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NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 21/12/2013

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Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.




DIÁRIO DE PERNAMBUCO


Compra de caças suecos é uma resposta à espionagem americana no país


Dilma anunciou a aquisição dos caças para evitar pressões na disputa das urnas de 2014. Medida também é resposta à espionagem dos EUA

Pressionada pelos militares a decidir sobre a compra dos caças do programa FX-2, que se discute desde o governo de Fernando Henrique Cardoso, a presidente Dilma Rousseff bateu o martelo para adquirir as aeronaves suecas em outubro. Segundo informações do Palácio do Planalto, a decisão só foi anunciada na quarta-feira por três motivos. Um deles é que Dilma dá uma resposta aos americanos após a revelação da espionagem sobre autoridades brasileiras, incluindo ela própria, descredenciando a Boeing, produtora do Super Hornet. O governo também avaliou que, se deixasse o anúncio para 2014, ano eleitoral, poderia ficar sujeito a críticas e pressões externas.
Para manter as relações diplomáticas com os franceses, um governo também de esquerda, Dilma esperou para anunciar a decisão oficialmente apenas após a visita do presidente da França, François Hollande, ao Brasil na semana passada para não o constranger. Ela fez questão de informar o dirigente francês de que escolheria os suecos. O anúncio oficial do Brasil poderia prejudicar a primeira viagem do colega francês ao país, já que a empresa Dassault, produtora do Rafale, acabou preterida ao lado da americana Boeing.
Orçamento
O dinheiro da compra dos caças entrará no orçamento do Ministério da Defesa somente a partir de 2015. De acordo com assessoria de imprensa da pasta, não há qualquer previsão de desembolso de recursos em 2014. Conforme explicou o ministro Celso Amorim, os investimentos da ordem de US$ 4,5 bilhões estão previstos em um cronograma de desembolso que se estenderá até 2023. Tudo será definido nas negociações contratuais. O valor representa o montante anual que a Defesa tem para investir na compra de equipamentos e execução de obras. Por isso, não deverá haver grandes dificuldades para bancar a aquisição das aeronaves. Um cálculo médio mostra que a pasta teria que ter cerca de R$ 1 bilhão anual a mais para comprar os caças nos próximos 10 anos.

REVISTA ISTO É DINHEIRO




Gripens brasileiros sairão de fábricas brasileiras, diz diretor da Saab

Empresa sueca confirma que Embraer será a montadora dos aviões que serão entregues à Força Aérea
Denize BACOCCINA
O vice-presidente de aeronáutica da Saab, Lennart Sindahl, estava em reunião com clientes, na Suécia, na quarta, 18, quando começou a receber telefonemas do Brasil informando que a empresa havia sido vitoriosa na concorrência para fornecer os novos caças da Força Aérea Brasileira. Dois dias depois, na manhã desta sexta, Sindahl desembarcou em Brasília para as primeiras reuniões com o governo brasileiro. Em entrevista à DINHEIRO, ele confirmou que os aviões serão desenvolvidos em conjunto entre os dois países, e que as unidades que voarão nos céus brasileiros serão produzidos no País.

Qual é a importância do Brasil para a Saab?
A indústria sueca tem uma longa relação com o Brasil, a família controladora da Saab tem investimentos no Brasil. Já temos parcerias com a Embraer no Sivam, e exportamos esse sistema para a Grécia e o México. É uma honra para a Saab e o Gripen ser selecionado por uma das maiores nações do mundo, uma economia em crescimento.
O Gripen NG será um avião sueco-brasileiro? Os dois países irão desenvolver o avião em conjunto?
Sim. O Brasil está entrando no projeto exatamente no ponto em que estamos desenvolvendo. Os Gripens brasileiros sairão de fábricas brasileiras.
 O quanto brasileiro eles serão? Qual a parcela do contrato que será desenvolvida aqui?
Ainda estamos discutindo, mas será substancial. Cinco países já usam os aviões Gripen, e este número vai aumentar, porque estamos finalizando uma venda para a Suíça. As exportações estão muito boas e devem aumentar. Pelo menos uma parte desses aviões será brasileira.
 Haverá uma transferência real de tecnologia para a indústria brasileira?
Sim, com certeza. Desde o início das ofertas isto estava bem claro que a transferência era um ponto muito importante para o Brasil. O Gripen era o único programa que ainda está em desenvolvimento, por isso será feito em conjunto. Isso aumenta as possibilidades de desenvolvermos o projeto em conjunto.
 Quantos serão os parceiros brasileiros?
Ainda estamos negociando, mas são vários. Os principais são a Embraer e a Akaer. Começamos a conversar sobre isso com a Força Aérea Brasileira.
 Este contrato pode impulsionar a indústria de defesa brasileira?
Se olharmos a história da aviação brasileira, ficamos muito impressionados com a capacidade da Embraer, por exemplo, que é um player global, e muito bem sucedida. O mesmo deve acontecer com a indústria de caças, e isso pode impulsionar uma indústria de defesa no Brasil, com grande potencial econômico.
 Parte da produção da Akaer será feita em São Bernardo do Campo?
Não sabemos ainda. Estamos discutindo com o prefeito de São Bernardo do Campo, que quer criar um polo deste tipo na cidade.

Pronto para decolar


A escolha dos caças Gripen NG, da sueca Saab, dá mais um impulso ao renascimento da indústria bélica brasileira. Conheça os vencedores dessa guerra

Na terça-feira 17, a presidenta Dilma Rousseff começou a trabalhar cedo. Logo às oito horas da manhã, ela partiu para Recife, onde visitou as obras da refinaria Abreu e Lima, da Petrobras. Na capital pernambucana, Dilma participou, ainda, de uma cerimônia no Estaleiro Atlântico Sul. No fim da tarde, já de volta ao seu gabinete no Palácio da Alvorada, em Brasília, convocou o ministro da Defesa, Celso Amorim, e o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, para uma reunião fora da agenda. Nesse rápido encontro, a presidenta comunicou-lhes uma decisão há muito aguardada, que só seria anunciada publicamente no dia seguinte: a bilionária compra dos caças da sueca Saab, o Gripen NG.

