NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 21/07/2014
Aviões da FAB tomam os céus de Florianópolis em exercícios de resgate e lançamento de kits de sobrevivência ...
Nesta segunda-feira mais 70 homens vindos do Rio de Janeiro desembarcaram na Capital ...
Aviões verdes da Força Aérea Brasileira continuarão riscando o céu azul de Florianópolis nos próximos dias. Na manhã desta segunda-feira mais 70 militares chegaram do Rio de Janeiro a bordo de dois Hércules C-130 para a segunda etapa de uma manobra de salvamento e lançamento de fardo que se iniciou semana passada e vai até 2 de agosto ...
Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.
Pará usa drone para combater garimpo clandestino
Equipamento feito em São Paulo custou mais de R$ 300 mil. Aparelho usa câmeras de alta definição e lentes que captam infravermelho.
O governo do Pará vai utilizar um Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT) para fazer fiscalização mineral no estado. O equipamento, que também é conhecido como drone, foi comprado de uma empresa de São Paulo ao custo de R$ R$ 307 mil para combater o garimpo clandestino: segundo o governo do Pará, existem mais de mil pontos de extração mineral no estado, mas apenas 50 são legalizados.
O drone é do modelo Nauru 500, uma palavra em tupi que significa "bravo" ou "herói", e foi desenvolvido em 2012 para ser uma alternativa a um aparelho criado em 2004, o Apoena. "O grande diferencial deste aparelho é a capacidade de mapear uma grande área em um curto espaço de tempo, coisa que uma equipe de campo não consegue", explica Giovanni Amianti, presidente da empresa que fabrica o drone e responsável pela engenharia do produto.
Segundo o governo, o drone tem câmeras de alta definição que tambem captam imagens em infravermelho, e serve para mapear as atividades das minas. O Nauru não terá base fixa: ele deve operar em todo estado. “As imagens em alta resolução captadas pelo Nauru permitirão a realização de um cálculo volumétrico que indicará a quantidade exata do que está sendo retirado das minas mensalmente, além de quantificar o volume estocado”, disse Helder Abdon Gaspar, coordenador de Tecnologia de Geotecnologia da ecretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração (SEICOM).
O equipamento é portátil, mas de grande porte se comparado aos demais drones civis. Graças a isso, pode voar em condições adversas, com ventos de 45 km/h e até mesmo chuva, embora este tipo de clima possa comprometer as imagens. "Fazer voos com chuva não vai dar bons resultados. As fotos não saem boas por causa dos pingos, mas é comum o drone decolar, o tempo vira e ele pousa com chuva, tranquilamente", explica Amiante.
Pioneirismo
Aparelhos com o Nauru já são utilizados para o monitoramento de lavouras em outros estados mas, segundo a fabricante, será a primeira vez que o VANT irá realizar fiscalização minteral. “Com esse diagnóstico feito, poderemos saber exatamente os tipos de metais extraídos e suas concentrações. O Pará está à frente de um projeto pioneiro, que poderá servir de referência para todo o país”, destaca Helder Abdon Gaspar.
Aparelhos com o Nauru já são utilizados para o monitoramento de lavouras em outros estados mas, segundo a fabricante, será a primeira vez que o VANT irá realizar fiscalização minteral. “Com esse diagnóstico feito, poderemos saber exatamente os tipos de metais extraídos e suas concentrações. O Pará está à frente de um projeto pioneiro, que poderá servir de referência para todo o país”, destaca Helder Abdon Gaspar.
O desempenho do Nauru vai depender da habilidade dos operadores, que estão sendo capacitados em São Paulo para pilotar o aparelho. "Ele é um misto de avião e aeromodelo. Os pousos e decolagens são parecidos com aeromodelos, mas o mapeamento é mais próximo da atividade de piloto privado", define Amianti. Para garantir sua eficiência, o aparelho precisa passar por manutenção a cada 40 horas de voo, com revisões pagas após 200h de operação. "O aparelho tem garantia de 10 anos", explica o presidente.
Homologação
Antes de decolar, qualquer aparelho precisa ser homologado pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), e também pela Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), já que aparelhos que não são reconhecidos podem operar em frequências com interferência e causar acidentes.
