NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 13/10/2014
Programa de subsídios para aviação regional favorece Embraer ...
O programa de subsídios do governo federal para a aviação regional privilegia os jatos da Embraer, em detrimento de modelos como turboélice ou outros maiores da Boeing ou Airbus. O plano, que consta de uma medida provisória que precisa ainda ser aprovada pelo Congresso Nacional neste ano, prevê a liberação de R$ 500 milhões para as empresas aéreas em 2015 ...
Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.
Áudios registram últimos diálogos em avião que caiu e matou Campos
Reportagem obteve gravação dos últimos instantes do voo. Advogados e especialistas falam sobre responsabilidades por indenizações.
Dois meses depois do acidente aéreo que matou o candidato à presidência Eduardo Campos, o Fantástico obteve com exclusividade a gravação dos últimos instantes do voo -- a conversa final entre os pilotos e a Base Aérea de Santos, que fica em Guarujá, no litoral de São Paulo.
O voo parecia transcorrer normalmente até que o comandante avisa que vai arremeter. Depois disso, a torre chama o avião por dez vezes e não consegue obter uma resposta.
O Cessna ainda estava voando alto, na área de controle de São Paulo, quando o co-piloto responsávela pela comunicação fez o primeiro contato para perguntar sobre as condições climáticas para pouso.
No local, não existe uma torre para controlar o tráfego aéreo. No caso, só uma estação de rádio, operada por um militar, passa informações para os pilotos sobre as condições encontradas na pista.
Mas a base operava por instrumentos e como a visibilidade era baixa, os pilotos teriam que se guiar exclusivamente pelas antenas de rádio. Durante a aproximação, a base destaca: “Atento a pássaros na cabeceira da pista”.
Dois minutos mais tarde, o co-piloto se confunde ao passar o prefixo do avião, mas ele confirma a arremetida. Nessa situação, segundo a carta que orienta o pouso na Base Aérea de Santos, os pilotos devem subir de volta para 4000 pés e recomeçar a tentativa. mas o áudio não deixa claro se isso aconteceu.
Eram 10h naquele momento e, depois disso, silêncio. Os pilotos não fizeram mais contato, apesar dos chamados pelo rádio. Foram dez tentativas de contato e do outro lado, nenhuma resposta.
Bombeiros se reuniram para orarar após os trabalhos terem sido encerrados em Santos, SP (Foto: Roberto Strauss / G1)Buscas no local levaram dias em Santos, SP
(Foto: Roberto Strauss / G1)
Bombeiros se reuniram para orarar após os trabalhos terem sido encerrados em Santos, SP (Foto: Roberto Strauss / G1)Buscas no local levaram dias em Santos, SP
(Foto: Roberto Strauss / G1)
Na Base Aérea de Santos, a preocupação aumentava.“O jatinho está desaparecido, São Paulo não sabe, não pousou em Itanhaém, ninguém sabe de nada”, comenta um funcionário da Base. Ele estava conversando com assessores do PSB, partido de Campos, que esperavam o jato chegar.
Perto dali, no bairro Boqueirão, em Santos, câmeras de segurança mostravam a queda da aeronave que trazia o presidenciável. Na queda do avião, peças voaram por toda a vizinhança. Todos os tripulantes do voo morreram.
Uma das peças do avião entrou em um apartamento, destruindo a parede da cozinha e da sala. agora, dois meses depois do acidente, o apartamento começou a ser reformado. Ao todo, 13 imóveis foram atingidos por destroços do avião. Moradores das casas atingidas têm direito a receber indenização pelos prejuízos.
A reportagem teve acesso a apólice de seguro do avião, que garante cobertura nesses casos. Esse documento está com a justiça. O seguro prevê 50 milhões de dólares, cerca de R$ 120 milhões, para vítimas. A apólice vence em dezembro de 2014. “Vítimas que perderam seus entes queridos no acidente e, também, as vítimas que tiveram prejuízo material que são as pessoas das casas da cidade de Santos”, afirma o produrador da República e do Ministério Público Federal, Thiago Lacerda Nobre.
A apólice está em nome da AF Andrade, uma empresa do setor agrícola, que arrendou o avião em 2010. Ou seja, não era de fato a proprietária até que terminasse de pagar as parcelas pra fabricante Cessna. “A propriedade da aeronave é ainda um pouco nebulosa. A principio essa aeronave foi financiada junto à Cessna, com pagamento de parcelas por um empresário e ela teria sido vendida para outros empresários”, explica Nobre.
O advogado da AF Andrade informou que já está comprovada a transferência de arrendamento da aeronave para os empresários pernambucanos João Carlos Lyra e Apolo Santana, que tentavam comprar a aeronave desde maio de 2014. Eles emprestaram o jato para a campanha de Eduardo Campos. Com isso, a responsabilidade pelo seguro seria deles, versão contestada pela assessoria dos empresários. Eles alegam que a transação não havia sido concretizada quando ocorreu o acidente.
Apesar disso, moradores do Boqueirão, disseram que estão sendo procurados pelos advogados dos dois empresários de pernambuco para fazer acordos. A aposentada Júlia Nagamine recebeu a oferta e aceitou. “A gente está entrando em um acordo, para não entrar na justiça para receber e dar andamento no que nós temos que arrumar.
O avião caiu no quintal da casa da aposentada, que começou uma reforma por conta própria e está esperando o dinheiro do acordo. O advogado da família diz que o acerto tem restrições, mas deve ser feito. “De um lado elas vão receber quase que na plenitude o valor e danos materiais pretendidos, e de outro lado elas abrem mão de qualquer processo, inclusive uma indenização por danos morais”, pondera Marcelo Vallejo Marsaioli.
Já a psicóloga Maria Ester Bittencourt faz questão de receber pelos prejuízos materias e morais que sofreu. “Nós temos direito a danos morais sim, nós queremos também. se for preciso (vamos brigar) sim”, ressalta. ela, os pais e mais dois irmãos tiveram que abandonar a casa onde moravam.
O advogado Ernesto Tzirulnik, especialista em seguros, disse, que os moradores não precisam aguardar um contato dos responsáveis pelo avião. “Todos aqueles que foram vítimas de danos pessoais ou materias passam a ter o direito de exigir as suas indenizações diretamente contra a seguradora”, conta.
Em nota, a seguradora Bradesco, disse que não passa informações sobre a apólice que o Fantástico teve acesso. Veja o site do Fantástico.
Protocolo contra ebola segue até que segundo exame seja feito, diz ministro
Primeiro resultado de suspeita de contaminação por africano deu negativo. Nova amostra será colhida domingo e resultado do teste sairá segunda (13).
O Ministério da Saúde não vai desmobilizar o protocolo de prevenção contra o ebola até que a segunda amostra de sangue do paciente Souleymane Bah, suspeito de ter sido contaminado pelo vírus, seja analisada e seu resultado divulgado na segunda-feira (13). A informação foi repassada neste sábado (11) pelo ministro Arthur Chioro, em Brasília.
Mais cedo, o governo divulgou que o paciente com suspeita de ebola não está contaminado. A confirmação deve ocorrer depois que o segundo exame comprovar a ausência do vírus.
“Como o primeiro resultado deu negativo, nossa expectativa é que o próximo também dê”, disse Chioro. A segunda amostra será colhida neste domingo e enviada ao Instituto Evandro Chagas, no Pará, responsável pelo primeiro teste.
O estado clínico de Bah, de 47 anos, é considerado estável e não houve manifestação de sintomas. O guineano está em "isolamento total" no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, no Rio de Janeiro (RJ). Ele poderá ter alta segunda, caso o exame dê negativo.
O protocolo citado pelo ministro significa manter o paciente isolado e monitorar quem teve contato com ele. O aparato será desarticulado se o novo teste não der positivo.
Medidas preventivas
De acordo com Chioro, o Brasil continua sendo um país com pouco risco de transmissão, o que, segundo ele, não significa que fique imune ao surgimento de um caso confirmado. “Nós nos preparamos para enfrentar a situação. Tínhamos feito dois simulados, a secretaria de Vigilância em Saúde tem trabalhado com as secretarias estaduais", explicou.
Segundo o responsável pela pasta, foi realizada reunião com o Ministério da Defesa sobre medidas preventivas à contaminação do ebola e, na próxima semana, haverá novos encontros com a Secretaria de Aviação Civil e o Ministério do Turismo. No entanto, ainda não há previsão para ações em aeroportos e portos brasileiros, como a medição de temperatura por escâner.
“Se tivesse um voo direto da Guiné [ou outros países afetados pela epidemia] para cá, claro que valeria a pena essas pessoas serem monitoradas [por escâner de temperatura]. Mas não temos”, disse o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa.
Avaliação no país de origem
Chioro não descarta intensificar medidas de contenção ao vírus, mas disse que elas não podem significar patrulhamento ou forma de restrição de acesso. Para ele, a forma mais eficaz de contenção é a avaliação do estado de saúde do viajante no país de origem.
"Se tivéssemos um sistema de medição de temperatura para entrada ou saída do país, não teria acontecido nada, porque no dia em que ele [paciente com suspeita de ebola] chegou ao Brasil, ele não tinha nenhum sintoma", complementa.
O ministério da Saúde havia informado que os sintomas de Bah apareceram no 21º dia, limite máximo de incubação do ebola e, por isso, o caso foi considerado suspeito, de acordo com os protocolos internacionais para o ebola
A Guiné, país de origem do paciente, é uma das três nações atingidas por uma epidemia de ebola neste momente, ao lado de Libéria e Serra Leoa. Atualmente, há 59 brasileiros residentes nesses países: 32 em Guiné, 25 na Libéria e 2 em Serra Leoa. A doença já matou 4.033 pessoas, de acordo com balanço divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta sexta-feira.
Entenda o caso
Entenda o caso
Bah saiu da Guiné no dia 18 de setembro e chegou ao Brasil no dia 19, depois de uma escala em Marrocos. Ele seguiu de ônibus para a Argentina e, ao entrar novamente no país, pediu refúgio no posto da Polícia Federal da cidade de Dionísio Cerqueira, em Santa Catarina. No dia 24, foi para Cascavel, no Paraná, onde se hospedou em um albergue com dois africanos.
Nesta quinta-feira (9), procurou uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) depois de apresentar febre. Ele relatou que o sintoma começou na quarta-feira (8). Na sexta (10), foi levado ao Rio de Janeiro em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e encaminhado ao Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), referência em doenças infecciosas.
Bah chegou ao Brasil na condição de refugiado e, de acordo com o documento expedido pela Coordenação Geral de Polícia de Imigração, pode permanecer no país até 22 de setembro de 2015.
Transmissão
O ebola é uma doença infecciosa grave provocada por um vírus. Os sintomas iniciais são febre de início repentino, fraqueza intensa, dores musculares, dor de cabeça e dor de garganta. Depois vêm vômitos, diarreia e sangramentos internos e externos. Ela é transmitida pelo contato direto com os fluidos corporais da pessoa infectada: sangue, suor, saliva, lágrimas, urina, fezes, vômito, muco e sêmen. Não há risco de contaminação pelo ar.
O ebola é uma doença infecciosa grave provocada por um vírus. Os sintomas iniciais são febre de início repentino, fraqueza intensa, dores musculares, dor de cabeça e dor de garganta. Depois vêm vômitos, diarreia e sangramentos internos e externos. Ela é transmitida pelo contato direto com os fluidos corporais da pessoa infectada: sangue, suor, saliva, lágrimas, urina, fezes, vômito, muco e sêmen. Não há risco de contaminação pelo ar.
Quem tiver voltado de um dos países da África afetados pela epidemia - Libéria, Guiné ou Serra Leoa - e apresentar febre ou algum dos outros sintomas, deve procurar uma unidade de saúde e informar a equipe sobre a viagem. Dúvidas sobre a doença podem ser tiradas com o Disque Saúde, do Ministério da Saúde, no número 136.
Fogo atinge áreas de vegetação em BH e na Região Metropolitana
Na capital, bombeiros atuaram em bairros como Jaqueline e Fazendinha. Neste sábado (11), mais de 140 ocorrências foram registradas.
Diversas áreas de vegetação foram atingidas por incêndio em Belo Horizonte e na Região Metropolitana, neste domingo (12), quando o índice de umidade relativa do ar ficou perto dos 10%. O mato ressecado devido ao tempo seco e os ventos facilitam a disseminação das chamas.
Nesta tarde, uma das ocorrências de queimada foi registrada pelo Corpo de Bombeiros no local conhecido como Mata da Baleia, no bairro Fazendinha, na Região-Centro-Sul da capital. Segundo a corporação, oito militares trabalharam no combate às chamas. Quatro veículos e as paredes de três barracões chegaram a ser atingidos pelo fogo. O incêndio foi controlado por volta das 17h.
Em Belo Horizonte, os militares também foram mobilizados para conter chamas em uma área de vegetação no bairro Jaqueline, na Região Norte da cidade. Por volta das 17h40, a corporação informou que o fogo havia sido controlado e que os bombeiros trabalhavam no rescaldo.Na Região Metropolitana, a corporação foi acionada para combater uma queimada no bairro Granjas Primavera, em Ribeirão das Neves. Por volta das 13h30, fogo já havia sido apagado.
Um incêndio às margens da BR-381 atrapalhava motoristas e deixava o trânsito lento na altura do km 436, na divisa dos municípios de Sabará e Caeté. Por volta das 16h, a Polícia Rodoviária Federal (PRF), orientava que os condutores evitassem o trecho por causa das chamas e da fumaça.
No fim da tarde, uma área de vegetação pegava fogo na cidade de Betim. Segundo os militares, o incêndio estava concentrado perto da Avenida Bandeirantes.
Em Lagoa Santa, uma queimada atingia uma área no bairro Recanto da Lagoa, perto do Hospital da Aeronáutica. No início da noite, duas equipes dos bombeiros se dirigiam para o local para apagar o fogo.
Mais de 140 ocorrências neste sábado
De acordo com a sala de imprensa do Corpo de Bombeiros, até as 17h, não havia um balanço do número de chamados atendidos neste domingo em Belo Horizonte e Região Metropolitana. Segundo a corporação, neste sábado (11), foram registradas 141 ocorrências de queimada, sendo 123 em matas e 18 em lotes vagos.
De acordo com a sala de imprensa do Corpo de Bombeiros, até as 17h, não havia um balanço do número de chamados atendidos neste domingo em Belo Horizonte e Região Metropolitana. Segundo a corporação, neste sábado (11), foram registradas 141 ocorrências de queimada, sendo 123 em matas e 18 em lotes vagos.
Familiares de tripulantes tentam avisar navegantes sobre veleiro à deriva
Familiares e amigos dos quatro tripulantes do veleiro argentino Tunante II, desaparecido após ficar à deriva no final de agosto na costa do Rio Grande do Sul, divulgaram um vídeo agradecendo o apoio que vêm recebendo e solicitando ajuda nas buscas à embarcação. De acordo com Luana Morales, filha de um dos desaparecidos, o objetivo é divulgar a localidade onde estaria o veleiro, indicada por meio de fotos de satélite, já que a Marinha parou de emitir avisos a quem navega pela região.
"O Brasil não está emitindo alertas. Queremos divulgar aos pescadores e outros navegantes. É uma zona de muito tráfego de mercadores", disse Luana. O G1 entrou em contato com a Marinha, que confirmou que os avisos deixaram de ser emitidos, mas informou que estuda voltar a enviar os comunicados.
Luana afirma que 90% das imagens apontam a presença de uma embarcação à deriva na área de 330 quilômetros, situada a 150 milhas do Farol de Santa Marta em Laguna, Santa Catarina. "Estamos solicitando ao Brasil mais informações para saber por quanto tempo mais ocorrerão buscas", diz a argentina.
O vídeo mostra várias pessoas agradecendo aos internautas que usaram o sistema de buscas por foto de satélite, disponível na internet, para ajudar a procurar o veleiro. "Sabemos que está ainda navegando e, pelas imagens, há esperança de que haja vida. Necessitamos trabalhar juntos ativos e constantes. Somos milhares", diz uma das pessoas. Por fim, o grupo pede que novas informações sejam encaminhadas ao e-mail losseguimosbuscando@gmail.com.
A última informação enviada pela Marinha, neste sábado, indica que o rebocador usado nas buscas chegou neste sábado (11) ao local indicado, e não foram encontrados vestígios do veleiro. Segundo familiares dos tripulantes, no entanto, é preciso de dois a três dias para que a área seja totalmente vistoriada.
A última informação enviada pela Marinha, neste sábado, indica que o rebocador usado nas buscas chegou neste sábado (11) ao local indicado, e não foram encontrados vestígios do veleiro. Segundo familiares dos tripulantes, no entanto, é preciso de dois a três dias para que a área seja totalmente vistoriada.
O último dos tripulantes foi feito há 45 dias perto do porto de Rio Grande, na Região Sul do Rio Grande do Sul. Além do rebocador Tritão, participam das buscas duas aeronaves, uma da Força Aérea Brasileira e outra da Armada Argentina.
O veleiro de 12,5 metros saiu de Buenos Aires com destino a Búzios, no Rio de Janeiro, em agosto. A imprensa argentina informou que embarcaram o médico oftalmologista Jorge Benozzi, seu genro, Mauro Cappuccio, e dois amigos de infância, Alejandro Vernero e Horacio Morales. O último contato com a embarcação argentina ocorreu em 27 de agosto.
Especialista explica buscas
O professor de oceanografia da Fundação Universidade Federal do Rio Grande (Furg) Paulo Henrique Calil explica que, nestes casos, as áreas de buscas costumam ser calculadas em cima de probabilidades, que levam em conta as correntes marítimas, as ondas e o vento.
O professor de oceanografia da Fundação Universidade Federal do Rio Grande (Furg) Paulo Henrique Calil explica que, nestes casos, as áreas de buscas costumam ser calculadas em cima de probabilidades, que levam em conta as correntes marítimas, as ondas e o vento.
"Se o veleiro se perdeu na região costeira, estava sobre a plataforma continental, em geral tem uma corrente costeira para Norte bastante forte. Na plataforma continental a profundidade é bem menor, então os padrões de correntes são mais afetados pelo vento, a região é mais dinâmica e pode se mover com maior rapidez", explicou o especialista.
No entanto, caso o barco tenha ficado à deriva na plataforma oceânica, ele afirma que as condições seriam mais favoráveis para os tripulantes, já que é mais fácil de prever movimentos. "No oceano profundo, quando a profundidade é maior que mil metros, é mais fácil de acompanhar o vento, as ondas, a carga fluvial. Os fenômenos são maiores, mas seria melhor para eles", completou.
A reinvenção da gastronomia brasileira
A premiada chef , única a comandar a cozinha do Palácio do Planalto, defende uma expressão genuinamente nacional em nossa cozinha
Há quem acredite que ingredientes como quiabo, maxixe, chuchu e abóbora estão a léguas da chamada “Alta Gastronomia”. Para Roberta Sudbrack, uma das mais prestigiadas e premiadas chefs brasileiras é o oposto. É na cozinha doméstica que ela busca inspiração para suas criações, que se valem da simplicidade como ponto de partida para alcançar paladares sofisticadíssimos. Um dos principais ícones de sua cozinha, o caviar vegetal feito com as sementes do quiabo é um exemplo eloquente de sua visão gastronômica.
Nesta entrevista ao O POVO Roberta fala de sua trajetória profissional, da experiência como chef do Palácio do Planalto, da mudança de hábito do brasileiro em relação à comida e conta como foi cuidar da alimentação da delegação olímpica brasileira nos Jogos de Londres 2012.
O POVO - Como surgiu seu interesse pela gastronomia?
Roberta Sudbrack - Foi meio uma surpresa. Fui criada pela minha avó e pelo meu avô, ela agora está com 92 anos, e até hoje ela diz essa frase: “Essa menina não sabia nem fritar um ovo” (risos). Morei a vida inteira com eles. Não precisava cozinhar. Quando fui morar sozinha, nos Estados Unidos, para estudar veterinária, que achava que era o meu caminho na vida, tive que cozinhar para mim mesma. E no primeiro dia em que eu toquei num ingrediente, para fazer algo para mim, eu percebi que era aquilo. Foi tudo muito imediato, assim, quando aconteceu. E dali eu já resolvi que era aquilo.
Roberta Sudbrack - Foi meio uma surpresa. Fui criada pela minha avó e pelo meu avô, ela agora está com 92 anos, e até hoje ela diz essa frase: “Essa menina não sabia nem fritar um ovo” (risos). Morei a vida inteira com eles. Não precisava cozinhar. Quando fui morar sozinha, nos Estados Unidos, para estudar veterinária, que achava que era o meu caminho na vida, tive que cozinhar para mim mesma. E no primeiro dia em que eu toquei num ingrediente, para fazer algo para mim, eu percebi que era aquilo. Foi tudo muito imediato, assim, quando aconteceu. E dali eu já resolvi que era aquilo.
OP - Como foi sua formação em gastronomia?
Roberta - Na época, as escolas eram muito poucas no Brasil, talvez até nenhuma. Para você estudar fora tinha que ter muito dinheiro, eu não tinha. Então, fiz um laboratório solitário, eu, a minha cozinha de casa e o meu cachorro. Fiz a minha formação ali, por dois anos e meio, três anos, com o que eu tinha de informação que as escolas, principalmente na Europa, ensinavam para os alunos de gastronomia. Pedi o programa das escolas e fazia aquilo ali sozinha, incessantemente, uma, duas, três, quatro, dez vezes. Cortava todas as pontas dos dedos, para pegar agilidade com a faca... Fazia realmente um laboratório de estudo, para criar essa base que todo cozinheiro tem que ter, muito sólida, que é o alicerce. Só a partir dai é que você pode pensar em criar, em intervir nos pratos, nos ingredientes. E para um auto-ditada como eu é muito mais difícil, porque você erra e não sabe porque errou. Não tem um mestre ali te dizendo “Não é assim, é assado”. Você erra e tem que descobrir porque errou, como é que faz certo. É uma escola muito sofrida, mas é uma escola... Quando você faz como eu, e sou muito determinada, fazendo algumas coisas para sobreviver, mas todos os dias tinha um compromisso comigo mesma, na minha cozinha, de fazer uma etapa, de subir um degrau, para chegar onde imaginei chegar.
Roberta - Na época, as escolas eram muito poucas no Brasil, talvez até nenhuma. Para você estudar fora tinha que ter muito dinheiro, eu não tinha. Então, fiz um laboratório solitário, eu, a minha cozinha de casa e o meu cachorro. Fiz a minha formação ali, por dois anos e meio, três anos, com o que eu tinha de informação que as escolas, principalmente na Europa, ensinavam para os alunos de gastronomia. Pedi o programa das escolas e fazia aquilo ali sozinha, incessantemente, uma, duas, três, quatro, dez vezes. Cortava todas as pontas dos dedos, para pegar agilidade com a faca... Fazia realmente um laboratório de estudo, para criar essa base que todo cozinheiro tem que ter, muito sólida, que é o alicerce. Só a partir dai é que você pode pensar em criar, em intervir nos pratos, nos ingredientes. E para um auto-ditada como eu é muito mais difícil, porque você erra e não sabe porque errou. Não tem um mestre ali te dizendo “Não é assim, é assado”. Você erra e tem que descobrir porque errou, como é que faz certo. É uma escola muito sofrida, mas é uma escola... Quando você faz como eu, e sou muito determinada, fazendo algumas coisas para sobreviver, mas todos os dias tinha um compromisso comigo mesma, na minha cozinha, de fazer uma etapa, de subir um degrau, para chegar onde imaginei chegar.
OP - Quando você voltou para o Brasil você continuou a cozinhar? Como você viabilizou esse projeto gastronômico?
Roberta - Quando voltei, já estava decidida a fazer isso, mas continuei por algum tempo fazendo esse meu laboratório, porque achava que não estava pronta para fazer nada. E não estava. Os meus amigos diziam: “ah, você pode fazer um jantar” e eu fazia só para eles. Queria ter segurança para poder começar a pensar em fazer isso profissionalmente. Aí quando tomei essa coragem, quando senti que poderia fazer, fiz alguns jantares em Brasília, para pequenos grupos, e aí aconteceu... (Risos). Foi muito rápido para mim.
Roberta - Quando voltei, já estava decidida a fazer isso, mas continuei por algum tempo fazendo esse meu laboratório, porque achava que não estava pronta para fazer nada. E não estava. Os meus amigos diziam: “ah, você pode fazer um jantar” e eu fazia só para eles. Queria ter segurança para poder começar a pensar em fazer isso profissionalmente. Aí quando tomei essa coragem, quando senti que poderia fazer, fiz alguns jantares em Brasília, para pequenos grupos, e aí aconteceu... (Risos). Foi muito rápido para mim.
OP - Aconteceu que em um desses jantares o presidente Fernando Henrique Cardoso estava?
Roberta - O Fernando Henrique estava num desses jantares e me chamou para fazer um almoço, primeiro. Depois, um jantar; depois, outro jantar, mais outro, e depois disse: “Olha, nos dias de banquete a comida está ótima, mas no dia a dia a gente está precisando de uma coordenação aqui” (risos). E aí, eu fui para o Palácio (da Alvorada) e passei sete anos lá.
Roberta - O Fernando Henrique estava num desses jantares e me chamou para fazer um almoço, primeiro. Depois, um jantar; depois, outro jantar, mais outro, e depois disse: “Olha, nos dias de banquete a comida está ótima, mas no dia a dia a gente está precisando de uma coordenação aqui” (risos). E aí, eu fui para o Palácio (da Alvorada) e passei sete anos lá.
OP - Você foi a primeira chef do Palácio?
Roberta - A primeira e, até agora, a única. Não havia chef no Palácio antes nem houve depois. Foi a primeira vez que aconteceu. Em sua estrutura, o Palácio sempre teve cozinheiros das Forças Armadas, que são chamados de taifeiros. É a patente mais baixa do Exército, Marinha e Aeronáutica. É um cara que cozinha lá para a caserna, né? E que não tem um treinamento, não tem uma possibilidade de entender os processos. A equipe era toda formada só por taifeiros, eu não podia levar ninguém de fora. A única civil que podia estar lá era eu. Quando consegui montar uma equipe de pessoas interessadas, a gente fez um trabalho lindo. Foram pessoas fundamentais na minha formação, aprendi muito sobre disciplina, hierarquia, montar estratégias, porque a cozinha precisa disso. Você montar um time, você se programar para as suas tarefas. Então, foi uma troca, uma experiência, uma continuação desse meu laboratório, na prática, que foi fundamental para a minha formação.
Roberta - A primeira e, até agora, a única. Não havia chef no Palácio antes nem houve depois. Foi a primeira vez que aconteceu. Em sua estrutura, o Palácio sempre teve cozinheiros das Forças Armadas, que são chamados de taifeiros. É a patente mais baixa do Exército, Marinha e Aeronáutica. É um cara que cozinha lá para a caserna, né? E que não tem um treinamento, não tem uma possibilidade de entender os processos. A equipe era toda formada só por taifeiros, eu não podia levar ninguém de fora. A única civil que podia estar lá era eu. Quando consegui montar uma equipe de pessoas interessadas, a gente fez um trabalho lindo. Foram pessoas fundamentais na minha formação, aprendi muito sobre disciplina, hierarquia, montar estratégias, porque a cozinha precisa disso. Você montar um time, você se programar para as suas tarefas. Então, foi uma troca, uma experiência, uma continuação desse meu laboratório, na prática, que foi fundamental para a minha formação.
OP - A chegada de uma civil para comandar um grupo de militares não causou estranhamento?
Roberta - Muito. Era a primeira vez, era uma mulher, era uma civil. Tive muita resistência. Mas, tanto dona Ruth (Cardoso) quanto Fernando Henrique tinham a visão da importância desse cargo para a divulgação da cozinha brasileira, receber na sua casa um chefe de estado, da melhor maneira possível. O Brasil estava lá dentro do prato. Eles achavam que era importante estar bem representado. E foram sete anos muito interessantes. A gente chamava de “Diplomacia Gastronômica”, uma maneira de receber... Quando um chefe de Estado chegava ao Brasil, tinha o almoço ou o jantar protocolar, que era no Itamaraty. Eu era chef do Palácio da Alvorada, que é a casa do presidente, então à noite ele levava esse chefe de estado para jantar em casa, digamos assim. E em casa a gente tinha possibilidade de mostrar um Brasil que o chefe de Estado não conhecia, através da comida.
Roberta - Muito. Era a primeira vez, era uma mulher, era uma civil. Tive muita resistência. Mas, tanto dona Ruth (Cardoso) quanto Fernando Henrique tinham a visão da importância desse cargo para a divulgação da cozinha brasileira, receber na sua casa um chefe de estado, da melhor maneira possível. O Brasil estava lá dentro do prato. Eles achavam que era importante estar bem representado. E foram sete anos muito interessantes. A gente chamava de “Diplomacia Gastronômica”, uma maneira de receber... Quando um chefe de Estado chegava ao Brasil, tinha o almoço ou o jantar protocolar, que era no Itamaraty. Eu era chef do Palácio da Alvorada, que é a casa do presidente, então à noite ele levava esse chefe de estado para jantar em casa, digamos assim. E em casa a gente tinha possibilidade de mostrar um Brasil que o chefe de Estado não conhecia, através da comida.
OP - Como foi essa experiência da “Diplomacia Gastronômica”? Que Brasil você apresentou? Onde você pesquisou esse Brasil?
Roberta - A mesma linha do que faço hoje, que é o que me motiva, que são os ingredientes do dia a dia do brasileiro. A minha inspiração são as cozinheiras de forno e fogão, as doceiras que mexem aqueles tachos imensos. É aí a fonte onde bebo para fazer a minha cozinha. Mostrava muito esse Brasil, com esses ingredientes do dia a dia, que a gente chama de renegados, quiabo, maxixe, chuchu, abóbora... Essas coisas que você não liga à alta gastronomia. Mas que se você trabalhar com inteligência, compreendendo o que esse ingrediente ainda tem a dizer, não determinando que ele serve só para a cozinha doméstica é um desafio. Trazer para a alta gastronomia, dar uma linguagem para ele, mas fazer com que ele permaneça sendo o que ele é. Por mais que um quiabo se expresse de uma maneira moderna, inusitada, diferente, ele tem que ter gosto, textura e sabor de quiabo.
Roberta - A mesma linha do que faço hoje, que é o que me motiva, que são os ingredientes do dia a dia do brasileiro. A minha inspiração são as cozinheiras de forno e fogão, as doceiras que mexem aqueles tachos imensos. É aí a fonte onde bebo para fazer a minha cozinha. Mostrava muito esse Brasil, com esses ingredientes do dia a dia, que a gente chama de renegados, quiabo, maxixe, chuchu, abóbora... Essas coisas que você não liga à alta gastronomia. Mas que se você trabalhar com inteligência, compreendendo o que esse ingrediente ainda tem a dizer, não determinando que ele serve só para a cozinha doméstica é um desafio. Trazer para a alta gastronomia, dar uma linguagem para ele, mas fazer com que ele permaneça sendo o que ele é. Por mais que um quiabo se expresse de uma maneira moderna, inusitada, diferente, ele tem que ter gosto, textura e sabor de quiabo.
OP - Você parece propor uma ponte entre a sofisticação e a simplicidade na maneira de olhar para os ingredientes. Esse pensamento procede?
Roberta - A sofisticação está na maneira como você interage, digamos assim, com aquele ingrediente. Não proponho sofisticação, proponho manter a personalidade desse ingrediente. Ele está num contexto um pouco mais sofisticado, um pouco mais moderno, que é um restaurante de alta gastronomia, que é um restaurante de cozinha moderna, então ele vai se expressar, ele vai falar certamente com um pouquinho mais de sofisticação, mas o que proponho é manter a integridade e a personalidade dele. E a linguagem da alta gastronomia propiciar a ele se expressar de uma maneira mais elegante, diferente, mais moderna, mais inusitada. Mas a sofisticação vai estar na maneira que eu lidei com ele, como eu o respeitei desde o início do processo até o momento que eu o apresentei. Nem sei se as coisas que se dizem mais sofisticadas são as mais sofisticadas. Às vezes um bom arroz com feijão num fogão a lenha é de uma sofisticação absurda. Uma cabana, com o pé na areia, é muito mais sofisticada que um hotel cinco estrelas, com todos os 600 mil fios dos lençóis, não é? Essa personalidade, deixar ser o que é, respeitar, trabalhar com inteligência, isso é coerência.
Roberta - A sofisticação está na maneira como você interage, digamos assim, com aquele ingrediente. Não proponho sofisticação, proponho manter a personalidade desse ingrediente. Ele está num contexto um pouco mais sofisticado, um pouco mais moderno, que é um restaurante de alta gastronomia, que é um restaurante de cozinha moderna, então ele vai se expressar, ele vai falar certamente com um pouquinho mais de sofisticação, mas o que proponho é manter a integridade e a personalidade dele. E a linguagem da alta gastronomia propiciar a ele se expressar de uma maneira mais elegante, diferente, mais moderna, mais inusitada. Mas a sofisticação vai estar na maneira que eu lidei com ele, como eu o respeitei desde o início do processo até o momento que eu o apresentei. Nem sei se as coisas que se dizem mais sofisticadas são as mais sofisticadas. Às vezes um bom arroz com feijão num fogão a lenha é de uma sofisticação absurda. Uma cabana, com o pé na areia, é muito mais sofisticada que um hotel cinco estrelas, com todos os 600 mil fios dos lençóis, não é? Essa personalidade, deixar ser o que é, respeitar, trabalhar com inteligência, isso é coerência.
OP – O que você quer dizer com coerência?
Roberta – Hoje em dia a palavra mais importante, para mim, na cozinha, é coerência. A gente tem um momento muito criativo, de grandes pensamentos na culinária brasileira, mas a gente precisa encontrar coerência. As coisas têm que se falar e têm que fazer sentido. Costumo usar muito poucos elementos nos meus pratos, fazer com que eles se falem, com que eles contêm a história. E aquilo tem que fazer coerência, na sua boca, na sua mente, no seu pensamento, senão estou simplesmente jogando ingredientes dentro daquele prato. Acho que isso é sofisticação, a maneira como esses ingredientes se expressam e eu, como cozinheira, empresto a minha filosofia e o meu pensamento para que eles se expressem é que transforma isso numa linguagem sofisticada. Mas manter a essência dele é muito importante. E a simplicidade, você falou muito corretamente, eu parto dessa cozinha do dia a dia, dessa cozinheira, de coisas tradicionais da nossa cultura. Tudo isso é importantíssimo para mim. E aí vou encontrar uma maneira de fazer esse ingrediente se expressar de um jeito diferente. Ele acaba se expressando do mesmo jeito que ele é, mas com uma maneira que você não imaginou. O cozinheiro tem esse papel de ser esse instrumento para fazer esse ingrediente se expressar. Cada um do jeito que acredita, e seja num botequim, seja num restaurante de beira de estrada, seja num restaurante dito sofisticado, a sofisticação pode estar em todos esses lugares. Contanto que o ingrediente seja bom, que ele tenha sido tratado com respeito, e que ele esteja se expressando com personalidade. A gente tem mania de colocar os ingredientes em lugarzinhos, não é? Quiabo, maxixe e chuchu é para ficar em casa, é minha mãe quem faz, eu não vim a restaurante para comer isso. Há 10, 15 anos, quando coloquei num prato para servir para um chefe de Estado, ele ficou encantado, e o presidente achou isso lindo. Entendeu isso como uma expressão. É uma expressão genuína da cultura da gente, numa roupagem da alta gastronomia, mas basicamente é o ingrediente que está ali, é o quiabo que está ali. Dez anos atrás, quando botei, talvez pela primeira vez, a palavra quiabo num restaurante de alta gastronomia no Brasil foi um escarcéu (risos), foi uma coisa de chorar. A gente passou semanas tentando convencer os clientes a dar uma chance ao quiabo.
Roberta – Hoje em dia a palavra mais importante, para mim, na cozinha, é coerência. A gente tem um momento muito criativo, de grandes pensamentos na culinária brasileira, mas a gente precisa encontrar coerência. As coisas têm que se falar e têm que fazer sentido. Costumo usar muito poucos elementos nos meus pratos, fazer com que eles se falem, com que eles contêm a história. E aquilo tem que fazer coerência, na sua boca, na sua mente, no seu pensamento, senão estou simplesmente jogando ingredientes dentro daquele prato. Acho que isso é sofisticação, a maneira como esses ingredientes se expressam e eu, como cozinheira, empresto a minha filosofia e o meu pensamento para que eles se expressem é que transforma isso numa linguagem sofisticada. Mas manter a essência dele é muito importante. E a simplicidade, você falou muito corretamente, eu parto dessa cozinha do dia a dia, dessa cozinheira, de coisas tradicionais da nossa cultura. Tudo isso é importantíssimo para mim. E aí vou encontrar uma maneira de fazer esse ingrediente se expressar de um jeito diferente. Ele acaba se expressando do mesmo jeito que ele é, mas com uma maneira que você não imaginou. O cozinheiro tem esse papel de ser esse instrumento para fazer esse ingrediente se expressar. Cada um do jeito que acredita, e seja num botequim, seja num restaurante de beira de estrada, seja num restaurante dito sofisticado, a sofisticação pode estar em todos esses lugares. Contanto que o ingrediente seja bom, que ele tenha sido tratado com respeito, e que ele esteja se expressando com personalidade. A gente tem mania de colocar os ingredientes em lugarzinhos, não é? Quiabo, maxixe e chuchu é para ficar em casa, é minha mãe quem faz, eu não vim a restaurante para comer isso. Há 10, 15 anos, quando coloquei num prato para servir para um chefe de Estado, ele ficou encantado, e o presidente achou isso lindo. Entendeu isso como uma expressão. É uma expressão genuína da cultura da gente, numa roupagem da alta gastronomia, mas basicamente é o ingrediente que está ali, é o quiabo que está ali. Dez anos atrás, quando botei, talvez pela primeira vez, a palavra quiabo num restaurante de alta gastronomia no Brasil foi um escarcéu (risos), foi uma coisa de chorar. A gente passou semanas tentando convencer os clientes a dar uma chance ao quiabo.
OP - Mais uma vez você enfrentou resistência?
Roberta - Muita! E um dos ícones da minha cozinha, que é o caviar vegetal, é feito com as sementinhas do quiabo. Um processo que a gente desenvolveu absolutamente natural, sem nenhuma intervenção química, mas de fazer a gelatina, que a gente conhece como baba. Na verdade é uma gelatina natural que tem uma concentração de açúcar muito grande. A gente morre de medo do quiabo por causa dessa baba. Através dos nossos estudos, descobrimos que essa baba é uma gelatina e que a gente tinha a possibilidade de fazer ela se concentrar e ficar escondidinha ali dentro da semente do quiabo. Quando você come é uma explosão e é uma delícia, porque ela é muito doce. Esse é um dos ícones da minha carreira, basicamente é uma coisa extremamente simples. Mas só foi possível através deste estudo, desta reflexão, dos testes e por ter dado a chance ao quiabo para se expressar de uma maneira diferente. Acho que o cozinheiro tem esse papel, de ser o instrumento para que esses ingredientes de expressem. Cada um tem sua filosofia, as suas crenças...
Roberta - Muita! E um dos ícones da minha cozinha, que é o caviar vegetal, é feito com as sementinhas do quiabo. Um processo que a gente desenvolveu absolutamente natural, sem nenhuma intervenção química, mas de fazer a gelatina, que a gente conhece como baba. Na verdade é uma gelatina natural que tem uma concentração de açúcar muito grande. A gente morre de medo do quiabo por causa dessa baba. Através dos nossos estudos, descobrimos que essa baba é uma gelatina e que a gente tinha a possibilidade de fazer ela se concentrar e ficar escondidinha ali dentro da semente do quiabo. Quando você come é uma explosão e é uma delícia, porque ela é muito doce. Esse é um dos ícones da minha carreira, basicamente é uma coisa extremamente simples. Mas só foi possível através deste estudo, desta reflexão, dos testes e por ter dado a chance ao quiabo para se expressar de uma maneira diferente. Acho que o cozinheiro tem esse papel, de ser o instrumento para que esses ingredientes de expressem. Cada um tem sua filosofia, as suas crenças...
OP – Qual é a sua filosofia?
Roberta – Gosto muito de fazer com as mãos, gosto que o meu cozinheiro tenha contato próximo com os ingredientes, que saiba a hora de botar e tirar do forno. Não tenho máquina nenhuma no meu restaurante. E cada vez tento ter menos. Agora a gente botou um braseiro lá, para fazer coisas na brasa, que é o nosso grande brinquedinho nesse momento. Enquanto todo mundo está sonhando com máquina de cozimento a vácuo, a gente quer distância disso. Quero, cada vez mais o fazer a mão. E isso tudo tem a ver com a nossa cultura, com a nossa tradição, com o nosso artesanato. É isso que me inspira, esse é o meu grande barato. E aí buscar essa expressão que pode estar sendo apresentada aqui ou num congresso internacional na França, na Espanha, da mesma maneira que ele vai estar se expressando e fazendo parte de contextos muitos diferentes, mas vai estar sendo compreendido, não é? Tanto por alguém que conhece aquele ingrediente quanto por alguém que nunca viu. Esse é o caso do Caviar Vegetal, com a sementinha do quiabo, da Farinha de Banana, que a gente apresentou num congresso na Espanha e que foi uma grande sensação e que no fundo é uma reflexão muito simples, de uma possibilidade da banana que a gente não explora, que é o amargor. E essas coisas são o meu grande barato, a minha grande diversão.
Roberta – Gosto muito de fazer com as mãos, gosto que o meu cozinheiro tenha contato próximo com os ingredientes, que saiba a hora de botar e tirar do forno. Não tenho máquina nenhuma no meu restaurante. E cada vez tento ter menos. Agora a gente botou um braseiro lá, para fazer coisas na brasa, que é o nosso grande brinquedinho nesse momento. Enquanto todo mundo está sonhando com máquina de cozimento a vácuo, a gente quer distância disso. Quero, cada vez mais o fazer a mão. E isso tudo tem a ver com a nossa cultura, com a nossa tradição, com o nosso artesanato. É isso que me inspira, esse é o meu grande barato. E aí buscar essa expressão que pode estar sendo apresentada aqui ou num congresso internacional na França, na Espanha, da mesma maneira que ele vai estar se expressando e fazendo parte de contextos muitos diferentes, mas vai estar sendo compreendido, não é? Tanto por alguém que conhece aquele ingrediente quanto por alguém que nunca viu. Esse é o caso do Caviar Vegetal, com a sementinha do quiabo, da Farinha de Banana, que a gente apresentou num congresso na Espanha e que foi uma grande sensação e que no fundo é uma reflexão muito simples, de uma possibilidade da banana que a gente não explora, que é o amargor. E essas coisas são o meu grande barato, a minha grande diversão.
OP - A impressão que se tem é que na ultima década o brasileiro de passou a valorizar mais a gastronomia. Ou seja, que a gastronomia brasileira chegou num patamar de compreensão, que ela não tinha antes. Você concorda?
Roberta - Acho que a gente teve, justamente, mais expressões, muitos trabalhos consistentes de grandes chefs brasileiros, que não chegaram aqui ontem, que, como eu, estão traçando esse caminho há muito tempo. Ano que vem faço 20 anos de carreira, então não é uma coisa que aconteceu ontem, né? Foi uma estrada longa, uma estrada árdua. E hoje a gente está conseguindo botar a carinha para fora. O mundo tem interesse pelo que a gente faz. O brasileiro não tinha tanta referência, porque a gente não tinha tantas expressões, tão interessantes, tão inteligentes e até tão genuínas dos nossos ingredientes, porque a gente tinha, também, muito menos restaurantes. Culturalmente, isso é uma coisa mais nova para a gente. O brasileiro viajava menos e quando viajava tinha como referência um grande restaurante na Europa. Então você juntava todos os seus dinheirinhos, fazia uma reserva com um ano de antecedência, quando você chegava lá comia o que quer que fosse e voltava encantado! Você não tinha um parâmetro. Hoje em dia você acha tudo muito interessante, tudo muito bom, mas às vezes você chega à conclusão que talvez, aqui no Brasil, em algum lugar que você foi, tem alguém fazendo um trabalho tão grandioso quanto ou até melhor, né? Mas isso tudo foi à base de muito estudo, de muito crescimento, de uma maneira geral, da gastronomia. De muitas mentes interessantes que a gente tem hoje em dia, chefs maravilhosos que devotam a sua vida a isso, a sair de suas cozinhas e ir conhecer o Brasil, ir conhecer os produtos, a não ficar trancando, ali, fazendo uma cozinha europeia, digamos assim, que foi a nossa base. A gente começou aprendendo a fazer pratos clássicos da cozinha francesa, da cozinha italiana e isso deu um pouco o alicerce da cozinha moderna brasileira. Mas ai, a gente foi buscar as nossas coisas. Os franceses quando chegaram aqui, principalmente o Claude Troisgros, o Emmanuel Bassoleil e o Laurent Suaudeau, ficaram encantados com os nossos ingredientes! Eles ficaram loucos. E a gente não prestava atenção nisso. Não prestava atenção na jabuticaba, na mandioquinha, na carne de sol... Achava aquilo corriqueiro, que aquilo não era um tesouro, como hoje sabe que é.
Roberta - Acho que a gente teve, justamente, mais expressões, muitos trabalhos consistentes de grandes chefs brasileiros, que não chegaram aqui ontem, que, como eu, estão traçando esse caminho há muito tempo. Ano que vem faço 20 anos de carreira, então não é uma coisa que aconteceu ontem, né? Foi uma estrada longa, uma estrada árdua. E hoje a gente está conseguindo botar a carinha para fora. O mundo tem interesse pelo que a gente faz. O brasileiro não tinha tanta referência, porque a gente não tinha tantas expressões, tão interessantes, tão inteligentes e até tão genuínas dos nossos ingredientes, porque a gente tinha, também, muito menos restaurantes. Culturalmente, isso é uma coisa mais nova para a gente. O brasileiro viajava menos e quando viajava tinha como referência um grande restaurante na Europa. Então você juntava todos os seus dinheirinhos, fazia uma reserva com um ano de antecedência, quando você chegava lá comia o que quer que fosse e voltava encantado! Você não tinha um parâmetro. Hoje em dia você acha tudo muito interessante, tudo muito bom, mas às vezes você chega à conclusão que talvez, aqui no Brasil, em algum lugar que você foi, tem alguém fazendo um trabalho tão grandioso quanto ou até melhor, né? Mas isso tudo foi à base de muito estudo, de muito crescimento, de uma maneira geral, da gastronomia. De muitas mentes interessantes que a gente tem hoje em dia, chefs maravilhosos que devotam a sua vida a isso, a sair de suas cozinhas e ir conhecer o Brasil, ir conhecer os produtos, a não ficar trancando, ali, fazendo uma cozinha europeia, digamos assim, que foi a nossa base. A gente começou aprendendo a fazer pratos clássicos da cozinha francesa, da cozinha italiana e isso deu um pouco o alicerce da cozinha moderna brasileira. Mas ai, a gente foi buscar as nossas coisas. Os franceses quando chegaram aqui, principalmente o Claude Troisgros, o Emmanuel Bassoleil e o Laurent Suaudeau, ficaram encantados com os nossos ingredientes! Eles ficaram loucos. E a gente não prestava atenção nisso. Não prestava atenção na jabuticaba, na mandioquinha, na carne de sol... Achava aquilo corriqueiro, que aquilo não era um tesouro, como hoje sabe que é.
OP – O que um ingrediente precisa ter para despertar sua curiosidade de novos usos?
Roberta – Para mim, principalmente, ser uma coisa simples. Quando você falou da simplicidade você estava certíssimo. A simplicidade é o que me encanta. Tenho um restaurante de alta gastronomia, eu gosto, é uma expressão genuína do que acredito, mas sempre vou buscar inspiração no restaurante bem mais simples, de cozinha bem mais caseira. Ou vou morrer de vontade de almoçar na sua casa (risos). Quando começo a fazer uma pesquisa com algum ingrediente a primeira coisa que faço é conversar com cozinheiras de forno e fogão e perguntar: “Mas como é que você faz isso?”. Esta é a minha frase preferida. E a partir do que ouço, de como ela faz e enxerga aquele ingrediente, vou colocar a minha filosofia, o meu pensamento, aquilo que acredito para chegar a um resultado que esteja com a minha expressão, que é a de alta gastronomia.
Roberta – Para mim, principalmente, ser uma coisa simples. Quando você falou da simplicidade você estava certíssimo. A simplicidade é o que me encanta. Tenho um restaurante de alta gastronomia, eu gosto, é uma expressão genuína do que acredito, mas sempre vou buscar inspiração no restaurante bem mais simples, de cozinha bem mais caseira. Ou vou morrer de vontade de almoçar na sua casa (risos). Quando começo a fazer uma pesquisa com algum ingrediente a primeira coisa que faço é conversar com cozinheiras de forno e fogão e perguntar: “Mas como é que você faz isso?”. Esta é a minha frase preferida. E a partir do que ouço, de como ela faz e enxerga aquele ingrediente, vou colocar a minha filosofia, o meu pensamento, aquilo que acredito para chegar a um resultado que esteja com a minha expressão, que é a de alta gastronomia.
OP – Como foi sua experiência com a delegação olímpica brasileira em Londres?
Roberta – Bom, o sonho de todo cozinheiro é ter um restaurante, sempre. Eu tinha um sonho de ter um restaurante, o Palácio da Alvorada entrou no meio desse sonho, e a experiência de ser chef do palácio presidencial é absurdamente incrível. Então, foram anos de muitas experiências e muitas realizações. Achava que aquele momento era o mais grandioso da minha vida. O restaurante, graças a Deus, desde o início teve uma repercussão incrível, apesar de ser um projeto muito ousado, muito novo. A gente ganhou uma quantidade de prêmios que não tem nem como falar. Mas as Olimpíadas foi o que mais me emocionou de tudo o que fiz. Porque fui atleta e sempre sonhei em ir para as Olimpíadas, como atleta.
Roberta – Bom, o sonho de todo cozinheiro é ter um restaurante, sempre. Eu tinha um sonho de ter um restaurante, o Palácio da Alvorada entrou no meio desse sonho, e a experiência de ser chef do palácio presidencial é absurdamente incrível. Então, foram anos de muitas experiências e muitas realizações. Achava que aquele momento era o mais grandioso da minha vida. O restaurante, graças a Deus, desde o início teve uma repercussão incrível, apesar de ser um projeto muito ousado, muito novo. A gente ganhou uma quantidade de prêmios que não tem nem como falar. Mas as Olimpíadas foi o que mais me emocionou de tudo o que fiz. Porque fui atleta e sempre sonhei em ir para as Olimpíadas, como atleta.
OP – Qual modalidade?
Roberta – Disputava handebol e amava aquilo. Tudo que faço, vou muito fundo. Me machuco muito, mas também tenho uma satisfação muito grande, né? Não sei fazer nada se não for assim, visceral. Sonhei em ir para as Olimpíadas, enfim, não fui. E quando surgiu a oportunidade me senti como convocada (risos). Eu realmente fui às Olimpíadas. Foi a primeira vez que uma delegação olímpica teve um chef para cuidar da comida dos atletas. Eu gosto das coisas de primeira vez... E foi um trabalho também muito árduo. Parece que foi tudo lindo, mas foi muito difícil, era uma operação muito nova. Num país distante, cheio de limitações, tendo que trabalhar com ingredientes que a gente tinha lá. A única coisa que a gente tinha de brasileiro era o arroz e feijão. Então, foi um desafio imenso. Mas viver aqueles dias ali, aquele clima com a equipe, de alegria, de euforia, de dor, de decepção, e você tendo que, através da comida, confortar aquelas pessoas, seja porque elas estavam há semanas sem comer um arroz com feijão, seja porque elas ganharam uma competição, seja porque elas perderam, seja porque elas quebraram uma perna, seja porque elas não alcançaram o índice que elas treinaram anos e anos para conseguir... Era muita coisa. E aquele momento ali da refeição, quando a gente conseguia trazê-las, pelo menos por uma hora, de volta para o Brasil, para casa, para as referências que elas tinham de afeto através da comida, era sensacional! Fu fui com duas cozinheiras daqui. Levei mais dois que haviam trabalhado comigo e que estavam mundo afora, então éramos uma equipe de cinco pessoas para fazer 500 refeições por dia! E cumprindo todas as determinações e especificações de cada modalidade. A gente passou, realmente, 40 dias sem dormir, sem... sei lá (risos). A comida estava muito boa, a gente até engordou (risos), mas foi uma operação dificílima. Acho que realmente foi a coisa mais emocionante que eu fiz na minha vida. Realizei um sonho.
Usados da Embraer
A Embraer vem conquistando o mercado de jatos usados. De 2002 pra cá, sua subsidiária já vendeu ou alugou cerca de 170 aeronaves. Na última semana, seus E-Jets usados foram para empresas da Europa e do Oriente.
Programa de subsídios para aviação regional favorece Embraer
Mariana Barbosa De São Paulo
O programa de subsídios do governo federal para a aviação regional privilegia os jatos da Embraer, em detrimento de modelos como turboélice ou outros maiores da Boeing ou Airbus.
O plano, que consta de uma medida provisória que precisa ainda ser aprovada pelo Congresso Nacional neste ano, prevê a liberação de R$ 500 milhões para as empresas aéreas em 2015.
Os recursos serão repassados na forma de isenção de tarifas aeroportuárias e também em subsídio direto, correspondente ao custo operacional por passageiro. O subsídio está limitado a 50% dos assentos disponíveis, até 60 poltronas no máximo.
Pelos cálculos elaborados pelo Ministério da Fazenda e obtidos pela Folha, os aviões nas faixas de 90 a 134 assentos, que equivalem aos modelos 170/175 e 190/195 da Embraer, garantirão às empresas mais subsídios por passageiro por quilômetro voado.
No caso de distâncias de até 500 km, os aviões turboélices receberão por passageiro cerca de metade do subsídio destinado aos Embraer 170/175.
Com essas contas na ponta do lápis, a Azul, que voa com ATRs e Embraer, já planeja substituir turboélices pelos jatos.
"Mas não vamos devolver nenhuma aeronave", afirma o presidente da Azul, Antonoaldo Neves. "Vamos direcionar os ATRs para abrir novas cidades e novas frequências", diz.
O subsídio não é carimbado para a Embraer - aviões de porte similar da Bombardier, por exemplo, também entram na faixa maior de subsídios. No entanto, não há nenhuma empresa operando aviões da empresa canadense ou que tenha anunciado negociações nesse sentido.
Esta não é a primeira vez que a Embraer é beneficiada com subsídios direcionados a voos regionais. O antigo Sitar (Sistema Integrado de Transporte Aéreo Regional), vigente de 1975 a 1999, foi desenhado para apoiar o avião Bandeirante, fabricado pela empresa.
"Muitas empresas acabaram preferindo o Caravan [dos EUA], que tinha um custo de operação mais barato", diz Ronaldo Jenkins, diretor da Abear (associação das companhias aéreas).
Jenkins ressalta a necessidade de se adequar o equipamento às especificidades da rota. "Em algumas rotas, um avião de cem lugares pode ser superdimensionado."
O avião a jato também demanda maiores investimentos na infraestrutura dos aeroportos, o que onera ainda mais o programa federal, que prevê investimentos de R$ 7,3 bilhões em 270 aeroportos.
Moreira Franco, ministro da Aviação Civil, defende a proposta do governo.
"O desenho com um maior peso para os jatos se apoia em uma base que já é majoritária na aviação regional hoje", afirma Franco.
O programa, que, após ser aprovado, dependerá ainda de regulamentação, prevê subsídios a rotas que já são operadas pelas companhias. Isso acontecerá principalmente no primeiro ano, quando a maior parte dos recursos para aeroportos ainda não terá sido desembolsada.
Voos com origem ou destino em qualquer cidade do interior, excluindo Campinas, terão direito a algum tipo de subsídio. Quanto menor a cidade, maior o subsídio. Destinos regionais com mais de 1 milhão de passageiros/ano terão isenção de tarifas, mas não subsídio por passageiro.
A Azul, empresa com maior presença regional, poderá ser beneficiada com uma fatia de até R$ 400 milhões do subsídio neste primeiro ano. Se o plano sair do papel, a empresa pretende entrar em 15 destinos por ano. Caso contrário, já tem uma lista de cinco destinos deficitários que podem perder voos ainda neste ano.
A Embraer diz não ser possível "fazer projeções sobre aumento de vendas pois as rotas não serão necessariamente operadas por aeronaves de porte ou fabricante específico".
Para Moreira Franco, é importante que a proposta seja discutida. "Essa discussão é interessante pois contribui para que se faça uma avaliação mais minuciosa do programa." O ministro ressaltou que o programa não está fechado e ainda pode ser alterado no Congresso.
O Ebola rompe fronteiras
Depois de chegar aos EUA e à Espanha, o vírus coloca em teste pela primeira vez o esquema de proteção montado no Brasil
O temor que toma conta do mundo com a proliferação do vírus ebola se tornou mais intenso na semana passada no Brasil. Na quinta-feira 9, o País registrou o primeiro caso suspeito da doença. Trata-se de Souleymane Bah, 47 anos, solteiro, que veio da Guiné – um dos países mais atingidos pela epidemia que assola a África. Ele deixou a capital de seu país, Conacre, no dia 18 de setembro, passou pelo Marrocos e, no dia 19 de setembro desembarcou no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. De lá, seguiu para a Argentina. Depois foi para Dionísio Cerqueira, em Santa Catarina, onde pediu refúgio político à Polícia Federal. Acabou chegando a Cascavel, no interior do Paraná, onde ficou hospedado em uma casa com mais dois casais. Na tarde da quarta-feira 8, teve febre, tosse e dor de garganta. Procurou ajuda no posto de atendimento básico do município paranense, onde permaneceu em isolamento até ser transferido, na madrugada da sexta-feira 10, para o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, no Rio de Janeiro. A instituição é um dos serviços de referência do País preparados para o atendimento de doenças infecciosas. Na sexta-feira 10, Bah não tinha mais febre e uma suspeita de malária havia sido descartada.
A ocorrência que deixou o País em alerta na verdade é parte da evolução de uma epidemia que, sabia-se desde seu início, não ficaria restrita ao continente africano. Há tempos a Organização Mundial de Saúde vem alertando os países para preparem esquemas de contenção do vírus, já que há intenso tráfego internacional de viajantes registrado hoje pelo mundo. A confirmação de que o cuidado se justifica apareceu quando os Estados Unidos registraram seu primeiro caso de ebola. O liberiano Thomas Duncan, 48 anos, chegou ao País para participar da formatura do filho e acabou morrendo na quarta-feira 8, em Dallas. Na semana passada, foi a vez de a Espanha ter seu primeiro caso. O vírus contaminou a enfermeira Teresa Romero, que havia cuidado do padre Manuel Viejo, infectado na África, transferido para um hospital em Madrid e morto dias depois.
Todos esses casos estão servindo para colocar em xeque os esquemas de proteção montados pelas nações. Nos EUA, ficou patente que ele falhou, e por causa de erros grotescos. Ao sentir-se mal, Eric procurou o hospital e relatou que havia chegado da Libéria, outro país que está no epicentro da epidemia, junto com Serra Leoa. Mas a informação não foi repassada ao médico e o liberiano acabou liberado. Voltou três dias depois, quando a doença se agravou. Na Espanha, ao que parece também houve falha preocupante. A enfermeira teria se infectado depois de tocar o rosto com a mão coberta pela luva com a qual havia manuseado o padre. O episódio mexeu com os profissionais de saúde espanhóis, que exigiram a demissão da ministra da Saúde, Ana Mato.No Brasil, pelo menos à primeira vista, o atendimento de Souleymane Bah seguiu o que ditam as normas de segurança nestes casos. Ao serem informados da procedência do guineense e de que tivera sintomas, apesar de estar assintomático no momento do exame, ele foi prontamente isolado e uma equipe do Evandro Chagas foi enviada imediatamente ao local. Durante o contato com o paciente, os profissionais usaram as vestimentas indicadas, protegendo corpo e rosto. Seu transporte até o aeroporto de onde seguiu para o Rio de Janeiro foi feito em ambulância do Samu preparada especialmente para isso. O mesmo ocorreu no avião da FAB que o transportou para o Rio de Janeiro. Nele, a tripulação também estava protegida. Já na capital fluminense, foi levado para o Evandro Chagas em ambulância especial.
As amostras de sangue só foram coletadas dentro da instituição carioca, onde havia mais segurança no seu manuseio. Como o previsto, elas foram enviadas para o Pará, a uma unidade do Instituto Evandro Chagas que será a responsável pela análise do material coletado de casos suspeitos – trata-se de um laboratório de nível de segurança 3, o que significa que dispõe de um dos mais seguros sistemas de proteção contra eventuais acidentes no manuseio de vírus e bactérias. Até o início da tarde da sexta-feira 10, tinham sido identificadas 64 pessoas que haviam tido contato com Bah após a manifestação da febre. “Antes do aparecimento dos sintomas não há risco de transmissão”, disse Jarbas Barbosa, secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde. Elas serão monitoradas durante 21 dias (período de incubação do vírus), mas eram consideradas de baixo risco.
SEGS (SP)
Comandante da Aeronáutica elogia método de ensino do Mackenzie
Aconteceu dia 9 na Universidade Presbiteriana Mackenzie, o “Culto de Ação de Graças” da ASA 2014, evento que faz parte das múltiplas atividades em comemoração ao “Dia do Aviador” das Forças Áreas Brasileiras. O evento foi organizado pelo Hospital da Força Aérea de São Paulo – HFASP, organização militar.
Estiveram presentes autoridades da Universidade Presbiteriana Mackenzie, do Instituto Presbiteriano Mackenzie, da Igreja Presbiteriana do Brasil e das Forças Áreas Brasileiras.
Entre as autoridades, destaca-se a presença do comandante do Quarto Comando Aéreo Regional da IV COMAR da Aeronáutica, Major Brigadeiro-AR, Marcelo Kanitz Damasceno.
Em entrevista, o major frisou que a parceria com o Mackenzie nasce de uma relação de apoio mútuo, estendida não apenas ao contexto religioso, mas também em outras frentes. Ao citar a busca pelo conhecimento e melhoria dos métodos de ensino das Forças Áreas, aquisição de material didático dos pilotos que estão em formação e oficiais, ele salientou a importância da aplicação de métodos consolidados.
“Travamos conhecimento no que é revolucionário daquilo que eu conheço de ensino. O que nós encontramos aqui é algo de ponta, algo que se deva olhar mais clinicamente e buscar informações, principalmente os caminhos que o Mackenzie atingiu para ter esse ensino. Essas salas de aula são inéditas no Brasil. Aquele espaço onde os alunos desenvolvem os aplicativos, não conhecemos outra universidade e nenhum outro espaço igual na América do Sul”.
O major ainda salientou a importância da participação no projeto “Amazon Vida”. O projeto leva em uma viagem anual alunos e parte do corpo docente da Instituição a Manaus, onde os participantes têm a oportunidade de aplicar os conhecimentos aprendidos em sala de aula. “Continuaremos a usar nossos meios, nossos aviões para levar os alunos do Mackenzie para conhecer regiões inóspitas, onde eles possam aplicar seus conhecimentos. Praticar o que apreendem na teoria e aplicar nas populações necessitadas, principalmente as ribeirinhas da Amazônia. Estamos analisando fazer uma viagem ainda este ano”.
Além das atividades relacionadas à academia, o comandante do Quarto Comando Aéreo Regional da IV COMAR da Aeronáutica, ainda enfatizou a importância da troca de conhecimento.
“Apresentamos ao Mackenzie o que fazemos em relação ao controle do espaço aéreo de uma região tão complicada, com uma mata fechada, como protegemos a aviação, as pessoas que residem lá e como desenvolvemos o trabalho social, com os hospitais de campanha, além do trabalho com as nossas famílias que estão na Amazônia e que cuidam de radares, por exemplo, prestando um serviço para as comunidades ribeirinhas”.
O major ainda ressaltou a importância da Aeronáutica para o desenvolvimento do país e os novos investimentos que estão sendo realizados, como a aquisição de aviões de caça, atrelados ao projeto Gripen.
JCNET.COM
São Paulo registra a tarde mais seca deste ano
A cidade de São Paulo teve neste domingo (12) a tarde mais seca do ano, com 18% de umidade do ar às 15h, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).
O valor registrado pela estação meteorológica no mirante de Santana (zona norte) é o menor em 2014 - batendo o recorde negativo de 19%, registrado na última sexta-feira (10) e também em 10 de setembro.
A temperatura manteve a média dos últimos dias e chegou a 34,9°C - a mais alta desde fevereiro, batendo os 34,3°C de sexta (10).
A estação do IAG-USP, na Água Funda, também registrou 18% de umidade.
Registros da Aeronáutica em aeroportos chegaram a níveis mais baixos. No aeroporto de Congonhas o nível apontado foi de 13% e, no Campo de Marte, 16%.
Em São José dos Campos, região do Vale do Paraíba, a temperatura alcançou os 39°C e a umidade relativa do ar chegou a 9%, de acordo com a empresa Somar Meteorologia.
O nível é considerado estado de emergência, com recomendação de interrupção para atividades físicas e serviços realizados em campo aberto, como coleta de lixo e entrega de cartas.
SAÚDE
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), quando a umidade estiver abaixo de 20%, é necessário cuidado especial com a hidratação. Deve-se suprimir exercícios físicos ao ar livre entre as 10h e as 16h, evitar aglomerações e usar soro fisiológico para combater o ressecamento nas narinas e olhos. A Defesa Civil também orienta permanecer em locais protegidos do sol e consumir bastante água.
Como consequência do tempo seco, algumas pessoas podem sofrer ressecamento de mucosas do nariz e da garganta, sangramento no nariz, ter tosse, dificuldade para respirar, rinite e crises de asma e irritação dos olhos por ressecamento, com vermelhidão e sensação de areia nos olhos, entre outros sintomas.
Confira os cuidados a serem tomados:
Estado de atenção (umidade relativa do ar entre 20 e 30%)
Evitar exercícios físicos ao ar livre entre as 11h e as 15h;
Umidificar o ambiente através de vaporizadores, toalhas molhadas, recipientes com água, molhamento de jardins etc;
Sempre que possível permanecer em locais protegidos do sol, em áreas vegetadas etc; Consumir água à vontade.
Umidificar o ambiente através de vaporizadores, toalhas molhadas, recipientes com água, molhamento de jardins etc;
Sempre que possível permanecer em locais protegidos do sol, em áreas vegetadas etc; Consumir água à vontade.
Estado de alerta (entre 12% a 19%)
Observar as recomendações do estado de atenção;
Suprimir exercícios físicos e trabalhos ao ar livre entre as 10h e 16h;
Evitar aglomerações em ambientes fechados;
Usar soro fisiológico para olhos e narinas.
Suprimir exercícios físicos e trabalhos ao ar livre entre as 10h e 16h;
Evitar aglomerações em ambientes fechados;
Usar soro fisiológico para olhos e narinas.
Estado de emergência (abaixo de 12%)
Observar as recomendações para os estados de atenção e de alerta;
Determinar a interrupção de qualquer atividade ao ar livre entre as 10h e 16h como aulas de educação física, coleta de lixo, entrega de correspondência etc;
Determinar a suspensão de atividades que exijam aglomerações de pessoas em recintos fechados como aulas, cinemas etc, entre as 10h e 16h;
Durante as tardes, manter com umidade os ambientes internos, principalmente quarto de crianças, hospitais
Determinar a interrupção de qualquer atividade ao ar livre entre as 10h e 16h como aulas de educação física, coleta de lixo, entrega de correspondência etc;
Determinar a suspensão de atividades que exijam aglomerações de pessoas em recintos fechados como aulas, cinemas etc, entre as 10h e 16h;
Durante as tardes, manter com umidade os ambientes internos, principalmente quarto de crianças, hospitais
DIÁRIO DE CANOAS (RS)
Candidatos ao Piratini respondem como atenderão demandas da região
Ivo Sartori (PMDB) defende o uso das PPPs para obras como a RS-010, enquanto Tarso Genro (PT) fala dos avanços como a criação da EGRA partir de uma seleção feita pelos seis jornais do Grupo Sinos – NH, VS, Diário de Canoas, Correio de Gravataí, Diário de Cachoeirinha e Jornal de Gramado – o ABC Domingo apresentou aos dois candidatos ao Piratini, José Ivo Sartori (PMDB) e Tarso Genro (PT) , 10 questões que foram temas de matérias na série O que nossa região precisa. Leia a seguir as respostas de cada um.
Como irá trabalhar para viabilizar a construção do Aeroporto Internacional 20 de Setembro?
Sartori: É importante ressaltar os estudos realizados pelo Grupo de Trabalho, que agora foram reconhecidos pela Secretaria da Aviação Civil no que se refere à necessidade de o RS ter uma alternativa ao Salgado Filho, não apenas para o embarque de passageiros, mas de cargas. Diante da definição de que a área no município de Portão é a melhor, agora precisamos trabalhar com determinação. Caberá ao próximo governador acelerar este processo e trabalhar junto com o governo federal para concluir estudos técnicos e desapropriação do terreno.
Tarso: A parceria estabelecida em nossa gestão com o governo federal está rendendo frutos. A Secretaria de Aviação Civil (SAC) da Presidência da República já garantiu o parecer favorável a um novo terminal de passageiros e cargas na região metropolitana de Porto Alegre. No início de outubro, a SAC anunciou que optou pelo RS para instalar o novo aeroporto da Região Sul do Brasil, em Portão, um investimento de pelo menos R$ 4 bilhões. A SAC aguarda somente um parecer técnico da Aeronáutica para propor modelagem financeira, tipo de concessão, competência de cada integrante e os termos de referência ambiental.
Sartori: É importante ressaltar os estudos realizados pelo Grupo de Trabalho, que agora foram reconhecidos pela Secretaria da Aviação Civil no que se refere à necessidade de o RS ter uma alternativa ao Salgado Filho, não apenas para o embarque de passageiros, mas de cargas. Diante da definição de que a área no município de Portão é a melhor, agora precisamos trabalhar com determinação. Caberá ao próximo governador acelerar este processo e trabalhar junto com o governo federal para concluir estudos técnicos e desapropriação do terreno.
Tarso: A parceria estabelecida em nossa gestão com o governo federal está rendendo frutos. A Secretaria de Aviação Civil (SAC) da Presidência da República já garantiu o parecer favorável a um novo terminal de passageiros e cargas na região metropolitana de Porto Alegre. No início de outubro, a SAC anunciou que optou pelo RS para instalar o novo aeroporto da Região Sul do Brasil, em Portão, um investimento de pelo menos R$ 4 bilhões. A SAC aguarda somente um parecer técnico da Aeronáutica para propor modelagem financeira, tipo de concessão, competência de cada integrante e os termos de referência ambiental.
INTER JORNAL (MARÍLIA - SP)
TRAGÉDIA? Possível queda de avião em Marília mobiliza Bombeiros, SAMU e PM
Várias equipes mobilizadas. Após uma hora de buscas, nada localizado. Testemunhas afirmam terem visto queda
Uma possível queda de aeronave de grande porte (chegou-se a comentar a possibilidade de ser da empresa Azul) mobilizou agora à noite várias equipes do Corpo de Bombeiros, SAMU, ambulâncias particulares, Polícia Militar e também da Ambiental. Foi feita uma grande varredura pela área, mas nada foi encontrado. Nesta segunda (13) pela manhã, os bombeiros devem retornar ao local para um rastreamento final.
A primeira ligação foi feita ao Corpo de Bombeiros pelo aposentado Anésio Carlos Fogaça. Ele disse que estava ao telefone com um amigo quando viu a suposta aeronave (segundo ele de pequeno porte) caindo.
Ele fez questão de ir ao local acompanhar as buscas. Nossa equipe também entrevistou (em outro ponto da fazenda) mais dois garotos que também teriam visto a queda.
A testemunha que avisou a polícia da queda
A área fica numa propriedade rural próximo a SP-333, entre Marília e Júlio Pesquita. A reportagem do portal Visão Notícias.com chegou ao local juntamente com as primeiras equipes de buscas.
Equipes fazem varredura pela propriedade, principalmente na área onde pegava fogo.
A cena encontrada dava a entender que a informação seria verdadeira. Havia uma extensa área pegando fogo no meio de um canavial. Diante disso, os policiais e bombeiros se dividiram para fazer a varredura por toda área. Enquanto isso, as equipes de resgate aguardavam de prontidão para entrar em ação no caso de ser confirmada a queda.
Diversas viaturas e equipes mobilizadas para atender à possível tragédia.
Com a ajuda de uma caminhonete "4 x 4" da Polícia Ambiental, foi possível chegar aos locais mais distantes e nada ficou constatado, sendo encerradas as buscas.
O tenente do Corpo de Bombeiros, Roberto de Almeida Lourenço, disse em entrevista à imprensa que teria sido visto uma pessoa ateando fogo no canavial e em seguida as ligações sobre possível queda do avião.
Equipes do SAMU de prontidão na retaguarda para entrar em ação.
Reportagem acompanhou a varredura pela área. Nenhum vestígio encontrado.
Pelo caminho, encontramos "quase uma vítima": cobra fugindo do fogo.
Viaturas de combate à incêndio também aguardam próximo ao local da possível queda.
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