NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 22/09/2013
Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.
Espionagem : Brasil é um alvo fácil
Em entrevista ao Correio, o ministro da Defesa, Celso Amorim, alerta que o país está vulnerável a ataques cibernéticos e é necessário promover uma modernização tecnológica
Tereza Cruvinel e Leonardo Cavalcanti
"Somos vulneráveis"
Ministro da Defesa afirma que apenas a tecnologia nacional pode garantir segurança cibernética e lamenta a novela dos caças.
As ações de espionagem da agência americana de segurança revelaram a fragilidade do Brasil na proteção a dados e informações. Se faltam garantias à privacidade, especialmente na internet, desprovida de qualquer regulamentação nacional, os primeiros passos vêm sendo dados na prevenção de ataques cibernéticos, parentes mais perigosos da espionagem. A partir de vírus e outras armas digitais, podem destruir tanto as estruturas militares de defesa como aeroportos, hospitais ou hidrelétricas. Nesta entrevista, o ministro Celso Amorim fala sobre os avanços da política de defesa, num país que nunca levou tal coisa a sério, fazendo uma constatação e uma advertência: na defesa cibernética, estamos na infância. Mas como os outros países também estão, nosso ponto mais vulnerável hoje é o espaço aéreo, pela falta de aviões caça.
Em relação às ações de espionagem dos EUA, poderia ter havido alguma ação preventiva? Qual é o papel do Ministério da Defesa na segurança de informações?
Acho que, no Brasil, isso ainda não está definido. Em alguns países, existe um órgão específico. O Ministério da Defesa responde pela defesa cibernética, que é a defesa da Defesa nacional, digamos assim. Por ora, o que a nossa defesa cibernética pode fazer é algo ainda muito pontual. Estamos ainda na infância, não há como negar, mas não somos só nós. Os países europeus também começaram a se preparar recentemente. Uns em 2010, outros em 2011... Até mesmo o anterior secretário de Defesa, Leon Panetta, chegou a dizer que os EUA estavam sujeitos a um “Pearl Harbor cibernético”. Dito isso, em nossa Estratégia Nacional de Defesa, desde 2008, a defesa cibernética é área estratégica. Em 2010, um núcleo começou a funcionar no Exército, dando origem ao Centro de Defesa Cibernética, criado em 2012. Outras áreas do governo têm outras preocupações. Por exemplo, com a criptografia, que é de responsabilidade da Abin. A defesa cibernética então não busca defender diretamente a sociedade… Indiretamente sim, porque se os militares não estiverem preparados, não poderão defender a sociedade. O Centro já foi empregado, de forma pontual, na proteção a grandes eventos, como a Conferência Rio+20, a visita do papa, a Copa das Confederações. Tratava-se ali da defesa contra hackers ou crackers, ou eventualmente um país que desejassem atacar. Nessas ações pontuais, o Centro de Defesa Cibernética foi um pouco além da defesa militar, coordenando a ação de um conjunto de órgãos. Ele precisa evoluir, criar capacidades, talvez uma escola de defesa cibernética. Por que digo que é importante formar capacidades? Hoje, a tendência é comprar softwares importados, mas eles não vão garantir nossa defesa. Precisamos desenvolver tecnologia brasileira. Isso leva tempo, demanda investimentos, formação de pessoal e mudança de cultura. As pessoas acham mais fácil trabalhar com o que já existe, já conhecem. Mas, quando se trata da defesa e das redes do governo, só a tecnologia nacional pode garantir segurança máxima. Veja o caso da criptografia. Ela depende de um componente, o gerador de chaves, que é importado. E ele pode ser sabotado.
Foi uma surpresa a descoberta de que a agência americana atuou no Brasil da forma descrita?
O senhor caracteriza a espionagem como um ataque? Precisamos tomar cuidado com as palavras, mas óbvio que isso é intrusão. Uma intrusão em nossa soberania. Em geral, você reserva a palavra ataque... Usei a palavra porque o senhor fez uso dela em sua resposta, ao falar da Rio+20... Na Rio+20, procuramos nos defender de ataques. Ou seja, de alguém que tentasse, por exemplo, interferir na rede. O que houve no Irã, onde a inoculação de um vírus destruiu as centrífugas nucleares, foi um ataque cibernético. Perguntar se a espionagem é ataque é como perguntar se a espionagem é parte da guerra. Pode ser ou não. Não sendo, não deve, por isso, ser tolerada. Os desafios são dois, interligados, mas distintos. Um é proteger a informação, impedindo que agentes externos interceptem as comunicações, seja entre as pessoas, seja dentro do governo. Outro é proteger a Defesa contra ataques de vírus e outras armas que também podem afetar redes elétricas, hospitais, aeroportos, tornando-se, no limite, armas de destruição em massa. Mas agora, o que nos despertou foi a espionagem. Se ficamos surpresos? Com a escala e a desfaçatez com que foi feita, sim. Espionagem sempre houve, mas com discrição. Não foi surpresa absoluta, mas chocou.