Antes de decolar, qualquer aparelho precisa ser homologado pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), e também pela Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), já que aparelhos que não são reconhecidos podem operar em frequências com interferência e causar acidentes.
De acordo com o governo, o aparelho já está homologado pela ANAC - ele fopi, inclusive, o primeiro VANT brasileiro de uso civil autorizado pela agência. Com relação a telecomunicações, o fabricante também garante que o equipamento não irá provocar acidentes. "Ele trabalha com uma frequencia distinta, sem risco de interferência", conclui Amianti.
Marinha leva ações de saúde a municípios no Marajó, no Pará
Navio sai de Belém neste domingo, 20, com equipe de médicos e dentistas. Ações irão se concentrar em municípios com baixo IDH.
Municípios da região do Marajó com baixos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH), taxas elevadas de mortalidade materna e infantil, baixa cobertura vacinal e pouca oferta de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) serão alvo de uma ação de saúde coordenada pela Marinha do Brasil.
Neste domingo (20), o navio auxiliar “Pará” irá desatracar de Belém com uma equipe de saúde do Hospital Naval de Belém, formada por profissionais e estudantes, para levar atendimento médico-odontológico às comunidades ribeirinhas do Marajó.
A ação irá se estender até o próximo dia 30 de julho, em comunidades ribeirinhas de difícil acesso e precárias condições de saúde localizadas entre os municípios de Melgaço e Portel. O trabalho contará com o apoio de 20 estudantes e 3 professores universitários do Projeto Rondon, de diversas áreas de saúde, de 18 Instituições de Ensino Superior (IES) de 12 estados do país.
O Projeto Rondon é uma ação do Governo Federal coordenada pelo Ministério da Defesa (MD), que realiza a capacitação de agentes multiplicadores de comunidades em municípios mais isolados do Brasil. A ação proporciona o intercâmbio de futuros profissionais com uma realidade distante do desenvolvimento dos centros urbanos.
Aviões da FAB tomam os céus de Florianópolis em exercícios de resgate e lançamento de kits de sobrevivência
Nesta segunda-feira mais 70 homens vindos do Rio de Janeiro desembarcam na Capital
Aviões verdes da Força Aérea Brasileira continuarão riscando o céu azul de Florianópolis nos próximos dias. Na manhã desta segunda-feira mais 70 militares chegam do Rio de Janeiro a bordo de dois Hércules C-130 para a segunda etapa de uma manobra de salvamento e lançamento de fardo que se iniciou semana passada e vai até 2 de agosto.
O objetivo do exercício é a formação e manutenção operacional de militares sediados em missões de busca e resgate. O treinamento consiste na busca de pontos em mar e terra, como também no lançamento de kits de sobrevivência.
Os pilotos e observadores especializados em busca e resgate são fundamentais em operações envolvendo acidentes.
Foram militares desses esquadrões que trabalharam nas missões que encontraram partes da fuselagem do voo Air France 447, em 2009, e também atuaram no acidente do voo Gol 1907, em 2006.
As aeronaves e os militares pertencem aos esquadrões 1ºGT-Grupo de Transporte e 1ºGTT-Grupo de Transporte e Tropa.
De acordo com o 1º tenente aviador Antonio P. Damasceno, esse tipo de treinamento repete-se em Florianópolis por reunir atrativos como ter a Baía Sul disponível nas proximidades do aeródromo, o que propicia aos militares condições de treinamento bem próximas as encontradas no mar e num local bem mais seguro para se treinar, por ser um ambiente mais controlado que o alto-mar.
Aliado a isso, temos nos arredores do aeródromo pontos que favorecem também o treinamento de lançamentos de kits de sobrevivência e busca na terra.
Operações de defesa contaram com 77 aviões e 2.667 viaturas
Ainda foram usados 61 helicópteros e 481 motos. Na defesa aeroespacial foram 114 ações, além de outras 5.303 de defesa naval
Para garantir a segurança e a defesa do País durante a Copa do Mundo, foram empregados 59,5 mil militares das Forças Armadas nas 12 cidades-sede e também em Vitória (ES), Aracaju (SE) e Maceió (AL), que serviram de base para seleções durante o torneio. Ao todo, atuaram 13.125 profissionais da Marinha, 38.233 do Exército e 8.165 da Aeronáutica. Este efetivo contou com o apoio de 77 aviões, 61 helicópteros, 28 navios, 191 embarcações de menor porte, além de 2.667 viaturas e 481 motos.
