NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 28/12/2013
Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.
Militares resgatam 56 pessoas em áreas atingidas pelas chuvas no ES
A estratégia das equipes que trabalham nos helicópteros é distribuir mantimentos primeiro. No caminho, eles observam pessoas que podem estar ilhadas. E, na volta, com a aeronave mais vazia é feito o resgate.
JORNAL NACIONAL
Cinquenta e seis pessoas foram resgatadas, nesta sexta-feira (27), por militares da Força Áerea Brasileira, em áreas do Espírito Santo atingidas pela chuva forte.
Sol, céu azul. Esse tempo é fundamental no trabalho de resgate, principalmente das aeronaves. Na manhã desta sexta, um caminhão do Exército levou remédios para o Aeroporto de Vitória. Esses remédios são levados pela Força Aérea Brasileira até as áreas mais isoladas.
A estratégia das equipes que trabalham nos helicópteros é distribuir mantimentos primeiro. No caminho, eles observam pessoas que podem estar ilhadas. E, na volta, com a aeronave mais vazia é feito o resgate.
No litoral norte do Espírito Santo, a inundação cobre tudo. Não há mais estradas. A cheia do Rio Doce está quase chegando ao mar. Os militares logo encontram famílias ilhadas e descem com o helicóptero. Os mantimentos ficam, para as pessoas que não querem ir embora.
Força Aérea já resgatou 162 pessoas em áreas isoladas
Subiu para 54 o número de cidades afetadas pelas chuvas no Espírito Santo nos últimos oito dias. De acordo com a Defesa Civil do Estado, 23 pessoas morreram. Duas pessoas ainda estão desaparecidas - um adolescente e uma criança.
Até quinta-feira, 52 dos 60 municípios capixabas apresentavam problemas por causa do temporal. Ontem, a Lagoa Juparanã transbordou e provocou inundações no município de Sooretama. Itapemirim também registrou alagamentos, após forte chuva.
Desde o início das chuvas, equipes da Força Aérea Brasileira resgataram 162 pessoas de áreas isoladas. Entre elas estava a família de Jaciara Bimba, de 75 anos. Ela estava ilhada com a filha e dois netos na região de Lages, em Baixo Guandu, cidade a 180 quilômetros da capital. O grupo foi retirado de região montanhosa, de difícil acesso, em helicóptero Puma.
Faz 50 anos que eu moro aqui e nunca vi uma chuva dessas. A água tomou conta da casa e perdemos tudo", contou Jaciara à equipe da FAB.
Os helicópteros da Aeronáutica também distribuíram oito toneladas. Pelo segundo dia consecutivo foram registrados protestos de moradores por causa das inundações. Em Vila Velha, moradores do bairro Santa Mônica queimaram pneus para chamar a atenção para o fato de a região estar alagada há dias. A previsão dos serviços meteorológicos é que o fim de semana será de sol e calor na maior parte do Espírito Santo.
Prejuízo. A mineradora Vale suspendeu o embarque de minério na região Sudeste por causa das fortes chuvas no Espírito Santo e Minas Gerais. Inundações e deslizamentos prejudicaram as operações da Estrada de Ferro Vitória-Minas e do porto de Tubarão.
"Alguns trechos do Sistema Sudeste foram parcialmente ou totalmente paralisados, e o impacto estimado nos embarques de minério de ferro pode atingir entre 3 e 4 milhões de toneladas em 2013", informou, em nota.
Dilma viaja à Bahia para retiro de fim de ano
Presidente passará a virada de ano na Base Naval de Aratu (BA), onde deve passar 10 dias longe do assédio da imprensa
Brasília - A presidente Dilma Rousseff deixou o Palácio da Alvorada de helicóptero rumo à Base Aérea de Brasília, de onde segue para Salvador (BA). Dilma embarcou na tarde desta quinta-feira, 26, com a filha Paula e o neto Gabriel, que haviam chegado a Brasília no último sábado (21) para passar o Natal.
A presidente passará a virada de ano na Base Naval de Aratu (BA), longe do assédio da imprensa. A previsão é que ela retorne a Brasília depois de dez dias de descanso, entre 5 e 6 de janeiro.
