NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 18/04/2016 / Campanha de ensaios do cargueiro KC-390 apresenta novo recorde
Campanha de ensaios do cargueiro KC-390 apresenta novo recorde ...
A linha de produção em série do cargueiro deve iniciar no próximo ano, com uma expectativa de geração de 1.060 empregos diretos e 5.300 indiretos ...
Com rotina de dois voos por dia, o futuro jato de transporte militar da Força Aérea Brasileira, o protótipo KC-390, já ultrapassou 150 horas no ar. A aeronave voou mais de 50 horas já no terceiro mês de ensaios, marca que normalmente só é atingida com o amadurecimento dos sistemas, em estágio mais avançado. Outro diferencial é que esse projeto teve a maior campanha em túnel de vento, para que a configuração aerodinâmica fosse definida.
A montagem da segunda unidade foi concluída e deve se juntar à campanha de ensaios em voo em breve. A fase é acompanhada por pilotos e engenheiros de diversas áreas da Embraer, fabricante da aeronave instalada em Gavião Peixoto (SP).
Iniciada efetivamente em outubro de 2015, a campanha de testes em voo envolve mais de 1.110 profissionais responsáveis por avaliar a performance, desempenho e a robustez do maior avião já produzido no Brasil. A cada voo, o cargueiro é avaliado em vários tipos de situação, com novas altitudes, velocidades e configurações. Os testes deverão durar dois anos e o objetivo é obter a certificação da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e do Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI), organização militar do Comando da Aeronáutica. Após ser certificado, o KC-390 poderá ser utilizado em missões reais.
Para que a aeronave seja aprimorada na fase de testes, 23 câmeras foram instaladas no interior e na fuselagem do protótipo do KC-390. Todas as imagens e demais dados colhidos são encaminhados para a estação de telemetria, um monitoramento remoto que possui softwares de alta tecnologia para a análise dessas informações e ajustes necessários.
Durante essa fase, a tripulação embarcada é composta por pilotos de prova e engenheiros de ensaio em voo com larga experiência em aeronaves civis e militares, como Marcos Salgado de Oliveira Lima, ex-piloto de caça da FAB e que está há dezenove anos na Embraer. Segundo ele, KC-390 é o protótipo com maior disponibilidade na história da fabricante.
“Essa integração das equipes que desenvolveram a aeronave somada à qualidade de voo do avião faz com que ele fique muito fácil de pilotar. Ele é preciso e rápido para realizar todas as manobras, mantendo-se uma pilotagem suave. Ele também oferece ao piloto uma carga de trabalho muito baixa porque é como se o avião estivesse com o piloto automático acoplado quase o tempo todo”, acrescenta Lima.
Desenvolvimento
O processo de gestação do jato militar foi desenvolvido pela Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (COPAC), da FAB, a partir das demandas operacionais e de requisitos do Comando da Aeronáutica. O objetivo era reunir em um só avião a capacidade de atender inúmeras missões, como busca e salvamento, transporte, reabastecimento em voo, lançamento de cargas e paraquedistas, evacuação aeromédica, combate a incêndio florestal, entre outras.
Um trabalho feito em conjunto com engenheiros da Embraer, possibilitou chegar às dimensões da plataforma criada para o KC-390. Uma aeronave de asa alta, de grandes proporções, com motores a jato, capaz de pousar em pistas não pavimentadas e não preparadas, além de contar com tecnologia de ponta empregada em diversas áreas. Entre as inovações, o jato tanque pode ser reabastecido e reabastecer em voo – inclusive helicópteros – e também pousar na Antártida.
Na configuração do cockpit, são cinco displays touchscreen (sensíveis ao toque), com telas que facilitam a navegação do piloto e a mudança de comandos com apenas um toque. O sistema aviônico é desenvolvido pela empresa norte-americana Rockwell Collins, que dispensa o uso de relógios, medidores e termômetros.
O cargueiro da FAB vai ser o único da categoria que conta com o sistema de comando de voo eletrônico full fly-by-wire, que além de dar maior eficiência para pilotagem, também vai proporcionar uma integração com as demais missões. Um exemplo é o lançamento de cargas, onde o fly-by-wire irá atuar em tempo real nas surperfícies de forma a manter o avião na trajetória desejada pelo piloto.