As Forças Armadas trabalharam em dez eixos estratégicos no cumprimento de missões típicas militares, tais como a defesa do espaço aéreo, defesa marítima e fluvial, fiscalização de explosivos e defesa cibernética. Os militares também reforçaram as ações de segurança em rotas protocolares, hotéis, centros de treinamento, receptivo nos aeroportos e entorno dos estádios.
Os resultados foram apresentados nesta semana pelo ministro da Defesa, Celso Amorim, que elogiou a atuação que uniu eficiência e discrição. “Não queríamos a impressão de um evento militarizado”, disse.
Na defesa aeroespacial, foram 114 ações de reconhecimento e vigilância, com 2.800 horas de voo. Ainda foram realizadas 5.303 ações de patrulha e inspeção pela defesa naval. O Exército protegeu 225 instalações consideradas estratégicas.
O general José Carlos De Nardi, chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA) – órgão que coordenou as ações de Defesa na Copa –, também elegeu a integração entre os diferentes órgãos responsáveis pela segurança como o grande legado do Mundial. “Nunca antes Defesa e Justiça andaram tão juntas. Percorremos todas as cidades-sede”, disse.
Operação
A operação envolveu 522 vistorias e varreduras nos estádios, Centros de Treinamento, hotéis, aeroportos, bases aéreas e comboios de delegações oficiais. Além disso, foram 416 escoltas com batedores militares, 482 ações de reforço e segurança em hotéis e 372 nos Centros de Treinamento.
Ás vésperas da Copa do Mundo, 21 toneladas de explosivos foram apreendidas. Como resultado da proteção da fronteira do País, 40 toneladas de entorpecentes, 206 barcos, 126 automóveis e 28 armas foram apreendidos.
Nos aeroportos e bases aéreas foram feitas 279 ações de receptivo envolvendo chefes de Estado e delegações oficiais. O tempo médio de permanência no aeroporto foi de 30 minutos, sem que qualquer incidente tenha sido registrado.
Guerra, tiro e prejuízo
A Taurus, maior fabricante de armas da América Latina, vive sua maior crise. Os resultados pioraram, os acionistas não se entendem e algumas armas vendidas para a polícia disparam sozinhas
No ano passado, em meio à onda de protestos que assolava o pais, a Policia Militar de São Paulo resolveu parar de usar, temporariamente, 98 000 pistolas calibre 40. A decisão foi tomada depois de 30 armas terem disparado sozinhas - com a trava de segurança ainda ativada - ou dado vários tiros consecutivos, apesar de o policial ter apertado o gatilho uma única vez. Em alguns casos, só uma chacoalhada foi suficiente para fazer a pistola atirar (a PM não comenta, mas policiais dizem que houve feridos). Entre 2011 e 2012, problemas idênticos haviam sido relatados pelas polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro. No fim de 2013, foi a vez da PM do Distrito Federal informar que três submetralhadoras davam tiros em rajada quando o seletor estava na posição de um tiro por vez. O ponto comum desses casos é o fato de as pistolas e as submetralhadoras terem sido feitas pela Taurus, maior fabricante de armas da America Latina e uma das dez maiores do mundo. Com faturamento de 800 milhões de reais, a Taurus reina quase sozinha no Brasil. Mesmo assim, vive uma crise sem precedentes - as armas disparam sozinhas, os acionistas brigam publicamente e, por fim, os prejuízos se avolumam.
