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NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 23/09/2013



Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.



Servidores do HFA de mãos vazias

O Tribunal Regional Federal derrubou a liminar que declarava inconstitucional o corte do ponto de grevistas do Hospital das forças armadas (HFA). O Sindicato dos Servidores Públicos do Distrito Federal (Sindsep-DF) informou que entrará hoje com um último recurso para tentar reverter a situação. Após um mês e 12 dias de braços cruzados, os trabalhadores do HFA saíram da greve sem nenhum dos pleitos atendidos pelo governo, entre eles o plano de carreira, a redução da carga horária de 40 horas para 30 e a criação de uma gratificação por serviços prestados à Presidência da República. Cerca de 50 funcionários foram descontados em mais de R$ 300 cada um no contracheque de agosto.


O EMCFA e as Forças Armadas

José Carlos de Nardi

Criado há três anos como braço militar do Ministério da Defesa, o Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA) vem buscando a integração permanente das Forças singulares. Ao mesmo tempo que auxilia a Defesa, o Estado-Maior tem cumprido o papel de liderança nas ações que têm a participação da Marinha, do Exército e da Aeronáutica Parafraseando Alfred Mahan, historiador e estrategista amen cano, navios, carros de combate e aviões não ganham guerras, são homens que ganham as guerras. Nesse contexto, o foco do nosso aniversário está no combatente. Homens e mulheres que, com seu vigor físico, sua inteligência e dedicação à Pátria, operam equipamentos complexos, planejando e conduzindo exercícios e operações na busca incessante da paz e da segurança do nosso território.
Por meio das Operações Ágata, que este ano completaram sua sétima edição, nossa presença se tomou efetiva ao longo dos mais de 16,8 mil quilômetros de fronteira terrestre. Com apoio dos valentes combatentes de selva, dos audazes homens do Pantanal e dos guerreiros do Sul, chegamos aos mais longínquos pontos, procurando minimizar o sofrimento daquela gente fronteiriça.
Alcançamos um resultado expressivo com a realização da Ágata: 25,342 toneladas de maconha e 657 quilos de cocaína, crack e haxixe foram apreendidos. Os números são considerados um recorde histórico. Ao retirarmos essa quantidade de entorpecente de circulação, estamos enfraquecendo as quadrilhas internacionais e impedindo que as drogas atinjam os grandes centros urbanos, um dos grandes males para a nossa sociedade.
Com a permanente prontidão dos nossos bravos marinheiros a bordo dos navios da nossa Armada, estendemos a cobertura sobre os quase 8 mil quilômetros de costa da Amazônia Azul, mantendo o Pavilhão Nacional soberano no nosso mar territorial até a zona do pré-sal. Também, graças à dedicação dos competentes pilotos da Força Aérea, conseguimos garantir a soberania do nosso espaço aéreo, permitindo que chegássemos aos rincões mais distantes do País. Dessa forma a interoperabilidade - palavra que já foi difícil articular - se firma de maneira indelével no conceito do emprego de Forças militares.
Acompanhar o trabalho de homens e mulheres, militares e servidores civis das três Forças singulares ou da carreira de defesa nos enche de orgulho e esperança. Começamos a falar a mesma linguagem e, apesar de valorizarmos de forma singular nossos uniformes e tradições, nosso olhar está focado no Brasil. A confiança demonstrada pelos brasileiros tem sido conquistada com suor, e assim permaneceremos com o árduo, porém profícuo trabalho.
Três anos parecem pouco, mas o trabalho desenvolvido e o apoio recebido da alta administração do governo federal nesse curto período provam a nossa maturidade. Nossa existência era necessária, o moderno conceito de emprego conjunto de Forças Armadas, aliado ao crescimento da importância do Brasil no conceito das nações, exigia a criação do EMCFA.
A coordenação executada nos dois primeiros grandes eventos que o País sediou foi fundamental para o sucesso. Uma quantidade expressiva de equipamentos da Marinha, do Exército e da Força Aérea, conduzida por dezenas de milhares de homens e mulheres bem adestrados, só foi possível porque a interoperalidade já faz parte do nosso jargão e das nossas rotinas.
A marcante presença ultramarina dos militares do Brasil, reconhecida na esfera intemacional, por meio dos contingentes no Haiti e no Líbano, da Minustah e da Unifil, respectivamente, é constantemente acompanhada e coordenada pelo EMCFA A participação dos nossos homens e mulheres nos colegiados internacionais, principalmente com nossos vizinhos da América do Sul e da África, é motivo de orgulho nacional, pois nos estamos tomando referência mundial em assuntos de defesa e interoperabilidade.
Com destaque especial, antecipo que no próximo ano comemoraremos a marca de uma década da presença militar do Brasil em território haitiano. Pesquisas têm mostrado a aceitação de nossos militares por parte das populações dos países onde atuamos.
Ao mesmo tempo que revemos esse passado bem recente, quando o Estado-Maior Conjunto deu início a uma importante conquista de espaço no organograma do Ministério da Defesa, vislumbro o futuro. E, desse modo, nos permite reforçar o sentimento de que muitos projetos e ações serão desenvolvidos para o crescimento do nosso Brasil.
Destaco, por exemplo, as atividades desenvolvidas no âmbito dos grandes eventos, iniciadas com êxito no ano passado, por ocasião da Rio+20, a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável. E, num processo de continuidade, bem realizamos outras duas importantes missões em 2013: a Copa das Confederações da Fifa e â Jornada Mundial da Juventude, esta acompanhada da visita oficial do papa Francisco ao Rio de Janeiro e a Aparecida.
Para o próximo ano teremos como um dos maiores desafios atuar no planejamento de defesa da Copa do Mundo da Fifa. E também nos prepararmos para os Jogos Olímpicos que serão realizados no Rio em 2016. Dentro desse propósito, reforçaremos, nos eixos que cabem às Forças Armadas, a defesa de estruturas estratégicas, defesa aeroespacial e controle do espaço aéreo, defesa fluvial e marítima, cooperação nas fronteiras, fiscalização de explosivos, segurança e defesa cibernética, defesa química, biológica, radiológica e nuclear, emprego de helicópteros, prevenção e combate ao terrorismo e força de contingência.
Portanto, neste momento especial, em que as reflexões nos vêm à mente, concluímos que, integrados, Marinha, Exército, Força Aérea e EMCFA somos insuperáveis no cumprimento das nossas missões constitucionais. Com toda a certeza estaremos num esforço contínuo e interminável para que possamos levar cada vez mais alto a Bandeira do nosso querido Brasil.
* GENERAL, É CHEFE DO EMCFA

