NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 24/08/2016 / Recife estratégico para Nasa
Recife estratégico para Nasa ...
Em missão de pesquisa, aeronave da Agência Espacial Americana faz parada tática na Capital pernanbucana ...
Moema França ...
A Capital pernambucana está na rota da Nasa para uma missão de pesquisa sobre resfriamento das nuvens do Atlântico. Um dos dois laboratórios aéreos da Agência Espacial Americana pousou na manhã da última terça-feira (23) no Aeroporto Internacional do Recife, após dez horas de viagem a 750km/h, vindo da Georgia, nos Estados Unidos.
A aeronave ER-2 parou para ser reabastecida com combustível especial, produzido no seu país de origem e trazido com cuidado em um navio. Também foi preciso realizar uma manutenção preventiva antes da aeronave levantar voo com destino a Walvis Bay, na Namíbia, país do continente Africano, na próxima sexta-feira. A aeronave volta aos Estados Unidos com nova parada no Recife no dia 28 de setembro.
Esta é a segunda vez que o ER-2 vem à Capital pernambucana. A primeira delas foi entre os anos 2000 e 2001, também num voo técnico programado da mesma missão. É na África onde as pesquisas serão realizadas. De acordo com a Nasa, o ER-2 coletará dados que constituirão a pesquisa Oracles. Ela analisa como a fumaça causada pelos incêndios na África afeta o resfriamento das nuvens do Oceano Atlântico. E faz parte da missão Oracles, sigla para ObseRvations of Aerosols above CLouds and their intEractionS, ou “observações do aerosol acima das nuvens e suas interações”, em tradução livre.
“Quando ele veio da outra vez foi para fazer a medição dos poluentes atmosféricos. Ele está a caminho da África para saber se a situação melhorou ou piorou”, conta Valter Andrade, especialista em defesa e aviação. Desta vez, alguns pilotos do Aeroporto Internacional dos Guararapes ficaram sabendo da visita na segunda-feira, por causa da chegada de equipamentos e conteiners da Nasa antes do avião aterrissar.
O modelo é pequeno. Comporta um ou dois tripulantes.“O uniforme que o piloto usa é de astronauta, porque a altitude é grande e faz muito frio. Ele leva três horas para se preparar para entrar no avião, desde a hora que começa a colocar a vestimenta. É preciso três pessoas para ajudá-lo a se vestir”, explica. O uniforme comporta uma bexiga para as necessidades do piloto, cuja alimentação é principalmente pastosa e feita por meio de uma mangueira fina por dentro da roupa. Alguns voos podem chegar até 14 horas, com transmissão ao vivo para a Nasa.
Domadores de dragões
O ER-2 é considerado um grande ícone da aviação e não é qualquer piloto que pode comandá-lo. O modelo é tão instável que os pilotos são chamados de “domadores de dragões”, por causa da dificuldade em equilibrar a aeronave na hora do pouso. Como tem asas muito grandes e só tem rodas no meio, não tem um centro de gravidade definido e o piloto precisa fazer com que o veículo não se jogue nem para a direita, nem para a esquerda. “É como se você tentasse se equilibrar na ponta de um lápis com um pé só, mantendo a coluna reta”, explica Valter.
A aeronave possui muitas particularidades, uma delas é a capacidade de levar até três toneladas de equipamentos científicos. “O combustível é produzido nos EUA e é transportado de navio e caminhão pra chegar antes no local onde ele pousará”, aponta Andrade. O avião vai para a República da Namíbia e de lá voa rumo à Antártida para coleta de dados na Estratosfera, uma das camada da atmosfera terrestre situada entre 11 km e 50 km de altitude. “Tem que aproveitar porque esse modelo de avião será aposentado daqui a um ano e meio”, informa. O próximo modelo que vai substituir o ER-2 será o Global Hawk, que pode ficar 24 horas no ar, já que é uma aeronave sem tripulação.
Não é novidade a Nasa se beneficiar de aviões da Força Aérea americana. A diferença é que eles desmilitarizam as aeronaves, colocando equipamentos científicos no lugar dos armamentos. “A Nasa faz a adaptação para o uso científico e os usa em missões de pesquisas de poluentes em altas camadas da atmosfera. O ER-2 também é usado para mapear tornados e furacões nos Estados Unidos.”
Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.
Especialistas russos farão manutenção dos Mi-35M brasileiros
Helicópteros russos Mi-35M do Exército brasileiro serão reparados por especialistas russos, informou à agência Ria Novosti a Corporação de construção de motores russa nesta terça-feira (23).
"No território do Brasil, realizaremos a revisão dos motores VK-2500, com que são equipados os helicópteros Mi-35M. Como acordado entre as partes, somos encarregados pelo fornecimento de documentação e equipamentos para possíveis reparações", disse a assessoria de imprensa da corporação.
Além disso, está prevista a instrução pela equipe russa de especialistas brasileiros, que realizarão a manutenção das maquinas russas. As partes continuam negociando a criação no Brasil de um centro de serviços de manutenção, onde será realizada não somente a manutenção de motores de aeronaves militares, mas também de veículos comerciais.
Helicópteros Mi-35M são produzidos na Rússia desde 2005. O helicóptero foi projetado para destruição de equipamento inimigo, para desembarque de pessoal, apoio de fogo de tropas terrestres, evacuação de baixas e transporte de mercadorias. No Brasil, operam 12 Mi-35M, fornecidos pela Rússia entre 2010 e 2014.
Após explosão de paiol, fábrica da Imbel é interditada em Juiz de Fora
Auditores da Gerência Regional do Trabalho solicitaram providências técnicas. Segundo empresa que produz material bélico, não há previsão de liberação.
Do G1 Zona Da Mata
Os auditores da Gerência Regional do Trabalho de Juiz de Fora decidiram pela interdição da fábrica da Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel), no Bairro Araújo. A decisão ficará em vigor até a administração tomar providências para garantir a segurança dos 270 funcionários. As atividades no local estão suspensas desde a explosão de um paiol há uma semana, que causou danos materiais em dependências da indústria e em imóveis vizinhos.
O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Químicas Farmacêuticas e Material Plástico (Stiquifamp) de Juiz de Fora e a assessoria da Imbel informaram que estão cientes da interdição.
De acordo com o auditor José Miguel Campos Júnior, a empresa já foi notificada da interdição, que foi difinida nesta segunda-feira (22) após a análise do relatório das vistorias feitas até a última sexta-feira (19).
