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NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 22/11/2013

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Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.



Empresas aéreas temem que leilões elevem seus custos

Receio do setor é que as concessionárias onerem as companhias para recuperar investimentos realizados na concessão

Marina Gazzoni

As companhias aéreas enxergam na nova rodada de leilões de aeroportos uma oportunidade de trazer ao Brasil um modelo de gestão mais eficiente da infraestrutura, mas temem aumentos de custos operacionais. Segundo o presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz, o receio do setor é de que as concessionárias onerem as companhias aéreas para recuperar os investimentos feitos para conseguir a concessão.
"A Abear se manifestou contra o modelo de concessão pela maior outorga nas audiências públicas. Se novos aeroportos forem privatizados, vamos voltar a defender que o vencedor seja a operadora que oferecer a menor tarifa, como foi feito com as rodovias", lembrou Sanovicz.
Para ele, o modelo se encaixa melhor em cidades com maior atratividade turística. "O Aeroporto do Recife, por exemplo, tem um potencial para ser um hub e tem grande apelo para o passageiro sensível a preço", disse.
No leilão de hoje, o governo oferecerá à iniciativa privada dois aeroportos - Galeão, no Rio, e Confins, em Belo Horizonte. A maior disputa deve ser pelo Galeão, um aeroporto que é considerado pelo mercado com grande potencial de crescimento. "Ele tem espaço para ampliar os voos e o investimento imediato é pequeno", disse o professor de Transporte aéreo da USP, Jorge Leal. "Ele precisa essencialmente de um banho de loja", disse.
O Galeão é o segundo aeroporto que mais recebe voos internacionais, atrás de Guarulhos. A vantagem do aeroporto fluminense sobre o paulista é que ele ainda tem espaço para adicionar novos voos. "Ele tem potencial para ser um hub nacional e internacional. Hoje a maioria dos passageiros que voam do Sul para o Nordeste faz conexão em São Paulo", disse Leal.
O governo tentou fomentar a competição entre os aeroportos limitando a fatia de empresas que já participam de consórcios que operam os aeroportos de Guarulhos, Brasília e Viracopos, leiloados em 2012, a 15% nos consórcios que disputarão Galeão e Confins. Entre os grupos que jávenceram leilões, só a Invepar, controladora da concessionária que ganhou Guarulhos, disputa a rodada de hoje.
A disputa por Confins tende a ser menos acirrada que por Galeão, disse uma fonte do setor aéreo. As empresas temem que, no futuro, o aeroporto possa sofrer a competição com o Aeroporto de Pampulha, que se mantém sob a gestão da ínfraero. "Ninguém sabe o que vai acontecer com Pampulha no futuro, e o aeroporto pode ser uma ameaça para Confins", disse.

Confins deve ficar pronto em abril de 2014

Florence Couto dos Santos

As obras que estão sendo realizadas pela Infraero no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, conhecido como Confins, têm previsão de término em abril de 2014.
Atualmente, passam 10,2 milhões de passageiros por ano pelo aeroporto e após a obra, a expectativa é que o número aumente para 17,1 milhões. A mudança faz parte do PAC Copa e até o evento serão investidos em Confins R$ 430 milhões.
Entre as melhorias estão a reforma e ampliação do terminal de passageiros 1 e a construção do terminal remoto. Em andamento também estão as obras de ampliação do pátio de estacionamento de aeronaves, que passará de 113 mil m2 para 370 mil m2.
A pista de pouso e decolagem também será modificada. Na primeira fase, ela será ampliada, passando a ter 3.600 metros de comprimento, ou seja, 600 metros mais. O alargamento deve durar 75 dias, mas sem interrupção das operações.
Depois, haverá obras de junção da pista atual com a ampliação. Esse processo deve durar 60 dias. A pista será reduzida em 350 metros, sendo operada com 2.650 metros das 7 horas às 20 horas. Segundo a Infraero, nenhum voo será afetado. No intervalo de 20 horas às 7 horas, as intervenções serão interrompidas, voltando a pista a operar com 3.000 metros. Com isso, os voos internacionais poderão operar sem interferências.
No início de outubro, quatro novas pontes de embarque voltaram a funcionar. A previsão da Infraero é que 110 primeiro trimestre de 2014, a substituição das nove pontes de embarque esteja concluída.
Atualmente, a receita média por passageiro no aeroporto mineiro é de US$ 3,40. A média internacional é de US$ 8,17, de acordo com estudo feito como base para o leilão.
No aeroporto, somente voos para Miami, Buenos Aires, Lisboa e Cidade do Panamá são feitos sem escala. A expectativa é que, com as reformas e melhorias, esse número aumente.

