Especialistas debatem nova rodada de concessões de aeroportos em SP
Especialistas debatem nova rodada de concessões de aeroportos em SP ...
Ao longo de toda a sexta-feira, 23.10, especialistas em aviação, meio ambiente, advogados, concessionários e autoridades estiveram reunidos em São Paulo no “Seminário Concessões de Aeroportos: oportunidades de negócios e desafios”. Na abertura, Guilherme Ramalho, secretário-executivo da SAC, traçou um completo panorama do processo de privatização dos aeroportos do Brasil. Começando pelo aeroporto de Natal, em São Gonçalo do Amarante, que funcionou com um projeto piloto, até chegar aos outros cinco (Guarulhos, Galeão, Brasília, Confins e Viracopos), que juntos são responsáveis por 50% do fluxo nacional de passageiros.
Ramalho revelou que nestes quatro anos foram investidos – graças à parceria com a iniciativa privada – R$ 15,6 bilhões no sistema aeroportuário. Só com o poder público foram necessários 16 anos para chegar ao investimento feito em quatro com a parceria público privada. Com os recursos injetados no sistema, houve também um aumento de capacidade significativo, 80 milhões de passageiros ao ano.
O secretário executivo da SAC também falou dos próximos aeroportos a serem privatizados e da necessidade de investir na aviação regional. “Pesquisa divulgada ontem mostrou que de 170 a 250 cidades têm potencial para receber voos com boa ocupação e hoje não são servidas pela aviação comercial”, comentou.
Ao longo do dia, o “Seminário Concessões de Aeroportos: oportunidades de negócios e desafios” debateu questões como licenciamento ambiental, a estrutura contratual das concessões, fiscalização do TCU (Tribunal de Contas da União) e a preocupação com os ágios que na primeira leva passaram de 673% (Aeroporto de Brasília), o ponto de vista da indústria da construção a respeito das obras aeroportuárias e a visão das companhias aéreas sobre concessões e desafios. À tarde, todos terão a oportunidade de ouvir a experiência de quem já é concessionário (GRU e Viracopos).
“Estamos vivendo um momento histórico, de investimentos pesados e tomada de decisão importante. Passada a primeira fase de privatizações, vem mais por aí e o debate é muito oportuno para que possamos todos aprender com os erros e acertos, aprimorando sempre”, disse Ricardo Miguel, presidente da Abesata (Associação Brasileira das Empresas Auxiliadores do Transporte Aéreo), apoiadora do seminário. Para o setor de serviços auxiliares, as concessões trazem oportunidades, mas também alteram o cenário e as empresas precisam não apenas se adaptar, mas contribuir e participar do processo.
Miguel destacou o comentário de Clarissa Barros, da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil). Ela disse que está trabalhando para atuar no equilíbrio e na busca de abusos por parte das atuais concessionárias nas receitas não tarifárias. “As tarifas são reguladas por contrato com um teto, mas as receitas não tarifárias – telefone, aluguel de espaço etc – são regulados hoje “por ameaça”, quando se refere às áreas operacionais”, completou o presidente da Abesata.
Mais informações em http://www.conceitoseminarios.
Saiba mais sobre o segmento de serviços auxiliares
No Brasil, as chamadas Esatas (Empresas de Serviços Auxiliares de Transporte Aéreo) estão presentes em 70% das operações da aviação comercial, seja na realização de serviços operacionais (abastecimento de água, catering, carregamento de bagagem etc), serviços de proteção, serviços de emergência e serviços comerciais. Os dados fazem parte do levantamento do 1.° Anuário Brasileiro de Serviços Auxiliares de Transportes Aéreos, lançado no fim do ano passado.
Ao todo existem hoje 211 empresas de Esatas no Brasil, sendo que a maior parte está em São Paulo, 70 companhias, seguido de Minas Gerais, com 45, Rio de Janeiro, 36, e Rio Grande do Sul, com 31 empresas do setor. A maioria se concentra na prestação de serviços operacionais para as empresas aéreas regulares, 147 empresas, mas muitas estão envolvidas com outros serviços, tais como atendimento de aeronaves (60), limpeza de aeronaves (50), movimentação de carga (50), atendimento e controle de embarque de passageiros (38), entre outros.
Mais informações em www.abesata.org
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