NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 22/09/2016 / China confirma que sua estação espacial vai cair na Terra
China confirma que sua estação espacial vai cair na Terra ...
São Paulo – Após mais de quatro anos no espaço, a primeira estação espacial da China está a caminho da Terra. Porém, seu “pouso” não será nada tranquilo. Segundo a agência de notícias Xinhua, autoridades chinesas revelaram que a estação Tiangong-1 provavelmente vai colidir com a atmosfera do planeta em 2017.
O anúncio confirma o que astronômos especulam há meses: a China perdeu o controle de um dos módulos da estação. Jonathan McDowell, renomado astrofísico de Harvard, disse em entrevista ao The Guardian que o comunicado sugere que a estação espacial chinesa irá adentrar a atmosfera de maneira "natural".
Caso essa suspeita se confirme, será impossível prever onde os destroços da Tiangong-1 irão cair. "Nós, provavelmente, só saberemos quando ela irá cair seis ou sete horas antes de acontecer. Não saber quando irá cair traduz como não saber onde irá pousar", disse o astrofísico.
Caso essa suspeita se confirme, será impossível prever onde os destroços da Tiangong-1 irão cair. "Nós, provavelmente, só saberemos quando ela irá cair seis ou sete horas antes de acontecer. Não saber quando irá cair traduz como não saber onde irá pousar", disse o astrofísico.
Wu Ping, vice-diretor do escritório de engenharia espacial da China, disse em conferência que a entrada abrupta da estação na Terra não irá causar problemas. “Com base em nosso cálculo e análise, a maior parte do laboratório espacial irá queimar durante a queda”, afirmou. Para McDowell, algumas partes, como os motores de foguetes, são tão densas que não irão queimar completamente. "Sobrarão pedaços de 100 quilogramas ou mais", disse ele.
A Tiangong-1, que significa Palácio Celestial em chinês, ainda está orbitando a Terra a uma altitude de 370 km – um pouco abaixo da altitude de 400 km da estação espacial internacional – de acordo com as autoridades do país.
Lançada em setembro de 2011, a estação espacial tem dez metros de comprimento e pesa 8,5 toneladas. Durante sua estadia no espaço, a Tiangong-1 recebeu três naves espaciais: Shenzhou-8 em novembro de 2011, Shenzhou-9 em junho de 2012 e Shenzhou-10 em junho de 2013. As duas últimas missões somadas transportaram seis astronautas chineses.
A estação terminou suas atividades em março de 2016. Desde então, vários astrônomos começaram a suspeitar que a estação estava fora de rumo. O governo chinês nunca tinha emitido, até então, um comunicado sobre o assunto – o que aumentava as incertezas sobre o assunto.
A China lançou recentemente uma nova estação espacial experimental, a Tiangong-2. O país planeja ter uma estação espacial completa até o início da próxima década.
Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.
Estudo mostra como armas vão parar nas mãos de bandidos
Revólver 38 é a arma mais usada nos roubos e a que mais mata brasileiros. Armas usadas em crimes comuns migram do mercado legal para o ilegal.
O Bom Dia Brasil teve acesso, com exclusividade, a um estudo que o Instituto Sou da Paz fez sobre a origem das armas no país e como elas vão parar nas mãos dos bandidos. Um dos dados dessa pesquisa que chamou atenção é que a arma mais usada nos roubos, a que mais mata o brasileiro, é o revólver 38.
Esse resultado é muito preocupante. As armas usadas nos crimes comuns das grandes cidades são nacionais, que migram do mercado legal para o ilegal. O levantamento incluiu 49.248 armas apreendidas em quatro estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais.
A base das informações foram os boletins de ocorrência. As armas de calibres curtos são as mais apreendidas, 77%. O principal é o revólver calibre 38, com quase 30% e esta é a arma mais usada pelas empresas de segurança no país. Vamos ver como é o caminho destas armas e como elas chegam às mãos do crime.
“Foi aquela gritaria, já deu o disparo, ‘perdeu perdeu’, aquela gritaria toda, levaram celular, dois coletes, dois revólveres e a ‘12’. Chegou esse indivíduo, que era um bandido, e me levou para a porta giratória; ‘libera, libera, ou eu mato ele agora’. A gente se torna uma presa fácil. Vamos pegar o vigilante, ele não tem 15 dias de curso. Hoje, pela lei, são 20 dias de curso, então você não tem aquele preparo”, diz o vigilante Edson José da Silva.
“Não há preparo, não há treinamento que se possa fazer e não é justo que se peça isso da segurança privada para coibir o crime mais sofisticado, o crime do assalto a banco ou mesmo do carro-forte, ele não está preparado para isso, até porque, com um revolver na cintura, ele nunca vai conseguir impedir ou parar a ação de criminosos mais organizados, com armas com alto poder de destruição”, disse o diretor executivo do Instituto Sou da Paz, Ivan Marques.