Fundada em 1939 em Porto Alegre, a Taurus começou como uma fábrica de ferramentas. Depois da Segunda Guerra Mundial, passou a produzir revólveres e, no inicio da década de 70, foi vendida para a americana Smith & Wesson. Mas os americanos não gostaram do negócio e, em 1977, decidiram revendê-lo para três diretores brasileiros - Luis Fernando Estima, Carlos Murgel e Hebert Haupt. Estima é o único que continua até hoje: detém o maior número de ações com direito a voto, 35% do total. A companhia cresceu por 20 anos, ajudada pelas restrições à importação e à instalação de fábricas de concorrentes estrangeiros no país. Mas, a partir de 1995, com o aumento da fiscalização na venda de armamentos e a proibição da propaganda, as vendas começaram a cair. A Taurus, então, resolveu diversificar. Passou a fabricar máquinas industriais, ferramentas, contêineres, capacetes para motociclistas e coletes à prova de bala. Investiu 100 milhões de reais nisso, um terço de seu faturamento na época, mas só as linhas de capacetes e de coletes deram certo. Também pesou no caixa da empresa a compra das ações dos dois sócios de Estima, que morreram. O melhor resultado da Taurus foi em 2010, quando lucrou 70 milhões de reais. Depois disso, os números pioraram. Nos últimos dois anos, fechou no vermelho - em 2013, o prejuízo foi de 80 milhões de reais - e o endividamento, que respondia por quatro vezes a geração de caixa em 2012, cresceu para oito vezes. Além disso, as exportações para os Estados Unidos, seu maior mercado fora do Brasil, diminuíram 28% no primeiro trimestre, porque a concorrência tem vendido produtos de melhor qualidade pelo mesmo preço, segundo executivos do setor. Procurados, os executivos da Taurus não deram entrevista.
Com poucos recursos disponíveis, a companhia deixou de investir em modernização. Profissionais do setor dizem que a linha de produção é antiga e pouco eficiente e que a quantidade de produtos que eram fabricados até o fim do ano passado, cerca de 5 000, era excessiva. Nem todos davam lucro e era impossível fazer testes de qualidade cuidadosos. A Taurus começou a fazer mudanças em 2013. Está implementando um novo sistema de produção para tentar minimizar falhas e, em março, reduziu o número de produtos fabricados para 800 - o objetivo é chegar a 400 até dezembro. Mas os investidores ainda não se convenceram do plano: neste ano, as ações caíram 64%, a maior baixa da Bovespa. Mesmo que as mudanças deem certo, há outro risco para os investidores: a disputa entre Estima e os acionistas minoritários - o principal deles é a Previ, fundo de pensão do Banco do Brasil - para conseguir maioria no conselho de administração e, assim, mandar na empresa. No início de 2013, Estima propôs fazer uma oferta de ações para captar recursos e reduzir o endividamento da companhia. Os minoritários, que tinham maioria no conselho. vetaram. Para eles. ainda que tenha prejuizo, a empresa consegue renegociar as dividas e amortiza-las com a geração de caixa. Em seguida, Fernando Estima, sobrinho de Luis Fernando e conselheiro da Taurus, pediu para sair do cargo, o que dissolveu o conselho e obrigou a empresa a convocar uma nova eleição de conselheiros. Antes da eleição, Estima negociou a entrada da Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC), maior fabricante de munição do país, no capital da empresa: vendeu parte de suas ações à CBC, que comprou outras no mercado até ficar com 15% de participação. Assim, Estima, CBC e outros acionistas passaram a ter maioria no conselho. De acordo com investidores, o objetivo da nova oferta de ações é permitir que a CBC compre mais papéis e que as duas empresas caminhem para uma associação (a CBC não deu entrevista).
Numa reunião de conselho em 27 de junho, Estima conseguiu outra vitória: não ser questionado sobre a venda da subsidiária de máquinas e ferramentas da Taurus, feita em 2012. Uma consultoria contratada pelo conselho anterior apontou irregularidades na venda da subsidiária para a metalúrgica SüdMetal, do empresário Renato Conill, que foi lobista da Taurus junto ao governo na votação do estatuto do desarmamento, em 2003. O atual conselho decidiu que o parecer precisa ser analisado por uma nova empresa. “Essa disputa está tirando o foco do que importa, que é investir para melhorar a qualidade”. diz André Gordon, sócio da gestora GTI, que investe na Taurus.
Em tese, a sociedade entre Taurus e CBC, que tem o monopólio da fabricação de munição no país, é ótima para as empresas. Juntas, elas têm mais força para competir com companhias estrangeiras, como a austríaca Glock e a checa CZ, que planejam instalar fábricas aqui (a lei brasileira passou a permitir isso em 2012). Ainda assim, os minoritários estão torcendo contra: esperam que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica vete a união, porque assim voltaríam a ter ingerência na gestão da Taurus. Os investidores fizeram duas reclamações na Comissão de Valores lVIobiliários (CVM), que, até o fechamento desta reportagem, não havia aberto processo para investigar o caso. A Taurus afirmou, por e-mail, que o problema das armas com defeito já foi resolvido. Já a PM de São Paulo disse, também por e-mail, que “há relatos, relatórios e laudos de armas que, após a correção efetuada, ainda apresentaram problemas de disparos acidentais”. É um problemão - mas apenas um dos que a Taurus precisa resolver.
Fundada em 1939 em Porto Alegre, a Taurus começou como uma fábrica de ferramentas. Depois da Segunda Guerra Mundial, passou a produzir revólveres e, no inicio da década de 70, foi vendida para a americana Smith & Wesson. Mas os americanos não gostaram do negócio e, em 1977, decidiram revendê-lo para três diretores brasileiros - Luis Fernando Estima, Carlos Murgel e Hebert Haupt. Estima é o único que continua até hoje: detém o maior número de ações com direito a voto, 35% do total. A companhia cresceu por 20 anos, ajudada pelas restrições à importação e à instalação de fábricas de concorrentes estrangeiros no país. Mas, a partir de 1995, com o aumento da fiscalização na venda de armamentos e a proibição da propaganda, as vendas começaram a cair. A Taurus, então, resolveu diversificar. Passou a fabricar máquinas industriais, ferramentas, contêineres, capacetes para motociclistas e coletes à prova de bala. Investiu 100 milhões de reais nisso, um terço de seu faturamento na época, mas só as linhas de capacetes e de coletes deram certo. Também pesou no caixa da empresa a compra das ações dos dois sócios de Estima, que morreram. O melhor resultado da Taurus foi em 2010, quando lucrou 70 milhões de reais. Depois disso, os números pioraram. Nos últimos dois anos, fechou no vermelho - em 2013, o prejuízo foi de 80 milhões de reais - e o endividamento, que respondia por quatro vezes a geração de caixa em 2012, cresceu para oito vezes. Além disso, as exportações para os Estados Unidos, seu maior mercado fora do Brasil, diminuíram 28% no primeiro trimestre, porque a concorrência tem vendido produtos de melhor qualidade pelo mesmo preço, segundo executivos do setor. Procurados, os executivos da Taurus não deram entrevista.
Com poucos recursos disponíveis, a companhia deixou de investir em modernização. Profissionais do setor dizem que a linha de produção é antiga e pouco eficiente e que a quantidade de produtos que eram fabricados até o fim do ano passado, cerca de 5 000, era excessiva. Nem todos davam lucro e era impossível fazer testes de qualidade cuidadosos. A Taurus começou a fazer mudanças em 2013. Está implementando um novo sistema de produção para tentar minimizar falhas e, em março, reduziu o número de produtos fabricados para 800 - o objetivo é chegar a 400 até dezembro. Mas os investidores ainda não se convenceram do plano: neste ano, as ações caíram 64%, a maior baixa da Bovespa. Mesmo que as mudanças deem certo, há outro risco para os investidores: a disputa entre Estima e os acionistas minoritários - o principal deles é a Previ, fundo de pensão do Banco do Brasil - para conseguir maioria no conselho de administração e, assim, mandar na empresa. No início de 2013, Estima propôs fazer uma oferta de ações para captar recursos e reduzir o endividamento da companhia. Os minoritários, que tinham maioria no conselho. vetaram. Para eles. ainda que tenha prejuizo, a empresa consegue renegociar as dividas e amortiza-las com a geração de caixa. Em seguida, Fernando Estima, sobrinho de Luis Fernando e conselheiro da Taurus, pediu para sair do cargo, o que dissolveu o conselho e obrigou a empresa a convocar uma nova eleição de conselheiros. Antes da eleição, Estima negociou a entrada da Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC), maior fabricante de munição do país, no capital da empresa: vendeu parte de suas ações à CBC, que comprou outras no mercado até ficar com 15% de participação. Assim, Estima, CBC e outros acionistas passaram a ter maioria no conselho. De acordo com investidores, o objetivo da nova oferta de ações é permitir que a CBC compre mais papéis e que as duas empresas caminhem para uma associação (a CBC não deu entrevista).
