NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 06/04/2014
Lançada publicação com dados sobre o tráfego aéreo no Brasil ...
Iniciativa do Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea, a compilação apresenta em mais de 130 páginas o cenário da aviação no País em 2013 ...
Com a intenção de registrar dados sobre o tráfego aéreo no Brasil, o Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), unidade subordinada ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), lança o Anuário Estatístico de Tráfego Aéreo 2013, com indicadores quantitativos dos movimentos aéreos nos aeródromos, assim como nas áreas de controle de tráfego de responsabilidade do sistema aéreo nacional ...
Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.
Acordos bilaterais
O Brasil ainda assinou na quinta-feira dois acordos com a Suécia considerados "indispensáveis" pelo governo na condução das negociações, segundo a FAB. O primeiro permite que, além da negociação dos caças, os dois países possam fazer outros acordos na área militar, e o segundo asseguraria a proteção de informações sigilosas trocadas não só no processo da compra dos Gripen, como de quaisquer outras iniciativas firmadas entre os dois lados.
Em Prudente
Exceção
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Militares ocupam 15 comunidades do conjunto de favelas da Maré, no Rio
Operação é coordenada pelo Comando Militar do Leste, no Rio de Janeiro. Região é uma das mais violentas e fica próxima ao aeroporto Tom Jobim.
Os 2,7 mil militares já ocupam 15 comunidades do Conjunto de Favelas da Maré, na Zona Norte do Rio de Janeiro. A região, uma das violentas da cidade, é considerada estratégica. Ela fica entre as linhas Vermelha e Amarela, a Avenida Brasil e o Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim.
Era madrugada quando as primeiras equipes de militares chegaram aos acessos do Conjunto de Favelas da Maré. Pouco depois das 6h da manhã do sábado (5), as tropas estavam nas ruas das comunidades.
A operação, coordenada pelo Comando Militar do Leste, conta com 2.050 homens da Brigada de Infantaria Paraquedista do Exército, 450 homens da Marinha, 200 policiais da Polícia Militar e uma equipe da Polícia Civil. Eles substituem policiais militares que ocupavam a região desde a semana passada.
As revistas, que começaram ainda de madrugada, seguiram durante toda a manhã. Qualquer veículo que entrasse ou saísse da comunidade era inspecionado. Helicópteros das Forças Armadas e da Polícia Militar reforçaram o patrulhamento pelo alto.
Um promotor da Justiça Militar também acompanha a operação para evitar falhas na atuação dos militares. “As versões sempre são conflitantes. Só tendo contato com a realidade e acompanhando de perto aqui, como nós estamos fazendo, para que nós pudermos enxergar realmente onde está a verdade e com isso promover a justiça”, afirma Jorge Melgaço, promotor da Justiça Militar.
No fim da manhã, o ministro da Defesa, embaixador Celso Amorim, assinou no Comando Militar do Leste o acordo para utilização das forças de pacificação na Maré. "Esse acordo, prevendo a presença até o dia 31 de julho. Esperamos que até lá a UPP tenha condições de estar instalada. Estaremos dando esse apoio. Eu queria sublinhar que isso está ocorrendo concomitantemente com a preparação para a total tranquilidade", diz.
Os moradores do conjunto de favelas, que por tantos anos esteve sob o domínio do tráfico, esperam dias melhores.
Famílias pedem doações para auxiliar na busca de avião desaparecido no PA
Elas arrecadam alimentos e equipamentos de salvamento na mata. Cerca de 300 voluntários devem entrar na floresta em busca do bimotor.
Os familiares das três técnicas de enfermagem que estavam no bimotor Beechcraf Baron desaparecido no dia 18 de março, quando seguia de Itaituba para Jacareacanga, oeste do Pará, pedem doações em dinheiro, alimentos, botas, facões e material para auxiliar nas buscas que serão feitas por voluntários na floresta amazônica.
A mobilização para arrecadação iniciou na sexta-feira (3), após a aeronave de resgate ter sido dispensada pela Força Aérea Brasileira (FAB). Mesmo com o retorno do helicóptero Black Hawk a Jacareacanga na sexta-feira (4), os familiares das vítimas, que residem em Santarém, garantem que a coleta de mantimentos e equipamentos permanece. "São cerca de 300 voluntários que vão entrar na mata lá nas redondezas de Jacareacanga. Eles precisam de alimentos, precisam estar equipados para entrar, porque é perigoso", explica o tio de uma das passageiras, Rubélio Santos.
Além das técnicas de enfermagem Rayline Sabrina Brito Campos, Luciney Aguiar de Sousa e Raimunda Lúcia da Silva Costa, também estavam a bordo o motorista Ari Lima e o piloto Luiz Feltrin.
A professora Cláudia Aguiar, irmã de Luciney, contou ao G1 que o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) enviou um ofício de solicitação de apoio às buscas para as famílias das três técnicas de enfermagem. O documento descreve o que deve ser arrecadado para que os voluntários entrem na mata. A lista pede que sejam enviados a Jacareacanga alimentos como feijão, café, açúcar, arroz, farinha, enlatados, e equipamentos como botas de tamanho 39 a 42, facões grandes para cortar a mata, fogos de artifício, lanternas e velas. Algumas famílias também estão arrecadando dinheiro para comprar os mantimentos.
Em Santarém, foram definidos três pontos de coleta: Avenida Professor Carvalho, número 470; farmácia Primavera da Avenida Mendonça Furtado, esquina com Travessa 7 de setembro e Avenida Presidente Vargas, 2236.
Quem tiver interesse em doar, deve entrar em contato com os familiares de Rayline Campos pelo celular (93) 9123-1821, e de Luciney de Aguiar através do (93) 9140-2023. Os familiares da técnica de enfermagem Raimunda Costa estão fazendo arrecadações em lojas do centro comercial de Santarém.
Segundo a irmã de Luciney, todo material arrecadado será enviado no final do dia para Jacareacanga, município onde estão os voluntaries.
Governo federal e RJ oficializam acordo de cooperação na Maré
Ministro da Defesa e governador do RJ assinaram o termo de compromisso. Governo do estado prometeu investir em projetos na área da educação.
O acordo entre os Governos do Estado e Federal para a utilização das forças de pacificação na Maré, foi firmado na tarde deste sábado (5), no Comando Militar do Leste, horas depois do início da ocupação pelas tropas militares, como mostrou o RJTV.
O ministro da Defesa, Celso Amorim, e o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, assinaram o termo de compromisso. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo e os comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica também estavam presentes. Depois da cerimônia, as autoridades falaram sobre a ocupação. O governo do estado prometeu investir em projetos na área da educação no Conjunto de Favelas da maré.
O Ministro da Justiça elogiou a ação dos militares, que tomaram conta das quinze comunidades da Maré, em poucos minutos, sem confrontos. “Eu quero agradecer em nome do Governo Federal o empenho, a dedicação, a competência no cumprimento da lei pelas Forças Armadas. Seu papel tem sido indispensável e tenho certeza, agora no Complexo da Maré mais uma vez, a competência e a dedicação será comprovada”, disse Cardozo.
Durante a entrevista coletiva o ministro da defesa, Celso Amorim, foi bem claro, a ajuda que o Governo Federal está dando com a utilização das forças de pacificação na Maré vai servir para que a Secretaria de Segurança do Rio se prepare com tranquilidade para a Copa do Mundo.
