NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 30/03/2016 / Galeão vai abrigar "Le Bourget brasileira"
Galeão vai abrigar "Le Bourget brasileira" ...
Daniel Rittner ...
Otimista com as perspectivas de longo prazo do transporte aéreo no Brasil, em visita feita ao país no fim de 2014, o diretor-geral da Federal Aviation Administration (FAA), órgão americano correspondente à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), fez um comentário provocativo: por que o mercado com a segunda maior frota de aeronaves executivas do planeta e uma das taxas mais aceleradas de crescimento de voos comerciais ainda não tinha um salão aeronáutico nos moldes de Le Bourget (França) ou de Farnborough (Inglaterra)?
Os ventos favoráveis se transformaram em recessão e o setor vive hoje um cenário de crise, mas o comentário de Michael Huerta foi ouvido por um grupo de empreendedores entusiasmados. E eles decidiram se mexer: o Rio de Janeiro se prepara para entrar no restrito circuito de cidades que recebem grandes salões de aviação. A ideia do grupo é transformar o aeroporto internacional do Galeão, entre os dias 29 de março e 2 de abril de 2017, em uma espécie de "Le Bourget brasileira". O evento, que ainda está em fase preliminar de organização, já conta com o apoio da Secretaria de Aviação Civil (SAC) e tem como objetivo tornar-se referência na América Latina.
O Galeão foi escolhido para abrigar o International Brazil Air Show (Ibas) porque era um dos únicos aeroportos no país com estrutura adequada para receber esse tipo de evento sem afetar sua rotina de operações. Viracopos (SP) era outra possibilidade, mas com menos vantagem. O aeroporto carioca, administrado por Odebrecht Transport e Changi, tem um pátio de cargas com mais de 40 mil metros e acesso que não compromete o terminal de passageiros. "Não pode haver nenhuma interferência operacional", diz Paula Faria, diretora da Sator, que faz parte do grupo responsável pela organização do evento.
Outro que atua na linha de frente é o empresário Francisco Lyra, dono da CFly Aviation, consultoria especializada no mercado de jatos executivos. Ele é sócio do Naesp, o novo aeroporto para aviação geral que está sendo construído no município de São Roque (SP), em parceria com a JHSF. Adalberto Febeliano, ex-diretor da Azul e da Associação Brasileira de Aviação Geral, também participa do planejamento.
O plano é atrair 120 mil pessoas nos cinco dias de salão aeronáutico. Desse total, espera-se que 45 mil sejam o que os organizadores chamam de "público de negócios". Ou seja: empresários e representantes de companhias dispostos a explorar parcerias comerciais. A expectativa é reunir ainda 200 empresas e pelo menos 50 aeronaves expostas.
Além de Le Bourget e Farnborough, outros dois salões já fazem parte do circuito internacional: Dubai e Cingapura. O Ibas deverá seguir a mesma sistemática dos outros eventos. "Queremos reunir toda a cadeia do setor", diz Paula Faria, que durante cinco anos foi uma das responsáveis pela Labace, feira de aviação executiva que ocorre anualmente no aeroporto de Congonhas (SP).
Uma dos propósitos é colocar, lado a lado, companhias aéreas e concessionárias de aeroportos para negociar a criação de rotas. As operadoras aeroportuárias costumam usar esse tipo de encontro para "barganhar" vantagens, como a oferta de salas vip e descontos em taxas não reguladas, em troca de mais voos nos seus terminais. Fabricantes de aeronaves também aproveitam tradicionalmente as feiras como uma espécie de showroom dos seus modelos e frequentemente anunciam a concretização de vendas importantes nesses dias.
Os organizadores querem ainda ter seminários paralelos ao salão, com discussões sobre o futuro do mercado, e estandes de universidades e escolas de formação que ofereçam oportunidades de qualificação profissional no setor.
Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.
FIDAE 2016: Saab progresses production preparations for Brazilian Gripen
Gareth Jennings
Saab is on-course to complete its new Brazilian manufacturing facility for the Gripen E/F combat aircraft before the end of the year, as it progresses the F-X2 fighter replacement contract that came into effect in late 2015.
Speaking to IHS Jane´s at the FIDAE Airshow in Santiago on 29 March, the head of the Brazilian Gripen programme Andrew Wilkinson said that the Gripen Design Development Network (GDDN) building with Embraer at Gavião Peixoto will be completed by the end of June and fully equipped in November, ahead of the commencement of domestic production.
To achieve the goal of local manufacture of the Gripen E/F, Embraer Defense & Security and AEL Sistemas sent their first 55 personnel to Saab´s Linköping facility in Sweden for training in October 2015, with a further 30 set to arrive in early April. With detachments in Sweden lasting for 6, 12, or 24 months depending on the engineer´s specialisation, this transfer process should last "for several years", Wilkinson noted, with the first group to return home in the fourth quarter of this year (the technology transfer portion of the F-X2 contract is slated for 10 years, of which about four is expected to be spent training local technicians and engineers).
In all, approximately 350 Brazilian airframe, systems, production, and flight test personnel will pass through Linkoping before returning to Brazil. At the same time, Saab is to reciprocate with a transfer scheme of its own to help support the Brazilian manufacture in the early stages.
While the official roll-out of the Gripen E for the Swedish Air Force has been scheduled for 18 May, Wilkinson said that no such date for the Brazilian Gripen E/F has yet been decided upon, though deliveries of 28 E and eight F aircraft to the country´s air force are contracted to take place between 2019 and 2024.
Rusia conversará con militares de América Latina durante FIDAE 2016 en Chile
La entidad exportadora de armas rusa Rosoboronexport conversará con representantes de las Fuerzas Armadas de Argentina, Brasil, Colombia, Perú, Uruguay, Chile y otros países durante la exposición militar y aeroespacial FIDAE 2016 que se celebra en Santiago de Chile, informa el servicio de prensa de la entidad.
MOSCÚ (Sputnik) — "Rosoboronexport celebrará una serie de conversaciones con altos representantes de las Fuerzas Armadas de Argentina, Brasil, Colombia, Perú, Uruguay, Chile y otros países de la región", afirmó la compañía rusa.
Según la entidad, "además de los suministros de bienes militares y de doble uso se debatirán temas de perfeccionamiento del servicio postventa del equipamiento ruso y las perspectivas de establecer producciones conjuntas bajo licencia".
El subdirector general de Rosoboronexport, Serguéi Ladíguin, quien encabeza la delegación conjunta con la corporación estatal Rostec, manifestó que Rusia "continúa promoviendo en Chile los aparatos aéreos rusos, en particular los helicópteros de transporte militar del tipo Mi-17 y los aviones de combate y entrenamiento Yak-130".
"Ellos disponen de excelentes características tácticas y técnicas, superan a sus competidores en base al criterio efectividad contra precio, y según valoraciones de nuestros especialistas, satisfacen totalmente las necesidades de la Fuerza Aérea de Chile", señaló.
Ladíguin añadió que "llevaremos a cabo conversaciones sobre temas aeronáuticos y medios de defensa antiaérea con delegaciones de otros países latinoamericanos".
"El interés en los medios de defensa rusos continúa siendo bastante alto, por ello esperamos tener en FIDAE 2016 conversaciones detalladas y productivas", afirmó Ladíguin.
El servicio de prensa de la entidad destacó que los especialistas de Rosoboronexport esperan que el interés de las delegaciones se centre en los helicópteros del tipo Mi-17, tradicionalmente populares, el helicóptero de transporte militar Mi-35M, el helicóptero de combate Mi-28NE, los cazas MiG-29M/M2 y Su-30MKI, y el Yak-130.
"Entre los medios de defensa antiaérea los de mayor perspectiva de exportación a América Latina son los sistemas cañón-misil Pantsir-S1, los complejos de misiles antiaéreos Buk-M2E y Tor-M2E, y los misiles de defensa antiaérea portátiles Igla-S", afirmó la entidad.
FIDAE 2016 se celebra entre el 29 de marzo y el 3 de abril en el aeropuerto internacional Arturo Merino Benítez de Santiago de Chile.
Prefeitura do Recife e Exército vão vacinar cães e gatos contra raiva
A Prefeitura do Recife e o Exército Brasileiro vão atuar juntos na campanha de vacinação antirrábica marcada para o próximo sábado (2). A parceria foi firmada na segunda-feira (28) durante encontro, na sede do Executivo municipal, entre o prefeito Geraldo, o comandante-geral do Exército no Nordeste, General Manoel Pafiadache, e o comandante da 7ª Região Militar, General Márcio Heise.
A prefeitura realizará a campanha antirrábica das 8h às 17h. Para isso, vai disponibilizar 450 postos de vacinação em todo o Recife. A meta é imunizar mais de 80% da população de cães e gatos da cidade.
Além do Exército, estarão trabalhando na campanha cerca de 1.000 profissionais da saúde municipal e mais 100 estudantes de medicina veterinária de forma voluntária.
Na reunião, os representantes da PCR e das Forças Armadas asseguraram a manutenção do trabalho em conjunto nas ações de erradicação do mosquito Aedes aegypti, transmissor de dengue, vírus da zika e chikungunya.
“A gente cravou hoje a continuidade do trabalho que vem sendo feito pelo Exército no combate ao Aedes aegypti. É um contingente grande destinado somente para isso e que amplia a capacidade de fazer visitas aos imóveis”, destacou o prefeito.
O General Pafiadache também comentou sobre as parcerias realizadas entre a prefeitura e o Exército. “Tudo que for possível de apoio à prefeitura e ao governo do estado, e que tiver dentro da nossa capacidade, vamos ter o prazer de atender estas demandas. Isso reforça a ligação entre as duas instituições para que possa ocorrer em benefício da população”, disse o comandante.
Presidente do Instituto Tecnológico de Aeronáutica será um dos palestrantes do 1° Simpósio Nac. de Direito Aeronáutico
A iniciativa é do escritório Freitas Macedo Advogados, com apoio de entidades do setor
Tulio Milman
O Brigadeiro Adyr da Silva, ex-presidente da Infraero e atual presidente do Instituto Tecnológico de Aeronáutica, será um dos palestrantes do 1° Simpósio Nacional de Direito Aeronáutico , dia 15 de abril, em Porto Alegre. A iniciativa é do escritório Freitas Macedo Advogados, com apoio de entidades do setor.
MP altera normas tributárias e de controle de dopagem para Olimpíadas
Murilo Souza
O governo federal encaminhou para análise do Congresso a Medida Provisória (MP) 718/16, que altera normas tributárias e de controle de dopagem com foco na realização dos Jogos Olímpicos (5 a 21 de agosto) e Paraolímpicos (7 a 18 de setembro) de 2016, no Rio de Janeiro.
A MP, por exemplo, cria a Justiça Desportiva Antidopagem e estabelece as competências da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), entre as quais: conduzir os testes e fazer a gestão dos resultados. “O objetivo é tornar mais técnica e efetiva a defesa do direito dos atletas de participarem de competições esportivas livres de quaisquer formas de dopagem”, diz a justificativa apresentada pelo Executivo.