Obras no Galeão dão sensação de desorganização

Faltam sinalizações e obras viárias dificultam o acesso; equipamentos, como escadas rolantes, estão parados há um mês

Os futuros concessionários dos aeroportos do Galeão e Confins vão receber os terminais, em março, com obras inacabadas, insatisfação dos usuários e um curto prazo para atender às exigências previstas no edital, a tempo da realização da Copa do Mundo, em junho. Nos dois terminais do Galeão, os investimentos da ínfraero serão de R$ 443,5 milhões, mas os resultados ainda não foram sentidos.
No Rio, a percepção é de completa desorganização. A falta de sinalização e as obras viárias dificultam o acesso. No Terminal 1, há equipamentos como escadas rolantes parados há mais de um mês. As obras começaram em setembro de 2008 e, até agora, após R$ 115 milhões investidos, só 36% foi concluído.
Os passageiros que circulam pelo local, na área de embarque, deparam com grandes tapumes encobrindo as obras, que só devem ser concluídas em abril.
As esteiras que conectam os terminais 1 e 2 também estão paralisadas, em manutenção. Na área de desembarque, é comum a presença de motoristas oferecendo transporte irregular para os turistas, sem nenhuma fiscalização. Os usuários se queixam ainda de falta de sinalização interna, banheiros sujos, e falta de vagas nos estacionamentos - aspectos que constam do edital de concessão como passíveis de intervenções imediatas.
No total, as obras foram orçadas em R$ 443 milhões, incluindo reforma de pistas de pouso e pátio de aeronaves. Em função do atraso, diz a ínfraero, "a reforma será reavaliada em conjunto com o novo concessionário. Esse fato não afetará as operações durante a Copa".
Depois da assinatura do contrato, em março, haverá um período de 120 dias de transição, em que a operação do terminal será feita pela ínfraero com acompanhamento da nova concessionária. Nesse período, as obras serão tocadas em parceria, segundo a estatal.
Para a Anac, a transição na gestão vai evitar a interrupção de serviços no período. Após a fase sob supervisão da ínfraero, encerrada em junho, a gestão do terminal será compartilhada por mais três meses. Só a partir de outubro, as concessionárias assumem plenamente a gestão dos terminais.
No documento, constam 32 Indicadores de Qualidade de Serviço (IQS) para serem alvo de melhorias, entre eles, disponibilidade de assentos, elevadores, escadas rolantes, entre outros. Para atender a todas essas exigências, a concessionária precisará investir R$ 5,7 bilhões. /A.P.

Governo leiloa hoje aeroportos e aposta em disputa acirrada

Regras definidas no edital indicam que concessões de Galeão e de Confins vão render mais de R$ 6 bilhões em março de 2014