Indústrias estrangeiras de três países também colaboraram no desenvolvimento do KC-390. Uma empresa argentina, a FAdeA, fabrica os spoilers (superfícies móveis de controle de sustentação na asa), as portas do trem de pouso do nariz, a porta da rampa, as carenagens dos flapes, o cone de cauda e o armário eletrônico.
Duas indústrias portuguesas, OGMA e EEA, são responsáveis por fornecer os painéis da fuselagem central, as carenagens dos trens de pouso (sponsons), as portas dos trens de pouso principais e os profundores. E uma indústria tcheca, a Aero Vodochody, por sua vez, produz parte da fuselagem traseira, as portas para paraquedistas e tripulação, a porta de emergência e escotilhas, a rampa de carga e o bordo de ataque fixo.
“Sem dúvida nenhuma o KC-390 é referência mundial em termos de engenharia. A gente empregou o que há de mais moderno tanto naquilo que a gente já conhecia, como em novas tecnologias pra propiciar o desenvolvimento da aeronave, atendendo aos requisitos da FAB”, afirma o engenheiro Márcio Eduardo Regis Monteiro, gerente de desenvolvimento de produto da Embraer.
Antes de adquirir a certificação, os protótipos também vão realizar ensaios operacionais para os testes de desempenho das capacidades do KC-390. No cronograma de viagens, estão previstas missões de lançamento de carga, na região Centro-Oeste, e de alta temperatura no nordeste brasileiro. A previsão também é de voar para fora do País para fazer ensaios de baixa temperatura e de gelo natural nos Estados Unidos.
“O último grito da tecnologia aeronáutica está incorporado no KC-390, com uma vantagem enorme no desempenho, pois é a única aeronave nesse segmento com toda a tecnologia atualizada. Ele vai proporcionar uma flexibilidade operacional muito grande para a FAB”, afirma Paulo Gastão, diretor do Programa KC-390 na Embraer.
Mercado
Fruto da capacitação tecnológica, o KC-390 vai significar um salto operacional para as Forças Armadas e um avanço para a indústria aeronáutica brasileira. Ao todo, 28 unidades foram encomendadas pela Força Aérea Brasileira e devem ser entregues a partir de 2018.
De acordo com o gerente do Programa KC-390 na FAB, Coronel Cláudio Evangelista Cardoso, o novo avião vai colaborar para o fortalecimento da Estratégia Nacional de Defesa e para o crescimento da indústria nacional. “É um marco para a FAB porque vamos receber uma aeronave up-to-date, ou seja, o que tem de mais moderno na sua categoria”, comemora.
Graças às vantagens apresentadas, o KC-390 tem despertado interesse no mercado internacional. Segundo o presidente da Embraer Defesa & Segurança, Jackson Schneider, existe uma demanda de mercado por novas aeronaves na categoria do jato militar. “Estamos conversando com alguns clientes em potencial. O feedback tem sido extremamente positivo, confirmando que estamos no caminho certo”, declara.
A linha de produção em série do cargueiro deve iniciar no próximo ano, com uma expectativa de geração de 1.060 empregos diretos e 5.300 indiretos. Cláudia Renata de Miranda, eletricista e montadora de avião, participou da montagem dos protótipos. Segundo ela, é uma satisfação enorme fazer parte desse processo. “Quando vi o avião decolando pensei: poxa, eu trabalhei nesse avião! É como se fosse um filho, a gente se envolve bastante”, comenta.
Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.
Avião com 132 passageiros acerta drone antes de pouso em Londres
Airbus da British Airways se aproximava de aeroporto de Heathrow quando aparelho se chocou contra frente da aeronave.
Da Bbc
Um Airbus que se aproximava do aeroporto de Heathrow, em Londres, se chocou com o que parecia ser um drone pouco antes do pouso, segundo informações da Polícia Metropolitana da capital britânica.
O voo da British Airways vindo de Genebra se aproximava do aeroporto londrino por volta das 12h50 (horário local, 8h50 horário de Brasília) com 132 passageiros e cinco tripulantes.
Depois do pouso o piloto relatou que um objeto, que acredita-se ser um drone, tinha atingido a frente do Airbus A320.
A delegacia de polícia especializada em aviação baseada em Heathrow deu início a uma investigação sobre incidente, mas não foram feitas prisões até a noite deste domingo.
"Nossa aeronave pousou em segurança, foi totalmente examinada por nossos engenheiros e liberada para ser usada no próximo voo", informou um porta-voz da British Airways.