"A fábrica possui 82 edificações e todas precisaram ser vistoriadas, não apenas o local do incidente. Por isso que o laudo foi finalizado nesta segunda. Foram determinadas providências técnicas para que a indústria volte a manter trabalhadores no local. Uma parte da interdição diz respeito às edificações, porque algumas foram comprometidas", explicou.
A interdição é por tempo indeterminado porque cabe à empresa resolver os problemas e pedir uma nova vistoria. "A Imbel precisa apresentar uma solicitação do levantamento de interdição, que pode ser total ou parcial. A partir disso, os auditores voltam ao local para analisar o que for pedido pela empresa", afirmou.
Ainda segundo ele, outros detalhes da interdição não podem ser divulgados por envolver o sigilo referente à natureza da atividade da fábrica, que é a produção de material bélico. O auditor fiscal do trabalho destacou que o trabalho da Gerência Regional do Trabalho é realizado em parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT).
O G1 entrou em contato com a assessoria do MPT em Belo Horizonte e aguarda retorno.
O presidente do Stiquifamp de Juiz de Fora, Scipião da Rocha Júnior, disse que participou de uma reunião na segunda-feira (22) com a Procuradoria do Trabalho e os auditores fiscais na Subdelegacia do Trabalho na cidade.
"A empresa já estava com as atividades paradas de forma preventiva por decisão da empresa, mas agora a interdição está oficializada, porque acataram o pedido do sindicato. Os funcionários civis não podem trabalhar até haver garantia de segurança", destacou.
Segundo ele, o sindicato recebeu questionamentos de funcionários temendo ficar sem pagamento. "A Legislação diz que, em caso de interdição e interrupção de atividades, salários e benefícios estão garantidos. Por isso, não procede o temor de pessoas e comerciantes da região de que os funcionários teriam o pagamento suspenso", ressaltou.
O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Químicas Farmacêuticas e Material Plástico (Stiquifamp) de Juiz de Fora e a assessoria da Imbel informaram que estão cientes da interdição.
De acordo com o auditor José Miguel Campos Júnior, a empresa já foi notificada da interdição, que foi difinida nesta segunda-feira (22) após a análise do relatório das vistorias feitas até a última sexta-feira (19).
"A fábrica possui 82 edificações e todas precisaram ser vistoriadas, não apenas o local do incidente. Por isso que o laudo foi finalizado nesta segunda. Foram determinadas providências técnicas para que a indústria volte a manter trabalhadores no local. Uma parte da interdição diz respeito às edificações, porque algumas foram comprometidas", explicou.
A interdição é por tempo indeterminado porque cabe à empresa resolver os problemas e pedir uma nova vistoria. "A Imbel precisa apresentar uma solicitação do levantamento de interdição, que pode ser total ou parcial. A partir disso, os auditores voltam ao local para analisar o que for pedido pela empresa", afirmou.
Ainda segundo ele, outros detalhes da interdição não podem ser divulgados por envolver o sigilo referente à natureza da atividade da fábrica, que é a produção de material bélico. O auditor fiscal do trabalho destacou que o trabalho da Gerência Regional do Trabalho é realizado em parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT).
O G1 entrou em contato com a assessoria do MPT em Belo Horizonte e aguarda retorno.
O presidente do Stiquifamp de Juiz de Fora, Scipião da Rocha Júnior, disse que participou de uma reunião na segunda-feira (22) com a Procuradoria do Trabalho e os auditores fiscais na Subdelegacia do Trabalho na cidade.
"A empresa já estava com as atividades paradas de forma preventiva por decisão da empresa, mas agora a interdição está oficializada, porque acataram o pedido do sindicato. Os funcionários civis não podem trabalhar até haver garantia de segurança", destacou.
Segundo ele, o sindicato recebeu questionamentos de funcionários temendo ficar sem pagamento. "A Legislação diz que, em caso de interdição e interrupção de atividades, salários e benefícios estão garantidos. Por isso, não procede o temor de pessoas e comerciantes da região de que os funcionários teriam o pagamento suspenso", ressaltou.
O sindicato informou que a direção da Imbel está transferindo parte do pessoal administrativo para uma sala do Colégio Militar, para dar continuidade aos trabalhos, em meio expediente. "É uma alternativa permitida pela lei", disse.
Enquanto aguarda o desdobramento da interdição, o sindicato se mobiliza em outras frentes. "Além de acompanhar junto com os auditores fiscais, estamos encaminhando ofício em caráter de urgência para o Ministro da Defesa, Raul Jungmann. Queremos um posicionamento do ministério em respeito à garantia de emprego e segurança destes trabalhadores em todas as unidades da Imbel", comentou.
O assessor da Imbel, coronel Malbatan Leal, confirmou a entrega do termo de interdição no fim da tarde de segunda-feira e disse que as providências estão em andamento. "Estamos definindo o planejamento do cronograma, mas ainda não há prazo. O objetivo é retornar à normalidade, atendendo ao rigor que confira segurança para todos. A interdição veio de encontro à decisão do chefe da fábrica de suspender as atividades, o que indica uma convergência de interesses dos envolvidos", afirmou.
A princípio, a meta será solicitar a suspensão parcial da interdição, segundo o assessor. "Houve áreas mais impactadas do que outras, que vão demandar mais tempo de reparo. Por isso, provavelmente será priorizado o retorno parcial das atividades", explicou.
O coronel Malbatan Leal confirmou que alguns funcionários foram transferidos para o Colégio Militar. "São de setores prioritários que precisam continuar trabalhando. Por isso, estão abrigados de forma excepcional e temporária no colégio", afirmou. Além disso, também disse que os salários e benefícios estão mantidos durante a interdição, atendendo à legislação.
Explosão assustou moradores
A explosão aconteceu no fim da noite da última terça-feira (16). De acordo com a nota oficial da Imbel, o paiol número um concentrava munições e foi totalmente destruído. Outros dois foram destruídos parcialmente e houve um princípio de incêndio em um depósito de material químico.
A explosão aconteceu no fim da noite da última terça-feira (16). De acordo com a nota oficial da Imbel, o paiol número um concentrava munições e foi totalmente destruído. Outros dois foram destruídos parcialmente e houve um princípio de incêndio em um depósito de material químico.
A equipe de controle de danos da fábrica e o Corpo de Bombeiros isolaram a área e realizaram o rescaldo do incêndio gerado pela explosão. Não houve feridos nem mortos.
De acordo com a Imbel, a instalação que fica em área afastada de locais de circulação de pessoas e da área urbana e que era destinada ao armazenamento de explosivos, sob condições de temperatura e umidade permanentemente controladas.
As causas da explosão estão sendo investigadas pelo Exército e um inquérito técnico-administrativo interno foi aberto pela Imbel. O laudo deve sair até o dia 18 de setembro.