Luciana Collet / Wladimir D"Andrade / Antonio Pita

Com expectativa de forte concorrência e ágio superior a 350%, o governo federal realiza hoje o leilão para concessão dos aeroportos de Galeão, no Rio, e Confins, em Belo Horizonte. Os lances mínimos estabelecidos pelo edital prometem ao governo reforçar o caixa em mais de R$ 6 bilhões em março de 2014.
Os consórcios passaram a semana finalizando as estratégias para a disputa, com a expectativa de muito interesse pelo aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão). A disputa acirrada levou o consórcio formado por EcoRodovias, Frapórt - operadora do terminal de Frankfurt, na Alemanha - e Invepar, que já opera Guarulhos, a concentrar seus investimentos no aeroporto carioca.
Outros três grupos farão propostas para Galeão e também para o terminal mineiro. São eles Odebrecht e Changi, responsável pelo terminal de Cingapura, gapura; CCR com as operadoras Flughafen Zurich"AG, do aeroporto de Zurique (Suíça) e Flughafen München GmbH, de Munique (Alemanha), e Queiroz Galvão, em parceria com a Ferrovial, do terminal Heathrow, em Londres.
Também participa do leilão o consórcio formado por Carioca Engenharia, aliada à GP Investimentos e às operadoras ADP (Paris) e Schipol (Amsterdã).
Joia da coroa. A expectativa de bons resultados no curto prazo fazem do Galeão a "joia da coroa”. Em 2012, o terminal gerou um Ebtida (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 106 milhões, segundo o banco Gredit Suisse. Foram 17,5 milhões de passageiros, 25% deles em voos internacionais, o que o coloca como quarto maior terminal da América Latina e com potencial para se tornar um ‘hub polo de distribuição dos passageiros em conexão para destinos regionais.
"O ônus e o bônus do Galeão é maior", diz o advogado Álvaro ponsável pelo terminal de Ginde Jorge, consultor em infraestrutura e professor da FGV. Segundo ele, o fluxo previsto para grandes eventos, além das obras exigidas pelo edital, que vão requerer desapropriações de comunidades inteiras, serão desafios aos operadores. “Quem ganhar lá tem que ter fôlego redobrado.”
Confins, por sua vez, tem seu potencial de retorno questionado pelos analistas de mercado, sobretudo em relação às exigências para obras de ampliação.
A maior dúvida é sobre a projeção do governo, de crescimento médio anual de 4,7% no número de passageiros. Há dois anos Confins enfrenta queda no movimento.
O especialista em aeroportos Anderson Ribeiro Correia diz que o interesse por Galeão pode ocultar uma oportunidade de longo prazo em Confins. Pela posição geográfica, o aeropor- . to poderá ser usado para desafogar voos do Rio, São Paulo e Brasília. "Quem apostar em Confins pode ter um aeroporto com potencial de crescimento com um preço menor que o Galeão."
Leilão. O leilão está marcado para as na BM&F Bovespa, em São Paulo, e ocorrerá simultaneamente para os dois terminais. Primeiro, serão abertas as propostas apresentadas na segunda-feira. As três maiores propostas serão encaminhadas para as ofertas em viva-voz, quando os consórcios disparam lances em seqüência na disputa decisiva pelos ativos. O leilão deve durar duas horas.
As empresas não poderão arrematar os dois aeroportos, mas um mesmo grupo poderá participar de ambas disputas. A assinatura do contrato será realizada em março de 2014.
Mesmo com a expectativa de concorrência forte, alguns analistas fazem ressalva sobre o ágio esperado pelo governo. O sócio da Pezco Microanalysis, Cleveland Teixeira, lembra que o momento econômico pode levar a propostas menos agressivas. "Quem tinha um nível de interesse lá atrás, agora vai exigir um retorno maior."


Após leilão de hoje, foco do governo é aviação regional

Daniel Rittner

Evitando comentários sobre o ágio esperado no leilão de hoje, para seguir à risca a intenção de não interferir no processo, o ministro Wellington Moreira Franco ressalta a "alta qualidade" dos consórcios que entregaram propostas e garante ter expectativas "muito boas" sobre a concorrência. O chefe da Secretaria de Aviação Civil avalia que o aeroporto do Galeão é a joia da disputa, mas vê perspectivas de competição acirrada também em Confins.
"Quem não ganhar o Galeão terá que estar em Confins. Ou então está fora do negócio (de operação aeroportuária no país)", disse Moreira Franco ao Valor. Sem fechar as portas para novas concessões no setor, ele prefere não detalhar se e quando novos terminais serão repassados à iniciativa privada, lembrando que o foco do governo se volta totalmente ao programa de aviação regional.
No mês passado, a possibilidade de preparar mais privatizações de aeroportos em 2014 foi levantada pela ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, em entrevista ao Valor. Moreira Franco adota postura bastante cautelosa sobre o assunto: "Eu pratico a política do jegue: passos curtos, firmes, fugindo dos atoleiros. A pressa é inimiga do melhor".
Governo teve de alterar algumas exigências na licitação e permitir a participação de sócios dos atuais aeroportos
"Vamos aproveitar a consolidação da primeira etapa das concessões para dar celeridade a esse programa", enfatiza. O objetivo do ministro é viabilizar obras de R$ 7,3 bilhões na ampliação e na modernização de 270 aeroportos do interior, além de montar um esquema de subsídios para voos regionais e garantir isenção de tarifas em terminais com menos de 1 milhão de passageiros por ano. "Os grandes hubs precisam ser alimentados. É essa estrutura que dará capilaridade à malha aérea e permitirá o aumento do acesso (às viagens de avião) pela população", afirma. Para isso, acrescentou Moreira Franco, é preciso ter preços "acessíveis" e "compatíveis com o transporte rodoviário" - o que justificaria a necessidade de subvenções às rotas entre cidades menores e destas para as capitais.
O ministro considera "absolutamente despropositadas" as observações de que houve atraso no leilão. A concorrência estava prevista inicialmente para setembro. Ele atribui a maior parte da diferença, que vê como "irrelevante", ao tempo exigido pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para esclarecimentos sobre o edital.
Nesse ponto, porém, faz uma pausa na conversa para rebater as críticas sobre mudanças das regras do leilão. "É um processo em que tivemos o cuidado de ouvir todas as partes amplamente e incorporamos muitas sugestões. Elas foram decorrentes de audiências públicas e de conversas com interessados para verificar as possibilidades de melhorias."
O governo alterou exigências como a construção da terceira pista do Galeão, independentemente do movimento de aeronaves, e abriu mão da cláusula que impedia a participação dos atuais acionistas de aeroportos já privatizados nos novos consórcios. A restrição acabou sendo flexibilizada e foi adotado um limite de 15% a essa participação. Também houve redução da experiência requerida de operadoras estrangeiras: ela passou a ser de 22 milhões de passageiros por ano no Galeão e de 12 milhões em Confins. Inicialmente, o governo queria uma barreira de 35 milhões de passageiros. Foram feitos ainda dois ajustes nos valores mínimos de outorga dos aeroportos após a primeira divulgação dos lances iniciais.
"Fomos várias vezes acusados de mudar regras e de alterar nossas posições, mas é da natureza de uma audiência pública absorver boas sugestões. Houve um esforço de conversar e dialogar. Não somos donos da verdade. Se fosse um governo autoritário e autocrático, não precisaria de nada disso", afirma Moreira Franco.
O resultado, segundo conclui o ministro, é uma disputa acirrada e entre concorrentes de elite. "A consequência é que vamos ter uma participação forte e de alta qualidade, tanto de grupos brasileiros quanto internacionais. A expectativa é muito positiva."

Empresas aéreas projetam cenário estável para 2014

João José Oliveira

A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) projeta para 2014, ano de Copa do Mundo de Futebol no Brasil, um ambiente de estabilidade para a aviação comercial em termos de oferta e de demanda. "Seguimos a economia. Só descolamos se as medidas que sugerimos ao governo forem adotadas", disse o presidente da entidade, Eduardo Sanovicz, ontem em São Paulo, referindo-se às reivindicações feitas em agosto de desoneração tributária e redução do preço da querosene de aviação (QAV).
"Estamos aguardando educadamente uma resposta positiva ou negativa", disse o executivo, ressaltando que a resposta do governo terá que ser dada formalmente e pelo ministro da Secretaria da Aviação Civil (SAC), Moreira Franco. "Ele é o ministro de nossa área e foi a ele que encaminhamos nossa pauta", disse sobre a pauta de reivindicações encaminhada há quase três meses que demanda redução de PIS/Cofins e redução da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Comparando os dados apurados ao longo dos 12 meses encerrados em outubro deste ano com os registros em 12 meses contabilizados até outubro de 2012, a aviação civil registra expansão de oferta e de demanda.

