NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 26/04/2015
Governo e Infraero querem ampliar voos na Pampulha ...
O aeroporto da Pampulha, que funciona com movimento reduzido há dez anos, desde que voos com aeronaves de maior porte e entre as capitais foram transferidos para o aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, já tem o aval do governo de Minas para ampliar a operação. De acordo com o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Altamir Rôso, o terminal da Pampulha passará por reformas estruturais para receber mais passageiros. Hoje, comporta até 2,2 milhões de pessoas/ano. Segundo a Infraero, responsável pelo terminal, um ciclo de obras acaba de ser concluído. O terminal ganhou nova torre de controle, reforço do pavimento do pátio 2 e nova subestação de energia. E com a transferência da unidade do Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (Ciaar), que hoje funciona na Pampulha, para Lagoa Santa, novas reformas e ampliações serão definidas ...
Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.
Cinzas de vulcão cobrem grande parte do RS; voos são cancelados
Segundo a Infraero, cancelamentos não têm relação com as cinzas. Nuvem vulcânica está em grande altitude em Porto Alegre neste sábado.
Do G1 Rs
A nuvem de cinzas vulcânicas oriunda da erupção do vulcão chileno Calbuco cobre grande parte do Rio Grande do Sul na manhã deste sábado (25), inclusive a região de Porto Alegre. Mesmo assim, três voos foram cancelados na manhã deste sábado (25) no Aeroporto Internacional Salgado Filho. Entre eles está o voo 3812 da TAM que partiria com destino ao Rio de Janeiro, o voo 1811 da Gol, que chegaria de Salvador, e o voo 3847 da TAM oriundo de Foz do Iguaçu. A Infraero, no entanto, ressalta que a operação do terminal ocorre normalmente e os cancelamentos não têm relação com as cinzas do vulcão chileno Calbuco. A empresa diz que alguns atrasos nas operações ocorrem por questões meteorológicas, mas não confirma a razão dos cancelamentos.
As cinzas expelidas por erupções no Chile chegaram ainda na noite de sexta-feira (24) a Porto Alegre. O voo 00230 da American Airlines, que partiria para Miami, sofreu atraso de cerca de três horas. Estava previsto para decolar às 22h08 e só partiu pouco depois da 1h30.
Segundo o Metroclima, sistema de previsão do tempo da prefeitura, paira sobre a cidade uma nuvem vulcânica em grande altitude. Em níveis baixos da atmosfera, nuvens "normais" trazem chuva isolada em algumas áreas da cidade. O Metroclima informa ainda qão há motivo para preocupação quanto à qualidade do ar.
As mudanças no céu de Porto Alegre poderão ser observadas melhor à tarde, segundo o Metroclima. Algumas nuvens mais esparsas dão um tom mais acinzentado ao céu.
O meteorologista Leandro Puchalski, da Central de Meteorologia do Grupo RBS, diz que as cinzas devem ficar apenas em altas altitudes e que não deve haver precipitação, como ocorre nas áreas mais próximas ao vulcão localizado na região turística dos Lagos, 900 quilômetros ao sul de Santiago, a capital chilena.
O 8º Distrito Meteorológico do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), afirma que não está avaliando o avanço da nuvem e que deve trabalhar com os efeitos do vulcão apenas na previsão do tempo.
Em 2011, uma situação parecida foi registrada no Rio Grande do Sul. O material do vulcão chileno Puyehue cobriu parte de cidades gaúchas e deixou em alerta órgãos de saúde, além de causar cancelamentos de diversos voos e fechamentos de aeroportos como o de Bagé, na Campanha.
JORNAL DO DIA (AP)
Museu da Base Aérea vai passar por revitalização
O Museu da Base Aérea, no município de Amapá, distante 302km de Macapá, foi encontrado em completo abandono pela equipe da Secretaria de Estado da Cultura (Secult). Na quarta-feira, 22, a comitiva da secretaria esteve no local para fazer um relatório sobre as condições do museu a céu aberto. O documento será entregue junto com o projeto de revitalização do local.
Atualmente, o espaço mais parece com um cenário de uma cidade fantasma. No local há apenas um vigilante e difícil é encontrar alguém por perto e que saiba dar alguma informação. Essa é a realidade do museu. A Base Aérea americana foi criada em 1941. O local foi utilizado como ponto de apoio durante a 2ª Guerra Mundial. Em 1946, foi desativada e passou a ser um Centro Aéreo de Treinamento da Força Aérea Brasileira (FAB). Somente na década de 90, passou a ser um museu a céu aberto.
Atualmente, o local está deteriorado e muitas peças foram roubadas. A sala onde ficavam as informações do museu está abandonada e até mesmo os documentos históricos foram levados. De acordo com o vigilante, há pelo menos dois anos ninguém do governo aparecia no espaço. “Estou muito triste com a situação desse museu, que poderia está sendo visitado pelos amapaenses e turistas, mas está abandonado”, lamentou o secretário da Secult, Disney Silva. O mato tomou conta do espaço, mas ainda é possível ver a torre onde os zeppelins (dirigíveis da época) pousavam e paióis de munições. De acordo com o secretário a equipe está planejando organizar um espaço no próprio museu para reunir os tanques e carros antigos, que ainda estão no local, além de tornar o museu a céu aberto um espaço com condições de receber visitantes. “Precisamos valorizar o potencial histórico cultural do nosso Estado e garantir à população a oportunidade de conhecer locais como esse. Essa é a nossa história e precisamos valorizá-la”, enfatizou Disney.
A Secretaria de Estado da Cultura (Secult) fará um relatório sobre a situação da museu e encaminhará ao governador Waldez Góes, junto com um projeto de revitalização do local.
CORREIO DA BAHIA
Inovação
Pesquisadores da Universidade do Vale do Paraíba (Univap) e do Instituto de Tecnologia Aeronáutica (ITA) desenvolveram um equipamento capaz de produzir filmes à base de carbono, altamente resistentes ao desgaste, para o revestimento de peças automotivas, aeronáuticas e hospitalares. Mais de meio milhão de dólares foi investido por instituições de apoio à pesquisa nos grupos que estudam o Diamond-like Carbon (DLC), como é chamado o material, que já foi testado em peças de aço, polietileno e parafusos. A ideia surgiu há alguns anos, quando estudiosos identificaram a necessidade de alterar o revestimento de juntas que movem placas de painéis solares responsáveis por produzir energia na estrutura de satélites.
JORNAL HOJE EM DIA (MG)
Governo e Infraero querem ampliar voos na Pampulha
Giulia Mendes
O aeroporto da Pampulha, que funciona com movimento reduzido há dez anos, desde que voos com aeronaves de maior porte e entre as capitais foram transferidos para o aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, já tem o aval do governo de Minas para ampliar a operação. De acordo com o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Altamir Rôso, o terminal da Pampulha passará por reformas estruturais para receber mais passageiros. Hoje, comporta até 2,2 milhões de pessoas/ano.
Segundo a Infraero, responsável pelo terminal, um ciclo de obras acaba de ser concluído. O terminal ganhou nova torre de controle, reforço do pavimento do pátio 2 e nova subestação de energia.
E com a transferência da unidade do Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (Ciaar), que hoje funciona na Pampulha, para Lagoa Santa, novas reformas e ampliações serão definidas.
“Estamos fazendo estudos sobre a capacidade do aeroporto da Pampulha para saber com quantos voos ele pode operar. A ideia é otimizar a área que é utilizada hoje para taxiar aeronaves. E a área do Ciaar também poderá ser um local para abrigar aeronaves que irão pernoitar. Precisamos definir alguns passos para que o Pampulha volte a operar grandes aviões”, disse Altamir.
A Infraero informou, por meio de nota, que já atualizou o plano diretor do aeroporto para realizar a expansão e que aguarda parecer do Comando da Aeronáutica, já que as instalações são compartilhadas com a Força Aérea Brasileira (FAB).
Para dar início às obras será necessário incorporar a área militar à área atual do aeroporto. O texto da Infraero diz ainda que o assunto está sendo estudado entre a direção da empresa e a FAB e que o crescimento da demanda também definirá as possibilidades de desenvolvimento.
“O aeroporto da Pampulha tem condições de trabalhar com outras companhias. Os empresários que vêm de capitais como São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro e Vitória costumam reclamar que não podem descer no aeroporto de Belo Horizonte. Pampulha pode operar neste sentido sem prejudicar a eficiência do aeroporto de Confins”, explica o secretário.
Analista acredita que terminal mantém limitações estruturais
Para o coordenador do curso de Ciências Aeronáuticas da Universidade Fumec, Deusdedit Reis, especialista em segurança de voo e infraestrutura aeroportuária, a Pampulha não tem condições estruturais para operar como antes.
Analista acredita que terminal mantém limitações estruturais
Para o coordenador do curso de Ciências Aeronáuticas da Universidade Fumec, Deusdedit Reis, especialista em segurança de voo e infraestrutura aeroportuária, a Pampulha não tem condições estruturais para operar como antes.
“Seria uma regressão. Não vejo problema em liberar voos nos horários em que o aeroporto está um pouco mais ocioso, afinal, o terminal tem uma boa estrutura para movimentos pequenos. Mas como era antes, na década de 1990, início dos anos 2000, não há estrutura. A razão da transferência para Confins foi justamente essa, Pampulha não dava conta do volume de voos e passageiros que tinha”, disse.
“Se os voos voltarem para a Pampulha será uma competição desigual, todo mundo prefere não sair de BH para pegar seus voos”, completou Deusdedit.
Na pista de pouso e decolagem do aeroporto da Pampulha, não são necessárias reformas para receber aviões de grande porte, segundo o especialista Deusdedit Reis.
“A presidente Dilma Rousseff quando vem a Belo Horizonte desce no aeroporto da Pampulha com aviões Airbus e Embraer, portanto não é inseguro. A pista não tem problema, existe apenas uma dificuldade. Pampulha não tem aproximação de precisão para voo de instrumento. Ou seja, enquanto em Confins pode-se descer até 200 pés (60 metros) quando o tempo está ruim, na Pampulha o pouso do avião só pode ser feito com uma descida de até 800 pés (240 metros). Numa situação como esta, se não tiver visibilidade, o piloto precisa arremeter, não tem outra alternativa, mas isso não é um voo inseguro. Mas não há como melhorar isso com reforma ou equipamento, que seria uma espécie de rampa de três graus, porque de qualquer maneira os obstáculos no entorno da pista não permitiriam uma aproximação segura”, explicou.
Em 2007, a Anac proibiu que aeronaves com mais de 50 assentos operassem na Pampulha. Também estabeleceu que para sair de Belo Horizonte para outra capital, o avião teria que fazer uma escala dentro de Minas Gerais. Essa portaria foi anulada em 2010 e ficou definido que os critérios seriam avaliados caso a caso pela agência. Os voos atualmente autorizados são para aeronaves de até 70 assentos. “A limitação da Anac para aeronaves que comportam apenas 70 passageiros refere-se mais à capacidade do aeroporto de receber essas pessoas e não à segurança da pista”, afirmou Deusdedit.
TAM e Gol já avaliam criar partidas de Belo Horizonte
Questionadas pela reportagem sobre a possibilidade de voltar a operar no aeroporto da Pampulha, as companhias aéreas Gol e TAM informaram, por meio de nota, que não descartam ampliar suas operações e que novos voos estão sendo avaliados.
TAM e Gol já avaliam criar partidas de Belo Horizonte
Questionadas pela reportagem sobre a possibilidade de voltar a operar no aeroporto da Pampulha, as companhias aéreas Gol e TAM informaram, por meio de nota, que não descartam ampliar suas operações e que novos voos estão sendo avaliados.
A TAM disse ainda que segue trabalhando para operacionalizar o acordo assinado com a empresa Passaredo para oferecer aos clientes mais nove destinos no país, incluindo Pampulha e Uberaba.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) autorizou 41 novos voos nacionais diretos do Aeroporto da Pampulha que vão operar ainda em 2015, segundo o deputado estadual Ivair Nogueira (PMDB). Ivair pediu uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, que será realizada no dia 5 de maio, às 15h30, para discutir o “novo plano de desenvolvimento do aeroporto da Pampulha” com representantes da Anac, da Infraero, do Estado, da prefeitura de Belo Horizonte e de outros órgãos envolvidos.
“Qualquer grande metrópole tem que ter no mínimo dois aeroportos em funcionamento total. Queremos saber os reais objetivos do governo”, disse o deputado. Ainda conforme Ivair, a Anac analisa pedidos de 12 novos voos solicitados pela Passaredo e pela Azul Linhas Aéreas.