Numa reunião de conselho em 27 de junho, Estima conseguiu outra vitória: não ser questionado sobre a venda da subsidiária de máquinas e ferramentas da Taurus, feita em 2012. Uma consultoria contratada pelo conselho anterior apontou irregularidades na venda da subsidiária para a metalúrgica SüdMetal, do empresário Renato Conill, que foi lobista da Taurus junto ao governo na votação do estatuto do desarmamento, em 2003. O atual conselho decidiu que o parecer precisa ser analisado por uma nova empresa. “Essa disputa está tirando o foco do que importa, que é investir para melhorar a qualidade”. diz André Gordon, sócio da gestora GTI, que investe na Taurus.
Em tese, a sociedade entre Taurus e CBC, que tem o monopólio da fabricação de munição no país, é ótima para as empresas. Juntas, elas têm mais força para competir com companhias estrangeiras, como a austríaca Glock e a checa CZ, que planejam instalar fábricas aqui (a lei brasileira passou a permitir isso em 2012). Ainda assim, os minoritários estão torcendo contra: esperam que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica vete a união, porque assim voltaríam a ter ingerência na gestão da Taurus. Os investidores fizeram duas reclamações na Comissão de Valores lVIobiliários (CVM), que, até o fechamento desta reportagem, não havia aberto processo para investigar o caso. A Taurus afirmou, por e-mail, que o problema das armas com defeito já foi resolvido. Já a PM de São Paulo disse, também por e-mail, que “há relatos, relatórios e laudos de armas que, após a correção efetuada, ainda apresentaram problemas de disparos acidentais”. É um problemão - mas apenas um dos que a Taurus precisa resolver.
Populismo Explosivo
O presidente do Uruguai, José Mujica, acolherá presos de Guantánamo com histórico de atos terroristas. Ele põe em risco a população de seu pais e também a do Brasil
A dois anos de terminar o seu segundo mandato, Barack Obama se esforça para cumprir uma promessa que fez antes de tomar posse em janeiro de 2009: fechar Guantánamo, a prisão instalada em uma base militar de mesmo nome na ilha de Cuba. O presidente uruguaio, José Mujica, aceitou ajudar. Consultado pelo governo americano sobre a possibilidade de abrigar alguns presos, Mujica não titubeou. Disse que garantiria liberdade plena aos acusados de terrorismo. "Nós não somos os carcereiros do governo dos Estados Unidos", gabou-se o uruguaio, avisando que os seis ex-detentos que desembarcarão em Montevidéu em agosto não serão monitorados pelas autoridades. A seleção dos candidatos ao asilo, segundo um documento obtido por VEJA, se deu entre o fim de 2013 e o início deste ano. Os seis beneficiários foram escolhidos entre 78 nomes, cuja transferência já foi autorizada. Outros 71 presos ainda não podem sair da prisão. No documento, os advogados dos presos pedem celeridade no processo.
O quadro na página ao lado apresenta os seis beneficiários da medida inédita, já que todos aqueles que foram soltos até agora eram repatriados para seu pais de origem. O histórico de cada um consta nos registros oficiais. Segundo a descrição dos militares, todos eles possuíam vínculos com a Al Qaeda, então chefiada por Osama bin Laden, morto em maio de 2011, no Paquistão. Os seis foram treinados em campos de formação de jihadistas, onde aprenderam técnicas de combate e realização de atentados suicidas, e pelo menos dois deles lutaram ao lado dos talibãs. O palestino Mohammed Tahamatan é o único entre eles que não é classificado como de alto risco. Mesmo sendo identificado como de média periculosidade, Tahamatan traz no currículo vínculos com o Hamas, grupo extremista que controla a Faixa de Gaza. Quando foi preso no Paquistão, em 2002, ele estava em uma casa fortificada onde eram fabricados explosivos.