ImagemA oferta (medida em ASKs, ou assentos-quilômetros oferecidos) aponta crescimento de 0,33% e a demanda (medida em RPKs, ou passageiros-quilômetros pagos), de 0,74%. "Se anualizarmos esse número, temos um crescimento da ordem de 8%", disse o consultor técnico da Abear, Alberto Febeliano. "Mas nossa série histórica ainda é muito recente. Estamos apenas no segundo mês dessa série, então é uma loucura projetar que estamos em um ambiente de crescimento de 8% neste momento".
O presidente Sanovicz lembrou que as duas maiores companhias do setor, TAM e Gol, cortaram oferta ao longo deste ano e estão trabalhando com um cenário de estabilidade para 2014.
Em termos de participação consolidada de mercado, a TAM segue como líder, com fatia de 41%, seguida pela Gol, com 35,3%, pela Azul, com 16,7%, e pela Avianca, com 7%.
O número acumulado de passageiros transportados chega a 76,540 milhões de pessoas, numa elevação de 0,76%. A taxa média de ocupação das aeronaves (ou load factor) revela pequeno avanço de 0,31 ponto percentual, situando-se em 75,77%.
A Gol anunciou na semana passada que vai manter estável a oferta de assentos para 2014. E a presidente da TAM Linhas Aéreas, Claudia Sender, afirmou ao Valor, em agosto, que a companhia também trabalha com um ambiente de estagnação para o setor aéreo brasileiro em 2014.
No cenário traçado pela Abear para 2014, a Copa do Mundo de futebol vai concentrar picos de demanda em junho e julho, mas terá esse efeito diluído ao longo da temporada. As empresas aéreas planejam ter até o início do ano que vem a definição da malha aérea doméstica que vai atender à demanda da Copa do Mundo. "Nossa meta é transportar todo mundo. Mas precisamos de operação especial para uma situação especial", disse Sanovicz.
Na terça-feira da semana passada, durante reunião com integrantes do governo que incluiu técnicos e dirigentes da Anac, da Secretaria da Aviação Civil (SAC), da Receita Federal e do Ministério da Justiça, a Abear encaminhou uma lista de sugestões para agilizar o atendimento aos passageiros durante a Copa.
Entre as ações solicitadas estão a agilização por parte dos órgãos públicos para autorizar alterações de rotas e a ampliação do horário de funcionamento de aeroportos centrais, como Congonhas (SP) e Santos Dumont (RJ).
O representante das aéreas disse que a malha aérea com as rotas, horários e procedimentos para o período da Copa do Mundo não ficará pronta antes da última semana do ano. Ele explicou que as empresas precisam antes ter conhecimento do calendário de jogos no torneio.
"Só após o sorteio das chaves e da tabela é que saberemos como ficará a demanda, onde haverá mais e menos procura. É claro que um jogo entre Coréia e Nigéria terá menor demanda que Itália e Uruguai", exemplificou o executivo da Abear. O sorteio das chaves e da sequência de jogos da Copa do Mundo será feita no próximo dia 6 de dezembro, na Costa do Sauípe, na Bahia.
"Assumimos o compromisso de entregar à Anac um plano de malha aérea até 15 dias após o sorteio", disse Sanovicz. A partir desse prazo, a Anac terá então mais duas ou três semanas para autorizar as rotas solicitadas pelas aéreas. Depois dessa autorização dada pela Anac, as empresas precisarão então de mais umas duas semanas para começar a vender as passagens, afirmou o presidente da Anac.
O Ministério do Turismo calcula em 3,6 milhões o número de viajantes que se deslocarão no território brasileiro por causa da Copa, entre 12 de junho e 13 de julho, sendo 600 mil o universo de estrangeiros nesse grupo.