Na base de Aratu, que fica no subúrbio de Salvador, Dilma tem total privacidade na praia de Inema, de acesso restrito aos militares. Ela fica hospedada em uma casa que costuma receber presidentes da República nos períodos de férias. No fim de 2011, primeiro ano do mandato de Dilma, a residência foi reformada e novos móveis e eletrônicos foram instalados.
Só é possível acompanhar a movimentação da presidente a 2 km do local. Fotógrafos e cinegrafistas costumam ficar em um píer montado pela Prefeitura de Salvador na praia vizinha de São Tomé de Paripe aguardando a aparição da presidente.
Na passagem de 2012 para 2013, Dilma esteve no local acompanhada da mãe, Dilma Jane, da filha, Paula, do neto, Gabriel, e do genro, Rafael Covolo. Ela ficou a maior parte do tempo descansando na casa, mas também recebeu o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), com quem passeou por três horas pelas ilhas da Baía de Todos os Santos a bordo da lancha Amazônia Azul.
A Marinha geralmente reforça em 30% o efetivo de segurança quando recebe a presidente e seus familiares. No entorno, a segurança é feita por agentes da Presidência em lanchas e jet-skis.
Pela localização reservada, a praia de Inema, a cerca de 40 km da capital da Bahia, também serviu de refúgio para Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva quando ocupavam o Planalto. Em 2010, Lula foi fotografado ali carregando uma caixa de isopor na cabeça.
Além do recesso de final de ano, Dilma prefere descansar na base de Aratu durante o feriado de Carnaval. Em 2013, a presidente sofreu uma fissura no dedão do pé direito assim que chegou ao local. Ela tropeçou na escada da casa na base e precisou imobilizar o pé com uma bota ortopédica, que ela teve de usar pelas duas semanas seguintes.
A presença de Dilma provoca contratempos no cotidiano dos trabalhadores que precisam ir do continente à Ilha da Maré, na Baía de Todos os Santos. Por causa das restrições ao movimento na frente da praia de Inema, pela Capitania dos Portos - para garantir a privacidade da presidente -, os barcos que fazem a travessia gastam entre 5 e 10 minutos a mais no trajeto. Também fica proibido o tráfego de barcos à noite, o que impede a viagem de passageiros que voltam para casa, na ilha, após a jornada de trabalho em Salvador.
Fim de semana será de praia
Chuva dá trégua e capixabas e turistas aproveitaram o primeiro dia de sol do verão. FAB resgata população que ainda está ilhada. Lama toma conta das ruas do Centro de Colatina, que registrou oito mortes por deslizamentos de terra
Vitória – Após 11 dias, as fortes chuvas que castigaram o Espírito Santo deram uma trégua ontem. E no primeiro dia de sol do verão, a praia foi destino certo de quem queria aproveitar o dia em Vitória. A boa notícia, segundo o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), é que o sol deve continuar em todas as regiões do estado nos próximos dias, com previsão de tempo aberto, poucas nuvens e temperatura variando de 20°C a 34°C. Há possibilidade de pancadas rápidas de chuva, mas nada comparado ao que se viu na última semana.
Segundo a Defesa Civil, as chuvas causaram a morte de 23 pessoas: três em Baixo Guandu, quatro em Barra de São Francisco, oito em Colatina, uma em Domingos Martins, seis em Itaguaçu e uma em Nova Venécia. Mais de 61 mil pessoas ainda estão fora de casa
Um helicóptero da Força Aérea Brasileira (FAB) resgatou ontem uma senhora de 75 anos com os dois netos e a mãe das crianças, que estavam isolados em Lages, distrito de Baixo Guandu. Em quase uma semana de atuação, a FAB já resgatou mais de 160 vítimas das enchentes. "Deus ilumine esses anjos que apareceram para salvar a gente. Lá estava muito perigoso", disse a mãe, Eandra Batista. "Faz 50 anos que eu moro aqui e nunca vi uma chuva dessas. A água tomou conta da casa e perdemos tudo", disse Jaciara Bimba, a avó. Cerca de 7 mil pessoas ainda estão isoladas nos quatro distritos de Baixo Guandu. A chuva destruiu completamente as estradas e pontes de acesso ao município. Mantimentos e remédios estão sendo lançados de helicópteros.