O Brasil gasta pouco com a defesa cibernética?
O orçamento do Centro, este ano, é de R$ 90 milhões. Os outros países, com exceção dos EUA, não gastam muito mais. Talvez três ou quatro vezes mais, não chegando à casa dos bilhões. A Marinha faz alguma coisa em sua área, a Aeronáutica também, a Abin investe em criptografia.
Em relação à espionagem, qual órgão deveria ter atuado?
Não há um único órgão que deveria ter respondido. Eu fui, talvez, a primeira pessoa do governo a dizer que somos vulneráveis. Mas não é só o Brasil, é o mundo inteiro. Se o secretário de Defesa americano diz que os EUA estão sujeitos a um “Pearl Harbor cibernético”, todos os países, de alguma maneira, são vulneráveis. Há muitas coisas sendo feitas fora do âmbito da Defesa. Aspectos legais e penais, privacidade, internet. Uma providência muito importante é o novo satélite, que nós mesmos vamos gerenciar. Outros ministérios estão tomando medidas para proteger a sociedade e o Estado. Agora, se houver ameaça de ataque aéreo ou cibernético, isso é com a Defesa.
O senhor diz que só a tecnologia nacional garante a segurança. Por quanto tempo então ficaremos reféns da tecnologia estrangeira?
Não sei por quanto tempo, mas não apenas nós somos reféns. Não vamos fazer um drama, como se só o Brasil vivesse essa situação. Na América Latina, somos, sem dúvida, o país mais avançado nessa área. Estamos descobrindo coisas, mas precisamos formar pessoas e conservá-las. Frequentemente, ficamos sabendo de alguém que deixou o governo para ganhar mais numa empresa privada. É um problema que temos de enfrentar.
A evasão de cérebros foi tema de uma reportagem do Correio há cinco meses. Existe alguma forma de contê-la?
Os números que vejo publicados são um pouco inflados. Às vezes, misturam algumas coisas. A carreira militar, para a maioria, termina na patente de coronel. A saída de alguém nesse posto ou pouco antes não pode ser considerada evasão. O mesmo vale para um capitão de mar e guerra, se ele avaliou que não chegaria a almirante e aceitou a proposta de uma empresa privada. Isso existe em outras áreas, mas não intensamente na Defesa, embora preocupe. Tanto é que os militares, com os professores, tiveram aumento diferenciado. O governo entendeu essa necessidade.
Na escala dos riscos, qual é hoje a maior vulnerabilidade brasileira em matéria de segurança?
Temos programas importantes sobre os quais estamos tomando as medidas possíveis. Por exemplo, o do submarino nuclear da Marinha e o cargueiro a jato da Embraer, o KC-390, que pode vir a ser o grande substituto do Hércules C-130. Eles podem se tornar alvo por razões estratégicas ou econômicas, ou uma mistura de ambas. Se me perguntarem se temos 100% de segurança, direi que não. Eliminar totalmente os riscos, talvez nem os EUA consigam.
E a questão dos caças? Há 10 anos esse assunto espera uma solução. A falta deles também deixa o país mais vulnerável?
Essa é uma prioridade indispensável para evitar a vulnerabilidade. Todos temos consciência disso, inclusive a presidente, que lida com todas as outras prioridades do país, como saúde, educação, transporte público... Mas, na área de Defesa, afora cibernética, que será um esforço de médio e longo prazo, nosso ponto mais fraco é a nossa defesa área, em função do problema dos caças.
O senhor está otimista?