A notícia do roubo das armas virou o principal assunto na vizinhança. A empresa vinha funcionando de forma precária por causa de dificuldades financeiras. Para entrar na sala de armas os ladrões praticamente arrancaram uma porta-cofre da parede. Ela foi arrombada. Lá dentro ficavam todas as armas, cada uma em um caixilho de uma prateleira. Os ladrões escolheram. Levaram 507 revolveres, duas espingardas e uma pistola.
“É um absurdo, porque essas armas estão ali prontas para serem desviadas, ou no mínimo não estão sendo guardadas de maneira eficiente o suficiente para evitar que estas armas acabem abastecendo a criminalidade”, afirma Ivan Marques.
Assim que os criminosos entraram, eles já renderam os dois seguranças, que foram amarrados e trancados em uma sala. Eles fugiram pela porta da frente levando 60 armas: 20 espingardas calibre 12 e 40 revólveres calibre 38 que estavam guardados em um armário.
“O problema sério que nós temos é o desvio e perda de armas em enormes quantidades. Quem mais fornece armas para o crime hoje, como elemento isolado, é justamente a empresa de segurança privada. Deveria estar oferecendo segurança e está oferecendo insegurança, fornece mais armas para o crime do que o Paraguai e a Bolivia juntos”, afirma o consultor de segurança José Vicente.
“Essas são armas que nós chamamos aqui de armas de uso permitido, são calibres permitidos. Nós temos aqui um revolver 38, que é uma arma muito padronizada para as empresas de segurança privada, não mais para as polícias. Esse é um revólver que tem mais de três anos de uso, tem mais de 50 mil tiros. Esse aqui é a mesma arma, é um revólver também. Ele é calibre 38, também da mesma marca, só que essa arma tem mais de 50 anos. Isso é para mostrar que um revólver ou um armamento, ele não é produto perecível, é equipamento de longevidade”, relata o especialista em segurança Diógenes Lucca, enquanto apresenta as armas.
“O criminoso elege o revólver calibre 38 de fabricação nacional como o perfil da arma usado prioritariamente nos crimes. O que a gente pode dizer é que o que mata o brasileiro hoje e o que acaba sendo usado para auxiliar o roubo do brasileiro hoje é um revólver de calibre 38 de fabricação nacional”, diz o diretor-executivo do Instituto Sou da Paz, Ivan Marques.
Foi um 38 de fabricação nacional que tirou a vida do analista de sistemas Renato da Silva Medeiros, de 31 anos, em janeiro, em um bairro da Zona Leste de São Paulo.
“Tava’ eu e meu amigo no carro, a gente estava ajeitando as pranchas e o Renato estava no portão. Estavam dois armados e desceram três do carro. Teoricamente, eles iam levar o carro, o celular, dinheiro, as pranchas e a gente ia na delegacia fazer um boletim de ocorrência e mais um dia normal em São Paulo. Seria isso e acabou acontecendo essa tragédia”, relata um amigo de Renato.
“Essa migração de uma arma que nasce legal e acaba no mercado ilegal é o que precisa ser olhado com mais atenção pelas nossas forças de segurança para coibir este tipo de situação, para impedir que estas armas cheguem às mãos dos criminosos”, afirma Ivan Marques.
“Nunca imaginei que eu ia perder o meu filho com 31 anos. De repente eu saio, escuto um tiro, levanto, vou lá fora, está meu filho deitado. Até agora eu começo a pensar e a minha vida parece que não tem mais sentido. A minha luz que tinha dentro de mim apagou”, diz Alcileide Medeiros, mãe de Renato.
O Sindicato das Empresas de Segurança Privada disse que combate a clandestinidade e que todos os vigilantes são treinados por instrutores credenciados pela Polícia Federal. A Polícia Federal, responsável pela fiscalização, informou que no ano passado aplicou 2,9 mil multas e cancelou os registros de cem empresas e que não há, no sistema, uma ferramenta capaz de medir quantas armas são roubadas das empresas.
Na reportagem de quinta-feira (22) o Bom Dia Brasil vai mostrar que, mesmo depois de apreendidas pela polícia, as armas voltam para o crime.
Jato d"água de avião fere 3 brigadistas durante combate a incêndio no DF
Uma das vítimas teve suspeita de traumatismo craniano, segundo bombeiros. Grupo combatia incêndio no Lago Oeste quando aeronave despejou líquido.
Do G1 Df
Três brigadistas ficaram feridos pelo jato de água de um avião durante o combate a um incêndio no Lago Oeste, no Distrito Federal. Segundo o Corpo de Bombeiros uma das vítimas ficou com o rosto inchado e foi levada ao Hospital de Base com suspeita de traumatismo craniano. Os outros dois foram levados ao Hospital Regional de Sobradinho. O incidente foi na segunda-feira (19).
O trio trabalhava no combate ao incêndio que atinge área de cerrado na região desde a última semana. Uma aeronave auxiliava no combate às chamas e despejava água no local. Segundo os bombeiros, o procedimento normal é que os homens que trabalham no solo se afastem das chamas quando o avião se aproxima com as luzes de freio ligadas.
O trio trabalhava no combate ao incêndio que atinge área de cerrado na região desde a última semana. Uma aeronave auxiliava no combate às chamas e despejava água no local. Segundo os bombeiros, o procedimento normal é que os homens que trabalham no solo se afastem das chamas quando o avião se aproxima com as luzes de freio ligadas.