ImagemEra o desfecho surpreendente do programa F-X2, cujo objetivo é reaparelhar a Força Aérea Brasileira (FAB), com a aquisição de 36 caças. Saito, um paulista de 71 anos que está no posto desde 2007, ficou aliviado e agradecido por Dilma ter tomado a decisão ainda durante o seu tempo como chefe da FAB. “Estou muito feliz, meu Natal vai ficar mais gordinho”, contou ele na quarta-feira 18, logo após o anúncio oficial. Não foi apenas o brigadeiro Saito quem celebrar. As empresas brasileiras do setor de defesa também têm muito a comemorar com o fim da novela da compra dos caças militares, um enredo que durava 13 anos e contava entre seus protagonistas, além da Saab, com a francesa Dassault e a americana Boeing. 
Explica-se: o acordo da FAB com a Saab pode colocar o Brasil no seleto grupo de países que produzem aviões supersônicos. O contrato, estimado em US$ 4,5 bilhões, não se restringe à importação pura e simples das aeronaves, que serão entregues até 2023. Ele é muito mais amplo, pois prevê o desenvolvimento de jatos militareses sueco-brasileiros, que poderão ser inclusive vendidos para outros países. Os detalhes da parceria com as empresas brasileiras ainda serão negociados ao longo do próximo ano, mas a promessa de transferência tecnológica e de desenvolvimento compartilhado foi essencial para a escolha da Saab.
“Foi uma decisão objetiva, baseada em performance, transferência efetiva de tecnologia e custo”, disse o ministro da Defesa. A proposta sueca era a que oferecia o melhor preço entre as três concorrentes. O CEO da Saab, Håkan Buskhe, destacou esse fator decisivo. “A Saab acredita que o anúncio de hoje representa um forte compromisso do governo brasileiro e estamos ansiosos para prover a Força Aérea Brasileira com o caça líder mundial e com melhor custo-benefício”, afirmou o executivo, em comunicado. Na quinta-feira 19, as ações da companhia sueca, negociadas na bolsa de Estocolmo, dispararam 30%.  
A decisão sobre a compra dos caças foi marcada por inúmeras idas e vindas, adiamentos e lobbies de toda ordem, envolvendo figurões políticos deste século, como o presidente americano, Barack Obama, os franceses Nicolas Sarkozy e François Hollande e o russo, Vladimir Putin. Em 2009, durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os caças franceses Rafale, que contavam com o poderoso lobby de seu ministro da Defesa, Nelson Jobim, chegaram a ser anunciados como vencedores, pelo próprio Lula. A justificativa era a parceria militar que já existia com a França para a produção de helicópteros e submarinos (confira quadro "Renovação militar"). No ano seguinte, o então presidente recuou.
 ImagemNo governo Dilma, a orientação mudou, diferenciando-se da de Lula. O conceito de parceria estratégica, que levou seu antecessor a privilegiar o Rafale, deu lugar à determinação de “não colocar todos os ovos na mesma cesta”, que beneficiou o Gripen NG. Nesse novo cenário, a preferência recaiu sobre os caças F-18 Super Hornet, da Boeing, considerados os mais modernos do mundo. Os americanos deveriam ser anunciados como os vencedores em viagem que Dilma faria em outubro a Washington. Mas documentos vazados pelo consultor Edward Snowden revelando a prática de espionagem dos órgãos de segurança dos EUA sobre o governo e empresas brasileiras abateram os jatos da Boeing ainda na prancheta. “Quando veio essa denúncia já sabíamos que eles iriam sair do páreo e venceríamos”, disse à DINHEIRO uma fonte ligada à Saab. Informados da decisão apenas na quarta à tarde, pouco antes da divulgação oficial do resultado, os perdedores reclamaram. A Boeing classificou a decisão de “decepcionante”. A Dassault foi mais dura. “Lamentamos que a escolha tenha sido pelo Gripen, aeronave que não pertence à mesma categoria do Rafale e que conta com muitos equipamentos de países terceiros, especialmente norte-americanos”, afirmou a companhia francesa em nota, não escondendo sua irritação. Para o ministro da Defesa, Celso Amorim, o fato de algumas partes do avião sueco, como as turbinas, serem fornecidas pela americana GE é uma questão irrelevante. Segundo ele, a Saab detém a tecnologia dos componentes mais sensíveis para uma aeronave de guerra e já concordou em abrir, inclusive, o código-fonte do sistema de armamento. “Temos bastante segurança de que haverá transferência”, afirmou o ministro.
O governo sueco, que, ao contrário do americano e do francês, se manteve à margem da disputa, já garantiu o direito permanente aos equipamentos – isso significa que o Brasil pode vender o avião para outras países, com os equipamentos suecos, sem nenhuma restrição. Nos Estados Unidos, ao contrário, a venda para terceiros países precisa ser aprovada pelo Congresso. “Os Gripens brasileiros sairão das fábricas brasileiras, assim como as futuras exportações para outro países”, disse à DINHEIRO o vice-presidente de Aeronáutica da Saab, Lennart Sindahl, que chegou a Brasília na sexta-feira 20 para começar a discutir com o governo brasileiro os detalhes do contrato
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EM CONSTRUÇÃO O Gripen NG é uma evolução do Gripen, que já é utilizado pelas forças aéreas de cinco países, como Hungria, República Tcheca, África do Sul e Tailândia, além da Suécia. A sigla NG quer dizer Nova Geração. “Algo que pesou para o governo é que o Gripen é um projeto no qual podemos entrar e participar”, afirmou Nelson During, editor do site especializado Defesanet. “O F-18 e o Rafale são projetos acabados.” A desvantagem, neste caso, é que o Gripen não é um caça testado em combates reais. Mas está aberto para contribuições de terceiros, pois está em desenvolvimento. 
Com isso, as empresas brasileiras têm a possibilidade de participar ativamente do projeto. Antes mesmo de vencer a disputa, a Saab já havia fechado parcerias com 15 empresas locais. Os executivos da matriz, que acompanham o vice-presidente Sindahl, se reúnem nesta semana com a Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (Copac), do Ministério da Defesa, para discutir os detalhes do projeto. Independentemente dos acertos finais, entre os vencedores da guerra dos caças há mais gente, além da Saab. Várias empresas brasileiras saem ganhando com a opção do governo pelo Gripen NG.
Afinal, cerca de 40% da aeronave deve ser fabricada no Brasil. Estima-se também que 80% da estrutura do caça será desenvolvida no País. A Embraer, presidida por Frederico Curado, será a principal parceira dos suecos, responsável pela montagem do Gripen NG, provavelmente em sua fábrica de aviões militares, em Gavião Peixoto, no interior paulista. A Akaer, de São José dos Campos, que presta serviços de alta tecnologia aos setores aeroespacial e de defesa, já vem trabalhando há quatro anos no desenvolvimento da asa e da fuselagem do jato. Na empresa, o projeto foi batizado de Gripen NG BR.
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“Hoje, temos a Embraer, mas os componentes são produzidos fora”, afirma Cesar Augusto da Silva, CEO da Akaer, empresa na qual a Saab detém 15% do capital, com opção de chegar a 40%. “Agora, poderemos até exportar para outros países.” A exportação já faz parte dos planos da Saab, que, além de abastecer a Força Aérea sueca, está prestes a fechar um contrato para fornecer o Gripen NG para a Suíça. Todos terão a tecnologia brasileira da Akaer. O projeto também deve criar um novo polo industrial em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Berço da indústria automobilística brasileira, o município está estagnado, sem receber novos investimentos industriais, que têm tomado o rumo de cidades do interior de São Paulo e de outros Estados. 
A própria Akaer deve localizar sua linha de produção na região do ABC, a exemplo da Saab, que deve construir ali uma fábrica para produzir toda a parte da estrutura do Gripen NG. A atração desses investimentos transformou o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), em um dos principais defensores da escolha das aeronaves da Saab. Desde o governo Lula, o petista já transitava entre o Brasil e a Suécia para negociar investimentos da companhia em sua cidade. Em 2011, ela foi escolhida para receber o Centro de Pesquisa e Inovação Sueco-Brasileiro, que custou US$ 50 milhões. Para ele, a escolha do Gripen traz benefícios não só para São Bernardo. “Era uma proposta mais amarrada, com transferência de tecnologia e ainda parceria imediata para investimentos”, diz Marinho.
ImagemRENASCIMENTO Ao retirar da gaveta o projeto FX-2, o governo dá mostras de que seu compromisso com o reaparelhamento das Forças Armadas é para valer, segundo analistas ouvidos por DINHEIRO. Outras fontes, que pediram para não ter seus nomes citados, argumentam que a pressão da corrente nacionalista das Forças Armadas e do setor empresarial, que sonham em ver a indústria bélica voltar aos seus tempos de glória, foi decisiva para a escolha da sueca Saab no fornecimento dos caças para a Aeronáutica. “Foi a melhor solução possível e essencialmente técnica”, afirma Jorge Leal Medeiros, professor da USP e especialista em aviação.
“O caça sueco é de baixo custo e poderá ser desenvolvido em grande parte no País, inclusive, pela Embraer, o que dará à empresa um conhecimento muito importante na área militar.” O ressurgimento da indústria bélica não se limita ao principal cliente interno, as Forças Armadas. A ambição dos fabricantes de equipamentos dos mais diversos tipos, incluindo armas leves letais e não letais, é voltar a ganhar terreno fora do Brasil. Pelas contas da consultoria americana Small Arms Survey, ao menos no segmento de armas leves (pistolas e fuzis, por exemplo), que movimenta US$ 8,5 bilhões por ano, o Brasil já recuperou seu protagonismo e se coloca como a quarta força, atrás de Estados Unidos, Itália e Alemanha. 
Embalados com essa movimentação, nomes tradicionais, como a gaúcha Taurus, estão desenhando novos modelos de rifles de assalto para serem usados por Forças Armadas e para equipar unidades especiais de polícias metropolitanas. O mercado externo garantiu à Taurus 70% de seu faturamento de R$ 701 milhões no ano passado. Caminho semelhante vem sendo seguido pela estatal Imbel, que tem no rifle FAL seu principal trunfo e está modernizando a produção, de olho nesse mercado em expansão. O mesmo vale para a categoria de armas não letais, na qual se destaca a carioca Condor, fabricante de bombas de efeito moral, de gás lacrimogêneo e pistolas de choque, utilizadas em manifestações e brigas de torcida.
Na avaliação do vice-presidente executivo da Imbel, general Américo Valdetaro, o Regime Especial Tributário da Indústria de Defesa, programa do Ministério da Defesa que fará desonerações para produtos do setor, e a finalização na negociação dos caças serão preponderantes para o aquecimento do setor de defesa. “Veremos várias empresas se interessando e ajudando a suprir a demanda necessária com produtos nacionais”, diz Valdetaro. Mas a grande vedete desse renascimento do setor de defesa, sem dúvida, têm sido os armamentos de grande porte, como submarinos e aeronaves. 
Até porque o grande desafio das Forças Armadas é resguardar os interesses estratégicos e econômicos do País na área do pré-sal. Foi graças à descoberta dessas gigantescas jazidas de petróleo que a Marinha conseguiu reativar o projeto de fabricação de submarinos, um projeto de R$ 8 bilhões para a produção de cinco submarinos, um deles com propulsão nuclear. A produção, que acontece em Itaguaí (RJ), está sendo tocada pelo Grupo Odebrecht, que criou uma divisão de defesa para explorar contratos nessa área. A expectativa da Odebrecht Defesa e Tecnologia (ODT) é fechar o ano com receita na faixa dos R$ 400 milhões.
Outra que também começou a ver oportunidades em larga escala é a Helibras, subsidiária do francês EADS, o maior grupo aeronáutico do mundo, e única fabricante de helicópteros do País. A assinatura de contrato para a venda de 50 helicópteros EC725 para o Ministério da Defesa fez com que a empresa investisse na instalação de uma linha de montagem específica do modelo, em sua fábrica em Itajubá, na qual investiu R$ 420 milhões. A parceria com o Ministério também contempla a modernização da frota de 33 aeronaves Esquilos usadas pela Aviação do Exército. O mesmo será feito em relação aos modelos AS365K, mais conhecidos como Pantera.
O crescimento do mercado bélico anima também empresas que ainda não têm contratos com o governo. A alemã Krauss-Maffei Wegmann (KMW), que pretende iniciar em 2014 a operação de sua fábrica de veículos blindados em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, vê com otimismo a disposição do governo brasileiro de entrar para valer nesse mercado. Para o diretor-geral da companhia no Brasil, Christian Böge, o programa F-X2 vai estimular o conhecimento tecnológico brasileiro. “O Brasil terá acesso a informações de ponta”, afirma Böge. “Algo que sempre parecia muito distante.” Agora, bem menos distante, diga-se. Depois de um período de vacas magras, nos anos 1990 e meados da década passada, o orçamento da Defesa vem sendo recomposto.
Em 2003, por exemplo, a pasta tinha apenas R$ 4,6 bilhões para gastos com custeio e investimento. Em 2008, quando foi publicada a Estratégia Nacional de Defesa, o orçamento já havia aumentado para R$ 9,6 bilhões. Agora, neste ano, um novo salto, para R$ 18,6 bilhões, com previsão de chegar a R$ 19,6 bilhões em 2014. Aparentemente, é só o começo. Com a entrada no restrito clube dos fabricantes de caças militares permitido pela transferência de tecnologia trazida pelo Gripen NG, essas cifras se multiplicarão nos próximos anos, gerando negócios e empregos no País. Só em São Bernardo, por exemplo, o prefeito, Luiz Marinho, prevê a criação de 5.800 novos postos de trabalho.
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Colaboraram: Carlos Eduardo Valim, Rosenildo Gomes Ferreira, Luciele Velluto e André Jankavski

COLUNA PAULO MOREIRA LEITE



Snowden bateu na porta errada

O Planalto está convencido de que os partidários da concessão de asilo a Edward Snowden confundiram os direitos de um país com o estatuto de uma ONG.
O Planalto está convencido de que os partidários da concessão de asilo a Edward Snowden confundiram os direitos de um país com o estatuto de uma ONG e não pretende atender ao pedido, mesmo que seja feito pelos caminhos diplomáticos adequados. A diferença essencial, explica-se em Brasília, é que um governo tem obrigações e compromissos com outras nações e hoje o Brasil não tem o menor interesse em afrontar os Estados Unidos, seu segundo maior parceiro comercial. Sem deixar de reconhecer que Snowden prestou informações valiosas sobre o tratamento real de Washington a seus parceiros, o governo continua intrigado com as conexões que permitiram ao ex-técnico da CIA mudar de lado repentinamente, obter asilo temporário em Moscou depois de abrigar-se em Hong Kong e agora tentar viver no Brasil.
Defesa divertida