Sim. Acho que, se a pessoa não for otimista, a não ser que tenha outro tipo de interesse, que não é o meu caso, não deve exercer cargo público. Sou otimista no sentido de que poderemos avançar em algumas coisas, em algumas mais, em outras menos. Os grandes programas da pasta têm sido preservados, como o do submarino e o do avião de transporte. No ano passado, houve uma grande troca de material rodante e a aquisição de blindados para o Exército. Isso foi importante. A Avibras vai muito bem, tem até exportado. Mas nem tudo, é claro, foi possível fazer.
Existem informações de que a Bolívia tem aumentado o número de militares na fronteira. Como está a política de defesa das fronteiras?
O Brasil tem quase 17 mil km de fronteira. É inimaginável protegê-la só com seres humanos. É preciso combinar a presença física com a proteção tecnológica. Isso envolve satélite, comunicações, equipamentos, sob a coordenação do Sisfron (Sistema de Vigilância das Fronteiras, do Exército). Realizamos, com frequência, a Operação Ágata, com emprego de grandes efetivos nas fronteiras. Em 2011 e em 2012, fizemos três operações anuais, com duração de 15 a 20 dias. Este ano, como tínhamos que proteger a Copa das Confederações e a visita do papa, fizemos uma só, mas com o dobro do efetivo, cerca de 20 mil homens cobrindo toda a fronteira. Temos aviões de detecção, munidos de radares importados, e estamos desenvolvendo radares nacionais. O mesmo esforço está sendo feito em relação à faixa marítima.
E a parceria que o senhor propôs à Argentina em defesa cibernética?
Eles enviarão uma equipe, ainda este ano, para ver o que estamos fazendo. A Argentina é mais próxima e mais avançada nisso, o que permite uma cooperação mais imediata, sem descartar a cooperação regional.
O problema dos vetos da ida de parlamentares ao DOI-Codi no Rio está resolvido?
Não houve vetos, houve mal- entendido. Tanto quanto posso dizer, está resolvido. A Procuradoria Geral da República pediu a retirada do crime de pederastia do código militar. O senhor tem acompanhado isso? Já demos parecer aqui para a retirada das expressões pederastia e homossexualismo. Não há problema quanto a isso.
E quanto à proibição do casamento entre militares durante o curso de formação?
Vocês já perguntaram demais… |
Helicóptero faz pouso forçado em Planaltina de Goiás; ninguém se feriu
A Agência Nacional de Aviação Civil vai investigar o motivo do pouso
Correio Braziliense
Um helicóptero fez um pouso forçado, por volta das 10h deste sábado (21/9), no canteiro central em frenta a garagem da empresa de transporte público Rápido Planaltina, em Planaltina de Goiás. Quatro pessoas estavam a bordo, mas nenhuma delas se feriu. Segundo informações da Polícia Militar da região, ainda não há informações do motivo do pouso. O fato será investigado pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).
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Fragata do Brasil patrulha corredor da guerra civil síria
Missão da ONU atua em áreas do Mediterrâneo usada pelo grupo Hezbollah. Os rebeldes anti-Assad para contrabandear armas
A fragata F-45 União, da Marinha do Brasil, está na zona de guerra, no Mediterrâneo, no eixo marítimo do provável escoamento clandestino de armas para o grupo radical Hez-bolla - mas não apenas. Segundo o porta-voz das Forças Navais Libanesas, Ismail Sliarif, "há umá grande preocupação com o contrabando endereçado ao conflito civil sírio.
O navio brasileiro e o líder da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unitil). A frota tem sete unidades, alem da F-45 União: duas da Alemanha, duas de Bangladesh, unia da Indonésia, uma da Turquia e uma da Grécia.
Há 269 militares brasileiros, 208 dos quais são tripulantes da Armada, a bordo da fragata - os demais são especialistas, como os 14 do Destacamento Aéreo, os 19 fuzileiros navais, os 15 oficiais do Estado-Maior, os quatro do Corpo de Saúde e os nove mergulhadores de combate.
Esta é a segunda vez que a F-45 atua na região. Ela foi a primeira capitânia do Brasil da FT-Unifil ern 2011, Outras unidades nacionaís da classe assumiram a tarefa depois, a intervalos de aproximadamente seis meses.
Desde o começo da participação da Marinha no processo, foram realizadas 19.250 interrogações e cerca de 1.550 inspeções. Essa etapa do procedimento é executada exclusivamente por equipes das forças libanesas.
Tensão - Não é um trabalho burocrático. Talvez 100 disparos reais, porém de advertência, foram realizados para intimidar e constranger embarcações geralmente mercantes, que se recusam a obedecer à norma de verificação estabelecida no mandato da ONU.
