulo – A reforma da Previdência, anunciada ontem, veio mais dura que o esperado por muitos economistas.
O governo pode ter exagerado para manter uma margem de mudanças na negociação com o Congresso sem desfigurar a proposta.
“É uma boa proposta para endereçar os problemas fiscais de longo prazo do sistema, com uma idade mínima adequada para a altura de 2030 e confesso que mais dura do que eu imaginava”, diz Fábio Giambiagi, economista especializado em Previdência.
O momento político é de turbulência e a reforma das aposentadorias é mais complicada do que a do Teto de Gastos, apesar de ser uma decorrência lógica justamente dele.
Se não for feita uma mudança nas aposentadorias em for colocado um limite de crescimento real zero nos gastos públicos, em pouco tempo a Previdência pode tomar conta do Orçamento inteiro.
A participação dos gastos previdenciários dentro das despesas públicas federais dobrou desde 1991, de 10,5% para 19,5% do PIB.
Conheça algumas das polêmicas que já estão aparecendo diante da proposta do governo:
Militares, policiais e políticos
Os militares são, pelo menos por enquanto, a grande exceção da proposta. O governo diz que a aposentadoria deles será eventualmente modificada por um projeto de lei paralelo.
“A exclusão dos militares é ruim do ponto de vista político, mas não faz o menor sentido considerar que as pensões militares são o grande problema previdenciário. É uma questão de proporção: as pensionistas militares implicam uma despesa de 0,2 % do PIB e o INSS de 8 % do PIB”, diz Giambiagi.
Já bombeiros e policiais militares terão regras definidas pelos estados. No caso de deputados e senadores, a transição será proposta pelo próprio Legislativo – e o histórico recente mostra que seu padrão é legislar em causa própria.
“Criar excepcionalidades para militares e políticos vai pegar muito mal com a população e dá margem para resistência. Foram muito incisivos nos programas sociais e pouco nas classes que todos vemos como privilegiados”, diz Nelson Marconi, coordenador executivo do Fórum de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
As pensões foram alvo de fortes revisões. Não será mais possível acumular pensão e aposentadoria: o beneficiário vai precisar escolher.
O novo cálculo do valor pago à viúva ou ao viúvo, por exemplo, será de 50% do valor do benefício recebido pelo contribuinte que morreu com um adicional de 10% para cada dependente do casal.
“No momento que a viúva mais precisa, você imagina tirar esse recursos. É uma economia boba, considerando que as famíias tem cada vez menos filhos”, diz Paulo Tafner, que estudou Previdência por décadas no Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
Aposentadoria rural
Os aposentados rurais terão uma alíquota de contribuição maior do que hoje, a ser definida em lei própria posterior.
“O trabalho rural é completamente diferente do que era antes, então é natural que você tenha maior similitude com as regras do setor urbano”, diz Tafner.
Ele nota que a força de trabalho rural hoje é de apenas 10% do total e que a Justiça é responsável por forçar a concessão de dois a cada três aposentadorias do setor rural porque mesmo com os critérios mais frouxos hoje em vigor, o trabalhador não consegue provar os requisitos.
Já Marconi diz que o déficit da Previdência rural é tão alto que uma contribuição pequena não vai nem de longe resolver o problema. Ele defenda a criação de novas fontes de financiamento para isso:
“As vezes o trabalhador está numa situação tao precária que não tem como acessar o sistema”.
Regras de transição e idade mínima
Nada muda para quem já recebe aposentadoria ou para quem já tiver completado as condições de acesso durante o período de tramitação.
As regras novas valem integralmente para homens com 50 anos ou menos e mulheres com 45 anos ou menos no momento da promulgação.
Homens com mais de 50 anos e mulheres com mais de 45 anos estarão sujeitos a regras de transição.
“As regras de transição são muito brandas para os próximos anos, o que fará que a despesa do INSS continue a crescer a taxas elevadas no próximo governo. Defendo é que o próximo governo proponha uma nova reforma para dar conta especificamente disso, já que o atual não terá como”, diz Giambiagi.
Esse parece ter sido a tônica do ajuste fiscal até agora. Como os gastos públicos são muito rígidos e crescem por inércia, o foco tem sido em mudar a trajetória para ganhar tempo e recursos para movimentar a economia no presente.
No caso da Previdência, o ponto central é garantir a sustentabilidade futura do sistema diante do envelhecimento da população.
“O desenho pro longo prazo está certo, mas no curto prazo não tem nenhum impacto grande”, diz Marconi.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse na segunda-feira que 1 em cada 3 brasileiros é idoso. Em 2060, serão 1 em 3.