A companhia também informou que dará à polícia "toda assistência" à investigação.
No começo de 2016 a Associação Internacional de Transporte Aéreo fez um alerta de que drones operados pelo público em geral são uma "ameaça crescente e real" à aviação civil.
Tony Tyler, diretor-geral da associação, pediu regulamentação ao uso de drones antes que um acidente mais grave ocorra.
Em janeiro a organização UK Air Proximity Board, que investiga incidentes nos quais aviões foram quase atingidos por objetos, afirmou que ocorreram diversos episódios graves do tipo em aeroportos da Grã-Bretanha no ano passado.
Defesa Civil faz alerta sobre riscos na soltura de balões em Campinas, SP
Prática do crime aumenta durante os fins de semana com tempo estável. Moradores relatam preocupação e criticam a falta de fiscalização na cidade.
Os fins de semana com tempo estável, em Campinas (SP), têm gerado situação favorável para a soltura de balões, prática que é considerada crime e a pena pode resultar em até três anos de prisão. Preocupados, moradores de algumas regiões criticam a falta de fiscalização suficiente.
De acordo com o coordenador da Defesa Civil, Sidnei Furtado, os riscos ligados à atividade serão abordados pela Operação Estiagem, entre maio e setembro. "A Defesa Civil vai fazer divulgação, um trabalho de orientação à população para que denuncie o planejamento e a soltura de balões", explicou ao ressaltar que para muitos trata-se de questão cultural, em vez de crime.
Conscientização
Moradores do Parque Industrial registraram fotos de um balão no céu, na manhã deste sábado (16). O autônomo José Carlos da Silva contou à EPTV, afiliada da TV Globo, que vê balões todos os fins de semana. "As pessoas não têm a consciência de que isso pode causar um mal maior."
Ele também acredita que a fiscalização seja insuficiente na cidade. "As autoridades têm que fiscalizar com mais frequência ou as pessoas tomam consciência de vez, porque isso ai não é um tipo de brincadeira, pode causar um acidente de grandes proporções", completou.
O técnico instalador Agnaldo Pieroni defende punição mais rigorosa para quem ignorar a Lei e soltar balões no município. "Traz riscos, podem causar incêndio, principalmente na rede elétrica. Eu acho que não devia soltar, devia ser proibido e ter uma penalidade um pouco maior", falou.
A prática de fabricar, soltar ou reter balões é crime ambiental e prevê multa ou pena de um a três anos de prisão. Denúncias podem ser feitas, por telefone, para a Defesa Civil (199) e também para a Polícia Militar (190).
Campanha de ensaios do cargueiro KC-390 apresenta novo recorde
A linha de produção em série do cargueiro deve iniciar no próximo ano, com uma expectativa de geração de 1.060 empregos diretos e 5.300 indiretos
Força Aérea Brasileira
Com rotina de dois voos por dia, o futuro jato de transporte militar da Força Aérea Brasileira, o protótipo KC-390, já ultrapassou 150 horas no ar. A aeronave voou mais de 50 horas já no terceiro mês de ensaios, marca que normalmente só é atingida com o amadurecimento dos sistemas, em estágio mais avançado. Outro diferencial é que esse projeto teve a maior campanha em túnel de vento, para que a configuração aerodinâmica fosse definida.
A montagem da segunda unidade foi concluída e deve se juntar à campanha de ensaios em voo em breve. A fase é acompanhada por pilotos e engenheiros de diversas áreas da Embraer, fabricante da aeronave instalada em Gavião Peixoto (SP).
Iniciada efetivamente em outubro de 2015, a campanha de testes em voo envolve mais de 1.110 profissionais responsáveis por avaliar a performance, desempenho e a robustez do maior avião já produzido no Brasil. A cada voo, o cargueiro é avaliado em vários tipos de situação, com novas altitudes, velocidades e configurações. Os testes deverão durar dois anos e o objetivo é obter a certificação da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e do Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI), organização militar do Comando da Aeronáutica. Após ser certificado, o KC-390 poderá ser utilizado em missões reais.
Para que a aeronave seja aprimorada na fase de testes, 23 câmeras foram instaladas no interior e na fuselagem do protótipo do KC-390. Todas as imagens e demais dados colhidos são encaminhados para a estação de telemetria, um monitoramento remoto que possui softwares de alta tecnologia para a análise dessas informações e ajustes necessários.
