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NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 22/08/2013

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Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.



Helicóptero faz pouso de emergência na Marginal do Tietê

Aeronave fazia voo de manutenção e aterrissou em gramado na alça de acesso da Ponte da Casa Verde, na zona norte de São Paulo; os dois ocupantes saíram sem ferimentos

Luciano Bottini Filho e Thiago Mattos - O Estado d

SÃO PAULO - Um helicóptero fez um pouso de emergência na Marginal do Tietê, zona norte de São Paulo, por volta das 10h40 desta quarta-feira, 21. A aeronave particular, modelo Bell EC 120,de prefixo PR-IVE, havia decolado do Campo de Marte 12 minutos antes com um piloto e um mecânico para um voo de manutenção e aterrissou na alça de acesso para a Ponte da Casa Verde, sentido Penha, em uma área isolada onde funciona uma estação de bombeamento da Prefeitura. Ninguém se feriu e as vítimas foram atendidas no local.
A aeronave, pertencente à Ibar (Indústrias Brasileiras de Artigos Refratários), pousou na posição normal. As hélices e a cauda tocaram, aparentemente, uma mureta de concreto e ficaram avariadas. Quatro viaturas do Corpo de Bombeiros atenderam a ocorrência e, apesar de uma fumaça branda visível depois do incidente, não houve explosão.
O taxista Claúdio Ferreira, de 52 anos, trafegava pelo local na hora do acidente e disse que viu a aeronave arrebentar um fio elétrico antes de tocar o solo. Uma peça caiu sobre o teto do seu carro, deixando uma marca pontiaguda.
O piloto, comandante Rodrigo Pacheco, de 35 anos, deixou o local às 12h25. Ele afirmou que o motor parou de responder enquanto seguia em velocidade de cruzeiro. Depois de avisar a torre de controle, iniciou o procedimento de descida se valendo da força do vento e da energia de rotação restante. "É a primeira vez que passo por essa situação", disse ele, que tem 15 anos de profissão. Os tripulantes eram funcionários da Helibras, responsável pelo voo teste. A empresa, que atua na fabricação e manutenção de aeronaves, afirmou que enviou técnicos ao local.
Uma equipe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), vinculado à Aeronáutica, também esteve na área.
Trânsito. De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), a Marginal não teve nenhuma faixa interditada por causa da ocorrência. O acúmulo de curiosos, no entanto, gerou lentidão de 2,6 quilômetros na pista local, sentido zona leste, às 11h20.

Navio da Marinha e avião da FAB reforçam buscas por jovens

Buscas começaram no sábado (17) e foram retomadas nesta terça (20). Jovens desapareceram enquanto pescavam em Santos, no litoral de SP.

 As buscas pelos jovens que desapareceram enquanto pescavam em alto mar na Baixada Santista, no litoral de São Paulo, foram retomadas na manhã desta terça-feira (20). Um navio da Marinha do Brasil chegou a Santos para reforçar os trabalhos. Um avião da Força Áerea Brasileira (FAB) também ajuda nas buscas pelos desaparecidos. Os jovens, que sumiram no sábado (17), chegaram a postar fotos em uma rede social momentos antes de desaparecerem.
O navio patrulha Gurupi, da Marinha, saiu nesta segunda-feira (19) do Rio de Janeiro e a previsão é que ele chegasse na Baixada Santista ainda durante a madrugada. Segundo a Capitania dos Portos, o raio de buscas deve ser ampliado com esse navio, que além de atuar em alto mar também pode ser usado durante a noite.
Segundo informações da FAB, o avião com prefixo P-95 está desde às 6h45 desta terça-feira ajudando nas buscas pelo trio. O avião vai ficar concentrado na área baseada na corrente marítima. As buscas com o avião seguem até o final da tarde.
As buscas foram interrompidas às 17h, nesta segunda-feira (19), por causa da baixa visibilidade no mar. O Corpo de Bombeiros retomou as buscas pelos desaparecidos por volta das 7h. Eles trabalham com um navio, uma lancha, dois botes além do apoio do helicóptero Águia da Polícia Militar, que sobrevoa as praias até o litoral de São Sebastião. A operação está sendo feita de Mongaguá até Guarujá.