A idade mínima de aposentadoria é definida pela reforma em 65 anos e deve ser ajustada de acordo com a evolução da expectativa de vida definida pelo IBGE (que subiu de 66,6 anos em 1990 para 75,2 anos em 2015).
Por enquanto estão previstos dois ajustes de um ano até 2060, disse Caetano, o que elevaria a idade mínima de aposentadoria para 67 anos até lá. Segundo Tafner, esses ajustes automáticos tem se tornado comuns em vários países.
SPORTV
Ex-comissário, Escobar diz que poupar combustível é "praxe" e lembra susto
Jornalista trabalhou três anos em cia aérea de fretamento e diz que empresas evitam deixar aeronaves abastecidas pela possibilidade de intervalo longo até próximo voo
Apresentador do Globo Esporte no Rio de Janeiro, Alex Escobar foi comissário de voo antes de seguir carreira no jornalismo e passou por um grande susto pelo mesmo problema apontado como possível causa do acidente da Chapecoense, a falta de combustível. No "Redação SporTV" desta quinta-feira, ele lembrou de uma situação de pânico vivida quando trabalhava em uma empresa de fretamento e revelou que a prática de economizar no combustível é comum neste tipo de voo, diferentemente do que acontece em grandes companhias.
- Vi o pessoal dizer que as grandes companhias regulares também podem fazer isso, economizar combustível. É uma hipótese que não existe porque eles sabem que vão ter um voo logo depois, se sobrar combustível ele é aproveitado, na próxima hora muitas vezes. A companhia de fretamento mutias vezes não sabe quando vai ter um próximo voo. Por isso, eles fazem essa prática de economizar combustível sim e isso quase levou a minha vida e dos meus companheiros - contou, ao lembrar de um susto que passou em situação semelhante.
Ao contar o episódio, Escobar lembrou que voltava da Venezuela e pretendia fazer um pouso no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, mas o local estava fechado devido as condições do tempo. Na ocasião, segundo ele, também não havia combustível suficiente para "alternar" (fazer uma rota alternativa para outro aeroporto), e o piloto acabou fazendo um pouso na base aérea de Santa Cruz sem consentimento.
- Trabalhei por quatro anos como comissário de bordo, três desses anos em uma companhia de fretamento, que já acabou. Ela tinha um avião só, uma situação muito parecida com a LaMia (usado pela Chapecoense), um avião grande, com capacidade para 350 passageiros. Aconteceu uma coisa muito parecida comigo, fizemos um voo para a Venezuela com o avião lotado e na volta viemos para o Rio só com a tripulação. Nessa volta, não tínhamos ciência disso, mas nosso comandante, na intenção de economizar combustível, também não pôs combustível para um voo alternado. Se você vem para o Galeão, por exemplo, tem que ter combustível para alternar para Guarulhos ou outro aeroporto que comporte o avião - contou.
Ao continuar o relato, o apresentador revelou ter vivido momentos de desespero e disse que, apesar do sucesso do voo, a no pouso, o comandante levou uma bronca e não pode continuar exercendo sua função.
- Percebi de fato que teve algo muito errado quando o comandante que levou o avião para a Venezuela, que estava descansando, se levantou e foi correndo para a cabine. Depois, saiu um companheiro nosso chorando e então ele relatou que havia um problema de combustível, o comandante não tinha colocado combustível para alternar e ele chorava porque havia uma discussão do comandante com a torre da base aérea de Santa Cruz, porque ele resolveu levar o avião para lá, mas não teve o pouso autorizado porque a pista não era homologada para aquele avião. Ele insistiu, levou o avião até lá, e foi um pânico porque havia risco da pista quebrar, do avião varar a pista por ser curta, mas acabou dando certo. Teve um cheiro de queimado terrível. Ao abrir a porta do avião, entrou um oficial da aeronáutica, perguntou quem era o responsável, ele olhou para o comandante e falou: vou cuidar pessoalmente para que o senhor jamais pilote um avião de novo. E pelo que sei ele não voltou a pilotar - completou.
O voo que levava a Chapecoense para Medellín, na Colômbia, teria sofrido a queda por falta de combustível. A companhia LaMia é investigada pelo acidente, que deixou 71 mortos (entre eles 19 jogadores e membros da comissão técnica e diretoria do clube).
