NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 24/11/2013
Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.
Entrevista: Paulo Gastão Silva, diretor do Programa KC-390
"HÁ MERCADO EM TODA PARTE"
O diretor do Programa KC-390 trabalha na Em-braer há 13 anos - e desde 2005, depois de um longo período na área de inteligência de mercado, atua na definição dos conceitos que levaram ao maior avião produzido pela empresa. Paulo Gastão é engenheiro formado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), turma de 1976.
• Como nasceu o programa KC-390?
No começo, aí por 2005, a ideia era outra, era a de usar partes do modelo civil 190, integradas a uma nova fuselagem com rampa traseira, e um ou outro ajuste. Era muito menor e mais leve. Ele foi revelado como C-390, apenas cargueiro, em 2007. Ao longo de 2008, a FAB, que já tinha entrado na história, revelou parâmetros do que seria o avião que serviria à Força. Redefinimos do zero. Trabalhamos em um avião completamente novo. O contrato foi assinado em abril de 2009. Assim foi a gênese.
• Houve dificuldades, claro.
Ah, sim. Cada fase tem algo difícil. A primeira foi convencer as pessoas que vinham da outra ideia, a migrar para o novo avião. Depois tem o momento em que se diz "Será que vai dar certo? Nunca fizemos nada desse tamanho..Foi a etapa do ganho de credibilidade. Hoje, temos 1.500 pessoas trabalhando no KC-390.
• Em relação ao mercado mundial, em que regiões 0 KC pode prosperar?
É um mercado muito espalhado, tem potencial em toda parte, não depende de poucos e grandes clientes. Nosso estudo de mercado endereçado indica demanda por 700 aeronaves em 80 países (menos Estados Unidos, Rússia e China) em 10,15 anos. A gente quer disputar pelo menos 15% disso.
• Quais são os concorrentes do 390?
Há um projeto conjunto da índia e da Rússia, mas em fase preliminar. Os chineses falam do Y-9, um turboélice. Ainda indefinido. O japonês Kawasaki está focado na necessidade interna. Tem quem pergunte sobre o A-400M, da Airbus. É uma outra classe de carga, alcance maior, preço bem maior. Sobra o C-130J. Não é pouco. A Embraer encara todo concorrente com muito respeito.
• Haverá uma versão de ataque ao solo como o Hércules Spectre/Stinger II, armados com canhões, mísseis, foguetes e bombas?
Não está no portfolio e depende de haver um cliente que eventualmente queira essa versão. Acho difícil.
• O avião sairá da fábrica de Gavião Peixoto, a 300 km de São Paulo. Que tamanho terá o hangar de produção?
O pavilhão maior, da montagem final, é imenso, tem 13 mil metros quadrados com pé direito de 22 metros, cerca de sete andares de altura. O vão livre para movimentar o avião tem de ter 18 metros. Fica pronto nas próximas semanas. O módulo por onde passará o KC-390 é um hangar de 40 por 60 metros.
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Interlagos vive intenso tráfego aéreo de helicópteros antes do GP
Pelo menos três trajetos fazem intersecção com os 'corredores' utilizados pelos aviões do aeroporto de Congonhas
Wilson Baldini Jr.
SÃO PAULO - A maior operação de helicópteros do mundo está instalada neste fim de semana no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. Cerca de 500 viagens dessas aeronaves vão levar por volta de duas mil pessoas para ver o GP do Brasil, última etapa da temporada da Fórmula 1.
Segundo o comandante Faria, responsável pela organização do tráfego aéreo em Interlagos, os helicópteros chegam de vários pontos da cidade. "Temos os clientes que vão para ver apenas um dia e também temos aqueles que vão de sexta a domingo", contou.
O comandante explicou que o trajeto dos helicópteros é feito a 150 metros de altura e precisa respeitar o tráfego aéreo. Pelo menos três trajetos fazem intersecção com os "corredores" utilizados pelos dos aviões do aeroporto de Congonhas. Para que tudo seja feito com segurança, os 127 pilotos foram submetidos a uma reunião na quinta-feira à noite para serem orientados a seguir todas as normas.
