NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 29/05/2016 / Encontro de girocópteros reúne pilotos em São Sebastião do Paraíso
Encontro de girocópteros reúne pilotos em São Sebastião do Paraíso ...
Aeronave é considerada um dos transportes mais seguros do mundo. Um dos três fabricantes da aeronava fica na sul mineira e organiza evento ...
Um encontro reúne amantes de girocópteros desde quinta-feira (26) em São Sebastião do Paraíso (MG). Cerca de 100 pilotos participam do evento, expondo os modelos e fazendo voos experimentais. Um dos três fabricantes deste tipo de aeronave fica na cidade. A aeronave é considerada um dos transportes mais seguros do mundo.
No encontro, é possível ver inúmeros modelos da aeronave. É a primeira vez que gironautas de várias partes do país se encontram no aeroporto de São Sebastião do Paraíso.
A aeronave experimental do Xico Donizete atinge, em média, de 100 a 120 quilômetros por hora, tem autonomia de duas horas de voo e pode chegar a quase 2 mil metros de altura. No ar ele pode também dar um show de desempenho, como os aviões da Esquadrilha da Fumaça. "Uma demonstração para vocês curtirem mais o voo da máquina", explica Donizete.
Valmir Sousa mora em São Sebastião do Paraíso e é um dos três fabricantes de girocópteros no país. Os outros dois, estão em São Paulo e Santa Catarina. Segundo ele, uma aeronave como esta custa de R$ 80 mil a R$ 130 mil, e apesar de não ser muito conhecida no Brasil, existe há mais de 80 anos.
A aeronave surgiu na década de 1930. "O autogiro foi largamente usado na Segunda Guerra Mundial pelos alemães, eles usavam como aeronave de observação. Ele era colocado dentro do submarino. É uma aeronave fácil de transportar", explica Sousa.
Segundo o piloto João Bosco Cortez, o girocóptero é um dos transportes mais seguros do mundo. Se der alguma pane no ar e o motor parar, ele não despenca. Uma pá da aeronave continua girando, mantendo o voo.
"A gente diz que o girocóptero é a única aeronave que voa com um paraquedas, porém o paraquedas já está aberto e funcionando. Este é o princípio", comenta o piloto. O encontro segue até este domingo (29).
Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.
Aeroporto de Búzios, RJ, reabre para pequenas aeronaves
Local foi arrendado e passa a funcionar a partir deste sábado (28). Investimento foi de R$ 3 milhões da iniciativa privada.
Do G1 Região Dos Lagos
Após quatro anos fechado, o aeroporto de Armação dos Búzios, Região dos Lagos do Rio, foi reaberto neste sábado (28) para pequenas aeronaves e helicópteros. O investimento foi de R$ 3 milhões da iniciativa privada e somente pousos de aeronaves particulares com no máximo 20 passageiros serão permitidos.
Por conta das condições irregulares, a pista inaugurada em 2003 foi fechada em 2012 pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Com a reabertura, o espaço poderá receber aeronaves de todo o Brasil e de países da América Latina.
O local passou por reforma e foi arrendado por um grupo de empresários. Segundo o município, a reabertura do aeroporto, que tem o nome oficial de Aeródromo Civil Público Umberto Modiano, é um salto de capacidade no turismo do balneário.
Após a vistoria da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), em setembro de 2015, foi assinada a portaria que aprova o plano de outorga, específico para exploração do aeródromo civil público Umberto Modiano e a autorização do campo de golf da Marina. Na última quarta-feira (25), um voo teste foi realizado no local.
Guarujá lança edital de concessão de aeroporto na próxima segunda
Projeto que pode ajudar economia da região é aguardado há anos. Documento será assinado durante cerimônia no Teatro Procópio Ferreira.
Do G1 Santos
O edital de concessão para empresas interessadas em construir e gerenciar o Aeroporto Civil Metropolitano de Guarujá, no litoral de São Paulo, será lançado oficialmente na próxima segunda-feira (30) na cidade. A cerimônia será às 15h, no Teatro Municipal Procópio Ferreira.
O processo que liberava o aeroporto para iniciativa privada foi aprovado pela Câmara de Guarujá em dezembro do ano passado. Antes, a Secretaria de Aviação Civil (SAC) já havia autorizado que o local operasse para voos comerciais.
Com o lançamento do edital previsto para os próximos, a prefeitura espera melhorar a arrecadação e que o projeto ajude a impulsionar o desenvolvimento regional. A expectativa é gerar pelo menos 700 empregos na execução da obra e mais 1.500 entre diretos e indiretos na fase de operação.
Base Aérea
O empreendimento funcionará dentro da Base Aérea de Santos, que fica no Distrito de Vicente de Carvalho, em Guarujá. Assim que estiver operando, o projeto prevê na fase inicial que o aeroporto seja responsável por voos regionais, com rotas para Campinas, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Distrito Federal, por exemplo.