Entenda o caso
Os jovens Robson Sanches, Petterson Fernando e Bruno Oliveira sairam para pescar em alto mar na Baixada Santista, no litoral de São Paulo, na tarde do último sábado (17) e desapareceram no início da noite.
Eles postaram fotos na internet enquanto estavam pescavam durante a tarde. Nas imagens, os jovens aparecem dentro do barco, com varas de pescar e equipamentos. Ao fundo, rochas, pedras e o mar. De acordo com os bombeiros, os três pescadores saíram de Santos, a princípio em direção a Praia Grande, em uma embarcação de alumínio com aproximadamente seis metros de comprimento.
Na tarde do sábado, eles falaram com a família mas depois não entraram em contato e nem atenderam os celulares. O Corpo de Bombeiros foi acionado pelos familiares e as buscas começaram ainda durante a noite, sem sucesso.

Tragédia em Alcântara faz dez anos e Brasil ainda sonha em lançar foguete

Em 22 de agosto de 2003, VLS deu partida antecipada e matou 21 homens. Novo foguete completo, em sua quarta versão, deve ser lançado em 2017.

Luna D'Alama*

ImagemUma tragédia que matou 21 profissionais civis no Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, e adiou os projetos do programa espacial brasileiro completa dez anos nesta quinta-feira (22). No dia 22 de agosto de 2003, às 13h26, o foguete Veículo Lançador de Satélites (VLS) foi acionado antes do tempo e ficou pronto para a partida
Ainda faltavam, porém, três dias para o lançamento do protótipo, o terceiro desse foguete (V03), e toda a estrutura em volta dele continuava montada. Com a ignição prematura do VLS – que tinha 21 metros de altura e colocaria em órbita dois satélites de observação terrestre –, a torre acabou explodindo e matando os homens que trabalhavam ali.
Segundo o relatório final de investigação, concluído pela Aeronáutica em fevereiro de 2004, houve um "acionamento intempestivo" (súbito) de um dos quatro motores do VLS, provocado por uma pequena peça que ligava o motor. Mas até hoje não se sabe por que esse detonador disparou, embora duas hipóteses tenham sido levantadas: corrente elétrica ou descarga eletrostática (transferência de energia por contato entre dois corpos).
A comissão de investigação descartou a possibilidade de sabotagem, de grosseira falha humana ou de interferência meteorológica, mas apontou "falhas latentes" e "degradação das condições de trabalho e segurança". Esses pontos de fragilidade estavam ligados à segurança em terra (as saídas de emergência, por exemplo, levavam para dentro da própria torre de lançamento) e de voo, à perda de pessoal tecnicamente qualificado e à falta de contratações, à defasagem salarial e de recursos financeiros, à sobrecarga de trabalho e ao estresse por desgaste físico e mental dos operadores.
De acordo com o texto, "identificou-se uma expressiva defasagem entre os recursos humanos e materiais previstos como necessários ao projeto e os efetivamente disponíveis". Testemunhas ouvidas na época informaram que não sabiam que os motores de arranque do foguete haviam sido instalados antes do previsto. Elas ignoravam, portanto, o perigo que corriam, e algumas chegaram a reclamar de levar choque ao tocar no corpo do VLS.
Na opinião do presidente da Associação Aeroespacial Brasileira (AAB), Aydano Carleial, o desastre não foi uma indicação de falta de capacidade técnica brasileira, mas de ausência de organização e método, pois o processo foi feito com pressa e de forma improvisada, o que aumentou ainda mais os riscos.
"O grande problema foi a perda humana. A paralisação do programa espacial ocorreu mais pela comoção, pela falta de reação, pelo fato de as promessas não terem sido cumpridas", avalia Carleial, que é engenheiro eletrônico formado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e trabalhou durante anos no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), responsável por fabricar os satélites brasileiros.
Na visão do major-brigadeiro Hugo Piva, um pioneiro do nosso programa espacial, a falta de verba prejudicou seu avanço. Até 1987, quando houve uma redução do investimento, os foguetes aprovados para voar não falharam, aponta. "Depois disso, lançaram três: todos falharam, um deles causando a maior tragédia da história", destaca Piva, que já não trabalhava no projeto do VLS em 2003.
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Indenização às famílias
As 21 vítimas do acidente foram enterradas com honras militares, na presença do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e as famílias receberam uma indenização de R$ 100 mil do Ministério da Defesa, além de pensões mensais proporcionais ao salário de cada um dos homens mortos.
Alguns parentes também entraram na Justiça para receber um valor compatível com o que as vítimas ganhariam ao longo de toda a vida profissional, mas o processo ainda se arrasta nos tribunais. Além disso, o Ministério do Planejamento está questionando as gratificações pagas nas pensões, e há a possibilidade de as famílias terem o valor reduzido ou até terem de devolver parte do que receberam.
O engenheiro de computação Artur Varejão, de 28 anos, filho do engenheiro mecânico Cesar Augusto Costalonga Varejão, que morreu em Alcântara, lembra que havia falado com o pai um dia antes da tragédia e que soube do acidente por uma funcionária da base, pela internet. O anúncio oficial da tragédia à família só veio às 22h – quase 9h após a explosão.