Para a operação, foram deslocados 42 bombeiros e 31 brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (Icmbio). Nas imagens do momento do resgate, divulgadas pelos militares, as vítimas recebem atendimento em meio à mata queimada quando a aeronave sobrevoa a área outra vez.
"Se eles não viram ou não ouviram, se saíram ou voltaram cedo para a linha de combate, tudo isso vai ser apurado, porque o procedimento vai ser instaurado e evitar que isso se repita", disse o chefe da Comunicação Social do Corpo de Bombeiros Militar do DF, tenente-coronel Alan Alexandre Araújo.
O acidente deve ser investigado pela Aeronáutica, que vai inspecionar se houve alguma falha no avião usado na operação.
Pneu de avião da FAB fura em pouso e interdita uma pista do aeroporto JK
Incidente ocorreu enquanto aeronave da FAB taxiava em uma das pistas. Nenhum voo sofreu atraso e ninguém ficou ferido, segundo a Inframerica.
Gabriel Luiz - Do G1 Df
Uma das duas pistas do Aeroporto de Brasília ficou fechada no início da tarde desta quarta-feira (21) após um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) ter o pneu furado enquanto taxiava, depois de pousar. O incidente ocorreu às 12h45. A pista continuou fechada até as 14h.
Apesar da interdição, o Aeroporto de Brasília continuou funcionando porque opera com duas pistas simultâneas. Mesmo passando por reforma na cabeceira, a outra pista seguiu recebendo voos – um deles da Presidência da República, que chegou a Brasília por volta das 13h.
Apesar da interdição, o Aeroporto de Brasília continuou funcionando porque opera com duas pistas simultâneas. Mesmo passando por reforma na cabeceira, a outra pista seguiu recebendo voos – um deles da Presidência da República, que chegou a Brasília por volta das 13h.
Segundo a Inframerica, consórcio que administra o aeroporto, ninguém se feriu. Pelo menos três carros da Base Aérea foram mobilizados para ajudar a retirar a aeronave da pista.
O avião é um modelo EMB-110 Bandeirante. Dependendo da versão do aparelho, há espaço para 15 ou 21 passageiros, com até três tripulantes. A FAB não informou quantas pessoas estavam a bordo.
Números
Brasília tem o aeroporto com maior capacidade de pista do país, com 60 voos e decolagens por hora e 1,2 mil passageiros a cada 60 minutos. O Aeroporto JK foi o segundo mais movimentado do país em 2015, ficando atrás apenas do de Guarulhos.
Brasília tem o aeroporto com maior capacidade de pista do país, com 60 voos e decolagens por hora e 1,2 mil passageiros a cada 60 minutos. O Aeroporto JK foi o segundo mais movimentado do país em 2015, ficando atrás apenas do de Guarulhos.
O terminal recebeu 19,8 milhões de passageiros no ano passado, número 9% maior do que os 18,14 milhões de usuários do ano anterior, informou a Inframerica. Foram 186.377 pousos e decolagens durante o período. São 509 voos por dia. A média de fluxo diário é de 54 mil pessoas.
Peritos do Cenipa analisam destroços do avião que caiu no Pantanal de MS
Técnicos chegaram ao local do acidente na fazenda Novo Horizonte. Corpo do piloto foi enterrado nesta manhã em Umuarama (PR).
Do G1 Ms
Os quatro peritos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) começaram a analisar os destroços do avião bimotor para descobrir a causa da queda da aeronave nesta quarta-feira (21). O acidente aconteceu na última segunda-feira (19) na fazenda Novo Horizonte, em Miranda, distante 195 quilômetros de Campo Grande.
O corpo do piloto Marcos Davi Xavier foi enterrado nesta manhã em Umuarama (PR). Ele foi encontrado no dia seguinte ao acidente pela Força Aérea Brasileira (FAB). O piloto decolou sozinho depois de levar quatro pessoas para uma fazenda em Miranda.
O avião caiu em uma área de brejo a cerca de 30 km de distância da entrada da fazenda. Na madrugada desta terça-feira, um helicóptero localizou os destroços e como não havia condições de descer nas proximidades, uma equipe retornou ao local no início da manhã de terça.
Uma equipe da FAB também foi ao local do acidente de helicóptero nesta quarta-feira e fizeram algumas imagens dos destroços e da área.
Um funcionário da fazenda foi testemunha. Ele disse que viu a aeronave voando baixo e explodiu antes de cair.
Helicóptero dos bombeiros volta a atuar no Vale do Itajaí e Litoral Norte
Helicóptero é provisório e vai ficar na região até o fim de 2016. Arcanjo 03 caiu na região metropolitana de Curitiba em 25 de abril.
Do G1 Sc
Quase cinco meses após o acidente em uma escola de aviação, o helicóptero Arcanjo 03, do Corpo de Bombeiros, voltou a operar na segunda-feira (19) no Vale do Itajaí e Litoral Norte de Santa Catarina. A aeronave é provisória e vai ficar na região até o fim de 2016. No dia do acidente, em 25 de abril, a corporação havia dito que "em breve o helicóptero será reposto".