O empreendimento funcionará dentro da Base Aérea de Santos, que fica no Distrito de Vicente de Carvalho, em Guarujá. Assim que estiver operando, o projeto prevê na fase inicial que o aeroporto seja responsável por voos regionais, com rotas para Campinas, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Distrito Federal, por exemplo.
Outorga saiu em 2013
Em dezembro de 2013, o então vice-presidente da República, hoje presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), e o então ministro da Aviação Civil, Wellington Moreira Franco, assinaram a outorga do aeroporto de Guarujá.
Em dezembro de 2013, o então vice-presidente da República, hoje presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), e o então ministro da Aviação Civil, Wellington Moreira Franco, assinaram a outorga do aeroporto de Guarujá.
Encontro de girocópteros reúne pilotos em São Sebastião do Paraíso
Aeronave é considerada um dos transportes mais seguros do mundo. Um dos três fabricantes da aeronava fica na sul mineira e organiza evento.
Do G1 Sul De Minas
Um encontro reúne amantes de girocópteros desde quinta-feira (26) em São Sebastião do Paraíso (MG). Cerca de 100 pilotos participam do evento, expondo os modelos e fazendo voos experimentais. Um dos três fabricantes deste tipo de aeronave fica na cidade. A aeronave é considerada um dos transportes mais seguros do mundo.
No encontro, é possível ver inúmeros modelos da aeronave. É a primeira vez que gironautas de várias partes do país se encontram no aeroporto de São Sebastião do Paraíso.
A aeronave experimental do Xico Donizete atinge, em média, de 100 a 120 quilômetros por hora, tem autonomia de duas horas de voo e pode chegar a quase 2 mil metros de altura. No ar ele pode também dar um show de desempenho, como os aviões da Esquadrilha da Fumaça. "Uma demonstração para vocês curtirem mais o voo da máquina", explica Donizete.
Valmir Sousa mora em São Sebastião do Paraíso e é um dos três fabricantes de girocópteros no país. Os outros dois, estão em São Paulo e Santa Catarina. Segundo ele, uma aeronave como esta custa de R$ 80 mil a R$ 130 mil, e apesar de não ser muito conhecida no Brasil, existe há mais de 80 anos.
A aeronave surgiu na década de 1930. "O autogiro foi largamente usado na Segunda Guerra Mundial pelos alemães, eles usavam como aeronave de observação. Ele era colocado dentro do submarino. É uma aeronave fácil de transportar", explica Sousa.
Segundo o piloto João Bosco Cortez, o girocóptero é um dos transportes mais seguros do mundo. Se der alguma pane no ar e o motor parar, ele não despenca. Uma pá da aeronave continua girando, mantendo o voo.
"A gente diz que o girocóptero é a única aeronave que voa com um paraquedas, porém o paraquedas já está aberto e funcionando. Este é o princípio", comenta o piloto. O encontro segue até este domingo (29).
Jovem com farda do Exército é detido em RR; "trabalho para os americanos"
Jovem de 26 anos foi detido pela PM no Hospital Geral de Roraima. Ele foi levado à delegacia e liberado em seguida; farda foi apreendida.
Emily Costa Do G1 Rr
Policiais militares detiveram na tarde deste sábado (28) um jovem de 26 anos que usava um uniforme completo do Exército Brasileiro. À polícia, ele afirmou que estava vestindo a farda porque é tenente coronel das Forças Especiais Norte-Americanas e que é "guardião" de um projeto de disco voador.
O jovem foi levado ao 5º Distrito Policial e liberado em seguida. Ele foi detido com base em Lei de 1941 que diz ser proibido “usar publicamente uniforme ou distintivo de função pública que não exerce”.
Conforme os policiais militares que fizeram a prisão, o jovem estava no Hospital Geral de Roraima, na zona Oeste da capital, quando foi visto usando o uniforme. Ele não resistiu à voz de prisão.
"Pessoas que estavam no hospital acharam o comportamento dele estranho e viram que ele tinha o cabelo grande demais para ser militar. Assim, chamaram a PM e pediram que nós o retirássemos do hospital", detalhou um dos policiais responsáveis pela prisão do jovem.
Em depoimento na delegacia, o jovem disse ser descendente de portugueses, norte-americanos e brasileiros e que está a serviço das Forças Especiais dos EUA. Ele afirmou ainda ser responsável pelo projeto de um disco voador, herdado de Napoleão Bonaparte.
"Quando eu estou sem a farda, as pessoas não me reconhecem como militar, por isso tive de usá-la hoje", justificou em depoimento à delegada plantonista Eliane Gonçalves.
Ao ser questionado sobre a origem do fardamento, o jovem não soube explicar onde o conseguiu. "Eles me deram lá em Rorainópolis [cidade no Sul do estado] após eu ter feito o treinamento militar", declarou, após negar ter problemas mentais.
Após prestar depoimento, o jovem foi liberado. A delegada determinou a apreensão do fardamento.
Exército vai apurar caso
Ao G1, o assessor do Exército em Roraima frisou que o uso de uniformes militares por civis é proibido e que o caso do jovem detido será apurado. "Vamos acompanhar esse caso porque recisamos saber onde ele conseguiu o fardamento", explicou o major Rodrigo Luiz.