Brasil depende da criptografia alheia

O escândalo da espionagem realizada no Brasil peia Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) colocou em evidência a falta de proteção e sigilo de dados no País, Em meio às denúncias, que resultaram no cancelamento da visita de Estado da presidente Dilma Rousseff aos EUA? Juiian Assange* do WikiLeaks, sugeriu ao governo brasileiro adotar criptografia com tecnologia nacional como proteção*

A criptografia é um recurso antigo e presente em quase todas as operações virtuais que exigem proteção de dados, como a realização de uma compra pela internet, por exemplo, para garantir o sigilo do número do cartão de crédito. O recurso embaralha as mensagens para tomá-las ininteligíveis e evitar o acesso ao conteúdo por outra pessoa que não o destinatário» Muito utilizada em tempos de guerra, a criptografia por vezes é associada a atividades clandestinas. Para governo e empresas, é um recurso fundamental antiespionagem. Em alguns países, seu uso é restrito e só pode ser desenvolvida se o governo tiver meios de quebrá-la. No Brasil, não há qualquer determinação a respeito do assunto. "Como é algo incomum, os poucos que usam viram alvo de atenção", diz Demi Getschko, do Comitê Gestor da Internet (CGI.br).

A recomendação de desenvolver a tecnologia nacionalmente tem motivo. Documentos vazados pelo ex-funcionário da NSA Edward Snowden mostram que a criptografia fornecida por empresas privadas norte-americanas é propositalmente falha e têm as chamadas "portas dos fundos", para que a NSA possa driblar seus códigos e acessar os dados, "Não adianta colocar cadeado se todo mundo tiver a chave", diz o ativista do movimento Software Livre, Ana-huac de Paula Gil.

Atualmente, não existem empresas brasileiras de grande porte que desenvolvam criptografia. Esta tarefe fica. a cargo de pequenas empresas que trabalham com software livre e criam sistemas customizados, mas nem sempre conseguem atender à demanda do mercado. Graça Foster, presidente da Petrobrás, companhia que foi alvo de espionagem dos E ü A, declarou que a criptografia usada na estatal é de empresas americanas porque não existem companhias brasileiras que prestam esse tipo de serviço.

"Se houver demanda de criptografia para o País, seria necessário um esforço nacional para investir em uma melhor estratégia de formação e atração de programadores, já que os melhores profissionais normalmente são contratados pelas empresas estrangeiras e não temos mão de obra capacitada o suficiente", diz Marcelo Marques, co-fundador da 4Linux, desenvolvedora de sistemas de código aberto.
Para ele, o governo poderia se proteger estimulando o mercado de sistemas auditáveis, com código aberto que, ao contrário de sistemas prontos, como o Windows, por exemplo, permite a análise do código-fonte para checagem de possíveis irregularidades e a prevenção contra espionagem.