Durante essa fase, a tripulação embarcada é composta por pilotos de prova e engenheiros de ensaio em voo com larga experiência em aeronaves civis e militares, como Marcos Salgado de Oliveira Lima, ex-piloto de caça da FAB e que está há dezenove anos na Embraer. Segundo ele, KC-390 é o protótipo com maior disponibilidade na história da fabricante.
“Essa integração das equipes que desenvolveram a aeronave somada à qualidade de voo do avião faz com que ele fique muito fácil de pilotar. Ele é preciso e rápido para realizar todas as manobras, mantendo-se uma pilotagem suave. Ele também oferece ao piloto uma carga de trabalho muito baixa porque é como se o avião es
tivesse com o piloto automático acoplado quase o tempo todo”, acrescenta Lima.
Desenvolvimento
O processo de gestação do jato militar foi desenvolvido pela Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (COPAC), da FAB, a partir das demandas operacionais e de requisitos do Comando da Aeronáutica. O objetivo era reunir em um só avião a capacidade de atender inúmeras missões, como busca e salvamento, transporte, reabastecimento em voo, lançamento de cargas e paraquedistas, evacuação aeromédica, combate a incêndio florestal, entre outras.
Um trabalho feito em conjunto com engenheiros da Embraer, possibilitou chegar às dimensões da plataforma criada para o KC-390. Uma aeronave de asa alta, de grandes proporções, com motores a jato, capaz de pousar em pistas não pavimentadas e não preparadas, além de contar com tecnologia de ponta empregada em diversas áreas. Entre as inovações, o jato tanque pode ser reabastecido e reabastecer em voo – inclusive helicópteros – e também pousar na Antártida.
Na configuração do cockpit, são cinco displays touchscreen (sensíveis ao toque), com telas que facilitam a navegação do piloto e a mudança de comandos com apenas um toque. O sistema aviônico é desenvolvido pela empresa norte-americana Rockwell Collins, que dispensa o uso de relógios, medidores e termômetros.
O cargueiro da FAB vai ser o único da categoria que conta com o sistema de comando de voo eletrônico full fly-by-wire, que além de dar maior eficiência para pilotagem, também vai proporcionar uma integração com as demais missões. Um exemplo é o lançamento de cargas, onde o fly-by-wire irá atuar em tempo real nas surperfícies de forma a manter o avião na trajetória desejada pelo piloto.
Indústrias estrangeiras de três países também colaboraram no desenvolvimento do KC-390. Uma empresa argentina, a FAdeA, fabrica os spoilers (superfícies móveis de controle de sustentação na asa), as portas do trem de pouso do nariz, a porta da rampa, as carenagens dos flapes, o cone de cauda e o armário eletrônico.
Duas indústrias portuguesas, OGMA e EEA, são responsáveis por fornecer os painéis da fuselagem central, as carenagens dos trens de pouso (sponsons), as portas dos trens de pouso principais e os profundores. E uma indústria tcheca, a Aero Vodochody, por sua vez, produz parte da fuselagem traseira, as portas para paraquedistas e tripulação, a porta de emergência e escotilhas, a rampa de carga e o bordo de ataque fixo.
“Sem dúvida nenhuma o KC-390 é referência mundial em termos de engenharia. A gente empregou o que há de mais moderno tanto naquilo que a gente já conhecia, como em novas tecnologias pra propiciar o desenvolvimento da aeronave, atendendo aos requisitos da FAB”, afirma o engenheiro Márcio Eduardo Regis Monteiro, gerente de desenvolvimento de produto da Embraer.
Antes de adquirir a certificação, os protótipos também vão realizar ensaios operacionais para os testes de desempenho das capacidades do KC-390. No cronograma de viagens, estão previstas missões de lançamento de carga, na região Centro-Oeste, e de alta temperatura no nordeste brasileiro. A previsão também é de voar para fora do País para fazer ensaios de baixa temperatura e de gelo natural nos Estados Unidos.
“O último grito da tecnologia aeronáutica está incorporado no KC-390, com uma vantagem enorme no desempenho, pois é a única aeronave nesse segmento com toda a tecnologia atualizada. Ele vai proporcionar uma flexibilidade operacional muito grande para a FAB”, afirma Paulo Gastão, diretor do Programa KC-390 na Embraer.