Denunciado pelo Ministério Público de Goiás por corrupção passiva e advocacia administrativa, o ex-senador Demóstenes Torres pode convocar antigos inimigos do PT para ajudá-lo a mostrar que foi vítima de uma conspiração de antigos aliados políticos. Os petistas podem ajudar, até porque os novos inimigos de Demóstenes são seus inimigos antigos.
Especulação no ar

Uma parcela do mundo político cearense está em pé de guerra contra o Ministério da Defesa depois que ele transferiu a maior parte das atribuições dos grupamentos da Base Aérea de Fortaleza para Natal (RN), separando a família dos militares e privando o Estado de R$ 200 milhões de recursos anuais. A suspeita é que a antiga área usada pela Aeronáutica acabe sendo utilizada para grandes investimentos imobiliários. Adversários do governador Cid Gomes dizem estranhar seu silêncio assombroso sobre o negócio.
PMDB cortejado

Aproveitando solavancos na base do governo federal, Marconi Perillo (PSDB) tem feito o possível para se aproximar do PMDB goiano, que se tornou um troféu especialmente atraente após a adesão de José Batista Júnior, do Friboi, o megaempresário de proteína animal. Em busca de vitaminas para Dilma, o PT procura demarcar seu território.
Jeito mineiro

Durante a escolha de Antonio Imbassahy como novo líder do PSDB na Câmara, o deputado Luiz Carlos Hauly arrancou risadas dos presentes. "Vocês pensam que só tem mineiro em Minas Gerais. Na Bahia também tem. Olha como o Imbassahy costurou tudo e ficou sem oposição", disse ele, em referência às articulações de Aécio Neves que isolaram José Serra.
O incerto futuro de Ideli

Ignorando a hipótese, pouco provável de que Ideli Salvatti consiga legenda ao Senado por Santa Catarina, a ministra terá de tomar uma decisão difícil. Ou disputa cadeira na Câmara dos Deputados ou aceita cargo menos prestigiado no governo.
O começo e o fim da reforma

A reforma ministerial ocorrerá em fases. Já se sabe que o Ministério da Integração será o primeiro com novo comando. O último a sair será Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que disputará o governo de Minas Gerais.
A proeza de Requião

Para aprovar a CPI dos Ônibus Urbanos, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) consumou uma proeza histórica no Congresso. Ao longo de meses, acumulou 40 assinaturas, número mais do que suficiente para instalar a CPI. Atacado pelo governo, que mandou emissários visitar senadores em casa para convencê-los a mudar de voto, quatro horas antes do prazo final lhe restavam 26 nomes, quando precisava de 27, no mínimo. Dois apoios decisivos apareceram às 23h56 da quinta-feira 11, quatro minutos antes do prazo final. Na volta dos trabalhos, em 2014, Requião será candidato natural à relatoria (e aos holofotes) de um assunto que está na origem dos protestos de junho.
Com a TV Justiça na mira

O deputado Vicente Cândido (PT-SP) resolveu investir pesado contra a TV Justiça e vai apresentar projeto de lei para impedir a transmissão de julgamentos ao vivo. O deputado é partidário da tese de que as decisões ao vivo exercem uma influência indevida nas decisões em função do apelo midiático sobre os juízes.
Retrato falado
"Quem compara a Arena Joinville com os estádios da Copa não sabe do que está falando. Aquele lugar era inadequado até para campeonatos brasileiros. Os estádios da Copa são absolutamente seguros.
Um dos arquitetos do sistema de segurança dos estádios-sede da Copa do Mundo, o delegado Paulo Lacerda explica que ninguém deve acreditar que a violência que se viu em Joinville pode ocorrer nos jogos pelo título mundial de 2014. O delegado lembra que a segurança prevê um controle permanente de torcedores, o monitoramente preventivo de cada metro quadrado dos estádios por câmeras de tevê e a presença de uma tropa de assalto bem armada, pronta para intervir a qualquer momento.
Rápidas

* A nomeação de Ciro Gomes para o Ministério foi acertada, mas a pasta não será a da Saúde. O Planalto considera que o ministério que irá administrar o Mais Médicos no ano eleitoral de 2014 é importante demais para sair das mãos do PT depois que Alexandre Padilha entrar na corrida pelo governo de São Paulo.
* A luta interna entre setores do Ministério Público Federal causou um prejuízo milionário. Emenda de R$ 196 milhões aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado acabou encolhida para apenas R$ 1 milhão.
* Piada no Itamaraty: para ajudar na libertação de Julian Assange, pai do WikiLeaks e refugiado na embaixada do Equador em Londres, o Itamaraty deveria transferir o diplomata Henrique Sabóia para a capital inglesa. Foi Sabóia quem contrabandeou o senador boliviano Roger Pinto para o Brasil.
Toma lá dá cá
Aldo Arantes é secretário-geral da OAB e coordenador de um movimento de 60 entidades a favor da reforma eleitoral, em debate no STF.
ISTOÉ – O Supremo tem o direito de fazer uma reforma eleitoral?
ALDO – O Supremo não está fazendo isso. Apenas vai dizer se as empresas têm direito constitucional a fazer contribuições financeiras. É sua atribuição constitucional.
ISTOÉ – O Movimento por Eleições Limpas é a favor do financiamento público exclusivo?
ALDO – Não. Somos a favor do financiamento público e também do financiamento voluntário de cidadãos. Quem quiser poderá contribuir até um certo limite, hoje em torno de R$ 600. O projeto será resolvido pelo Congresso, onde já temos apoio de 161 parlamentares.
Sócio sueco

Irmão do prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), o advogado Claudio Fruet é sócio de um escritório de advocacia que fez a representação da Saab em Brasília, vencedora da venda de aviões supersônicos Gripen.
Cadeira disputada
O senador e pré-candidato tucano à Presidência, Aécio Neves (MG), já disse ao ex-senador Tasso Jereissati que precisa dele na corrida do ano que vem. Pesquisas encomendadas pelo PSDB mostram que Tasso tem boas chances na corrida pelo Senado. Mas a inclusão do tucano na disputa da cadeira que atualmente pertence a Inácio Arruda (PCdoB) embolou o jogo no Ceará. O deputado José Guimarães (PT-CE) tem pretensões de concorrer ao Senado, mas só fará isso se o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) ou o governador Cid Gomes (PROS) anunciarem apoio, o que até agora não aconteceu. Cid não tem grande interesse em apoiar o petista e Eunício prefereTasso.

O ESTADO DE SÃO PAULO


Piloto evita que aviões se choquem no céu de SP



Voo da Azul ia de Campinas para o Rio quando sistema anticolisão fez alerta; caso semelhante, em 2006, levou à morte de 150 pessoas
Dois aviões quase colidiram no ar na tarde de anteontem, em São Paulo. Um deles, da companhia aérea Azul, fazia o voo 5114 entre Viracopos (Campinas) e o Aeroporto Santos Dumont, no Rio. O outro não foi informado pela Aeronáutica. O piloto do avião da Azul teve de fazer uma manobra de emergência para evitar a colisão e ninguém ficou ferido.
A Aeronáutica, responsável pelo controle do tráfego aéreo, informou que foi instaurada uma investigação "para apurar os fatores contribuintes e os profissionais envolvidos foram afastados preventivamente até conclusão da investigação, conforme previsto em normas."
A manobra ocorreu em uma área de responsabilidade do controle de tráfego de São Paulo. Os aviões seguiam em rotas próximas quando o Sistema An-ticolisão de Tráfego (TGAS) dos dois teria sido acionado. O equipamento, que se comunica com outras aeronaves, informa ao piloto os procedimentos para evitar uma colisão - para um avião, indica que o piloto suba, e para o outro, que desça.
"Um evento de quase colisão pode ocorrer por problemas no espaço aéreo, por informações equívocas enviadas pelos controladores, por erros do piloto ao receber as informações e até por falha do equipamento da aeronave", afirma o diretor da Secretaria de Segurança de voo do Sindicato Nacional dos Aero-nautas (SNA), comandante Mateus Ghisleni.
Na tragédia do avião da Gol que se chocou com o Legacy, em 29 setembro de 2006, o sistema estava inativo no jato da Embraer. Mais de 150 pessoas morreram após a queda do Boeing no Mato Grosso.
Segundo nota da Azul, o voo 5114"teve de desviar seupercur-so durante o trajeto por causa de outra aeronave, que seguia em rota próxima". "A companhia esclarece que essa é uma ação preventiva e visa a conferir a segurança de suas operações." O incidente aconteceu por volta das 161130.
Segurança de voo. O comandante Carlos Camacho, especialista em segurança de voo, afirma que o piloto da Azul teve de fazer uma "manobra evasiva", que está prevista nos procedi-. mentos de segurança de voo. "O risco de acidente foi mitigado pela presença do TCAS, que funciona quando o transpon-der (emissor de sinal) está ligado nas duas aeronaves. O piloto da Azul detectou a outra aeronave e então teve de fazer a manobra", afirma. O procedimento, no entanto, não é corriqueiro. "A manobra evasiva é considerada um incidente grave. Não é uma manobra costumeira." Apesar de ser uma ação prevista na segurança, os passageiros podem sofrer ferimentos, se não forem avisados da manobra pela tripulação. "Passageiros fora dos seus assentos, a depender da intensidade da manobra, podem ir ao teto ou ao chão e sofrer fraturas", observa o comandante. Por isso, ele aconselha que os passageiros mantenham os cintos afivelados durante todo o voo. 