E-mail. Até agora, o governo respondeu ao escândalo com ações como apressar a votação do Marco Civil da Internet (veja abaixo) e anunciar para o ano que vem o lançamento de um serviço de e-mail criptografado dos Correios, o Mensageria Digital "O serviço prevê alto grau de segurança quando remetente e destinatário usarem a solução, Quando apenas um deles usar, os benefícios serão a garantia da entrega e a informação da hora em que a mensagem foi lida", diz o vice-presidente de Tecnologia e Infraestrutura dos Correios, Antonio Luiz Fuschino.
Criptografado, o serviço terá pouco impacto e só seria útil para o próprio governo. "A proteção só funciona se for entre usuários do mesmo sistema, tmantas pessoas você conhece dispostas a fechar suas contas em provedores famosos?", questiona Paula Gih "Não adianta ter um serviço criptografado se a primeira mensagem enviada for para o Gmail" Pioneiro no mercado de e-mail brasileiro, Aleksandar Mandic, fundador da Mandic, diz que a criptografia nunca foi um serviço "muito comercial", mas que o governo poderia estimular a iniciativa privada a desenvolver soluções. "O que todo esse escândalo revela é que os Estados Unidos estão catalogando de onde um e-mail sai e para onde e le vai, um rastro que permanece mesmo quando a mensagem é criptografada", diz, Ele já planeja desenvolver um protocolo de e-mail próprio, alternativo aos comumen-te usados smtp e imap, para tentar proteger os rastros que a criptografia não esconde.

O especialista em segurança digital da Alvarez & Marsal, Wil-iiam Beer, diz que outros cuidados devem ser associados ao investimento em tecnologia. "A criptografia é importante, mas não pode ser considerada a resposta definitiva, porque hoje usamos diversas plataformas diferentes", diz. "Quando se fala de ciber-segurança, se fala também de treinamento de pessoas e processos."
Comparado ao americano, o orçamento brasileiro em ciber-segurança é escasso. Segundo o Centro de Comunicação Social do Exército, o orçamento deste ano destinou R$ 90 milhões para defesa cibernética no Brasil, dos quais R$ 61 milhões foram autorizados a sei em gastos. Já as agências de espionagem americanas tiveram um orçamento de US$ 52,6 bilhões para 2013.

Falhas estratégicas em processos também ficam claras. Apesar de a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) ter um avançado centro de desenvolvimento de equipamentos criptográficos e de a discussão sobre sistemas auditáveis com tecnologia nacional pela administração pública ser antiga, porta-vozes do governo assumiram que a presidente e ministros utilizam sistemas fechados, como Windows, da Microsoft, que teria colaborado com a NSA, e-mails de empresas estrangeiras, como o Gmail, do Google, e telefones sem proteção contra grampos, apesar de haver alternativas mais seguras, Procurados pelo Link, a Abin e o Ministério das Comunicações não quiseram dar entrevista.

Para o usuário final, o cenário é mais complexo e exige a decisão de abrir mão do uso de produtos e serviços populares para garantir a total privacidade. Paula Gil propõe o uso das chamadas redes federadas (que são descentralizadas e, portanto, de difícil monitoramento) como a rede social Diaspora, e a compra de domínios próprios para a criação de um endereço de e-mail.


A resposta de Dilma

Antes de cancelar sua visita aos EUA, a presidenta buscou apoio internacional, principalmente da Rússia. Saiba quais as consequências dessa decisão para o Brasil

Claudio Dantas Sequeira

Na terça-feira 17, a presidenta Dilma Rousseff cancelou a viagem oficial que faria aos EUA, em outubro. A decisão foi tomada depois de ela ser avisada por Barack Obama de que não haveria tempo para a apuração da espionagem feita contra ela e a Petrobras pela Agência de Segurança Nacional (NSA). Em nota, Dilma classificou a interceptação das comunicações como “fato grave”, “atentatório à soberania nacional” e “incompatível” com a convivência entre países amigos. A iniciativa já vinha sendo amadurecida desde o início do mês. Além de tratar do assunto com o ex-presidente Lula e o marqueteiro João Santana, conforme apurou ISTOÉ, a presidenta chegou a fazer consultas a outros parceiros, especialmente à Rússia, antes de anunciar a suspensão da visita a Washington.
No encontro do G-20, em São Petersburgo, no início do mês, o chanceler Luiz Alberto Figueiredo reuniu-se a portas fechadas com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergey Lavrov, do qual obteve o compromisso de que apoiaria, inclusive nas Nações Unidas, qualquer medida de retaliação brasileira aos Estados Unidos. A atitude deixou a presidenta mais segura e confortável em tomar a decisão de cancelar a viagem. Considerado hoje o mais importante articulador da diplomacia internacional, Lavrov prometeu ainda apoiar o debate que Dilma pretende impulsionar na abertura da 68ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, na terça-feira 24.
O discurso da presidenta, antes focado no efeito negativo da política cambial americana sobre a economia brasileira, agora está moldado para angariar o máximo de aprovação internacional à criação de um novo mecanismo de governança da internet que possa estabelecer limites à invasão da privacidade. A ideia é condenar o unilateralismo americano e os abusos da NSA e repisar a necessidade de respeito ao papel da ONU na busca de soluções negociadas a crises internacionais, como o caso da Síria.
A necessidade de reforçar o multilateralismo nunca foi tão urgente e será a diretriz principal do Itamaraty, segundo um assessor palaciano. De acordo com a mesma fonte, embora a decisão sobre a visita de Dilma a Washington seja tratada oficialmente como “adiamento”, dificilmente ela ocorrerá durante o mandato de Obama. Um detalhe deixou Dilma especialmente indignada. O material recolhido pela NSA no Brasil, além de recebido pelas agências americanas, foi distribuído aos cinco aliados preferenciais de Washington nessa matéria: Reino Unido, Canadá, Nova Zelândia e Austrália. Para o historiador americano James Green, da Brown University (EUA), o tratamento dispensado ao Brasil, um aliado de longa data, é inaceitável. “Os EUA têm de entender que, apesar de ser uma potência militar e uma economia forte, precisam atuar com menos arrogância e unilateralismo”, avalia Green.
O cancelamento da visita de Estado, porém, pode trazer prejuízos para o País do ponto de vista econômico. Não é de hoje que uma espécie de distanciamento entre o Brasil e os EUA tem afetado os negócios e acordos bilaterais. E o Brasil não pode desprezar o maior mercado do mundo e maior importador de produtos de valor agregado, no momento em que pavimenta novamente o caminho rumo ao desenvolvimento. As empresas nacionais que têm negócios nos EUA dão sinais de preocupação. O professor de política internacional da Faap Bernardo Wahl alerta que alguns movimentos no tabuleiro internacional podem ter “consequências imprevisíveis”. O historiador Alberto Moniz Bandeira aponta outro efeito concreto. “Com certeza, o Brasil não comprará os caças americanos F-18”, diz. Para ele, um acordo de tamanho potencial estratégico dificilmente poderá ser firmado agora. Na cúpula da Força Aérea, esperava-se que a compra dos 36 aviões de combate fosse anunciada na visita de 23 de outubro, dia do Aviador. “É um grande choque”, disse à reportagem um alto oficial ligado ao gabinete de Juniti Saito, comandante da FAB. Segundo o oficial, Saito ficou desapontado. “Tudo que a gente quer agora é uma definição, seja qual for”, diz a fonte. Ele lembra que os Mirage 2000 sairão de circulação no final do ano. O maior temor na Aeronáutica agora é que o governo decida reabrir a licitação, com a participação do Sukhoi, como forma de retribuir a ajuda dos russos.