"Meu pai nem ia lá nesse dia, porque já estava tudo pronto. Comecei a telefonar, mas celular raramente funcionava lá, então não estranhei. Aí começou a passar na TV, eram 14h quando fiquei sabendo, deu plantão na Globo, só estávamos minha mãe e eu em casa", recorda Artur, que era muito próximo do pai e chegou a trabalhar um ano com ele no Inpe.
"Meu pai estava no projeto há 25 anos, era um entusiasta, mas sempre foi muito realista, sabia dos perigos, da falta de recursos, da precariedade. Só que parecia que não tinha medo, estava empolgado, era um projeto de vida também. Aliás, todos eram técnicos ótimos e trabalhavam meio que por ideologia", diz Artur.
O jovem chegou a acompanhar um teste de ignição de um propulsor de primeiro estágio do VLS, quando perguntou: "E se isso explode?" O pai respondeu que não sobraria nem um fio de cabelo, mas que até então nunca havia acontecido nada.
"Minha desilusão maior é com o governo, que nunca nos ligou ou enviou um psicólogo. Dez anos é muito tempo para os familiares e a sociedade terem uma resposta, uma satisfação", afirma Artur.
Mudanças exigidas
Entre as várias recomendações feitas pelo relatório de investigação após o acidente em Alcântara, foi pedida a modernização da plataforma de lançamento de foguetes. A atual conta com uma torre de apoio, para fuga de funcionários em caso de emergência.
Os profissionais agora têm três opções de saída: uma escada, um poste como o dos bombeiros e um tubo de tecido em que a pessoa se joga e escorrega até embaixo.
Segundo o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), José Raimundo Braga Coelho, a nova torre permite uma fuga rápida, sem riscos, e tudo o que havia sido perdido foi recuperado e modernizado.
De acordo com ele, o acidente de 2003 permitiu que o programa espacial brasileiro revisasse todas as atividades operacionais desenvolvidas na base de Alcântara, a infraestrutura de solo para dar suporte aos lançamentos, o próprio VLS e seus sistemas.
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A previsão da AEB é que um voo-teste do VLS seja feito em 2014, com um segundo lançamento estipulado para 2016, que deve levar uma carga útil contendo um experimento tecnológico. O foguete completo, em sua quarta versão (V04), deve ser lançado em 2017, já com um pequeno satélite a bordo.
O primeiro protótipo do VLS (V01) foi lançado em dezembro de 1997 e o segundo (V02), em dezembro de 1999 – mas ambos falharam e foram destruídos na partida.
Objetivos do programa espacial
Coelho explica que os principais objetivos do programa espacial brasileiro são fazer com que o país tenha um centro de lançamentos em operação, foguetes capazes de colocar satélites nacionais em órbita e a possibilidade de vender esses serviços a outros países.
Para isso, a AEB lançou no ano passado a quarta edição do Programa Nacional de Atividades Espaciais (Pnae), que substitui a de 2005 e vale até 2021. Segundo o texto, essa versão é mais realista que as anteriores, pois "busca o caminho da realização concreta e produtiva", e não apenas sonha.