Ismail Sharíf garante que "em várias ocasiões o radar de vigilância indicou a presença de drones, os veículos aéreos não tripulados, cruzando o espaço a grande altitude em clara função de observação sobre o mar".
Nada se compara, porém, à tensão causada pelo sobrevoo de caças de Israel, Um oficial, ex-integrante do grupamento brasileiro conta que, quase todos os dias, os jatos supersônicos Falcon F-16I invadem o limite do Líbano e cruzam o corredor marítimo utilizado pelos contrabandistas de armas.
"Por esse mesmo motivo, também estamos nessas coordenadas", explica o comandante. E é aí que os pilotos israelenses testam os limites: ativam seus radares e esperam o sinal de detecção do sistema do navio, medindo, assim, o tempo de resposta, "É um jogo pesado de alto risco: uma informação mal interpretada pode ter consequências muito sérias, dramáticas", pondera o militar brasileiro.
A F-45 União, comandada pelo capitão Gustavo Galero Garriga (o comandante da FT é o contra-almirante Joése de Andrade Bandeira) é a mais nova das seis fragatas compradas, há 40 anos, na Grã-Bretanha durante o governo de Ernesto Geisel. As últimas três foram construídas no Rio. Entre 1997 e 2003, todas passaram por um programa de revitalização, ganhando novos radares, recursos eletrônicos sofisticados e armas avançadas.
Celso Amorim, ministro da Defesa, afirmou sexta-feira que o Brasil é "um país provedor da paz", no Instituto Rio Branco, onde são formados diplomatas. O ministro explicou que política externa e política de defesa se complementam na tarefa, tanto no conjunto regional como no sistema internacional, contexto em que se situam as missões pacificadoras como a da UnifiL.
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Olho grande
Para pesquisador especializado em serviços de inteligência, espionagem da NSA contra o Brasil é antiga - e precisa ser enfrentada pelo País
Wilson Tosta
RIO - O olho grande da National Security Agency (NSA), serviço de inteligência norte-americano ultrassecreto, contra o Brasil, cuja descoberta causou a suspensão do encontro da presidente Dilma Rousseff com Barack Obama em Washington, é só parte - pequena - da bisbilhotagem dos EUA por aqui. Há mais, muito mais, sendo feito para violar, e sem grande esforço, os segredos de um país cujo papel nas relações internacionais mudou dramaticamente com o fim da Guerra Fria, garante Vladimir Brito, pesquisador do Centro de Estudos de Inteligência Governamental (Ceig) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Dissolvidos antigos campos ideológicos e rearrumadas trincheiras políticas, os Estados Unidos voltaram sua inteligência para seus interesses mais imediatos na política e na economia, explica.
Não se trata, contudo, exatamente de novidade, afirma Brito, mestre em ciência da informação pela UFMG, com a dissertação O Papel Informacional dos Serviços Secretos, defendida em 2011. "Não acredito que exista um motivo determinado para uma grande mudança da política dos EUA de espionagem", afirma o pesquisador. "Tão somente fomos confrontados apenas neste momento com a prova cabal de que espionagem existe. Acordamos para o fato de que as relações internacionais têm dimensões relativamente anárquicas, e de que os norte-americanos continuam a ter interesses econômicos e políticos na região que não podem ser abertamente declarados."
O trabalho dos arapongas dos EUA é facilitado por uma longa lista de fragilidades - e muitas delas não são exclusividade brasileira, diz. "Dos 13 servidores de domínio da Web, 10 estão nos EUA, sendo um diretamente dentro da agência de inteligência militar", destaca o acadêmico. Há, contudo, problemas propriamente brasileiros. Entre eles, uma legislação antiespionagem da época da ditadura militar (a Lei de Segurança Nacional) e uma agência (a Abin) que acumula poderes para fazer inteligência interna e externa, desenho institucional pouco aconselhável em países democráticos e limitações legais.
"A superioridade norte-americana é tremenda, mas é essencial que algo seja feito", defende.
Sempre se pensou que o Brasil fosse um alvo secundário no jogo da espionagem internacional. O que mudou?