Recuo estratégico

Ao cancelar a visita oficial aos EUA, a presidenta Dilma mantém em compasso de espera negociações importantes. A decisão evita a contaminação da agenda com os ruídos sobre o escândalo da espionagem

Denize Bacoccina

A decisão já havia sido tomada na semana anterior, mas, antes de torná-la oficial, a presidenta Dilma Rousseff achou melhor esperar o telefonema do presidente americano, Barack Obama, na segunda-feira 16. Na ligação, acompanhada pelo ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, os dois mandatários combinaram adiar, por tempo indeterminado, a viagem que Dilma faria a Washington no dia 23 de outubro. No dia seguinte, tanto o Palácio do Planalto quanto a Casa Branca divulgaram comunicados ressaltando que a medida havia sido tomada “em conjunto”. O cancelamento da visita no mês que vem – embora a presidenta tenha mantido uma viagem a Nova York, nesta semana, para a abertura da Assembleia-Geral das Nações Unidas – mostra que as denúncias de espionagem dos órgãos de segurança dos Estados Unidos contra o governo brasileiro e a Petrobras tiveram de fato um impacto importante nas relações entre as duas nações.
O recuo, porém, também tem seu lado positivo. Se o encontro fosse mantido, num momento em que o governo brasileiro ainda teme ser surpreendido por novas revelações de espionagem e os Estados Unidos não podem dar garantias de que esses expedientes acabaram, a agenda positiva ficaria ofuscada pelo escândalo. “Os dois presidentes decidiram adiar a visita de Estado, pois os resultados não deveriam ficar condicionados a um tema cuja solução satisfatória para o Brasil ainda não foi alcançada”, diz a nota do Planalto, lavrada em termos semelhantes aos do comunicado de Washington. Na prática, o comércio entre os dois países deve manter-se no mesmo patamar, num momento em que havia a expectativa de que haveria uma aproximação para incrementar os negócios.

Hoje o Brasil e os EUA têm uma pauta de 11 mil itens e exportações com forte presença de manufaturados. A venda de produtos brasileiros para o país vem se recuperando depois da crise, mas as importações aumentaram ainda mais, transformando em déficit um comércio que até 2008 era superavitário ao Brasil. No ano passado, o saldo negativo ficou em US$ 5,6 bilhões, e neste ano pode chegar a US$ 10 bilhões, com a queda nos embarques de petróleo. Os Estados Unidos são o terceiro maior destino dos produtos nacionais, atrás da China e da União Europeia, recebendo 12,7% de tudo o que é vendido pelas empresas brasileiras no Exterior.

“Não haverá nenhum impacto negativo nas relações bilaterais do ponto de vista econômico-comercial”, diz o embaixador Rubens Barbosa. O que se perde, sem o encontro dos presidentes, é a chance de aprofundar convênios que já estão em negociação, progridem lentamente e poderiam ganhar um novo impulso. “Os negócios continuarão sendo feitos pelas empresas, mas é uma oportunidade perdida de avançarmos nos acordos”, diz Gabriel Rico, CEO da Amcham. O principal desses acordos, uma reivindicação antiga dos empresários brasileiros, pode evitar a dupla tributação em remessas de lucros das empresas com matriz em um país e filial em outro.