Esse é um planejamento de longo prazo, ainda carece de ajustes, que serão feitos anualmente. Vejo a nossa situação atual com certa tristeza, gostaria de ver um satélite lançado por mês ou pelo menos seis por ano", afirma o presidente da AEB.
Ele espera que o orçamento da agência chegue a quase R$ 500 milhões em 2014.
Projetos VLS e Cyclone
O programa espacial brasileiro se divide atualmente em dois grandes projetos para lançar foguetes: o VLS, coordenado pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), subordinado ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), do Ministério da Defesa; e o Alcântara Cyclone Space (ACS), uma empresa pública binacional (brasileira e ucraniana) criada em 2006 para lançar satélites por meio do foguete ucraniano Cyclone-4, a partir da base de Alcântara.
Para Aydano Carleial, da AAB, a parceria com a Ucrânia tem se justificado economicamente, mas no papel o acordo não prevê transferência de tecnologia.
No caso do VLS, segundo o tenente-coronel Alberto Walter da Silva Mello Junior, gerente do projeto desde setembro de 2011, o foguete sofreu uma revisão completa após o acidente de 2003, teve um aprimoramento nos sistemas de segurança e passou a ser certificado pelo Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI).
"As redes elétricas e pirotécnicas do veículo foram todas modernizadas. Há vários dispositivos de segurança novos, e o sistema da plataforma de lançamento também interrompe eventuais descargas elétricas ou ignição inadvertida", enumera.
Mello Junior destaca que foram listados todos os fatores que poderiam ter contribuído para o acidente em Alcântara, e cada uma dessas possíveis causas foi eliminada.
Para o gerente, o VLS é o carro-chefe do programa espacial brasileiro e gera conhecimento para capacitar o país na conquista do espaço. Além desse projeto, há parcerias com a Alemanha para produção de foguetes e com a China para fabricação de satélites.
"Hoje o Brasil é o 11º no índice de competitividade espacial, segundo o Relatório Futron, uma agência independente que mede o nível dos países nessa área. E o VLS é de extrema importância para nos qualificar na concorrência internacional. Se você não desenvolver, ninguém te ensina", analisa Mello Junior.
Na visão do tenente-coronel, o programa espacial não se trata simplesmente de lançar um VLS com satélites científicos, meteorológicos, de defesa ou observação da Terra, mas desenvolver tecnologia para a indústria.
"Mais de 50 empresas trabalham hoje no projeto do VLS. Desenvolvemos aço de alta resistência que tem sido usado em trens de pouso de aviões, criamos pás para turbinas de energia eólica, fizemos um sistema de navegação de aeronaves que informa a posição delas e para onde devem ir, processamos combustível sólido, entre outras coisas. Nosso objetivo é desenvolver o país", diz Mello Junior.
"Só vamos ter autonomia completa de comunicação quando tivermos satélites e condições de lançá-los, senão vamos continuar à mercê da disponibilidade e da conveniência de outros países. A partir do momento em que o VLS for lançado, vamos mudar de patamar na comunidade internacional e melhorar nosso índice de competitividade", avalia o gerente do projeto, que tem um orçamento anual de R$ 15 milhões. Quando funcionar efetivamente, será capaz de pôr em órbita um satélite com até 250 kg, a 750 km de altitude.
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Falta de coordenação geral
Para Aydano Carleial, presidente da AAB, a participação de diferentes instituições civis e militares (DCTA, IAE, Inpe e AEB) no programa espacial e o envolvimento de dois ministérios diferentes (da Defesa e da Ciência, Tecnologia e Inovação) não é ruim, mas a falta de uma coordenação geral prejudica sua eficácia.
Ele acredita que precisa haver mais clareza e consistência com os objetivos históricos do Brasil na área espacial, como a capacidade de fabricar e lançar satélites de interesse nacional, e o acesso ao espaço por meio de foguetes brasileiros, lançados do nosso próprio território.
"Essas metas estratégicas são as mesmas há 30 anos. Por duas décadas, não houve projetos para dar continuidade ao programa. Vários planos foram concebidos, mas tudo para o futuro. Não considero a falta de recursos o maior problema, mas a gestão, a organização institucional, a forma de cobrar resultados. Os projetos precisam ter começo, meio e fim, serem algo mais responsável", diz.
Carleial lembra que, até hoje, o Brasil só colocou em órbita dois satélites simples e pequenos 100% nacionais, lançados em 1993 e 1998, respectivamente. O SCD-1 e o SCD-2 recolhem e transmitem dados ambientais (como temperatura, qualidade da água e características do solo), mas não processam nem interpretam nada.
Em desenvolvimento, o país tem o satélite Amazônia, que deve monitorar a região amazônica e está previsto para ser lançado em 2015. Há ainda o satélite Lattes (que deve ser lançado em 2017 para monitorar as condições atmosféricas da Terra e fazer uma varredura no céu em busca de fontes de raio X), o Sabiá-Mar (parceria entre Brasil e Argentina para monitorar o território marinho das duas costas, que deve ser lançado em 2018) e o Cbers-3 (sigla em inglês para Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres, uma parceria com a China que deve ter seu lançamento até o fim deste ano; os outros dois anteriores já foram lançados).