O texto modifica normas gerais sobre o desporto no País (Lei 9.615/98), adequando a legislação brasileira ao Código Mundial Antidopagem. Segundo o Palácio do Planalto, a medida traz “segurança jurídica, agilidade e visibilidade à luta contra a dopagem no esporte”.
Pela MP, caberá ao Conselho de Desenvolvimento do Desporto Brasileiro (CDDB), órgão colegiado vinculado ao Ministério do Esporte, aprovar o Código Brasileiro Antidopagem (CBA), o qual definirá regras antidopagem e sanções cabíveis.
Na mensagem enviada ao Congresso, o Executivo destaca ainda o credenciamento pela Agência Mundial Antidopagem (WADA-AMA) das novas instalações do Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD) do Instituto de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Benefícios tributários
A medida provisória traz ainda ajustes na legislação para permitir que embarcações destinadas à hospedagem no período dos jogos sejam consideradas, para fins tributários e aduaneiros, navios estrangeiros em viagem de cruzeiro pela costa brasileira, com direito a admissão no País sob o Regime Aduaneiro Especial de Admissão Temporária.
A medida provisória traz ainda ajustes na legislação para permitir que embarcações destinadas à hospedagem no período dos jogos sejam consideradas, para fins tributários e aduaneiros, navios estrangeiros em viagem de cruzeiro pela costa brasileira, com direito a admissão no País sob o Regime Aduaneiro Especial de Admissão Temporária.
Esse regime especial de admissão suspende o pagamento de tributos incidentes sobre a importação, desde que comprovada a finalidade de hospedagem no período.
O benefício, segundo o texto, é assegurado também a embarcações que se destinem à hospedagem de pessoas diretamente ligadas, contratadas ou convidadas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI); pelo Comitê Paraolímpico Internacional (IPC); pelo Comitê Organizador da Rio 2016; pelos Comitês Olímpicos Nacionais; pelas Federações Desportivas Internacionais; pela Agência Mundial Antidopping (WADA); e pela Corte de Arbitragem Esportiva (CAS).
Transparência
Para ampliar a transparência e o acesso a informações, o texto da medida provisória determina ainda que o COI ou o Comitê da Rio 2016 divulguem na internet de forma individualizada a renúncia fiscal decorrente dos benefícios concedidos. Da mesma forma, deverão ser divulgados os contratos firmados com as pessoas físicas e jurídicas alcançadas pelos benefícios.
Para ampliar a transparência e o acesso a informações, o texto da medida provisória determina ainda que o COI ou o Comitê da Rio 2016 divulguem na internet de forma individualizada a renúncia fiscal decorrente dos benefícios concedidos. Da mesma forma, deverão ser divulgados os contratos firmados com as pessoas físicas e jurídicas alcançadas pelos benefícios.
Voos
A medida provisória determina ainda que, durante a realização dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) poderá autorizar, em coordenação com Ministério de Defesa, a exploração de serviços aéreos especializados por empresas estrangeiras, desde que a autorização tenha relação com os eventos.
A medida provisória determina ainda que, durante a realização dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) poderá autorizar, em coordenação com Ministério de Defesa, a exploração de serviços aéreos especializados por empresas estrangeiras, desde que a autorização tenha relação com os eventos.
Mão de obra
Além disso, o texto também assegura ao trabalhador estrangeiro que obtiver visto temporário para exercer, exclusivamente, funções relacionadas à organização, ao planejamento e à execução dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016 a validação imediata de capacitações e treinamentos em segurança e em saúde no trabalho realizados no exterior, bem como de certificados de saúde emitidos por entidades internacionais.
Além disso, o texto também assegura ao trabalhador estrangeiro que obtiver visto temporário para exercer, exclusivamente, funções relacionadas à organização, ao planejamento e à execução dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016 a validação imediata de capacitações e treinamentos em segurança e em saúde no trabalho realizados no exterior, bem como de certificados de saúde emitidos por entidades internacionais.
Pesquisa e Inovação
Além de medidas relacionadas aos Jogos Olímpicos, a MP também traz alteração na legislação brasileira (Lei 10.973/04) a fim de facilitar aquisições e contratações vinculadas à pesquisa, ao desenvolvimento ou à inovação no País.
Além de medidas relacionadas aos Jogos Olímpicos, a MP também traz alteração na legislação brasileira (Lei 10.973/04) a fim de facilitar aquisições e contratações vinculadas à pesquisa, ao desenvolvimento ou à inovação no País.
A mudança isenta entidades sem fins lucrativos do imposto de importação (II), do imposto sobre produtos industrializados (IPI), e do adicional ao frete para renovação da marinha mercante em operações de importação de máquinas, equipamentos, aparelhos e instrumentos, partes, peças de reposição, acessórios, matérias primas e produtos intermediários, destinados à pesquisa científica e tecnológica.
Segundo o Executivo, esta última medida pretende corrigir uma alteração feita pela Lei 13.243/16 na Lei nº 8.010/90, que teria suprimido o benefício da isenção concedido desde 1990 às entidades sem fins lucrativos ativas no fomento, na coordenação ou na execução de programas de pesquisa científica e tecnológica ou de ensino credenciadas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Especialistas dizem que integração das polícias garantirá segurança nas Olimpíadas
Especialistas em segurança afirmaram nesta terça-feira (29) que a chave para o sucesso da segurança nas Olimpíadas será a integração das polícias. A segurança cibernética dos jogos olímpicos Rio 2016 foi assunto de seminário da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Crimes Cibernéticos.
A comissão tem se preocupado com esse assunto por causa de atentados praticados pelo grupo terrorista Estado Islâmico recentemente na Bélgica e também na França, no ano passado. O receio é de que esses grupos pratiquem atos no Brasil durante os jogos.
Para o deputado Silas Freire (PR-PI), que sugeriu a audiência, é preciso se manter alerta. "As Olimpíadas representam diversos riscos de segurança. Eu cito os protestos – contra o governo brasileiro, contra entidades de organização – principalmente pela computação. Já há informação de que terroristas mundiais poderiam estar tentando captar brasileiros, jovens brasileiros, para não só ataques cibernéticos como também ataques físicos", declarou.
Planos de prevenção
O representante do Ministério da Justiça no seminário, William Murad, afirmou que será importante criar parcerias com entidades de segurança estrangeira. Ele é diretor de Inteligência da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos e disse que o ministério já está coordenando uma série de planos de prevenção de crimes.
O representante do Ministério da Justiça no seminário, William Murad, afirmou que será importante criar parcerias com entidades de segurança estrangeira. Ele é diretor de Inteligência da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos e disse que o ministério já está coordenando uma série de planos de prevenção de crimes.
"Vem sendo finalizado um plano operacional e seus protocolos de ação integrada em relação ao policiamento ostensivo, policiamento de portos e aeroportos, policiamento das instalações olímpicas, policiamento de áreas impactadas como regiões turísticas, principalmente da cidade do Rio de Janeiro. O plano prevê o detalhamento de cada uma dessas atividades", disse Murad.
Lei Antiterrorismo
Na opinião do delegado da diretoria executiva da Polícia Federal, Elmiz Junior, a lei que tipifica o crime de terrorismo (Lei 13.260/16), sancionada em março, facilita as operações durante os jogos olímpicos.
Na opinião do delegado da diretoria executiva da Polícia Federal, Elmiz Junior, a lei que tipifica o crime de terrorismo (Lei 13.260/16), sancionada em março, facilita as operações durante os jogos olímpicos.
"Uma mochila esquecida em um saguão do aeroporto, que pode ser nada, de uma hora para outra ela pode, após investigação policial, ser caracterizada como uma bomba, um terrorismo. E o inverso também: uma possível mochila no embarque de uma seleção, que causa grande preocupação, após investigação, pode ser só uma mochila esquecida. Então, essa lei nos traz a capacidade de investigar de maneira concreta, utilizando todas as medidas que a autoridade policial tem para poder caracterizar uma investigação como é a de crime organizado, para caracterizar se é terrorismo ou não", disse o delegado.
A CPI dos Crimes Cibernéticos volta a se reunir nesta quinta-feira (31), às 10 horas, para debater diretos da mulher na internet e para apresentação do relatório pelo deputado Esperidião Amin (PP-SC). O seminário desta terça-feira foi realizado a partir de sugestão dos deputados Silas Freire e Delegado Éder Mauro (PSD-PA).
Número de casos de dengue duplica em menos de 20 dias
Dados do governo mostram ainda de 6 a 27 de fevereiro, o número de mortes provocadas pela doença passou de 9 para 51
Lígia Formenti E Fabiana Cambricoli Brasília
O número de casos de dengue no Brasil duplicou em menos de 20 dias. Boletim do Ministério da Saúde mostra que foram identificados até o dia 27 de fevereiro 396.582 pacientes com suspeita da infecção. No dia 6, eram 170.103 registros. Oito Estados já apresentam epidemia da doença: Acre, Tocantins, Rio Grande do Norte, Minas, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás.
O Estado adiantou há dez dias os números até a primeira semana de março – são quase 100 mil casos a mais em apenas uma semana, considerando o registro de ontem. O País tem 495.266 relatos, alta de 46% em relação a 2015.
A explosão não ocorreu apenas no número de casos. Indicadores mostram que em 20 dias mortes provocadas pela doença passaram de 9 para 51. Casos de dengue grave, por sua vez, saltaram de 27 para 91, também no mesmo período.
O comportamento da epidemia neste ano destoa do histórico da doença, que chegou ao País na década de 1980. Até agora, anos de grandes epidemias eram sucedidos por um período de calmaria. Algo que era atribuído por especialistas ao fato de que, passado um período de grande transmissão, haveria uma redução do número de pessoas suscetíveis ao vírus, transmitido pelo Aedes aegypti. Não foi o que ocorreu agora. O vigor da transmissão do número de casos é inédito. Some-se a isso o fato de que o vírus de maior circulação, o subtipo 1, é o mesmo que o identificado no ano passado.
“Era de se esperar uma redução neste ano”, afirma o professor do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Goiás, João Bosco Siqueira Júnior. O diretor do departamento de Vigilância em Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, também reconhece que o comportamento da doença em 2016 foge dos padrões.
Não está descartada a possibilidade de que o crescimento inesperado dos indicadores seja fruto de erros na identificação da doença. Estariam sendo contabilizados como dengue casos de zika, doença que foi identificada no País ano passado e que já atinge todos os Estados brasileiros. “Há essa possibilidade. Daí a necessidade de vigilância, da realização de testes para que possamos, num espaço de tempo razoável, verificar o que de fato está ocorrendo”, completou o professor.
Uma das grandes preocupações é a de que esse número de casos ocorra num ano em que foram reforçadas as ações de combate ao mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti. No fim do ano passado, quando o número de casos de microcefalia aumentou de forma expressiva, teve início uma mobilização nacional para redução do número de criadouros de Aedes aegypti, vetor tanto da dengue quanto de zika e chikungunya.
Em dezembro, foi lançada uma ação para tentar visitar todas as residências do País para a localização e combate aos focos do mosquito. Salas de situação foram montadas, agentes de saúde e de endemias, além de integrantes das Forças Armadas mobilizados para atuar em atividades de prevenção. As estatísticas mostram que, até o momento, o esforço ainda não surtiu resultados.