A NSA possui um enorme aparato voltado para interceptação e armazenamento de dados desde a década de 1960 que recentemente foi enormemente ampliado. O Brasil, tanto quanto diversas outras regiões do mundo, tem grande parte de seus dados prospectados e coletados desde muito tempo. Provavelmente, passaram a ser mais analisados. Sob o prisma geopolítico, o País tem peso regional em algumas dimensões e global em outras; logo, compreender o processo decisório governamental e saber antecipadamente as escolhas do governo brasileiro pode representar uma grande vantagem em diversas esferas de disputa e negociação. Se os dados estão lá, por que não utilizá-los?
O fim da Guerra Fria causou mudança de alvos para a espionagem dos EUA?
Com a vitória norte-americana na Guerra Fria, países então alinhados começaram a ser vistos como concorrentes. No caso do Brasil, questões sobre posicionamento regional, disputas no âmbito da OMC ou política regional de defesa seriam exemplos de temas que podem ter adquirido maior relevância.
Foi isso que determinou a entrada do Brasil na lista prioritária de alvos?
Creio que o posicionamento independente do País em questões globais, a exemplo da OMC ou da questão nuclear iraniana, podem ter influenciado a demanda de informações por parte dos governantes norte-americanos. Por outro lado, como já observado, os EUA possuem uma enorme capacidade de armazenamento e coleta de dados. Ou seja, se o Brasil adquiriu prioridade na região, bastou a NSA recuperar as informações já recolhidas para que fossem integradas e analisadas.
O fato de o Brasil ter um governo alinhado à esquerda contribuiu para transformar o país em alvo?
O Brasil, em maior ou menor monta, sempre deve ter sido um alvo relevante, dado seu peso regional. Basta lembrar das denúncias de interceptação de comunicações pelos EUA durante o período de licitação do Sivam. Está mais relacionado ao Estado brasileiro e a seu peso regional e global do que ao presente governo.
E a política externa brasileira, também nos coloca como alvo americano?
O Brasil é uma democracia, tem eleições livres, respeita os fóruns globais, não emprega ameaças para resolver querelas com os Estados vizinhos mais frágeis, a exemplo da nacionalização da Petrobrás na Bolívia. Também não somos ameaça militar, assinamos o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, e nosso sistema de inteligência é frágil. Não acredito que exista um motivo determinado para uma grande mudança da política dos EUA de espionagem. Tão somente fomos confrontados apenas neste momento com a prova cabal de que espionagem existe. Acordamos para o fato de que as relações internacionais têm dimensões relativamente anárquicas e os americanos continuam a ter interesses econômicos e políticos na região que não podem ser abertamente declarados.
O Brasil tem hoje meios de se defender de espionagem, como a denunciada contra a presidente Dilma e a Petrobrás?
Infelizmente, no curto prazo, não. As agências militares e de inteligência dos EUA estão entre as principais financiadoras das empresas de tecnologia norte-americanas. A própria internet só foi possível devido ao papel do governo americano atuando como capital de risco. Dos 13 servidores de domínio da Web, 10 estão nos EUA, sendo um diretamente dentro da agência de inteligência militar. O Icann e a Verisign também são controlados pelos norte-americanos. Os sistemas operacionais, softwares de roteadores de dados, gestão de redes, smartphones, criptografia, são também dos Estados Unidos, sendo vendidos a nós como pacotes fechados que, uma vez compilados, não se sabe seu conteúdo. E se possuem portas de acesso para a NSA? Existe uma rubrica no orçamento dessa agência com a única finalidade de inserir fragilidades nos softwares de criptografia vendidos a terceiros. Também foram publicados documentos dando conta do pleno acesso aos smartphones por parte da NSA. Por fim cabe comentar que, além da interceptação de dados digitais, existe a espionagem humana, por satélite, fontes abertas, entre outras. Esses ramos têm um enorme aparato dentro do Estado norte-americano.
Quem deveria agir nesse caso: Abin, PF, Forças Armadas ou todos?
As competências são relativamente difusas. Existe a função de contraespionagem que nessa esfera caberia à Abin. Todavia, parte da legislação, que se remete à Lei de Segurança Nacional, tipifica espionagem como um crime a ser investigado pela PF. As Forças Armadas, por outro lado, estão construindo a estrutura nacional de defesa cibernética a partir do CDCiber. Inexiste uma visão sistêmica da nossa estrutura de inteligência, e as informações não conseguem fluir.
A Abin está preparada?