O Corpo de Bombeiros informou que ainda esta semana o helicóptero deve receber adesivos que identifiquem a corporação o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A previsão é de que a aeronave seja substituída por uma definitiva, já adquirida, que está sendo equipada.
“Trata-se de uma UTI aérea, uma parceria entre o Corpo de Bombeiros Militar e o Samu. Este é o nosso diferencial, a gente se desloca, em sete minutos, para qualquer ponto da cidade de Blumenau ou, em 20 minutos, para Rio do Sul, ou em 12 minutos, no caso de Itajaí e Balneário Camboriú. Levamos quase um hospital até a cena. Então, na cena de um acidente, o médico já estabiliza uma hemorragia, por exemplo”, disse o capitão André Pratts.
Conforme os bombeiros, a aeronave provisória foi fornecida pelo fabricante e é similar à anterior. A tripulação do Arcanjo é formada por um médico, um enfermeiro, dois tripulantes para resgate, além de um piloto e um co-piloto.
O batalhão de operações aéreas de Blumenau faz o atendimento emergencial no Vale do Itajaí e no Litoral Norte e pode dar apoio a outras regiões do estado em caso de necessidade. De outubro de 2015 a abril de 2016, foram 188 atendimentos feitos pelo Arcanjo só no Vale do Itajaí, segundo os bombeiros.
“A gente tem bastante demanda na região, tem muitas solicitações nos hospitais, nessa época de outubro aumenta muito em toda região, devido a acidentes nas rodovias”, relatou Pratts.
Acidente no Paraná
A aeronave caiu na região metropolitana de Curitiba em abril. O acidente foi registrado em vídeo. Nas imagens de um circuito interno, é possível ver que o helicóptero se inclina ao tentar levantar voo. As hélices tocam o solo e ocorre o impacto. O piloto e o copiloto sofreram escoriações.
O aparelho era novo e no dia 17 de março havia substituído o helicóptero alugado que operava anteriormente em Blumenau. O equipamento foi comprado por R$ 11 milhões em processo licitatório. Um laudo técnico sobre as causas do acidente deve ser emitido em até dois anos, informaram os bombeiros. O trabalho é conduzido pela Aeronáutica.
Situação dos táxis aéreos no novo Código de Aeronáutica será debatida em outubro
A Comissão Especial que examina o Projeto de Lei do Senado (PLS) 258/2016, de reforma do Código Brasileiro de Aeronáutica, terá audiência pública no dia 4 de outubro, a partir das 10h45, para debater a situação dos táxis aéreos na nova legislação.
Ao justificar o pedido do debate, os senadores Vicentinho Alves (PR-TO), Pedro Chaves (PSC-MS) e José Maranhão (PMDB-PB) lembraram que os táxis aéreos cumprem requisitos praticamente idênticos aos das linhas aéreas regulares para poderem operar. Além disso, atendem locais remotos e economicamente inviáveis para as grandes companhias.
Conforme o PLS 258/2016, o táxi aéreo é considerado serviço de transporte aéreo público não regular, explorado por remuneração acordada entre usuário e transportador, para atendimento imediato, independentemente de horário, percurso ou escala.
Participantes
Foram convidados para a audiência pública o superintendente do Sindicato Nacional das Empresas de Táxi Aéreo, Fernando Alberto dos Santos, além de representantes da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), do Ministério dos Transportes, do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) e da Associação Nacional das Empresas de Táxi Aéreo.
Nova lei
A Comissão Especial foi instalada em julho deste ano com a missão de reformular o Código de Aeronáutica, que é de 1986 (Lei 7.565). A sugestão para atualização do Código partiu do senador Vicentinho Alves, que é piloto.
O PLS 258/2016, que moderniza a legislação, é fruto do trabalho de uma comissão temporária formada no ano passado com 25 especialistas do setor aéreo.
Inframérica pede R$ 1 bi à Anac
Leiloado em 2011 como projeto-piloto das privatizações no setor, o aeroporto de São Gonçalo do Amarante (RN) tornou-se fonte de problemas para a empresa responsável por sua operação e precisa de um ajuste bilionário nas contas para não ficar inviável. O grupo argentino Inframérica levou à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) um pedido de reequilíbrio econômico-financeiro da concessão do aeroporto que soma R$ 1,002 bilhão.
A operadora lista 21 pontos que teriam mudado radicalmente as premissas originais da licitação e ameaçam a continuidade do negócio. Para a agência, isso faz parte dos riscos do negócio. O valor pleiteado como compensação pelos supostos desajustes supera as cifras combinadas do lance vencedor da Inframérica no leilão e do investimento realizado até hoje. Ela arrematou a concessão ao oferecer R$ 170 milhões em outorga, que é paga em parcelas anuais, e desembolsou cerca de R$ 500 milhões para erguer do zero um terminal de passageiros. Somente a pista foi construída pela União.