Ao G1, o assessor do Exército em Roraima frisou que o uso de uniformes militares por civis é proibido e que o caso do jovem detido será apurado. "Vamos acompanhar esse caso porque recisamos saber onde ele conseguiu o fardamento", explicou o major Rodrigo Luiz.
Polícia Militar recupera carregador de fuzil roubado da Base Aérea de Fortaleza
Objeto estava escondido dentro de uma residência no bairro Granja Lisboa.
Soldados do 17º Batalhão da Polícia Militar conseguiram recuperar, ainda na noite de quinta (26), o carregador do fuzil HK 33 roubado do paiol da Base Aérea de Fortaleza no último dia 20. A informação é do tenente-coronel Marden Oliveira, comandante da Área de Segurança Integrada (AIS) 2.
A abordagem ocorreu no bairro Granja Lisboa. O Batalhão recebeu informações sobre o paradeiro do carregador e realizou o deslocamento até o local. O objeto estava escondido dentro de uma residência, mas nenhum morador estava presente. Ninguém foi preso.
A apreensão foi confirmada pelo Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (Cecomsaer). O carregador já foi devolvido à Base Aérea de Fortaleza. Contudo, uma pistola calibre 9mm ainda não foi recuperada. A Aeronáutica informa que equipes da Polícia Federal, da Polícia Civil e da Polícia Militar estão engajadas e trabalhando em conjunto para elucidar o caso.
OPINIÃO - Nem só de pão vive o homem
Celso Amorim Especial Para A Folha
A nota 192 do Ministério das Relações Exteriores dá conta da viagem oficial do chanceler a Cabo Verde.
Que bom que ao menos aproveitará a escala (necessária para os aviões da FAB) para uma visita bilateral a um país africano. É um começo. O crescimento da cooperação com Cabo Verde no governo Lula foi enorme, com pelo menos duas visitas presidenciais e inúmeros encontros ministeriais.
Em uma das viagens, o presidente, foi convidado especial para uma reunião da Cedeao, o Mercosul (ou Unasul) da África Ocidental, de grande importância estratégica para o Brasil, em função do Atlântico Sul, que, desde os anos 1980, por iniciativa brasileira, foi declarado pela ONU uma Zona de Paz e Cooperação.
Foi, em parte, o reconhecimento dessa importância que levou o governo Dilma a autorizar o início de uma missão naval no país, tarefa que nossa Marinha abraçou com entusiasmo.
Curiosamente, porém as duas embaixadas que se cogita fechar (segundo notícias de jornal) - Libéria e Serra Leoa - estão nesta região: dois países afetados pelo ebola, que mereceriam interesse especial do Brasil, não só por solidariedade (não indiferença), mas em benefício próprio, em um mundo em que os problemas de saúde pública, como as pandemias, são parte inevitável da globalização.
Uma nota à margem, que não passará despercebida, entre outros, do movimento feminino, nestes tempos de misoginia e violência contra as mulheres. Coincidência ou não, a Libéria, uma das vítimas da tesoura, é o único país africano governado por uma mulher, uma estadista muito respeitada, escolhida por voto direto, que pacificou o país depois de anos de uma brutal guerra civil e comandou, com coragem e discernimento, a luta contra o ebola. (O Brasil ajudou ainda que de forma modesta).
Os dois países, juntamente com a nossa irmã da CPLP, Guiné Bissau, integraram o núcleo de países objeto de atenção da Comissão de Construção da Paz, para cuja criação o Brasil contribuiu decisivamente com ideias e apoio político e que foi brilhantemente presidida por nosso Embaixador junto às Nações Unidas.
O que se passa nesses países, nos domínios da Paz e da Segurança, mas também no da saúde, é de vital importância para a Guiné-Bissau, país de língua portuguesa, do qual nem o mais fervoroso mercantilismo ousaria nos afastar.
A presidenta Elizabeth Sirleaf visitou o Brasil, pouco depois de eleita. O mesmo fez o Presidente de Serra Leoa, cuja ministra do exterior era também uma mulher. Será que a questão de gênero tem ago a ver? Ou é simples falta de informação?
CELSO AMORIM, diplomata de carreira, foi ministro das Relações Exteriores (governos Itamar e Lula) e da Defesa (governo Dilma)
"O Congresso chegou ao fundo do poço", diz ministro da Defesa
Raul Jungmann afirma, em entrevista ao "Estado", que a única saída do governo Temer para tirar País da crise é não inibir a Operação Lava Jato
Luiz Maklouf Carvalho
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse, em entrevista ao Estado, que um dos maiores problemas do governo do presidente em exercício Michel Temer para tirar o Brasil da crise “é que parte do Congresso é de réus”. Também deputado federal licenciado (PPS-PE), o ministro complementou: “Se há inteligência no Congresso, e eu acho que há, todos sabem que chegou ao fundo do poço”. Apontou, como solução, que a Operação Lava Jato vá às últimas consequências, sem interferências.