Brasil terá controle total da tecnologia do caça sueco, diz fabricante


Haverá liberdade para adaptações inclusive de partes sensíveis, como o sistema eletrônico de combate, informa representante da Saab

São Paulo - O governo brasileiro terá o total controle da tecnologia usada no caça sueco Gripen NG e poderá realizar quaisquer modificações que atendam às necessidades da Força Aérea Brasileira (FAB), disse ao Broadcast o chefe da comunicação da Saab, Lennart Sindahl. De acordo com ele, haverá liberdade para a FAB adaptar até as partes mais sensíveis das 36 aeronaves que serão adquiridas pelo País, como o sistema eletrônico de combate. "Não há restrições, o Brasil terá acesso total", afirmou.
A transferência de tecnologia é o ponto mais importante da compra dos caças do programa FX-2, que vai renovar a frota da FAB. A indústria brasileira vai construir, em conjunto com a Saab, partes e softwares do Gripen NG, um caça totalmente novo - existe um protótipo com 300 horas de voo. Os jatos serão montados no Brasil. "Haverá a transferência de conhecimentos importantes, que vão preparar o País para futuras necessidades em caças aéreos", disse Sindahl. 
O contrato para a compra dos 36 aviões ao custo de US$ 4,5 bilhões ainda será discutido, mas, segundo o executivo, não há risco de um retrocesso no acordo porque tanto o pedido da FAB como a proposta apresentada pela fabricante sueca foram muito bem detalhados. Não há uma data certa para a assinatura do documento, mas deve ocorrer em 2014. Sindahl explica que há muitas questões para definir, tipos de armamento embarcados, integração de sistemas, aeronaves com um ou dois assentos, soluções de transporte e treinamento, entre outras.
Questionado se as denúncias do ex-espião americano Edward Snowden contribuíram para o sucesso da Saab na concorrência - o caso pode ter impactado negativamente na proposta da Boeing com o seu F/A-18E/F Super Hornet -, Sindahl foi enfático: "Não acho que devemos agradecer ao sr. Snowden." O executivo afirmou que a Saab fez a melhor proposta em relação à transferência tecnológica e a mais barata. "Significa que a presidente Dilma não precisará investir mais do que o necessário na renovação da frota da FAB, porque há outras demandas do Brasil, como educação e infraestrutura", disse.

PORTAL UOL


Sueca Saab confirma que planeja exportar caças do Brasil



Brasília, 20 dez (EFE).- O vice-presidente da empresa sueca Saab, Lennart Sindahl, confirmou nesta sexta-feira que a venda de 36 caças ao Brasil implicará também uma sociedade de produção com o país, que poderá exportar aviões para o resto da América Latina, a Ásia e a África.
Saab, com os caças de combate Gripen-NG, venceu nesta semana a licitação para fornecer 36 aeronaves à Força Aérea, vencendo os concorrentes franceses Rafale e os FA-118 Super Hornet americanos.
O negócio, avaliado em US$ 4,5 bilhões, incluirá a construção de uma fábrica em São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo, onde alguns desses aviões serão produzidos.
"Se juntarmos forças com o Brasil, o Gripen-NG não será só para o mercado brasileiro, mas também para exportação", declarou Sindahl em entrevista coletiva.
Segundo o vice-presidente da Saab, essa aposta em uma "sociedade de produção" com o Brasil se fundamenta nas "boas relações que o país tem com América Latina, África e países asiáticos", que seriam os mercados preferenciais para as operações conjuntas.
Sindahl chegou nesta sexta-feira a Brasília para umas primeiras reuniões com autoridades do Ministério da Defesa, em que discutirá pontos do contrato que deve ser assinado até o fim do ano, para começar a produzir os caças que serão usados na Defesa brasileira.
Uma vez cumprida esse primeiro encomenda, a produção continuará com a meta de que o Brasil adquira outros aviões e que o Gripen-NG seja exportado daqui, indicou o vice-presidente da Saab.
Segundo cálculos da empresa sueca e do Ministério da Defesa, os aviões começarão a ser entregues a partir de 2019, 12 por ano, e os caças devem estar em plena operação em 2022.
O Gripen-NG é a quinta geração desse modelo, mas ainda não foi totalmente desenvolvido e existe somente um protótipo que tem 300 horas de voo.
Mesmo assim, Sindahl garantiu que não se trata de "um plano" nem de um "avião de papel", pois é parte de uma "família" que se desenvolve e opera há trinta anos.

ESTADO DE MINAS


Enquanto novos caças não chegam, Brasil negocia com Suécia emprestimo de aviões


Com a saída de cena dos Mirage-2000, país quer emprestado de seis a 12 aviões

O Brasil vai pedir à empresa sueca Saab, fabricante dos futuros caças da Força Aérea Brasileira (FAB), que sejam emprestados de seis a 12 aviões enquanto os novos modelos não chegam. O “tampão” seria um Gripen da geração atual, o modelo C/D. O Brasil anunciou na quarta-feira que vai comprar, por US$ 4,5 bilhões, 36 Gripens NG, a nova geração do avião. O problema é que as aeronaves só começam a chegar, se o contrato for assinado até o fim de 2014, em algum momento de 2016. Enquanto isso, o Brasil só terá à sua disposição para defesa aérea antigos caças F-5 modernizados, já que os Mirage-2000 em uso atualmente serão desativados no dia 31.
Os Mirage, 12 ao total, já eram uma solução provisória encontrada pela FAB em 2005, quando foram aposentados os antigos Mirage-IIIEBR, com mais de 30 anos de uso. Usados, tiveram sua vida útil esticada ao máximo. Em 2005, os suecos chegaram a oferecer Gripens usados como “tampão”, então a expectativa é de que o pedido do Brasil seja aceito.
Os F-5 terão de ser remanejados para Anápolis, onde fica o Grupo de Defesa Aérea, responsável por proteger Brasília de ameaças. O contingente que ficará na cidade goiana será mínimo: seis pilotos, um major e cinco capitães, para manter a unidade e cumprir horas de voo nos F-5. Hoje há 46 desses aviões, que foram modernizados pela Embraer e contam com computadores atuais, mas não foram desenhados como interceptadores, e sim para combate aéreo. O próximo caça da FAB terá a missão de unificar as capacidades dos modelos existentes hoje. Ou seja, fazer interceptação como os Mirage, combate tático como os F-5, além de ataque a solo.
CRíTICAS Um dia depois de ser informado de que seu país não seria contemplado pelo contrato de compra dos caças para a FAB, o presidente da França, François Hollande, afirmou que o Brasil “queria um avião menos sofisticado e mais barato”. “Optaram por outro, é sua responsabilidade”, criticou o ministro da Defesa francês, Jean-Yves Le Drian. Já a Boeing disse que a decisão é “decepcionante” e que gostaria de compreendê-la. Na outra ponta, as ações da Saad, empresa responsável pela produção dos Gripens NG, teve a maior alta em cinco anos na Bolsa de Estocolmo: 30%.
Especialistas do setor consideram acertada a escolha do governo, mas veem um defeito: o raio de alcance do Gripen é limitado, principalmente pelo fato de o Brasil ter dimensões continentais. O caça consegue voar somente 1,3 mil quilômetros sem precisar ser reabastecido. “O Gripen anterior tinha raio de atuação muito pequeno, de 800km. Isso é perfeito para países como a Suécia, a África do Sul e a República Tcheca, por exemplo, mas não para o Brasil”, diz Gunter Grudzit, especialista em segurança internacional e professor de relações internacionais da Faculdade Rio Branco, de São Paulo.
Pelo que o ministro da Defesa, Celso Amorim, disse na quarta-feira, as patentes dos itens fechados nos contratos serão repassadas às empresas brasileiras. Isso fará com que o Brasil não tenha de pagar royalties no futuro. “Isso é fantástico para a Embraer desenvolver por aqui”, comenta Grudzit. (Com agências)
Repercussão pelo mundo
The New York Times

» O jornal relata a escolha dos caças suecos em detrimentos dos americanos como uma “decepção” para a Boeing. O NYT lembra que a decisão brasileira ocorre “em um momento de crescente tensão entre os Estados Unidos e o Brasil” devido às revelações de espionagem por parte da Agência de Segurança dos EUA a chefes de Estado pelo mundo, incluindo a presidente Dilma Rousseff.
El País

» O periódico espanhol escreve que a negociação brasileira ocorreu em meio a uma “grande pressão” dos países que gostariam de vender seus caças ao governo Dilma. O jornal avalia que os Estados Unidos eram os mais cotados na concorrência, mas que a relação “ficou manchada após a descoberta que o país de Barack Obama estava espionando o governo brasileiro”.
Affarsvarlden

» O jornal sueco afirma que a empresa Saab foi a vencedora da Bolsa de Estocolmo “após levar para casa a aquisição brasileira de aviões de caça”. As ações da Saab subiram 30%. O chefe da aeronáutica da empresa, Lennart Sindahl, afirmou ao jornal que o Brasil fez uma avaliação completa ao escolher os Gripens. Ele acredita que com a decisão a marca se fortalece em outros mercados pelo mundo.
Le Monde

» O jornal francês chama a atenção para o fato de que o governo do país ainda espera negociar a venda dos Rafales à Índia e ao Catar, que devem anunciar os seus negócios em 2014. O ministro da Defesa da França, Yves Le Drian, declarou que “o Brasil não foi o nosso principal alvo”. Drian disse haver “boas razões para acreditar que nos dois países, em breve, haverá bons resultados”.

ZERO HORA


Fabricante de caças escolheu fornecedora no Estado


AEL Sistemas poderá produzir componentes para as aeronaves que serão compradas pelo Brasil

A decisão do governo brasileiro de adquirir 36 caças Gripen NG, de fabricação da sueca Saab, contém uma boa notícia para o Rio Grande do Sul.
A AEL Sistemas S.A., empresa de capital israelense estabelecida em Porto Alegre e que integra um projeto de estímulo à criação de um polo aeroespacial na Capital, foi selecionada em abril deste ano para fornecer equipamentos para o Gripen NG.
A opção da Saab pela AEL foi confirmada em nota publicada no site da empresa sueca. "A AEL Sistemas S.A. foi selecionada para o programa FX-2 em relação a aviônicos (componentes) do Gripen NG se for escolhido pela FAB", dizia a nota. O programa FX-2 é o projeto do governo brasileiro para aquisição de caças que substituirão os atuais Mirage.
Entre os componentes a serem fornecidos pela AEL, segundo a nota da Saab, estão displays, processadores, computadores, software e serviços de integração e suporte de logística. A empresa sediada em Porto Alegre é especializada em defesa eletrônica, componentes espaciais e interface de comunicação. Um memorando de entendimento entre as duas companhias foi assinado em 2009.
Em nota, a AEL afirmou que "comemora o fato de a Saab ter anunciado que a companhia gaúcha será parceira no fornecimento de um extenso pacote de aviônicos para a aeronave". "Ao fazer parte do projeto de desenvolvimento do Gripen NG, iremos desenvolver e fornecer as mais modernas tecnologias aviônicas na nova geração de caças, o que amplia ainda mais as contribuições já feitas pela empresa às Forças Militares do Brasil", afirma Shlomo Erez, presidente da AEL, segundo o texto.
O secretário estadual de Ciência, Cleber Prodanov, confirmou que a AEL é uma das empresas cotadas para fornecer equipamentos para a construção dos caças suecos:
— A AEL tem potencial. Se vai se concretizar, ainda depende dos contratos que serão discutidos daqui por diante. É uma empresa com expertise, já participou da modernização dos aviões da FAB e de navios da Marinha.
O fato de uma empresa baseada em Porto Alegre se credenciar a fornecer produtos ao Gripen NG animou o secretário, que já mira a consolidação do ramo tecnológico no Estado.