Não. A presença externa da Abin é limitada. No ambiente interno, não tem autorização legal para interceptar fluxo de dados ou comunicação telefônica. Por fim, cabe ponderar que é comum a divisão organizacional das agências de inteligência em países democráticos em inteligência interna e externa. A lógica de operar sob a Constituição e as leis é relativamente diferente no ambiente anárquico de parte das relações internacionais. Não seria prudente, sob o prisma democrático, uma mesma organização atuar em negócios tão díspares.
Quais seriam as áreas mais sensíveis à espionagem estrangeira no Brasil?
Em ordem de importância, colocaria o processo decisório presidencial; as táticas e estratégias em órgãos multilaterais, tais como ONU, OMC ou Unasul; a tecnologia voltada para a defesa; e, evidentemente, as tecnologias nacionais competitivas, como é o caso da prospecção em águas profundas da Petrobrás.
Temos leis para proteger segredos?
Existe a Lei de Segurança Nacional, a Lei nº 7.170, de 14 de dezembro de 1983. Vem de um contexto de Guerra Fria, é genérica e precisa urgentemente ser atualizada. Além disso, não prevê instrumentos adequados para a investigação dos crimes de espionagem. É difícil aplicar qualquer pena contra quem não consegue se identificar, não é verdade? Também temos o Decreto nº 7.845, de 14 de novembro de 2012, que regulamenta o tratamento das informações classificadas sob o marco do segredo governamental. Esse decreto, contudo, é mais voltado para a descrição do que sejam informações a serem protegidas.
O que acontece se um cidadão for surpreendido no Brasil tentando obter segredos de Estado, tecnológicos, etc., para repassar a outros países?
Poderia ser processado com base na Lei de Segurança Nacional. Digo poderia, porque não se tem notícia nas últimas décadas de nenhum caso de prisão e julgamento por espionagem dentro do País. Os EUA, por exemplo, têm inventariados 141 casos de espionagem levantados somente a partir de fontes abertas, no período de 1975 a 2008. Quantas ocorrências foram noticiadas no Brasil?
Algo pode ser feito ou a superioridade tecnológica dos EUA e de outros países é tal que isso se torna impossível?
A superioridade norte-americana é tremenda, mas é essencial que algo seja feito. Primeiramente, temos de repensar nosso sistema de inteligência sob o prisma organizativo e funcional. Não adianta ter meios sem que existam instituições adequadas para operá-los. Em relação à tecnologia, temos que redesenhar nossa participação na internet de maneira sistêmica. As fragilidades estão em todo o espectro tecnológico, dos softwares ao computador de mesa, passando pelo gerenciamento de roteadores e armazenamento de conteúdo. Alguns setores estratégicos não podem ficar à mercê de tecnologia em que não se tem acesso ao conteúdo. É uma jornada longa, mas realizável.
Além de não ir ao encontro de Obama, o que o governo brasileiro poderia fazer para se proteger contra a espionagem?
Primeiramente, não ir ao encontro já é um modo de retaliação, pois os EUA também têm interesse em construir acordos com o Estado brasileiro. A venda de caças para a FAB é um bom exemplo desse empenho. Caberia também repensar primordialmente como lidamos institucionalmente com a contrainteligência e contraespionagem. Além disso, devemos reorganizar as agências que têm responsabilidades na área e o sistema de inteligência como um todo. Concomitantemente, necessitamos mapear o fluxo de dados dentro das redes digitais e construir estruturas com tecnologia, nacional ou estrangeira, cujo conteúdo possamos auditar e de fato prover segurança. Um bom começo seria a potencialização do Cepesc, responsável pelo desenvolvimento de criptografia para o governo, quem sabe convencendo os governantes da importância de seu emprego adequado. |
Último dia de inverno faz 39°C e lota praias no litoral de São Paulo
Tempo abafado fez com que turistas curtissem a praia dentro do mar. Umidade do ar é de 22%, diz Base Aérea.
Do G1 Santos
Milhares de banhistas puderam curtir este sábado (21) nas praias do litoral de São Paulo. Altas temperaturas marcaram o último dia de inverno e os termômetros em São Vicente chegaram a registrar 39°C. Segundo a Base Aérea de Santos, a umidade do ar é de 22%.
Na praia do Itararé, em São Vicente, nem só as crianças se divertiam no mar, a maioria das pessoas preferiu aproveitar a praia dentro da água. “O mar é o único lugar que consigo estar agora, porque na areia está um forno, não aguento”, diz a professora Luciana Rodrigues.