Mercado
Fruto da capacitação tecnológica, o KC-390 vai significar um salto operacional para as Forças Armadas e um avanço para a indústria aeronáutica brasileira. Ao todo, 28 unidades foram encomendadas pela Força Aérea Brasileira e devem ser entregues a partir de 2018.
De acordo com o gerente do Programa KC-390 na FAB, Coronel Cláudio Evangelista Cardoso, o novo avião vai colaborar para o fortalecimento da Estratégia Nacional de Defesa e para o crescimento da indústria nacional. “É um marco para a FAB porque vamos receber uma aeronave up-to-date, ou seja, o que tem de mais moderno na sua categoria”, comemora.
Graças às vantagens apresentadas, o KC-390 tem despertado interesse no mercado internacional. Segundo o presidente da Embraer Defesa & Segurança, Jackson Schneider, existe uma demanda de mercado por novas aeronaves na categoria do jato militar. “Estamos conversando com alguns clientes em potencial. O feedback tem sido extremamente positivo, confirmando que estamos no caminho certo”, declara.
A linha de produção em série do cargueiro deve iniciar no próximo ano, com uma expectativa de geração de 1.060 empregos diretos e 5.300 indiretos. Cláudia Renata de Miranda, eletricista e montadora de avião, participou da montagem dos protótipos. Segundo ela, é uma satisfação enorme fazer parte desse processo. “Quando vi o avião decolando pensei: poxa, eu trabalhei nesse avião! É como se fosse um filho, a gente se envolve bastante”, comenta.
PORTAL CONSULTOR JURÍDICO
Brasil pode aproveitar os exemplos da Suécia em suas relações jurídicas
Vladimir Passos de Freitas
Os países são o que são por força de fatores diversos, como sua formação histórica, cultural, geográfica, étnica e econômica. Nesta linha de raciocínio, fácil é ver que Brasil e Suécia são nações absolutamente diferentes. Bastam dois detalhes para deixar flagrante a diversidade: o tamanho (8.515.767 km2 para 449.964 km2) e a população (204.450.649 para 9.415.295 habitantes).
No entanto, nada impede que hábitos e práticas daquela modelar nação nórdica possam influenciar positivamente o nosso país, com reflexo direto nas relações jurídicas. Aliás, aspectos de qualquer Estado, seja capitalista, socialista ou religioso, que sejam reconhecidamente convenientes ao interesse público, devem ser aproveitados.
Partindo do valioso livro Um país sem excelências e mordomias (editora Geração), da jornalista brasileira Claudia Wallin, que vive na Suécia há mais de dez anos, é possível traçar alguns paralelos entre os dois países e, deles, extrair alguns elementos de comparação e de como bons exemplos suecos, aqui, poderiam ser aproveitados.
Os pilares da democracia sueca são três: a elevada escolaridade de seu povo, a igualdade social e a transparência dos atos do poder público. O sistema jurídico brasileiro tem conexão com os três, mas é com o terceiro, a transparência, que se entrelaça de forma mais forte.
A educação, sem dúvida, é essencial para o fortalecimento de nosso país. Principalmente a de base, o primeiro grau. Contudo, ao invés de evoluir, ela vem tendo um retrocesso flagrante. Prédios em más condições, alunos são aprovados, tenham ou não condições para tanto, professores pouco reconhecidos e sem autoridade em sala de aula e greves que se renovam a cada ano.
Por vezes tais temas são submetidos ao Poder Judiciário, seja em ações individuais, como uma acusação contra um diretor, seja em ações de interesse coletivo, como a que discute um plano de remanejamento de escolas. O Direito entra em cena e o Judiciário acaba tendo um papel relevante, principalmente quando interfere em políticas públicas. Tal tipo de decisão exige ponderação e conhecimento dos fatos. Não basta a ingênua afirmação de que a Constituição, no artigo 207, inciso VII, § 1º, garante o ensino gratuito. É preciso avaliar o orçamento do órgão público, as peculiaridades da situação real e onde está, realmente, o interesse público. Mais razão, menos emoção.
A igualdade social é meta da qual estamos longe e que deve ser perseguida sempre. O Brasil apresenta um dos piores índices de desigualdade e, muito embora todos, no discurso, critiquem tal situação, poucos têm consciência de seus efeitos nocivos. Reclamam da violência urbana, sem perceber que ela é fruto, entre outras coisas, da enorme disparidade de rendas
O Direito desempenha um papel importante neste particular. Leis que assegurem aos trabalhadores direitos sociais, como a que garantiu aos empregados domésticos direitos como horas extras e FGTS, não devem ser vistas como empecilho ao emprego, mas sim como justa repartição de renda. Trazer os domésticos para um patamar social mais alto é uma forma de diminuir a desigualdade que todos criticam.