Em Vila Velha, os 15 bairros que ainda estão alagados, na região da Bacia de Guaranhuns, por pouco não viram a situação piorar ontem. Com a maré alta, uma das duas valas abertas pela prefeitura na foz do Rio Jucu para escoar a inundação na região começou a ser invadida pelas águas do mar. Os operários e técnicos foram obrigados a fechar temporariamente uma das valas.
RECURSOS
O Ministro da Integração Nacional, Francisco Teixeira, autorizou o repasse de recursos no valor de R$ 6.648.042 ao Espírito Santo, para execução de ações de socorro, assistência às vítimas e restabelecimento de serviços essenciais. O governo federal informa que está fazendo esforços para agilizar as obras de prevenção de desastres em decorrência da chuva, que são de responsabilidade de estados e municípios. Mas admite não ser possível fazer tudo em um curto espaço de tempo. Hoje, das mais de 5.500 cidades do país, há apenas 538 mapeadas pelo governo federal, com análise do risco de tragédias e das obras necessárias para evitá-las. A meta é aumentar o número para pouco mais de 800 no início do ano. "Não temos como evitar chuvas. É uma situação com que temos de conviver. O que temos de procurar fazer é melhorar a infraestrutura e até tirar essas pessoas de regiões mais vulneráveis", afirmou a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, ontem, no Palácio do Planalto. Na avaliação da ministra, o governo estava preparado e reagiu bem às chuvas este ano, que afetaram principalmente a população capixaba.
Força Militar: Sempre lembrados nas emergências
As Forças Armadas ocupam novamente o noticiário, dessa vez em ações humanitárias nas enchentes que castigam ES e MG
Rio - As Forças Armadas ocupam novamente o noticiário, dessa vez em ações humanitárias nas enchentes que castigam Espírito Santo e Minas Gerais. No Rio, a ação foi na pacificação de comunidades dominadas por bandidos.Na fronteira, longe dos holofotes, atuam no patrulhamento e combate ao tráfico de drogas e armas. Mas tanto heroísmo não ajuda a categoria a recuperar o poder de compra dos vencimentos, reajustados em 9,4% este ano, com mais 9,4% em março do ano que vem e, por fim 9,4% em 2015.
O ganho acumulado de 30% não fará, no entanto, os soldos encostarem nos salários pagos a policiais federais, advogados da União e agentes da Agência de Inteligência, servidores com funções semelhantes com seus pares fardados. Para se ter uma ideia, o comandante-geral da FAB, brigadeiro Juniti Saito recebe R$ 13 mil, R$ 7 mil a menos que um delegado experiente da PF, R$ 5 mil abaixo de um agente no topo da carreira da Abin e R$ 2 mil a menos que o salário médio de procuradores federais. Por conta desse cenário, baixas antecipadas de oficiais são uma das marcas dos quartéis neste ano.
Renan pede à FAB que informe custo de viagem
Presidente do Senado usou jato da Força Aérea para fazer implante capilar no Recife
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), enviou ofício à FAB (Força Aérea Brasileira) pedindo que seja calculado o valor a ser pago aos cofres públicos pelos gastos da viagem a Recife (PE), onde ele passou por cirurgia para implante capilar.
A viagem ocorreu no dia 18. Na ocasião, a agenda oficial de Renan não registrava compromissos na cidade.
A FAB informou que dará uma resposta oficial na segunda-feira. Nela constará o valor a ser restituído.
O decreto que regulamenta o uso de aviões da FAB por autoridades não prevê viagens para fins particulares. A norma permite o uso por questões de segurança, emergência médica ou em deslocamentos para o local de residência permanente.
Pelas regras, "o transporte de autoridades civis em desrespeito" ao decreto é "infração administrativa grave, ficando o responsável sujeito às penalidades administrativas, civis e penais" cabíveis.
É a segunda vez neste ano que Renan usa avião da FAB para fins particulares. Em junho, foi a Trancoso (BA) para o casamento da filha do senador Eduardo Braga (PMDB-AM). Ele reembolsou R$ 32 mil à União após a Folha revelar o fato.