Competição atrativa para as grandes empreiteiras

Fábio Pupo, Olivia Alonso e Daniel Rittner

Seja qual for o resultado do leilão dos aeroportos de Galeão (RJ) e Confins (MG), é certo que as exigências do governo acabaram configurando o cenário para uma disputa entre gigantes. No leilão anterior - que concedeu os terminais de Guarulhos (SP), Campinas (SP) e Brasília (DF) -, onze consórcios de diferentes tamanhos batalharam com preços que geraram ágio superior a 670%. Já a briga de hoje ficou reservada somente aos grande grupos, que desejam um setor - nas palavras de um executivo - com "sex appeal".
A presença dos consórcios liderados por EcoRodovias (da construtora CR Almeida), Odebrecht, CCR (de Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa), Queiroz Galvão e Carioca Engenharia é uma prova do interesse da iniciativa privada em investir em projetos de infraestrutura no país, desde que com rentabilidade. Os habilitados conseguiram cumprir regras rígidas, como a exigência de número de passageiros ao ano (inicialmente em 35 milhões de passageiros ao ano, só há pouco reduzida) e a limitação de até 15% do consórcio para atuais concessionários.
 Desta vez, o interesse foi despertado mesmo com desconfianças a respeito dos estudos encomendados pelo governo federal sobre as estimativas de receita e investimento necessário em cada projeto. "Erraram feio", resume um diretor.
Mas, então, o que explicaria tanto interesse nos aeroportos? São duas as respostas. A primeira são os ganhos proporcionados pelas chamadas "receitas acessórias", oriundas de shoppings e estacionamentos, por exemplo. "No caso dos aeroportos, há situações em que a receita adicional pode ser 30% ou até 50% do faturamento total. É muito relevante", diz Mauricio Endo, sócio-líder da área de governo e infraestrutura da KPMG no Brasil. Enquanto isso, receitas com serviços adicionais em outros tipos de concessões - como metrôs - são estimados em torno de 2% e 3% do total, diz ele.
Ganhos comerciais são mais visados também porque as tarifas aeroportuárias, outra fonte de receita, são reguladas por meio do contrato com o governo e seguem os cálculos oficiais de inflação. Não à toa, a Invepar (concessionária de Guarulhos) vai mais que duplicar o espaço de lojas duty free em seu terminal.
Um segundo motivo de atração é o crescimento de demanda da aviação. Galeão já movimenta 17 milhões de passageiros ao ano e chegará, nos últimos anos da concessão, a 60 milhões (segundo cálculos do governo). Confins passará de 10 milhões para 43 milhões. O grupo que for mais criativo ao pensar formas de receitas adicionais e que assumir maiores crescimentos de demandas deverá levar o leilão amanhã, diz o especialista.
As operadoras também poderão obter maiores rentabilidades com outras opções, diz André Castellini, especialista em aviação da consultoria Bain & Company. Ele cita como exemplos o aluguel de áreas para escritórios, empresas de abastecimento de insumos, de manutenção, combustível e prestadoras de serviços para funcionários. "As concessionárias terão muita liberdade para estabelecer preços de serviços não regulamentados".
 Por esses e outros motivos, há tantos investidores interessados. "É um setor que tem sex appeal", diz o executivo de uma grande empresa. A atração pelo setor levou a um curioso placar: o governo da presidente Dilma Rousseff conseguirá, ao final do dia, comemorar o leilão de concessão de seis aeroportos brasileiros. No mesmo período, fez apenas dois de rodovias - um tipo de concessão bem mais conhecido pelo mercado.
Corroborando o interesse, a EcoRodovias (do grupo de construção CR Almeida) e a alemã Fraport ofereceram R$ 12 bilhões por Guarulhos em 2012, ficando em segundo lugar. Só perderam para a Invepar, que agora virou sua sócia, com 15%. Nas palavras de um executivo do setor, "ninguém tira Galeão" desse consórcio, que ainda é beneficiado por duas fontes de financiamento barato: bancos alemães e dinheiro dos fundos de pensão estatais (maiores sócios da Invepar). Para o governo, há chance de a CCR surpreender.
Sobre Confins, a Odebrecht leva grande vantagem. A sócia Changi foi contratada há cerca de cinco anos pela Infraero para elaborar o plano de expansão do aeroporto mineiro. Por conhecer os detalhes do empreendimento, larga na frente. O impedimento seria o acionista da Odebrecht TransPort, o FI-FGTS, que - na visão oficial - exigiria retorno mais alto e limitaria ofertas. Ainda assim, o consórcio se mostrou ousado e ficou em segundo na briga por Viracopos.