Helicóptero faz pouso forçado na marginal Tietê 12 minutos após decolar

Um helicóptero que pertence a uma indústria paulista fez um pouso de emergência às 10h40 desta quarta-feira (21) em um canteiro da marginal Tietê, zona norte da São Paulo, próximo à ponte da Casa Verde. O pouso ocorreu 12 minutos após a decolagem, realizada no aeroporto Campo de Marte, também na zona norte.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, nem o piloto nem o mecânico que o acompanhava se feriram. Os nomes deles não foram divulgados. O pouso aconteceu no gramado localizado na alça de acesso da ponte da Casa Verde, no sentido Ayrton Senna, em uma área isolada onde funciona uma estação de bombeamento da prefeitura.
O helicóptero é do modelo Colibri e prefixo PR-IVE. A aeronave pousou na posição normal. As hélices e a cauda tocaram, aparentemente, uma mureta de concreto e ficaram avariadas.
Segundo a Infraero (estatal que administra os aeroportos públicos), a aeronave pertence à empresa Ibar Ltda. --Indústrias Brasileiras de Artigos Refratários. A reportagem fez contato com a empresa, que confirmou a posse do helicóptero, mas não forneceu outros detalhes sobre o caso.
Conforme a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), a marginal não teve nenhuma faixa interditada devido à ocorrência. O acúmulo de curiosos, no entanto, chegou a gerar lentidão de quase 3 km na pista local, sentido zona leste, às 11h20.
Em entrevista à rádio BandNews FM, o capitão do Corpo de Bombeiros Carlos Duvernay afirmou: "Foi um pouso forçado para evitar uma tragédia", disse Duvernay, referindo-se ao fato de o helicóptero não ter aterrissado nas pistas.
"[O pouso forçado] Foi em razão de alguma pane que pode ter ocorrido, mas esses são detalhes que serão colhidos posteriormente, pela perícia", concluiu o capitão.


Explosão em Alcântara parou projeto espacial brasileiro há 10 anos

Programa espacial do país está praticamente parado desde acidente que matou 21 pessoas em 2003