A viagem de helicóptero, que pode durar de 8 a 12 minutos, custa de R$ 300,00 a R$ 500,00 por pessoa. Cada aeronave, além do piloto, transporta quatro pessoas.
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Embraer inova com cargueiro gigante
US$ 50 bilhões é o valor do mercado, até 2028, de 700 cargueiros militares de múltiplo emprego em 80 países, excluídos EUA, China e Rússia
O gigante está trancado em uma sala grande como ele mesmo, um prédio inteiro para acomodar com folga o corpo de 35 metros. O modelo em escala real do novo jato da Embraer, o cargueiro militar KC-390, criado para cumprir várias missões, fica isolado na reservada unidade de Eugênio de Melo, a 20 quilômetros da sede da empresa em São José dos Campos. O jato em modelagem ainda está sem as asas - seriam necessários outros 35 metros.
Do mesmo local, há pouco menos de 40 anos, o Brasil influenciou guerras travadas no Oriente Médio e no norte da África, armou Exércitos latinos e equipou ex-colônias portuguesas, Em certa época, o complexo de Eugênio de Melo abrigou a extinta Engesa - de onde saíram os blindados batizados com nomes de serpentes brasileiras, Urutu e Cascavel.
O tempo é outro e a influência está regida pelo mercado. O KC-390 é uma iniciativa focada na ampla demanda internacional detectada pela Embraer - cerca de 700 aeronaves desse tipo serão negociadas em dez anos por US$ 50 bilhões. "Acreditamos que poderemos entrar na disputa por alguma coisa como 15% desse total, na faixa de 105 unidades", diz o presidente da Embraer Defesa e Segurança, Luiz Carlos Aguiar.
Incluído no Programa de Aceleração do Crescimento - o PAC da presidente Dilma Rousseff , o cargueiro e reabastecedor vai custar R$ 4,9 bilhões até a fase de construção dos 2 protótipos de desenvolvimento. A propriedade intelectual é da FAB. A etapa de encomendas pode chegar a mais R$ 3 bilhões ao longo de 12 anos, estima o Ministério da Defesa.
O programa já acumula 60 cartas de intenção de compra emitidas por seis diferentes governos: Brasil (28 jatos), Colômbia (12), Chile (6), Argentina (6), Portugal (6) e República Checa (2). "Penso que, mais uma vez, chegamos na hora certa em um segmento restrito, não atendido pelas ações tradicionais", diz Aguiar.
De fato, o nicho está virtualmente vago. O principal concorrente é nobre: o poderoso Hércules C-130J, o mais recente arranjo da Lockheed-Martin, para o seu quadrimotor turboélice. A primeira versão voou faz 60 anos. Até 2010, haviam sido entregues 2.500 deles para 70 clientes.
O KC-390 leva vantagem em quase tudo, a começar pelo fato de estar saindo agora das telas dos engenheiros de projeto. Mais que isso, transporta 23 toneladas contra os 20 mil quilos do C-130. Voa a 860 km/hora, mais alto, a 10,5 mil metros, e a um custo significativamente menor.
A concorrência de outras fontes é rarefeita e não se encaixa exatamente no mesmo viés, como é o caso do japonês Kawasaki C-2, em teste desde 2010, ou do europeu A-400M. Os dois são maiores e têm valor de aquisição elevado, de US$ 120 milhões a US$ 180 milhões. O modelo da Embraer fica na faixa pouco superior a US$ 80 milhões. E carrega tecnologia embarcada de última geração.
Os motores, por exemplo, permitem a operação nas pistas não pavimentadas e sem acabamento. As turbinas V-2500 da americana International Aero Engines não estão sujeitas à sucção de detritos. Todo o projeto utiliza conceitos avançados.
O pessoal: Na Embraer, o grupo de profissionais que trabalha no desenvolvimento do cargueiro e avião-tanque para reabastecimento em voo, é conhecido como "o pessoal do KC".