Na Suécia a desigualdade social é combatida de formas variadas. Entre o menor e o maior salário a diferença fica entre um e sete. Um deputado ganha o dobro de um professor, não dez vezes mais. Um vereador nada recebe, é serviço voluntário.
Vejamos um exemplo. O aumento dos vencimentos dos deputados é decidido por um Comitê independente, formado por três pessoas, um presidente, que costuma ser um juiz aposentado, um ex-servidor público e um jornalista. É analisada a inflação, a variação salarial do setor público e privado e a situação econômica do país. Dependendo das circunstâncias é dado ou não o aumento e os parlamentares não têm a menor ingerência no processo.
Todavia, a desigualdade não fica restrita a vencimentos. Há formas de gasto de dinheiro público menos perceptíveis. Um exemplo. No Superior Tribunal de Justiça chamava-me a atenção, nos julgamentos das Turmas, um servidor que acompanhava o ministro a ajudava-o a colocar a toga. Conhecidos por “capinhas”, permaneciam no recinto durante todos os julgamentos, para alguma atribuição irrelevante e desnecessária como esta.
Óbvio que o tempo desse servidor poderia e deveria ser usado em algo útil, além do que, utilizá-lo em tarefa tão desnecessária cria entre ele e o magistrado um abismo social compreensível no século XVIII, mas inaceitável no século XXI.
Isto seria inconcebível na Suécia. Lá, o presidente da Suprema Corte de Justiça, juiz Goran Lambertz, diariamente vai de bicicleta até a estação ferroviária, deixa-a no bicicletário e viaja por 45 km até o seu local de trabalho. Ninguém poderia imaginar que o presidente do nosso Supremo Tribunal Federal pudesse agir como seu colega sueco. Brasília e Estocolmo são absolutamente diferentes e isto seria inconcebível. Então, o que é preciso é detectar e eliminar os excessos, dentro da nossa realidade.
Com relação à moradia, na Suécia, deputados que residem a pelo menos 50 km da capital têm direito a um apartamento funcional de 45,6 metros quadrados em média, sem comodidades como TV a cabo, utilizam-se de lavanderia comunitária e se a esposa de um deles decidir morar com o marido na capital, deverá pagar metade do valor do aluguel.
Mas é na transparência dos atos administrativos que sobressai a diferença do modelo sueco e brasileiro.
Os suecos têm elevada consciência de seus direitos e isto não é fruto do acaso, mas sim resultado da boa educação que recebem e da cobrança que exercitam. Isto faz com que não aceitem a concessão de qualquer vantagem indevida a um servidor público no exercício de suas funções. Todos os atos são acompanhados, expostos publicamente, e os que se excedem são punidos de formas diversas, não só legais como éticas.
No Brasil, autoridades utilizam-se de bens públicos com naturalidade. Casos pontuais geram perplexidade. O então Governador do Ceará, Cid Gomes, em 30 de janeiro de 2008 levou a mulher, a sogra e alguns assessores com as esposas em um jato alugado com dinheiro público (R$ 388.005,00) para Madri e outras capitais europeias. Sérgio Cabral, que foi governador do Rio de Janeiro, em julho de 2013 levou sua família, duas babás e seu cachorro em um helicóptero do seu estado para uma casa de praia em Mangaratiba. Em outubro de 2013, reportagem da Revista Veja, baseada em dados de registros de voos de autoridades disponíveis em site da FAB, constatou que diversas autoridades usam aviões da aeronáutica para fins particulares. Renan Calheiros, presidente do Senado, foi a um casamento na Bahia em jatinho da FAB.
Na Suécia o uso de um bem público para fins particulares é controlado pela sociedade e tem reação imediata.
A Deputada Mikaela Valtersson, do Partido Verde, durante 43 vezes pegou taxi ao invés de usar o trem, que é mais barato, e por ter gasto dinheiro público foi parar nas manchetes e perdeu a eleição interna para a liderança de seu partido. A Ministra da Agricultura Cecília Chilò não pagou a licença para uso de TV pública (200 dólares por ano) e isto resultou-lhe a perda do cargo e o abandono da vida pública. Mona Sahlin, vice-primeira ministra e estrela ascendente do Partido Social Democrata, em 1995 foi pilhada usando o cartão de crédito do governo para comprar itens pessoais, que iam de um chocolate Toblerone a locação de carros. Constrangida, recolheu as despesas aos cofres públicos, mas perdeu o cargo e nunca mais foi eleita para nada.