Com novo operador, expectativa é que Confins melhore seu padrão

Marcos de Moura e Souza

Cinco anos depois de ter voltado a operar voos internacionais, o aeroporto Tancredo Neves, em Confins (MG), vai mudar novamente seu status. É essa a expectativa no governo de Antonio Anastasia (PSDB) com o leilão de concessão do aeroporto à iniciativa privada.
O consórcio vencedor do leilão de hoje receberá uma estrutura com muitas limitações, mas com um potencial para um aumento no número de voos e do fluxo de passageiros, diz o governo mineiro. Confins hoje tem voos internacionais para cinco destinos: Miami, Cidade do Panamá, Lisboa, Buenos Aires e Santiago - este com escala em São Paulo. E está restrito a isso.
"Confins é um caso explícito em que a inexistência de um pátio maior e outros fingers amordaçou os voos internacionais, que são os que geram mais receita para as companhias aéreas", afirma Luiz Antônio Athayde, subsecretário de Investimentos Estratégicos do governo de Minas.
O aeroporto de Confins tem apenas um finger - a passarela que liga o salão de embarque à aeronave - em voos internacionais.
Nas mãos de um consórcio privado, o aeroporto ganhará outra cara, crê o governo. Demanda existe, diz Athayde. "Nós embarcamos hoje mais de 1.000 passageiros por dia em voos que vão para Guarulhos e Rio e de lá seguem por rotas internacionais", afirma.
"Temos uma demanda de pelo menos mais um voo para a Europa e mais um para os EUA", continua o secretário. Hoje, de Confins saem 11 voos por semana para Miami e 7 para Lisboa - e mais 21 para as demais três capitais na América Latina.
"Estamos muito motivados com a qualidade dos players que vão disputar Galeão e Tancredo Neves; eles estão em muita sintonia com a enorme expectativa de que a concessão dê um novo padrão ao transporte de cargas e de passageiros", diz Athayde.
 O aeroporto em Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte, foi inaugurado em 1984. O plano era absorver parte do tráfego aéreo nacional do Aeroporto da Pampulha, que fica em BH. Mas após alguns anos, as companhias voltaram a concentrar seus voos no aeroporto da capital - que mesmo sendo menor é muito mais bem localizado do que o de Confins. Pampulha, no entanto, não tinha estrutura: inundava em dias de chuva forte; lotava a tal ponto que muitas vezes o check-in era feito na rua. Em 2005, circularam por ali 3,4 milhões de passageiros e por Confins, 380 mil.
Pampulha nunca operou voos internacionais. Em meados dos anos 90, Confins teve apenas dois para Miami. Mas por pouco tempo. Foi só em 2008 que os voos internacionais voltaram a ser feitos em Confins - então de forma mais estabelecida.
"Hoje são quase 11 milhões de passageiros por ano e acreditamos que até 2020 serão 20 milhões", diz Athayde. Na visão do governo, o aeroporto de Confins será um novo hub do Sudeste. E para isso será necessária uma nova pista, argumenta ele. Esta uma exigência no leilão que o novo concessionário terá de atender e que vinha gerando questionamentos entre investidores sobre até que ponto a obra seria mesmo necessária.
Pelo planejamento do governo Anastasia - que deixa o cargo no ano que vem sem a possibilidade de se reeleger - até 2016 o Estado terá 30 aeroportos regionais, o que deverá ajudar muito a aumentar o fluxo de passageiros em Confins. Hoje são doze regionais.
Mas além do trânsito de passageiros, o governo também fala em um maior aproveitamento por parte no futuro concessionário do aeroporto do transporte de cargas. Minas, segundo o subsecretário, produz US$ 2,5 bilhões de dólares em eletrônicos, produtos farmacêuticos e outros itens que demandam uma logística aérea; desse valor, apenas 8% são embarcados por Confins. "Verificamos que o restante faz um passeio pelos aeroportos de São Paulo. Se houvesse mais voos aqui, isso estaria sendo embarcado nos porões dos aviões em Confins e essa á uma receita não capturada que poderia ser explorada pelo concessionário".
Desde 2011, o aeroporto está em reforma, segundo a Infraero. Naquele ano, começaram obras de modernização e ampliação do terminal de passageiros. Em fevereiro de 2013, começaram a reforma e a ampliação da pista de pouso e do sistema de pátios; e em agosto, a construção de um terceiro terminal. Todas as mudanças são previstas para serem entregues até antes da Copa. O valor investido, segundo a Infraero, é de R$ 430 milhões.
O governo de Minas por seu lado, segundo o subsecretário, está investindo R$ 300 milhões para dar mais vias de acesso ao aeroporto. Hoje, só há uma, pela MG-10. Até o fim do ano que vem serão quatro, diz Athayde.