Jovens quase todos, como o engenheiro Rodrigo Salgado, de 34 anos. Formado na escola de Itajubá, sul de Minas, trabalha na empresa há 11 anos. No programa, cuida dos aviônicos e da integração dos sistemas. Considera a possibilidade de conviver com o produto ainda por muito tempo, decorrência "do desenvolvimento contínuo e da atualização das funções".
De olho na impressionante cabine, repleta de telas digitais, terminais móveis e painéis de instrumentos que dão ao módulo ares de ônibus espacial, um piloto de ensaios da Força Aérea torcia para estar na equipe dos testes, previstos para o primeiro semestre de 2015. Combatente, "com mais de 2 mil horas de voo" em supersônicos, e contemplado com um curso de especialização de custo estimado em US$ 1,2 milhão, o oficial avalia o advento do KC-390 na Aeronáutica "pelo valor estratégico a aviação militar do País será capaz de se manter no ar, em quaisquer condições, com aeronaves de abastecimento, de ataque, transporte e inteligência, todas de projeto e fabricação próprios".
O gigante da Embraer é parte de um acordo de cooperação entre a EDS e a Boeing. A composição abrange o compartilhamento de conhecimento tecnológico e avaliação conjunta de mercados. É um bom modelo. A Boeing produz transportadores de carga e reabastecedores em voo há não menos de 45 anos. A Embraer é inovadora e imbatível em redução de custos. Conforme Luiz Aguiar, a análise dos mercados potenciais incluirá clientes que não haviam sido considerados nas projeções iniciais para o KC-390. É uma forma cuidadosa de dizer que os alvos passam a incluir países como a Itália e, talvez, mesmo os Estados Unidos.
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"Brasil sabe fazer grandes eventos"
Alexander Ellis é, desde julho, o embaixador britânico no Brasil. Ele assumiu o cargo no momento em que o País prepara-se para realizar a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016 e tem vários acordos de cooperação com o Reino Unido, em áreas como a esportiva, a comercial e a de segurança. Aos 46 anos, o entusiasmado torcedor do Arsenal se diz um privilegiado.
"Houve bastante competição por este lugar. Por isso, fico ainda mais feliz por estar aqui", disse ao Estado Alex El- j lis, como é conhecido, na sexta-feira, em Interlagos, onde esteve para assistir aos treinos do GP do Brasil de Fórmula 1.
Antes do segundo treino livre, ele falou de futebol, do : que espera da seleção inglesa na Copa, das questões de segurança e da organização do Mundial e da Olimpíada.
• Como o Reino Unido poderá colaborar com o Brasil na organização da Copa e da Olimpíada?
Temos experiência em várias áreas que têm a ver com esses grandes eventos. No caso da Olimpíada, temos parceria fortíssima com o Brasil há muito , tempo. Tivemos um enorme grupo de brasileiros que foram a Londres em 2012. Mantemos um trabalho de cooperação. Temos a experiência do pessoal que trabalhou em Londres e agora está trabalhando no Rio/2016. Há muita coisa.
• E na área de segurança?
Também temos muita cooperação na área de segurança por causa da Olimpíada e também da Copa. Treinamento, intercâmbio de informações entre as polícias britânica e brasileira... Reconhecemos que o Brasil já tem bastante experiência nos grandes eventos esportivos. A Fórmula 1 é um exemplo. O Brasil já organiza o GP há décadas. Vimos a grande experiência que o Brasil tem na visita do papa, funcionou bem.
Mas como é essa cooperação?
Eu diria que se dá em várias áreas. Já tivemos sessões com mais de 300 policiais brasileiros, com oradores britânicos vindo aqui, 140 policiais brasileiros foram "à Londres por causa da Copa e vamos ter daqui a duas semanas o Cris Alisson, o número dois da nossa polícia de Londres (a Scotland Yard), que foi o responsável pelo policiamento da Olimpíada (era 0 coordenador da segurança nacional olímpica), para falar com as autoridades (da área de segurança) daqui. Então é bastante intenso. Cooperação sobre estádios, eventos e como lidar com grandes grupos.