Como se disse ao início, Brasil não é Suécia e o tratamento às coisas públicas nunca será igual.
Mas, os exemplos dados, além de outros tantos que o livro oferece, podem servir como ponto de partida para mudança de hábitos. A primeira condição é a conscientização da sociedade e isto tem avançado muitos em tempos recentes. As reclamações, protestos, passeatas, podem migrar da esfera coletiva para a individual, acompanhando casos específicos. Por exemplo, o acompanhamento de cada escândalo financeiro e a informação/cobrança das medidas tomadas, a fim de que não caiam no esquecimento.
Por outro lado, os ocupantes de cargos públicos devem convencer-se de que precisam impor limites às suas ambições. Ganhar bem é legítima aspiração de todos, mas isto só pode dar-se de acordo com a economia. Assim, fixar o valor de uma diária em quantia superior a um salário mínimo é pedir para ocupar o noticiário e sofrer desgaste institucional e pessoal.
No mais, a Lei 12.527 de 2011 que rege o direito de acesso à informação dos atos do serviço público, deve ser, mais e mais, ensinada nos cursos de Direito e divulgada na sociedade. Cidadãos e a mídia têm um papel essencial na mudança de práticas seculares inadequadas.
Mudar é preciso, mas isto depende de todos. Mãos à obra. Nossos descendentes merecem.
NOTÍCIAS AO MINUTO (RIO DE JANEIRO)
Ministério da Defesa inicia reconstrução da estação brasileira na Antártica
Brasil está presente na região desde 1982, com o programa antártico brasileiro (Proantar)
Com 80 por cento da água doce da terra, incontáveis riquezas minerais, além de ser um importante laboratório natural de pesquisa sobre mudanças climáticas, a antártica é patrimônio mundial.
O Brasil está presente na região desde 1982, com o programa antártico brasileiro (Proantar), que realiza, anualmente, diversas pesquisas na região. A partir de 2018, ganhará uma nova estação no continente. A base, que teve a pedra fundamental de início das obras lançada em fevereiro no Chile, substituirá a antiga estação brasileira, destruída por um incêndio em 2012.
O ministro da defesa, Rebelo reafirmou compromisso em integrar todos os acordos internacionais envolvendo o continente antártico, o uso dos seus recursos, a preservação para o interesse pacífico, científico e tecnológico. "O compromisso com a nossa ciência, a nossa universidade, os nossos institutos de pesquisa que projetam nessa experiência aqui na Antártica muita expectativa em relação a resultados que são projetados e que dependem de pesquisa de campo realizadas aqui. E a presença da Marinha, do Ministério da Defesa, do Ministério da Ciência e Tecnologia, do CNPQ, que dá retaguarda com as bolsas para as pesquisas, assegura um sentido de continuidade, ou seja, de permanência."
Em uma área de 4.500 metros quadrados, a estação antártica comandante ferraz comportará 64 pessoas e contará com 17 laboratórios, setor de saúde, biblioteca e sala de estar. O contrato para a reconstrução foi assinado com a empresa China Electronics Imports and Exports Corporation.
O ministro também disse que não vai ter obra de construção civil no local. "Vai ser praticamente uma estrutura montada. Isso por um lado facilita, ajuda, porque é só transportar o que tiver de pré-moldado. Nós projetamos todo o equipamento, a parte de pesquisa, as instalações de acomodação, infraestrutura, logística, tudo isso dentro de 4.500 metros. Ou seja, então uma construção muito mais moderna e que gera não só mais conforto para os pesquisadores, mas melhores condições materiais para a realização da pesquisa e para a recepção dos equipamentos necessários a essa pesquisa. Então, nós teremos para pesquisa melhores condições e também para os pesquisadores com essas novas instalações."
DIARIO DO RIO (RIO DE JANEIRO)
História do Edifício Santos Dumont
Por Felipe Lucena
Inaugurado como o edifício com o maior número de andares da cidade do Rio de Janeiro, o Edifício Santos Dumont foi de espaço militar a centro comercial. Entre outras boas histórias.