Enchente leva Governo a decretar calamidade
Brasília (AE) - O governador de Rondônia, Confúcio Aires Moura (PMDB), decretou estado de calamidade pública devido à cheia do Rio Madeira que atinge a capital, Porto Velho, e pelo menos outros seis municípios no norte do Estado. O decreto, publicado nesta sexta-feira, autoriza o governo a contratar serviços emergenciais com dispensa de licitação e convocar voluntários para frentes de trabalho nos cenários de desastres. O nível do Rio Madeira estava em 19,58 em Porto Velho - a prefeitura da capital já havia decretado estado de calamidade pública em março.
De acordo com novos números da Defesa Civil, 25 mil pessoas foram atingidas pela cheia no Estado. Pelo menos cinco mil estão desalojadas ou desabrigadas. O governo federal já liberou R$ 1,7 milhão para restabelecer serviços essenciais, como abastecimento de água e energia. Várias rodovias da região estão interditadas ou com trânsito precário. A BR-364, única ligação com o Estado do Acre, está encoberta pelas águas. A forte correnteza dificulta a navegação das balsas, que se converteram no principal meio de transporte.
Homens da Força Nacional de Segurança devem permanecer mais 60 dias em ações de defesa civil e segurança nas áreas atingidas pela cheia do Madeira. O novo prazo foi estabelecido em portaria do Ministério da Justiça, publicada na edição desta sexta-feira do Diário Oficial da União. As tropas ajudam no controle e segurança das rodovias e no resgate e transferência de famílias que estão ilhadas. Por causa das inundações, surgem casos de leptospirose, dengue e acidentes com cobras. Dois casos suspeitos de cólera ainda aguardam confirmação.
Os ministérios da Pesca e Aquicultura e do Meio Ambiente decidiram prorrogar, excepcionalmente, por 30 dias, a contar desde 16 de março de 2014, o período de defeso no Estado do Acre e nos municípios de Porto Velho, Nova Mamoré, Rolim de Moura e Guajará-Mirim no Estado de Rondônia, abrangidos pelas bacias hidrográficas dos rios federais Madeira, Guaporé e Mamoré. A decisão foi tomada levando em consideração as cheias que atingem a região. O defeso, explica a instrução normativa interministerial divulgada hoje, é a paralisação temporária da pesca para a preservação da espécie, tendo como motivação a reprodução e/ou recrutamento, bem como paralisações causadas por fenômenos naturais ou acidentes.
A cheia nos rios amazônicos mantém interditadas as principais ligações rodoviárias entre os Estados de Rondônia, Amazonas e Acre. O tráfego na BR-364, principal ligação entre Porto Velho e Rio Branco, capital acreana, continua interrompido. A rodovia está coberta pelas águas do Rio Madeira que, no trecho alagado, registrava nesta quinta-feira nível de 19,61 metros. Carretas e caminhões estão sendo transportados de balsa em direção à capital. Aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) são empregados para transportar remédios e alimentos perecíveis. O governo do Acre recorreu ao combustível comprado no Peru para evitar o desabastecimento.
NÚMEROS
19,5 era o nível do Rio Madeira na sexta-feira, dia 4.
25 mil pessoas foram atingidas pelas cheias em Rondônia.
Os ministérios da Pesca e Aquicultura e do Meio Ambiente decidiram prorrogar, excepcionalmente, por 30 dias, a contar desde 16 de março de 2014, o período de defeso no Estado do Acre e nos municípios de Porto Velho, Nova Mamoré, Rolim de Moura e Guajará-Mirim no Estado de Rondônia, abrangidos pelas bacias hidrográficas dos rios federais Madeira, Guaporé e Mamoré. A decisão foi tomada levando em consideração as cheias que atingem a região. O defeso, explica a instrução normativa interministerial divulgada hoje, é a paralisação temporária da pesca para a preservação da espécie, tendo como motivação a reprodução e/ou recrutamento, bem como paralisações causadas por fenômenos naturais ou acidentes.
A cheia nos rios amazônicos mantém interditadas as principais ligações rodoviárias entre os Estados de Rondônia, Amazonas e Acre. O tráfego na BR-364, principal ligação entre Porto Velho e Rio Branco, capital acreana, continua interrompido. A rodovia está coberta pelas águas do Rio Madeira que, no trecho alagado, registrava nesta quinta-feira nível de 19,61 metros. Carretas e caminhões estão sendo transportados de balsa em direção à capital. Aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) são empregados para transportar remédios e alimentos perecíveis. O governo do Acre recorreu ao combustível comprado no Peru para evitar o desabastecimento.
NÚMEROS
19,5 era o nível do Rio Madeira na sexta-feira, dia 4.
25 mil pessoas foram atingidas pelas cheias em Rondônia.
Suécia vai emprestar 10 caças Gripen para a Força Aérea
Versão moderna dos 36 caças que o Brasil vai comprar da Saab, por US$ 4,5 bilhões, só começam a chegar a partir de 2018
São José dos Campos
A Suécia deve emprestar ao Brasil dez caças Gripen modelo C/D até que as primeiras unidades da versão mais nova do avião comecem a ser entregues pela Saab, fabricante da aeronave, para a FAB (Força Aérea Brasileira). As tratativas relativas ao empréstimo estão em estágio avançado e envolvem não somente o envio dos aviões ao Brasil, mas também o treinamento de pilotos e de equipes de solo, além de apoio logístico.
O assunto foi objeto de conversas realizadas ontem entre o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, e oficiais do alto comando da Força Aérea da Suécia.A informação foi divulgada ontem pelo Ministério da Defesa. O Brigadeiro Saito integra a comitiva brasileira chefiada pelo ministro da Defesa, Celso Amorim, que realiza visita oficial à Suécia.
Amorim assinou ontem com a ministra da Defesa do país escandinavo acordo-quadro de cooperação que dá seguimento às negociações para a produção conjunta no Brasil e aquisição da versão mais moderna do Gripen, a New Generation (NG). Na comitiva brasileira está também o presidente da Embraer Defesa e Segurança, Jackson Schneider. A versão moderna dos 36 Gripen, o NG, que o Brasil vai comprar da Saab, por US$ 4,5 bilhões, somente começarão a ser entregues a partir de 2018.
Empréstimo. Segundo o Ministério da Defesa, o comandante Saito informou que os detalhes do empréstimo deverão ser finalizados até maio deste ano. A ideia inicial é a de que o Brasil arcará somente com os chamados custos operacionais das aeronaves. Até o momento, a expectativa é a de que os seis primeiros Gripen C/D cheguem ao Brasil no primeiro trimestre de 2016, podendo, portanto, ser utilizados, por exemplo, para a proteção do espaço aéreo brasileiro durante as Olimpíadas, no Rio de Janeiro. O segundo lote, de quatro aeronaves, deverá ser incorporado à FAB no primeiro trimestre de 2017. O empréstimo dos dez aviões está sendo observado pelos governos do Brasil e da Suécia como uma solução temporária, de transição, cujo objetivo é auxiliar o país a fortalecer sua defesa aérea até a chegada dos primeiros Gripen NG que equiparão, em caráter definitivo, a Aeronáutica. Atualmente, a defesa do espaço aéreo brasileiro está sendo realizada por caças F5 modernizados pela Embraer. A comitiva brasileira também tratou da transferência de tecnologia, que tem a Embraer como principal receptor.