Há dez anos, o motorista Vilson Sérgio tem dificuldade de comemorar o aniversário. Na quinta-feira, quando fará 42 anos, vai lembrar do susto ao ouvir a explosão na Base Militar de Alcântara. O acidente, o pior da não muito longa história espacial brasileira, matou 21 engenheiros e técnicos, alguns conhecidos de Sérgio, que nas horas vagas trabalha como taxista na pequena cidade maranhense.
"Nos dois primeiros anos não consegui fazer nada", conta. Uma década depois, a torre do Veículo Lançador de Satélites (VLS), que explodiu no acidente, foi reconstruída. Mas, nesse período, o Brasil não conseguiu levar adiante o que as vítimas morreram tentando fazer.
Pouco se sabe ainda hoje sobre o que levou o VLS a explodir três dias antes da data marcada para o seu lançamento. As teorias conspiratórias são várias, incluindo a aposta em uma sabotagem estrangeira. De concreto, sabe-se apenas que a ignição do foguete acendeu sozinha enquanto 21 pessoas faziam os últimos ajustes. A investigação da Aeronáutica conseguiu chegar apenas até aí - além de garantir que não houve sabotagem.
A nova torre ficou pronta na metade de 2012. Até agora, no entanto, apenas um teste foi feito, de integração com um modelo de VLS. De acordo com a Agência Espacial Brasileira (AEB), neste ano será feito outro teste, de integração da parte elétrica com o foguete de um VLS. A agência garante que o Brasil tem tecnologia para desenvolver o veículo.
O ex-ministro da Ciência e Tecnologia Roberto Amaral, no entanto, é bem mais pessimista. Classifica a torre de Alcântara como "um monumento a qualquer coisa". "É uma torre de lançamento sem lançador para lançar. Faz dez anos do fracasso do último lançamento e não sabemos quanto teremos outro VLS ou para quê", diz.
Ucrânia
A solução para o uso da base, encontrada no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, foi um acordo com a Ucrânia para explorar o mercado comercial de lançamentos de satélites usando um foguete desenvolvido naquele país, o Cyclone-4. Uma empresa binacional, a Alcântara Cyclone Space (ACS), foi criada para isso e, enquanto os ucranianos desenvolviam o foguete, o Brasil construía um novo centro de lançamento em Alcântara para o projeto.
Hoje, as obras da ACS estão paradas. Desde março, os mais de 1,5 mil funcionários foram demitidos e a maior parte do maquinário, alugada ou devolvida. Alegando que a Ucrânia não estava colocando sua parte nos recursos, o Brasil também suspendeu o investimento.
Ministério vai à Ucrânia auditar programa espacial
Agora, o governo brasileiro começa a renegociar o uso da base com os Estados Unidos. A intenção dessa nova conversa é fazer uma espécie de aluguel da base - começando com os americanos e depois passando a oferta a outros países.
Para o Brasil, hoje, a base não traz nenhum benefício. Nem mesmo para as famílias dos mortos que, até agora, não tiveram o prazer de ver que o esforço feito por eles, dez anos atrás, teve algum resultado. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo .


Imirante.com

Centro de Lançamento de Alcântara: 10 anos depois

Uma década após o acidente que destruiu uma plataforma de lançamento e matou 21 técnicos brasileiros, o Centro de Lançamento de Alcântara busca retomar os lançamentos de grande porte no Brasil e planeja o desenvolvimento da evolução do VLS.