O presidente uruguaio diz que a sua atitude foi tomada por razões humanitárias. Mas o discurso inocente de Mujica não apaga as implicações de sua decisão. Na região, os extremistas encontrarão um terreno fértil para voltar à ativa. No Uruguai e na Argentina, alguns membros da imensa comunidade muçulmana flertam com o extremismo. A brasileira Foz do Iguaçu e a vizinha Ciudad del Este, do lado paraguaio, são reconhecidas por abrigar células de arrecadação de fundos para organizações sunitas e xiitas que se matam em conflitos sectários pelo mundo. Nos anos 90, Khalid Sheikh Mohammed, que viria a ser o braço-direito de Bin Laden e um dos arquitetos dos atentados do 11 de Setembro, foi recebido com honras pela comunidade local. “O Uruguai não vai vigiá-los, e nossas fronteiras são abertas. É grande a possibilidade de que eles ganhem todo o suporte necessário para voltar a atuar, seja na região, seja em zonas de conflito, como na Síria e no Iraque”, diz um policial da divisão antiterror da Policia Federal. O primeiro a ajudar é Mujica, que, apesar de ninguém acreditar, jura que não negociou nada em troca dessa bomba-relógio.
PORTAL BVNEWS (RR)
Base Aérea realiza solenidade alusiva ao 141º aniversário de Santos-Dumont
Durante o evento será entregue a medalha “Mérito Santos-Dumont”, criada em 1956
A Base Aérea de Boa Vista realizará nesta segunda-feira (21), às 10 horas, a Solenidade Militar Alusiva ao 141° Aniversário de Nascimento do Pai da Aviação e do Patrono da Aeronáutica Brasileira, marechal do ar Alberto Santos-Dumont.
Durante o evento será entregue a medalha “Mérito Santos-Dumont”, criada em 1956. Ela tem por objetivo premiar personalidades militares e civis, brasileiros ou estrangeiros, que tenham prestado destacados serviços à Aeronáutica Brasileira, seja por suas qualidades ou valores.
Este ano será entregue um total de cinco medalhas, quatro para militares da Força Aérea Brasileira e uma para um militar do Exército Brasileiro.
ALBERTO SANTOS-DUMONT
Tendo dedicado sua vida à aviação, Santos-Dumont foi o primeiro aeronauta a alcançar, definitivamente, a dirigibilidade dos balões e a voar num aparelho mais pesado que o ar com propulsão própria.
Santos-Dumont era um rapaz provinciano, de estatura baixa e corpo franzino quando chegou a Paris, em 1892, prestes a iniciar seus estudos. Nove anos depois, transformou-se em modelo para os franceses, ganhou diversos prêmios, ultrapassou barreiras e limites impostos aos estrangeiros e construiu, na fantasia popular, a imagem de "Super-Homem".
De comportamento inquieto e espírito obstinado, nunca desistiu de realizar seus projetos. Dos acidentes que sofreu, nenhum abalou sua determinação em conquistar os ares, vontade essa que se consolidou com o vôo do 14 Bis e a conquista da Taça Archdeacon.
Influenciado por vários precursores, Santos-Dumont também influenciou os construtores que despontaram a partir de 1906, atraindo, ainda, a atenção do Exército para as possíveis aplicações dos artefatos aéreos.
Seus anseios e sonhos, seus hábitos e superstições formaram uma personalidade muito singular, que acabou por conduzir o rumo da sua própria vida. No ano de 1910, Santos-Dumont encerrou sua carreira na aviação com o "Demoiselle", abrindo espaço para outros aviadores e construtores.
Já afastado da atividade aérea, presenciou a Primeira Guerra Mundial e decidiu retornar ao Brasil em 1915, onde passou os últimos anos de sua vida. Alberto Santos-Dumont é considerado o Pai da Aviação. A Lei 3636, de 22 de setembro de 1959, concedeu-lhe o posto honorífico de Marechal-do-Ar.
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