O contrato de São Gonçalo do Amarante dura até 2039 e a Infraero não tem participação na concessionária. De acordo com a Inframérica, o aeroporto de Natal - desativado no mesmo dia da inauguração de São Gonçalo do Amarante - era um dos cinco que mais cresciam em todo o mundo quando a licitação foi realizada. Como reflexo da crise, o movimento de passageiros deve ter queda de 16% apenas em 2016 e hoje é 40% inferior ao projetado pelos estudos de viabilidade que o governo apresentou na época.
"O modelo de negócios está longe do que qualquer um poderia imaginar", afirma o presidente da concessionária, Daniel Ketchibachian. Conforme explica o executivo, a Inframérica não pleiteia R$ 1 bilhão em ressarcimento do governo, mas indica que esse seria o valor do desequilíbrio no fluxo de caixa ao longo dos 28 anos de contrato. Ele lembra que há três formas possíveis de compensação: mais prazo na concessão, aumento de tarifas e redução da outorga devida. "Mas ninguém consegue viabilizar esse aeroporto sem um reequilíbrio."
Procurada pelo Valor, a Anac confirmou ter recebido o pedido da Inframérica e sinalizou que não deve acatar integralmente a tese apresentada. Em nota à reportagem, a agência sustentou que os estudos de viabilidade técnica e econômica são "meramente referenciais" para a definição do valor mínimo de outorga no leilão. O lance vencedor teve ágio de 228%. "O contrato atribui esse risco (risco de demanda) expressamente à concessionária, independentemente da intensidade de variação da demanda. Logo, a única interpretação contratual possível é que esse risco é absorvido pela concessionária, não havendo direito a reequilíbrio em situações como essa", diz a nota.
Ketchibachian rebate a argumentação. "Uma coisa é o risco empresarial, que nós obviamente aceitamos. Mas, quando nada dá certo no meio do caminho, é preciso ter bom senso", defende o executivo. Ele elogia a disposição do novo governo em ouvir os problemas do setor e avalia que não houve erro de cálculo da Inframérica, controladora também do aeroporto de Brasília, no leilão.
"Fizemos tudo como manda o figurino. Não colocamos a outorga nas nuvens, o terminal não é cinco vezes maior do que o necessário", pondera Ketchibachian, referindo-se a críticas das autoridades a algumas concessões que se tornaram problemáticas, como o Galeão (RJ) e Viracopos (SP). "O que não se pode fazer é negar que houve uma crise de proporções bastante severas."
Além da distância entre os estudos e a realidade, a Inframérica tem mais duas dezenas de contestações. Elas incluem, por exemplo, os recursos próprios investidos na construção de um acesso rodoviário ao novo aeroporto. A obra era de responsabilidade do governo estadual, mas atrasou tanto que a concessionária se viu forçada a tirar dinheiro do próprio bolso. Caso contrário, o terminal de passageiros teria sido inaugurado com uma estrada de terra para ligá-lo à cidade.
Outro pedido tem como alvo o período de dez meses em que a Inframérica ficou impedida, por decisão da Anac, de cobrar tarifas de embarque. O aeroporto só precisava ser aberto em novembro de 2014, mas a entrega foi antecipada para a Copa do Mundo. Na avaliação da agência, as obras exigidas no contrato não haviam sido concluídas - o cálculo apontava 98% de execução.
Ketchibachian diz que a defasagem nas tarifas da torre de controle de São Gonçalo do Amarante, que é operada pela concessionária e não pelo Comando da Aeronáutica, tem gerado prejuízo de R$ 5 milhões por ano. Segundo ele, o custo de operação que constava do edital estava subestimado e jamais houve correção.
Caso o reequilíbrio seja total ou parcialmente rejeitado pela Anac, o executivo afirma que a Inframérica pretende levar sua demanda à Justiça, mas descarta a hipótese de devolver a concessão. Uma medida provisória prestes a ser publicada facilita a devolução para empreendimentos com dificuldades financeiras.
"Somos operadores aeroportuários, não um fundo de investimentos", ressalta Ketchibachian. A Corporación América, que controla a Inframérica, administra 53 aeroportos em todo o planeta, incluindo na América do Sul e na Europa. "Não está na nossa visão, de curto ou de longo prazo, devolver qualquer concessão."
Pneu de aeronave da FAB estoura no momento do pouso e interdita uma das pistas do Aeroporto JK
Ana Lúcia Ferreira
Um incidente com uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) interditou, por cerca de duas horas, uma das pistas de pouso do Aeroporto Internacional de Brasília, logo no início da tarde desta quarta-feira (21). No momento do pouso da aeronave, o pneu do avião, modelo Bandeirantes, estourou. A aeronave saiu de Palmas e faria uma escala em Brasília antes de seguir para o Rio de Janeiro, seu destino final.
A assessoria da FAB informou que no avião estavam apenas militares, que não se feriram. Ainda segundo a Força Aérea o pneu da aeronave foi trocado na própria pista de pouso e a mesma foi remanejada para o pátio da Base Aérea. Uma inspeção será realizada no avião e, somente após a liberação, a aeronave deve seguir seu destino final.