Bruna Castelo Branco
Era 13h26 do dia 22 de agosto de 2003. Nesse dia, um incêndio mudou de forma drástica os rumos do Programa Espacial Brasileira, com um saldo de 21 mortes de técnicos do Comando Técnico Aeroespacial e uma longa pausa nas atividades aeroespaciais de grande porte desenvolvidas pelo país. Naquela tarde de 2003, no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), os profissionais trabalhavam dentro da Torre Móvel de Integração (TMI), a plataforma de lançamento do Veículo Lançador de Satélites (VLS) da qual o foguete deveria fazer seu primeiro voo marcado para três dias depois da tragédia. A atividade representaria uma tentativa do país de qualificar um lançador de grande porte capaz de colocar satélites em órbitas geoestacionárias.
Dez anos depois da tragédia, o Brasil se prepara para retomar as atividades com o VLS, a partir do ano que vem. A previsão é que em 2014 aconteçam dois lançamentos do veículo. O voo completo deve ser realizado em 2015. Depois desse processo, o foguete seria considerado qualificado para outras atividades, inclusive, lançamentos comerciais. Paralelamente às atividades do VLS, o Brasil já planeja a evolução do foguete, com desenvolvimento de novos modelos.
Calendário
De acordo com o cronograma do Programa Nacional de Atividades Espaciais, divulgado pela Agência Espacial Brasileira (AEB), as atividades de grande porte retomam definitivamente a partir do ano que vem, não só com o VLS, mas com a preparação desses outros foguetes.
Em 2015, acontecerá o voo completo que deve levar a bordo uma carga útil (experimentos científicos a serem testados no espaço). Entre 2016 e 2017, se todas as atividades programadas forem bem sucedidas, o foguete receberá a qualificação, o que dará ao Programa Espacial Brasileiro o aval para a fabricação da sequência da família do VLS, com os modelos VLS Alfa e Beta.
Esses novos modelos já se encontram em fase de desenvolvimento de projeto e a previsão de lançamento é 2018 e 2020, respectivamente. Durante as etapas de fabricação, é de interesse do Brasil e estabelecer parcerias com outros países em atividades de consultoria tecnológica. “Os projetos desses lançadores já estão concebidos, mas é claro que uma tecnologia complexa não demora menos de 10 anos para a concepção, pois não se trata apenas de desenvolver o foguete, temos que dominar todos os estágios. Nós estamos estudando os países estratégicos para uma parceria em consultoria. Lógico que escolheremos o melhor para a gente. A nossa intenção mesmo é desenvolver em conjunto, ter esse intercâmbio de conhecimento”, define o presidente da AEB, José Raimundo Coelho em entrevista exclusiva a O Estado.
Em 2015, além das atividades com o VLS, a AEB planeja ainda atividades com o Veículo Lançador de Microssatélite (VLM), um lançador que tem a parceria com o Programa Espacial da Alemanha. O objetivo desse programa é dotar o país de capacidade de acesso ao espaço, com meios e recursos próprios, além de explorar o nicho de mercado para lançamentos comerciais de microssatélites. Em sua primeira versão, o foguete de três estágios movido a combustível sólido tem capacidade prevista de lançar 150 kg de carga útil em órbita baixa.
No entanto, aquele dia de agosto que resultou na morte dos técnicos ainda é uma ferida aberta para quem trabalha nas atividades espaciais. “É muito difícil falar que o Programa Espacial está totalmente recuperado quando perdemos 21 profissionais. Todos eles eram nossos colegas. Reafirmo o nosso sentimento de perda e sempre fico emocionado toda vez que falo sobre esse assunto. Foi uma lição muito dura que tivemos e nos trouxe aprendizados. A nossa nova torre é o que se pode chamar de mais moderna em termos de segurança e tecnologia para lançamentos e que pode se adaptar a outros tipos de lançadores, não só a família VLS, mas o que chama atenção são os cuidados com a segurança” declarou o presidente da AEB, José Raimundo Coelho.
Acidente aconteceu na montagem do foguete.
No momento do acidente, os técnicos faziam procedimentos para preparar o lançamento do foguete - que precisa ser montado dentro da plataforma - quando inesperadamente o foguete foi acionado e começou o incêndio. Não houve tempo para fuga e o modelo da plataforma na época não possuía alternativas de um sistema de escape e os profissionais ficaram presos. O incêndio demorou cerca de três minutos e depois o cenário era de destruição e desespero.
“Ouvimos uma ignição. Aí eu olhei para trás, falei ‘caramba...’ Aí foi o desespero, só vi queimando lá aquele foguete lá, pensei, puxa vida, minha equipe lá. Três estão lá dentro. E a torre queimando”, disse José dos Santos Ferreira, sobrevivente do acidente, em entrevista ao programa Fantástico da Rede Globo, exibido no dia 4 deste mês.
Os laudos oficiais divulgados pelo Instituto da Aeronáutica sobre o acidente atestam que uma pane no sistema elétrico provocou o acionamento dos motores. Essa seria a terceira tentativa de o Brasil tentar realizar o experimento com um veículo lançador de satélites, a primeira aconteceu em 1997, quando o foguete chegou a ser lançado na operação denominada Brasil. Na operação, o protótipo transportava um Satélite de Coleta de Dados (SCD- 2 A), mas, durante os primeiros segundos de voo, devido a uma falha na ignição de um dos propulsores do 1º estágio e para evitar uma queda fora da trajetória, foi acionado o comando de autodestruição.
A segunda tentativa aconteceu dois anos depois. Em dezembro de 1999, durante a operação Almenara, foi realizado o segundo voo. Naquela ocasião, o VLS levaria a bordo um satélite científico desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mas por causa de outra falha no sistema pirotécnico, dessa vez no segundo estágio, também houve a necessidade da autodestruição.
Em 2003, aconteceria a terceira tentativa de lançamento na missão denominada Operação São Luís, que tinha como objetivo colocar dois satélites em órbita a 750 km de atitude. Os satélites eram do Inpe e da Universidade do Norte do Paraná.



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