“A Lava Jato não se incluirá em nenhum pacto político – e nem pode, e nem deve”, afirmou. Jungmann não quis comentar, no mérito, sobre as gravações recentemente publicadas em que o senador e presidente do PMDB Romero Jucá – agora ex-ministro do Planejamento – defendia a criação de um pacto para “estancar a sangria” da Lava Jato. “Não quero prejulgá-lo”, comentou. “A regra que o presidente Temer estabeleceu, na primeira reunião com o Ministério, é de que todo aquele que colocar em risco a imagem, a atuação, a linha política do governo, independente ou não de julgamento, não tem por que continuar”. Olhando para os dois gravadores que registraram a entrevista, o ministro da Defesa anunciou, a tantas, uma “frase definitiva”. E a disse: “Político que enriquece na política só tem um jeito: roubou. Eu estou dizendo isso aqui, gravado”.
Jungmann recebeu a reportagem, na manhã de quinta-feira, 26, feriado de Corpus Christi, no enorme e espartano apartamento funcional que ainda ocupa, em uma quadra da Asa Norte, em Brasília. O imóvel é da Câmara, tem quatro quartos e foi recentemente reformado. Mora lá desde que voltou para a Câmara dos Deputados, em 2014, depois de dois anos como vereador, em Recife, sua cidade natal. Esta semana, deve se mudar para a residência oficial do ministro da Defesa. “Já me acostumei aqui, não gosto de mudança, mas não vai ter jeito”, disse.
Jungmann administra, no Ministério da Defesa, este ano, um orçamento de R$ 82 bilhões – 77% comprometidos com o pagamento de 340 mil funcionários da Aeronáutica, da Marinha e do Exército. Na terça-feira, 24, Temer convidou o ministro e os três comandantes militares para um jantar informal no Palácio Jaburu. A conversa, diz, foi boa, e, segundo Jungmann, “apontou horizontes”.
Antipetista desde que botou o pé no Congresso – em 2003, depois de dois ministérios no governo Fernando Henrique Cardoso –, Jungmann foi proponente e protagonista da chamada CPI do mensalão, o começo do inferno petista, e, depois, da CPI dos sanguessugas. Esteve na linha de frente da articulação que levou ao pedido de impeachment e ao afastamento temporário da presidente Dilma Rousseff. “O Senado é soberano, claro, mas não acredito que ela (Dilma) volte”, afirmou. Ele acusou a presidente afastada de “irresponsável” e/ou de “estar prevaricando”, por denunciar o processo de impeachment como um golpe sem tomar providências institucionais a respeito, como denunciar os golpistas, com nome aos bois, ao Ministério Público. “Não tem coragem de fazer isso porque sabe que será uma desmoralização”, disse.
O governo Michel Temer está completando 15 dias. Que avaliação o sr. faz?
A minha geração tem experiência de duas transições fruto do impeachment. Uma foi a do Itamar (Franco, presidente da República em 1993 e 1994), da qual participei. Essa é a segunda. O Itamar assumiu com estabilidade política e sem questionamentos do impeachment do Collor (Fernando, ex-presidente, de 1990 a 1992). Hoje, com a transição em andamento, o presidente Temer tem que conquistar a estabilidade política, que não está dada. E o impeachment da presidente Dilma vai ser um processo de resistência e alongado.
E como entra a Operação Lava Jato nessa equação?
É a outra diferença em relação ao Itamar. Lá não tinha a Lava Jato, e então o pacto político podia incluir todas as variáveis. Agora, não. Tem uma variável independente, chamada Lava Jato, que não se inclui em nenhum pacto político, e nem deve, e nem pode. Só que ela tem o efeito de provocar, na política, turbulências e ondas de choque que tem que ser administradas. É por isso que a tarefa do presidente Michel Temer é muito maior do que foi a do Itamar, no sentido de desdobramento, de esforço e de necessidade de aglutinação.
O que significa governar com esse espectro onipresente da Lava Jato?
É lidar com a imprevisibilidade. A Lava Jato é fruto da Constituição de 1988, que é a Constituição do Ministério Público, das prerrogativas do Poder Judiciário e de uma autonomia inédita da Polícia Federal – autonomia em relação à política. Esses órgãos se atualizaram e se fortaleceram. A política não. A política permanece idêntica a si mesma, é refém dela própria. No Brasil, a saída das crises é pela mão da política, via Congresso, ou então tem retrocesso. Desde a saída de D. Pedro (imperador do Brasil), que foi costurada por dentro do Congresso da época, chegando à saída do ciclo militar e à saída do Collor, todas foram produzidas essencialmente dentro do Congresso. O problema é que o Congresso hoje é um Congresso, em parte, de réus.
E como é que se governa com um Congresso em que uma parte é de réus?
Não inibindo a Lava Jato, essencialmente. Se há inteligência no Congresso, e eu acho que há, todos sabem que chegou ao fundo do poço. Todos sabem. E essa baixa representatividade, esses descolamento que existe, ele é um convite a salvadores da pátria, a profetas, a descaminhos. É só olhar a história dos países vizinhos, e mesma a nossa história. As lições estão todas lá.
O sr. tem informações sobre o que ainda pode vir à tona?
Não tenho como saber. O que eu acho é que virá, e por isso ela precisa ser garantida, inclusive contra a política, para prosseguir e passar a política a limpo. Não irá adiante se a parcela regeneradora do Congresso não apoiar.
O sr. diz isso num momento em que as gravações feitas pela ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado mostram um expoente do governo Temer, como o agora ex-ministro do Planejamento Romero Jucá, tratando justamente de organizar um pacto político para, nas palavras dele, “estancar a sangria” da Lava Jato. Não é contraditório?
Não acho. Na primeira reunião fechada com o Ministério o presidente Temer definiu a linha do governo em relação a isso, quando disse que não seria um presidente centralizador. “Os senhores têm responsabilidades, porém, qualquer desvio que venha a acontecer, eu pedirei o cargo de volta”, disse ele, que pautou exatamente o limite.
Qual é a sua opinião sobre as gravações em que o senador Romero Jucá propõe uma articulação para “estancar a sangria” da Lava Jato?
Vou dar uma resposta genérica, não dirigida ao ministro Jucá, porque eu não quero prejulgá-lo. É muito simples: não cabe sufocar, inibir, atrapalhar, desviar, paralisar, evitar o andamento da Lava Jato.
Se fosse com o sr. aqueles diálogos com o Sérgio Machado não teriam o mesmo teor?
Totalmente fora de cogitação. Não. Jamais. Eu considero que a Lava Jato é um ativo democrático que tem que ser preservado a todo custo.
O presidente Temer optou por colocar no Ministério políticos investigados pela Lava Jato – mesmo sendo muito provável que isso traria problemas e desgastes. O sr. usaria esse critério se estivesse no lugar dele?
Eu não sou o presidente e não vou raciocinar com hipóteses. O presidente lida com realidades: a necessidade da estabilidade, a urgência de aprovar medidas dentro do Congresso que aí está. Não é outro Congresso. É este. Ele tem que lidar com esse fio da navalha. E ainda há o fato de conviver com o processo de julgamento da presidente afastada, em andamento no Senado, que é um polo para desestabilizar o governo e reverter a situação.
Desestabilizar?
Claro, o objetivo é exatamente este. Eu me indignei muito quando a presidente iniciou esse discurso de que o processo de impeachment é golpe.
Por quê?
Ora, se a presidente diz que tem um golpe em curso, ela tem por dever, por ter jurado isso na posse, tomar as providências. Não pode ficar falando isso retoricamente. Se há um golpe, se estão ameaçadas as instituições democráticas, que ela jurou defender, e a Constituição, como é que ela pode falar em golpe e não agir? Ela nunca age, nunca agiu.
Agir em que sentido?
Ela pode ir ao Ministério Público e denunciar o golpe e dizer quem são os golpistas, identificar. Porque, a considerar isso, golpistas seriam o Ministério Público e o Supremo Tribunal Federal. Por que ela não faz essa denúncia? Porque desmoraliza o discurso.
Ela não tem o direito de entender que foi um golpe?
Direito ela tem. Mas se diz que é um golpe, e não age, é apenas retórica, é irresponsável ou está prevaricando, porque é atribuição dela defender as instituições democráticas.
Como viu a atuação do presidente na crise surgida com a revelação das gravações do Sérgio Machado?
Passou muito bem no primeiro teste de stress do governo dele, com louvor, porque em menos de 24 horas a crise estava equacionada e resolvida sobre o ponto de vista político e administrativo. Deu chance para que o ministro se explicasse. Aí também entra a compreensão do ministro Jucá, que resolveu se afastar para o bem do próprio governo. Além disso, criou-se uma linha de conduta daqui para a frente. Ou seja: não existe pré-julgamento, ok, mas todo aquele que colocar em risco a imagem, a atuação, a linha política do governo, independente ou não de julgamento, não tem por que continuar.
A presidente Dilma volta ou não volta. Qual é a sua expectativa?
A minha expectativa é, sobretudo, que isso se decida rapidamente. Nem tão rápido que rápido que não permita todos os direitos e o contraditório da presidente, nem tão devagar que eternize as condicionalidades do governo. O fundamental é que se tome uma decisão, seja ela qual for. Politicamente, a minha impressão, primeiro, é de que é dificílimo que o retorno venha a acontecer e, segundo, que um eventual retorno não venha a ser bom para o País. Mas o Senado é soberano e caberá a ele decidir.
Os militares, agora sob o seu comando, estão monitorando os movimentos sociais – como dito pelo senador Romero Jucá em uma das gravações grampeadas?
As Forças têm serviço de inteligência. Fazem esse monitoramento desde sempre – não só este governo, mas nos governos Dilma, Lula, Fernando Henrique, Itamar, Collor. Por definição, é exatamente monitorar a conjuntura, a situação nacional, para informar os chefes militares e o ministro da Defesa. Não há nenhuma diferença entre o que está sendo feito hoje e o que o governo Lula ou o governo Dilma faziam em relação ao MST. Não mudou nada. Monitorar não é bisbilhotar, interferir, grampear, nada disso.