“As altas temperaturas registradas no ano passado propiciaram o aumento dos criadouros”, disse Maierovitch. Além da quantidade de focos, Mairovitch cita o próprio ciclo de vida do mosquito como explicação para os indicadores elevados da doença. “Esperamos que o número de casos comece a cair a partir das duas primeiras semanas de abril”, disse.
Aprovada MP para segurança nas Olimpíadas
A medida provisória, que segue agora para análise do Senado, também destina recursos para o combate à seca
O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou ontem a Medida Provisória 710/16, que abre crédito extraordinário de R$ 1,472 bilhão para os ministérios da Integração Nacional (R$ 382 milhões); da Justiça (R$ 300 milhões); da Defesa (R$ 95,5 milhões); da Cultura (R$ 85 milhões); e do Turismo (R$ 10 milhões); e para encargos financeiros da União (R$ 600,1 milhões). A matéria será analisada ainda pelo Senado.
No caso da Integração Nacional, o crédito permitirá o atendimento às populações vítimas de desastres naturais, como a oferta de cestas básicas e a distribuição de água em carros-pipa.
Olimpíadas - Já no Ministério da Justiça, os recursos serão destinados à aquisição de equipamentos de proteção individual para atuação da Força Nacional de Segurança Pública e à contratação de serviços, equipamentos e soluções de informática para garantir a segurança nos Jogos Olímpicos e Para-límpicos de 2016.
As verbas do Ministério da Defesa também serão destinadas para assegurar a segurança nos Jogos Olímpicos, enquanto o montante da Cultura deverá ser aplicado em atividades de promoção da cultura brasileira no evento esportivo.
No caso do Turismo, a medida viabilizará ações de logística no projeto de revezamento da tocha olímpica, percorrendo cerca de 300 cidades até chegar ao Rio de Janeiro, no dia da cerimônia de abertura dos jogos.
Correção - Antes de votar o mérito, os deputados aprovaram destaque do PT para retirar a palavra “parcialmente” do parecer do relator, senador Elmano Férrer (PTB-PI), quanto ao atendimento dos pressupostos constitucionais e de relevância e urgência. Da forma como estava redigido, o parecer implicaria a rejeição da MP, pois não pode haver atendimento parcial dos pressupostos.
No debate, o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) manifestou indignação com a medida adotada. Para ele, o Plenário não pode mudar uma decisão da Comissão Mista de Orçamento. “A medida correta seria a devolução à comissão para rever esse parecer. Há tempo hábil, porque a MP só vence em maio”, sugeriu.
Para o deputado Ságuas Moraes (PT-MT), a MP não deveria ser aprovada dessa maneira, mas discordou da sugestão de Faria de Sá. “O Plenário é soberano e se pode recorrer a ele dos pareceres de comissões”, disse.
O deputado Daniel Coelho (PSDB-PE) frisou que o mais correto seria rejeitar a proposta. “Não dá para aprovar dessa forma, porque, se o texto é parcialmente inconstitucional, é inconstitucional" disse.
Congresso - A sessão do Congresso Nacional prevista para ontem acabou cancelada. Não foi definida nova data. Deputados e senadores examinariam 16 vetos presidenciais.
Três novos diretores para a Agência Nacional de Aviação são aprovados
Plenário aprovou ontem três indicações para a diretoria da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
O advogado e administrador Ricardo Sérgio Maia Bezerra foi reconduzido após um ano afastado do cargo.
O economista Juliano Alcântara Noman e o tenente-brigadeiro do ar Hélio Paes de Barros Júnior serão os novos nomes na diretoria.
Os três foram sabatinados simultaneamente pela Comissão de Serviços de infraestrutura (Ci) na semana passada.
Na ocasião, falaram sobre temas como ampliação da aviação regional, autorização para que uma pessoa transfira uma passagem aérea para outra e fim da franquia de bagagem despachada nos voos domésticos.
O último assunto é objeto de uma consulta pública feita pela Anac durante o mês de março.
Bezerra teve 48 votos favoráveis e 2 contrários em Plenário. Noman recebeu 48 votos e houve 1 manifestação contra. Já Barros foi aprovado por 49 senadores e teve 7 votos contrários.
A diretoria da Anac conta com quatro diretores e um diretor-presidente, todos com mandatos de cinco anos.
Embraer mostra jatos no Chile
A Embraer, de São José dos Campos, participa a partir de hoje da 19ª edição da Feira Internacional do Ar e do Espaço, a Fidae 2016, que vai até 3 de abril no Aeroporto Internacional Arturo Merino Benítez, em Santiago, no Chile.
A fabricante brasileira informou que promoverá seu portfólio completo de jatos comerciais e executivos e de soluções integradas na área de defesa e segurança.
Entre as aeronaves que a Embraer vai divulgar estarão o KC-390, novo jato cargueiro militar em etapa final de desenvolvimento e testes, e o A-29 Super Tucano, avião desenvolvido para cumprir missões de defesa aérea, treinamento avançado, ataque leve, escolta, patrulha aérea de combate e na formação de líderes.
Memória. Na edição de 2014, foram 604 expositores de 43 países, além de 125 aeronaves e 150 mil visitantes. A expectativa é de que esses números sejam superados neste ano.
Cooperação internacional e integração garantem segurança na Olimpíada
O governo federal já investiu em torno de R$ 350 milhões para assegurar a segurança durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, disse o ministro da Justiça
Rio 2016
O Brasil está preparado para garantir a tranquilidade dos participantes e do público dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, garante o ministro da Justiça, Eugênio Aragão. Ele lembrou que investimentos em segurança estão sendo realizados antes mesmo da Copa do Mundo de 2014 e continuam sendo feitos pelo governo federal de acordo com o planejamento para os grandes eventos esportivos. “Só para o evento da Olimpíada, o governo federal já investiu em torno de R$ 350 milhões, então estamos firmemente engajados em fazer a nossa parte”, afirmou.
Aragão participou de reunião, nesta segunda-feira (28), no Rio de Janeiro, com o governador em exercício do Estado, Francisco Dornelles, com o prefeito da cidade, Eduardo Paes, e com representantes dos ministérios de Minas e Energia, Esporte e Aviação Civil. Durante o encontro foram discutidos detalhes do planejamento de segurança para os Jogos Rio 2016. “O Brasil está preparado, sim, não só por causa do estudo de cenário feito pelo comando integrado, mas também pela cooperação internacional com outros países”, afirmou o ministro.
Diante dos desafios relacionados à segurança pública e defesa nacional no evento, foi elaborado o Plano Estratégico de Segurança Integrada (PESI). Assim como na Copa, o objetivo é garantir a atuação integrada e articulada entre as instituições de Segurança Pública e Defesa Civil, Defesa Nacional e Inteligência. A preparação para os Jogos utiliza o aprendizado e experiência da Copa das Confederações, Rio + 20, Jornada Mundial da Juventude e Copa do Mundo 2014.
O ministro da Justiça também lembrou que a segurança está sendo colocada em prática durante os eventos-teste dos Jogos Rio 2016. “A integração está funcionando muito bem, os testes foram um sucesso. Não me parece que esse momento seja para uma preocupação extraordinária, claro que sempre estamos analisando os cenários possíveis, inclusive de manifestações de rua, de riscos eventuais que possam ocorrer em virtude de ataques, isso faz parte dos cenários que estão devidamente estudados. Sob esse aspecto, estou bastante tranquilo”, garantiu Aragão.
Integração
A experiência de integração foi utilizada na criação de Comando Conjunto de Prevenção e Combate ao Terrorismo (CCPCT), uma inovação específica dos Jogos Rio 2016. “As atividades antiterrorismo são um componente natural de todos os grandes eventos, não só nesse. Claro que agora com maior premência tendo em vista o cenário internacional, mas acredito que o Brasil está preparado sim, não só pelo estudo de cenários que é feito aqui pelo Centro Integrado de Comando e Controle, mas por todos os parceiros e também pela cooperação internacional. Estamos bastante precavidos para esse tipo de incidente”, disse o ministro da Justiça.
O Brasil se prepara prevendo a mobilização de 47 mil profissionais de segurança pública, defesa civil e ordenamento urbano e 38 mil militares das Forças Armadas (dos quais 20 mil no Rio de Janeiro), que passarão por novas capacitações e cujas forças serão dotadas de tecnologia e equipamentos novos e mais modernos – que continuarão a ser utilizados após os Jogos.
Serão 3,5 mil policiais federais (350% a mais em relação à Copa do Mundo 2014) no Rio de Janeiro, 2 mil profissionais da Polícia Rodoviária Federal e cerca de 9,6 mil profissionais da Força Nacional de Segurança Pública (policiais de elite recrutados em todos os Estados do País) para garantir a segurança do público dos Jogos.
As Forças Armadas estarão preparadas para ser empregadas em caso de contingência, tanto segurança do Revezamento da Tocha Olímpica como durante os Jogos. Para os Jogos, o Centro de Inteligência do Rio de Janeiro incluirá agentes de 100 países participantes e estarão em funcionamento o Centro de Inteligência Nacional, em Brasília, e os Centros de Inteligência Regionais em todas as cidades-sede do futebol.
Olimpíada já triplica o número de voos internacionais ao Rio de Janeiro
O Rio de Janeiro registra aumento de 289% no número de voos internacionais entre 25 de julho -dez dias antes do início dos Jogos Olímpicos-, e 21 de agosto, data de seu encerramento, na comparação com o mesmo período do ano passado.
São cerca de 45,4 mil viagens já agendadas nesse intervalo de tempo.
Para a Paraolimpíada, a alta até agora é de 50% em relação a 2015, no período que vai desde 31 de agosto até 18 de setembro.
"Há dois anos, começamos a buscar operadoras estrangeiras para ensiná-las a vender a cidade", diz Michael Nagy, diretor do Rio Convention & Visitors Bureau, entidade que reúne empresas públicas e privadas do setor turístico.
Os americanos serão os principais visitantes que chegam por avião, com 17% dos voos agendados. Em seguida, vêm os alemães e argentinos, com 10%, e os ingleses, com 9%.
Os asiáticos representam uma parcela pequena, mas o número de viagens cresceu 20 vezes, no caso da China, e 15, do Japão.
Apesar de comemorar a diversificação dos visitantes, a estratégia para manter o ritmo do turismo após a Olimpíada deve ser o público brasileiro e latino. "É um cliente que se repete, a proximidade faz diferença."
O objetivo é aumentar entre 10% e 15% ao ano o fluxo de visitantes no Rio.
"O trabalho maior começa depois do evento. Temos potencial para triplicar o número de turistas na cidade."
"Lei da guerra" japonesa entra em vigor, sob críticas e divisão nacional
Entrou em vigor nesta terça-feira (29) uma legislação japonesa que flexibiliza a Constituição pacifista do país, permitindo que tropas nacionais se engajem em atividades militares no exterior pela primeira vez desde a 2ª Guerra Mundial (1939-1945).
O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, argumenta que a mudança —que pode mobilizar tropas nacionais na chamada "defesa coletiva", apoiando aliados quando há ameça à segurança japonesa— é vital para enfrentar novos desafios no cenário internacional, como o crescimento das ambições chinesas na região.
"Em um mundo onde nenhuma nação pode se defender sozinha, a legislação vai ajudar a prevenir guerras", afirmou Abe em entrevista após aprovação do orçamento japonês, nesta terça (29).
O orçamento de 2016 prevê um aumento de 1,5% nos gastos com defesa.
A flexibilização, no entanto, enfrenta forte resistência no país. Críticos, que apelidaram a nova legislação de "lei da guerra", dizem que trata-se de uma violação na Constituição e aumenta o risco de tropas japonesas serem envolvidas em batalhas no exterior.
O primeiro-ministro afirmou que algumas operações, como o envio de tropas para resgate de civis em ações de paz ou a defesa de navios de guerra americanos, estarão suspensas até o segundo semestre.
Abe diz que é preciso tempo para preparar ações complexas, mas críticos argumentam que o prazo pretende apenas evitar revolta da opinião pública antes das eleições parlamentares de julho.
CRÍTICAS
O país, de forma geral, está dividido sobre a mudança na política de defesa nacional.
Pesquisa divulgada pelo jornal "Yomiuri" mostrou que 47% não aprovam a nova legislação, contra 38% que aprovam. Em setembro passado, a rejeição à medida era maior, segundo a mesma fonte: 58% se opunham contra 31% que aprovavam.
Pesquisa divulgada pelo jornal "Yomiuri" mostrou que 47% não aprovam a nova legislação, contra 38% que aprovam. Em setembro passado, a rejeição à medida era maior, segundo a mesma fonte: 58% se opunham contra 31% que aprovavam.
Outra pesquisa indicou, no entanto, maiores taxas de aprovação, com 43% apoiando a nova legislação contra 35% rejeitando a mudança, de acordo com pesquisa do grupo de imprensa Nikkei.
Em uma série de textos publicados em seu site, a Xinhua, agência estatal de notícias chinesa, critica a mudança na política de defesa japonesa, apontando inconstitucionalidade e risco para a segurança da região.
Rússia vai instalar telescópio no Brasil para monitorar lixo espacial
Salvador Nogueira Colaboração Para A Folha
O governo russo vai instalar um telescópio em território brasileiro para monitorar a crescente ameaça do lixo espacial. É o primeiro telescópio com esse fim instalado no Brasil.
O acordo para a instalação será assinado no dia próximo dia 7, na sede do Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), em Itajubá (MG). A previsão é de que o telescópio russo já esteja operando em novembro.
Os signatários serão a Roscosmos (antiga agência espacial russa, recém-refundada como uma corporação estatal) e a Agência Espacial Brasileira.
O equipamento será instalado no Observatório do Pico dos Dias, localizado no município de Brazópolis. A uma altitude de cerca de 1.800 m, trata-se da principal instalação de observação astronômica em solo brasileiro.
O telescópio será de pequeno porte, com 75 centímetros de abertura, mas terá a capacidade de cobrir vastas regiões do céu –configuração ideal para o monitoramento de lixo espacial.
O custo não foi informado, mas será integralmente bancado pelos russos. Ao Brasil caberá ceder o espaço e infraestrutura básica.
PERIGO
A ideia é que o telescópio trabalhe todos os dias em que houver visibilidade, monitorando objetos que estejam em órbita da Terra.
Com isso, será possível criar uma base de dados com localização e trajetória de detritos que podem apresentar risco de colisão com satélites artificiais ativos ou até mesmo ameaçar danos à superfície da Terra, em caso de reentrada atmosférica.
Um equipamento similar, instalado nas montanhas Altai, na Rússia, já está em operação. A brasileira seria a segunda da rede e primeira fora do território russo.
"A seleção está ligada com o nível profundo de cooperação na área espacial entre Brasil e Rússia", diz Gennady Saenko, representante da Roscosmos que negociou o acordo.
Entre acordos previamente firmados entre brasileiros e russos, houve uma consultoria para melhorar o projeto do VLS, o veículo lançador de satélites nacionais, em 2003, e o voo do astronauta brasileiro Marcos Cesar Pontes à Estação Espacial Internacional, que acaba de completar uma década.
Também há entendimentos para a instalação de estações de solo do sistema Glonass (a versão russa do GPS americano) em território brasileiro, e há discussões no momento para uma missão não tripulada conjunta a um asteroide, embora sem definição concreta até agora.
PESQUISA ASTRONÔMICA
O projeto, conhecido pela sigla PanEOS (Sistema Eletro-Óptico Panorâmico para Detecção de Detritos Espaciais), pode ser benéfico para a comunidade de astrônomos brasileiros, segundo Albert Bruch, pesquisador do LNA responsável pela negociação do contrato com os russos.
"As imagens esperadas do PanEOS têm um enorme potencial para pesquisa astronômica em muitas áreas", diz o pesquisador. "O equipamento vai fornecer imagens de uma grande parte do céu visível no hemisfério Sul a cada noite com céu aberto. Elas conterão não apenas informações sobre detritos espaciais, mas também sobre todas as estrelas e galáxias no campo de visão."
Por fazer esse monitoramento constante do céu, elas devem ser especialmente úteis para estudar novas e supernovas, além do estudo de estrelas de brilho variável. Também pode ser útil na busca por objetos mais discretos do Sistema Solar, como asteroides, cometas e membros do cinturão de Kuiper.
Pelo acordo, a comunidade astronômica brasileira terá acesso a todas as imagens produzidas pelo PanEOS no Pico dos Dias.
Bruch já está inclusive avaliando o potencial de forma concreta, com base em dados colhidos pela estação gêmea nas montanhas Altai.
Política de Defesa é tema de aula magna na Universidade Católica de Brasília
Como marco do início do ano letivo do curso de Relações Internacionais da Universidade Católica de Brasília, o ministro Aldo Rebelo, proferiu nesta terça-feira (29), aula magna com o tema “Política de Defesa para o Século XXI”.
Para o auditório repleto de alunos dos cursos de Relações Internacionais e também de Direito, o ministro ressaltou que a agenda de Defesa não é apenas uma agenda das Forças Armadas e sim uma agenda do País. “A agenda de Defesa precisa estar permanentemente integrada com todas as forças da sociedade, e, destacadamente, com a universidade como ponto de apoio para a reflexão sobre os desafios de Defesa, como parte da política externa das relações exteriores do País. E esse é o trabalho que o Ministério da Defesa faz de integrar a agenda da Defesa com a sociedade”, destacou.
Considerando o sistema internacional multipolar, a coordenadora do curso de Relações Internacionais, Rosana Tomazini, também lembrou que é fundamental que se repense a Política de Defesa do País. “Nada mais oportuno que ouvir o ministro da Defesa já que o Brasil quer se posicionar como potência regional perante o mundo”, disse.
Para o reitor da Universidade Católica de Brasília e presidente do Conselho Nacional de Educação, Gilberto Gonçalves Garcia, o tema da aula magna é oportuno, uma vez que trata das relações entre países. “É um assunto de extrema importância porque nos últimos 50 anos a visão de defesa, em especial no nosso País, tem mudado bastante”, concluiu.
Política de Defesa
Em suas palavras, Aldo Rebelo mencionou que a Defesa Nacional se constitui de dois pilares: opção e destino. Opção define qual a dimensão da Defesa que se quer ter em termos de política pública e de orçamento, do nível de prioridade que se atribuí à Pasta, e do tipo de equipamento que se quer ter.
Já o eixo destino se associa a uma série de fatores que são impostos ao País por sua condição e localização e não são opcionais (território, fronteiras, litoral, população e etc). “Todos esses dados compõem elementos essenciais para a definição de nossa política e estratégia de defesa. Se o País foge a esse destino e não encara suas responsabilidades de defesa, acaba mergulhando em uma crise diante de sua população, de seus vizinhos e de seus parceiros internacionais”, comentou Rebelo.
Ainda sobre o papel das Forças Armadas e a inserção do Brasil no cenário internacional, o ministro destacou os projetos estratégicos em desenvolvimento, primordiais para o posicionamento da Política de Defesa Nacional. Entre eles, citou o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron) e o Blindado Guarani.
Também participaram da aula magna o pró-reitor acadêmico, Daniel Rey de Carvalho; e o diretor da Escola de Gestão e Negócios, André Luiz Cordeiro Cavalcanti.
Sede do Ministério da Defesa ganha o nome de ´Edifício Defensores da Pátria´
O prédio que abriga a Administração Central do Ministério da Defesa, no Bloco Q da Esplanada dos Ministérios, em Brasília, ganhou um nome: Edifício Defensores da Pátria. A medida foi publicada na edição desta terça-feira (29) do Diário Oficial da União, por meio de decreto assinado pela presidente Dilma Rousseff.
O nome Defensores da Pátria, proposto à Presidência da República pelo ministro da Defesa, Aldo Rebelo, tem o objetivo de promover a valorização e preservação da história do Brasil e dos valores da nacionalidade brasileira, elementos fundamentais da defesa do País.
A medida homenageia os brasileiros que defenderam o País, lutaram pela unidade nacional, pela integridade territorial e em defesa dos ideais de liberdade e da democracia. Trata-se de uma referência a todos que lutaram pelo Brasil, em missões como as batalhas dos Guararapes, as guerras pela Independência e a guerra da Tríplice Aliança, e que, hoje, continuam contribuindo para a estabilização em outras partes do mundo, como ocorre nas missões de paz coordenadas pelas Nações Unidas.
Proposta de emenda constitucional eleva recursos da Defesa para 2% do PIB
Deputados integrantes da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional entregaram nesta terça-feira ao ministro da Defesa, Aldo Rebelo, uma copia do texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 197, que estabelece para o setor de Defesa a aplicação de, no mínimo, 2% do Produto Interno Bruto (PIB).
“Essa proposta valoriza a agenda da Defesa, eleva o tema de financiamento da Defesa a um status dentro do Congresso que nós não tínhamos até então”, afirmou o ministro. Para Aldo Rebelo, o fato de agora existir uma PEC para tratar do assunto é extremamente importante porque estabelece uma base de debate do assunto dentro do Parlamento.
A presidente da Comissão, deputada Jô Moraes (PCdoB/MG), explicou que trouxe o texto da PEC ao conhecimento do ministro para que ele possa acompanhar o processo de tramitação, contribuindo com o debate. “O tema Defesa tem que ser incorporado por toda a Câmara dos Deputados como um tema fundamental para o País”, destacou. Ela ressaltou ainda que a adesão à PEC, com mais de 200 assinaturas, superou o número de apoio necessário, de 171 deputados, para a sua apresentação.
A proposta de destinar o percentual para o setor já havia sido defendida pelo ministro da Defesa, sob a argumentação de que é preciso criar formas mais seguras de investimentos, que escapem da sazonalidade econômica mundial. Em países dos BRICS, por exemplo, os percentuais destinados à Defesa alcançam uma média de 2,31%, enquanto, no Brasil, a média de investimento é de apenas 1,4%.