DIÁRIO DO VALE (RJ)

Ministério da Defesa e Senai assinam acordo para qualificação no serviço militar 

Volta Redonda
O ministro da Defesa, Celso Amorim, e o presidente do Sistema FIRJAN, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, assinaram nesta quarta-feira (20), em Brasília, acordo de cooperação técnica que permitirá a qualificação profissional de 3.000 recrutas em vias de conclusão do serviço militar obrigatório das Forças Armadas no estado do Rio, por meio do SENAI-RJ, entre 2014 e 2016.
Os cursos serão oferecidos gratuitamente, e as primeiras turmas têm previsão de início para março de 2014. A previsão é que cerca de 1.000 alunos sejam qualificados por ano. As vagas serão oferecidas em cursos nos segmentos Automotivo, Alimentos, Construção Civil, Informática e Madeira e Mobiliário.
As aulas acontecerão nos quartéis, em salas de aulas e oficinas de aulas práticas preparadas especialmente para abrigar os cursos. Caberá às Forças Armadas selecionar os soldados que participarão dos cursos, considerando o interesse dos candidatos, a escolaridade mínima exigida e a disponibilidade dos cursos.
Será de responsabilidade do SENAI do Rio coordenar e planejar os cursos de acordo com o interesse indicado pelas Forças Armadas, fornecer material didático e uniformes, além de avaliar e certificar os alunos, segundo os requisitos mínimos necessários à aprovação.
"Este acordo vai contribuir para aumentar as oportunidades de emprego de nossos jovens. E, além de formação cívica e preparação militar, eles terão oportunidade de engajar em ambientes educativos que absorvem seus talentos. Formar mão de obra qualificada é um componente indispensável ao desenvolvimento brasileiro", afirmou o ministro Celso Amorim.
"Este acordo representará, para muitos jovens que não forem absorvidos pelas Forças Armadas ao fim do serviço militar, a chance de construir uma vida mais digna. Este trabalho refere-se, ainda, ao que mobiliza permanentemente o Sistema FIRJAN, que é contribuir na transformação social do país e na construção de um modelo de desenvolvimento sustentável", diz Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, presidente do Sistema FIRJAN.



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