“Esses acordos dão mais segurança ao investimento, além de reduzir a carga de impostos das empresas”, diz Rico. A Embraer, instalada em solo americano desde 1979, é uma das companhias que poderiam se beneficiar da mudança. Com um escritório em Fort Lauderdale e uma fábrica em Melbourne, de aviação executiva, a companhia está instalando outra em Jacksonville, no Estado da Flórida, para produzir o Super Tucano. Em parceria com a Sierra Nevada Corporation, a empresa de São José dos Campos fechou um contrato de US$ 427 milhões para fornecer 20 unidades do Super Tucano à Força Aérea americana. Pelos interesses em jogo, a exemplo desse contrato da Embraer, é aconselhável não estender os ruídos sobre a espionagem americana, avalia João Augusto de Castro Neves, analista de América Latina da consultoria Eurasia, baseado em Nova York.

“É preciso evitar retaliações que poderiam levar a uma guerra comercial, com consequências muito negativas.” A arapongagem americana, entretanto, coloca em banho-maria a concorrência para o reaparelhamento da frota de caças da Força Aérea brasileira, no valor superior a US$ 5 bilhões, disputado pela sueca Saab, pela francesa Dassault e pela americana Boeing, cuja proposta ultimamente estava crescendo na bolsa de apostas. Com a saia justa diplomática, o processo pode não ser concluído neste ano. A viagem cancelada posterga, ainda, outros acordos que deveriam ser anunciados pelos dois presidentes (leia quadro ao final da reportagem).

Apesar do prestígio demonstrado por um convite para um jantar de gala na Casa Branca – apenas seis países tiveram esse privilégio no governo Obama –, ações concretas mostram que o Brasil perdeu importância relativa na agenda diplomática americana. O sinal mais evidente é a transferência do embaixador Thomas Shannon, um dos melhores quadros do Departamento de Estado, para a Turquia. Em seu lugar, desembarcou em Brasília na segunda-feira 16, a embaixadora Liliana Ayalde, que fala português e já foi embaixadora no Paraguai. Ela não deu entrevistas e, mesmo em nota oficial, evitou polêmica.

“Estou certa de que podemos expandir e aprofundar os muitos laços que existem entre nossas grandes nações”, afirmou. Embora respeitada, Liliana não tem a mesma influência que Shannon, avalia Peter Hakim, presidente emérito do Interamerican Dialogue, grupo de estudos das relações hemisféricas baseado em Washington. “A nova embaixadora não traz para o cargo o prestígio que indique o Brasil como um país importante para os Estados Unidos”, diz Hakim. Ele não acredita, no entanto, que as relações vão piorar. “A temperatura já está morna há uns dez ou 12 anos”, afirma. Desse ponto de vista, o adiamento pode dar a pausa necessária para que os ânimos esfriem e o Brasil fortaleça uma pauta positiva que represente ganhos para os dois lados.

A combinar com os russos

Denize Bacoccina

Uma portaria assinada pelo ministro da Defesa, Celso Amorim, no dia 5 de setembro, autoriza o início das negociações com a Rússia para a compra de baterias antiaéreas. Trata-se de um contrato estimado em US$ 1 bilhão. A portaria prevê a montagem de alguns equipamentos no País, mas não deixa claro se haverá transferência de tecnologia para a Avibras, empresa brasileira que atua no setor. O presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa da Câmara, deputado Nelson Pellegrino (PT-BA), pediu explicações a Amorim.


Exército testa rede 4G exclusiva de vigilância pública

Sistema garante a comunicação contínua e sigilosa de dados, útil em grandes eventos - e situações de emergência, como atentados

James Della Valle

Instalada no Centro de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército (CCOMGEX), em Brasília, está a mais avançada central de monitoramento via redes 4G da América Latina. O projeto, em fase de testes, permite o tráfego de informações por uma faixa de frequência de acesso exclusivo dos militares. A finalidade é garantir a comunicação contínua e sigilosa de dados, o que pode ser útil tanto em situações cotidianas, como a vigilância de estradas, quanto no acompanhamento de casos extraordinários, como atentados terroristas, ou grandes eventos, caso da Copa do Mundo e da Olimpíada. Em todo o planeta, apenas cinco países fazem uso de redes desse tipo, com essa finalidade: Estados Unidos, Canadá, Panamá, Catar e Austrália. Outras sete nações experimentam o sistema, a exemplo do Brasil.

O primeiro teste da rede de segurança aconteceu em 2012, durante o desfile de 7 de Setembro. Imagens provenientes de câmeras instaladas nas ruas e também em veículos do Exército foram enviadas, durante todo o dia, para o Centro de Comunicações. Isso possibilitou monitorar o comportamento da população nas ruas e identificar eventuais ocorrências. Foi um dia calmo e nada foi registrado.