O texto da proposta fixa o mínimo de 2% do PIB sob a justificativa de atender as necessidades da Politica Nacional de Defesa (PND), para que as Forças Armadas possam cumprir suas missões constitucionais da melhor forma possível. De acordo com a PND, os principais objetivos são: promover a estabilidade regional, contribuir para a manutenção da paz, manter Forças Armadas modernas e desenvolver a indústria nacional de defesa.
Para o chefe do Estado Maior-Conjunto das Forças Armadas, almirante Ademir Sobrinho, a PEC será fundamental para dar mais segurança aos projetos da Base Industrial de Defesa (BID). “Isso dá um horizonte para a indústria de defesa, setor que precisa de investimentos muito altos para desenvolver seus projetos”, ressaltou.
A tramitação da PEC prevê a análise, primeiramente, pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Após essa etapa, a proposta segue para comissão especial e, em seguida, para votação no plenário da Câmara. Após a conclusão da tramitação na Câmara. A proposta segue para votação no Senado.
Caixa-preta de avião que caiu na Rússia não indica que houve falha mecânica
Agência Efe Em Moscou
Não falharam em nenhum momento os sistemas técnicos do Boeing 737-800 da FlyDubai que caiu no dia 20 de março no sul da Rússia, com 62 pessoas a bordo, de acordo com a análise das caixas-pretas do avião, informou nesta terça-feira (29) o Comitê Interestatal de Aviação, que investiga a tragédia.
"Segundo a análise preliminar das caixas-pretas, até agora não foram encontrados indícios de nenhuma falha nos sistemas do avião", segundo o comunicado divulgado pelo organismo internacional.
Os especialistas indicaram que o Boeing da companhia árabe "tinha passado pelas inspeções técnicas pertinentes e funcionava corretamente no momento da decolagem", no aeroporto de Dubai (Emirados Árabes Unidos).
A equipe que trabalha com as caixas-pretas, integrada por técnicos de Rússia, França, Emirados Árabes Unidos e Estados Unidos, já decifrou "mais de uma hora das conversas [da tripulação], incluído o trecho final do voo", acrescentou a nota.
O avião se precipitou bruscamente sobre o aeroporto de Rostov do Don, após passar duas horas e meia dando voltas sobre esta cidade no sul da Rússia, esperando que as péssimas condições meteorológicas melhorassem o suficiente e permitissem a aterrissagem.
A maioria dos analistas consultados pela imprensa russa atribuiu o acidente a uma falha humana, destacando que, com o mau tempo (denso nevoeiro, chuva incessante e rajadas de vento lateral de até 16 metros por segundo), aconselhariam desviar o voo à outra cidade.
Quase todos os passageiros do voo eram russos, moradores da região de Rostov do Don.
Marcos Pontes avalia ida ao espaço 10 anos depois da viagem
Leyberson Pedrosa
Dez anos após entrar para a história a bordo da Soyuz TMA-8 e se tornar o primeiro astronauta brasileiro a vencer a atmosfera terrestre rumo à Estação Espacial Internacional (ISS), o coronel da reserva Marcos Pontes se divide entre as melhores lembranças da experiência e as decepções com o programa espacial brasileiro. "Estamos muito aquém do que era o mínimo esperado para um país da categoria e intenções de desenvolvimento que é o Brasil", afirma o paulista de Bauru que passou 10 dias no espaço em entrevista ao Portal EBC.
Formado em engenharia aeronáutica e com experiência como piloto de testes da Força Aérea Brasileira (FAB), Marcos Pontes ingressou em 1998 na Nasa, a Agência Espacial Norte-americana. Mas o governo brasileiro da época não arcou com os compromissos firmados e a parceria foi encerrada.
Quando tudo parecia não dar certo, em 2006 Marcos Pontes assumiu o seu papel de Especialista da Missão (em suas palavras, espécie de engenheiro de voo ou "o mecânico da missão"), junto aos cosmonautas russos podendo, enfim, concretizar sua missão espacial. Além de realizar a manutenção na ISS, Pontes ficou responsável por aplicar projetos comerciais, científicos e experimentos educacionais. No dia 8 de abril, o astronauta brasileiro voltou ao planeta Terra dentro da capśula de reentrada da Soyuz TMA-7, um dos momentos mais críticos de toda viagem espacial.
Depois de 10 anos da conquista brasileira ao espaço, Marcos Pontes relembra dos "demônios do negativismo", referindo-se a pessoas que tentavam dissuadí-lo do seu sonho. Confira abaixo a entrevista em que o astronauta brasileiro faz uma avaliação desses 10 anos e opina sobre o rumo da astronomia no Brasil e no mundo.
Viaje nessa história:
A viagem espacial | Efeitos no corpo | Volta à Terra | Programa Espacial Brasileiro | Novos "astronautas" | Diplomacia no espaço | Rumo à Marte
A viagem espacial - Em 1997, o Brasil havia feito um acordo com o Programa da Estação Espacial Internacional (ISS) por meio da Nasa e deveria produzir seis partes da estação e fornecer um astronauta para a equipe de manutenção e operação da estação.
Marcos Pontes, militar da Força Aérea Brasileira (FAB), participou de concurso público específico e foi selecionado. Nesse momento, viu-se obrigado a largar sua carreira militar, já que o programa não permitia qualquer tipo de envolvimento militar ou bélico.
Marcos Pontes descreve o exato momento que precisou optar pelo caminho civil: "Aquilo me deu um frio na barriga, era como abandonar um porto seguro, pois minha carreira militar estava indo muito bem, e embarcar em um projeto que eu não tinha certeza que iria ter sucesso. Havia muitas variáveis a serem definidas ainda."
Decidido, foi para a Johnson Space Center, em Houston (Texas), para participar de um curso de dois anos para obter o "brevê de astronauta". Achando que iria viajar em 2001, o astronauta relata diferentes problemas políticos que fizeram com que o país não cumprisse o acordo com a Nasa.
Posteriormente, a Agência Espacial Brasileira fez um acordo com a Rússia, também parceira majoritária da ISS, para que ele fosse escalado para um voo em 2006.
"De repente, de acordo com a AEB, eu teria apenas 5 meses (o tempo normal para treinar um cosmonauta é de dois anos) para aprender tudo sobre os sistemas russos para incluí-los nas minhas tarefas técnicas a bordo e, de quebra, aprender a língua russa, em paralelo, nos primeiros 3 meses em Star City, Moscou, no Centro de Treinamento de Cosmonautas, para onde eu estava sendo transferido."
Entre suas missões, Marcos Pontes levou ao espaço quatro pesquisas tecnológicas com finalidade comercial, quatro pesquisas científicas e dois experimentos educacionais.
O fato de realizar experimentos com alunos do ensino fundamental virou alvo de crítica da imprensa brasileira. o que é rebatido veementemente por Pontes:
"No Brasil, a imprensa e alguns “cientistas” (as aspas são para ressaltar o meu espanto com a falta de visão científica e estratégica desses críticos) se limitaram apenas a criticar o custo da missão e citar, muitas vezes de forma irônica, os experimentos das crianças de São José dos Campos."
A pesquisa com os estudantes envolvia a germinação de sementes de feijão e a cromotografia da clorofila (medição da graduação da clorofila). As demais pesquisas envolveram testes sobre os efeitos da microgravidade na cinética das enzimas, danos e reparos do DNA na microgravidade, evaporadores capilares, minitubos de calor e nuvens de interação protéica,
Portal EBC: A sua ida ao espaço é resultado de uma longa trajetória dentro da Força Aérea Brasileira. Já tentaram desacreditá-lo do sonho de se tornar astronauta? Se sim, o que fez o senhor continuar?
Pontes: Certamente. Foram muitos anos de trabalho, estudo e muita persistência para vencer os “demônios do negativismo” dentro da própria mente e a sua torcida externa. O que me fez e me faz continuar é perceber que a satisfação de vencer esses demônios é muito maior que o medo de enfrentá-los.
Efeitos no corpo - A partir dos resultados de pesquisas e dos relatos dos próprios astronautas, a ida do ser humano ao espaço gera uma série de efeitos indesejáveis ao corpo, a maioria deles determinada pela falta de gravidade e da maior radiação sobre o corpo dos astronautas, já que não há atmosfera para agir como "filtro solar".
Recentemente, o norte-americano Scott Kelly retornou de uma missão de um ano a bordo da ISS, o maior período em que um astronauta ficou exposto aos efeitos da microgravidade. Scott chegou a "esticar" 5cm de tamanho por causa da falta de pressão em sua coluna vertebral.
A viagem de Marcos Pontes foi bem menor. Ele ficou dois dias a bordo da Soyuz e oito dias dentro da ISS. Mesmo exposto por menos tempo, teve que enfrentar muitos dos efeitos indesejados ao corpo por causa da falta de gravidade e contatos com a radiação.
A osteoporose, perda de células ósseas, é um dos efeitos mapeados. Já a fraqueza muscular é consquência da atrofia dos músculos que são menos usados em ambiente com microgravidade. No espaço, a desorientação espacial é acompanhada de dores na cabeça, coriza, alteração na pressão intraocular e desidratação.
Mas o que chama atenção do público é o envelhecimento precoce devido a maior radiação sobre as células, deteriorando-as e dificultando sua recomposição.
"O envelhecimento precoce é um dos efeitos na saúde. Durante o tempo no espaço não tive grandes problemas. O real problema é depois do voo: alterações no sistema hormonal, radiação, envelhecimento, perda de densidade óssea, alterações no sistema imunológico."
Portal EBC: Há alguma sequela que o senhor sentiu ou sente desde a sua volta à Terra?
Pontes: Isso se traduz em alguns inconvenientes como sangramento dos ouvidos, alergias, alterações de peso, além de ter acompanhamento médico constante para manter a boa saúde.
Volta à Terra - Depois de cumprir suas missão no espaço, Marcos Pontes, o cosmonauta Valery Tokarev e o turista espacial norte-americano Gregory Olsen precisaram se preparar para um dos momentos mais tensos da viagem, a volta.
O procedimento de volta do espaço ocorreu com a espaçonave Soyuz TMA-7 se desacoplando da Estação Espacial Internacional.
A aeronave é dividida em três partes. Uma dessas partes é uma capsula contendo os três tripulantes, que queima ao reentrar na atmosfera. Contudo, ela é feita de material que resiste até 2500 °C. Mas não é só o calor que incomodou Marcos Pontes e seu colegas. A carga de pressão na capsula chega a ser 11 vezes maior do que o próprio peso na Terra. Ou seja, eles foram pressionados contra os assentos.
No roteiro da reentrada, paraquedas se abrem para diminuir a velocidade. Por fim, foguetes de pouso são acionados levantando a poeira do deserto do Cazaquistão. Mesmo assim, a cápsula atinge o chão a 50 km/h.
Portal EBC: A sua volta dentro da Soyuz TM-7 apresenta-se como um dos momentos marcantes da sua volta. Qual é a sensação de estar dentro da capsula "furando" a atmosfera do Planeta?
Pontes: A reentrada é o momento mais crítico do voo, sem qualquer dúvida. A sensação é de impotência, ja que não há praticamente nada que possamos fazer para resolver um eventual problema estrutural.
Portal EBC: No futuro breve, conseguiremos algum tipo de mecanismo de propulsão como aparecem nos filmes como Star Wars e outros?
Pontes: No futuro breve teremos novos sistemas de propulsão, mas chegar a sofisticação do Star Treck ou Star Wars ainda vai demorar um tanto.
Programa espacial brasileiro - O Programa Espacial Brasileiro é coordenado pela Agência Espacial Brasileira (AEB). Mesmo tendo uma base de lançamento localizada em local propício (perto da linha do Equador), o Brasil precisou fechar uma parceria com a China para lançar satélite sino-brasileiros em território oriental.
O programa é alvo de críticas e necessita de recursos significativos para o projeto. Para o astronauta Marcos Pontes, há muito o que ser feito para recolocar o Brasil rumo à conquista do espaço
Portal EBC: O senhor tem acompanhado o Programa Espacial Brasileiro? Como o avalia?
Pontes: Sim. Estamos muito aquém do que era o mínimo esperado para um país da categoria e intenções de desenvolvimento que é o Brasil.
Portal EBC: Para que o Programa possa engrenar, o que precisa ser feito daqui em diante?
Pontes: Em curto prazo, uma grande mudança estrutural do programa, incluindo gestão; parceria racional com países líderes do mercado internacional e intercâmbio de pesquisadores. A médio prazo, a inclusão de Diretoria de Formação e educação; melhoria grande da divulgação do programa (tanto para o público como para autoridades); criação de cursos de formação técnica e otimização de portfólio de projetos. A longo prazo, são necessárias mudança nas leis de participação de setor privado em universidades públicas e centros de pesquisa; mudança de leis de licitação de produtos de alta tecnologia; reposição de recursos humanos do programa; otimização e ampliação das instalações técnicas; criação de laboratórios compartilhados com universidades e empresas; Centro de Lançamento de Alcântara via parceria comercial internacional.
Novos "astronautas" - Em maio de 2006, Marcos Pontes foi transferido para a reserva militar por motivos de regulamento e por ser mais útil ao campo civil, conforme explica em sua biografia. Contudo, reclama que parte da imprensa brasileira disse que ele teria se aposentando logo depois da missão para ganhar dinheiro com palestras.
"A repercussão negativa das calúnias foi tão grande (como sempre) que até hoje existem alguns idiotas que acreditam e repetem essa bobagem! Do meu ponto de vista, a repercussão daquelas calúnias teve lados bons e ruins."
Sem apoio dos órgãos públicos, Pontes afirma que contou mais com o auxílio do setor privado e de órgãos internacionais. Em 2010, criou a Fundação Astronauta Marcos Pontes para focar na promoção do setor espacial, da educação, ciência, tecnologia e sustentabilidade.
Pontes também criou uma agência de turismo espacial e tem o executivo paulista Bernardo Hartogs, de 53 anos, como cliente. Ele será o primeiro turista espacial do Brasil a participar do projeto internacional Virgin Galatic. Contudo, ele não considera que um possível turista espacial possa ser chamado de "segundo astronauta brasileiro".
"Para ser astronauta profissional, é necessário fazer o curso na NASA ou em Star City, com duração de dois anos, e ser declarado pela NASA ou Roscosmos como astronauta ou cosmonauta profissional"
Sobre a formação desses novos profissionais, Pontes se mostra bastante preocupado:
Portal EBC: O senhor tem trabalhado bastante com educação e sustentabilidade. Nesse sentido, como vê o interesse dos jovens brasileiros pela astronomia?
Pontes: A astronomia é uma ótima ferramenta para atrair jovens para as carreiras de ciência e tecnologia, tão necessárias ao desenvolvimento do país. Contudo, obviamente nosso alcance é pequeno perante as necessidades do pais.
Portal EBC: Faltam profissionais mais dedicados nessa área?
Pontes: O que me deixa triste e preocupado é ver praticamente ausente a participação do governo em programas desse tipo para nossos jovens em grande escala.
Portal EBC: Se compararmos com outros países como o próprio Estados Unidos, os brasileiros de hoje seriam menos adaptáveis à uma exploração do espaço ou de Marte?
Pontes: Não. Temos jovens brilhantes no Brasil. Espero poder ajudá-los a realizar essas missões.
Diplomacia no espaço - A Estação Internacional Espacial possui os Estados Unidos e a Rússia, antigos inimigos de Guerra Fria, como parceiros majoritários. Montado por módulos desses e de outros países parceiros, a ISS não pode ter fins militares. Para Marcos Pontes, que treinou para viajar junto aos norte-americanos, e teve que se adaptar a uma viagem com os russos, o espaço se coloca como oportunidade para um novo arranjo político e social.
Portal EBC: A ISS une duas grandes potências mundiais (EUA e Rússia) que, na Terra, vivem em grande tensão. Essa tensão é sentida também no espaço? Ou a política ganha novos sentidos no espaço?
Pontes: Uma das belezas do programa da ISS é poder mostrar na prática que é possível convivermos em paz, independentemente de partidos políticos, religião, raça, etc. Todas essas divisões são criadas por pessoas ou organizações que, de uma forma ou de outra, lucram com os resultados ruins advindos (guerras, desentendimentos, etc.). O ser humano intrinsecamente foi criado para conviver bem socialmente. Coloque crianças de todos os países diferentes para brincar juntas e verá que em poucos minutos não há barreiras de cultura ou língua. As tensões políticas são criadas sempre com o interesse de alguém. Se esses pessoas realmente dependessem (ou tivessem a noção que realmente dependem) da vida umas das outras, isso não seria assim.
Rumo à Marte - Cerca de 80 milhões de quilômetros separam a órbita terrestre da marciana. Mesmo assim, a Europa e a América do Norte realizam uma nova corrida espacial de colonização do planeta vermelho. A ideia é levar uma tripulação de novos colonizadores com passagem somente de ida. O projeto audacioso ganhou impulso com a descoberta da existência de água líquida salgada e corrente em Marte.
Mas quando falamos em sustentabilidade, será que não era melhor focar na Terra em vez de outros planetas? Sobre esses pontos, o primeiro astronauta brasileiro considera que os dois projetos estão interligados.
Portal EBC: A ida à Marte é o projeto principal da Nasa no momento. O senhor acredita que é esse o foco correto? Ou deveríamos olhar mais para como garantir uma maior sobrevida da Terra no universo?
Pontes: As duas coisas são diretamente interligadas. Quando desenvolvemos sistemas para chegar e sobreviver em Marte, também estamos desenvolvendo soluções para problemas essenciais da Terra: alimentação, água, energia, saúde, etc.
Portal EBC: Em Marte, o senhor daria alguma dica de como as pessoas precisariam se relacionar politicamente para serem capazes de, literalmente, sobreviverem ao novo?
Pontes: Que o dinheiro seja proibido. Que o amor e a compaixão sejam os critérios. Que o conhecimento seja compartilhado com sabedoria. Que a igualdade seja parceira da meritocracia.
Senadores questionam baixo orçamento do Ministério de Ciência e Tecnologia
Da Redação
Senadores se mostraram preocupados com o contingenciamento orçamentário do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação em audiência pública realizada nesta terça-feira (29) na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT). O ministro Celso Pansera falou sobre os avanços, desafios e expectativas do ministério para o ano de 2016.
A crise política também foi assunto no debate. Questionado pelo presidente da comissão, senador Lasier Martins (PDT-RS), sobre a posição do ministro em relação ao momento político do país, Pansera, que é deputado federal pelo PMDB, afirmou ser contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ele disse que continua como ministro até que haja um desfecho dessa situação.
— Como deputado, vou votar contra o impeachment. Acho que não existe ainda o fato que determina o impeachment. Em relação à manutenção no Ministério, eu vou aguardar a resolução que será aprovada ou não hoje à tarde na reunião do partido. Já comuniquei ao presidente do meu partido e ao vice-presidente da República, Michel Temer, que o meu desejo é continuar trabalhando no Ministério. Nós não vamos parar nenhuma iniciativa — afirmou.
O ministro disse ainda que é contra a luta política ser levada ao extremo de se desmontarem ministérios, principalmente o da Saúde, da Agricultura e de Minas e Energia. Para Pansera, são ministérios determinantes, com impactos imediatos à população.
Cortes
Quanto ao orçamento, o ministro falou que este ano houve um grande contingenciamento devido à crise econômica. Foi cortado do Ministério de Ciência e Tecnologia R$ 1,7 bilhão do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), o que deixou os senadores preocupados.
Mas Pansera afirmou que há um acerto com o governo para que o contingenciamento no FNDCT seja feito aos poucos e se encerre em 2019. Além disso, Pansera explicou que 25% do fundo do pré-sal devem ir para a área de Ciência e Tecnologia. Por fim, o ministro conta ainda com um empréstimo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que deve gerar um montante de quase R$ 800 milhões para este ano.
— A outra questão seria o descontingenciamento imediato de R$ 400 milhões do FNDCT este ano também. Com isso, nós teríamos um ingresso de recursos até o final do ano que permitiria o funcionamento do sistema, de todas as nossas organizações sociais e institutos e ainda o cumprimento dos compromissos que nós temos com bolsas e pesquisadores — afirmou o ministro.
O senador Walter Pinheiro (PT-BA) destacou a necessidade de unir as políticas científicas do país, com ações para incrementar o desenvolvimento industrial do Brasil.
— É preciso resgatar a capacidade de aliar a política científica com a de desenvolvimento industrial. Como a gente supera esses desafios de crescimento, sem aliar essas duas áreas? —s questionou o senador.
Ele lembrou ainda que o Brasil se depara com vários desafios, como a falta de mão de obra qualificada, enquanto existem setores promissores crescentes em diversas áreas ligadas a tecnologia.
Ciência sem Fronteiras
Celso Pansera citou avanços em vários programas de sua pasta, como o Ciência sem Fronteiras, que implementou 92.880 bolsas até janeiro de 2016. Pansera também citou o fato de o programa ter sido desvinculado do FNDCT e ficado sob a cobertura do Ministério da Educação, o que vai permitir que as verbas do fundo sejam destinadas a outras áreas de inovação.
O senador Omar Aziz (PSD-AM), que relatou a análise do programa, escolhido como política pública a ser avaliada pela comissão em 2015, pediu ao ministro que leve em conta as recomendações feitas no relatório. O ministro afirmou que uma das recomendações, investir mais em cursos de pós-graduação, será atendida e que há ainda outro debate para que se invista mais na área de engenharias.
— A maior parte dos alunos que participaram do Ciência sem Fronteiras são para a área de engenharia e ciência e tecnologia. Nós ampliaríamos ainda mais essa margem para essas áreas de Exatas voltadas para a área de produção e engenharias — disse o ministro.
Dengue, Zika e Chicungunha
Pansera falou ainda que o Ministério vai investir este ano no Plano Nacional de Enfrentamento ao Aedes Aegypti e à Microcefalia, lançado na última semana. O ministro explicou que o programa tem um orçamento de R$ 1,2 bilhão e vai até 2017.
— Nós lançamos semana passada um plano muito ousado, muito ambicioso para a pesquisa da zika, chicungunha e dengue, não só do combate ao vírus, mas do principal vetor, que é o mosquito — disse.
Fosfoetanolamina
O senador Ivo Cassol (PP-RO) pediu que o ministro interceda junto à presidente Dilma pela sanção do projeto de lei que autoriza o uso da fosfoetanolamina, aprovado há uma semana no Senado. O senador disse que o medicamento tem efeitos impressionantes em pessoas com câncer e criticou a burocracia e os que são contra o projeto, que libera o medicamento, de modo excepcional, antes de concluídas as pesquisas sobre a substância.
Segundo o ministro, nesta quarta-feira (30), será anunciado o resultado da pesquisa que comprova que a fosfoetanolamina não faz mal ao corpo humano. Mas Pansera explicou que ainda serão necessárias outras pesquisas para descobrir como a substância age dentro do organismo.
Como ela não tem efeitos negativos ao corpo, o ministro disse que seria possível liberá-la como suplemento alimentar e que essa alternativa está sendo avaliada. O problema da aprovação do projeto é que a pílula desenvolvida pela Universidade de São Paulo (USP) não contém apenas a fosfoetanolamina, mas outras substâncias que não estão citadas na proposta.
— Amanhã nós faremos uma reunião às 10h, com os pesquisadores vinculados ao Ministério, para tomarmos a decisão sobre qual caminho nós vamos seguir daqui para frente com isso. A tendência é liberá-la como suplemento alimentar — afirmou.
Galeão vai abrigar "Le Bourget brasileira"
Daniel Rittner
Otimista com as perspectivas de longo prazo do transporte aéreo no Brasil, em visita feita ao país no fim de 2014, o diretor-geral da Federal Aviation Administration (FAA), órgão americano correspondente à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), fez um comentário provocativo: por que o mercado com a segunda maior frota de aeronaves executivas do planeta e uma das taxas mais aceleradas de crescimento de voos comerciais ainda não tinha um salão aeronáutico nos moldes de Le Bourget (França) ou de Farnborough (Inglaterra)?
Os ventos favoráveis se transformaram em recessão e o setor vive hoje um cenário de crise, mas o comentário de Michael Huerta foi ouvido por um grupo de empreendedores entusiasmados. E eles decidiram se mexer: o Rio de Janeiro se prepara para entrar no restrito circuito de cidades que recebem grandes salões de aviação. A ideia do grupo é transformar o aeroporto internacional do Galeão, entre os dias 29 de março e 2 de abril de 2017, em uma espécie de "Le Bourget brasileira". O evento, que ainda está em fase preliminar de organização, já conta com o apoio da Secretaria de Aviação Civil (SAC) e tem como objetivo tornar-se referência na América Latina.
O Galeão foi escolhido para abrigar o International Brazil Air Show (Ibas) porque era um dos únicos aeroportos no país com estrutura adequada para receber esse tipo de evento sem afetar sua rotina de operações. Viracopos (SP) era outra possibilidade, mas com menos vantagem. O aeroporto carioca, administrado por Odebrecht Transport e Changi, tem um pátio de cargas com mais de 40 mil metros e acesso que não compromete o terminal de passageiros. "Não pode haver nenhuma interferência operacional", diz Paula Faria, diretora da Sator, que faz parte do grupo responsável pela organização do evento.
Outro que atua na linha de frente é o empresário Francisco Lyra, dono da CFly Aviation, consultoria especializada no mercado de jatos executivos. Ele é sócio do Naesp, o novo aeroporto para aviação geral que está sendo construído no município de São Roque (SP), em parceria com a JHSF. Adalberto Febeliano, ex-diretor da Azul e da Associação Brasileira de Aviação Geral, também participa do planejamento.
O plano é atrair 120 mil pessoas nos cinco dias de salão aeronáutico. Desse total, espera-se que 45 mil sejam o que os organizadores chamam de "público de negócios". Ou seja: empresários e representantes de companhias dispostos a explorar parcerias comerciais. A expectativa é reunir ainda 200 empresas e pelo menos 50 aeronaves expostas.
Além de Le Bourget e Farnborough, outros dois salões já fazem parte do circuito internacional: Dubai e Cingapura. O Ibas deverá seguir a mesma sistemática dos outros eventos. "Queremos reunir toda a cadeia do setor", diz Paula Faria, que durante cinco anos foi uma das responsáveis pela Labace, feira de aviação executiva que ocorre anualmente no aeroporto de Congonhas (SP).
Uma dos propósitos é colocar, lado a lado, companhias aéreas e concessionárias de aeroportos para negociar a criação de rotas. As operadoras aeroportuárias costumam usar esse tipo de encontro para "barganhar" vantagens, como a oferta de salas vip e descontos em taxas não reguladas, em troca de mais voos nos seus terminais. Fabricantes de aeronaves também aproveitam tradicionalmente as feiras como uma espécie de showroom dos seus modelos e frequentemente anunciam a concretização de vendas importantes nesses dias.
Os organizadores querem ainda ter seminários paralelos ao salão, com discussões sobre o futuro do mercado, e estandes de universidades e escolas de formação que ofereçam oportunidades de qualificação profissional no setor.
Chefes de Estado terão trajetos monitorados em tempo real
Robson Sales
A cerimônia de abertura da Olimpíada, em 5 de agosto no Maracanã, será o momento mais delicado da operação de logística que vem sendo preparada para receber cerca de cem chefes de Estado, além de outras autoridades internacionais e CEOs de grandes empresas, no Rio de Janeiro. Para cuidar de cada detalhe - como o acompanhamento on-line de trajetos escolhidos por esses convidados especiais - está sendo montada uma equipe de 50 pessoas.
O Centro de Coordenação de Dignitários (CCD) vai funcionar durante os Jogos, de 5 de agosto a 18 de setembro. Entre as 50 pessoas estão funcionários do Comitê Rio 2016, agentes da Polícia Federal e diplomatas do Ministério de Relações Exteriores. Cerca de três mil voluntários também vão atuar nos Jogos.
Toda a movimentação dos chefes de Estado será acompanhada pelo CCD e um servidor do Itamaraty será destacado para monitorar cada autoridade.
Desde a chegada ao aeroporto internacional do Rio, o trajeto dos presidentes até o hotel, a chegada ao Maracanã, onde será feita a abertura dos Jogos e às arenas de competição, tudo será informado em tempo real para a coordenação de dignitários. O CCD terá uma sala dentro do Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, na zona oeste carioca.
"Saberemos onde o presidente [de um país] vai estar, quais os movimentos dele, que jogos vai ver. Faremos um monitoramento constante", afirmou a diretora de relações internacionais e protocolo do Comitê Rio 2016, Lucia Amaral Peixoto.
O planejamento inclui credenciamento, trajetos, segurança e até o mapeamento de hospitais que poderão receber essas autoridades em caso de emergência. "Eles [as autoridades internacionais] querem saber todos os procedimentos", diz Lucia.
O momento mais delicado será a cerimônia de abertura, no dia 5 de agosto. A previsão é ter cerca de cem chefes de Estado devem no Maracanã, estádio localizado a mais de 30 quilômetros do Parque Olímpico. A expectativa supera o número da Olimpíada de Londres, em 2012, quando quase 80 lideranças compareceram à abertura.
A festa será observada por 5 bilhões de espectadores ao redor do mundo. E não será tarefa fácil coordenar a movimentação das 10 mil pessoas que formam a "família olímpica" (chefes de Estados, presidentes de comitês olímpicos, políticos e outras autoridades) ao mesmo tempo em que mais de dez mil atletas deixam a Vila dos Atletas. "A decisão de declarar feriado nesse dia é fundamental", diz Lucia.
A viagem dos chefes de Estado ao Rio durante a Olimpíada não é considerada uma visita oficial (embora muitas autoridades aproveitem a ocasião para reuniões diplomáticas), mas nem por isso a tarefa de cuidar deles é menos importante.
Os ataques terroristas em Paris, no fim do ano passado, em Bruxelas, na semana passada, aumentam o nível de alerta da equipe de segurança envolvida nos Jogos, mas não são o foco das preocupações do Comitê Rio 2016. "O que acontece no mundo é que ninguém está a salvo disso, mas não temos histórico desse tipo de atentado (no Brasil)", disse a diretora.
Lucia trabalhou também na recepção das autoridades na Copa das Confederações e na Copa do Mundo de 2014. Ela começou organizando eventos para a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) no período em que Carlos Arthur Nuzman (atual presidente do Comitê Olímpico Brasileiro) comandava a entidade (de 1975 a 1995).
O planejamento para a Olimpíada é bem mais complexo que o principal campeonato de futebol do planeta, diz Lucia. Na Copa, em 2014, apenas 11 chefes de Estado estiveram no país. "A magnitude dos Jogos é incomparável".
Cinco hotéis foram reservados apenas para a "família olímpica". Possíveis trajetos já estão desenhados para as autoridades, mas podem haver mudanças na operação logística dos chefes de Estado. Um decreto da Prefeitura do Rio sobre mobilidade na Olimpíada garante à administração municipal o direito de decretar feriados e estabelecer novos esquemas de rodízio no trânsito.CORREIO DA PARAÍBA
Alistamento militar é obrigatório, mas pode se tornar opção de emprego para jovens
Aline Martins
Todo jovem brasileiro do sexo masculino ao completar 18 anos de idade tem a obrigação por lei de fazer o alistamento militar, que neste ano termina em junho. Quem deixa de cumprir essa determinação fica impedido, por exemplo, de assumir um cargo se passar em um concurso público. Da mesma forma aquele que ao ser convocado para o serviço militar e não participar ou mesmo abandonar antes de concluir. No caso daquele que não comparecer, pode responder por crime de submissão com até 2 anos de detenção. Após cumprir o serviço militar, é possível continuar no Exército Brasileiro por até 8 anos, mas sem seguir carreira militar. Só é possível ingressar nas Forças Armadas Brasileiras para seguir carreira com até 30 anos de serviço por meio de concursos que são abertos anualmente.
Os jovens selecionados no alistamento deste ano cumprirão o serviço militar em março de 2017, quando ocorre o ingresso de novas turmas para o cumprimento das obrigações militares. Eles passam dez meses participando de atividades práticas e teóricas. Este ano, os convocados ingressaram no dia 1º deste mês. “Eles estão há quatro semanas cumprindo atividades e dormindo no quartel. É o que chamamos de fase de internato”, comentou o comandante do 16º Regimento de Cavalaria Mecanizado (16º RCMec) de Bayeux, tenente coronel Marcello Yoshida.