• 0 terrorismo preocupa os britânicos em relação è segurança da seleção inglesa e dos cidadãos britânicos na Copa? 0 Brasil não convive com terrorismo...
Isso é uma grande vantagem do Brasil. Nós infelizmente temos experiência nisso. Antes da Olimpíada de Londres tivemos de ter muito cuidado. Pode ser feita muita coisa (para prevenção). Por exemplo, na imigração. Vamos ter aqui na semana que vem um dos responsáveis pelo controle de fronteira antes da Olimpíada. Também temos expertise em como lidar com o tráfego aéreo. Nosso ministro do Transporte (0; adjunto Robert Goodwill) falou na quarta-feira com seus colegas brasileiros sobre essa área, de controle de tráfego aéreo durante a Olimpíada.
• É uma preocupação dos britânicos a possibilidade de um ato terrorista no Brasil?
Acho que as autoridades brasileiras podem responder melhor sobre isso, mas é claro que cooperamos com as autoridades brasileiras em muita coisa, incluindo este (aspecto).
• Na Copa das Confederações ocorreram manifestações. Existe temor de que isso se repita?
Essas manifestações tem um lado positivo, a impaciência do cidadão. Mas não ocorrem só no Brasil, eu vejo em muitos países, sejam democráticos, sejam autocráticos, essa impaciência. Eu acho que o Brasil já tem bastante conhecimento sobre como lidar com isso, mas é claro que estamos à disposição para trabalhar conjuntamente.
Nós no Reino Unido também j tivemos algumas manifesta- 1 ções em 2011 e estamos aprendendo sempre com essas experiências. Por isso, vai ser muito frutífera a visita do nosso número dois da polícia de Londres ao Brasil. Ele vai falar sobre várias coisas, incluindo esse tema.
• Vai ser feito um trabalho para controlar ou impedir que hooligans ingleses venham ao Brasil?
A incidência dos hooligans na Inglaterra atualmente é muito menor do que no passado. Mudou muita coisa desde os anos 80. Hoje em dia é bem diferente. Durante a Copa da África do Sul, houve apenas 11 detenções, por problemas pequenos. Claro que a associação de futebol tem conosco e com a polícia muito conhecimento de como manejar os torcedores. Quase todos os torcedores são excelentes. O brasileiro vai ver milhares de torcedores (ingleses) fiéis e ótimos.
• 0 que o senhor espera da seleção inglesa na Copa?
(rindo) Vamos ser prudentes.
Temos garantidos três jogos. Depois disso, vamos ver. Eu prefiro começar com perspectivas baixas e depois subir. Confio nos grandes jogadores do Arsenal, Wilshere, vamos ver se Chamberlain vai conseguir (vir à Copa), Walcott também.
• Gostaria que a Inglaterra enfrentasse o Brasil?
Seria excelente pegar o Brasil na primeira fase. Já pegamos em uma oportunidade, em 1970 (Brasil 1 a o), foi um grande jogo, a fotografia de Pelé com Bobby Moore é significativa. O Brasil está muito bem. Ninguém chega a uma Copa para evitar adversários.
9 a ingiaierra Ticara no Kior as instalações escolhidas foram criticadas pela imprensa inglesa...
Acho que está confirmado. O essencial é criar as melhores condições para ter o melhor desempenho do time. Eu acho que nossa federação está em melhor posição de julgar isso (as instalações do hotel onde ficará hospedada a seleção).
• Em relação à Olimpíada, existem conselhos que possam ser dados às autoridades brasileiras?
Não estou aqui para ensinar. Estamos aqui para ouvir e cooperar. É tudo questão de planejamento, visão de lopgo prazo. Uma questão interessante para o Brasil, que foi para nós também, é como tornar isso um evento nacional, e não só o evento de uma cidade. A tocha tem um papel importante. Nós conseguimos colocar a tocha em toda parte. Não é conselho meu, mas nunca esqueço as palavras de Lorde Cole (Sébastian Cole, presidente do Comitê Organizador dos Jogos de Londres). Ele disse: "Em primeiro lugar vem o atleta. Em segundo, é muito importante explicar para a própria cidade para onde vai o dinheiro. Em terceiro, sempre ter cuidado sobre qual é o verdadeiro legado".