Já para os comerciantes o dia está perfeito, sendo que geralmente o movimento cai nos dias mais frios. “Por mim, todos os invernos estariam assim 40°C, para eu vender bastante água de coco”, brinca o vendedor Willian Marques.
Segundo a Base Aérea de Santos, a temperatura de 38°C foi a mais alta do dia, registrada por volta das 14h30. Ainda segundo a Base Aérea, às 10h30 as rajadas de vento chegaram 60 km/h. Durante a tarde, a velocidade do vento era de 20km/h. A umidade relativa do ar é de 22%.
O calor aumenta o movimento de turistas na Baixada Santista, segundo informações da Ecovias, concessionária que administra o sistema Anchieta-Imigrantes, desde a meia-noite desta sexta sexta-feira (20), 114.115 mil veículos já desceram a serra sentido litoral.
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Site VESTIBULAR.BRASILESCOLA.COM (GO)
encerram neste domingo
São 170 vagas para Engenharias Aeroespacial, Aeronáutica, Civil-Aeronáutica, de Computação, Eletrônica e Mecânica-Aeronáutica.
Adriano Lesme
Os interessados em participar do Concurso de Admissão 2014 do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) têm até este domingo, 22 de setembro, para se inscreverem. Inicialmente, o prazo encerraria no último dia 15, mas foi prorrogado porque as inscrições ficaram suspensas por oito dias por problemas técnicos. A taxa é de R$ 120.
Os candidatos que se inscreveram antes do dia 23 de agosto e que ainda não pagaram a taxa de inscrição deverão substituir seus boletos por novos. Dentre estes, quem agendou o pagamento para uma data futura deverá providenciar o seu cancelamento junto ao banco e emitir novo boleto. Aqueles que já efetuaram o pagamento têm suas inscrições concretizadas.
O concurso de admissão aos cursos de graduação do ITA é exclusivo para brasileiros de ambos os sexos que estejam terminando o Ensino Médio, ou já o tenham concluído, e que tenham no máximo 23 anos até 31 de dezembro deste ano. A inscrição de treineiros também é permitida.
O Vestibular 2014 disponibiliza 170 vagas para as seguintes modalidades de Engenharia: Aeroespacial, Aeronáutica, Civil-Aeronáutica, de Computação, Eletrônica e Mecânica-Aeronáutica. A duração dos cursos é de cinco anos, mas os dois primeiros são comuns a todas as especialidades.
O processo seletivo é composto por Exame de Escolaridade e Exame Médico. O primeiro será realizado entre os dias 10 e 13 de dezembro, das 8hàs 12h, quando os candidatos terão que responder questões de múltipla escolha e dissertativas, conforme o cronograma abaixo. Os locais dessas provas serão informados no dia 19 de novembro.
Dia 10/12: Física
Dia 11/12: Português, Redação e Inglês Dia 12/12: Matemática Dia 13/12: Química
As provas serão aplicadas em Belém, Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Campo Grande, Cuiabá, Curitiba, Goiânia, Fortaleza, Juiz de Fora, Londrina, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Ribeirão Preto, Rio de Janeiro, Teresina, Salvador, São José dos Campos, São José do Rio Preto, São Paulo.
No dia 27 de dezembro, a partir das 10h, será divulgado o resultado do Exame de Escolaridade, juntamente com as datas do Exame Médico e de matrícula. Outras informações no Edital do Vestibular 2014 do ITA, pelo telefone (12) 3947-5813 ou através do e-mail vestita@ita.br.
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Site AGENCIAPARA.COM.BR (PA)
Segup e I Comar promovem Curso de Socorro Pré-hospitalar Militar para policiais
A Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) realiza, em parceria com I Comando Aéreo Regional (I Comar), o Curso de Socorro Pré-hospitalar Militar (CSPHM), entre os dias 24 e 27 de setembro. As aulas teóricas acontecem no Hospital da Aeronáutica de Belém (Habe), e atividades práticas na Base Aérea. O curso visa capacitar os tripulantes do Grupamento Aéreo de Segurança Pública (Graesp), garantindo mais eficiência no atendimento durante operações de salvamento e resgate de pacientes, no interior do estado e Região Metropolitana de Belém. O curso também contará com a participação de policiais civis e militares, bombeiros militares e policiais federais.