O BRASIL E O 'CABELOGATE'
BRASÍLIA - Há uma dúvida frequente no noticiário político: a corrupção no Brasil aumentou em relação ao registrado em tempos passados?
É impossível responder. Não existe um "corruptômetro" nem uma medição confiável do que se passava no país durante a ditadura militar (1964-1985) ou antes. Como a maioria das pessoas tende a edulcorar o passado, preferindo as boas às más lembranças, muitos acham que hoje a corrupção aumentou na política.
Desconfio dessa avaliação, agora muito em voga após a repórter Andréia Sadi relatar o "cabelogate" do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) --ele usou um jato da FAB para ir ao Recife e se submeter ao implante de 10.118 fios de cabelo.
É verdade que no passado não havia tal tipo de tratamento para alopecia. A FAB tampouco tinha jatos à disposição para passeios particulares de políticos. O país era outro. Lei de Acesso à Informação e Lei de Responsabilidade Fiscal eram apenas abstrações. Também não existiam milhões de brasileiros com celulares fotografando tudo o que se passa.
Há hoje uma transparência inaudita sobre autoridades e políticos em geral. É sempre possível melhorar. Mas aumentou muito o acesso da população ao que se passa por trás das portas dos gabinetes de Brasília.
Tome-se o "cabelogate" de Renan Calheiros. A FAB publicou os dados na internet. Qualquer pessoa pode investigar. Há alguns anos, convescotes aéreos de ministros em Fernando de Noronha eram quase secretos.
A frequência atual com que políticos são apanhados em situação irregular tem ligação direta com a maior sofisticação das ferramentas de controle e com o fato de o Brasil ser hoje mais transparente.
Não seria, é claro, o caso de comemorar o implante dos 10.118 fios de cabelo do presidente do Senado nas asas da FAB. Só que o Brasil não está mais ou menos torto por causa desse episódio. O país e suas mazelas apenas ficaram mais visíveis a todos.
TENDÊNCIAS/DEBATES - É preciso desmilitarizar a polícia?
É preciso desmilitarizar a polícia?
SIM
Medida urgente
SIM
Medida urgente
O que a sociedade deve esperar de policiais militares que, ao longo de sua formação, são obrigados por seus superiores a se sentar e a fazer flexões sobre o asfalto escaldante, que lhes provoca queimaduras nas mãos e nas nádegas?
Como esses soldados, submetidos a um treinamento cruel e humilhante, se comportarão quando estiverem patrulhando as ruas e atuando na "pacificação" das comunidades? Como uma instituição que não respeita os direitos de seus membros pode contribuir com a democracia?
Dar respostas a essas perguntas se tornou ainda mais urgente após a morte do recruta da Polícia Militar do Rio de Janeiro Paulo Aparecido Santos de Lima, de 27 anos, em novembro. Membro da 5ª Companhia Alfa, ele foi parar no CTI (centro de terapia intensiva) do hospital central da PM após ser submetido a um treinamento que mais pareceu uma sessão de tortura, no CFAP (Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças).
Além de Paulo, outros 33 recrutas passaram mal e 24 sofreram queimaduras nas mãos ou nas nádegas. Segundo relatos de colegas, quem não suportava os exercícios sob a temperatura de 42 graus Celsius --a sensação térmica era de 50 graus Celsius-- levava um banho de água gelada ou era obrigado a se sentar no asfalto.
E o caso não é isolado. Após a morte de Paulo, o Ministério Público ouviu recrutas da 5ª Companhia Alfa. Eles confirmaram os castigos cruéis e contaram que os oficiais não davam tempo suficiente para que se hidratassem. Alguns tiveram que beber água suja na cavalaria. Segundo informações da enfermaria da unidade, alunos chegaram a urinar e vomitar sangue. O secretário estadual de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, classificou a morte como homicídio.
Até policiais experientes não resistem a esses treinamentos. Neste mês, na Bahia, os soldados Luciano Fiuza de Santana, 29, e Manoel dos Reis Freitas Júnior, 34, morreram após passarem mal num teste de aptidão física para ingressar no Batalhão de Choque. Outros precisaram ser hospitalizados.
A tragédia envolvendo o recruta fluminense e os policiais baianos, infelizmente, não é só do Rio e da Bahia, mas de toda a sociedade brasileira. Em todos os Estados do país, a PM é concebida sob a mesma lógica militarista e antidemocrática.
Ninguém precisa ser submetido a exercícios em condições degradantes e a castigos cruéis para se tornar um bom policial. Em vez de se preocupar em formar soldados para a guerra, para o enfrentamento e a manutenção da ordem de forma truculenta, o Estado precisa garantir que esses profissionais atuem de forma a fortalecer a democracia e os direitos civis. A realização dessa missão passa necessariamente por mudanças na essência do braço repressor do poder público.
Desde as manifestações dos últimos meses em todo o país, quando os excessos da PM e a sua dificuldade em conviver com o regime democrático ficaram evidentes, o debate sobre sua desmilitarização se tornou urgente. A PM é uma herança dos anos de chumbo, uma força auxiliar do Exército. Mas o que nós precisamos é de uma instituição civil.
Nesse sentido, é fundamental que o Congresso Nacional aprove a proposta de emenda constitucional (PEC 51/2013) que prevê a desvinculação entre a polícia e as Forças Armadas; a efetivação da carreira única, com a integração entre delegados, agentes, polícia ostensiva, preventiva e investigativa; e a criação de um projeto único de polícia.
Esse debate deve envolver os próprios policiais e as organizações da sociedade civil. Essa proposta não significa estar contra a polícia, mas estar a favor dos servidores da segurança pública e da cidadania.
Como esses soldados, submetidos a um treinamento cruel e humilhante, se comportarão quando estiverem patrulhando as ruas e atuando na "pacificação" das comunidades? Como uma instituição que não respeita os direitos de seus membros pode contribuir com a democracia?
Dar respostas a essas perguntas se tornou ainda mais urgente após a morte do recruta da Polícia Militar do Rio de Janeiro Paulo Aparecido Santos de Lima, de 27 anos, em novembro. Membro da 5ª Companhia Alfa, ele foi parar no CTI (centro de terapia intensiva) do hospital central da PM após ser submetido a um treinamento que mais pareceu uma sessão de tortura, no CFAP (Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças).
Além de Paulo, outros 33 recrutas passaram mal e 24 sofreram queimaduras nas mãos ou nas nádegas. Segundo relatos de colegas, quem não suportava os exercícios sob a temperatura de 42 graus Celsius --a sensação térmica era de 50 graus Celsius-- levava um banho de água gelada ou era obrigado a se sentar no asfalto.
E o caso não é isolado. Após a morte de Paulo, o Ministério Público ouviu recrutas da 5ª Companhia Alfa. Eles confirmaram os castigos cruéis e contaram que os oficiais não davam tempo suficiente para que se hidratassem. Alguns tiveram que beber água suja na cavalaria. Segundo informações da enfermaria da unidade, alunos chegaram a urinar e vomitar sangue. O secretário estadual de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, classificou a morte como homicídio.
Até policiais experientes não resistem a esses treinamentos. Neste mês, na Bahia, os soldados Luciano Fiuza de Santana, 29, e Manoel dos Reis Freitas Júnior, 34, morreram após passarem mal num teste de aptidão física para ingressar no Batalhão de Choque. Outros precisaram ser hospitalizados.
A tragédia envolvendo o recruta fluminense e os policiais baianos, infelizmente, não é só do Rio e da Bahia, mas de toda a sociedade brasileira. Em todos os Estados do país, a PM é concebida sob a mesma lógica militarista e antidemocrática.
Ninguém precisa ser submetido a exercícios em condições degradantes e a castigos cruéis para se tornar um bom policial. Em vez de se preocupar em formar soldados para a guerra, para o enfrentamento e a manutenção da ordem de forma truculenta, o Estado precisa garantir que esses profissionais atuem de forma a fortalecer a democracia e os direitos civis. A realização dessa missão passa necessariamente por mudanças na essência do braço repressor do poder público.
Desde as manifestações dos últimos meses em todo o país, quando os excessos da PM e a sua dificuldade em conviver com o regime democrático ficaram evidentes, o debate sobre sua desmilitarização se tornou urgente. A PM é uma herança dos anos de chumbo, uma força auxiliar do Exército. Mas o que nós precisamos é de uma instituição civil.
Nesse sentido, é fundamental que o Congresso Nacional aprove a proposta de emenda constitucional (PEC 51/2013) que prevê a desvinculação entre a polícia e as Forças Armadas; a efetivação da carreira única, com a integração entre delegados, agentes, polícia ostensiva, preventiva e investigativa; e a criação de um projeto único de polícia.
Esse debate deve envolver os próprios policiais e as organizações da sociedade civil. Essa proposta não significa estar contra a polícia, mas estar a favor dos servidores da segurança pública e da cidadania.
ES: helicóptero da FAB resgata família isolada por causa da chuva
Quatro pessoas da mesma família foram resgatadas por um helicóptero Super Puma da Força Aérea Brasileira (FAB) na quinta-feira no Espírito Santo. Uma mulher de 75 anos, dois netos e a mãe das crianças estavam isoladas na região de Lages, na cidade de Baixo Guandu, distante 180 quilômetros de Vitória. Para fazer o salvamento, a aeronave do Esquadrão Puma precisou pousar em uma região montanhosa de difícil acesso. "Deus ilumine esses anjos que apareceram para salvar a gente. Lá estava muito perigoso", ressaltou a mãe das crianças, Eandra Batista.
Os moradores ficaram assustados com a intensidade da chuva. "Faz 50 anos que eu moro aqui e nunca vi uma chuva dessas. A água tomou conta da casa e perdemos tudo", disse Jaciara Bimba, a avó de 75 anos.
Para esse tipo de missão, os militares planejaram a rota, prepararam a aeronave com o material para resgate e primeiros socorros. A tripulação mínima é de dois pilotos, um mecânico, um operador de equipamentos especiais e dois "resgateiros". Para o tenente Infantaria André Luis Silveira, a imprevisibilidade da missão é o principal obstáculo. "O maior desafio dessas missões é ir sem saber o que vai encontrar. Tudo pode evoluir conforme as condições do tempo, do local e do estado das pessoas que vão ser resgatadas", explicou.
Os moradores ficaram assustados com a intensidade da chuva. "Faz 50 anos que eu moro aqui e nunca vi uma chuva dessas. A água tomou conta da casa e perdemos tudo", disse Jaciara Bimba, a avó de 75 anos.
Para esse tipo de missão, os militares planejaram a rota, prepararam a aeronave com o material para resgate e primeiros socorros. A tripulação mínima é de dois pilotos, um mecânico, um operador de equipamentos especiais e dois "resgateiros". Para o tenente Infantaria André Luis Silveira, a imprevisibilidade da missão é o principal obstáculo. "O maior desafio dessas missões é ir sem saber o que vai encontrar. Tudo pode evoluir conforme as condições do tempo, do local e do estado das pessoas que vão ser resgatadas", explicou.
(Foto: Agência Força Aérea)
Na manhã desta sexta-feira, uma aeronave Bandeirante da FAB decolou da capital Vitória com medicamentos para a cidade de Linhares. De lá, helicópteros vão distribuir o material, composto por antibióticos, hipoclorito de sódio (usado para descontaminar água), analgésicos e ataduras para os municípios de São Mateus e Colatina.
Força Aérea Brasileira resgata família em área isolada no ES
Quatro foram socorridos, incluindo idosa de 75 anos, em Baixo Guandu. Nesta sexta-feira, aeronave decolou com medicamentos para Linhares.
Família relatou que a água tomou conta da região de Lages, em Baixo Guandu, Espírito Santo (Foto: Sargento Batista/ Agência Força Aérea)
Um helicóptero da Força Aérea Brasileira (FAB) resgatou, na quinta-feira (26), quatro pessoas da mesma família que estavam isoladas na região de Lages, na cidade de Baixo Guandu, no Noroeste do Espírito Santo, distante 180 km de Vitória. Na manhã desta sexta-feira (27), uma aeronave bandeirante da FAB decolou de Vitória com medicamentos para a cidade de Linhares. Em quase uma semana de atuação, a Força Aérea Brasileira (FAB) já resgatou mais de 160 vítimas das enchentes.
Segundo a FAB, a aeronave pousou em uma região montanhosa de difícil acesso e resgatou uma senhora de 75 anos com os dois netos e a mãe das crianças. "Deus ilumine esses anjos que apareceram para salvar a gente. Lá estava muito perigoso", disse a mãe, Eandra Batista.
Os moradores ficaram assustados com a intensidade da chuva. "Faz 50 anos que eu moro aqui e nunca vi uma chuva dessas. A água tomou conta da casa e perdemos tudo", disse Jaciara Bimba, a avó de 75 anos.
Para o Tenente Infantaria André Luis Silveira, a imprevisibilidade da missão foi o principal obstáculo. "O maior desafio dessas missões é ir sem saber o que vai encontrar. Tudo pode evoluir conforme as condições do tempo, do local e do estado das pessoas que vão ser resgatadas", explicou o militar.
Medicamentos
Os helicópteros vão distribuir antibióticos, hipoclorito de sódio (utilizado para descontaminar água), analgésicos e ataduras para os municípios de São Mateus e Colatina.
Segundo a FAB, a aeronave pousou em uma região montanhosa de difícil acesso e resgatou uma senhora de 75 anos com os dois netos e a mãe das crianças. "Deus ilumine esses anjos que apareceram para salvar a gente. Lá estava muito perigoso", disse a mãe, Eandra Batista.
Os moradores ficaram assustados com a intensidade da chuva. "Faz 50 anos que eu moro aqui e nunca vi uma chuva dessas. A água tomou conta da casa e perdemos tudo", disse Jaciara Bimba, a avó de 75 anos.
Para o Tenente Infantaria André Luis Silveira, a imprevisibilidade da missão foi o principal obstáculo. "O maior desafio dessas missões é ir sem saber o que vai encontrar. Tudo pode evoluir conforme as condições do tempo, do local e do estado das pessoas que vão ser resgatadas", explicou o militar.
Medicamentos
Os helicópteros vão distribuir antibióticos, hipoclorito de sódio (utilizado para descontaminar água), analgésicos e ataduras para os municípios de São Mateus e Colatina.
Governo federal
O governo federal enviou ao Espírito Santo quatro toneladas de medicamentos e insumos farmacêuticos.
Além dos medicamentos, o governo autorizou o repasse de recursos no valor de R$ 6.648.042 ao estado, para execução de ações de Socorro, Assistência às Vítimas e Restabelecimento de Serviços Essenciais.
A medida foi tomada por causa da quantidade de estragos em vários municípios, devido às chuvas dos últimos dias. A decisão foi divulgada no Diário Oficial da União nesta quinta-feira (26).
ITA divulga lista dos aprovados no vestibular 2014
São José dos Campos, que sedia o instituto, teve 37 estudantes aprovados. Nota de corte teve nova redução e foi de 62,5 em índice que vai até 100.
O Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) divulgou nesta sexta-feira (27) a lista dos aprovados no vestibular 2014 - são 170 aprovados sendo 10 mulheres. O balanço do vestibular mostra queda na nota de corte que chegou a 62,5 neste ano - em 2013 foi 68 e, em 2012, de 71 em um índice que vai até 100. Ao todo, 7.279 alunos fizeram o vestibular - uma média de 40 candidatos por vaga.
O coordenador do vestibular do ITA, Luiz Carlos Rossato, afirmou que houve queda na nota de corte porque aumentou o número de vagas oferecidas. "Nos anos anteriores eram oferecidas 120 vagas. Ou seja, houve um aumento de quase 50% no número de aprovados", afirmou. O ITA oferece seis cursos de engenharia com habilitação para Aeronáutica, Eletrônica, Mecânica-Aeronáutica, Civil-Aeronáutica, Aerospacial ou Computação.
Os classificados serão contatados individualmente por e-mail ou telefone e deverão se apresentar no dia 19 de janeiro na instituição em São José dos Campos(SP). Eles também deverão se submeter a um exame médico. Se houver uma segunda convocação, será no dia 23 de janeiro.
Dados
A cidade de Fortaleza foi a que mais aprovou alunos para o vestibular mais concorrido do país, com 71 alunos admitidos. São José dos Campos, que sedia o instituto, teve 37 estudantes aprovados, de acordo com o balanço. O levantamento mostra ainda que do total de candidatos inscritos, 30% fizeram curso preparatório e 70% são de escolas particulares.
Prova
Três questões do vestibular foram anuladas por erros nas respostas. As questões 10 da prova de física, 26 da prova de português e 19 da prova de química foram consideradas corretas para todos os candidatos.
As provas foram aplicadas entre os dias 10 e 13 de dezembro e os candidatos fizeram cinco avaliações: física, inglês, português, matemática e química. O índice de abstenção foi 36,1% - abaixo do registrado no ano anterior.
O vestibular ocorreu em Belém, Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Campo Grande, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Juiz de Fora, Londrina, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Ribeirão Preto, Rio de Janeiro, Salvador, São José dos Campos, São José do Rio Preto, São Paulo, Teresina e Vitória. São Paulo foi a que teve a maior procura com 1.564 inscritos. Fortaleza e São José dos Campos tiveram 783 e 781, respectivamente, e o Rio de Janeiro gerou 634 inscrições.
Renan pede que FAB calcule gastos com viagem para Recife
Senador usou aeronave da FAB em viagem a PE para implante capilar
A assessoria de imprensa do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), informou ao G1 nesta sexta-feira (27) que o parlamentar enviou ofício à Força Aérea Brasileira (FAB) no qual solicita o cálculo de quanto foi gasto com a viagem do senador a Recife, em um avião oficial, na última semana, para implante capilar.
A FAB confirmou ao G1 o recebimento do ofício na manhã desta sexta-feira, mas não confirmou o conteúdo do documento. Segundo a assessoria do presidente do Senado, Renan Calheiros também pediu à FAB que o oriente sobre como proceder para que o ressarcimento à União seja feito.
A ida a Pernambuco ocorreu na última quarta (18), em voo da FAB, e não constava da agenda oficial de Renan. No registro de voos da Força Aérea, a viagem é justificada por motivo de “serviço”. A informação foi divulgada na edição do último sábado (21) do jornal "Folha de S.Paulo"
Em Recife, o senador passou por procedimento cirúrgico de implante capilar durante aproximadamente 7 horas na última quinta (19) no Hospital Memorial São José, área central da cidade. De acordo com o médico que realizou a cirurgia, foram implantados mais de dez mil fios de cabelos. Renan passava bem após o procedimento.
De acordo com a assessoria de imprensa da Força Aérea, a previsão é de que a resposta ao ofício de Renan Calheiros sobre os custos da viagem seja dada na segunda-feira (30).
Segundo decreto presidencial 4244, de 2002, autoridades como ministros de Estado e o presidente do Senado, podem viajar em aviões da FAB nas seguintes circunstâncias: por motivo de segurança e emergência médica; em viagens à serviço; e em deslocamentos para o local de residência permanente. A residência permanente de Renan fica em Maceió, capital alagoana.
Ofício ao comandante da FAB
Renan Calheiros enviou na segunda-feira (23) um ofício ao comandante da Força Aérea Brasileira, Juniti Saito, perguntando se cometeu alguma “impropriedade” no uso de jato da FAB para a viagem de Brasília a Recife (PE).
O comandante respondeu que disponibilizou a aeronave para uma viagem a “serviço”, conforme solicitado pelo presidente do Senado, e que não cabe à FAB “julgar” o mérito dos traslados.
Renan Calheiros enviou na segunda-feira (23) um ofício ao comandante da Força Aérea Brasileira, Juniti Saito, perguntando se cometeu alguma “impropriedade” no uso de jato da FAB para a viagem de Brasília a Recife (PE).
O comandante respondeu que disponibilizou a aeronave para uma viagem a “serviço”, conforme solicitado pelo presidente do Senado, e que não cabe à FAB “julgar” o mérito dos traslados.
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