NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 15/11/2013

O avião sobrevoava a região de Guaramirim quando teve problemas e saiu de controle com piloto e dois passageiros.
O agricultor Alfredo de Borba, de 67 anos, da localidade de Ribeirão do Salto, interior de Guaramirim, ficou apavorado na tarde desta quinta quando olhou para o céu e viu um avião se chocando contra as palmeiras perto da casa dele. Correu para dentro e rezou para que o que vinha do céu não caísse na sua cabeça.
Dentro da aeronove estavam o piloto e mais dois tripulantes que temiam pela vida deles e de quem estivesse em terra. Com destreza e um tanto de sorte, o piloto Guilherme Maguerroski de Oliveira, de 30 anos, conseguiu fazer um pouso forçado que deveria ser na arrozeira de seu Alfredo, mas acabou a 20 metros da casa dele.
Guilherme, que trabalha há quatro anos na empresa Total Sat, de Curitiba, conta que veio de Curitiba para Blumenau pela manhã trazer dois empresários para uma reunião. Por volta das 16h30, depois de fazer toda a checagem no avião modelo Cirrus 22 turbo ano 2008, decolou com destino a Curitiba e com os dois empresários (que não tiveram seus nomes divulgados) a bordo.
A cerca de 40 quilômetros de Joinville, o piloto percebeu que o nível do óleo do avião começou a baixar e a pressão do motor caiu.
– Notei que algo estava errado e pensei em ir para o aeroporto de Joinville. Como o problema não parecia ter solução, resolvi vir para esta região (entre Guaramirim e Araquari) – comenta.
Segundo Guilherme, a situação do voo começou a se agravar e, quando ele decidiu pela rota fora de Joinville, notou que o avião começou a falhar. Ao perceber que estava em uma área rural e plana, buscou um campo para pousar. Mas o motor do avião já havia parado e o paraquedas balístico do avião foi acionado. Naquele momento, o piloto e os dois passageiros estavam pela sorte e pelo vento e a 6,5 mil pés de altitude (1.980 metros).
– Vi um arrozal e tentei direcionar o avião para lá, mas eu dependia das condições do vento, já que o paraquedas é que conduziria a aeronave. Ela baixou mais e eu tinha de cuidar para não pousarmos em um lugar habitado – lembra apreensivo.
Achei que ia cair na minha cabeça
Em terra, o agricultor Alfredo conta que ficou muito assustado.
– Quando olhei para o céu e vi que o avião estava baixando cada vez mais, tratei de correr para buscar abrigo – lembra.
Alfredo estava na lida com o arroz na tarde de ontem e disse que ficou impressionado com a manobra que o piloto fez para pousar perto da casa dele.
– Achei que aquilo ia cair na minha cabeça – fala, assustado.
Depois de ver o avião baixando, Alfredo saiu de dentro de casa e foi perto da aeronove.
– Fiquei olhando para saber se tinha gente se mexendo. Logo, vi o piloto abrir a porta do avião e me aproximei para ajudá-los –disse.
Alfredo e o filho Edson Luis de Borba ajudaram o piloto e os outros dois tripulantes a sair da aeronave. O helicóptero Águia da PM de Joinville foi mobilizado para resgatar as vítimas, que não se feriram. A área do acidente foi isolada para perícia. Profissionais do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa) devem chegar a Guaramirim hoje para avaliar as causas.

Nos dois primeiros dias de uma operação coordenada pelo Exército e envolvendo várias agências governamentais, foram apreendidas 60 toneladas de explosivos em todo o país.
Foram vistoriados 863 locais --dos quais 302 no Estado de São Paulo--, resultando em 143 autuações, cinco interdições e 17 prisões.
Iniciada na manhã de terça-feira passada e sem data para terminar, a Operação Dínamo tem como principal objetivo "intensificar as atividades de fiscalização de explosivos e produtos correlatos", segundo o Exército.
A fiscalização ocorrerá "nas atividades de fabricação, importação, exportação, comércio, armazenagem e transporte desses materiais".
Explosivos como dinamite têm sido usados em várias partes do país por grupos
criminosos para, por exemplo, assaltos a bancos ou caixas automáticos. Impedir que isso aconteça é o pano de fundo da operação.
A ação inclui o Exército, a Polícia Federal, PMs de quase todos os Estados e órgãos como o Departamento Nacional de Produção Mineral
(explosivos têm uso comum na mineração, notadamente em pedreiras).
Nos dois primeiros dias, a operação envolveu um efetivo de 2.066 pessoas, entre os quais 1.245 do Exército e 444 policiais militares.
São Paulo teve a maior apreensão de explosivos: cerca de 40 toneladas. Apesar do recorde paulista --em segundo lugar está o Mato Grosso, com 5,43 toneladas-, não houve prisões no Estado.
Dependendo do tipo, o explosivo pode ocupar um grande espaço. Ontem, no terceiro dia da operação, uma apreensão em Curitiba de
cinco toneladas exigiu dois caminhões grandes para o transporte.
Além dos explosivos, foram apreendidos 204 detonadores, assim como espoletas, cordéis e estopins.
Mesmo a velha e tradicional pólvora negra também foi achada em situação irregular --122,65 kg foram apreendidos na Bahia, o Estado campeão neste explosivo em particular.