Defina monitorar.
Fazer um acompanhamento, através da imprensa, através de informações que você possa ter. Tem unidades espalhadas por todo o País. "Olha vamos ter uma manifestação aqui", seja o que for, você acompanha.
Digamos que é uma forma mais técnica de bisbilhotagem.
Não. Bisbilhotar jamais. É contra a Constituição. É interferir em direitos e garantias que não podem de forma nenhuma ser alcançados ou feridos. Hoje, nas Forças, não há a menor resistência em compreender e aceitar o papel dos movimentos sociais, de reivindicar, de protestar. Não tem nenhum problema em relação a isso.
Como é que os militares acompanharam e estão acompanhando essa transição?
Os militares foram impecáveis, não cometeram qualquer deslize. A posição que eu sempre ouvi deles foi: "não apoiamos nenhuma aventura".
Estavam preparados para a possibilidade de aventuras?
Por definição eles estão sempre preparados. Desde que convocados por um dos três Poderes, como manda a Constituição. Como eu ouvi dos comandantes e continuo ouvindo: fora da Constituição nada, zero.
Como é que o presidente o escolheu para o Ministério da Defesa?
Ao que eu sei, ele enviou um emissário aos comandantes militares, que sugeriram o meu nome. Em paralelo, o (Eliseu) Padilha (hoje ministro da Casa Civil) foi conversar com o (Nelson) Jobim, ex-ministro da Defesa. "Olha, tem um cara que já foi ministro, e é muito respeitado pelos militares, que é o Jungmann". Depois o presidente ligou, pediu que eu fosse ao Jaburu e me convidou. Eu disse a ele: "Não cabe reivindicar nada, para não constrangê-lo e para que o sr. faça o melhor governo que possa fazer; agora, por responsabilidade, não cabe recusar, então eu aceito".
Consegue ver alguma luz em relações às eleições presidenciais de 2018?
O deputado Thales Ramalho (morto em 2004) tinha uma frase que cai como uma luva para essa pergunta: "Quem disser que sabe é porque está desinformado". Não existe radar ou antena que projete 2018 enquanto nós não sairmos disso aqui.
O ex-presidente Lula pode ter alguma chance?
Depende de como ele sair da Lava Jato. Tudo depende disso, em grande medida.
Pode aparecer alguma coisa que ligue o seu nome à Lava Jato?
De forma alguma. Durante 14 anos eu estive fora do governo, fui oposição e não tive um cargo, uma indicação, nenhuma interferência em um centavo ao nível municipal, estadual e federal. Então digo, com absoluta convicção: nada a ver com Lava Jato, rigorosamente nada.
O sr. já foi denunciado, em 2006, pelo Ministério Público Federal, em duas ações por improbidade administrativa, uma cível e outra penal, supostamente cometida quando era ministro da Reforma Agrária do governo Fernando Henrique.
A penal já foi definitivamente arquivada, em 8 de novembro de 2011, a pedido do próprio Ministério Público, que não viu solidez na acusação.
Mas a cível continua tramitando, seja na primeira instância, onde está suspensa, seja no Supremo Tribunal Federal, a quem o sr. recorreu pedindo prerrogativa de foro. O relator atual é o ministro Dias Tofolli.
Faz quase dez anos que está no Supremo, já passou por cinco relatores, sem uma decisão. A pior injustiça é não ter um julgamento da Justiça. Fiquei refém dessa morosidade. Aguardo a decisão – e espero que tenha o mesmo fim da ação penal: o arquivamento, por ausência de qualquer irregularidade ou prejuízo ao erário. Mas cabe à justiça decidir.
Jungmann divulga imposto de renda: patrimônio é de R$ 47.600
Em julho de 2010, durante seu segundo mandato de deputado federal pelo PSB de Pernambuco , o hoje ministro da Defesa, Raul Jungmann, publicou, na internet, o artigo “Sou político e não sou rico. Algum problema?”. Facilmente disponível nos sites de busca, mostra uma reação singular a denúncias que o atingiram na época: além do artigo, tornou público seu Imposto de Renda, igualmente na rede. Tinha, então, exatos R$ 17.897,89 e dois carros. Na quinta-feira, 26, – dando risada com a lembrança do episódio – não se importou de revelar sua última declaração do IR: R$ 47.600,00 e um carro (do qual ainda falta pagar R$ 16 mil). “É todo o meu patrimônio”, afirmou. ”E não adianta procurar laranjas, porque não vão achar”.
Raul Bellens Jungmann Pinto é recifense, tem 64 anos, um casal de filhos que ainda não lhe deu netos, e 109 quilos mal disfarçados em 1,87 de altura. Pretende ter dez quilos a menos – se conseguir sair do sedentarismo – mas já fica satisfeito se pelo menos não voltar aos 123 de tempos atrás. Filho de uma família de classe média – mãe professora, pai administrador de empresas – começou a trabalhar como office-boy, aos 14, e, depois, como ajudante eletrotécnico, fazendo rolamento de motores. Simpatizante e mais tarde militante do Partido Comunista Brasileiro, o chamado Partidão, participou do movimento estudantil contra a ditadura. Cursou Psicologia, que não concluiu.