A Inframérica, concessionária que administra o aeroporto, informou que nenhuma rota precisou ser alterada ou cancelada e que, devido o terminal de Brasília ser o único no País que funciona com duas pistas de pouso e decolagem de forma simultânea, a torre de controle atuou no alerta aos pilotos sobre a alteração do ponto de pouso.
A pista já foi liberada.
China confirma que sua estação espacial vai cair na Terra
São Paulo – Após mais de quatro anos no espaço, a primeira estação espacial da China está a caminho da Terra. Porém, seu “pouso” não será nada tranquilo. Segundo a agência de notícias Xinhua, autoridades chinesas revelaram que a estação Tiangong-1 provavelmente vai colidir com a atmosfera do planeta em 2017.
O anúncio confirma o que astronômos especulam há meses: a China perdeu o controle de um dos módulos da estação. Jonathan McDowell, renomado astrofísico de Harvard, disse em entrevista ao The Guardian que o comunicado sugere que a estação espacial chinesa irá adentrar a atmosfera de maneira "natural".
Caso essa suspeita se confirme, será impossível prever onde os destroços da Tiangong-1 irão cair. "Nós, provavelmente, só saberemos quando ela irá cair seis ou sete horas antes de acontecer. Não saber quando irá cair traduz como não saber onde irá pousar", disse o astrofísico.
Caso essa suspeita se confirme, será impossível prever onde os destroços da Tiangong-1 irão cair. "Nós, provavelmente, só saberemos quando ela irá cair seis ou sete horas antes de acontecer. Não saber quando irá cair traduz como não saber onde irá pousar", disse o astrofísico.
Wu Ping, vice-diretor do escritório de engenharia espacial da China, disse em conferência que a entrada abrupta da estação na Terra não irá causar problemas. “Com base em nosso cálculo e análise, a maior parte do laboratório espacial irá queimar durante a queda”, afirmou. Para McDowell, algumas partes, como os motores de foguetes, são tão densas que não irão queimar completamente. "Sobrarão pedaços de 100 quilogramas ou mais", disse ele.
A Tiangong-1, que significa Palácio Celestial em chinês, ainda está orbitando a Terra a uma altitude de 370 km – um pouco abaixo da altitude de 400 km da estação espacial internacional – de acordo com as autoridades do país.
Lançada em setembro de 2011, a estação espacial tem dez metros de comprimento e pesa 8,5 toneladas. Durante sua estadia no espaço, a Tiangong-1 recebeu três naves espaciais: Shenzhou-8 em novembro de 2011, Shenzhou-9 em junho de 2012 e Shenzhou-10 em junho de 2013. As duas últimas missões somadas transportaram seis astronautas chineses.
A estação terminou suas atividades em março de 2016. Desde então, vários astrônomos começaram a suspeitar que a estação estava fora de rumo. O governo chinês nunca tinha emitido, até então, um comunicado sobre o assunto – o que aumentava as incertezas sobre o assunto.
A China lançou recentemente uma nova estação espacial experimental, a Tiangong-2. O país planeja ter uma estação espacial completa até o início da próxima década.
Avianca Brasil oferecerá internet a bordo via satélite
São Paulo - A Avianca Brasil recebeu a autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para oferecer conexão à internet via satélite aos passageiros durante os voos.
Assim, a companhia afirma que é a primeira aérea da América do Sul a disponibilizar esse tipo de serviço. Segundo a empresa, a modificação das aeronaves será feita gradualmente, com conclusão prevista até dezembro de 2017.
A Avianca Brasil ainda informa que o serviço de conectividade será gratuito durante os três primeiros meses, período no qual serão conduzidas pesquisas junto aos clientes para adequar o produto às necessidades dos usuários.
O serviço será fornecido em parceria com a Global Eagle Enterteinment (GEE), empresa especializada em conteúdo e conectividade via satélite.
JORNAL CORREIO DO ESTADO (MT)
Estado aguarda autorização da Anac para recuperar pista do aeroporto de Bonito
Governo interveio pois concessionária não cumpriu obrigações contratuais
Mariane Chianezi
Governo do Estado aguarda autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para realizar obras de recuperação da pista do aeroporto de Bonito. Correções e manutenções preventivas foram realizadas recentemente na pista de pouso e decolagens. O Estado interveio no aeroporto no dia 13 de setembro, pois a concessionária responsável pela administração da pista não cumpriu obrigações contratuais. A falta de manutenção poderia acarretar no fechamento do local.
A Procuradoria Geral do Estado (PGE), junto à Secretaria Estadual de Infraestrutura (Seinfra), procedeu as correções necessárias no pavimento para garantir a realizações de voos na região, considerada turística. Constatou-se que as condições do piso eram criticas nos últimos 300 metros da pista, de dois mil metros, com riscos de acidentes.
Fabrício Alves Correa, superintendente viário do Estado, explica que um levantamento já foi feito e de imediato, o Governo Estadual realizou as obras de reparo emergencial. “Aguardamos autorização da Anac para fazer todas as correções técnicas necessárias, eliminando qualquer situação de risco e considerando também novas demandas do aeroporto” disse.