O diretor do Hospital de Aeronáutica de Belém, coronel médico Eduardo Serra Negra Camerini, solicitou apoio ao Instituto de Medicina Aéreo Espacial (IMAE) para a realização da capacitação, cujas atividades ocorrerão das 8h à 17h. No primeiro dia, os participantes farão pré-teste e receberão instruções sobre a introdução à saúde operacional, avaliação de cenário/biossegurança, anatomia e funcionamentos e oficina de exame físico. No dia 25, o treinamento vai abordar temas como ferimentos, lesões de risco iminente de morte, lesões osteoarticulares, acidentes por animais peçonhentos, oficina de curativos, imobilizações, extirpação rápida e padrão, e movimentação e transporte.
No dia 26 serão abordadas lesões térmicas, acidentes com múltiplas vítimas, transporte aero médico, afogamento e oficina de triagem. No último dia, 27, será realizado o pós-teste simulado, seguido da cerimônia de formatura, que vai contar com a presença do secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social, Luiz Fernandes Rocha; do major brigadeiro-do-ar Carlos Eurico Peclat dos Santos, comandante do I Comar; coronel Eduardo Camerini, diretor do Hospital da Aeronáutica de Belém; tenente coronel aviador Marcos dos Santos Silva; comandante da Base Aérea de Belém; tenente coronel Josilei Gonçalves, diretor do Grupamento Aéreo de Segurança Pública; e representantes do Instituto de Medicina Aéreo Espacial.
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Site CORREIODOESTADO.COM.BR (MS)
Desfile será à tarde com participação de 5 mil pessoas
O desfile cívico militar em comemoração aos 235 anos de Corumbá está marcado para 16h, com participação de aproximadamente 5 mil pessoas de 62 instituições representativas dos mais diferentes segmentos, como militares, educacionais, movimentos culturais organizados, além de instituições sociais representativas da comunidade corumbaense.
Corumbá comemora hoje 235 anos e o Dia da Árvore O trajeto será pela Rua Frei Mariano e Avenida General Rondon, da Rua 13 de Junho até a Firmo de Matos. Entre as 62 instituições, estão 35 escolas, não só de Corumbá, mas de Ladário, Aquidauana, assim como a Banda de Dois Irmãos do Buriti.
A abertura será com as forças militares (Marinha, Exército, Aeronáutica, Polícia Militar, Polícia Militar Ambiental, Corpo de Bombeiros), além de Guarda Municipal e Agetrat, seguido da Banda Municipal de Música Manoel Florêncio e Coral Cidade Branca. A última instituição a se apresentar será a Escola Estadual Dom Bosco, da Cidade Dom Bosco.
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Site NOTICIAS.CBNFOZ.COM.BR (PA)
Operação Laçador 2013: Exército simula acidente em usina no rio Iguaçu
Guilherme Wojciechowski
Militares do Exército Brasileiro realizaram, na tarde desta sexta-feira (20), uma simulação de acidente com múltiplas vítimas na usina de Salto Caxias, situada no rio Iguaçu, águas acima do Parque Nacional.
A atividade consistiu na simulação da explosão de um transformador da casa de máquinas, resultando em 10 vítimas, sendo um óbito imediato e diversos feridos por queimaduras, amputação, fraturas diversas, entre outros.
Participaram integrantes da Companhia de Saúde do 15º Batalhão Logístico, reforçados por médicos, enfermeiros e socorristas do 33ª Batalhão de Infantaria Mecanizado e da Companhia de Comando da 15ª Brigada de Infantaria Mecanizada
De acordo com o Exército, o atendimento imediato foi prestado pela equipe de saúde da 1ª Companhia de Fuzileiros do 33º Batalhão de Infantaria Mecanizado. Em seguida, chegou a ambulância do 15º Batalhão Logístico, que estava próximo à entrada da usina.
Um pouco depois, foi a vez da equipe de médicos e socorristas da Companhia de Saúde, que imediatamente assumiu o controle da situação, procedendo com o isolamento de segurança da área e iniciando a triagem dos acidentados.
“Esse tipo de exercício é fundamental para manter a tropa preparada e em condições de atuar em casos de acidentes graves e em situações de emergência”, informou o Exército.
A simulação fez parte da Operação Laçador 2013, que teve início no último dia 16 e segue até o dia 27 nas fronteiras de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul com Paraguai, Argentina e Uruguai. Participam da manobra cerca de oito mil militares do Exércio, Marinha e Aeronáutica.
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