PORTAL INDÚSTRIA DE DEFESA E SEGURANÇA
AERONÁUTICA> Sem verba, FAB suspende compra de substituto do "Sucatão"
Sem verba, a Força Aérea Brasileira (FAB) suspende a assinatura do contrato para a aquisição de dois aviões comerciais Boeing 767-300 ER. A licitação foi vencida pela empresa israelense IAI (Israel Aerospace Industries) em 2013. Na época, a FAB divulgou que a IAI converteria as aeronaves comerciais Boeing 767-300ER em plataformas capazes de realizar reabastecimento em voo, transporte estratégico de carga e tropa e evacuação aeromédica, de acordo com os requisitos formulados pela Aeronáutica Brasileira.
O contrato faz parte do Projeto KC-X2, que pretende substituir os antigos KC-137. Conhecido como “Sucatões”, os KC-137 (Versão de reabastecimento do civil Boeing 707-320C) foram fabricados na década de 1960 e incorporados à FAB em 1986. O site internacional Jane’s noticiou que a FAB desistiu da aquisição das aeronaves por dificuldades financeiras. A Força Aérea, no entanto, não confirmou esta informação. Por meio da sua assessoria de imprensa, a FAB disse que o processo está suspenso por conta do contigenciamento do governo federal.
Pelo projeto original, os dois Boeing 767 passariam pela conversão, em Israel e no Brasil, para operação de reabastecimento. Enquanto a FAB não consegue adquirir as aeronaves, a Força conta com um Boeing 767 alugado para transporte de tropas. A aeronave chegou ao Brasil no período das Olimpíadas e o contrato de aluguel prevê operação por três anos. De acordo com a FAB, o contrato poderá ser renovado por mais tempo. No entanto, esta aeronave não atende a todos os requisitos esperados pela Aeronáutica, como reabastecimento em voo.SUCATÕES
Depois de 27 anos de atividades, em 10 de outubro de 2013, os quatro KC-137 da FAB foram oficialmente aposentados por não apresentarem mais condições de operar. Em maio daquele ano, uma das aeronaves enfrentou uma pane quando retornava do Haiti trazendo tropas militares. Ninguém saiu ferido. Dois dos quatro aviões (KC-01 e KC-03) foram desmanchados no pátio militar do aeroporto do Galeão.
PORTAL BONDE (PR)
Cenipa inicia investigações relacionadas ao monomotor que caiu em cemitério no Paraná
Fernanda Circhia - Redação BondeO Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) afirmou à reportagem do Portal Bonde, nesta quarta-feira (7), que equipes do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SIPAER) estão na fase inicial de investigação do acidente que envolveu um monomotor, que deixou um morto e um ferido, em Cruz Machado (região Sul do estado), na última segunda-feira (5).
Segundo o Cenipa, a ação inicial envolve fotografar o local, coletar informações e peças do monomotor, conversar com pessoas próximas e que presenciaram o acidente para que seja realizado um cruzamento de dados. De acordo com o centro, tudo depende da complexidade do caso e não há prazo para a divulgação do relatório final.
O Sipaer não trabalha com a causa de acidente, mas sim com fatores contribuintes. De acordo com informações disponíveis no site do Cenipa, a "causa se refere a um fator que se sobressai, que seja preponderante, e a investigação Sipaer não elege um fator como o principal. Ao contrário, trabalha com uma série de fatores contribuintes que possuem o mesmo grau de influência para a culminância do acidente".
Na última segunda, um monomotor da Águia Escola de Pilotagem, de União da Vitória deixou o piloto Louis Fernando Chinkevicz, de 34 anos, morto e o passageiro Clodoaldo Marques Gomes, de 46 anos, com ferimentos leves.
Segundo informações do investigador Maurício Marques, da Polícia Civil de União da Vitória, o avião teria caído sobre o cemitério de Cruz Machado, na zona urbana da cidade, pouco antes do meio-dia. As causas do acidente ainda são desconhecidas. Mesmo caindo próximo a uma escola e à prefeitura municipal, ninguém além dos ocupantes do avião ficou ferido.
Conforme o investigador, Gomes teria saído sozinho de dentro do avião e tentado socorrer o piloto, sem sucesso.
A Polícia Civil e o Corpo de Bombeiros de União da Vitória foram acionados, mas o resgate das vítimas foi realizado por funcionários do Hospital Municipal Santa Terezinha, de Cruz Machado. Após os primeiros socorros, o passageiro foi encaminhado ao Hospital Regional de União da Vitória, onde permanece internado. Segundo informações do hospital, Clodoaldo Marques Gomes está consciente, conversando e deve passar por exames. Já o corpo do piloto será encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de União da Vitória. (Colaborou Mariana Guerin).
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