QUEM É
* Alexander Etlis tem 46 anos e desde julho ocupa o cargo de embaixador britânico no Brasil. Entre 2007 e 2010, foi embaixador em Portugal. Começou a carreira diplomática trabalhando na África do Sul |
Gestão privada acelera obras em aeroportos
Aeroportos privados mudam de cara Reformas em Guarulhos, Viracopos e Brasília andam em ritmo forte, mas causam desconforto a usuários e queixas de lojistas pelos novos preços
Marina Gazzoni / São Paulo Ricardo Brandt / Campin
Cerca de um ano depois de serem transferidos para a gestão privada, os aeroportos de Brasília, Guarulhos e Viracopos têm suas obras de ampliação adiantadas, novas lojas, mais estacionamentos e banheiros reformados. Os passageiros, no entanto, ainda circulam em terminais lotados e companhias aéreas e lojistas reclamam de aumento de preços pelas novas operadoras.
Neste momento, as concessionárias correm contra o tempo para entregar as principais obras de ampliação antes da Copa do Mundo. Em Guarulhos, cerca de 8.000 pessoas trabalham na construção do terceiro terminal de passageiros. Em Viracopos, as obras do novo terminal, que substituirá o atual, recebem cobertura para evitar interrupções com as chuvas de verão. Em Brasília, as obras são feitas no terminal em operação, que terá sua capacidade ampliada em 30% na primeira fase. A meta das administradoras é terminar as principais reformas e ampliações em maio de 2014.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) acompanha mensalmente o desempenho das concessionárias. Em relatório obtido pelo Estado, a Anac classifica como "muito satisfatório" o desempenho das operadoras. "As obras têm sido executadas em ritmo adequado e muitas melhorias podem ser observadas nos três aeroportos", afirma o documento.
Segundo a Anac, os três consórcios vencedores -juntamente com o de São Gonçalo do Amarante, na região metropolitana de Natal - desembolsaram R$ 3,2 bilhões de um total de R$ 5,058 bilhões de investimentos obrigatórios na primeira fase. Guarulhos, Viracopos e Brasília foram leiloados em fevereiro de 2012 e as empresas assumiram completamente a operação em fevereiro deste ano.
A agência aponta entre as melhorias nos aeroportos a ampliação dos estacionamentos, a reforma dos banheiros e a troca da sinalização (leia abaixo).
Foi com esse otimismo que o governo concedeu na sexta-feira mais dois aeroportos à iniciativa privada - o Galeão, no Rio, e Confins, em Minas Gerais.
Percepção. Apesar das reformas, muitos passageiros ainda não perceberam melhorias significativas nos aeroportos privatizados. "Não vi nada de diferente", disse Ana Maria dos Santos, que desembarcou na semana passada em Guarulhos.
"Muita cosmética foi feita até agora. O que fará a diferença mesmo na qualidade dos aeroportos são as mudanças na infraestrutura", disse o diretor no Brasil da Associação Internacional de Transporte aéreo (lata), Carlos Ebner. "Isso depende da conclusão das obras", disse.
As empresas, no entanto, já sentiram um aumento de preços nos serviços não regulados. A tarifa de embarque, cobrada do passageiro na compra da passagem, é regulada pela Anac e não pode ser elevada pelas concessionárias. A conta chegou para o varejo e para as companhias aéreas com reajuste de preços de aluguel de lojas, balcões de check in, áreas de manutenção e serviços de publicidade, disseram ao Estado quatro fontes do setor. Uma delas, no entanto, admite que alguns preços da Infraero estavam defasados e agora estão compatíveis com os valores cobrados em aeroportos estrangeiros similares.
Um exemplo de serviço que ficou mais caro é a taxa cobrada das distribuidoras de combustível pelo espaço que ocupam para armazenagem do querosene de aviação, que subiu nos aeroportos de Guarulhos e Brasília após a privatização, apurou o Estado. "Só em um deles o reajuste foi de 27% e a conta para as companhias aéreas chegará a R$ 11 milhões por ano", disse uma fonte do setor.