Fabricante de caça escolhido pela FAB confirma parceria com empresa no RS



A empresa sueca Saab confirmou nesta sexta-feira a parceria com a AEL Sistemas S.A., baseada em Porto Alegre, para fornecimento de aviônicos (componentes) para os 36 caças Gripen NG a serem adquiridos pela Força Aérea Brasileira (FAB). A colaboração entre as duas companhias, que firmaram um memorando de entendimento em 2009, havia sido anunciada em abril deste ano pela fabricante do Gripen caso o modelo fosse escolhido pela Aeronáutica. O novo caça será o primeiro projeto comum entre a Saab e a AEL. A informação de que a empresa baseada no Estado estava habilitada a fornecer componentes para o avião escolhido pela FAB foi dada nesta quinta-feira por este blog.

– Temos muitas discussões com eles (a AEL), e é claro que concluímos que é uma empresa realmente capacitada que se sairá bem como fornecedora do Gripen – afirmou Lennart Sindahl, vice-presidente executivo sênior da Saab, de Brasília, por telefone.
 A AEL Sistemas, de capital israelense, é especializada em defesa eletrônica, componentes espaciais e interface de comunicação e integra o projeto de um polo aeroespacial no Estado.
 Segundo Sindahl, o NG colocará o modelo Gripen na “próxima geração”, com um aumento substancial da capacidade da aeronave.
 – O radar do avião terá um alcance maior, que permitirá o uso de armas de longo alcance de uma maneira que seria impossível nos modelos anteriores. O sistema eletrônico de autoproteção será o mais moderno encontrado em qualquer caça em termos globais, incluindo nossa concorrência. Aumentaremos o tempo que a aeronave pode ficar no ar, o tempo de voo ou alcance, além de aumentar a carga e a capacidade de comunicação. Nós aperfeiçoaremos o aparelho – explicou o executivo.
 Atualmente, depois de dois anos de testes com um demonstrador de tecnologia (um modelo antigo, o Gripen D, equipado com a tecnologia do NG), está em operação um primeiro protótipo do Gripen NG com novos radar, sistema eletrônico e software. O segundo protótipo será idêntico ao caça de série. Sindahl afirma que a aeronave, de acordo com solicitação da FAB, poderá trabalhar com qualquer sistema de armamento.
 – Podemos trabalhar com armamento brasileiro, sul-africano, francês, americano, sueco. Enfatizo que treinaremos os brasileiros para integrar os sistemas de armamento por si mesmos, mas não há limite em relação ao que pode ser integrado, exceto que não podemos carregar armas nucleares – disse o vice-presidente da Saab.
 A respeito da afirmação do ministro da Defesa, Celso Amorim, na entrevista coletiva de quarta-feira, de que o Brasil buscaria um acordo de empréstimo de um certo número de modelos antigos do Gripen até a entrega dos NG, Sindahl afirmou ter ouvido que o assunto está sendo discutido entre os governos brasileiro e sueco.


"É o melhor produto pelo menor preço"



LENNART SINDAHL - LENNART SINDAHL VICE-PRESIDENTE-EXECUTIVO SÊNIOR DA SAAB
Chefe do segmento de Aeronáutica e negócios da Saab, Lennart Sindahl é desde junho o vice-presidente-executivo sênior da empresa sueca, que venceu a licitação dos caças no Brasil.
Ficou só um dia na capital federal, suficiente para se reunir com o comando da Aeronáutica e o ministro Juniti Saito para definir um cronograma até a entrega dos 36 caças Gripen NG. E também ligou para agradecer o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho (PT), um dos maiores defensores do caça no governo federal. Será na cidade do ABC paulista que o avião será montado. A seguir, os principais trechos da entrevista.
Zero Hora – Quais as vantagens do Brasil ao escolher o modelo sueco?
Lennart Sindahl – O Gripen foi a melhor opção por uma série de motivos. O primeiro, obviamente é preencher os requisitos que a FAB estabeleceu. A principal é que o Brasil tinha muito interesse na questão da transferência de tecnologias, de conhecimentos tecnológicos. E isso nós podemos fazer, pois temos todo um programa de desenvolvimento nesta área. O que podemos assegurar, também, é que o Gripen NG é o caça mais moderno que você poderá encontrar no mundo, exceto talvez por China e Rússia. Sobre esses países, nós não temos conhecimento. Se o Brasil comprasse um caça de 20 anos, ele teria, na verdade, mais de 30 anos de uso desde o desenvolvimento. Isso não é bom, há custo de manutenção. É preciso algo mais moderno. E o motivo final é o impacto financeiro. É o melhor produto pelo melhor preço em questão. A preocupação em gastar menos com defesa é mundial.
ZH – Há questionamentos sobre o fato de o Gripen NG nunca ter sido usado em combate. O senhor vê nisso um problema?
Sindahl – Não. Ele foi usado em grandes operações, como na Líbia, por exemplo. Eu devo dizer que nenhum dos competidores pode ser questionado pelo uso em combate.
ZH – Existe a possibilidade de a Saab emprestar modelos anteriores do caça para os pilotos se habituarem com o Gripen?
Sindahl – Pelo que sei, há uma discussão entre as forças aéreas de Brasil e Suécia a esse respeito. Eu não tenho nenhum detalhe, mas entendo que isso seja debatido e me parece uma solução realista.
ZH – Existe alguma chance de o modelo já estar obsoleto quando for entregue?
Sindahl – Não, pelo contrário. O que nós entregaremos será o mais moderno que você poderá encontrar naquela data. Justamente por sermos o único competidor com um sistema de desenvolvimento que se mantém ao longo da fabricação.
ZH – Sabemos que Índia, Suíça e África do Sul adquiriram caças da Saab. Serão os mesmos modelos que os brasileiros?
Sindahl – O JAS Gripen C/D já está voando na Suécia, Hungria, República Tcheca, África do Sul e Tailândia. Do NG, a Suécia já adquiriu 16 aeronaves. Na Suíça, estamos aguardando por decisões políticas, provavelmente por referendo. O mesmo modelo será para esses três países.
ZH – O senhor assegura que em 2018 o primeiro Gripen NG estará voando no Brasil?
Sindahl – Sim. Talvez antes, dependendo de soluções relacionadas ao inventário. Mas sim, em 2018 estarão sobrevoando o Brasil.
ZH – O senhor considera esta negociação um passo importante para as relações entre Brasil e Suécia?
Sindahl – Sim. Investimento em defesa é primordial para qualquer país. O Brasil é um país imenso e com uma economia em desenvolvimento. Eu acredito em um crescimento da relação entre os dois países em diversos aspectos.

PORTAL G-1


Novo caça vai atuar nas Olimpíadas do Rio-2016, diz oficial da Aeronáutica


Enquanto Gripen NG não fica pronto, governo negocia aluguel de aviões. Defesa anunciou compra de 36 caças suecos Gripen por US$ 4,5 bilhões.

O Brasil começa a negociar nos próximos dias o aluguel de caças suecos Gripen para proteger o espaço aéreo do país enquanto os novos aviões de ataques não chegam - o que só deve ocorrer em 2018.
Segundo o o brigadeiro José Augusto Crepaldi Affonso, gerente do projeto da Aeronáutica que escolheu o novo avião de ataque do país, entre 6 e 12 unidades do Gripen deverão estar aqui em 2016, durante as Olimpíadas.
O Gripen NG, da empresa sueca Saab, foi anunciado na quarta-feira (18) como o novo caça supersônico brasileiro. Mas enquanto o modelo ainda em desenvolvimento não fica pronto, a ideia "tampão" divulgada pelo Ministério da Defesa é uma proposta separada da cessão temporária de aviões, que ainda será negociada.
“Para a Copa do Mundo (em 2014), impossível não é já termos um aqui, teria que ser feito um esforço muito grande. Acho que as a chances são muito pequenas, cerca de 20%. Não vou dizer nula, porque nada é impossível", disse Crepaldi ao G1. "Para as Olimpíadas, vai ter com certeza. As chances são de 100%", afirmou ele.
O Ministério da Defesa divulgou na quinta-feira (19) que irá iniciar tratativas com a Saab para o empréstimo dos aviões, que terão como missão preencher a lacuna na defesa após a aposentadoria, no próximo dia 31, do mais potente e veloz caça do país, o Mirage 2000. As unidades, que ficam em Anápolis (GO), estão sucateadas e não possuem mais armamento.
Após 15 anos de indecisão no processo FX-2, o governo irá comprar 36 aviões Gripen ao custo de US$ 4,5 bilhões, mas o contrato só deve ser assinado no fim de 2014 e os aviões só começam a chegar quatro anos depois. Além do Gripen, concorreram no processo o F-18, da norte-americana Boeing, e o Rafale, da francessa Dassault.
“O governo sueco deve fazer esta proposta (de aluguel de caças usados) para o Ministério da Defesa no início do ano, dando um ‘start’ na negociação, perguntando quantos desejamos, com qual configuração. Seria um aluguel ou uma cessão, o Brasil pagaria por isso”, explica o brigadeiro.
Conforme Crepaldi, as três concorrentes do projeto FX-2, que definiu o novo caça do Brasil, apresentaram a previsão de "uma solução interina” enquanto os aviões novos não chegassem.
Detalhes ainda não existem sobre quantidade e valores (dos caças alugados). É uma oferta passiva de negociação, vai depender dos interesses do governo, da proposta que deve ser feita pelo governo da Suécia. Mas seria entre 6 e 12 aeronaves”, acrescenta.
O aluguel do Gripen no período de transição permitiria, desde já, começar a treinar pilotos e ensinar mecânicos a lidar com o novo avião.
Os grandes eventos preocupam devido à presença de equipes internacionais que podem ser alvo de de terroristas - 18 pessoas, entre elas atletas israelenses, foram mortos durante um ataque nas Olimpíadas de Munique, em 1972.
Fim de novela
A escolha do novo avião, anunciada pela presidente Dilma Rousseff e o ministro da Defesa, Celso Amorim, na quarta-feira, não foi surpresa para o oficial.
“O ministro nos havia dito no início do ano que a decisão da presidente sairia ainda em 2013. Havia uma janela de oportunidades que não podíamos perder”, diz, referindo-se ao fato da Saab ter começado a produzir em julho o caça que o Brasil comprará. Cerca de 30% do modelo já está pronto.
Na época, o diretor da Saab no Brasil, Bengt Janer, disse ao G1 que, se o Brasil decidisse rápido, ainda poderia participar do desenvolvimento, aprendendo junto a construir o modelo.
Outros fatores que interferiram na decisão ter saído ainda em 2013 foram a aposentadoria do Mirage e o vencimento das propostas do FX-2, previstas para março.
O Gripen foi escolhido devido à proposta de transferência de tecnologia: 80% da estrutura será produzida no Brasil pela Embraer. A partir do primeiro lote de 36 aeronaves, a FAB planeja mais dois novos lotes com a mesma quantidade. Em 20 anos, a ideia é contar com 108 caças espalhados em pequenas bases nas fronteiras do país. Cada avião terá vida útil de 30 anos.
“Mais do que a comemoração efusiva (pela definição do novo caça), há um sentimento e uma satisfação de que, enfim, chegou ao fim a novela. O governo sabe que é um projeto importante, não só para a FAB, mas para a indústria nacional”.
Código fonte

A Saab foi a única dentre as concorrentes que permitiu que o Brasil tenha acesso amplo ao código fonte, podendo fabricar e fazer mudanças no modelo no futuro, informou o brigadeiro. 
Os militares também preferiram o Gripen devido ao baixo custo de hora de voo (US$ 4,7 mil - a hora do F-18 é de mais de US$ 11 mil) - e das facilidades de manutenção.
Mais curto que os concorrentes, o Gripen pousa fácil em pistas curtas, de até 500 metros, e de diversos terrenos, permitindo, que em um eventual conflito, a FAB use ele em avenidas ou clareiras na Amazônia, por exemplo.
Assim que o contrato para a compra do Gripen for assinado, 8 pilotos serão enviados para a Suécia para começar o treinamento no Gripen. As instruções levam até 10 meses.

FAB afasta controladores após avião fazer manobra para evitar batida no ar


Voo da Azul saía de Viracopos, em Campinas, sentido Rio de Janeiro. Aeronáutica instaurou investigação interna após incidente nesta quinta-feira.

 A Força Aérea Brasileira (FAB) afastou controladores de voo após um avião da Azul ser forçado a realizar uma manobra de emergência para evitar a colisão no ar com outra aeronave na tarde desta quina-feira (19). De acordo com a companhia aérea, o avião saía do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), sentido Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro quando foi obrigado a desviar a rota.
Por meio de nota, a Aeronáutica confirmou o ocorrido e disse que instaurou uma investigação para apurar os fatores que contribuíram para o incidente. De acordo com o órgão, os profissionais envolvidos foram afastados preventivamente até a conclusão da apuração.
A Azul, também por meio da assessoria de imprensa, afirmou que o desvio de rota do voo 5114 foi necessário porque uma segunda aeronave vinha em rota próxima à do avião da companhia. Em nota, a empresa afirmou, ainda, que “essa é uma ação preventiva e visa conferir a segurança de suas operações”.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que foi comunicada sobre o fato, mas que a apuração é responsabilidade da Aeronáutica, que deve encaminhar à agência um relatório final sobre as conclusões das causas do incidente.

Chuvas deixam famílias isoladas no Espírito Santo


Os prejuízos para a agricultura e a pecuária são estimados em R$ 100 milhões. Em todo o estado, cerca de 20 mil pessoas estão em abrigos improvisados.

As chuvas dos últimos dias no Espírito Santo isolaram famílias e deixaram prejuízos para a agricultura e a pecuária estimados em R$ 100 milhões.
De carro pelo litoral, não dá para chegar ao norte do Espírito Santo. Na área metropolitana de Vitória, a rodovia não resistiu a força da enchente. Seguimos de helicóptero.
Segundo o governo estadual, são 20 mil quilômetros danificados por quedas de barreiras e inundações.
A estrada parece um rio. Um caminhão tentou passar, mas não conseguiu. Ficou preso no asfalto coberto pela enchente.
Na estrada que liga os municípios de Colatina e São Domingos do Norte, motoristas estão parados desde quarta-feira.
Seu Marcelino estava voltando da formatura do filho. E só hoje conseguiu retirar a família. A lavoura com 4 mil pés de café foi toda perdida.
Não choveu na noite de quinta-feira e na manhã desta sexta, a água começa a baixar e os moradores tentam voltar para casa. Barra de São Francisco foi uma das cidades mais atingidas. Dez mil pessoas ficaram desalojadas. A enchente foi tão forte que a água do rio cobriu tudo. Na parede da casa dá para ver a marca de onde a água chegou.
Em todo o estado, cerca de 20 mil pessoas estão em abrigos improvisados. Nesta sexta, um helicóptero da Força Aérea chegou para ajudar no socorro. À tarde voltou a chover por Espírito Santo.

Renan usa avião da FAB em viagem para fazer implante de cabelo


Presidente do Senado solicitou aeronave por motivo de ‘serviço’. Em julho, senador usou avião da FAB para ir a casamento na Bahia.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) usou avião da Força Aérea Brasileira (FAB) em voo entre Brasília e Recife na última quarta-feira (18) para realizar cirurgia de implante capilar na capital pernambucana. No registro de voos da FAB, a viagem é justificada por motivo de “serviço”. A cirurgia ocorreu na última quinta-feira, segundo informou o Hospital Memorial São José, área central de Recife.
O G1 entrou em contato com a assessoria de imprensa da Presidência do Senado mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. A viagem não consta na agenda oficial de Renan divulgada pelo Senado Federal. A assessoria de imprensa da FAB informou que disponibiliza as aeronaves para autoridades sem questionar a razão dos itinerários. No registro de voo de Renan da última quarta, consta a previsão de quatro passageiros.
Renan passou por procedimento cirúrgico de implante capilar durante aproximadamente 7 horas nesta quinta-feira. De acordo com o médico que realizou a cirurgia, foram implantados mais de dez mil fios de cabelos. Renan passava bem após o procedimento.
O decreto presidencial 4.244 de 2002 diz que autoridades, como ministros de Estado e o presidente do Senado, podem viajar em aviões da FAB nas seguintes circunstâncias: por motivo de segurança e emergência médica; em viagens a serviço; e em deslocamentos para o local de residência permanente.
Em junho deste ano, Renan fez viagem em avião da FAB entre Maceió e Trancoso para acompanhar o casamento da filha do líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM). Apesar de inicialmente ter dito que não devolveria o valor referente ao voo, Renan recuou e anunciou a devolução aos cofres públicos R$ 32 mil.
Antes da devolução, Renan chegou a afirmar que usou o avião porque, como presidente do Senado, exerce um cargo de representação. "Deixa eu explicar. O avião da FAB usado por mim é um avião de representação. E eu o utilizei como tenho utilizado sempre, na representação como presidente do Senado", declarou na ocasião.
Câmara e Ministério
Também em junho, o presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), usou um avião da FAB em junho para viagem de ida e volta com seis acompanhantes entre Natal e o Rio de Janeiro.
Nesse período, Alves disse que teve encontro com o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB-RJ) e assistiu à final da Copa das Confederações, entre Brasil e Espanha, no Maracanã. Depois da divulgação da viagem, Alves anunciou a devolução de R$ 9,7 mil, como valor equivalente ao preço das passagens em voo comercial.
O ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves, também devolveu dinheiro aos cofres públicos este ano por uso de aeronave da FAB com fins pessoais. Ele anunciou em setembro a devolução de gasto por viagem entre o Ceará e o Rio de Janeiro, onde ele assistiu à final da Copa das Confederações, entre Brasil e Espanha. O valor devolvido não foi informado.

AGÊNCIA BRASIL


Caça Rafale é "o melhor avião" para o Brasil, diz presidente da França



Brasília – Apesar de a França ter perdido a disputa para a venda de 36 caças ao Brasil, o presidente do país, François Hollande, defendeu hoje (20) que a aeronave Rafale continua sendo "o melhor avião", para a Força Áerea Brasileira (FAB). Na quarta-feira (18), o governo brasileiro decidiu pela compra das aeronaves Gripen, da empresa sueca Saab.
"O Rafale é um bom avião e isso supõe que eu o defenda sempre que puder e que a empresa Dassault tente oferecer as melhores condições para que ele possa ser comprado", disse Hollande nesta sexta-feira (20), em Bruxelas, na França, após reunião de cúpula do Conselho Europeu.
Acompanhe utras notícias sobre a compra dos caças
Ontem (19), o presidente francês havia dito que o fracasso das negociações com o Brasil era esperado, mas que ainda tem esperanças de vender os Rafale ao exterior. Hoje, os Emirados Árabes anunciaram que não vão comprar o Eurofighter, aeronave de um projeto conjunto do Reino Unido, da Alemanha, da Itália e da Espanha e concorrente direto do Rafale. O governo dos Emirados pretende comprar 60 caças.
"Não é porque os Emirados Árabes descartaram essa opção que o Rafale foi escolhido, ainda há outras propostas", comentou Hollande, com prudência. A Índia, que quer comprar 126 caças, também está na mira do governo francês, mas não há previsão para a conclusão do contrato.
Apesar do fracasso das negociações com o Brasil, o ministro da Defesa francês, Jean-Yves Le Drian, lembrou que os dois países possuem uma parceria importante no setor, incluindo a construção de uma base naval e de quatro submarinos nucleares em Itaguaí, no estado do Rio de Janeiro. O valor total da negociação é estimado em 6 bihões de euros (R$ 19,5 bilhões).
Para a imprensa francesa, a não concretização da venda foi motivada pelo preço do Rafale. O governo brasileiro teria preferido a opção mais barata – os 36 caças Gripen totalizam um investimento de cerca de 4,5 bilhões de euros (R$ 12,7 bilhões), enquanto o pacote inicial pelos caças franceses chegou a US$ 8 bilhões (R$ 19 bilhões).
De acordo com o ministro da Defesa brasileiro, Celso Amorim, a transferência de tecnologia foi um dos fatores que levaram à opção pela compra do caça sueco. A produção e montagem dos aviões serão feitas em parceria com a empresa brasileira Embraer.

Brasil negocia com Suécia cessão antecipada de caças



Brasília 20/12/2013 – Os ministros da Defesa da Suécia, Karin Enström, e do Brasil, Celso Amorim, conversaram hoje (20) por telefone. Durante o telefonema, ocorrido na manhã de hoje (20), Amorim informou o interesse brasileiro em receber antecipadamente os caças Gripen C e D até que sejam entregues as primeiras unidades do modelo comprado pelo Brasil, o Gripen NG (nova geração), a partir de 2018. Os modelos C e D são versões anteriores à adquirida pelo país.
De acordo com o Ministério da Defesa, a ministra sueca informou que no início do próximo ano vai apresentar ao governo brasileiro “propostas concretas sobre a cessão antecipada de caças” e a capacitação da Força Aérea Brasileira (FAB) para operar a nova aeronave. A produção e montagem das aeronaves serão feitas em parceria com a brasileira Embraer.
Segundo a pasta, o ministro Celso Amorim foi convidado por Karin Enström para visitar a Suécia no primeiro semestre de 2014 para uma avaliação inicial das negociações bilaterais. “O Ministério da Defesa instituirá um grupo de trabalho para realizar o acompanhamento do andamento nas negociações”, informa, em nota. O grupo também vai contar com a participação de representantes dos ministérios do Planejamento e da Fazenda.
Representantes da Saab, fabricante do caça escolhido, tiveram hoje a primeira reunião no Ministério da Defesa após o Brasil ter anunciado a opção pelos caças Gripen. No encontro, foi apresentado um cronograma da parceria, incluindo a elaboração dos contratos, que devem ser assinados até o final do ano que vem.
O Brasil optou pela compra de 36 caças suecos Gripen NG, orçados em US$ 4,5 bilhões até 2023. Além dos suecos, estavam na disputa a norte-americana Boeing, com o modelo F/A-18E/F Super Hornet; e a francesa Dassault, com o Rafale F3. O modelo sueco substituirá os Mirage 2000 da FAB, que serão aposentados este mês.

VEJA.COM


O dia dos caças



ImagemA novela de duas décadas em torno da compra dos caças pela Força Aérea Brasileira (FAB) chegou ao fim na quarta-feira e fez de “caça” a Palavra da Semana. 
Naturalmente, não estamos falando do velho substantivo que significa ação de caçar, este um verbo do século XIII derivado do latim vulgar captiare, “agarrar, tomar” – por sua vez vindo do latim clássico captare, a mesma palavra que deu no nosso verbo captar.
Caça, nesse caso, é simplesmente a forma reduzida da locução “avião de caça”, surgida no século XX – ou seja, “avião de combate usado para interceptar ou destruir aviões inimigos, ou servir de escolta a um bombardeiro” (Houaiss).
Os primeiros aviões com tais características, ainda com velocidade baixa e poder de fogo limitado, surgiram na Primeira Guerra Mundial, mas seu batismo demorou um pouco mais. Foi no intervalo entre as duas guerras que eles passaram a ser chamados de fighters (“lutadores, combatentes”) em inglês e de chasseurs (“caçadores”) em francês. Esta última forma influenciou a que seria adotada em português. (FOTO:Johan Nilsson/AFP)

FOLHA DE SÃO PAULO


Avião da Azul faz manobra de emergência para evitar colisão durante voo



Um avião da companhia aérea Azul realizou uma manobra de emergência na tarde de ontem para evitar uma colisão em pleno ar com outra aeronave que seguia pela mesma rota. Para evitar um desastre, o piloto desceu bruscamente com a aeronave, em um procedimento semelhante a um mergulho, para perder altitude. 
O voo número 5114 da Azul partiu do aeroporto de Viracopos, em Campinas, às 16h14, com destino ao aeroporto Santos Dumont, no Rio.
Minutos depois de decolagem, quando o serviço de bordo ainda estava sendo iniciado, houve a manobra repentina. Segundos depois, o comandante pediu que todos afivelassem seus cintos de segurança, incluindo a tripulação.
A Folha apurou que o comandante pediu desculpas aos passageiros e informou, pelo sistema de som da aeronave, que o procedimento foi necessário para evitar uma colisão com outro avião. De acordo com o relato do piloto da Azul aos passageiros, o problema estaria relacionado ao controle de tráfego aéreo, que não teria repassado as informações necessárias para evitar aquela situação.
Procurada pela Folha, a direção da Azul Linhas Aéreas não forneceu detalhes sobre o caso. Em breve nota, comunicou que sua aeronave "teve que desviar seu percurso durante o trajeto por conta de outra aeronave, que seguia em rota próxima".
CONTROLADORES AFASTADOS
O Ministério da Aeronáutica informou à Folha que os operadores de tráfego aéreo responsáveis pelo suporte ao avião da Azul foram afastados de suas funções. O comando da Aeronáutica divulgou a seguinte nota: "Confirmamos a ocorrência de ontem (19/12) durante o voo 5114 da Azul, que cumpriu a rota Viracopos-Santos Dumont. Informamos que foi instaurada uma investigação para apurar os fatores contribuintes e que os profissionais foram afastados preventivamente até a conclusão da investigação, conforme previsto em normas."

Saab quer exportar caça montado no Brasil



A empresa sueca Saab pretende transformar o Brasil em base exportadora para sua nova versão do caça Gripen, a NG, que foi escolhida pela Aeronáutica como o novo avião padrão de sua frota. 
Segundo Lennart Sindahl, vice-presidente e chefe da divisão de aeronáutica da Saab, a linha de montagem será feita onde o governo quiser.

Hoje a FAB pretende que isso ocorra numa unidade da Embraer, única empresa brasileira capacitada para absorver a transferência tecnológica prevista no contrato.
Para Sindahl, a demanda irá determinar se haverá a necessidade de expandir a fábrica que a Saab vai construir em São Bernardo do Campo. 
Em princípio, o local produzirá partes das asas e da fuselagem do caça, provavelmente usando uma tecnologia hoje inexistente no país, aplicando materiais compostos –que são mais leves que o alumínio aeronáutico.
A empresa sueca foi a vencedora da concorrência para fornecer 36 aviões à FAB, em decisão de US$ 4,5 bilhões (R$ 10,5 bilhões) anunciada na quinta-feira. A Suécia já encomendou 60 unidades do modelo e a Suíça, 22, em decisão a ser referendada.
"Trabalhando no Brasil, podemos explorar mercados distantes da Europa", disse Sindahl. Ele teve uma primeira reunião ontem com oficiais da FAB. Ficou decidido que nos próximos dois meses serão definidas as equipes que trabalharão no contrato a ser assinado até o fim de 2014.
"Nossa proposta aprovada foi feita em 2008. Agora vamos ouvir todas as adequações que a FAB decidir e fazer os ajustes", disse Dan Janglbad, vice-presidente da Saab que participou da reunião.
Os primeiros aviões deverão ser entregues em 2018. A FAB quer modelos hoje em uso do Gripen emprestados para fazer a defesa aérea do espaço entre Brasília e o Sudeste. Os Mirage hoje empregados serão aposentados e a função será cumprida por caças F-5 mais adequados para combate ar-ar do que para interceptação de ameaças.
Para a Saab, isso terá de ser uma decisão de governos, pois não há Gripens do modelo hoje em uso estocados.

Renan Calheiros usa aeronave da FAB para ir ao Recife, onde implantou fios de cabelo



De cabelo em pé O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), usou aeronave da FAB (Força Aérea Brasileira) para viajar na noite de quarta-feira ao Recife, onde, no dia seguinte, submeteu-se a uma cirurgia para implantar 10 mil fios de cabelo. É a segunda vez neste ano que Renan usa avião da FAB para fins particulares. Em junho, foi a Trancoso (BA) para o casamento da filha do colega Eduardo Braga (PMDB-AM). Depois que esta coluna revelou o fato, reembolsou R$ 32 mil à União. 
Outro lado Procurada pela coluna, a assessoria de imprensa do presidente do Senado não se manifestou sobre o uso da aeronave. A agenda oficial publicada no site da Casa não registra compromissos do peemedebista na capital pernambucana.
Tônico 1-  Antes de viajar para a cirurgia anticalvície, Renan gravou pronunciamento para a TV, em que faz balanço positivo do primeiro ano de sua gestão na Casa.
Tônico 2-  Na mensagem, o congressista anuncia que o Senado economizou cerca de R$ 260 milhões em 2013. Ele pretende entregar um cheque simbólico ao Executivo nesse valor. Não se sabe se também vai reembolsar o novo voo.
Bedel Renan telefonou ontem para senadores que estarão de "plantão" durante o recesso parlamentar, entre 24 de dezembro e 2 de fevereiro. Confirmou os locais onde eles devem estar e os telefones em que poderão ser encontrados.
De casa O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que estuda solicitar intervenção federal nos presídios do Maranhão, tem entre seus principais conselheiros o procurador Nicolao Dino, irmão de Flávio Dino, candidato de oposição à família Sarney ao governo do Estado.
Caos No ano, 50 presos já morreram no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís. Nesta semana um conflito levou à morte de 5 detentos, 3 deles decapitados.
Limbo Conselheiros de Fernando Haddad (PT) apontam que a decisão da Justiça de barrar o aumento do IPTU força a Prefeitura de São Paulo a "cometer uma ilegalidade". A lei 15.044/2009 obriga o município a reajustar a Planta Genérica de Valores, que baliza o imposto.
Preparando... O PT e a gestão Haddad pretendem retomar a discussão sobre o reajuste do IPTU só em 2014. A ideia é usar as redes sociais para tentar provar que o projeto, sustado, beneficiava a população de baixa renda.
... terreno Já o PSDB, que também entrou com ação contra o aumento do tributo, mas foi ofuscado pela Fiesp de Paulo Skaf, vai usar a internet para tentar assumir protagonismo do caso.
Bumbo Dirigentes tucanos criticam o uso de recursos da entidade presidida pelo pré-candidato do PMDB ao governo paulista para veicular comerciais na TV sobre a suspensão do reajuste.
Resta... Guardado por Dilma Rousseff para seu último ano de mandato, o programa de apoio a mulheres vítimas de violência sexual e agressões será instalado em todo o país, exceto Pernambuco, Estado governado por Eduardo Campos (PSB), seu provável rival em 2014.
... um O programa Casa da Mulher vai reunir num só local delegacia especializada no atendimento à mulher, vara de Justiça, defensoria pública, promotoria e equipe psicossocial. O projeto será desenvolvido em parceria com governos estaduais, prefeituras e o Judiciário.
Sem espaço Segundo o Planalto, o governo de Pernambuco informou que não tinha nenhum local disponível para instalar o programa.

Esperando novos aviões, FAB corta treinos e equipes



Enquanto os novos aviões suecos não chegam, a Força Aérea Brasileira sacrificará o treinamento de pilotos para reforçar ações reais de defesa aérea com antigos caças F-5 modernizados.
Atualmente responsáveis pela defesa de três regiões, os F-5 atenderão também a área de Brasília. Isso porque os Mirage-2000 serão desativados no próximo dia 31. 
Além de reduzir as horas de treinamento nos F-5, a Aeronáutica diminuirá em um quarto o grupo responsável pela defesa aérea do Planalto Central. A equipe do GDA (Grupo de Defesa Aérea), baseada no interior goiano, viu seu número de militares cair de 70 para 18. Serão apenas seis pilotos.

A FAB não revela o número de caças F-5 que ficarão em Anápolis, mas diz que haverá pelo menos uma aeronave de alerta para a reduzida equipe. O Brasil tem hoje 46 F-5 em operação. 
"Vai variar ao longo do ano de acordo com a disponibilidade e o planejamento", disse o major Cláudio Marques, que assumiu ontem o comando do GDA em Anápolis.

OUTRAS MÍDIAS


ISTOÉ INDEPENDENTE.COM



Os bastidores de um negócio de US$ 4,5 bilhões

Por que, depois de 18 anos de intensas negociações, o governo, enfim, optou pela compra dos caças Gripen, descartando os concorrentes americano e francês. Em entrevista exclusiva à ISTOÉ, o comandante da Aeronáutica diz que o preço vai baixar

Claudio Dantas Sequeira
Foram 18 anos de uma guerra envolvendo os maiores lobbies da indústria aeronáutica. Ao longo de quatro mandatos presidenciais, a compra do caça de combate, que será usado pela Força Aérea Brasileira nas próximas três décadas, mobilizou interesses políticos e empresariais dos mais diversos. Na quarta-feira 18, a presidenta Dilma Rousseff pôs fim à novela e autorizou a divulgação do resultado final da concorrência, antecipado por ISTOÉ com exclusividade em seu site (www.istoe.com.br). Contrariando as especulações em torno dos caças americano F-18 Super Hornet e francês Rafale, sagrou-se vencedor o sueco Gripen NG. A decisão já estava delineada na cabeça de Dilma desde o início do mês e foi comunicada ao comandante da FAB, Juniti Saito, pela manhã. “Vocês levaram!”, disse ela durante almoço no Clube Naval. O anúncio oficial foi feito em coletiva de imprensa convocada à tarde pelo ministro da Defesa, Celso Amorim, com a presença de Saito. Os fabricantes foram informados pelo próprio Amorim, minutos antes do evento. Para um processo que foi tantas vezes adiado, parecia improvável que Dilma tomasse uma decisão ainda neste mês. Como 2014 é ano eleitoral, já se falava no cancelamento definitivo do programa apelidado de F-X2. Justamente pelo timing eleitoral foi que Saito alertou Amorim em novembro sobre o risco de não haver clima para uma decisão e apelou para a habilidade diplomática do ex-chanceler. A presidenta foi sensível aos apelos de Amorim. Analisou o relatório sintético da short-list com a classificação de cada um dos concorrentes. Entusiasmou-se com a proposta da Saab: um monomotor de alto desempenho combinando tecnologia de ponta e baixo custo. E isso num pacote com condições de financiamento a longuíssimo prazo e ampla transferência de tecnologia. Sem dúvida a equação perfeita para um país que se projeta no cenário internacional como potência emergente, mas carece de recursos e ainda atravessa uma crise econômica renitente.
No início deste mês, Dilma pediu a Amorim um novo relatório, resumido, detalhando os critérios que levaram a Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (Copac) a indicar o Gripen como a opção de melhor custo-benefício. No resumo, o comando da FAB ressaltava ainda que o valor estimado de US$ 4,5 bilhões pelo pacote de 36 aeronaves poderia cair até 25%, com a nacionalização de 80% da estrutura do jato – segundo oferta da própria Saab. Também pesou o prazo de financiamento de 15 anos, com início de pagamento após a entrega do último lote de aeronaves. Dilma também foi informada de que a fabricante sueca já entregou os projetos de fuselagem do Gripen à Akae­r, empresa parceira da Embraer sediada em São José dos Campos (SP). Mais importante, porém, foi saber que a Saab está investindo US$ 50 milhões num centro de pesquisas aeronáuticas em São Bernardo do Campo, negócio articulado pelo prefeito petista Luiz Marinho com aval do ex-presidente Lula. O tema foi abordado por Dilma com Marinho e o próprio Lula na visita que fez a São Bernardo, na sexta-feira 13.
No mesmo dia, Dilma encontrou-se com o presidente da França, François Hollande, que fez o último apelo pelo caça Rafale. Em vão. Diferentemente do antecessor Nicolas Sarkozy, o novo mandatário francês não tem a mesma sintonia com o governo petista. Em 2009, o então presidente protagonizou uma gafe ao anunciar a escolha do Rafale durante visita de Sarkozy. A FAB alertou que o processo de escolha não havia sido concluído e Lula foi obrigado a voltar atrás e “engavetar” o caso. A troca de comando no Palácio Eliseu e na equipe de negociação, além do constrangimento latente, acabou esfriando a relação com a fabricante Dassault. Seus concorrentes, porém, aproveitaram o lapso para fazer o “dever de casa”. A Boeing entrou pesado, firmou parcerias com a Embraer e assinou compromisso de desenvolver um novo caça tático de instrução. Interessada em ajudar a fabricante brasileira, Dilma insinuou escolher o F-18. Nos corredores do Ministério da Defesa e da FAB, era dado como certo o anúncio do acordo durante a visita de Estado que ela iria fazer a Washington em outubro, coincidindo com o Dia do Aviador. Mas o escândalo de espionagem da NSA tensionou o clima bilateral, a viagem foi cancelada e a compra dos Super Hornet tornou-se inviável. Insistir com os EUA poderia ser explorado por adversários durante a campanha eleitoral como um sinal de subserviência. Dilma capitulou.
A escolha dos suecos tornou-se agora uma conveniência política que vai ao encontro da opção feita pela Copac, no relatório original de 2010. Na ocasião, o Gripen não tinha a simpatia nem de Lula nem do ministro da Defesa Nelson Jobim, que chegou a elaborar uma versão “política” indicando o Rafale como a melhor opção. Nessa guerra de versões, o resultado da avaliação técnica da Copac vazou para a imprensa, o que provocou novo embaraço e uma caça às bruxas dentro da FAB. Embora não se tenha encontrado o “vazador”, os adversários da Saab passaram a questionar a opção “técnica” da Aeronáutica. É que, para emplacar o Gripen, a fabricante sueca contratou um poderoso lobby de oficiais, como o brigadeiro reformado Fernando Cima, ex-coordenador da Copac na primeira edição do F-X, e o engenheiro Anastácio Katsanos, que foi vice-presidente militar da Embraer. Cima é até hoje recebido na FAB com a reverência que sua patente impõe e direito à continência de membros da própria comissão de licitação. Ambos sempre rejeitaram qualquer favoritismo no processo.
A cooptação de oficiais da FAB por empresas do setor aeronáutico é vista pelo mercado como um movimento natural. Seja como for, trata-se de uma brecha muito bem explorada. Quem vai produzir a aviônica (tecnologia eletrônica do avião) do Gripen, por exemplo, é a AEL Sistemas. Subsidiária da israelense Elbit, a companhia sediada em Porto Alegre detém os mais importantes contratos de modernização de aeronaves da FAB e já foi denunciada por ISTOÉ por empregar em cargos estratégicos filhos de brigadeiros ligados ao Alto Comando.

JORNAL DO DIA (MS)



Militares da Aeronáutica visitam Aeroporto para homologação da EPTA

A prefeita Marcia Moura (PMDB) acompanhou a visita dos militares da Aeronáutica do II Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA), que estiveram no Aeroporto Municipal de Três Lagoas, na última quarta-feira (18), realizando inspeção que visa homologação da Estação Prestadora de Serviços de Telecomunicações e de Tráfego Aéreo – EPTA.
Segundo o superintendente do aeroporto de Três Lagoas, José Estevão Morais Palma os militares realizaram inspeção e avaliaram todo instrumento operacional da EPTA, que já está pronta, mas para que passe a operar, precisa do documento constatando sua homologação.
As EPTA’s são responsáveis pela prestação de Serviços de Tráfego Aéreo (ATS), de Telecomunicações Aeronáuticas (COM), de Meteorologia Aeronáutica (MET) e de Informações Aeronáuticas (AIS), além de disponibilizar uma rede de auxílios à Navegação Aérea.
Os serviços de tráfego aéreo fornecem aos pilotos autorizações e informações com o objetivo de manter o fluxo de tráfego aéreo ordenado, além de acionar os recursos de busca e de salvamento, nos casos de emergências aeronáuticas.
A principal responsabilidade do serviço de informações aeronáuticas é disponibilizar toda informação necessária para o planejamento e execução de um voo seguro.
“Esta avaliação não impede a operação dos voos comerciais que temos, porém com a operação desta nova categoria da EPTA em funcionamento teremos maior segurança e a operação dos voos irá melhorar consequentemente, pois dá maior confiabilidade ao piloto”, explica o superintendente do Aeroporto.
Para que a EPTA entre em operação é necessária emissão de documento constatando registro e aval para funcionamento.
CINDACTA II
Os militares integram a Unidade responsável pelo controle e gerenciamento do espaço aéreo da Região Sul e adjacências, sediado em Curitiba.
O CINDACTA II é um elo permanente do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (SISCEAB) e do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (COMDABRA). Atualmente é responsável pela Região de Informação de Voo (FIR) sobrejacente aos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e parte de São Paulo, Mato Grosso, Goiás e Espírito Santo.


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