Jungmann entrou na vida pública em 1990, como secretário de Planejamento do governo de Pernambuco (gestão Carlos Wilson). Em 1993, no governo Itamar Franco, foi secretário-executivo do Ministério do Planejamento. Vem daí seus primeiros contatos com o comando militar, depois aprofundados no governo Fernando Henrique, onde foi presidente do Ibama, ministro de Polìtica Fundiária, presidente do Incra e ministro da Reforma Agrária. Passou para o poder legislativo na eleição de 2002 – Lula presidente. Foi deputado federal por dois mandatos – presidindo comissões de interesse do ministério da Defesa –, candidatou-se sem sucesso à prefeitura de Recife, foi vereador por dois anos e voltou ao Congresso na última eleição.
PORTAL LR3 (SP)
Ministério da Defesa comemora o Dia Internacional dos Peacekeepers
por Redação PortalR3
O Grupamento de Fuzileiros Navais de Brasília foi escolhido neste ano para celebrar o Dia Internacional dos Mantenedores da Paz (Peacekeepers) das Nações Unidas (ONU), na próxima segunda-feira (dia 30), às 10 horas. Tropas da Marinha, Exército, Aeronáutica, e do grupamento de ex-integrantes boinas azuis – como esses militares são conhecidos – desfilarão ao som de canções das três Forças Armadas, além de prestarem uma homenagem póstuma aos militares mortos em missões de paz.
O evento homenageia milhares de homens e mulheres que lutaram pela paz no mundo e que doaram suas vidas no cumprimento de seus deveres. A celebração relembra o dia 29 de maio de 1948, quando foi enviada a primeira Missão de Paz das Nações Unidas com o objetivo de monitorar o cessar-fogo, prevenir a escalada de novos conflitos e supervisionar os acordos de paz da guerra árabe-israelense.
Desde então, os capacetes azuis da ONU atuaram em 71 missões buscando não apenas o fim das hostilidades, mas trabalhando também para a criação de instituições políticas, na reforma de sistemas judiciais, na reforma de sistemas de segurança, no desenvolvimento de programas de desarmamento, desmobilização e reintegração de ex-combatentes, promovendo assistência humanitária, o respeito aos direitos humanos e auxiliando na realização de eleições.
Atualmente, os peacekeepers brasileiros trabalham em nove das 16 operações de paz da ONU. Na semana de comemoração dos Peacekeepers, o Ministério da Defesa conversou com o contra-almirante Flávio Macedo Brasil, que foi comandante da Força-Tarefa Marítima da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil), entre fevereiro de 2015 e fevereiro de 2016.
Além da nau-capitânia brasileira, ainda estavam sob seu comando mais seis navios de outros países que formam a esquadra internacional. O objetivo da Força-Tarefa Marítima (FTM), instituída em 2006, é impedir a entrada de armas ilegais e contrabandos no país árabe e colaborar com o treinamento da Marinha libanesa.
A única força-tarefa marítima em atuação no mundo completou, em 2016, cinco anos sob o comando do Brasil. A esquadra internacional, liderada pelo Brasil, é composta por sete navios: dois de Bangladesh, um da Grécia, um da Indonésia, um da Alemanha, um da Turquia e a nau-capitânia brasileira, que é trocada a cada seis meses.
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Jovem de Mato Grosso que sonha em ser astronauta é premiada pela Nasa
Da Redação - Lázaro Thor Borges
A jovem Maria Gisllainny Bezerra da Silva, de dezoito anos, é a única vencedora mato-grossense do concurso internacional de redação realizado pela Agência Nacional Americana (Nasa). A a certificação foi entregue no mês passado, em Campos dos Goitacazes, durante o 9º Encontro Internacional de Astronomia e Astronáutica. Maria Gisllainy terá direito a um dia de experiência com cientistas da Nasa, nos Estados Unidos.
No entanto, para usufruir do prêmio Maria Gisllainny ainda precisa captar recursos para poder pagar a viagem até os EUA. A vencedora do concurso teve todo sua formação na escola pública, ela concluiu o ensino médio no ano passado na Escola Estadua 13 de Maio em Tangará da Serra e também cursou o ensino fundamental na Escola Municiapl Décio Burali, no mesmo município.
Para o concurso foram apresentados três temas relacionados a Júpiter, dos quais Maria escolheu “Júpiter e exoplanetas” - que são os planetas fora do sistema solar. Ela detalhou o texto falando deles, pois são astros que têm chances de serem habitáveis, além da Terra. Mas, para sua surpresa, só ficou sabendo que tinha conquistado a competição quando chegou ao Rio de Janeiro, quando foi participar do 9º Encontro Internacional de Astronomia e Astronáutica (9th Internacional Meeting of Astronomy and Astronautics).