A prova real viria nove meses depois, na abertura da Copa das Confederações, em Brasília. Em meio aos protestos que se espalharam pelo país, o evento também foi palco de manifestações, dentro (a presidente Dilma foi vaiadas pelos torcedores) e fora do Estádio Mané Garrincha (manifestantes entraram em choque com PM). "Nós tínhamos vídeos de alta qualidade dos manifestantes, algo que nem as grandes emissoras conseguiram capturar", diz o comandante do CCOMGEX, general Antônio Santos Guerra. Isso permitiria identificar pessoas, caso necessário, e acionar rapidamente equipes para atuação. Além disso, houve congestionamento na rede 3G nas próximidades do estádio bem na hora do jogo. "Nós eramos os únicos que conseguiamos nos comunicar na região usando uma rede de telefonia celular."

Sistema similar mostrou sua importância durante a realização da Maratona de Boston deste ano, quando ocorreu o atentado a bomba que matou que três pessoas e deixou mais de 280 feridas. Fotos e vídeos com imagens correram o mundo, detalhando os instantes de horror vividos pelos participantes da prova esportiva e também pelo público. Mas foram as câmeras da rede exclusiva de segurança da Polícia local que flagraram a ação dos autores do atentado — as imagems foram divulgadas mais tarde. "Esse equipamento estava ligado a uma rede dedicada e transmitiu as imagens via banda larga para um centro de comando, que disponibilizou o material para a força policial na rua. Essa tecnologia pode ser usada da mesma forma no Brasil para diversas finalidades", diz Karen Tandy, vice-presidente sênior de interesses governamentais da Motorola Solutions.

A companhia americana, que desenvolve componentes e sistemas de segurança eletrônicos, está umbilicalmente ligada ao projeto brasileiro. Até agora, foi ela quem pagou a conta de 2 milhões de dólares relativa aos testes. A companhia está, é claro, de olho na possibilidade de tornar-se a principal fornecedora de tecnologia para o Exército brasileiro caso a rede seja mantida e expandida.

O investimento inclui a instação de uma central e de três pontos de retransmissão de dados, que juntos cobrem as áreas da Esplanada dos Ministérios, do Aeroporto Internacional de Brasília e de outras porções do Distrito Federal mais densamente habitadas. O sinal transmitido a partir de cada um desses pontos tem um alcance de 10 quilômetros. O pacote também inclui dispositivos como tablets, smartphones, câmeras, monitores pessoais e até transmissores portáteis capazes de atuar como roteadores que distribuem o sinal de rede para os dispositivos habilitados.

Os testes da rede de segurança 4G só foram possível após aval da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que autoriza o uso das faixas de frequência no país. E essa é uma questão delicada a ser disciplinada, caso outras autoridades brasileiras decidam usar modelos similares. No caso dos testes do Exército, a Anatel autorizou o uso de uma parcela de 10 MHz do espectro de 700 MHz – faixa de frequência utilizada para transmissão de sinal analógico de TV. Segundo o general, os 10 MHz são o mínimo necessário para levar aidante o projeto com qualidade. Para trabalhar com folga, prevendo uma expansão dos serviços, o ideal seria uma faixa de 20 MHz. "Nós já fizemos o pedido para a Anatel, mas talvez não sejamos contemplados."

Com a eventual expansão da faixa de frequência para 20 MHz, a rede de segurança poderia servir a outras corporações, como as polícias civil e militar dos estados. Elas passariam a dividir a infraestrutura com o Exército. "Hoje, cada um compra o equipamente que quer e o instala do jeito que julga mais adequado. O ideal é que todas as corporações trabalhem em um sistema de condomínio, trocando informações entre si, adquirindo dispositivos compatíveis e trabalhando em redes com a mesma frequência", afirma o general.

"Para liberar uma faixa maior de frequência para esse tipo de finalidade, precisamos identificar uma necessidade real. Mas é preciso entender também que essa mesma faixa precisará atender a sociedade como um todo, permitindo o tráfego de serviços que atendem todos os cidadãos", diz Marconi Maya, titular da Superintendência de Outorga e Recursos à Prestação da Anatel. "Embora a segurança pública tenha o direito de usar a faixa, também temos a demanda do setor privado, que paga por sua utilização. Isso, portanto, será definido após consultas públicas e licitações."

O próximo grande desafio está marcado para 2014, durante os jogos da Copa do Mundo que acontecerão no Estádio Mané Garrincha. Se o experimento funcionar, o projeto de monitoramento pode ser levado a outras bases militares espalhadas pelo país. Mas isso não deve acontecer antes de meados de 2016.


