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NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 10/08/2015 / Brasil compra 70 mísseis e bombas israelenses para armar o Gripen


Brasil compra 70 mísseis e bombas israelenses para armar o Gripen ...


G1 obtém informação pela Lei de Acesso; veja quais serão as armas. Compra fará país ter melhor força aérea da América Latina, diz especialista ...

A Força Aérea Brasileira pagará US$ 245.325 milhões (cerca de R$ 869 milhões) por 70 mísseis e bombas israelenses de alta tecnologia, e 14 unidades de sistemas táticos de captação de informações de reconhecimento para aeronaves, que serão empregados nos novos caças Gripen, de acordo com documentos obtidos pelo G1 através da Lei de Acesso à Informação

Ao G1, a Aeronáutica diz que não divulga os tipos e a quantidade de armas compradas para o Gripen por considerar o dado uma informação "estratégica".

Nesta quarta-feira (5), o Senado aprovou o financiamento da compra dos 36 jatos suecos pelo país: além do valor do armamento, o empréstimo engloba mais SEK (coroas suecas) 39.882.335.471 (cerca de R$ 15,9 bilhões), que serão pagos pelas aeronaves de combate, segundo a mensagem da presidente Dilma Rousseff ao Congresso.

Uma das bombas compradas pelo Brasil para o Gripen, conforme os documentos obtidos pelo G1, é a potente Spice, desenvolvida por Israel e com capacidade de atingir vários alvos simultaneamente com precisão a até 100 km de distância.
Conforme o professor de relações internacionais Marco Tulio Freitas, especialista em terrorismo e em Israel, as Spice são consideradas "o estado da arte, o que há de melhor em bombas".

"Se a compra das armas for efetuada, a FAB será considerada a melhor força aérea da América Latina. E, sobretudo, ganharemos a capacidade de lançar mísseis muito além do alcance da visão, com muita distância, podendo atacar alvos em terra, como instalações militares e civis. Teremos alto poder de incursão em áreas muito bem guardadas", afirma o professor Marco Túlio Freitas.

Os dados obtidos pela reportagem sobre o tipo de armamento adquirido pelo Brasil constam em um inquérito do Ministério Público Federal que apura o valor pago pelo Brasil pelos jatos Gripen NG, que ainda estão em desenvolvimento. A previsão é de que as aeronaves comecem a chegar ao país a partir de 2019, junto com o armamento.

Segundo o professor Freitas, para se ter uma ideia da potência das bombas israelenses Spice, adquiridas pela FAB para o Gripen, elas poderiam ser usadas por caças F-35 ou F-16 em uma eventual incursão de Israel no Irã.

O Brasil comprou ainda mísseis alemães IRIS-T ar-ar, que possuem capacidade de aniquilar medidas eletrônicas do inimigo para impedir que a bomba acerte o alvo, explica o professor. Todas as bombas e mísseis terão a validade inicial estendida de 5 anos, conforme o documento da FAB obtido pelo G1.

Ataque por trás
A Aeronáutica encomendou ainda 10 unidades operacionais e 8 de treinamento do míssil A-Darter, que o Brasil está desenvolvendo de forma conjunta com a África do Sul e que poderá atingir até aeronaves que estejam se aproximando por trás do avião lançador.

Segundo a Aeronáutica, R$ 300 milhões já foram investidos no projeto, que teve início em 2006.

Com 2,98 metros de comprimento e 90 kg de peso, o A-Darter será guiado pelo calor e fará manobras que o levam a sofrer até 100 vezes a força da gravidade, com alcance máximo de 12 quilômetros.

Treinamentos
Um brigadeiro da reserva da FAB, especialista em combate aéreo e que pediu para não ser identificado, diz que se justifica a compra de pequena quantidade de munição devido ao uso ser raro e a validade, pequena.

Os treinamentos atuais de lançamentos de mísseis de jatos ocorrem geralmente de forma simulada e em ambientes virtuais, em que o computador informa a possibilidade de real de acerto do alvo. São poucos, diz o brigadeiro, os oficiais que já tiveram a oportunidade de lançar uma bomba real no Brasil.

Próximo ao vencimento, a munição comprada é usada em treinamentos reais em em alto mar, em áreas controladas e com aviso antecipado, para impedir que embarcações passem pela região, informa o oficial.

Durante o período de validade, as armas passam por manutenção contínua no ambiente de estocagem, com verificaçação de vários fatores, como umidade, qualidade dos sensores, etc.




Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.




Idoso morre em queda de ultraleve durante seu 1º voo sozinho, diz PM

Testemunhas disseram que ventava muito no local no momento do acidente. Aeronave caiu logo depois de decolar do aeroporto de Piracanjuba.

Vitor Santana

ImagemUm homem de 62 anos morreu neste domingo (9) na queda de um ultraleve em Piracanjuba, no sul de Goiás. Segundo a Polícia Militar, testemunhas disseram que a vítima era engenheiro de produção de um laticínio e estava voando sozinho pela primeira vez.
Testemunhas que estavam no local disseram que o idoso morreu na hora. “A esposa dele estava lá e até pediu para ele tomar cuidado porque estava ventando muito. Ele decolou do aeroporto e nem chegou a subir muito e já caiu”, disse o motorista Samuel Gomes Rezende, que estava próximo ao local no momento da queda.
O ultraleve caiu a poucos metros da pista de pouso e decolagem. O Instituto Médico Legal de Morrinhos esteve no local e retirou o corpo. Já a aeronave foi levada para o aeroporto para ser periciada.
Até a publicação dessa reportagem o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) não havia sido informado deste acidente.

Avião faz pouso de emergência no Aeroporto Afonso Pena

"Manutenção não programada" motivou pouso forçado, informou a Azul. Voo deveria sair de São José dos Pinhais (PR) para Passo Fundo (RS).

Do G1 Pr

Um avião da Azul fez um pouso de emergência na tarde deste domingo (9) no Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. A aeronave decolou e minutos depois precisou voltar. A manobra foi bem sucedida, e ninguém ficou ferido.
De acordo com a companhia aérea, o voo tinha como destino Passo Fundo, no Rio Grande do Sul. O pouso de emergência foi necessário, ainda conforme a empresa, devido a uma manutenção não programada. A companhia não detalhou o que seria “manutenção não programada”.
 O Corpo de Bombeiros chegou a ser chamado. O tenente Freire explicou que a ocorrência chegou à corporação como chamas em uma das turbinas, porém, esta situação não foi constatada quando a aeronave pousou.
“A situação foi um pouco adversa porque chegou como chama em uma das turbinas, mas os bombeiros do aeroporto, que também são militares, já estavam posicionados e as equipes do aeroporto estavam posicionadas para o procedimento de pouso de emergência. O avião pousou sem fogo. Uma das turbinas não funcionava, mas pousou normal”, relatou o tenente. Ainda conforme o tenente, os bombeiros auxiliaram na retirada dos passageiros.
A Azul informou que os passageiros foram realocados em outros voos.
Leia a nota da Azul na íntegra
"A Azul Linhas Aéreas Brasileiras informa que o voo 4986, que partiu de Curitiba com destino a Passo Fundo retornou ao aeroporto de origem devido a uma manutenção não programada na aeronave. Os Clientes estão sendo reacomodados em outros voos e recebendo toda a assistência necessária de acordo com a resolução 141 da ANAC. A Azul lamenta eventuais transtornos ocorridos aos seus Clientes e ressalta que ações como essa são necessárias para conferir a segurança de suas operações."

JORNAL VALOR ECONÔMICO


Propriedade do avião e causa da queda ainda são dúvidas


Fernanda Pires E Marina Falcão

Embora os inquéritos civil e policial sobre a queda do avião Cessna um ano atrás, em Santos, ainda não tenham sido concluídos, a hipótese mais considerada pela família do ex governador Eduardo Campos é de que o acidente foi motivado por um erro de projeto da aeronave. A aeronáutica descartou colisão com aves, drones ou aeronaves. "Ao chegar a um ano de investigações, pelo que acompanhei, li e segundo abalizadas opiniões técnicas, eu estou convencido que a causa determinante do acidente de Eduardo foi um erro de projeto do avião Cessna", afirmou em seu blog, na semana passada, Antônio Campos, irmão de Eduardo Campos. Em reação, a Cessna divulgou na ocasião nota em que afirma estar colaborando com as autoridades e que não comenta investigações em curso.
Em Santos, a polêmica dificulta o pagamento das indenizações. Um ano depois da queda da aeronave, persiste a dúvida sobre a responsabilidade pelo ressarcimento para reparação de danos materiais e morais às vítimas em solo. Os inquéritos instaurados pelo Ministério Público Federal ainda estão em curso, sem data para terminar.
"Não se consegue concluir como esse avião foi parar nas mãos do PSB", diz Alexandre Ferreira, advogado que representa Juarez Câmara, dono da academia de ginástica destruída pela queda da aeronave. Câmara entrou com duas ações na Justiça contra a AF Andrade Empreendimentos e Participações -em nome de quem o avião está registrado - e contra o PSB. Em uma das ações, a Justiça determinou, em primeira instância, que o PSB pagasse R$ 10 mil mensais a Câmara até que a academia voltasse a funcionar. Mas o partido recorreu e reverteu a decisão. Segundo consta dos autos, havia uma intenção de compra do direito de uso do avião pelo empresário pernambucano João Carlos Lyra, que chegou a pagar o equivalente a US$ 320 mil. Como a compra não se realizou, a AF Andrade cedeu o valor em quilômetro voado. Lyra tem procurado as vítimas em solo para firmar acordos extrajudiciais.
"É impossível achar que um avião de R$ 20 milhões estava voando desde maio de 2014 sem contraprestação por parte do PSB", diz o advogado. Procurado, o PSB afirmou que a AF Andrade fez um leasing do jato e doou horas de voo à campanha do Eduardo Campos, que tem um CNPJ próprio. Na prestação de contas da campanha, o PSB informou que ganhou horas de voo da AF Andrade, mas não disse quantas horas tinham sido utilizadas porque o relatório estava com o piloto, que também morreu no acidente.

JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO


Investigações sobre causas do acidente de Campos devem ser inconclusivas


Patrícia Britto E Ricardo Gallo

As autoridades que investigam as causas do acidente aéreo que provocou a morte de Eduardo Campos e de outras seis pessoas provavelmente nunca conseguirão explicar o que levou à queda do jato Cessna 560XL em Santos (SP), há quase um ano.
O problema é a ausência de informação das caixas-pretas, essenciais para esclarecer os motivos do acidente.
O CVR (Cockpit Voice Recorder), que grava as conversas dos pilotos, não registrou os minutos finais do voo. Além disso, o jato não era equipado com um FDR (Flight Data Recorder), que registra as informações do voo e permitiria reconstituir o que houve.
Sem essas informações, o Cenipa -órgão da Aeronáutica responsável por apurar acidentes aéreos- poderá, no máximo, apontar hipóteses de como o avião e a tripulação se comportaram. Também podem, a partir da análise dos destroços, descartar possibilidades -como já foi feito com a hipótese de falha nos motores.
Por isso, o relatório final sobre o caso deverá provavelmente apontar apenas uma causa "indeterminada" para o acidente com o jato.
Uma hipótese, citada em carta enviada pela viúva do piloto Marcos Martins, Flávia Martins, ao chefe do Cenipa, Dilton José Schuck, é a de que um erro no automatismo do estabilizador horizontal do jatinho pode ter levado o avião para a posição "nose down" (nariz para baixo), causando o acidente.
Na carta, ela afirma que estudou o caso e, com a ajuda de "colaboradores", chegou à conclusão de que houve falha no dispositivo que deveria ter impedido a mudança do estabilizador da posição de "pouso" para de "subida".
Em janeiro, o responsável pela investigação da Aeronáutica, Raul de Souza, havia afirmado que os pilotos não tinham formação adequada para guiar a aeronave.
Segundo ele, os profissionais já haviam pilotado jatos semelhantes, mas precisariam ter recebido treinamento maior para o Cessna 560XL.
Segundo a Aeronáutica, a investigação está em "fase final de análise" -não há prazo definido para a conclusão.
Na semana passada, a Força Aérea apenas reafirmou informações divulgadas em janeiro: os pilotos fizeram uma rota diferente do previsto no plano de voo e o motor estava em funcionamento na hora do impacto com o solo.
Uma investigação paralela é feita pelo Ministério Público Federal em Santos (SP).
INDENIZAÇÕES
Famílias que tiveram imóveis danificados pelo acidente ainda aguardam indenizações pelos prejuízos materiais. Para a juíza Natália Monti, da 9ª Vara Cível de Santos, a "obscuridade" sobre a propriedade da aeronave "atrapalha a condução do processo" e "torna praticamente inviável a reparação dos danos".
O jato estava registrado em nome da empresa A.F. Andrade Empreendimentos e Participações Ltda. Após o acidente, os empresários João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho e Apolo Santana Vieira se apresentaram como donos da aeronave, que estaria em processo de venda.

JORNAL ESTADO DE MINAS


Estudo sobre expansão do aeroporto da Pampulha sai até dezembro

Expansão do aeroporto depende de estudo da Infraero em fase de conclusão, que avalia retorno de grandes aeronaves

Pedro Rocha Franco

Relegado ao segundo plano na última década, o aeroporto da Pampulha pode ganhar novo fôlego. A Infraero finaliza estudo para revalidar o licenciamento do espaço e avalia, entre as possibilidades para o terminal, a operação de aeronaves de grande porte. A definição sai até dezembro. Nos próximos dias, diretores da estatal devem sentar-se à mesa com representantes da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, para discutir as diretrizes do novo planejamento.
Depois do leilão do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, de Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a estatal voltou seus olhares para BH. Subutilizado na gestão tucana do governo estadual, o Aeroporto Carlos Drummond de Andrade, nome de batismo do terminal da Pampulha, é apoiado pelo governador petista Fernando Pimentel, que é favorável ao uso do espaço para facilitar as idas e vindas de empresários ao estado.
A demonstração de interesse das companhias aéreas no aeroporto fortaleceu a proposta da estatal de mudar os planos para a Pampulha. O diretor de Aeroportos da Infraero, Marçal Rodrigues Goulart, ressalta que qualquer mudança será debatida com o órgão ambiental antes de sua implantação. Segundo ele, é preciso avaliar os impactos da emissão de gases, de ruídos e no trânsito. “Por que não ampliar os voos? Podemos, sim. Desde que atendidas as regras de meio ambiente”, afirma. A Infraero deve apresentar o estudo ao governo estadual até o fim do mês.
Nos bastidores, as companhias aéreas Gol e Azul travam disputa pela ocupação da Pampulha. Em um primeiro lance, a Azul transferiu para a Pampulha operações rumo a outras capitais que eram feitas a partir de Confins e os voos regionais foram transferidos para o aeroporto internacional. No contra-ataque, a Gol pediu à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) licença para operar com Boengs 737 rumo a cinco capitais (Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Vitória e Salvador). O pedido foi negado. Em nova ofensiva, a Azul agora tenta voar em direção à Pampulha com seus Embraer 190, com capacidade para 118 passageiros , com opções para Vitória, Campinas e Rio de Janeiro.
Os pedidos de ambas as empresas, por enquanto, estão vetados, mas nova definição pode vir com a concretização do estudo da Infraero. Em relação à segurança operacional, as companhias garantem ser possível operar sem riscos. Uma possibilidade citada pelo diretor da estatal é a limitação de pousos e decolagens em certos períodos para permitir o vaivém de passageiros no terminal.
Ele exemplifica situações em que a restrição valeria. Ao longo de 15 minutos, apenas uma aeronave poderia descer na Pampulha (o tempo e o número de aeronaves são hipotéticos). Nesse caso, seria uma aeronave de grande porte. “Pelo modelo aplicado no momento, se eu coloco 180 passageiros, eu substituo três ATRs (aviões usados em voos regionais)”, afirma Goulart. Em qualquer caso, será preciso calcular quantos banheiros, esteiras e outros equipamentos envolvidos no embarque e desembarque são necessários para a operação de aeronaves maiores.
A estatal deve fazer “adequações internas” principalmente no terminal de passageiros. Obras para ampliação da área construída, por enquanto, não estão em questão. A Pampulha tem, atualmente, capacidade para 2,2 milhões de passageiros por ano. No ano passado, foram 945 mil embarques e desembarques, o que garante folga operacional para aumentar o número de voos.
Além da discussão com órgãos ambientais, a Infraero deve enfrentar a resistência de moradores do entorno da Pampulha. Em audiência pública na Assembleia Legislativa para discutir a transferência de voos da Azul e o pedido da Gol para operar no terminal, associações de bairros criticaram o possível aumento de fluxo no aeroporto.
Projeto para novos hangares
Nova mudança na Pampulha deve ocorrer com a transferência do Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (Ciaar) para Lagoa Santa. O espaço de 258 mil metros quadrados permitirá a construção de uma taxiway, além de obras para ampliar a capacidade operacional do terminal, seja com aumento da área para passageiros ou de infraestrutura aeroportuária. Novos hangares devem ser construídos para dinamizar a aviação executiva.
A saída da base militar depende, ainda, da finalização das obras no município vizinho. Depois disso, uma possibilidade viável é a transferência do setor administrativo da estatal para o espaço ocupado pelos militares. Isso permitiria que o setor destinado aos passageiros fosse expandido.
Sobre a proposta da Prefeitura de Belo Horizonte de desativar o aeroporto do Carlos Prates, transferindo, assim, as operações de aviação geral para a Pampulha, a Infraero descarta a possibilidade. O prefeito de BH, Marcio Lacerda, apresentou proposta para encerrar as atividades do Carlos Prates. O terreno seria negociado com imobiliárias para a reconfiguração do bairro e o valor arrecadado, destinado a obras no Carlos Drummond de Andrade. “O aumento do tráfego de operações menores pode impactar de forma negativa”, avalia Marçal Goulart, da Infraero. (PRF)


OUTRAS MÍDIAS


A TRIBUNA


Vítimas de acidente acionarão na Justiça fabricante do avião

Presidenciável Eduardo Campos e outras seis pessoas morreram na tragédia, que completará um ano no próximo dia 13
ImagemOs advogados das famílias dos pilotos mortos e das vítimas em solo do acidente aéreo que matou o presidenciável Eduardo Campos, em Santos, cobrarão judicialmente da Cessna Aircraft Company, fabricante do avião, quase R$ 9 milhões em prejuízos materiais causados pela queda e valor ainda não calculado em danos morais.
O jato Citation560XL, fabricado pela empresa norte-americana, caiu em 13 de agosto de 2014, depois de os pilotos tentarem aterrissar na Base Aérea de Santos, no Guarujá, arremeter e perder o controle durante a manobra para uma segunda tentativa de pouso no local.
Além do então candidato do Partido Socialista Brasileiro (PSB) à Presidência da República, morreram no acidente os pilotos, Geraldo Magela Barbosa da Cunha e Marcos Martins, e os assessores da campanha socialista, Alexandre Severo e Silva, Carlos Augusto Leal Filho, Pedro Valadares Neto e Marcelo de Oliveira Lyra.
O avião atingiu imóveis nas ruas Vahia de Abreu e Alexandre Herculano, no Boqueirão, um dos mais populosos e nobres bairros da Cidade, destruindo ao menos dois apartamentos, parte de duas casas e abalando outros prédios.
Esse novo movimento acontece dias depois de A Tribuna revelar que uma investigação independente aponta para uma falha de projeto do jato que pode ter sido decisiva para que o avião mergulhasse abruptamente e acertasse em cheio pequenos edifícios, duas casas e uma academia.
As atenções dos advogados se voltam agora à Cessna e à Cessna Finance Export Corporation, braço da fabricante responsável por comercializar o jato. Para eles, como o avião foi comprado em uma operação de leasing e ele ainda não foi quitado, ainda é, portanto, propriedade da empresa.
Até então, o meio jurídico santista assistia a um jogo de empurra nebuloso. Tudo porque a AF Andrade Empreendimentos e Participações, o PSB e os empresários pernambucanos Apolo Vieira Santana e João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho não reconheciam a propriedade nem a exploração do avião destruído — deixando as vítimas do acidente da Cidade em um vazio jurídico.
Passaporte
As batalhas judiciais para valer, aquelas que serão capazes de definir o pagamento de indenizações tanto para as famílias dos pilotos quanto para as 15 famílias e um empresário que iniciaram ações na Cidade, tendem a acontecer nos tribunais norte-americanos. A razão disso é que a sede da Cessna fica no Texas, nos Estados Unidos.
A Tribuna apurou que advogados do escritório norte-americano Podhurst Orseck, especializado em assuntos aeronáuticos e acidentes aéreos, estiveram em São Paulo há duas semanas. Eles foram procurados pelos defensores das famílias dos pilotos mortos.
O martelo sobre a representação em território estrangeiro ainda não foi batido, mas o movimento já indica que este deverá ser o caminho da maior parte dos advogados que representam as vítimas nas ações judiciais iniciadas em Santos e na Capital.
Os advogados das famílias dizem que ainda é cedo para pensar nas ações em cortes internacionais. A realidade, no entanto, é que eles aguardam o relatório final do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Aeronáutica, para ter os elementos suficientes para iniciar a batalha contra a fabricante do jato. Não há prazo para que o documento seja divulgado.
A investigação paralela, que aponta a suposta falha no estabilizador horizontal do jato e a indução dos dois pilotos ao erro no dia da tragédia, deverá servir de material de apoio na futura ação norte-americana.
Falha do projeto
O estabilizador horizontal se movimenta tanto nas aproximações de pouso quanto após o recolhimento dos flaps (abas nas asas que podem aumentar ou diminuir a aerodinâmica do avião no ar). A falha de projeto seria o fato de a Cessna ter criado esse utensílio vinculado ao manete de recolhimento dos flaps, que poderia confundir os sensores do avião.
Uma equipe de especialistas em aviação contratada por familiares dos pilotos Martins e Cunha afirma que existe uma probabilidade grande de o mecanismo ter mudado de posição, levando o avião ao mergulho abrupto. Como o jato estava muito próximo do solo, e sem um aviso sonoro para os pilotos, teria sido impossível reverter o mergulho.
O manual do jato Citation 560XL traz um aviso aos pilotos, dizendo que eles procurassem não recolher os flaps quando a velocidade passasse de 215 nós (398,2km/h), pois o jato mergulharia de nariz. Para a equipe, se houvesse programação para informar a mudança da posição do estabilizador horizontal, com um aviso de voz dizendo isso na cabine, os pilotos seriam conscientizados, trocariam a posição da alavanca de flap e estabeleceriam a posição do jato.
A Cessna Aircraft Company não quis comentar o suposto defeito e, por nota, diz trabalhar junto às autoridades brasileiras que estão à frente das investigações.



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