Na quinta-feira (18), fiscais do Núcleo de Emergência do Estado realizaram uma inspeção na unidade. O mesmo trabalho foi realizado por auditores do Ministério Público do Trabalho (MPT) na sexta-feira (19).
Além de ter causado danos em residências, o acidente deixou moradores de bairros vizinhos assustados. Ao G1, eles contaram que a explosão trouxe uma sensação de terremoto, com um barulho muito alto.
Engenheiros da Defesa Civil e funcionários da Imbel cadastraram e vistoriaram casas vizinhas da fábrica. Segundo a assessoria da Defesa Civil, foram 166 casas cadastradas, apenas com avarias e sem risco estrutural.
O assessor da Imbel informou que será feito um mutirão no próximo fim de semana para finalizar as vistorias nas casas dos moradores afetados. Ele ainda disse que serão realizados pelo menos três orçamentos pelos próprios proprietários e a Imbel vai decidir qual o melhor, para liberar o dinheiro para realizar os reparos.
Imbel foi inaugurada em 1938
Além da unidade da Zona da Mata, a Imbel também está presente no Rio de Janeiro (RJ), Magé (RJ), Itajubá (MG) e Piquete (SP). A fábrica de Juiz de Fora foi inaugurada em 1938, mas já funcionava em 1937.
Além da unidade da Zona da Mata, a Imbel também está presente no Rio de Janeiro (RJ), Magé (RJ), Itajubá (MG) e Piquete (SP). A fábrica de Juiz de Fora foi inaugurada em 1938, mas já funcionava em 1937.
A empresa tem tecnologia própria para a fabricação de materiais de emprego militar, com qualidade assegurada por Certificado de Sistemas da Qualidade e Serviços Pós-entrega para Material Bélico Aeroespacial, foguetes e munições de 40 a 155 milímetros e suas embalagens.
No local, são produzidas munições para morteiros 60, 81 e 120 milímetros, para canhões de 90 milímetros e para obuseiros 105 e 155 milímetros; motor foguete SBAT 70 M4B1 e cabeças de guerra AP e AC.
Não é a primeira vez que a empresa registra um grande acidente na cidade. Em março de 1944, uma oficina da fábrica explodiu matando 14 trabalhadores.
Recife estratégico para Nasa
Em missão de pesquisa, aeronave da Agência Espacial Americana fez parada tática na Capital
Moema França
A Capital pernambucana está na rota da Nasa para uma missão de pesquisa sobre resfriamento das nuvens do Atlântico. Um dos dois laboratórios aéreos da Agência Espacial Americana pousou na manhã da última terça-feira (23) no Aeroporto Internacional do Recife, após dez horas de viagem a 750km/h, vindo da Georgia, nos Estados Unidos.
A aeronave ER-2 parou para ser reabastecida com combustível especial, produzido no seu país de origem e trazido com cuidado em um navio. Também foi preciso realizar uma manutenção preventiva antes da aeronave levantar voo com destino a Walvis Bay, na Namíbia, país do continente Africano, na próxima sexta-feira. A aeronave volta aos Estados Unidos com nova parada no Recife no dia 28 de setembro.
Esta é a segunda vez que o ER-2 vem à Capital pernambucana. A primeira delas foi entre os anos 2000 e 2001, também num voo técnico programado da mesma missão. É na África onde as pesquisas serão realizadas. De acordo com a Nasa, o ER-2 coletará dados que constituirão a pesquisa Oracles. Ela analisa como a fumaça causada pelos incêndios na África afeta o resfriamento das nuvens do Oceano Atlântico. E faz parte da missão Oracles, sigla para ObseRvations of Aerosols above CLouds and their intEractionS, ou “observações do aerosol acima das nuvens e suas interações”, em tradução livre.
“Quando ele veio da outra vez foi para fazer a medição dos poluentes atmosféricos. Ele está a caminho da África para saber se a situação melhorou ou piorou”, conta Valter Andrade, especialista em defesa e aviação. Desta vez, alguns pilotos do Aeroporto Internacional dos Guararapes ficaram sabendo da visita na segunda-feira, por causa da chegada de equipamentos e conteiners da Nasa antes do avião aterrissar.
O modelo é pequeno. Comporta um ou dois tripulantes.“O uniforme que o piloto usa é de astronauta, porque a altitude é grande e faz muito frio. Ele leva três horas para se preparar para entrar no avião, desde a hora que começa a colocar a vestimenta. É preciso três pessoas para ajudá-lo a se vestir”, explica. O uniforme comporta uma bexiga para as necessidades do piloto, cuja alimentação é principalmente pastosa e feita por meio de uma mangueira fina por dentro da roupa. Alguns voos podem chegar até 14 horas, com transmissão ao vivo para a Nasa.
Domadores de dragões
O ER-2 é considerado um grande ícone da aviação e não é qualquer piloto que pode comandá-lo. O modelo é tão instável que os pilotos são chamados de “domadores de dragões”, por causa da dificuldade em equilibrar a aeronave na hora do pouso. Como tem asas muito grandes e só tem rodas no meio, não tem um centro de gravidade definido e o piloto precisa fazer com que o veículo não se jogue nem para a direita, nem para a esquerda. “É como se você tentasse se equilibrar na ponta de um lápis com um pé só, mantendo a coluna reta”, explica Valter.
A aeronave possui muitas particularidades, uma delas é a capacidade de levar até três toneladas de equipamentos científicos. “O combustível é produzido nos EUA e é transportado de navio e caminhão pra chegar antes no local onde ele pousará”, aponta Andrade. O avião vai para a República da Namíbia e de lá voa rumo à Antártida para coleta de dados na Estratosfera, uma das camada da atmosfera terrestre situada entre 11 km e 50 km de altitude. “Tem que aproveitar porque esse modelo de avião será aposentado daqui a um ano e meio”, informa. O próximo modelo que vai substituir o ER-2 será o Global Hawk, que pode ficar 24 horas no ar, já que é uma aeronave sem tripulação.
Não é novidade a Nasa se beneficiar de aviões da Força Aérea americana. A diferença é que eles desmilitarizam as aeronaves, colocando equipamentos científicos no lugar dos armamentos. “A Nasa faz a adaptação para o uso científico e os usa em missões de pesquisas de poluentes em altas camadas da atmosfera. O ER-2 também é usado para mapear tornados e furacões nos Estados Unidos.”
Temer corta programa que previa ampliação de aeroportos regionais
Renato Andrade E Dimmi Amora
O governo do presidente interino, Michel Temer, decidiu cortar drasticamente o programa de investimentos federais em aviação regional lançado pela presidente afastada, Dilma Rousseff, reduzindo de 270 para 53 o número de aeroportos que passarão por obras de ampliação a partir do próximo ano.
"Chegamos à conclusão de que não seriam necessários 270 aeroportos para iniciar um programa realista que atenda aos Estados, à demanda e às empresas", disse à Folha o ministro de Transportes, Aviação Civil e Portos, Maurício Quintella Lessa.
O plano de desenvolvimento da aviação regional foi lançado no fim de 2012 pelo governo petista. A presidente Dilma chegou a avaliar a possibilidade de fazer investimentos em cerca de 800 pequenos e médios aeroportos, mas acabou reduzindo a lista inicial para 270 unidades.
O investimento estimado na época era de R$ 7,3 bilhões, mas quase nada saiu do papel nestes quatro anos. Segundo Quintella, a nova lista é "bem mais realista" e adequada à situação financeira do governo federal.
Serão necessários R$ 2,4 bilhões para os investimentos previstos nos 53 aeroportos até 2020. Quintella diz ter assegurado, até o momento, metade desse dinheiro, o que que representará desembolso anual de R$ 300 milhões.
Além dos 53 aeroportos, o governo terá uma lista de outras 123 unidades que poderão receber investimentos à medida que a situação econômica melhorar ou se os Estados assumirem os projetos.
Em São Paulo, por exemplo, havia a previsão de investir em 19 aeroportos regionais. Agora, serão apenas dois, em Sorocaba e no Guarujá. Outros seis já foram repassados ao governo estadual para que sejam feitas concessões.
Além da falta de dinheiro, a lista de aeroportos foi reduzida porque 94 projetos foram considerados inviáveis. Ficavam perto de aeroportos já em operação, estavam previstos para locais inadequados, como áreas de preservação, ou não havia demanda.
Dos aeroportos que vão receber investimentos, 27 já recebem voos atualmente. Outros 11 estão numa lista que a Associação das Empresas Aéreas publicou em 2012 pedindo prioridade para injeção de recursos por causa do potencial de demanda. Segundo o ministro, a escolha dos aeroportos se deu em acordo com os Estados, bancadas no Congresso e companhias aéreas.
O ministro afirmou ainda que o governo exigirá que as cidades apresentem, na assinatura dos contratos, garantias de que leis locais irão preservar as áreas ao redor dos aeroportos para evitar tornar inviável no futuro o uso dos terminais por causa de construções inadequadas.
Além disso, está em estudo uma parceria com o Sebrae para qualificar gestores, para que eles tenham noções sobre como conseguir empreendimentos para manter a rentabilidade das unidades, já que em geral eles não se sustentam apenas com receitas de tarifas aeroportuárias.
"É necessário buscar fontes de receitas compatíveis com a operação", afirmou Dário Rais, secretário de Aviação Civil do ministério.
O ministro Quintella disse ainda que o governo definirá em breve o sistema de subsídios das passagens aéreas regionais, mecanismo que dará sustentação ao programa. A prioridade será subsidiar passagens na região Amazônica, como estabelecido em lei.
Uso de drones para carregar bombas preocupa Pentágono
Justin Bachman Bloomerg
É barato, leve e pode carregar uma bomba pequena: o drone vendido comercialmente se tornou uma nova alternativa de criação de terror para organizações como Hezbollah, Estado Islâmico ou qualquer um que pretenda produzir caos gastando pouco.
“Trata-se do mesmo quadricóptero que se pode comprar no Groupon ou Sam´s Club por US$ 400”, disse o general Robert Neller, do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA, na semana passada em um fórum em Washington que discutiu o futuro das práticas de guerra.
A natureza elusiva dos drones pequenos é um dos motivos para o Distrito de Columbia, que abriga a capital, ter sido definido como “espaço aéreo de defesa nacional”, proibindo voos de drones na região.
Incidentes recentes envolvendo drones, incluindo um que no ano passado caiu na grama da Casa Branca, complicaram a situação.
No entanto, o problema não é mais gente sem senso de direção interessada na brincadeira. Esses veículos aéreos não tripulados podem ser equipados com armamentos de diferentes graus de sofisticação e estão sendo usados na guerra civil na Síria e em trechos das fronteiras do Líbano e da Síria com Israel, onde o Hezbollah marca presença.
“Tem havido uma preocupação cada vez maior entre os militares e maior aceitação sobre o quanto esse problema será prejudicial adiante”, disse Andrew Metrick, analista de inteligência em segurança do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais.
“Do ponto de vista dos EUA e aliados, antes não precisávamos pensar em como combater onde não temos total supremacia aérea.”
As forças armadas dos EUA começaram a estudar drones pequenos e a melhor forma de resposta a eles. No começo do mês, a Agência de Projetos de Pesquisa Avançados de Defesa solicitou ideias sobre como proteger as tropas dessa nova ameaça e planeja realizar oficinas no mês que vem.
“Buscamos abordagens com escala, modulares e de custo acessível que possam ser empregadas nos próximos três a quatro anos e evoluir rapidamente com avanços táticos e em termos de ameaças”, afirmou em comunicado um gestor de programas da agência, Jean-Charles Ledé.
Fuzileiros navais começaram a integrar pequenos drones em seus exercícios de treinamento no Centro de Combate no Espaço Aéreo que fica em Twentynine Palms, no Estado da Califórnia, informou Neller.
Um fuzileiro ou soldado que avista um drone no céu geralmente atira para derrubá-lo, mas drones pequenos podem operar sutilmente e enganar os radares, por serem pouco maiores do que um pássaro.
Seus motores pequenos dificultam muito a detecção acústica. Sensores com câmeras que operam no solo podem detectar drones, mas os sensores empregados nos campos de batalha geralmente exigem recursos substanciais de computação.
Uma possível solução em estudo pelos militares é usar um aparelho que embaralha sinais eletrônicos para impedir que o operador de um drone sobrevoe determinada área.
Diferentemente do que ocorre com um dispositivo explosivo improvisado, um inimigo usando um pequeno drone “não consegue explodir um tanque, mas é mais fácil atacar indivíduos, coletar inteligência e desativar muitos recursos ao forçar os americanos a responderem ao perigo”, explicou Loren Thompson, analista de defesa do Instituto Lexington.
“Quem pensa que há um drone por perto vigiando ou que pode ser uma ameaça, precisa ter mais cuidado — o que significa que a pessoa fica distraída de sua missão principal.”
O governo dos EUA já utiliza pequenos drones, geralmente em operações de reconhecimento e vigilância.
Temer autoriza atuação das Forças Armadas nas eleições municipais
Danyele Soares
O presidente interino, Michel Temer, autorizou a atuação das Forças Armadas nas eleições municipais deste ano. O decreto de autorização foi publicado nesta terça-feira (23), no Diário Oficial da União, e prevê que os militares vão trabalhar para garantir a ordem pública durante a votação e a apuração do pleito.
Os locais e o período de atuação serão definidos de acordo com a necessidade do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A parceria entre o Ministério da Defesa e a Justiça Eleitoral acontece em todas as eleições dos últimos anos. Historicamente, as tropas trabalham no apoio logístico, como o transporte de urnas e de pessoas a locais de difícil acesso e também ajudam a garantir a ordem pública durante o processo.
Em 2014, por exemplo, nas eleições gerais, 30 mil homens e mulheres da Marinha, do Exército e da Aeronáutica atuaram na logística e na segurança. No segundo turno, foram 15 mil militares.
Taxa de doadores efetivos de órgãos aumenta, mas ainda está longe do ideal
Alana Gandra
O número de doadores efetivos de órgãos no Brasil subiu de 13,1 por milhão de habitantes para 14 por milhão no segundo trimestre deste ano, segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). “Essa taxa de doadores efetivos vinha caindo ao longo de 2015, se estabilizou no primeiro trimestre de 2016 e começou a subir agora, no segundo trimestre deste ano”, disse hoje (22) o coordenador da Comissão de Remoção de Órgãos da ABTO, José Lima Oliveira Júnior.
Apesar do aumento, o número de doadores efetivos ficou abaixo do esperado para o período, de 16 por milhão de habitantes, e longe do considerado ideal. Além disso, os transplantes feitos caíram no segundo trimestre, assim como o total de potenciais doadores, principalmente nos estados mais populosos do país (São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais). Os dados são levantados pela ABTO e pelo Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde.
O número de brasileiros na fila aguardando um órgão aumentou este ano em comparação ao primeiro semestre de 2015, de 32 mil pessoas para 33.199. Em números absolutos, a maior fila é para receber córneas e rim, seguida de fígado, coração, pulmão, pâncreas e intestino.
Tendência revertida
Segundo Oliveira Júnior, os cinco anos anteriores a 2015 registraram tendência de melhora nos números de potenciais doadores, de doadores efetivos e de transplantes realizados, com redução da fila de espera. No ano passado, no entanto, a tendência se reverteu, com piora em todos os indicadores do setor.
“Basicamente, [houve] uma desorganização do sistema”, segundo o coordenador, que citou atrasos no pagamento aos hospitais, contratos desfeitos e não renovados e falta de reajuste dos procedimentos como causas da piora dos resultados. As consequências, segundo ele, foram a queda no número de equipes que fazem os procedimentos e a redução da quantidade de transplantes.
De acordo com os dados da ABTO, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul têm hoje as melhores taxas de doadores efetivos do país, com de 34,9 por milhão; 26,2 por milhão e 25,2 por milhão, respectivamente.
As taxas mais baixas de doadores efetivos estão no Norte e Nordeste, onde a taxa de recusa da família para doar os órgãos é mais alta, segundo Oliveira Júnior. “A taxa de doadores efetivos [nessas regiões] cai para dois, três ou quatro [habitantes] por milhão”, comparou.
O coordenador da ABTO destacou que é preciso trabalhar para que o número de doadores aumente em todo o país, porque mesmo que o órgão não seja aproveitado em um estado, o transplante pode ser feito em outra unidade da Federação, com o apoio da Força Aérea Brasileira (FAB). Um rim, por exemplo, pode ser transplantado até 24 horas depois de retirado e um fígado até 12 horas. “Podemos melhorar muito esse sistema, mas precisamos de uma infraestrutura nacional que funcione bem e, principalmente, temos que reduzir a taxa de recusa familiar que é muito alta no país, 49% é inaceitável.”
Segundo Oliveira Júnior, é preciso desfazer alguns mitos sobre a doação de órgãos que levam as famílias a recusar a possibilidade de transplante diante da morte de um parente. Levando em consideração a característica de solidariedade dos brasileiros, o especialista acredita que a taxa de doadores efetivos pode crescer se houver maior esclarecimento da população.
Infraestrutura
Segundo a ABTO, os Estados Unidos têm hoje uma taxa de doadores efetivos de 25 a 30 por milhão. Entretanto, embora haja um número grande de potenciais doadores, a maioria tem idade avançada e problemas como hipertensão e diabetes, o que pode inviabilizar o transplante.
Já os potenciais doadores no Brasil são jovens, vítimas de violência, de traumas e acidentes de automóvel, em geral, que eram saudáveis até a ocorrência desses episódios, o que favorece o aproveitamento dos órgãos. “Nós precisamos aumentar nosso aproveitamento”, destacou Oliveira Júnior.
Nem todos os órgãos doados podem ser aproveitados. No último semestre, 71% dos órgãos doados no Brasil não puderam ser utilizados porque o processo exige uma série de cuidados e infraestrutura para que os órgãos possam ser removidos e os transplantes feitos. “O doador precisa ser mantido em um ambiente adequado, precisa de ventilação mecânica, de medicamentos para ajustar a pressão, de infraestrutura que permita manter a temperatura do corpo, precisa de reposição hormonal, muitas vezes de transfusão de sangue, de dieta enteral”, listou o médico.
Muitas vezes, o local onde o doador está não tem a infraestrutura necessária e quando a equipe chega para fazer a remoção do órgão, ele não é mais viável. “É preciso melhorar esse sistema.”
Força Aérea contabiliza quatro medalhas nos Jogos
Nesta edição da Olimpíada, dos 465 atletas do Time Brasil, 145 eram das Forças Armadas
A Força Aérea Brasileira contabilizou quatro conquistas no quadro de medalhas, entre 39 atletas competidores nos Jogos Olímpicos Rio 2016. Das 19 medalhas conquistadas pelo Brasil, 13 foram garantidas por atletas do Exército, Marinha e Aeronáutica.
Nesta edição da Olimpíada, dos 465 atletas do Time Brasil, 145 eram das Forças Armadas. O número representa 31% do total, em diversas modalidades como atletismo, judô, natação, ginástica artística, handebol e outros.
Todos os egressos participam de um processo seletivo público e voluntário, cujo contrato pode durar até oito anos, no qual os atletas recebem salário e infraestrutura para treinamento. Assim, cerca de 600 atletas já foram incorporados, muitos a níveis sulamericano, panamericano e olímpico.
“Foi fundamental a participação das Forças Armadas na formação do Time Brasil”, afirmou o diretor-executivo do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Marcus Vinícius Freire.
Segundo o representante do COB, desde 2011, o trabalho vem sendo desenvolvido junto com os ministérios da Defesa e dos Esportes, através do Programa de Atletas de Alto Rendimento (PAAR). O resultado é nítido, com 68% das medalhas conquistadas por atletas militares. “São seis anos de parceria que eu considero que continue por mais 100”, declarou.
“Sem esse apoio, eu certamente não teria chegado a essa medalha de ouro”, afirma o campeão olímpico do salto com vara, Thiago Braz, que é Sargento da Aeronáutica.
A 13ª medalha das Forças Armadas veio da conquista do terceiro lugar no taekwondo, na categoria acima dos 80 quilos, pelo terceiro sargento da Aeronáutica Maicon Siqueira. "Nunca sonhei que um dia disputaria uma Olimpíada na vida. Por isso agradeço muito aos meus amigos e à minha família", disse ao final da disputa.
Atualmente, 670 militares fazem parte do Programa Atletas de Alto Rendimento, sendo que 76 são militares de carreira e outros 594 temporários. O ingresso do atleta nas Forças Armadas é voluntário.
A convocação para integrar o PAAR é feita mediante edital público e inclui prova de títulos (currículo esportivo/resultados/ranking nacional). Os atletas são incorporados com graduações variadas e os direitos salariais e todos os outros benefícios são exatamente os mesmos que os demais militares de graduação em serviço ativo têm.
Modalidades
Durante os Jogos do Rio, os militares participaram das disputas de 27 modalidades, o que corresponde a 64% dos esportes das Olimpíadas. As Forças Armadas estiveram presentes nas provas de atletismo, basquete feminino, ginástica artística, hipismo adestramento, hóquei sobre grama, natação, judô, levantamento de peso, tiro esportivo, tiro com arco, taekwondo, vôlei de praia, maratona aquática, lutas, ciclismo pista, ciclismo estrada, handebol, vela, esgrima, boxe, remo, saltos ornamentais, nado sincronizado, canoagem slalom, badminton, triatlo e pentatlo moderno.
FAB realiza 1,3 mil horas de voo durante Olimpíada
Efetivo de segurança que atuou durante os Jogos Olímpicos deve permanecer até o fim dos Jogos Paralímpicos
Cerca de 1,3 mil horas de voo foram cumpridas pela Força Aérea Brasileira durante os Jogos Olímpicos Rio 2016. Os dados foram apresentados pelo Ministério da Defesa no Rio de Janeiro (RJ), nesta segunda-feira (22). Os aviões de defesa aérea cumpriram 1.108 horas de voo e realizaram 29 interceptações de aeronaves, por estarem sobrevoando próximos à área de exclusão. Destas, quatro refizeram a rota. A Força Aérea também voou 254 horas de transporte logístico.
De acordo com o ministro da Defesa, Raul Jungmann, o efetivo que atuou durante os Jogos Olímpicos deve permanecer até o fim dos Jogos Paralímpicos, em 18 de setembro. “Foram 43 mil militares da Marinha, Exército e Aeronáutica atuando em todo o País e mais de 23 mil somente no Rio de Janeiro. Esse efetivo deve permanecer durante os Jogos Paralímpicos”, afirmou.
Assim como ocorreu nos Jogos Olímpicos, nos Paralímpicos o esquema de Defesa funcionará com cerca de 3 mil militares das Forças desempenhando ações de policiamento ostensivo em algumas regiões pré-determinadas, como vias expressas e as redondezas do aeroporto do Galeão, em atendimento a um pedido do governo do Estado do Rio de Janeiro.
Ao todo, entre as funções do eixo de Defesa, foi realizada a proteção de 139 estruturas estratégicas, sendo 73 somente no Estado do Rio de Janeiro.
Escolta
Os militares das Forças Armadas também realizaram escolta de autoridades. Foram 616 missões que atenderam 16 dignitários durante os Jogos. O ministro também citou as ações antiterroristas, em que 78 objetos suspeitos foram encontrados, mas sem confirmação de real ameaça.
Uma pesquisa feita com 1,3 mil turistas estrangeiros mostra que 95% deles voltariam ao Rio e que 90% aprovam a segurança do País. “A sensação de segurança do carioca sem sombra de dúvida atesta que o resultado foi positivo”, finalizou.
Legado palpável
As instalações do Parque Olímpico da Barra da Tijuca e do Complexo Esportivo de Deodoro integrarão a Rede Nacional de Treinamento, dando continuidade ao desenvolvimento do esporte de base e o de alto rendimento, segundo o ministro do Esporte, Leonardo Picciani.
Essas “intenções” fazem parte do plano de legado das instalações esportivas construídas e reformadas para os Jogos Rio 2016, e aponta o destino dos equipamentos e materiais esportivos adquiridos para o megaevento. O plano é resultado da parceria entre os dois entes, com apoio do Comitê Olímpico do Brasil, do Comitê Paralímpico Brasileiro e das diversas entidades esportivas do país.
“A formação do legado olímpico é a principal prioridade do Ministério do Esporte. Os Jogos Olímpicos duraram 16 dias e os Jogos Paralímpicos duram 11 dias, mas o fundamental é que esses equipamentos fiquem para o Rio de Janeiro, para o país e para as futuras gerações”, afirmou Picciani.
Segundo o plano, as instalações na Barra da Tijuca e em Deodoro integrarão os Centros Olímpicos de Treinamento (COT). A gestão e a manutenção das instalações ficarão a cargo da iniciativa privada, do Exército Brasileiro e das confederações esportivas, por meio de convênios com o Ministério do Esporte.
“A Rede Nacional de Treinamento será o carro-chefe do nosso plano de legado. Os repasses de recursos estarão vinculados a projetos realizados dentro das instalações da Rede. O Plano de Legado do Governo Federal é baseado nesta rede e vai unificar todos os equipamentos esportivos do Ministério do Esporte no país, desde dos centros de iniciação locais até os centros de alto rendimento”, explicou o ministro.
Na Barra da Tijuca, a responsabilidade será de Parceria Público-Privada (PPP) da Prefeitura do Rio, com a participação de confederações.
“É uma concessão que foi lançada no dia 30 de junho. O objetivo desta PPP é a manutenção e operação das instalações do Parque Olímpico. O complexo também ganha uma pista de atletismo que é uma obrigação da PPP na construção do local”, ressaltou o prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes.
Já no Complexo Esportivo de Deodoro, a gestão vai ser realizada pelo Exército Brasileiro em parceria com entidades esportivas. Na região, o Parque Radical, com os circuitos de canoagem slalom, mountain bike e a pista de BMX, será concedido à Prefeitura do Rio, permitindo o desenvolvimento do esporte - atribuição das confederações - e a oferta de lazer para a comunidade.
“A gente reafirma o nosso compromisso de fomentar e promover as atividades esportivas em áreas que estão sob cuidado da prefeitura como o Parque da Barra e o Parque Radical e a prefeitura se compromete a disponibilizar dentro do calendário de competições esses equipamentos para o uso esportivo”, disse o ministro do Esporte, Leonardo Picciani.
A Rede Nacional de Treinamento foi criada pela Lei 12.395/2011, com o objetivo de interligar as instalações esportivas e oferecer espaço para detecção de talentos, formação de categorias de base e treinamento de atletas e equipes, com foco em modalidades olímpicas e paralímpicas. Também pretende aprimorar e permitir o intercâmbio entre técnicos, árbitros, gestores e outros profissionais do esporte.
A gestão das instalações, com foco no desenvolvimento do esporte, da iniciação ao alto rendimento, seguirá as diretrizes da rede.
A rede será composta por instalações construídas e equipadas pelo Ministério do Esporte, em parceria com entidades esportivas, prefeituras e governos estaduais. Entre elas, instalações fora do Rio de Janeiro (RJ), como o Centro Pan-Americano de Judô, em Lauro de Freitas (BA), a Arena Caixa de Atletismo, em São Bernardo do Campo (SP), o Centro de Excelência em Saltos Ornamentais, em Brasília (DF), o Velódromo de Indaiatuba (SP), o Centro de Canoagem, em Foz do Iguaçu (PR), o Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, que comporta 15 modalidades, em São Paulo (SP), o Centro de Desenvolvimento do Handebol, em São Bernardo do Campo (SP) e o Centro de Formação Olímpica do Nordeste, em Fortaleza (CE). E instalações equipadas, como os 16 centros de ginástica, montados em 13 cidades brasileiras e os 29 clubes e ginásios de basquete em todo o país, entre outras.
Outro importante legado dos Jogos Rio 2016 é formado por 216 tipos de materiais e equipamentos esportivos adquiridos pela União, com investimento de R$ 118,7 milhões. Com o encerramento das competições, parte desses itens ficará com as Forças Armadas e o restante será destinado a prefeituras e governos estaduais, além de confederações. O Ministério do Esporte lançará edital de chamada pública para a seleção de interessados.
Entre os itens, estão piscinas e pisos oficiais para badminton, tênis de mesa, handebol, pentatlo moderno, bocha, goalball, boxe, esgrima e rúgbi em cadeira de rodas. Além disso, foram adquiridos materiais esportivos do atletismo, do halterofilismo, do levantamento de peso e do taekwondo.
Os mais de 2.800 equipamentos e materiais esportivos adquiridos pelo Comitê Organizador Rio 2016 também poderão ser doados após as competições. No início de julho, o Ministério do Esporte estabeleceu as diretrizes para o processo. Como foram adquiridos com isenção fiscal, esses itens continuarão isentos se forem doados a escolas e universidades (federais, estaduais ou municipais) e às Forças Armadas. Caso a doação seja feita a confederações, clubes ou outras entidades privadas, o Ministério do Esporte certificará a entidade e validará o projeto de uso. De posse do certificado de validação do projeto, o Comitê Rio 2016 encaminha a documentação à Receita Federal para que os equipamentos possam ser doados mantendo-se a isenção fiscal.
Laboratório
A construção e a equipagem da nova sede do Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD), instalado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e a reforma e construção de instalações esportivas em unidades militares no Rio de Janeiro (RJ) completam o legado dos Jogos. Para a construção da nova sede, o LBCD recebeu investimentos de R$ 151,3 milhões do Governo Federal, além de outros R$ 74,6 milhões para a compra de equipamentos e materiais. O laboratório foi reacreditado pela Agência Mundial Antidopagem em maio de 2015, passando a ser o 34º do mundo credenciado pela instituição e o segundo da América do Sul. O outro fica em Bogotá, na Colômbia.
A construção e a equipagem da nova sede do Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD), instalado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e a reforma e construção de instalações esportivas em unidades militares no Rio de Janeiro (RJ) completam o legado dos Jogos. Para a construção da nova sede, o LBCD recebeu investimentos de R$ 151,3 milhões do Governo Federal, além de outros R$ 74,6 milhões para a compra de equipamentos e materiais. O laboratório foi reacreditado pela Agência Mundial Antidopagem em maio de 2015, passando a ser o 34º do mundo credenciado pela instituição e o segundo da América do Sul. O outro fica em Bogotá, na Colômbia.
A tecnologia do controle de dopagem é a mais sofisticada possível, e cadeias produtivas de vários setores dependem de análises químicas qualificadas como as que são desenvolvidas para essa finalidade. O Brasil, portanto, ganhará conhecimento técnico-científico, porque o LBCD, além de fazer análises de sangue e urina para identificar dopagem, continuará atuando em pesquisas científicas e tecnológicas em diversas áreas, no ensino acadêmico e na formação de profissionais especializados.
Os investimentos em unidades militares e na Escola de Educação Física e Desportos da UFRJ ultrapassaram R$ 200 milhões. As instalações esportivas já estão sendo usadas como locais de treinamento das delegações brasileira e estrangeiras. Após as competições, serão incorporadas à Rede Nacional de Treinamento. Os investimentos em unidades militares foram feitos no Centro de Capacitação Física do Exército (CCFEx), na Escola Naval, na Universidade da Força Aérea (Unifa), no Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (Cefan) e no Clube da Aeronáutica (Caer).
CORREIO DE CORUMBÁ
Marinha comemora o centenário da aviação naval: esquadrão de helicópteros realiza exposições para população pantaneira
Hoje, dia 23 de agosto de 2016, a Aviação Naval completa 100 anos. Em homenagem a esta data especial, o 4º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (EsqdHU-4), subordinado ao Comando do 6º Distrito Naval, organizou uma programação com cerimônia militar, estandes com informações de como ingressar na Aviação da Marinha, exposições de aeronaves e materiais. A programação completa está no final da reportagem.
A história da Aviação Naval brasileira iniciou-se em 1916 com a criação da Escola de Aviação Naval (EAvN), na cidade do Rio de Janeiro. O pioneirismo no emprego de aeronaves militares no Brasil, em prol da segurança e do desenvolvimento nacional, contribuiu para o desbravamento das rotas aéreas e em operações de patrulha em defesa do nosso litoral e áreas fronteiriças.
O 6º Distrito Naval orgulha-se de fazer parte do início da Aviação Naval, já que em 10 de novembro de 1932, foi criada a Base de Aviação Naval de Ladário.
O motivo da presença da Aviação Naval no Pantanal, que operou naquela época com cinco hidroaviões modelo "Farey-Gordon" pertencentes à Primeira Divisão de Esclarecimento e Bombardeio, era o conflito entre o Paraguai e a Bolívia pela posse da região do Chaco Boreal, localizada na parte central da América do Sul, próxima aos Andes. A área possuía grande quantidade de petróleo, além de ser crucial devido o acesso ao Oceano Atlântico, pelo Rio Paraguai.
Em 1941, após o fim dos conflitos entre os países vizinhos, as operações com as aeronaves da Marinha do Brasil foram interrompidas na região, porém, deixando marcas e legados históricos no Complexo do 6º Distrito Naval, tais como: a antiga torre de controle do espaço aéreo, localizada junto ao prédio onde hoje funciona o Grupamento de Fuzileiros Navais de Ladário e uma placa com o título "Rampa de Hidroaviões" preservada no cais da Base Fluvial de Ladário.
Devido à importância estratégica da região para o Brasil e manutenção das fronteiras do território brasileiro, em 1989, decidiu-se pela retomada das operações aéreas na área no Pantanal, fazendo com que a Marinha enviasse para o Comando do 6º Distrito Naval um Destacamento de São Pedro da Aldeia-RJ, dando início ao que se denomina segunda fase da Aviação Naval na região e que perdura até os dias atuais.
Naquela época, após seis anos operando e retomando a experiência sobre as ações aéreas nesta área pantaneira, foi criado, em 16 de maio de 1995, o 4º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral, o nosso querido Esquadrão HU-4, com o lema "As Asas da Marinha no Pantanal", cuja área de jurisdição compreende os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Atualmente a Organização Militar opera com três helicópteros modelo UH-12 - Esquilo Monoturbina.
Ao longo desses quase 84 anos de existência no Pantanal, muitas foram às missões atribuídas a esta Unidade Aérea da Marinha, que brilhantemente contribuiu com o trabalho de excelência executado pela Aviação Naval.
São incontáveis os apoios às Inspeções Navais nos rios das regiões Sudeste e Centro-Oeste; Operações com Navios da Flotilha de Mato Grosso; Operações Ribeirinhas; Operações Conjuntas com o Exército Brasileiro, Força Aérea Brasileira, Armadas da Bolívia, do Paraguai e da Argentina.
Os helicópteros, que também são conhecidos como "Gaviões Pantaneiros", têm importantes participações nas atividades da sociedade local, como Missões Humanitárias e de Transporte Aeromédico.
Segue programação:
- Dia 26 de agosto - Cerimônia Militar Centenário da Aviação Naval, no Comando do 6º Distrito Naval;
- Dia 27 de agosto - Exposição de Aeronave e materiais, na Casa do Marinheiro de Ladário (CAMALA), das 9h às 16h; e
- Dia 28 de agosto - Exposição de Aeronave e materiais, no estacionamento do anfiteatro do antigo Centro de Convenções Miguel Gomes, localizado à Rua Domingos Sahib, 570, Porto Geral, Corumbá, das 9h às 16h.
JORNAL LA TERCERA (CHILE)
Augusto Catoia F.
Comité Olímpico Brasileño: "En nuestro país tenemos militares deportistas"
El organismo detalla su modelo de apoyo al deporte.
A varios medallistas brasileños en Río se les vio en el podio con una mano estirada en la frente. Era poque de los 465 locales en los JJ.OO., 145 son militares. Y de 19 preseas verdeamarillas, 13 las ganaron miembros de la Fuerza Aérea Brasileña, la Marina o el Ejército del país. Eso se debe al Programa Atletas de Alto Rendimiento (PAAR), creado en 2008 por el Ministerio de Defensa en alianza con el Ministerio del Deporte. El ex judoca militar Sebástian Pereira, gerente de performance deportiva del Comité Olímpico de Brasil (COB) y uno de los idealizadores, explica el proyecto.
A varios medallistas brasileños en Río se les vio en el podio con una mano estirada en la frente. Era poque de los 465 locales en los JJ.OO., 145 son militares. Y de 19 preseas verdeamarillas, 13 las ganaron miembros de la Fuerza Aérea Brasileña, la Marina o el Ejército del país. Eso se debe al Programa Atletas de Alto Rendimiento (PAAR), creado en 2008 por el Ministerio de Defensa en alianza con el Ministerio del Deporte. El ex judoca militar Sebástian Pereira, gerente de performance deportiva del Comité Olímpico de Brasil (COB) y uno de los idealizadores, explica el proyecto.
¿Cómo se gestó esta iniciativa, y cómo funciona?
Yo competí como deportista militar del judo entre 1995 y 2001, y en esa época no tenía apoyo. Entonces el COB y las FF.AA. estudiaron el programa deportivo militar de países potencia y se implantó el PAAR. En nuestro país tenemos militares deportistas, que entran al programa en base a resultados, y en un rango según su escolaridad. Se les da estabilidad proporcionándoles local de entrenamiento, acceso a ciencias del deporte, sueldo y beneficios como cualquier trabajador del país.
Son militares, pero sólo en teoría ¿cierto?
Son militares atletas. Para entrar en las FF.AA., deben cumplir requisitos de cualquier militar; pasan por ejercicios en campos de tiro y otras cosas. Entrenamiento básico. También se entiende que son deportistas, por lo cual eso se adapta.
¿Con deberes militares?
Además de los entrenamientos para reciclar sus conocimientos y habilidades, pueden ser llamados en caso de algún conflicto, porque tienen la obligación de defender a Brasil. Eso sí, su principal tarea es la preparación al deporte de alto rendimiento. Son contratados por ocho años y pueden renovar, pero como militar común y no como deportista.
El ganador del oro en salto con garrocha, Thiago Braz, llegó a la Fuerza Aérea hace menos de dos meses.
Sí. La dificultad es que personas se incorporan a la Marina, Fuerza Aérea o al Ejército a partir de los 18 años, y hay quienes inician su disciplina a los 12 ó 13 años.
¿Pero hay programas de preparación para niños?
En 127 unidades militares hay un proyecto social de introducción al deporte, que hace alianzas con colegios para introducir disciplinas en la vida de niños a partir de los 10 años. Planeamos mejorar ese programa y capacitar profesores militares para insertar niños en diversas actividades deportivas en las instalaciones de las FF.AA.
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