Aeronáutica prepara treinamento
O comandante da Aeronáutica, Brigadeiro Juniti Saito, relatou que o empréstimo dos Gripen modelo C/D trará outros benefícios para a FAB (Força Aérea Brasileira), que poderá antecipar, por exemplo, o treinamento de pilotos e equipes técnicas de solo e de apoio, familiarizando-os com um equipamento que, embora mais antigo, guarda várias similaridades com sua versão mais nova do modelo.
De acordo com o Ministério da Defesa, no decorrer das tratativas acerca dos novos caças, foi definido que dois pilotos da Aeronáutica serão enviados em maio próximo para a Suécia a fim de iniciar o processo de adaptação e conhecimento das características operacionais da aeronave. A formação dos demais pilotos e do corpo técnico que irão operar os caças deverá ser iniciada, entretanto, somente em 2015, após a assinatura do contrato de aquisição dos novos caças Gripen NG.
PA: família de piloto diz que vai pagar do próprio bolso buscas por avião desaparecido
Aeronáutica procurou bimotor que teria caído na mata durante 17 dias, mas abortou missão
Após a FAB (Força Aérea Brasileira) deixar de procurar pelo avião desaparecido na mata no Pará, as famílias dos cinco ocupantes garantem que vão pagar e organizar os trabalhos de busca por conta própria. A Aeronáutica sobrevoou por 17 dias a região onde o bimotor teria caído, mas, sem sucesso, abortou a missão.
A filha do piloto Luiz Feltrin disse ao R7 que dois aviões da empresa de táxi-aéreo da família fazem sobrevoos na região. Segundo Jéssica Feltrin, a FAB alegou que já havia estourado o orçamento disponível para as buscas.
— Os oficiais da Força Aérea deram o melhor de si, com certeza. Mas, infelizmente, no nosso País as ordens vêm de cima. Não foi decisão deles. A FAB alega que o orçamento já foi além do programado e que eles não poderiam continuar por esse motivo.
Ela ainda conta que após receber a informação de que a Aeronáutica não participaria mais da tentativa de localizar a aeronave, a sensação foi de “tristeza e desespero”.
— O sentimento que fica não é em relação à FAB, é em relação ao País não ter orçamento para continuar procurando cinco pessoas perdidas na mata. A gente tem uma empresa de táxi-aéreo e paga muita tarifa aeroportuária, para a Anac [Agência Nacional de Aviação Civil], de horas de voo, e na hora que a gente precisa, não tem retorno disso. O sentimento é de impotência.
A aeronave, um bimotor Beechcraft Baron, deixou a cidade de Itaituba com destino a Jacareacanga no dia 18 de março. Além do piloto, estavam a bordo: o motorista Ari Lima; e as técnicas de enfermagem Luciney Aguiar de Sousa, Raimunda Lúcia da Silva e Rayline Sabrina Brito Campos. Essa última chegou a enviar mensagens de texto ao tio informando sobre uma forte tempestade e também que um dos motores do avião tinha falhado.
Jéssica conta que o bimotor nunca teve qualquer problema e diz acreditar que o pai fez tudo o que foi possível. Enquanto as buscas continuarem, ela diz que não vai perder as esperanças.
— Aqui já tivemos muitos outros acidentes parecidos aqui na região em que as pessoas sobreviveram até 60 dias na mata. Então, tudo é possível. Por isso que a gente não desiste. Nós vamos até que a gente encontre ou até que se esgotem as nossas possibilidades financeiras.
Outro lado
Em nota, a FAB nega que as buscas tenham sido paralisadas por questões orçamentárias. A Força Aérea ainda diz que “na operação de busca em questão, toda a área foi coberta diversas vezes, com diferentes padrões de busca e por diferentes aeronaves [aviões e helicóptero], gerando uma redundância que chega a um total aproximado de nove vezes o tamanho da área”. Segundo a Aeronáutica, um helicóptero Black Hawk retornou à região na sexta-feira (4) para averiguar pontualmente novas informações.
Ozires Silva – uma história de amor com a educação e com o Brasil
“Por que o Brasil não fabrica aviões?”, com esta pergunta, Ozires Silva e seu amigo de infância, Zico, Benedicto Cesar, questionavam o desenvolvimento do Brasil através da aviação, principalmente nas suas longas convivências com o Aeroclube de Bauru, no interior de São Paulo. Dois jovens brasileiros que já sonhavam com as asas da aviação, e do próprio desenvolvimento industrial do Brasil.
Ozires Silva é uma pessoa ímpar, seja pela sua história de vida profissional, como também uma pessoa singular, um ser humano diferente dos demais, principalmente em se preocupar ao máximo com a educação do próximo.
Eu sempre falo que “graças a DEUS”, tive a honra e o prazer de conhecer Ozires Silva, e trabalhar diretamente com o mesmo durante quase três anos, que para mim parecem vinte anos. Muito conhecimento, e fundamentalmente, o compartilhamento e a troca de conhecimento são marcas em Ozires Silva. Sua identidade se confunde, e se integra, com a história da inovação e do conhecimento no Brasil, principalmente pela criação e desenvolvimento da Embraer, hoje uma companhia queridinha do Brasil e do mundo.
Seu nome é reconhecido no mundo inteiro, principalmente nas grandes universidades, empresas de alta tecnologia, governos das grandes potências, e nos maiores círculos da ciência moderna, inclusive os mesmos que indicam os grandes nomes para o Prêmio Nobel. Lembro uma situação que passei uma vez, quando ministrava aula na Columbia University em Nova York, e fui interpelado por um aluno que gostaria de ouvir um pouco sobre a vida de Ozires Silva. Além de contar um pouco, eu só tive uma palavra para representar Ozires Silva e sua vida, amor. Amor pelo que faz, amor pelo conhecimento, amor pela família, amor pelo Brasil.
Mas uma coisa é fundamental na história de vida de Ozires Silva, sua simplicidade e preocupação com o desenvolvimento da educação. Hoje como Reitor da Unimonte na cidade de Santos, Ozires não deixa de lado sua preocupação em construir uma sociedade através da agenda mais importante para a vida humana, a educação.
Com tantos indicadores negativos e atrasados que o Brasil ainda insiste em ter, o exemplo de Ozires Silva sempre precisa ser lembrado e aplicado. Precisamos ter persistência e rigor com o tema educação, em todos os níveis. Lembro uma vez que Ozires Silva me falou, “Fábio, pense a cadeia toda, o ser humano e o conhecimento têm capacidades para o todo, não para uma parte só”. Quando penso nisso, me lembro que muitos setores no Brasil só ficam em uma parte, e não na cadeia toda produtiva, e por uma simples razão, falta de conhecimento, ou pelo menos da capacidade de aplicar educação para formar este conhecimento. Quer um exemplo, veja o setor do café e de outras commodities.
Ozires Silva, com seus 83 anos bem vividos para a inovação, competitividade, educação e família, representa um Brasil que todos queremos. De um jovem pobre e carente, que através da educação conseguiu construir um futuro melhor para si, e para o próprio Brasil. Como diria um grande dirigente internacional, “se tivéssemos mais Ozires Silva, o mundo seria menos complicado”.
Junto com a sua esposa, Therezinha Bueno Silva, que faleceu recentemente, mas que em todos os momentos foi seu porto seguro e sua alma gêmea, Ozires Silva sempre pensou que a educação é realmente a única agenda que pode transformar este país. É óbvio que educação é uma agenda chata para muitos políticos, mas a sociedade não pode depender dos políticos “chatos”. Devemos insistir, devemos buscar, e principalmente, transformar.
O Blog EXAME Brasil no Mundo conversou com Ozires Silva.