Em 1970, no auge da ditadura militar, o Clube da Aeronáutica realizou uma concorrência para escolher a empresa que construiria sua sede. O projeto apresentado pela Servenco – Serviços de Engenharia Continental – venceu.
As obras começaram no mesmo ano. Contudo, não foram fáceis. Logo abaixo da superfície de onde foi construído o prédio, se encontrava a base de um antigo cais, dos tempos que a Rua Santa Luzia ainda era banhada pelo mar. O espesso muro de pedra alcançava até 9 metros de profundidade.
“Os anos 1970, foram marcados por obras grandes, faraônicas, apoiadas pelos militares. Em uma escala menor, mas não menos simples, foi feito o Edifício Santos Dumont, uma obra muito complicada para a época”, frisa o historiador Maurício Santos.
A difícil obra acabou cinco anos mais tarde, em 1975. O Santos Dumont foi inaugurado com 141 metros de altura e 45 andares, sob a alcunha de Sede do Clube da Aeronáutica. Nesse ano, era o edifício com o maior número de andares da Cidade do Rio de Janeiro.
Dono de uma silhueta esbelta e com 4.400 janelas, o prédio ganhou o status de monumento e logo se tornou um ponto referencial do centro da cidade do Rio.
Ainda no contexto inovador e impressionante do edifício, no Santos Dumont seria construído o primeiro restaurante giratório da América do Sul, onde os visitantes e clientes, sentados em suas mesas, vislumbrariam, durante uma hora, 360º da raríssima beleza da Cidade Maravilhosa. Foi o La Tour que funcionou entre 1976 e 1993. O estabelecimento ficava em uma espécie de plataforma que girava com um sistema de engrenagens. Ele girava bem devagarinho, eram necessários 70 minutos para um giro completo.
Embora o restaurante giratório não funcione mais, vista bonita não é problema no prédio. “Do pavimento de cobertura pode ser vislumbrada toda a beleza da cidade do Rio de Janeiro – a baía de Guanabara, o maciço da Serra da Carioca, a região serrana fluminense, o Pão de Açúcar, o Cristo Redentor, a Ponte Rio-Niterói, o estádio do Maracanã, Niterói, parte da Zona Norte e subúrbios, o Aterro do Flamengo e todo o Centro da cidade”, informa um comunicado oficial do Santos Dumont.
Alguns anos depois da inauguração, a sede do Clube de Aeronáutica retornou às suas antigas instalações na Praça Marechal Âncora. Isso fez com que o prédio passasse a se chamar, de fato, Edifício Santos Dumont e se tornasse um espaço comercial.
Entre os inquilinos do Santos Dumont estão empresas de comunicação, escritórios de advocacia, entre muitos outros.
THE WALL STREET JOURNAL
Avião da Bombardier ganha forte aval da Delta
Por Jon Ostrower e Jacquie McNish
A Delta Air Lines Inc., segunda maior companhia aérea dos Estados Unidos em tráfego de passageiros, está finalizando a encomenda de até 125 jatos da nova linha CSeries da fabricante canadense Bombardier Inc., dizem pessoas a par das negociações.
O imenso pedido pode dar uma injeção de ânimo na combalida fabricante, uma concorrente importante da Embraer que, com a criação da linha CSeries, está também investindo contra o mercado da gigante americana Boeing Co. e sua rival europeia Airbus Group SE.
A Bombardier fez uma aposta ousada nos novos jatos, que são econômicos no consumo de combustível, mas vêm tendo dificuldade para atrair encomendas diante dos grandes descontos oferecidos pela Boeing e a Airbus em aviões regionais do mesmo porte. As duas também disputaram o pedido da Delta.
O negócio com a Delta deve fortalecer a credibilidade da nova série da Bombardier aos olhos das grandes empresas aéreas, embora analistas digam que potenciais compradores podem exigir reduções substanciais nos preços. A Bombardier deve fechar um pedido de 75 jatos com opção para mais 50 a ser exercida até o fim de abril, quando o conselho da Delta vai analisar a compra. A Delta pretende substituir sua já envelhecida frota do modelo McDonnell Douglas MD-88, de um corredor, e usar aviões maiores em seus voos regionais.
Um porta-voz da Delta disse que a decisão de comprar os jatos ainda não é final. Uma porta-voz da Bombardier disse que a firma está negociando outros pedidos com várias companhias aéreas.
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