Menos dias sem decolar

De janeiro a agosto, aeroporto Salgado Filho esteve fechado o equivalente a 4,5 dias em razão do clima adverso

NILSON MARIANO

O inverno de 2013 termina com a expectativa de tenha sido a última estação de nevoeiros frequentes no aeroporto Salgado Filho sem melhora na tecnologia que permite operações sob mau tempo. De 1º de janeiro a 31 de agosto deste ano, a falta de instrumento avançado para pousos e decolagens provocou interrupção de 108 horas e 20 minutos. Foi o terminal mais afetado nas regiões Sul e Sudeste do país, fechando o equivalente a 4,5 dias em oito meses. Considerando que o aeroporto só opera 18 horas por dia, representa seis dias em horas úteis a menos.
Atualmente, o Salgado Filho dispõe do Sistema de Pouso por Instrumentos Categoria 1 (ILS 1, na sigla em inglês). O plano é atender a uma reivindicação de 16 anos implantando o ILS 2, que amplia as condições de pouso e decolagem com baixa visibilidade.
Desculpas e atrasos se repetiram ao longo do tempo. A nova previsão é de que o ILS 2 funcione a partir de janeiro de 2014, antes da Copa – e do próximo inverno. Em julho deste ano, o superintendente regional da Infraero, Carlos Alberto da Silva Souza, disse que pretendia enviar o pedido de homologação do ILS 2 para a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) até o final deste mês. Souza espera cumprir a promessa:
– A chuva foi acima do normal, em agosto, mas estamos conseguindo recuperar o prazo.
As obras preparatórias ao ILS 2 estão andando, na expectativa de que Porto Alegre possa se igualar a aeroportos de Curitiba, Guarulhos, Brasília e Rio de Janeiro. Souza estima que 90% dos trabalhos estão concluídos. São luzes de eixo, casa de força e pista de táxi, para as manobras das aeronaves em terra.
Se não houver mais postergações, a Anac e o Departamento de Controle do Espaço Aéreo, ligado à Aeronáutica, poderão apreciar o pedido de homologação até dezembro. O ILS 2 começaria a operar em janeiro, passando por uma fase inicial de ajustes. Ficaria pronto antes da Copa, cumprindo-se a exigência da Federação Internacional de Futebol (Fifa).
– Esperamos que esteja publicado nas cartas Aeronáuticas em janeiro – informa Souza.
Se for realmente instalado, o ILS 2 reduzirá o período de fechamento do Salgado Filho nas temporadas de cerração, a partir do outono. Professor de Engenharia Aeronáutica da Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos, James Rojas Waterhouse confirma que o ILS 2 não dá garantia total contra cancelamentos:
– Nada é absoluto. Não vai zerar, mas será cada vez mais uma exceção (fechar o aeroporto).
*Colaborou Caio Cigana De janeiro a agosto, aeroporto Salgado Filho esteve fechado o equivalente a 4,5 dias em razão do clima adverso

Líder em despesas tem um mailing de militares da reserva

Na liderança do ranking nacional de despesas em postagens aparece uma das figuras mais controversas da Câmara, o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ). O parlamentar já gastou R$ 263.357,94 na rubrica desde o início do seu sexto mandato. A justificativa é de que o deputado envia correspondências frequentemente a uma lista superior a 90 mil militares da reserva. Questionado se é um cadastro voluntário, Bolsonaro admite que não:
– Não tenho acesso direto ao cadastro da reserva, mas tenho como conseguir. Só não envio para militares na ativa.
Funcionário do gabinete, Jorge Francisco faz um adendo:
– O deputado, quando sai na imprensa, é sempre tomando umas porradinhas. Os informativos são para divulgar o que faz de bom.
São informativos em papel couchê que tratam de temas como investimentos em hospitais militares – destino preferencial das emendas de Bolsonaro – e posicionamentos sobre projetos de lei em discussão.
– Não envio nada de "feliz aniversário" nem "feliz Natal", te garanto – declara o deputado.
Com ou sem felicitações, o grosso da despesa do deputado em postagens ocorre em dezembro. Em 2012, mais da metade do seu gasto foi no último mês do ano: R$ 55,9 mil dos R$ 104,7 mil.

Site AVOZDACIDADE.COM (RJ)

Colégio Naval sedia jogos militares

ANGRA DOS REIS
A torcida organizada é apenas uma das características da 42ª edição da competição dos Militares do Ensino Médio "Naval, Aeronáutica e Exército" (NAE), com estudantes de 16 a 20 anos, em onze modalidades que aconteceu no fim de semana, e vai até a próxima sexta-feira.
Os jogos reúnem 400 estudantes do Colégio Naval e das escolas preparatórias do Exército da Aeronáutica que se preparam o ano todo para participarem da atividade que tem a duração de oito dias consecutivos. A cada ano os jogos ocorrem em uma destas instituições e este ano o Colégio Naval que está sediando o evento.
Os jovens se preparam o ano todo para participar das atividades esportivas. “Começamos a treinar logo no início do ano. A seleção para quem vai participar também é feita durante os treinos e todas as atividades durante o ano é uma preparação para este evento,” explica o competidor Thiago Oliveira.
Os talentos destacados na 42ª edição da competição podem vir a representar o país nos jogos das Forças Armadas do Brasil que será ano que vem. “Alguns destes jovens podem compor a equipe das Forças Aramadas do Brasil para participarem das olimpíadas militares que será em julho, de 2014, no Rio de Janeiro,”esclarece o Comandante do Corpo de alunos, CarlosAlexandre.
Segundo o Comandante do Colégio Naval de Angra, Joese Bandeira Leandro, é fundamental o esporte na vida destes jovens. “E justamente para inserir parâmetros fundamentais nos nossos jovens. Aformação para estes alunos do que é espirito de equipe e superação que são características que o esparte já trás. Os valores que o esporte naturalmente exerce nas pessoas.”