Para se alistar, o cidadão precisa está completando no ano de alistamento 18 anos de idade. Ele deve comparecer a uma Delegacia Militar ou Junta do Serviço Militar mais próxima da sua cidade, portando alguns documentos. Ao término da seleção realizada pela Comissão de Seleção (CS), o cidadão poderá ser dispensado ou designado para prestar o Serviço Militar Obrigatório em uma organização militar ativa do Estado, ser matriculado em Órgão de Formação de Oficiais da Reserva, caso possua grau superior ou em Tiro de Guerra.
O tenente coronel Yoshida destacou que, após os jovens passarem pelo processo de alistamento, é feita uma seleção, através de um sistema, que toma por base as informações repassadas pelo jovem e também por uma avaliação de saúde. “Alguns vão ser dispensados automaticamente pelo computador. Uma parcela de todos aqueles que se apresentaram para prestar o serviço vai ser selecionado para o ano seguinte. Aí sim comparecer aos quarteis”, frisou, comentando também que se observam as vocações do jovem (trabalhar em obra, carpintaria, por exemplo), mas não isso não é requisito para seleção. Aqueles que cumpriram medidas socioeducativas não ficam excluídos do processo. Álisson Silva, chefe da Seção de Pessoa do 16º RCMec, frisou que para contratar, muitas empresas cobram o documento de quitação com o serviço militar.
Selecionados passam no mínimo 10 meses participando de atividades
Os selecionados para cumprir o serviço militar passam no mínimo dez meses participando de atividades práticas e teóricas sobre o Exército Brasileiro. O chefe da Seção de Operações do 16º RCMec, capitão João Júnior, explicou que nas nove primeiras semanas eles recebem informações individuais básicas como a proteção simples e aprendem os valores da instituição. “Depois, garantia da lei da ordem nas três semanas seguintes e depois um período de qualificação – quando eles aprendem a usar uma viatura de combate. No segundo semestre vai ser empregado infrações – que é a defesa externa”, afirmou.
De acordo com o comandante, tenente coronel Yoshida, após esse período alguns jovens podem ser selecionados para continuar por até oito anos no Exército ou volta à vida civil. “Nós temos vaga para esse pessoal cumprir funções de soldado e pode chegar a ser promovido a cabo, se for um bom soldado. No quartel a gente tem várias funções: motorista de carro blindado, ele pode trabalhar na enfermaria, no serviço de escritório”, comentou. Após os oito anos, obrigatoriamente retorna a vida civil. E para seguir carreira só por concurso militar que são abertos a cada ano. É importante acessar o site da instituição e observar os editais que possuem alguns critérios para participação.
“Nós vamos ensiná-lo a ser soldado. Como usar o uniforme, quais são os valores que cultuamos aqui dentro do Exército, a disciplina. Vamos ensiná-lo a marchar, a atirar, a fazer a proteção do aquartelamento e até para um caso de uma guerra, como ele pode combater usando o seu armamento. Como utilizar as viaturas, no caso desse quartel, nós temos blindadas. Então durante esse período todo, ensiná-lo como ele deve proceder, caso no Exército ele seja empregado”, afirmou o tenente-coronel Marcello Yoshida.
Artigo 143
O serviço militar é obrigatório para jovem brasileiro do sexo masculino conforme o prescrito no artigo 143 da Constituição Federal.
O que é o serviço militar?
É o exercício de atividades específicas desempenhadas pelas Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) e compreende, na mobilização, todos os encargos com a Defesa Nacional.
Ingresso na Força Aérea Brasileira por meio de concurso
A Força Aérea Brasileira (FAB) informou que há vários concursos, que variam conforme critérios de idade e escolaridade. Além disso, outros há requisitos específicos que se aplicam a cada concurso. Há possibilidade de estudar em uma escola de ensino médio com foco na carreira de aviação, tendo acima de 14 anos e menos de 19 anos. Logo após, pode estudar na Academia da Força Aérea para formação superior. Ao final de 4 anos, o militar que se formar terá dois diplomas: um de bacharel em administração e outro inerente ao curso. Durante a formação, os alunos poderão escolher se serão militares ou se continuarão como civis. Há também opção de concurso para quem já tem graduação. Em alguns casos, o tempo máximo de permanência é de 8 anos, mas algumas profissões como médico pode atingir a patente de major brigadeiro – a mais alta.
Marinha está com dois concursos abertos
A Marinha do Brasil está com dois concursos abertos. Um deles é para o Colégio Naval (CN) que oferece 200 vagas e o período de inscrição vai até dia 18 de abril. A taxa é de R$ 40. O curso do CN, denominado “Curso de Preparação de Aspirantes”, é destinado ao preparo intelectual e físico do aluno visando uma futura seleção para o ingresso na Escola Naval, ministrando o ensino básico em nível médio, além do ensino militar-naval. É necessário ter 15 anos e menos de 18 anos completos. O outro concurso aberto é para o cargo de marinheiro. A inscrição termina nesta segunda-feira (28). A inscrição é de R$ 20. Estão sendo oferecidas 1340 vagas. O Curso de Formação de Marinheiros para a Ativa será conduzido nas Escolas de AprendizesMarinheiros, sob regime de internato, inteiramente gratuito e tem duração de um ano letivo, realizado em um único período escolar de 48 semanas, no qual serão ministradas disciplinas do Ensino Básico e do Ensino Militar-Naval.
INFODEFENSA.COM (Edición America)
La feria de Chile aspira a superar los 2.100 millones de dólares de negocio
La organización de la Feria Aeronáutica de Chile, Fidae 2016, ha abierto hoy las puertas de la muestra en la base de la 2ª Brigada de la Fuerza Aérea de Chile (FACh) con un objetivo en mente: superar los 2.100 millones de dólares de negocio conseguidos en la edición anterior. La presidenta de Chile, Michelle Bachelet, ha sido la encargada de dar el pistoletazo de salida junto al ministro de Defensa, José Antonio Gómez, y el comandante en Jefe de la FACh, general del Aire Jorge Robles.
Fidae 2016 acoge en esta su decimonovena edición a más de 550 empresas de 46 países expositores, en la que ya se ha convertido por derecho propio en la feria de aviación por excelencia de Latinoamérica. La feria ha batido este año una de sus propias marcas al incorporar cinco nuevos países a su cartel de exhibidores: México, Nueva Zelanda, Panamá, El Salvador, Emiratos Árabes y Tailandia.
La Feria vivió ayer su jornada preinaugural con la llegada del Airbus 350, el más moderno en su género, y una exhibición del F-22 Raptor. Las demostraciones aéreas continuarán toda la semana con actuaciones de escuadrillas acrobáticas, demostraciones de paracaidismo y de drones, un sector que este año destacará gracias al ciclo de conferencias UNVEX 2016. Junto a este evento, que celebra su tercera edición, los drones tienen un espacio reservado para llevar sus desarrollos tecnológicos al gran público gracias a dos pistas habilitadas para exhibiciones en las que también se desarrollarán competiciones.
Otro de los puntos más destacados de esta nueva edición de Fidae es el Pabellón de Chile, bajo cuya bandera se reúnen las pymes locales en un intento de la organización por potenciar la participación de la pequeña y mediana empresa.
Fidae 2016 también destaca este año por la utilización de las nuevas tecnologías. La organización ha preparado una aplicación para móviles que se llama Fidae 2016, gracias a la cual los usuarios podrán disfrutar de la feria en 3D y con videos actualizados diariamente. Aparte, la organización recuerda a los usuarios que pueden utilizar la aplicación Waze para poder escoger las mejores vías de acceso a la base aérea en función del tráfico.
FOX SPORTS (SP)
Atleta de 18 anos segue liderando seletiva olímpica de tiro com arco
Marcus D’Almeida novamente vence uma etapa da competição que classificará dois arqueiros de cada gênero para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro
Jovem talento do tiro com arco, Marcus D’Almeida segue mostrando que pode superar a “falta de experiência” com muita técnica. Com apenas 18 anos, o brasileiro venceu a segunda seletiva olímpica nacional da modalidade, em competição realizada no último fim de semana, no campo de tiro do Centro Logístico da Aeronáutica (CELOG), na zona norte de São Paulo.
O carioca enfrentou os principais nomes da modalidade no país. Dez atletas de cada gênero disputaram a seletiva olímpica em busca das vagas para os Jogos do Rio de Janeiro. A fase classificatória foi realizada no último sábado (26 de março), e os combates no domingo (27 de março). Marcus repetiu o desempenho da primeira seletiva e novamente foi o melhor do masculino, com 12 pontos de 14 possíveis.
De olho no tempo meteorologia (SP)
Chuva forte localizada provoca destruição e mortes de animais em Bom Repouso, MG
Uma forte pancada de chuva bastante localizada atingiu parte do município de Bom Repouso, no sul de Minas Gerais, ao final da tarde desta terça-feira (29) provocando destruição.
De acordo com a Polícia Militar, o grande volume de água que caiu de forma restrita nas proximidades de um ribeirão, rodeado por cadeias de morros, provocou uma espécie de “avalanche” de água e lama arrastando muitos animais que acabaram morrendo.
A força da água também destruiu construções e arrastou muitas árvores e pilhas de madeira que haviam sido armazenadas em propriedades rurais próximas. De acordo com as autoridades, uma barragem de rejeitos não suportou o grande volume de água e estourou. Ao menos quatro famílias ficaram desalojadas.
A rodovia estadual MG-884, que liga o município à rodovia federal BR-381 foi atingida sendo interditada nos dois sentidos.
Dados meteorológicos
Não há estação meteorológica em Bom Repouso e os pluviômetros operados pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) mais próximos, instalados no município de Pouso Alegre, sequer registraram precipitação.
Não há estação meteorológica em Bom Repouso e os pluviômetros operados pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) mais próximos, instalados no município de Pouso Alegre, sequer registraram precipitação.
Apenas o radar do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) da Rede de Meteorologia do Comando da Aeronáutica (Redemet) registrou às 15h15min (Brasília), a atuação da célula de temporal, com forte assinatura de refletividade.
TORCEDORES.COM
Medalhista olímpico critica racismo no judô brasileiro: “O esporte é para todos”
Carlos Honorato é sinônimo de medalha olímpica para o Brasil. Em 2000, ele ficou com a prata nas Olimpíadas de Sidney, na Austrália, mas apesar de todo esse sucesso, admite que ainda existe racismo no judô brasileiro. Em entrevista ao Metro Jornal, ele falou sobre a situação.Glauco Costa
“Na minha época, a questão de raça era mais forte. Eram poucos como eu que estavam disputando as provas de judô pelo Brasil” – explicou o ex-atleta, que é o único homem negro a conquista uma medalha olímpica na modalidade – “Quando eu ainda disputava as principais competições, os atletas não tinham acesso livre aos centros de treinamento das Forças Armadas. Isso foi um grande avanço para o esporte”.
Recentemente, uma seguidora de seus passos sentiu isso. Rafaela Silva, brasileira e campeã mundial de judô em 2012, foi vítima de comentários racistas nas redes sociais, porém, além de uma nota de repúdio do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), nada aconteceu. Honorato, por sua vez, prefere não relembrar isso e destaca que o esporte é universal:
“Eu nem gosto muito de dar ênfase para essa questão. Para mim, o esporte é para todos”, conclui Honorato.
Leia também: