NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 05/10/2014
Número de mulheres militares no país triplica em 14 anos ...
Daniele Lins, 30, põe seus brincos e faz um coque para colocar o capacete. Caminha pelo quartel até a pista de aviões da base aérea de Santa Cruz, no Rio. Em sua rotina diária, comanda um avião em missões que a preparam para situações de guerra. Piloto de caça da Força Aérea Brasileira, a capitão-aviadora engrossa as estatísticas que apontam aumento de 205% no número de mulheres nas Forças Armadas do país nos últimos 14 anos ...
Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.
Preocupado com índios isolados, TRE-AC pede apoio da Funai
Os mesários têm medo da segurança pessoal', diz presidente do TRE-AC. Funai ajuda no diálogo e no combate à boca de urna.
Veriana Ribeiro Do G1 Ac
A Fundação Nacional do Índio (Funai) no Acre está auxiliando o Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TRE-AC), no transporte de urnas e mesários para pelo menos 12 aldeias indígenas, localizadas na fronteira com o Peru.
O presidente do TRE-AC, desembargador Adair Longuini, afirma que a maior preocupação é com a Aldeia Califórnia, próximo a Feijó (AC), devido a presença de índios isolados.
"Nós temos uma aldeia localizada no município de Feijó, a Aldeia Califórnia, onde habitam nas proximidades índios isolados. Esse local é um outro ponto de dificuldade, porque os próprios mesários têm medo da segurança pessoal. A Funai sabe que eles existem, que não têm contato com a civilização branca, então, nesses casos estamos tomando cuidado. Mandamos representantes da Funai e da Polícia Federal, porque é preciso ter um tratamento diferenciado", disse.
"Nós temos uma aldeia localizada no município de Feijó, a Aldeia Califórnia, onde habitam nas proximidades índios isolados. Esse local é um outro ponto de dificuldade, porque os próprios mesários têm medo da segurança pessoal. A Funai sabe que eles existem, que não têm contato com a civilização branca, então, nesses casos estamos tomando cuidado. Mandamos representantes da Funai e da Polícia Federal, porque é preciso ter um tratamento diferenciado", disse.
O desembargador afirma que a presença da Funai nas aldeias é importante para dialogar com os indígenas e impedir boca de urna. "A gente precisa ter cuidado, porque o pajé tem uma força política muito grande sobre os índios, então é fácil ter boca de urna. Nós estamos preparados para que isso não aconteça, para que não seja tirado o direito de liberdade de todos. Então, o representante da Funai também vai estar presente para evitar qualquer irregularidade", explica Longuini.
Áreas isoladas
Dos 22 municípios acreanos, 11 possuem comunidades isoladas, que contam com mais de 5 mil eleitores. Para chegar a estas localidades, as urnas eletrônicas estão sendo transportadas, desde o dia 30 de setembro, por helicópteros, barcos e caminhonetes traçadas através de uma operação realizada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TRE-AC) com apoio da Força Aérea Brasileira (FAB). Ao todo estão envolvidas nesta força-tarefa 624 pessoas entre mesários, policiais militares, além de 18 oficiais da FAB que vieram do Amazonas.
Dos 22 municípios acreanos, 11 possuem comunidades isoladas, que contam com mais de 5 mil eleitores. Para chegar a estas localidades, as urnas eletrônicas estão sendo transportadas, desde o dia 30 de setembro, por helicópteros, barcos e caminhonetes traçadas através de uma operação realizada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TRE-AC) com apoio da Força Aérea Brasileira (FAB). Ao todo estão envolvidas nesta força-tarefa 624 pessoas entre mesários, policiais militares, além de 18 oficiais da FAB que vieram do Amazonas.
Dessas 101 áreas, em 77 a transmissão do resultado das eleições para os computadores da Justiça Eleitoral só ocorre via satélite. Em 42 locais, o acesso se dá apenas por helicópteros, enquanto as demais são acessíveis por barcos e caminhonetes traçadas. Para transmitir os dados nessas localidades isoladas, o TRE utiliza antenas de transmissão e notebooks, que são manuseados pelo próprio mesário.
Força Nacional de Segurança chega a Santa Catarina para conter violência
Criminosos já realizaram mais de 70 ataques em 28 cidades do estado
Uma tropa da Força Nacional de Segurança desembarcou neste sábado (4) em Santa Catarina, na véspera das eleições, para tentar conter a onda de violência no estado. Criminosos já realizaram mais de 70 ataques em 28 cidades. A Força Nacional de Segurança chegou a Florianópolis de madrugada. São 33 homens. A presença da tropa é parte do plano do Ministério da Justiça e do governo de Santa Catarina para conter a onda de violência que já dura nove dias.
Pela manhã, 20 presos identificados como mandantes dos ataques foram levados para a base da Força Aérea em Florianópolis. De lá, em uma operação cercada de cuidados, eles foram transferidos de avião para a Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Porto Velho, em Rondônia. O objetivo é isolar os chefes do grupo criminoso e dificultar as ordens para os atentados. Mais transferências podem ser feitas nos próximos dias.
O plano de reação aos ataques pretende sufocar a quadrilha, impedindo a entrada de armas, drogas e dinheiro para os bandidos. Por isso, todas as forças policiais foram mobilizadas para isolar Santa Catarina por terra, mar e ar. Nas rodovias, por exemplo, a Força de Segurança, vai ajudar a Polícia Rodoviária Federal a montar bloqueios nas divisas do estado e na fronteira com a Argentina.
Mas, nesta madrugada, os criminosos voltaram a atacar. Em Imbituba, no sul do estado, seis ônibus foram incendiados. Ainda no sul, bandidos atiram contra uma viatura da Guarda Municipal e também acertaram um albergue. E em Blumenau, uma base da PM foi atingida por quatro tiros. Ninguém ficou ferido.
Além da tropa da Força Nacional de Segurança, o Ministério da Defesa anunciou no início da noite o envio de cerca mil militares a Santa Catarina a pedido do Tribunal Regional Eleitoral (TER) do estado. Eles vão atuar em 24 cidades.
Centrais de monitoramento da Copa serão usadas na eleição
Centros instalados em todos os estados reunirão forças de segurança. Informações sobre crimes e acidentes serão repassados à Justiça Eleitoral.
Nathalia Passarinho Do G1, Em Brasília
Os centros de monitoramento montados pelo governo federal para acompanhar incidentes durante a Copa do Mundo serão utilizados neste domingo (5) para garantir a segurança nas eleições. De acordo com o Ministério da Justiça, representantes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e de todas as forças federais e estaduais de segurança passarão o dia nos centros de comando e controle do Distrito Federal e dos 11 estados que sediaram o Mundial.
Nos demais estados, serão montados comitês que também contarão com a participação de integrantes da Justiça Eleitoral, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil, Força Nacional e Forças Armadas.
Nos demais estados, serão montados comitês que também contarão com a participação de integrantes da Justiça Eleitoral, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil, Força Nacional e Forças Armadas.
"Vamos utilizar todos os 12 centros empregados para a Copa nas cidades onde houve jogos e replicar esse modelo de integração nos estados que não têm. O objetivo é trazer as instituições de segurança pública para um mesmo ambiente para trabalhar em conjunto", afirmou ao G1 o secretário nacional de Segurança para Grandes Eventos, Andrei Augusto Passos Rodrigues.
De acordo com o secretário, a estrutura de monitoramento em Brasília terá um painel que atualizará em tempo real a ocorrência de crimes e incidentes em todo o país que possam prejudicar o processo eleitoral. A partir dessas informações, as forças de segurança serão acionadas para coibir e punir os responsáveis.
"No centro nacional de comando, em Brasília, teremos representantes de todos os estados. No sistema visual, temos indicadores que selecionamos juntamente com o TSE para levar em tempo real as informações para as autoridades competentes. Esses indicadores trazem informações que interferem no processo eleitoral, como propaganda irregular, boca de urna, compra de votos", explicou Andrei Rodrigues.
Outros painéis trarão informações que podem vir a atrapalhar a votação no domingo, como acidentes, congestionamentos e risco de desastres naturais, como enchentes e temporais. “Nosso sistema de gestão de eventos atualiza a cada instante qualquer ocorrência que tangencia o processo eleitoral, que vai de delitos graves a desastres naturais, como possibilidade de enchentes”, detalhou o secretário do Ministério da Justiça.
As centrais de monitoramento funcionarão até as 14h desta segunda-feira (6). De acordo com o Ministério da Justiça, a integração entre as forças federais, estaduais e a Justiça Eleitoral deve acelerar a punição em casos de crimes eleitorais e a resposta em situações de emergência.
"O grande benefício disso tudo é a questão do trabalho conjunto, integrado, das forças de segurança pública. As instituições reunidas no mesmo ambiente, com tecnologia em tempo real, têm capacidade de responder a problemas de forma instantânea. Esse estímulo ao trabalho conjunto amplia a capacidade de resposta", afirmou Andrei Rodrigues.
Helicópteros da FAB levam urnas para comunidades isoladas no AC
Urnas são levadas para aldeias indígenas, seringais e reservas. Força Aérea enviou 18 oficiais do Amazonas para o transporte de urnas.
Aline Nascimento E Janine Brasil Do G1 Ac
O Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TRE-AC) montou um esquema, com apoio da Força Aérea Brasileira (FAB), para garantir o transporte de urnas eletrônicas a pelo menos 101 comunidades isoladas do estado, 12 delas na fronteira com o Peru, entre aldeias indígenas, seringais e reservas florestais. Para chegar a estas localidades, as urnas eletrônicas estão sendo transportadas, desde o dia 30 de setembro, por helicópteros, barcos e caminhonetes traçadas. O transporte deve ser concluído até este sábado (4), véspera de eleições.
Dos 22 municípios acreanos, 11 possuem comunidades isoladas, que contam com mais de 5 mil eleitores. Ao todo estão envolvidas nesta força-tarefa 624 pessoas entre mesários, policiais militares, além de 18 oficiais da FAB que vieram do Amazonas.
Dessas 101 áreas, em 77 a transmissão do resultado das eleições para os computadores da Justiça Eleitoral só ocorre via satélite. Em 42 locais, o acesso se dá apenas por helicópteros, enquanto as demais são acessíveis por barcos e caminhonetes traçadas. Para transmitir os dados nessas localidades isoladas, o TRE utiliza antenas de transmissão e notebooks, que são manuseados pelo próprio mesário.
Dessas 101 áreas, em 77 a transmissão do resultado das eleições para os computadores da Justiça Eleitoral só ocorre via satélite. Em 42 locais, o acesso se dá apenas por helicópteros, enquanto as demais são acessíveis por barcos e caminhonetes traçadas. Para transmitir os dados nessas localidades isoladas, o TRE utiliza antenas de transmissão e notebooks, que são manuseados pelo próprio mesário.
Segundo o presidente do TRE-AC, desembargador Adair Longuini, nesses locais de difícil acesso são transportadas duas urnas para cada seção, a que será utilizada e uma reserva, para garantir que o pleito ocorra sem imprevistos.
"O Acre é o que mais tem seções distantes. Nós corremos risco tanto no caso das seções que têm acesso de helicóptero, como de barco. O helicóptero não voa à noite e também depende do tempo, a embarcação tem a questão da demora, então, têm alguns riscos de atraso no resultado", explicou.
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Helicópteros chegam ao AC para o transporte de urnas e mesários
Longuini enfatizou que caso os mesários não consigam encaminhar os dados para o tribunal em tempo hábil, eles têm orientação para se dirigirem à seção mais próxima e enviar os números. "Aí começa todo o trabalho, se for helicóptero vai ter deslocamento de urna, se for um local servido por embarcação tem todo um esquema já também estabelecido. O próprio mesário já sabe que ele deve tomar uma embarcação, sair do local que ele está, ir para outra seção e lá transmitir os dados", diz.
Ele explica ainda que em alguns locais o deslocamento pode durar até 7 horas. "Em algumas localidades, por barco, pode durar até 7 horas o deslocamento, aí tem o risco da transmissão ocorrer só no outro dia", ressaltou.
O presidente do TRE-AC disse ainda que mesmo em caso de imprevistos, dependendo do resultado já apurado, a contagem dessas urnas pode não fazer diferença nos resultados finais da apuração e a população vai conhecer seus novos governistas.
FAB faz o transporte de urnas para regiões isoladas do Acre (Foto: João Evangelista Souza)
Veja quais os municípios com locais isolados:
Em Assis Brasil, município acreano que faz fronteira com o Peru, são seis comunidades isoladas, todas só possuem acesso por helicóptero. O município de Brasiléia, que faz fronteira com a Bolívia, possui apenas uma reserva distante, com acesso de caminhonete 4X4.
Em Assis Brasil, município acreano que faz fronteira com o Peru, são seis comunidades isoladas, todas só possuem acesso por helicóptero. O município de Brasiléia, que faz fronteira com a Bolívia, possui apenas uma reserva distante, com acesso de caminhonete 4X4.
Em Bujari, são três comunidades com acesso de barco. Já em Cruzeiro do Sul, são seis locais, sendo uma com acesso somente de helicóptero, quatro de barco e uma com caminhonete.
No município de Feijó, são nove comunidades, sendo oito por helicóptero e uma com caminhonete. Em Jordão, são três comunidades com acesso só por helicóptero. Em Mâncio Lima, cinco locais distantes, sendo o acesso todos de barco. Em Manoel Urbano são dois locais, um por barco e o outro por helicóptero.
No município de Marechal Thaumaturgo, são 12 localidades, sendo seis somente de barco e seis de helicóptero. Em Porto Walter são nove comunidades, sendo cinco com acesso de helicóptero e quatro de barco. Na capital, Rio Branco, há dois locais com acesso somente por barco. Em Rodrigues Alves são quatro locais, dois com acesso de caminhonete e dois por barco. Em Santa Rosa do Purus são três locais com acesso por helicóptero.
Sena Madureira tem quatro regiões distantes, sendo uma por caminhonete e três de helicóptero. Tarauacá tem seis comunidades, sendo todas por helicóptero. Por fim, em Xapuri são duas reservas, todas com acesso por caminhonete.
TSE autoriza reforço do Exército durante eleições em Santa Catarina
Pelo menos 26 cidades devem contar com auxílio de tropas federais no pleito deste domingo
Tropas federais devem auxiliar na segurança das Eleições 2014 em Santa Catarina. O pedido foi feito pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SC) na manhã deste sábado. O Exército deverá auxiliar a garantir a tranquilidade nos locais de votação em pelo menos 26 cidades do Estado.
A atuação do Exército deve ocorrer para evitar que a onda de atentados que atinge o Estado desde o dia 26 de setembro cause complicações nos locais de votação ou no transporte das urnas eletrônicas.
No meio da semana, o presidente do TRE-SC, desembargador Vanderlei Romer, havia anunciado que não solicitaria apoio da Marinha, Exército, Aeronáutica ou Força Nacional para auxiliar nas eleições deste domingo. O pedido neste sábado foi deferido pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Dias Toffoli.
— A atuação das tropas federais tem previsão apenas para o dia do pleito. É uma medida excepcional, necessária porque foi demonstrada a impossibilidade de o Estado garantir a segurança da votação e apuração dos resultados — afirma o ministro na decisão.
Segundo informa o TRE-SC, os ataques e ameaças colocam em risco a própria realização das eleições, já que alguns juízes eleitorais manifestaram receio de que a polícia local não tenha efetivos suficientes para assegurar a ordem. O tribunal ainda afirma que o governo estadual está a par do pedido e autoriza o uso de soldados nas eleições deste domingo.
Força Nacional pode ser usada nas eleições
Na madrugada deste sábado, pelo menos 33 agentes da Força Nacional chegaram a Santa Catarina para ajudar no combate à onda de atentados. Com a autorização do TSE, os policias enviados pelo governo federal poderiam auxiliar na segurança dos locais de votação. A Força Nacional deve trabalhar, principalmente, em operações noturnas nas principais rodovias do Estado.
A decisão sobre como as tropas do Exército deverão atuar ficará a cargo dos juízes eleitorais de cada uma das cidade que receberão agentes. Diretor-geral do TRE-SC, Sérgio Manoel Martins explica que o planejamento está sendo feito com apoio das polícias de SC do próprio tribunal eleitoral.
Entre os municípios que contarão com o apoio do Exército estão Blumenau, Florianópolis, Joinville, Itapema, Balneário Camboriú, Criciúma, Chapecó, São José e Tubarão.
Número de mulheres militares no país triplica em 14 anos
Giba Bergamim Jr.
Daniele Lins, 30, põe seus brincos e faz um coque para colocar o capacete. Caminha pelo quartel até a pista de aviões da base aérea de Santa Cruz, no Rio. Em sua rotina diária, comanda um avião em missões que a preparam para situações de guerra.
Piloto de caça da Força Aérea Brasileira, a capitão-aviadora engrossa as estatísticas que apontam aumento de 205% no número de mulheres nas Forças Armadas do país nos últimos 14 anos.
Os dados que mostram o aumento da presença feminina num ambiente notadamente masculino são parte de um estudo do Instituto Igarapé, especializado em segurança pública.
Elas representam hoje 7% do efetivo, formando uma tropa de 23.787 mulheres distribuídas entre Exército, Aeronáutica e Marinha. Em 2001, eram 7.804 (3% do total). A evolução masculina no mesmo período é bem menor (30%) –de 258.958 para 335.348 militares.
Mesmo diante do aumento, a doutora em estudos internacionais Renata Avelar Giannini, responsável pelo trabalho, diz que há muito o que avançar na igualdade entre gêneros na caserna.
Como não há serviço militar obrigatório para mulheres, a evolução só ocorreu porque elas se interessaram pela carreira. As três forças recebem, em geral, profissionais para as áreas de saúde, direito e administração.
A maioria ainda não tem formação para o combate. "Países como Argentina, Uruguai e Colômbia têm abertura total às mulheres", afirma a pesquisadora.
"A partir do momento em que elas decidiram ser militares, podem fazer qualquer coisa, inclusive com armas de combate. Isso ainda não acontece no Brasil."
Para a pesquisadora, é necessário dar fim à visão estereotipada de que o elas não são capazes para o serviço.
Lei sancionada pela presidente Dilma Rousseff (PT) em 2012 prevê que até 2017 seja uma realidade a presença de mulheres com fuzis nas mãos ou dentro de tanques.
Para recebê-las, serão necessárias adaptações na estrutura de alojamentos, centros de formação e também no ensino bélico.
Segundo o estudo, o avanço feminino ocorre nos postos mais baixos. No topo da hierarquia, há só uma oficial general nas três instituições, a médica carioca Dalva Maria Carvalho Mendes, 58, que chegou a contra-almirante em 2012 (leia na pág. C5).
A Força Aérea Brasileira é a que mais recebe mulheres –até 2013, eram 9.927 militares, ante cerca de 6.700 no Exército e 5.815 na Marinha. Também é a que mais as coloca em funções de combate, caso de pilotos de caça.
O Exército só começou a formar turmas femininas nos anos 1990 –nas outras duas forças, isso ocorreu no início dos anos 1980.
Passos do pai
Para a major do Exército Cristina Joras, 44, que entrou na vida militar em 1998 na área de relações públicas, há um esforço para que as coisas mudem. "No próximo ano, teremos duas mulheres que vão comandar hospitais. Isso é um grande passo."
Ela escolheu a carreira seguindo os passos do pai, sargento da reserva, e diz que ali encontrou lugar para exercer a profissão de relações públicas, num momento em que o mercado era restrito.
"Aos poucos, a gente vai ocupando mais espaços."
Capitão aprendeu a pilotar caça antes de dirigir carro
A capitão-aviadora Daniele Lins teve as primeiras aulas práticas de aviação aos 18 anos, antes de aprender a dirigir um carro. "Virei piloto antes de tirar carteira de habilitação", disse à Folha. Desde 2003 na Força Aérea Brasileira, ela escolheu a carreira militar sem nenhuma influência familiar.
A capitão-aviadora Daniele Lins teve as primeiras aulas práticas de aviação aos 18 anos, antes de aprender a dirigir um carro. "Virei piloto antes de tirar carteira de habilitação", disse à Folha. Desde 2003 na Força Aérea Brasileira, ela escolheu a carreira militar sem nenhuma influência familiar.
"Nem sei ao certo por que escolhi a carreira. Não tenho parentes militares. Mas posso dizer que me interessei desde jovem, quando quis estudar no Colégio Militar do Rio por ser conhecido pelo ensino de qualidade", disse. Em 2003, no último ano do ensino médio, passou num concurso da FAB.
Naquele ano, as mulheres puderam ter acesso ao curso de formação de oficiais aviadores da Academia da Força Aérea (AFA). A Aeronáutica é a única força que autoriza o ingresso feminino em armas de combate. Em aviões da Força Aérea, Daniele começou a pilotar sem nunca ter passado por experiências anteriores na área de aviação.
"Tinha algum fascínio por aviação, mas parecia um sonho inatingível", afirmou. Hoje casada com um oficial do Exército, ela crê que a evolução feminina será constante. "As mulheres conquistaram espaço na sociedade toda. Nas Forças Armadas não pode ser diferente."
Maioria das colegas foi para casa, diz única general das forças armadas
Giba Bergamim Jr.
Única oficial general nas três forças, a contra-almirante médica Dalva Maria Carvalho Mendes, 58, levou a filha para o mesmo caminho. A tenente Luciana Mendes, 29, está há três anos na Marinha.
Dalva, que ocupa o terceiro posto mais importante da Marinha, conta que a maioria das suas colegas de formação optou por sair.
Folha - O que a senhora tem a dizer a mulheres que pensam em entrar na Marinha?
Dalva Maria Carvalho Mendes - O que disse à minha filha, Luciana, que é tenente: Vem que a casa é boa. Temos segurança e respeito.
Dalva Maria Carvalho Mendes - O que disse à minha filha, Luciana, que é tenente: Vem que a casa é boa. Temos segurança e respeito.
A Marinha foi a primeira a formar mulheres, certo?
A Marinha deu início em 1980, a Força Aérea, em 1981 e o Exército, nos anos 1990. Embora saibamos que as mulheres sempre estiveram presentes nas lutas do país, envergando farda ou não.
A Marinha deu início em 1980, a Força Aérea, em 1981 e o Exército, nos anos 1990. Embora saibamos que as mulheres sempre estiveram presentes nas lutas do país, envergando farda ou não.
Na 2ª Guerra Mundial, muitas mulheres foram chamadas para trabalhar nos hospitais na Itália. A major Elza Cansanção Medeiros, (primeira a se apresentar na diretoria de saúde do Exército para a guerra) é o grande exemplo.
O número de mulheres aumentou, mas elas não têm acesso a todas as funções. Isso já está mudando, mesmo porque a sociedade, de forma geral, tem que mudar.
Por que sou a única general? Não é porque a Marinha não quer, mas também porque a maioria das mulheres, como dos homens, pede para ir embora. É uma responsabilidade muito grande, e isso independe de gênero.
Tenho muitas colegas da minha turma (de 1981) que preferiram ir para casa porque acharam que, de repente, não valeria a pena. Quando entramos, éramos 203 mulheres com curso superior. Mas, dentre médicas e engenheiras, só eu fiquei.
Como é a relação hierárquica com homens?
Sempre tive relacionamento ótimo com subordinados, com respeito e consideração.
Sempre tive relacionamento ótimo com subordinados, com respeito e consideração.
Há colegas próximas de assumir postos como o seu?
Algumas que eu tinha expectativa pediram para ir embora (risos).
Algumas que eu tinha expectativa pediram para ir embora (risos).
Como é a questão da vaidade?
O fato de envergarmos uma farda não significa que deixamos de ser mulheres. Evidente que os excessos não são bem-vistos. Mas tem que usar uma base, um batonzinho, um rímel. É importante para nossa autoestima.
O fato de envergarmos uma farda não significa que deixamos de ser mulheres. Evidente que os excessos não são bem-vistos. Mas tem que usar uma base, um batonzinho, um rímel. É importante para nossa autoestima.
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