Site CRUZEIRODOSUL.INF.BR (SP)

Vítimas de acidente aéreo ainda não foram indenizadas

Amilton Lourenço
Quase quatro meses depois de ter a sua casa completamente destruída por uma pequena aeronave que caiu no bairro Jardim São Guilherme, o operador de empilhadeira Miguel Aparecido Galdino e sua esposa Deise ainda amargam os prejuízos morais, materiais e psicológicos provocados pelo acidente inimaginável, que matou o piloto e o copiloto. Excluindo o fato de não ter sofrido qualquer dano físico, já que nenhum dos dois estava em casa no momento da queda do avião, o casal lamenta o fato de, mesmo sendo vítima, ter de arcar com todos os gastos para a reconstrução do imóvel, já que uma eventual indenização depende da conclusão das investigações da polícia civil e Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), além do trâmite burocrático do processo judicial. "Até hoje não fui procurado por ninguém. Estou tentando reconstruir minha vida e minha casa. Para isso, eu e minha esposa estamos trabalhando o dobro, fazendo horas extras, inclusive aos sábados. Também estou contando com o auxílio de amigos para voltar a ter onde morar", relata Galdino, que luta para reformar sua residência.
O imóvel teve a garagem, toda a parte superior e o telhado destruídos. "A laje ficou comprometida, assim como o telhado e garagem. Para você ter uma ideia, deixo meu carro guardado na casa de uma vizinha", afirma.
Galdino prefere não falar em valores, já que ainda não imagina quanto irá gastar para concluir a reforma e reconstrução de parte do imóvel. "Estou guardando as notas, mas estamos endividados e só conseguimos manter a obra em andamento porque temos o apoio de amigos", comenta o operador de empilhadeira.
Ação na justiça
Como não foi procurado pelo proprietário do avião, trinta dias após o acidente Galdino nomeou a advogada Neusa Norma Mello Valente para representá-lo. Desde então, ela acompanha as investigações realizadas pela Polícia Civil e o Cenipa. "O processo corre em segredo de justiça, por isso pelo menos por enquanto não posso fornecer muitas informações. Mas estamos aguardando laudos periciais do Cenipa e conclusão do inquérito policial. Ainda não calculamos valores, mas meu cliente pedirá ressarcimento por danos morais e materiais", afirma a advogada.
"Ele está sofrendo um transtorno muito grande, inclusive é alvo de questionamento diário por parte de curiosos que passam pelo local", diz Neusa Valente.
"Infelizmente, não é possível estimar prazo para que ele (Galdino) seja ressarcido, já que o andamento do processo depende de muitas variáveis como a conclusão e emissão de laudo pericial", informou a representante da vítima.
Depende de diligências
No 8º Distrito Policial, onde foi aberto inquérito para investigar o acidente aéreo, também há poucas informações disponíveis sobre o caso. "Estamos aguardando um laudo complementar do Cenipa. Por isso, pedimos prazo maior no Fórum, para concluir o inquérito", informou um escrivão da unidade policial.
O jornal Cruzeiro do Sul entrou em contato com o Cenipa para questionar qual a previsão de tempo para a conclusão das investigações. Um oficial que estava de plantão informou que o responsável pelo caso encontra-se de licença médica e que só retornará ao trabalho na próxima semana.

Site SURGIU.COM.BR (GO)

Fiscalizações pirotécnicas não previnem acidentes aéreos, afirma advogado e aviador

Era pilotada por um senhor de 81 anos, proprietário do bimotor
Cinco pessoas morreram após a queda de um avião bimotor Seneca na manhã desta sexta-feira, 20, em Caldas Novas, a 171 km de Goiânia. A suspeita inicial é de que o avião ficou sem combustível, o que, na aviação, é chamado de "pane seca". A aeronave transportava cinco tripulantes, três homens e duas mulheres, partiu de São Paulo e era pilotada por um senhor de 81 anos, proprietário do bimotor. 
O advogado, aviador e professor Georges Ferreira afirma que a pane seca pode ser apenas um entre vários fatores que levaram ao acidente. "Somente o resultado da investigação do Centro Nacional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) pode determinar os motivos contribuintes e determinantes do desastre", informa.
Georges aponta, porém, que as fiscalizações surpresas realizadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em aeronaves da aviação geral e de empresas de táxis aéreos são de caráter "pirotécnico". Para ele, a agência precisa de um choque de gestão. "Enquanto isso não acontecer, o índice de acidentes com vítimas fatais tende a aumentar", diz. Ele argumenta que, mais do que fiscalizar para cobrar documentos, a Anac tem de ampliar o caráter das ações de fiscalização para orientar os usuários do sistema.



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