As companhias áreas chegaram a solicitar à Anac que os preços cobrados pelo uso de áreas operacionais fossem tabelados, mas o pleito não foi atendido. "Defendemos que o retorno sobre o investimento das concessionárias venha da exploração comercial", disse Ebner, da lata. "Não podemos encarecer os aeroportos do Brasil. Isso tira a competitividade da aviação e faz ela crescer menos."
Juntos, os consórcios que administram os aeroportos de Guarulhos, Brasília e Viracopos pagaram R$ 24,5 bilhões de outorga pelas concessões, um ágio de 347% em relação ao lance inicial do leilão, realizado em fevereiro do ano passado.
Varejo. As concessionárias que operam os aeroportos privatizados apontam a ampliação da área comercial e mudanças no mix de lojas como a chave para viabilizar a rentabilidade dos aeroportos. Varejistas consultados pelo Estado disseram que já sentem preços maiores no aluguel das lojas.
As concessionárias, porém, dizem que o aumento da receita comercial não virá necessariamente de aumento do aluguel, mas de uma gestão melhor do espaço. "Aumentamos a área comercial e qualificamos o serviço, o que fez com que as lojas vendessem mais", disse o diretor comercial do aeroporto de Guarulhos, Fernando Sellos. As operadoras querem atrair marcas conhecidas para os aeroportos e reorganizar a disposição dos espaços na intenção de vender mais. Segundo ele, a receita comercial do aeroporto passou de 30% para 50% do total após o grupo assumir operação.
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Concurso da Marinha para alunos tem como prêmio viagem à Antártica
Alunos do ensino médio de 15 a 19 anos podem se inscrever até janeiro. Dois alunos da rede pública e 2 da privada ganharão viagem ao continente.
A Marinha do Brasil abriu inscrições para o concurso de vídeos "O Brasil na Antártica", voltado a estudantes do ensino médio e que tem como prêmio uma viagem à Antártica. As inscrições estão abertas até o dia 10 de janeiro de 2014 para todos os estudantes de 15 a 19 anos que cursem o ensino médio em uma escola pública ou particular no país.
De acordo com o regulamento, divulgado na semana passada, os estudantes interessados em participar deverão produzir um vídeo com no mínimo um e no máximo três minutos que aborde o trabalho feito pelo Brasil no continente da Antártica. Cada aluno deve fazer o seu próprio vídeo.
Quatro vídeos receberão o prêmio principal: dois de alunos de escolas públicas e dois de estudantes matriculados na rede privada. Os vencedores poderão escolher um de seus professores para acompanhá-los na viagem.
A comissão julgadora levará em consideração quatro critérios: criatividade do autor, expressividade dos participantes, a resolução do vídeo, com boa qualidade de som e imagem, e "o conteúdo e a adequação à finalidade do concurso, com a abordagem de temas relacionados à participação do Brasil na Antártica, de forma elucidativa e relevante".
Serão considerados os vídeos postados até o dia 10 de janeiro, e recebidos até o dia 17. O resultado será divulgado no dia 24 de janeiro, e uma cerimônia de premiação está prevista para o dia 31 do mesmo mês.
Como participar
Os vídeos deverão ser enviados pelos Correios à organização do concurso. Os pacotes deverão ser endereçados à Organização do Concurso Cultural "O Brasil na Antártica", localizada na Esplanada dos Ministérios, Bloco N, Anexo B, 3º Andar, Brasília/DF, CEP 70055-900.
Segundo as regras do concurso, os vídeos devem ser exibidos em um dos seguintes formatos: MPEG, MP4, AVI, WMV. Não há restrição quanto à ferramenta usada para gravar as imagens –elas poderão ser feitas inclusive com telefones celulares.
Mas, de acordo com a Marinha, "somente poderão participar alunos que não possuam patologias que possam ser agravadas pela exposição à ambientes inóspitos e adversos, devendo apresentar condição de saúde compatível com a viagem a ser concedida como prêmio". Por isso, os concorrentes deverão enviar um atestado médico comprovando que podem realizar a viagem.