“Me avisaram no aeroporto que eu iria receber o certificado das mãos do gerente da Nasa, Charles Lloyd. Foi uma coincidência para mim. Eu fui para o congresso com muita luta, vendemos muita rifa e amigos da família me ajudaram a conseguir o dinheiro para ir e tive a grata surpresa de me encontrar com ele”, destacou a jovem, que na oportunidade vivenciou experiências com astronautas de diferentes países, como França, Nepal, Argentina, Estados Unidos, e com o tenente coronel da Força Aérea Brasileira (FAB) Marcos Pontes, primeiro brasileiro a ir ao espaço e cientista responsável pelo telescópio espacial.
Foi um amigo de Marcos Pontes, Marcelo Souza, que a indicou para participar do concurso. Eles se conheceram durante a 12ª Semana Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, realizada no ano passado em Cuiabá.
“Já pesquisei muito e já desenvolvi alguns trabalhos relacionados a esse tema do Marcos Pontes. Trocamos ideias e ele me incentivou bastante, mostrou alguns caminhos que preciso trilhar para chegar a ser astronauta”, revelou Maria, que mesmo conseguindo uma vaga na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), adiou o projeto porque ganhou uma bolsa de estudos para cursar o inglês.
“Preciso aprender quatro línguas. Ganhei 100% do curso de inglês e depois ainda tenho que aprender o idioma russo”, argumenta a jovem que já domina o espanhol, que aprendeu sozinha. Ela está ciente que enfrentará etapas pela frente, como o curso profissionalizante de astrofísica, um de intercâmbio, engenharia espacial, piloto e cursos de mergulhos. Mas um passo de cada vez. Agora ela pensa na viagem aos Estados Unidos. Para angariar recursos ela pretende lançar um livro sobre “Conhecendo melhor a Lua”, fruto das pesquisas que já realizou.
“Se eu conseguir vender bem, daí sim conseguirei realizar esse sonho, que é ir até a Nasa”. A intenção é escrever outras obras que abordam assuntos e discussões importantes referente ao sistema solar e projetos que estudou e que desenvolveu e assim futuramente possa utilizá-los para realizar seu sonho mestre, que é ir para o espaço.
Como organiza eventos e palestras sobre o assunto, vai centralizar os esforços visando os valores estimados em cerca de U$ 5 mil necessários para cobrir as despesas da viagem.
Sonho
“Não me lembro de como e nem quando comecei a gostar do assunto, mas sei que olhei para o céu e vi algo diferente”, disse a garota, que desde os seis anos de idade já dizia que seria astronauta.
“Não me lembro de como e nem quando comecei a gostar do assunto, mas sei que olhei para o céu e vi algo diferente”, disse a garota, que desde os seis anos de idade já dizia que seria astronauta.
Para ela, foco e determinação são inseparáveis quando se tem um sonho. Ao longo dessa trajetória nada foi fácil. Enfrentou dificuldades na escola porque os colegas a achavam que era doida, ou “garota do espaço” como a chamavam. Até que no 1º ano do Ensino Médio encontrou a professora de Física, Silvana Stoinski, que é formada em Matemática e viu o potencial da menina.
Silvana conta que a estudante sempre andava com o caderno debaixo do braço, era diferente dos demais alunos e isso intrigava a todos. “Ela sofreu muito esse distanciamento. Um dia, no final da minha aula, perguntei se ela queria complementar o conteúdo. Ela deu um show, desenhou o céu no quadro, fiquei impressionada com tantas informações que ela tinha, tantas anotações. Ela sabe muito, tem condições de dar aula para qualquer turma ou estudioso”, frisou a professora que sempre diz sim para as ideias de Maria, mesmo que ache ‘coisa de outro mundo’. “E passei a me interessar pelo assunto, mas confesso que ainda me assusta a determinação dela”, revelou Silvana, que a acompanhou ao evento no Rio de Janeiro.
A ideia do espaço realmente não era um atrativo para os colegas de Maria. Segundo ela, a primeira iniciativa que chamou a atenção dos colegas foi em 2012, mas foi o suficiente para deixa-la feliz. “Sou diferente das garotas da minha idade. Tenho poucos amigos, são mais pessoas adultas, não gosto de sair e não sou de namorar. Mas tenho foco e determinação, se me derem a oportunidade de ir para a lua amanhã, eu vou com certeza. Isso me emociona, é isso que eu quero e vou procurar para mim”, admite.
Os pais também a consideram fora do comum e a apoiam. “Eles acham uma loucura ou estranho esse meu gosto pela Astronomia. Não tem ninguém na família com esse perfil para dizer que tenha influenciado. Sou muito teimosa, quando digo que vou fazer, vou e faço”, explicou a futura astronauta, que divide a atenção dos pais com uma irmã mais nova.
Maria nasceu em Pernambuco, mas a família veio para Tangará da Serra em busca de uma vida melhor quando ela tinha um ano. A mãe é dona de casa e o pai trabalha em uma usina há 20 anos.
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