Hoje Ozires Silva vive entre São Paulo, Santos e São José dos Campos. Mas eu costumo falar, que Ozires Silva vive entre a educação e o mundo.
Brasil no Mundo: O senhor tem uma história de vida, que muito se integra com a história da inovação, e da própria educação no Brasil. O que fez diferença na sua vida para que tudo acontecesse?
Ozires Silva: Costumo dizer que uma pessoa sábia somente pode nascer numa sociedade sábia, pois, como sabemos, todas as pessoas são produtos do seu meio, da sua cidade, dos seus amigos, ou, em resumo, de tudo que as cercam. Nasci no interior do Estado de S. Paulo, Bauru, quando a cidade era possivelmente o maior centro de aviação do interior do Brasil. Lá é que foi despertada minha vocação para mexer com aviões. Se não fosse essa circunstância, jamais minha vida teria ocorrido da forma que aconteceu. A história é um pouco longa (e está contada no meu livro A DECOLAGEM DE UM SONHO, publicado em sua 1ª Edição em 1998). Lá no Aeroclube da cidade, aonde tudo de aviação se concentrava, havia um suíço, foragido da II Guerra Mundial, antigo produtor de aviões no seu país, que, mostrava para a molecada (eu entre eles) o fascinante trabalho de criar e fabricar aviões. Isso mudou minha vida, “descobrindo” que se podia não somente pilotar aviões, mas também fabricá-los! Do mesmo modo mudou minha vida a bolsa de estudos que ganhei da FAB para me formar como Engenheiro Aeronáutico pelo ITA – Instituto Tecnológico de Aeronáutica. Em resumo, entre outras, essas foram as diferenças que mais contribuíram para que tudo acontecesse, como perguntou!
Brasil no Mundo: Para a Embraer acontecer, quais eram os grandes desafios? E como o senhor e sua equipe superaram tudo?
Ozires Silva: Sem dúvida, a Educação produz todas as diferenças e materializa as transformações nas pessoas, regiões e países. Os desafios que tínhamos eram claros. Queríamos fabricar aviões! Ótimo, boa ideia, mas, o que fazer? Vários professores no nosso Ginásio do Estado de Bauru sempre insistiam no valor da educação para produzir mudanças. Foi aí que demos os primeiros passos para entender o que seria a competição num mundo crescentemente competente. Buscamos diretamente ganhar competência cultural e técnica, passo inicial importante. Quando essa fase foi vencida percebemos que seria necessário criar tipos de aviões que nos dessem chance de vencer no mercado competitivo mundial! Assim, chegamos aos meados da década dos 1960, mais de 50 anos após o voo expressivo do grande sábio pioneiro Alberto Santos Dumont que, para fazer seu voo, em 1906, teve de se deslocar para Paris (reforçando a tese de que a sociedade precisa ser sábia). Para o Brasil poder entrar nesse mercado competitivo precisávamos de um tipo de produto que nos desse uma diferença competitiva, que nos colocasse distante dos concorrentes mundiais, na época já bem fortes e dominadores no mercado aeronáutico mundial. Assim, precisávamos de algo diferenciado. Tivemos sorte identificando que os motores a jato, recém criados e aplicados nos aviões de transporte nos meados da década dos 1950, estavam determinando a produção de produtos mais caros, maiores, mais velozes e exigindo requisitos mais sofisticados para os aeroportos. Logicamente as empresas de transporte aéreo tiveram de abandonar as cidades menores não dotadas de aeroportos adequados, pistas pavimentadas e mais longas, além de infra-estrutura capaz de lidar com as novas máquinas. Isso determinou que, em todo o mundo, as comunidades menores deixassem de ter o transporte aéreo nos seus aeroportos locais. Isso nos levou a formular a pergunta chave: AS CIDADES MENORES DO FUTURO NÃO PODERÃO DISPOR DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE AÉREO? Nas nossas cabeças a resposta negativa não tinha sentido. Foi então que começamos a imaginar como seria o projeto, desenvolvimento e fabricação de um avião, menor do que os grandes jatos, que acomodassem um menor número de passageiros e respondessem corretamente aos requisitos transporte aéreo de segurança e eficiência. Foi assim que começou a luta para a edição de novos regulamentos e normas para que tal produto pudesse um dia no futuro ser aprovado e certificado. Para tanto, tínhamos de produzir uma “prova de conceito”, um protótipo de um avião que demonstrasse tudo isso. Assim, começou a luta para vender a tese e conseguir apoios de uma instituição que nos permitisse construir um protótipo de um avião que, no futuro, foi o marco zero dos atuais Serviços de Transporte Aéreo Regional. E o Centro Técnico de Aeronáutica (CTA) de São José dos Campos, criado pela FAB ao lado do ITA, preencheu esse espaço. Foi uma vitória, em 22 de Outubro de 1968, quando voou pela primeira vez, o nosso BANDEIRANTE, começo de tudo.
Brasil no Mundo: A Educação é, praticamente, a única agenda que pode fazer o Brasil avançar. Como o senhor vê a educação de hoje? E quais desafios o Brasil precisa superar para que a mesma se torne de primeiro mundo?
Ozires Silva: Com as suas perguntas você já coloca as respostas. Diria que isso somente pode acontecer com um sistema educacional diferente do atual, que se baseie em competência e alta qualidade, disseminado e abrangente de forma a atingir toda a população. Antecipadamente, nunca se pode saber qual habitante do país será um empreendedor vencedor e, assim, temos que atingir a todos. No Brasil, se examinarmos o que conseguimos até agora, com mais de 70% da população “analfabeta funcional” (como assegura o MEC); que em todas as competições estudantis do mundo aparecemos sempre entre os últimos colocados; que nossa participação, nas inovações técnicas e científicas mundiais – resultando e produtos criativos e de sucesso -, estão abaixo do insignificante, vemos que o que fizemos até agora não deu certo! Assim, os desafios que temos se centram num somente: “Transformar o País pela Educação” (nosso lema ou divisa do Grupo ÂNIMA de Educação e Cultura, no qual tenho a honra de ser o Presidente do Conselho de Administração). Temos de transformar a Educação no Brasil numa prioridade nacional efetiva, ampla e universal, se possível sem custos para os alunos de qualquer classe social. Um talento pode nascer numa favela e não podemos correr o risco de perdê-lo!!!
Brasil no Mundo: O senhor tem uma linda história de amizade e determinação pela aviação. Depois de tantas conquistas e exemplos, como é pensar no grande amigo de Bauru, Zico?
Ozires Silva: O Zico, Benedicto Cesar, foi o meu amigo de infância que me levou ao Aeroclube de Bauru, despertando minha vocação e, como coloca na pergunta, uma história de amizade, diria de amor, pela aviação. Ele me inspirou permanentemente. Como um líder inato que era, nas nossas discussões somamos argumentos que me acompanharam por toda a vida. O Brasil um país continente, carente de infraestrutura de superfície, com distâncias enormes a serem vencidas, precisava de uma aviação de grandes dimensões. Temos a mesma idade dos Estados Unidos e eles, os americanos, criaram a maior sistema aeronáutico do mundo, gerando empregos, oportunidades e riquezas. Ambos, Zico e eu, ficávamos perplexos de ver entre nós tal gigantesca oportunidade, e tendo Santos Dumont como pioneiro, perguntávamos: “POR QUE O BRASIL NÃO FABRICA AVIÕES?”. Foi a busca dessa resposta é que me empenhei, lamentável e infelizmente sozinho, pois Zico faleceu num acidente com um avião da FAB, na Base Aérea de Santa Cruz no Rio de Janeiro, em 1955, com apenas 26 anos de idade. Uma grande perda para nosso país!
Brasil no Mundo: Em tempos de Copa do Mundo e eleições, como o senhor vê o Brasil em 2014? Quais são as suas expectativas e esperanças?
Ozires Silva: Lamento muito os fracos governantes que temos tido. Destituídos de visão de grandeza comparável às dimensões continentais do nosso querido país, entre muitos projetos inoportunos e mesmo inconvenientes, preferiram colocar grandes montantes de recursos numa Copa do Mundo que poderia ser feita em qualquer outro país, trazendo vitórias que agradariam nosso povo, aonde quer que se realizem. E nada usarem dessa imensa quantidade de esforços e de dinheiro em algo que gere progresso, desenvolvimento e qualidade de vida para nosso grande povo, como a Educação de alto nível. A Natureza deu-nos um grande país, com recursos que poucos outros dispõem, e, depois de mais do que 500 anos da descoberta, ainda estamos patinando na rabeira de um mundo que, com velocidade, torna-se competente e mais sábio! Esperanças, sempre as nutro muito. Mas expectativas, caminho com poucas. O cenário das eleições mostra perspectivas de continuísmos em relação a um passado que precisa ser alterado. Com tristeza, tenho de dizer que o Brasil não deu certo. Precisamos de mudanças ousadas e corajosas, sob a pena de legarmos aos nossos descendentes um país mais pobre do que hoje, em relação ao mundo que se desenvolve celeremente
Brasil no Mundo: Infelizmente, o Brasil continua nas últimas posições sobre educação e matemática na OCDE. Na sua opinião, por quê o país não avança? E o que devemos fazer para corrigir isso?
Ozires Silva: Creio que já tenha respondido. Mas, acrescento que precisamos de líderes, como tem acontecido no mundo. Líderes que tenham a visão e a competência necessárias para nos levar a percorrer outros caminhos, pois os que palmilhamos até agora não se mostraram adequados. A pergunta que fica é “onde estão esses líderes?” Não sabemos, mas eles somente podem surgir em sociedades competentes, educadas e conscientes a respeito do que cada um deve fazer para contribuir para uma riqueza diferenciada, responsável, aberta ao conhecimento e quanto à necessidade de proporcionar competência para o seu povo. Líderes que levem o nosso governo ao trabalho para se tornar um catalisador, que crie condições de sucesso para cada cidadão e não dirigentes que pensem em controlar a cada um, praticando mais restrições do que estímulos!
Brasil no Mundo: Hoje o Brasil lembra dos 50 anos da instalação da ditadura militar de 1964. O que o senhor pensa para os próximos 50 anos de democracia para o Brasil?
Ozires Silva: Embora seus defeitos a democracia certamente é o melhor dos processos políticos, repeitando o povo, permanentemente consultado e escolhendo seus dirigentes. Espero que ela seja observada sempre, respeitada e melhorada ao longo dos anos. Um dos problemas sérios para a democracia é a insuficiência dos programas de ensino e de aprendizagem. Ou seja, do nível cultural da sociedade. No nosso caso, com a maioria do nosso povo nada lendo ou escrevendo, estamos colocados numa posição difícil. Essa maioria que elege nossos dirigentes não tem acesso às informações necessárias, poucos sabem do que está acontecendo no mundo que compete conosco. Os resultados são muito bem conhecidos. Nosso país está inundado de produtos vindos de outras nações ao contrário do que lhes exportamos, a maioria de simples manufatura ou matérias-primas vendidas no seu estado natural. E pior, não há marcas brasileiras no mundo. Fomos batidos até pela Coréia do Sul, um país com uma área correspondente à metade da do Estado de São Paulo que, há 50 anos, era muito mais pobre do que nós e sem uma unidade nacional, como temos! Respondendo à sua pergunta diria que temos de criar os próximos 50 anos disposições e normas legais diferentes e bem melhores das que temos gerado até agora.
Brasil no Mundo: Uma última pergunta, em toda a sua vida, uma pessoa marcou muito, e ajudou a construir sua história, sua esposa, Dona Therezinha. Como ela marcou, e marca até hoje sua vida?
Ozires Silva: Agradeço a pergunta, e a homenagem a uma grande mulher que contribuiu muito para que pudesse construir a vida que levei. Sinto muito a falta dela ao meu lado, sempre me apoiando, e se dedicando fundamentalmente a construir a família da qual hoje tenho orgulho de pertencer. As marcas que ela deixou são profundas e creio que não seja o único a perceber seu valor. Vendo hoje meus três filhos bem sucedidos, com sete netas igualmente vitoriosas e, agora, com dois bisnetos que muito prometem, rendo a ela minhas homenagens, como grande cidadã e mulher, que sempre soube se colocar e contribuir, nada esperando em troca.
Brasil e Suécia discutem empréstimo de caças Gripen
Brasil e Suécia discutiram na quinta-feira, 3, o possível empréstimo de 10 caças Gripen C/D, da empresa Saab, para garantir a segurança do espaço aéreo nacional enquanto os 36 Gripen NG, escolhidos pelo governo em 2013, não forem entregues pela empresa sueca. O Ministério da Defesa afirmou que a negociação de empréstimo está em estágio avançado e pode ser finalizada até maio, segundo a Agência Brasil.
As previsões mais otimistas são de que os Gripen NG cheguem ao Brasil em 2018 - depois de megaeventos como a Copa do Mundo e a Olimpíada. Os aviões substituirão os caças Mirage F-2000, fabricados na França na década de 1980 e comprados usados pelo governo brasileiro em 2006.
O último Mirage foi aposentado em dezembro e hoje faz parte do Museu Aeroespacial do Rio de Janeiro (Musal). Conforme a Agência Brasil, o acordo de empréstimo também envolve o treinamento de pilotos e equipes de solo, além de apoio logístico da Suécia. Atualmente, a Força Aérea Brasileira (FAB) tem usado apenas os modelos A-1 e F-5, modernizados pela Embraer, para fazer a varredura dos céus.
Acordos bilaterais
O Brasil ainda assinou na quinta-feira dois acordos com a Suécia considerados "indispensáveis" pelo governo na condução das negociações, segundo a FAB. O primeiro permite que, além da negociação dos caças, os dois países possam fazer outros acordos na área militar, e o segundo asseguraria a proteção de informações sigilosas trocadas não só no processo da compra dos Gripen, como de quaisquer outras iniciativas firmadas entre os dois lados.
Os dois acordos foram assinados pelos ministros da Defesa, Celso Amorim, e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, José Elito Siqueira, na sede da Academia Militar Sueca, em Estocolmo. Amorim reiterou as condicionantes que fizeram a presidente Dilma Rousseff preferir os suecos aos caças Boeing norte-americanos e aos Rafale da França, como a de que a Suécia ofereça transferência tecnológica e acesso aos códigos-fonte das aeronaves.
Com forte participação do governo, indústria bélica nacional se reinventa
Setor está presente em mais de 60 países
Rio - Em tempos de paz, armamentos não letais e de vigilância ganham cada vez mais destaque na chamada indústria de defesa e de segurança nacional. Esses equipamentos são as principais atrações da maior feira de segurança pública e corporativa da América Latina, a LAAD Security 2014, que ocorre de terça a quinta-feira, no Riocentro.
“A indústria nacional hoje compete de igual para igual com as empresas lá de fora. Podemos não ter toda a gama de produtos, mas o que é produzido, pela sua alta tecnologia, é exportado para vários países em todo o mundo”, diz o organizador e diretor da feira, Sérgio Jardim, acrescentando que a indústria bélica brasileira cresce em torno de 10% ao ano.
De acordo com o major brigadeiro- do-ar José Euclides da Silva, diretor do Departamento de Produtos de Defesa do Ministério de Defesa, atualmente há 144 companhias cadastradas como Empresas Estratégicas de Defesa (EED). Estas fazem parte do programa Estratégia Nacional de Defesa (END), documento do governo federal que estabelece como política pública o reequipamento das Forças Armadas e o fortalecimento da indústria nacional de armamentos.
“Atualmente, são 144 empresas cadastradas, com a autorização para fabricar 830 produtos para a área de defesa. Destas, 54 estão localizadas no Rio de Janeiro”, lembra o diretor. Com uma fábrica na Baixada Fluminense, a Condor Tecnologias Não-Letais é uma dessas companhias com reconhecimento em escala internacional, presente em 45 países e que vende produtos até mesmo para a Organização das Nações Unidas (ONU).
Na LAAD, a Condor apresentará uma máscara contra gás, inspirada no personagem Darth Vader, do filme Guerra nas Estrelas, que as forças de segurança passarão a usar em manifestações públicas no Brasil, além de uma rede antidistúrbio contra black blocs.
Federação quer criar um polo aeroespacial no Estado do Rio
Com a definição da compra de 36 caças de combate da sueca Grippen NG para a Força Aérea Brasileira, os estados começam a se mobilizar para fortalecer suas empresas, já que 80% da estrutura das aeronaves serão montadas no país, como parte de transferência de tecnologia. Como boa parte da indústria aeroespacial está localizada em São José dos Campos (SP), a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) reivindica a instalação de um polo desse segmento em território fluminense.
Para tanto, o Fórum Empresarial de Defesa e Segurança da entidade lançou há duas semanas o Comitê Aeroespacial Marechal-do-Ar Casimiro Montenegro Filho, base para implantação de uma indústria semelhante à naval e metal-mecânica, dois setores fortes no Estado do Rio de Janeiro.
Coordenador do fórum, Carlos Erane Aguiar, do grupo Condor, lembra que o estado já possui 51 empresas catalogadas como de interesse aeroespacial, segundo dados do Comando da Aeronáutica III (3º Comar). Além disso, o Rio abriga diversos centros de tecnologia, possui duas bases aéreas, a de Santa Cruz e a do Galeão.
“O mercado aeroespacial comporta aviões e helicópteros comerciais e militares, produção de satélites e lançador, veículos aéreos não tripuláveis (Vant), mísseis, equipamentos aviônicos. Ou seja, é um segmento que tem todas as condições para se desenvolver no Rio de Janeiro, onde está boa parte das reservas do pré-sal nacional, e possui mão de obra altamente qualificada”, explica Aguiar.
Defesa e segurança
- Manifestações
Os eventos esportivos, como a Copa do Mundo, e as manifestações populares ocorridas no ano passado reaqueceram o debate sobre o emprego de armamento letal e não-letal tanto pelas Forças Armadas quanto pelas forças de segurança pública estaduais.
“Cada vez mais esse tipo de armamento se faz presente e necessário para garantir a ordem pública. Porém, é necessário treinamento para usá-lo”, diz o vice-presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (Abimde), Carlos Afonso Pierantoni Gambôa.
- Produtos estratégicos
Entre os diversos produtos listados como estratégicos pelo Ministério de Defesa estão bomba de fragmentação, fuzil de assalto, pistola PT92, A-20 Super Tucano, míssil anti navio de superfície, entre outros.
- Projeto Vant-B
A aeronave de vigilância ficou conhecida a partir do emprego pela Polícia Federal na prisão do traficante Menor P. O equipamento também é usado pelas Forças Armadas para reconhecimento em ambientes hostis.
- Projeto Guarani
Consiste em dotar o Exército com nova família de veículos blindados, desenvolvidos pela Iveco, em Minas Gerais.
- Prosub
Desenvolvimento do primeiro submarino de propulsão nuclear. O estaleiro está sendo construído em Itaguaí, onde haverá uma nova base naval.
- SISFRON
Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras numa área de 16 mil quilômetros.
Orçamento cresce para R$ 9 bilhões
Em recente audiência pública no Senado, o ministro de Defesa, Celso Amorim, destacou que o orçamento da pasta tem crescido de forma positiva nos últimos anos. Segundo ele, em 2003, o total era de R$ 3,7 bilhões e, hoje, é de aproximadamente R$ 18,5 bilhões. Se forem considerados apenas os investimentos, a cifra aumentou de R$ 900 milhões para quase R$ 9 bilhões, no mesmo período.
Amorim afirmou que o fortalecimento das Forças Armadas é uma questão prioritária, sobretudo por contada defesa da riqueza dos recursos naturais, como o pré-sal e a Amazônia Azul, além das fronteiras.
Contra o armamento
- Causa e consequência
Para pacifistas, o investimento na indústria bélica é uma forma de combater a violência com mais conflitos, sem atingir a verdadeira causa: as desigualdades. “Esse tipo de indústria trata das consequências da falta de oportunidades para a juventude, da falta de educação, emprego”, diz Tião Santos, coordenador da ONG Viva Rio. “É claro que o Estado sempre vai precisar manter a ordem pública, contudo, deve se preocupar mais com prevenção que com a repreensão. Fica difícil haver paz quando as pessoas levam três horas para chegar ao trabalho ou quando não têm serviços públicos essenciais de qualidade”, completa Antônio Carlos Costa, da Rio de Paz.
Armas não-letais
Para Tião, o termo “não-letais” deveria ser corrigido. “Já houve mortes e incidentes graves com esses armamentos. Não são inofensivos”, argumenta. Muito usados em protestos, esses equipamentos são condenados por representarem disposição maior do Estado em confrontar manifestantes que em dialogar. “O mais importante nesse tipo de enfrentamento é ter uma polícia que use a inteligência e seja capaz de dialogar. Fora desse parâmetro será impossível ter manifestação democrática”, argumenta o coordenador da Viva Rio.
- Questão econômica
Sem dúvida, a indústria bélica é grande geradora de emprego e tem vantagens econômicas. Porém, pacifistas acreditam que esses objetivos podem ser alcançados de outras formas. “É preferível ver jovens empregados em empresas de tecnologia de ponta, na Educação e setor de serviços”, afirma Antônio Carlos Costa. “O século passado enriqueceu com a indústria armamentista. Agora, é preciso construir uma sociedade pacífica”, alega Tião.
Fortes impactos no meio ambiente
Para o consultor ambiental Alessandro Azzoni, o aumento da exploração do pré-sal realmente exige investimento na indústria bélica no Rio, para defensa do território. No entanto, é preciso haver fiscalização para que os danos ambientais sejam minimizados.
“Toda indústria causa impacto ambiental, mas a bélica tem componentes mais fortes, pois trabalha com metais mais pesados. As máquinas usam muito lubrificante, que gera resíduos de óleo. Além disso, esse setor usa muita energia nuclear, que produz lixo radioativo. Mas o que mais me preocupa são os testes de armamentos, que provocam desgaste ambiental grande”.
REDE BOM DIA (SP)
Sala à prova de sumiço de aviões
DIÁRIO visita operação em Congonhas, onde, em 2013, 180 controladores monitoraram um milhão de voos
Se um avião trafegando pelo espaço aéreo brasileiro mudasse bruscamente a sua rota, como o ocorrido há um mês com o voo da Malaysia Airlines com 239 pessoas a bordo, o sistema nacional de radares estaria apto a manter a aeronave sob seu monitoramento? A resposta é sim, segundo o APP (Controle de Aproximação, na sigla em inglês), do SRPV-SP (Serviço Regional de Proteção ao Voo).
De acordo com a entidade, que monitora 40% de todos os voos que passam pelo espaço aéreo nacional, o atual sistema de radares do Brasil não tem espaços cegos. Apesar disso, o SRPV-SP vai trocar o sistema de radares (veja na página 3). Em 2013, segundo anuário estatístico de tráfego aéreo da Aeronáutica, um milhão de voos foram controlados pelo SRPV-SP.
Instalado no Aeroporto de Congonhas, Zona Sul, o espaço, de 330 metros quadrados, conta com a presença de 180 controladores de voo. Segundo o SRPV-SP, caso uma aeronave perca o contato com o radar inesperadamente, como ocorreu com o voo da Malaysia Airlines, o controlador pede para que alguma aeronave que esteja próxima da rota do avião desaparecido entre em contato com o piloto.
Se o contato não tiver sucesso e a aeronave não chegar ao seu destino no horário previsto, é acionado o grupamento de busca e salvamento. Foi o que aconteceu com o voo da Malaysia Airlines. Porém, até agora, os destroços da aeronave não foram achados.
por dentro/ O DIÁRIO esteve no Controle de Aproximação na última terça-feira. Com mais de 500 voos nas telas dos monitores espalhados pela sala, o clima não era dos melhores no momento da visita. Por volta das 14h30, ventos de mais de 90 km/h dificultavam o pouso das aeronaves em Cumbica.
“As aeronaves ficam em fila de espera voando em círculos enquanto o vento não diminui. O problema é que vão se acumulando no espaço aéreo e a fila para pouso aumenta, assim como o nosso trabalho”, disse o capitão Celio Marius, chefe da seção de operações do DTCEA-SP (Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de São Paulo) e controlador de voo há mais de 20 anos.
Entrevista - - Capitão Celio Marius_chefe do Destacamento Aéreo
Controlador evitou choque de aviões em Congonhas
DIÁRIO_ Qual foi a situação mais estressante que viveu?
CELIO MARIUS_ Nós estávamos operando na pista 35 de Congonhas e eu estava na sequência de um Eletra da Varig, um avião bem antigo, e de um Brasília, da Rio-Sul. Os dois faziam a aproximação. Como o Electra era muito mais veloz, eu tirei o Rio-Sul para o Eletra poder passar. Assim que eles estavam passando um pelo outro, o Rio-Sul me informou que estava com fumaça na cabine. Aí eu tive de fazer a separação meio que mentalmente. Foi o mais estressante porque envolveu separação, emergência e queda de radar. Foi realmente muito complicado.
CELIO MARIUS_ Nós estávamos operando na pista 35 de Congonhas e eu estava na sequência de um Eletra da Varig, um avião bem antigo, e de um Brasília, da Rio-Sul. Os dois faziam a aproximação. Como o Electra era muito mais veloz, eu tirei o Rio-Sul para o Eletra poder passar. Assim que eles estavam passando um pelo outro, o Rio-Sul me informou que estava com fumaça na cabine. Aí eu tive de fazer a separação meio que mentalmente. Foi o mais estressante porque envolveu separação, emergência e queda de radar. Foi realmente muito complicado.
Como foi proceder desta forma, sem instrumentos?
Eu tive de pensar onde cada aeronave estava, questionar os pilotos para saber a altitude que eles estavam se cruzando, para saber se havia o cruzamento. Como eles já tinham se cruzado, passei para a torre de controle fazer a aproximação do Electra. E o outro eu deixei em órbita.
Eu tive de pensar onde cada aeronave estava, questionar os pilotos para saber a altitude que eles estavam se cruzando, para saber se havia o cruzamento. Como eles já tinham se cruzado, passei para a torre de controle fazer a aproximação do Electra. E o outro eu deixei em órbita.
É comum o radar cair?
Isso já faz uns 20 anos. Hoje em dia o sistema está muito mais confiável. Naquela época não tinha o nobreak (sistema que garante o fornecimento de energia mesmo com a queda da rede). Atualmente, existem três sistemas para não deixar a energia cair.
Isso já faz uns 20 anos. Hoje em dia o sistema está muito mais confiável. Naquela época não tinha o nobreak (sistema que garante o fornecimento de energia mesmo com a queda da rede). Atualmente, existem três sistemas para não deixar a energia cair.
Novo sistema de radares será instalado até começo de 2015
O APP São Paulo vive a expectativa da instalação de um novo sistema de radar, o Sagitario (Sistema Avançado de Gerenciamento de Informações e Relatórios de Interesse Operacional), que deve ser implantado entre o segundo semestre de 2014 e o primeiro semestre de 2015, substituindo o atual, o X 4.000. Com o Sagitario, todas as mudanças nas autorizações de tráfego das aeronaves sob controle são modificadas com poucos cliques na tela, o que resulta em uma diminuição na carga de trabalho do controlador de tráfego aéreo.
O APP São Paulo vive a expectativa da instalação de um novo sistema de radar, o Sagitario (Sistema Avançado de Gerenciamento de Informações e Relatórios de Interesse Operacional), que deve ser implantado entre o segundo semestre de 2014 e o primeiro semestre de 2015, substituindo o atual, o X 4.000. Com o Sagitario, todas as mudanças nas autorizações de tráfego das aeronaves sob controle são modificadas com poucos cliques na tela, o que resulta em uma diminuição na carga de trabalho do controlador de tráfego aéreo.
“Além disso, o sistema reproduz informações captadas não apenas por radares como também por satélites. Assim, ele traz as inovações mais recentes da área de navegação, comunicações digitais e vigilância para fins aeronáuticos”, disse a tenente Lizzie Trevilato, do setor de comunicação da FAB (Força Aérea Brasileira).
Inicialmente, o programa Sagitario funcionaria no primeiro semestre. Mas, devido à Copa do Mundo, que deve aumentar o tráfego aéreo, a alteração foi postergada para evitar o risco de os controladores não estarem totalmente acostumados com o novo padrão. Segundo o SRPV-SP, mesmo com o atual sistema não há “pontos cegos” no espaço aéreo brasileiro.
Profissional precisa de ensino médio
Um controlador de voo de APP precisa ter o ensino médio, bons conhecimentos de inglês e prestar um concurso público para cursar a Escola de Especialistas de Aeronáutica, em Guaratinguetá.
Um controlador de voo de APP precisa ter o ensino médio, bons conhecimentos de inglês e prestar um concurso público para cursar a Escola de Especialistas de Aeronáutica, em Guaratinguetá.
A escola é responsável pela formação de todos os sargentos da FAB, patente mínima para exercer o cargo de controlador. O período de formação varia de um a dois anos. O salário inicial é de cerca de R$ 2,5 mil. Se o controlador for subindo na hierarquia da Aeronáutica, ele pode receber um salário que ultrapassa R$ 12 mil.
Após passar pelo curso, os controladores precisam fazer uma especialização em manuseio de radar. Os estudos são exigidos para os que optarem por trabalhar na sala APP. A atividade exige algumas especificidades físicas, como raciocínio rápido, controle emocional, raciocínio espacial, capacidade de rápida adaptação às mudanças operacionais, capacidade de atuar em grupo e habilidade física e orgânica para atuar seja dia ou noite. De acordo com pesquisa de um instituto norte-americano, exercer a função de controlador de voo é a segunda função mais estressante de todas.
O alto grau de responsabilidade e a minúcia da atividade são apontados como as causas principais do estresse. A carga horária de um controlador de voo é de no máximo oito horas diárias, com pausas de cerca de duas horas.
DEFESANET
Lançada publicação com dados sobre o tráfego aéreo no Brasil
Iniciativa do Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea, a compilação apresenta em mais de 130 páginas o cenário da aviação no País em 2013
Com a intenção de registrar dados sobre o tráfego aéreo no Brasil, o Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), unidade subordinada ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), lança o Anuário Estatístico de Tráfego Aéreo 2013, com indicadores quantitativos dos movimentos aéreos nos aeródromos, assim como nas áreas de controle de tráfego de responsabilidade do sistema aéreo nacional.
A publicação tem como objetivo proporcionar uma melhor compreensão do atual cenário econômico brasileiro do ponto de vista da aviação. Os dados estatísticos possibilitam ainda a identificação de tendências ou de períodos de maior ou menor fluxo de aeronaves. É também um instrumento fundamental para identificar as necessidades e contribuir para o avanço da infraestrutura aeroportuária brasileira.
A compilação desses dados, desde 2010, tem embasado a Força Aérea Brasileira (FAB) na construção do seu planejamento para grandes eventos, como a Copa das Confederações e a vinda do papa Francisco durante a Jornada Mundial da Juventude, em 2013, além da Copa do Mundo de 2014.
Esta preparação antecipada está garantindo a manutenção da eficiência na prestação de serviços de controle e gerenciamento do tráfego aéreo, mesmo que haja crescimento nos movimentos aéreos no país.
O anuário é dividido em três seções. Na primeira delas, são apresentadas informações sobre os 33 aeródromos pertencentes ao Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB), trazendo a comparação dos movimentos nos últimos três anos. A segunda parte traz dados das Áreas de Controle Terminal e Zonas de Controle do Sisceab, localizadas nas imediações de um ou mais aeródromos.
Já a última seção apresenta estatísticas das cinco regiões de informação de voo brasileiras (FIR): Brasília, Curitiba, Recife, Atlântico e Amazônica. Cada FIR tem dimensões definidas e abrange diversas Áreas de Controle Terminal e rotas de voo, as aerovias.
O IMPARCIAL (SP)
7 cidades confirmam atraso em construção de aterros sanitários
O primeiro desafio imposto aos municípios era concluir, até agosto de 2012, um Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. Até o fim do ano passado, no entanto, apenas 33 dos 53 municípios da região haviam entregado o documento.
Prefeitos de cidades da região reconhecem que será impossível cumprir plenamente o que prevê a Política de Resíduos Sólidos (Lei 12.305, de 2010) até agosto de 2014, prazo máximo estipulado pelo governo federal. A maior dificuldade apontada pelos municípios diz respeito à inauguração de aterros sanitários compatíveis com os padrões estabelecidos e que recebam apenas os rejeitos (lixo que não pode ser reaproveitado). A previsão é de que os aterros de Presidente Prudente, Presidente Epitácio, Pirapozinho, Sandovalina, Tarabai, Narandiba e Estrela do Norte só estejam prontos entre o fim deste ano e o início do ano que vem.
A extinção dos lixões é apenas uma das metas traçadas pela política de resíduos. As prefeituras terão ainda que instituir projetos de coleta seletiva, compostagem de lixo orgânico e contribuir para a execução da logística reversa. O primeiro desafio imposto aos municípios era concluir, até agosto de 2012, um Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. Até o fim do ano passado, no entanto, apenas 33 dos 53 municípios da região haviam entregado o documento.
A tarefa de inaugurar aterros regulares e dar fim aos depósitos de lixo tem esbarrado em limitações ambientais e econômicas. A Prefeitura de Presidente Epitácio, por exemplo, esperou por um ano e três meses uma liberação do 4º Comando Aéreo Regional (IV Comar) para dar início à construção da nova estrutura para receber os resíduos inservíveis. A autorização era necessária porque o local escolhido está a 19,5 quilômetros do Aeroporto Estadual da cidade, 500 metros a menos do que prevê a legislação ambiental.
Segundo o secretário municipal de Meio Ambiente, Planejamento e Economia de Epitácio, Antônio Domingos Dalma, o município finalmente recebeu parecer positivo do órgão, por conta da distância mínima a ser infringida e o fato de o aeródromo local realizar apenas voos domésticos. “A gente dependia desse parecer para iniciar o licenciamento do terreno, é uma exigência básica da Cetesb [Agência Ambiental do Estado de São Paulo]”, diz. Segundo ele, a confirmação teria partido da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), órgão regulador da aviação brasileira. A Anac não confirmou a informação.
Em Prudente
Situação semelhante foi enfrentada por Presidente Prudente, impedida de construir um aterro em área previamente escolhida pela proximidade com o aeroporto. Uma nova área está sendo sondada na zona norte da cidade, mas o ponto exato não foi divulgado para “evitar especulação imobiliária”. A Secretaria de Comunicação (Secom) informou que o aterro estará pronto até o fim deste ano.
Paralelamente, o município fará o encerramento do lixão, cujo processo leva aproximadamente dois anos. Um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público Estadual (MPE) autoriza o município a continuar utilizando o antigo depósito emergencialmente até o fim do ano. O gerente da agência prudentina da Cetesb, Luiz Takashi Tanaka, disse que ainda não recebeu qualquer solicitação para licenciar um novo aterro em Prudente.
Consórcio
Em meados do ano passado, Pirapozinho, Sandovalina, Tarabai, Narandiba e Estrela do Norte formalizaram um consórcio visando, entre outras benfeitorias, a construção de um aterro conjunto. Apesar da iniciativa ter se mostrado benéfica, porque dividiria por cinco o valor a ser investido na obra, houve poucos avanços desde então.O prefeito de Narandiba, Ênio Magro (PSDB), informou que cada Prefeitura ficou responsável por uma fatia dos R$ 150 mil necessários para desapropriar a área escolhida – situada entre Narandiba e Sandovalina -, mas o pagamento ainda não foi efetuado por parte dos prefeitos. “Eu já liberei R$ 18 mil, mas agora dependo das outras prefeituras para que o projeto avance”, declarou.
Conforme Tanaka, o processo de licenciamento leva em média dois meses, mas, para iniciar a construção de uma obra pública, ainda é necessário respeitar o prazo de licitação, que pode chegar a seis meses.
Exceção
Presidente Venceslau, por sua vez, demonstra estar quite com as normas ambientais . De acordo com o secretário de Meio Ambiente, Rodolfo Seddig, a terceira trincheira do aterro sanitário já está concluída, dentro dos parâmetros exigidos pela legislação federal. A nova vala tem capacidade para receber os rejeitos por cerca de cinco anos e foi viabilizada por recursos do governo estadual, na ordem de R$ 200 mil. Paralelamente, o município prevê adquirir mais um caminhão para ampliar a coleta seletiva a todo o perímetro urbano. Hoje, apenas um veículo realiza o serviço. “Com a ampliação da coleta de recicláveis, a quantidade de material descartado será menor e isso aumentará a vida útil do aterro para até sete ou oito anos”, calcula.
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