Neste mês, a Azul lançou a rota entre BH e Vitória, no Espírito Santo. Já no dia 4 de maio, a companhia irá fazer os primeiros voos do terminal com destino a Brasília. No mesmo dia 11, será inaugurado o voo da Azul da Pampulha para o Rio de Janeiro, aeroporto Santos Dumont. Além disso, a companhia aérea Passaredo já iniciou a venda de passagens para voos sem escalas da Pampulha para Porto Seguro, na Bahia, a partir do dia 2 do mês que vem.
Diário de Santa Maria
Especialistas defendem que Indústria da Defesa fará Santa Maria voar alto
Embora não tenha tantos resultados concretos na área, cidade tem o maior potencial do paísJuliana Gelatti
Os investimentos militares em Santa Maria conferem à cidade um grande potencial de desenvolvimento do setor de defesa. Outros fatores, como a ligação afetiva que as pessoas criam ao passar por aqui, a mão de obra especializada e o contato próximo com as demandas das Forças Armadas, especialmente do Exército, aumentam as chances de que os sonhos acalentados por empresários, governantes e entidades locais se tornem realidade. Mas, diante de duas outras cidades brasileiras já consolidadas ou mais adiantadas na concretização como polos de defesa, ainda há um longo caminho até Santa Maria entrar para esse seleto grupo. No horizonte, o polo industrial de defesa pode virar realidade, se a cidade mantiver o foco no setor, no prazo de 10 a 20 anos.
São José dos Campos e São Bernardo do Campo, no interior de São Paulo, já são nacional e internacionalmente reconhecidas como polos industriais do segmento de defesa. A primeira tem uma história de relacionamento próximo com a Aeronáutica que remonta a década de 1940. Já a cidade do ABC Paulista é a sede do primeiro Arranjo Produtivo Local (APL) do setor, e tem na defesa mais um potencial, como complemento da indústria automobilística.
– Não há como querer se comparar com São José dos Campos. Lá os investimentos estatais começaram nos anos 40. Mas, fora isso, Santa Maria é a cidade que apresenta o maior potencial no país para ser um polo de defesa – afirma Francisco Ferro, editor da revista "Tecnologia e Defesa", a mais tradicional publicação especializada do país.
A certeza de Ferro se baseia em algumas constatações. A primeira é com base no que já existe na cidade: os numerosos quartéis, a KMW do Brasil e as pequenas empresas que estão se voltando para o segmento de defesa. Além das universidades, capitaneadas pela UFSM, já conveniadas e focando em pesquisas sobre o tema. Outro fator é o carinho que a cidade desperta nos militares que passam por aqui, inclusive no alto comando, revelado na presença massiva de generais quatro estrelas no Seminário Internacional de Defesa (Seminde), realizado aqui em novembro do ano passado.
Articulação deve continuar
– O próximo prefeito tem de continuar com essa bandeira e fazer toda a articulação política que o tema demanda – afirma o prefeito Cezar Schirmer (PMDB).
– As forças vivas da nossa comunidade têm atuado no sentido de viabilizar a cidade como um polo da indústria e de serviços na área de defesa. Entretanto, precisamos viabilizar os ambientes de inovação existentes para que sejam atrativos para que indústrias instalem suas unidades em Santa Maria – afirma o reitor da UFSM, Paulo Burmann.
– Esse potencial precisa ser divulgado para outras empresas, e não só para as Forças Armadas – conclui Ferro.
As pioneiras
A primeira cidade brasileira a se desenvolver na área da defesa foi São José dos Campos, em São Paulo, hoje o maior polo industrial do setor do Brasil. Poucas décadas depois da invenção do avião, o município já recebia um grande investimento do então Ministério da Aeronáutica: a criação do Centro Técnico da Aeronáutica (CTA), na década de 1940. O CTA deveria ser uma escola para formar engenheiros e demais técnicos que trabalhassem na fabricação de aeronaves nacionais. Porém, mais tarde, o órgão deu origem à Embraer, estatal que é hoje uma das maiores do setor aeroespacial do mundo, e ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA). Atualmente, a presença da Embraer atrai investimentos estrangeiros e parcerias, como a sueca SAAB. Juntas, as duas empresas fabricarão, em solo brasileiro, as aeronaves Gripen, que serão usadas pela Força Aérea Brasileira.
Mas a planta industrial da SAAB ficará em São Bernardo do Campo, cerca de 120 quilômetros dali. Além desse investimento, a cidade do ABC Paulista é a sede do primeiro Arranjo Produtivo Local (APL) de Defesa do país. Apoiado na indústria automobilística, o segmento de defesa está se consolidando em São Bernardo, como uma forma de diversificar a economia. E tudo começou há pouco tempo, em 2010, com o atual prefeito, Luiz Marinho (PT), que identificou o potencial e projetou ações para o setor.
– Nós trabalhamos a reconversão do parque industrial, para que as nossas empresas passem a complementar a produção vendendo também para as Forças Armadas – explica a coordenadora técnica do APL, Flávia Beltran.
Fazem parte do APL de Defesa 80 empresas, na maior parte, de médio e pequeno porte, da região do ABC. Mas o grupo não fecha as portas para empresas de outras regiões e Estados, que podem ser contempladas pelas ações do APL. Entre as ações, estão visitas, capacitações, intermediação do contato com universidades e com comandantes de Marinha, Exército e Aeronáutica para prospectar projetos e a ajuda na catalogação e homologação dos produtos e das empresas para vender para a defesa.
Lacunas a serem preenchidas
Santa Maria já identificou o seu potencial e vem trabalhando para consolidar o polo de defesa na cidade. As ações da Agência de Desenvolvimento de Santa Maria (Adesm), com o apoio da prefeitura, de outras entidades e das universidades têm feito o setor avançar, até mais do que outros segmentos econômicos. Porém, algumas lacunas devem ser preenchidas. Uma delas é a divulgação mais qualificada da cidade. Isso se faz por meio da participação em grandes eventos, como a Feira Internacional de Defesa e Segurança (LAAD), que ocorreu no começo do mês no Rio de Janeiro, e com a promoção de eventos para a cidade, como o Seminário Internacional de Defesa (Seminde), que será reeditado nesse ano.
– A divulgação está andando. Vontade a gente tem, mas tudo ainda é incipiente e depende de vários fatores: das empresas, do poder público local, das Forças Armadas. Temos um grupo de 15 empresas focadas nisso, mas também passamos por um momento em que Exército, Aeronáutica e Marinha estão sem recursos para investir – afirma o diretor-presidente da Adesm, Vilson Serro.
– Somos reconhecidos como Polo de Defesa pelo Estado. Estamos firmando convênios como o da Rússia e UFSM, trazendo empresas como a KMW e fazendo eventos. Precisamos também que a iniciativa privada invista e aproveite as oportunidades que as Forças Armadas oferecem à cidade – diz o prefeito Cezar Schirmer.
Outra questão importante para a área é a dualidade. Ou seja, que a empresa de defesa também forneça para outros segmentos, não ficando dependente do investimento público. É o que faz a empresa santa-mariense Defii Ateliê de Software. Embora tenha nascido com foco nas demandas do Exército, diversifica a produção com jogos de entretenimento e treinamentos para empresas. Já em São Bernardo do Campo, a indústria de defesa está crescendo justamente como uma aposta na diversificação da economia:
– Não dá para vender apenas para o Exército. Para as pequenas empresas fica difícil se sustentar – afirma a coordenadora do APL de Defesa do Grande ABC, Flávia Beltran.
O mesmo entendimento tem o presidente da Cacism, Luiz Fernando Pacheco.
– Temos ambiente propício, porém, no Brasil, a indústria da defesa é muito voltada para o setor público, que pode mudar estratégias, cortar gastos. Enfim, ter uma indústria não só voltada para as Forças Armadas, mas deve ter foco também na iniciativa privada, criar produtos de segurança patrimonial, residencial, também para as polícias estaduais.
Tecnologia e pesquisa
Para o reitor da UFSM, Paulo Burmann, a cidade tem todas as prerrogativas para se transformar num importante polo de defesa. Em função do contingente militar relevante e da importância estratégica dentro das Forças Armadas. Ainda pelo conjunto de instituições de ensino, lideradas pela UFSM, que produzem ciência e conhecimento em temáticas ligadas aos interesses da área de defesa.
– A UFSM acaba de implantar a sua Agência de Inovação e Transferência de Tecnologia, cujo eixo central é justamente fomentar a inovação e a transferência de tecnologia na nossa comunidade universitária. A UFSM tem atuado no programa que abriga projetos de pesquisa e de desenvolvimento de tecnologias com o Exército, com a Marinha e com a Aeronáutica.
COLUNA GILBERTO AMARAL
Troca de comando
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