VOOS
A Azul, que opera às quartas-feiras e aos domingos desde maio deste ano, terá mais um voo semanal na rota São Paulo-Bonito, aos sábados, a partir de 15 de outubro. A empresa fez a comunicação diretamente ao governador Reinaldo Azambuja.
Já empresa Gol também aventou a possibilidade de colocar mais um voo e está em tratativas com o Estado. No ano passado, o aeroporto recebeu 25 mil passageiros, entre chegadas e saídas.
JORNAL CORREIO DO ESTADO (DF)
Último laudo de acidente com aeronave em MS saiu há quase 2 anos
Peritos do Cenipa são responsáveis pelas apurações
Aliny Mary Dias
Detalhes do acidente que matou o piloto Marcos David Xavier, de 34 anos, anteontem no Pantanal de Miranda serão apurados por técnicos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), e levando em conta as últimas investigações dos peritos em acidentes ocorridos no Estado, as causas do acidente devem levar meses e até anos para serem conhecidas.
Conforme o Cenipa, os peritos que estão em Mato Grosso do Sul a caminho de Miranda para apurar o acidente vieram de São Paulo e não há prazo determinado para que eles permaneçam no Estado.
Além de analisar os destroços da aeronave prefixo PT-VKY, modelo Embraer EMD-810 Seneca III, os peritos irão ouvir depoimentos de funcionários de fazendas que afirmam ter visto a aeronave voando baixo pouco antes de cair. O avião pertencia a uma das donas da empresa MS Táxi Aéreo, que ontem informou que o mau tempo pode ser uma das causas do acidente.
DEMORA
A conclusão do laudo pericial que vai apontar as causas do acidente não tem prazo determinado por lei ou regulamentação interna da ANAC. No entanto, na maioria dos casos, o tempo para término do laudo supera 1 ano.
A reportagem apurou, com base nos dados do Cenipa, que o último laudo pericial finalizado pelas equipes de investigações em Mato Grosso do Sul é de acidente ocorrido em dezembro de 2014. Ou seja, há 1 ano e 9 meses nenhuma nova apuração de acidente aéreo foi finalizada. De lá para cá, incluindo o acidente ocorrido anteontem no Pantanal, foram pelo menos quatro incidentes com aeronaves no Estado, em dois deles houve mortes.
Um dos casos em que a finalização do laudo virou “lenda” é da aeronave bimotor prefixo PT-LSS, de propriedade do ex-senador Antonio João Hugo Rodrigues. Em março do ano passado, a aeronave teve um problema no trem de pouso durante aterrissagem no Aeroporto Teruel, em Campo Grande. Diante da falha, a aeronave percorreu cerca de 300 metros “de barriga”.
Um ano e meio se passou e até hoje o laudo do Cenipa não ficou pronto. “Essa perícia do Cenipa é uma lenda. Eles vieram aqui, ouviram piloto, mecânico, fizeram medição na pista e até agora não veio o laudo”, afirma Antonio João.
Outros acidentes que ainda estão em apuração foram envolvendo a família do apresentador Luciano Huck, em maio do ano passado, em área rural de Campo Grande, e outro em Jaraguai, quando o advogado Túlio Murano Garcia e piloto morreram na queda da aeronave de pequeno porte, em dezembro de 2014.
A assessoria de imprensa do Cenipa afirma que o tempo para elaboração do laudo pericial depende da complexidade do acidente. Em alguns casos, peças das aeronaves precisam ser encaminhadas para fabricantes para fora do Brasil, onde coleta de dados é feita e, nesses casos, a conclusão dos relatórios demora mais ainda.
DIÁRIO DO COMÉRCIO (MG)
Falcoaria previne acidentes aéreos nos aeroportos
No terminal internacional de BH, investimento anual é de R$ 500 mil
Responsáveis por acidentes graves, danos a equipamentos e prejuízos financeiros às companhias aéreas, as colisões entre aves e aeronaves vêm sendo rigorosamente combatidas no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte. Uma das ferramentas utilizadas no aeródromo, um dos poucos a implementar a técnica no Brasil, é a falcoaria. O investimento anual no serviço, que consiste na utilização de aves de rapina para identificar e capturar animais que sobrevoam o aeroporto, é de R$ 500 mil. Até abril deste ano, o modal aéreo havia registrado oito colisões do gênero, representando 1% dos 797 relatos registrados em todos os aeroportos brasileiros no período. No ano passado, foram 35 ocorrências relatadas na região.
A equipe responsável pelo programa de falcoaria do aeroporto é formada por cinco funcionários, que realizam o manejo de cinco aves, sendo quatro fêmeas e um macho, das espécies gavião asa-de-telha, falcão e gavião-de-penacho. Diretor de Operações do aeroporto, Daniel Bircher explica que a técnica não é utilizada isoladamente, mas executada em conjunto com outras voltadas para a segurança operacional, tais como o uso de fogos de artifício e de armadilhas. Além disso, desde o ano passado, toda a grama do complexo aeroportuário vem sendo substituída por uma espécie que, dentre outras vantagens, acumula menos matéria seca e, portanto, reduz a presença de animais no local. A estratégia custou R$ 2,7 milhões à BH Airport, concessionária que gerencia o aeroporto.
“O programa de falcoaria existe há vários anos e é uma das ferramentas que utilizamos para reduzir o perigo da presença de aves no sítio aeroportuário. Nosso foco está, principalmente, nas espécies maiores, como o carcará, o urubu e o quero-quero, que oferecem risco aumentado para as aeronaves. Os mais frequentes, no entanto, são os pássaros menores, menos ofensivos”, detalha Bircher.
Ocorrências - De acordo com o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), a maioria das colisões registradas no ano passado no País - 1.825 no total - e cujas espécies foram identificadas envolveram quero-queros (29%) e carcarás (12%). Ainda conforme o Cenipa, o aeroporto com maior número de registros dessa natureza reportados nos últimos quatro anos, entre 2011 e 2015, foi o Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre (Rio Grande do Sul), com 553 ocorrências. Os números, no entanto, não traduzem necessariamente a quantidade real de colisões, já que as notificações não são compulsórias.
Em 2015, outras 1.820 quase colisões e 2.633 avistamentos de aves também foram reportados por tripulações, mecânicos de aviação e controladores de voo, conforme a Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear). Os locais com maior incidência de danos provocados pelos choques foram Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, Aeroporto Internacional de Porto Alegre e Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro. De acordo com a Abear, a maior parte das colisões ocorre no “nariz” da aeronave; radome, estrutura que protege o radar; fuselagem; asas; profundor (leme de profundidade) e nos motores. E, ainda, no trem de pouso, quando a aeronave está próxima da aterrissagem. Os gastos gerados podem incidir em até três vezes os custos indiretos, como lucro cessante, despesas com acomodação de passageiros e realocação de outra aeronave.
Isca - Segundo a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), na maioria dos casos, as aves são atraídas por lixo acumulado e não descartado corretamente pelas comunidades vizinhas aos aeroportos. A falcoaria reduz a presença delas, tanto pela captura quanto pela mudança de comportamento das aves, que passam a evitar o aeroporto com a presença dos predadores (aves de rapina).
No Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, segundo o diretor de Operações, Daniel Bircher, a falcoaria é realizada sistematicamente, assim como os demais métodos de controle de fauna. Os animais que não são mortos durante a ação das aves de rapina são apreendidos e soltos em áreas específicas, indicadas pelo órgão de proteção ambiental do Estado ou pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama).
Ainda conforme Bircher, as medidas de controle de fauna no aeroporto envolvem campanhas de conscientização sobre a limpeza da área, evitando-se, assim, o acúmulo de alimentos que possam atrair não só aves, como roedores, cães e gatos.
Legislação - A Lei 12.725, de outubro de 2012, que dispõe sobre o controle de fauna nas imediações de aeródromos, define como Área de Segurança Aeroportuária (ASA) a zona circular do território de um ou mais municípios, definida a partir do centro geométrico da maior pista, com 20 quilômetros de raio e cujo uso e ocupação estão sujeitos a restrições especiais em função da natureza atrativa da fauna.
De acordo com o Cenipa, os aeroportos brasileiros têm liberdade para definir as ações de controle da fauna, não sendo, portanto, obrigados a reportar a metodologia utilizada ao órgão e/ou o número de acidentes ocasionados pelo choque entre aves e aeronaves. É importante, porém, conforme informou a assessoria de comunicação da entidade, que os métodos sejam conjugados e substituídos com frequência, a fim de evitar que os animais acostumem-se à determinada técnica.
SAIBA MAIS
Adotado, originalmente, como um esporte da nobreza europeia, no período medieval, e pelos senhores feudais do Japão, há mais de 3 mil anos, a falcoaria, arte de criar e treinar falcões e outras aves de rapina é, atualmente, praticada no Brasil todo. Alguns dos principais centros de criação desse tipo de ave estão localizados em Minas, em Belo Horizonte; Uberlândia, no Triângulo; e Patrocínio, no Alto Paranaíba. A prática é representada pela Associação Brasileira de Falcoeiros e Preservação de Aves de Rapina (ABFPAR), sediada em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Estima-se que 8% dos falcoeiros profissionais do País empreguem a técnica no controle da fauna nociva.
De acordo com o presidente da entidade, João Paulo Diogo Santos, as aves de rapina podem ser utilizadas para controlar a presença de animais nos aeroportos, de pombos em galpões comerciais e até a presença de outras espécies em plantações e lavouras. Em média, uma ave leva em torno de dois meses para ser treinada, voando livremente, mas aceitando os comandos do homem. Uma das espécies mais utilizadas no País é o gavião asa-de-telha, que, além de inteligente, é dócil. O preço da ave gira em torno de R$ 3 mil.
Segundo Santos, além do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, apenas cinco aeroportos brasileiros utilizam a técnica para controle de fauna. São eles: Aeroporto Carlos Drummond de Andrade, na Pampulha, em Belo Horizonte; Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro; Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre; Aeroporto de Vitória - Eurico de Aguiar Salles, na capital do Espírito Santo; e Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, no interior paulista.
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