Para fazer a inscrição, é preciso entrar no site oficial do concurso para preencher uma ficha de inscrição, um termo de cessão dos direitos autorais do vídeo, a declaração de matrícula e comprovação de frequência escolar e as autorizações de uso de imagem, som e voz de todas as pessoas que participem do vídeo. Para tirar dúvidas, basta enviar um e-mail para concursoeacf@secirm.mar.mil.br.
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O TEMPO (MG)
Novo dono de Confins promete mais voos internacionais
Vencedores do leilão disseram que investimentos vão propiciar novas rotas no terminal
Queila Ariadne
Confins já tem novo dono. O consórcio AeroBrasil, formado pelo grupo CCR (Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Soares Penido) e por operadores de Zurique (Suíça) e Munique (Alemanha), arrematou o aeroporto mineiro por R$ 1,82 bilhão, 66% a mais do que o valor mínimo estipulado pelo governo. O diretor de Novos Negócios do CCR, Leonardo Vianna, garantiu que os mineiros não terão mais que se deslocar até São Paulo ou Rio de Janeiro para viagens internacionais.
“É claro que não depende exclusivamente do aeroporto, mas, a partir do momento que propiciamos condições para rotas, o interesse das companhias aumenta. Nosso trabalho será convencê-las, pois, demanda de passageiros Belo Horizonte já tem”, diz.
“É claro que não depende exclusivamente do aeroporto, mas, a partir do momento que propiciamos condições para rotas, o interesse das companhias aumenta. Nosso trabalho será convencê-las, pois, demanda de passageiros Belo Horizonte já tem”, diz.
O contrato será assinado em 17 de março do ano que vem. A partir daí, o vencedor terá 60 dias para colocar em prática um plano de melhorias imediatas, como oferecer internet gratuita e aumentar o conforto e segurança. “Por contrato, temos que construir um novo terminal até 2016 e uma segunda pista até 2020. Vamos investir mais de R$ 3 bilhões”, afirma Vianna.
Para o coordenador do curso de Ciências Aeronáuticas da Fumec, Desdedit Carlos Reis, os investimentos em modernização vão atrair aeronaves de maior porte e permitir ampliação da malha aérea para destinos no exterior. “Isso é muito positivo, pois é ruim para o país concentrar os embarques internacionais em Guarulhos, pois qualquer problema que acontece trava o tráfego em todo o país”, observa Reis.
Potencial. Vianna disse que o grupo CCR, que também tem experiência em rodovias e ferrovias, sabe dos planos do governo de Minas Gerais para transformar Confins em uma “aerotrópolis” e sabe também do grande potencial do terminal. “Isso vai fazer o governo do Estado economizar em investimentos previstos para Confins, o que poderá ser revertido para outros setores”, afirma Reis.
“Vamos prosseguir nos investimentos para melhorar e fortalecer a infraestrutura no entorno do terminal, que está se consolidando como novo polo de crescimento do Estado”, disse o governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia.
Passagens sobem até 147% em um ano, diz Procon Assembleia
O preço das passagens aéreas para viagens nacionais subiu até 147%, entre 20 de dezembro e 5 de janeiro, se comparado com o mesmo período em 2012/2013. O levantamento foi feito pelo Procon da Assembleia Legislativa mineira e coletou os valores cobrados por Avianca, Azul/Trip, Gol, TAM e Passaredo.
O maior aumento foi registrado na viagem para o Rio de Janeiro, que passou de R$ 326 em 2012 para R$ 808; um reajuste de 147%. Em seguida, com alta de 130%, está a passagem ida e volta para Porto Alegre (de R$ 745 para R$ 1.716). Houve casos de reduções, como na viagem para Cuiabá (de R$ 2.211,05 para R$ 1.003), queda de 54,6%.
A pesquisa também verificou a variação de preços, que chegou a 297% (R$ 236 a R$ 937) para uma viagem a São Paulo. (Da Redação)Leia também: