NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 04/08/2013
Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.
Abandonando o barco
Mais da metade dos estudantes de engenharia desiste do curso. Base fraca em disciplinas de cálculo e falta de prática durante a formação desestimulam os alunos A um semestre da formatura, Nobu Kahi trocou o curso de engenharia agronômica pelo de artes cênicas
Com o aumento do número de ingressantes nos cursos de engenharia do Brasil, também sobe o índice de evasão nas faculdades. De acordo com Censo da Educação Superior do Ministério da Educação (MEC), o número de matrículas cresceu 152% entre 2001 e 2011, superando pela primeira vez o curso de direito. Em contrapartida, dois estudos mostram que mais da metade desses estudantes abandona a graduação antes da formatura.
Levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), feito a partir dos dados do Censo da Educação Superior, mostrou que, dos 105.101 estudantes que ingressaram nos cursos de engenharia em 2007, 57% desistiram no meio do caminho. Já a pesquisa da Associação Brasileira de Ensino de Engenharia (Abenge), que considera seis anos como tempo de formação ideal, revela que 50% dos estudantes deixaram o curso. O aumento dos índices ocorreu tanto em instituições públicas quanto privadas. Entretanto, a taxa nas particulares foi maior: em torno de 60%, segundo a pesquisa da CNI.
Deficit de profissionais
O Brasil forma 45 mil engenheiros por ano, mas a necessidade do mercado chega a 70 mil profissionais, de acordo com a Abenge. Na análise de especialistas, o panorama é preocupante e mostra que é necessário discutir mudanças na estrutura curricular — que ainda oferece pouca prática nos anos iniciais da graduação —, além de promover o acompanhamento desses estudantes, que ingressam no ensino superior com formação deficiente nas disciplinas de cálculo, como matemática e física.
Segundo a Abenge, o índice de desistências salta para 80% no primeiro ano do curso. "Temos um currículo com conotação muito forte na matemática e nenhuma sinergia com a profissão. O aluno fica dois anos estudando sem nenhum contato com a área profissional. Ele vai com uma sede muito grande de vivência e fica só na teoria", comenta o consultor da Hoper Educação, Romário Davel. De acordo com ele, o currículo das escolas brasileiras possibilita a formação de um "engenheiro técnico", e não de um "engenheiro gestor". "Poucas universidades conseguem formar um engenheiro gestor, que tenha autonomia, e isso é culpa do currículo brasileiro, que é muito arcaico. Há instituições no exterior que sequer apresentam cálculo em seus currículos", exemplifica.
O estudante Wesley Martins, 20 anos, desistiu do curso de engenharia elétrica quando estava no quarto semestre. Para ele, o ritmo era desgastante. "Não é que eu não gostasse do meu curso, mas ele não correspondia às minhas expectativas. Eu pensava que só a remuneração me motivaria, mas não foi o suficiente", diz o estudante.
O mercado aquecido e a expectativa pela chegada dos grandes eventos, como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, incentivaram a procura pelos cursos de engenharia nos últimos anos. O piso salarial é de R$ 5,7 mil, mas o mercado chega a pagar R$ 18 mil a um profissional experiente, segundo o consultor Romário Davel.
A remuneração foi um dos fatores que estimulou o estudante Nobu Kahi, 25 anos, a optar pela formação em engenharia agronômica na Universidade de Brasília (UnB). No entanto, a apenas um semestre da formatura, Nobu desistiu do curso e prestou vestibular para artes cênicas. Apesar de estar satisfeito na área em que atua agora, ele lamenta pela remuneração robusta que receberia na outra profissão. "O pior é que essa mudança de curso é totalmente solitária. Família, amigos... todo mundo incentiva você a ficar na engenharia por causa da remuneração. Mas a minha área era totalmente restrita em Brasília, eu teria que me tornar concurseiro ou me mudar, e isso tirou meu gosto pelo curso."
Suporte
Para o diretor da Abenge, Vanderli Fava de Oliveira, o estudante de engenharia precisa receber apoio pedagógico e suporte socioeconômico para permanecer no curso. "Os estudantes chegam com uma base muito fraca em matemática e física e oferecer só o curso de nivelamento não funciona. Na Universidade de Rosário, na Argentina, por exemplo, é feito um acolhimento, com reforço e acompanhamento de tutores. O estudante precisa aprender a estudar engenharia", comenta.
Já o suporte socioeconômico seria dado por meio de bolsas de auxílio estudantil. De acordo com Oliveira, a evasão nas instituições particulares é provocada pela incapacidade do aluno de conciliar o trabalho — de onde tira recursos para pagar a faculdade —, com as exigências do curso.
A evasão é menor nas escolas de elite da engenharia, como o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e o Instituto Militar de Engenharia (IME), em que o índice de abandono não chega a 5%. Nessas instituições, o estudante recebe auxílio financeiro para manter o foco nos estudos. "Nossa seleção também é rígida e quem entra tem que ter uma base muito boa. Além disso, nós já estamos discutindo a mudança no currículo. Uma forma de estimular a prática dos alunos foi incentivar as competições entre as escolas de engenharia. Isso desperta muito interesse dos estudantes", comenta o reitor do ITA, Carlos Pacheco.
Enquanto isso, outras faculdades batalham para diminuir os índices de evasão. É o caso da UnB. Na instituição, de acordo com o diretor da Faculdade de Tecnologia (FT), Antônio Brasil, a taxa de desistência fica em torno de 28%. Para ele, a criação do curso de engenharia da FGA é um recurso para diminuir esse abandono. "O estudante entra em um tronco comum de disciplinas e só depois de dois anos escolhe a engenharia que quiser. É uma forma de evitar que ele tome decisões muito cedo e se arrependa", afirma.
O mercado não espera
Em nota, o Ministério da Educação (MEC) afirmou que não há evasão nos cursos, e sim "atrasos históricos" na formação dos alunos, provocados pelo mercado, que capta a força de trabalho ainda na universidade. De acordo com o MEC, "muitas vezes o abandono se dá por questões financeiras, pela incapacidade de pagamento. O Fies (Programa de Financiamento Estudantil) vem corrigindo essa distorção. Atualmente, são mais de 150 mil financiamentos para os cursos de engenharia".
Entretanto, de acordo com Carlos Pacheco, reitor do ITA, a política de expansão de vagas adotada pelo ministério nos últimos anos de nada valerá se os estudantes não receberem incentivo para ficar no curso. "O aumento no número de alunos ingressando nos cursos é bom, mas o problema não está resolvido. É preciso ter uma política pública de formação, sim, mas até as pessoas conseguirem aderir a um projeto como esse pode demorar sete ou oito anos. Só que o mercado não espera. Você precisa ter algum planejamento estratégico para manter esse aluno na escola", comenta Pacheco.
Para o consultor da CNI Roberto Lobo, há risco de que a evasão continue, mesmo com o aumento no número de ingressantes. "Se as pessoas que entrarem continuarem com a péssima formação que temos atualmente nas matérias de cálculo, só teremos um aumento na taxa de evasão nos próximos anos", considera.
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COLUNA MERCADO ABERTO
Estados pedem abertura do setor aéreo a estrangeiros
Secretários estaduais de turismo querem a abertura do setor aéreo para empresas estrangeiras, como forma de ampliar a concorrência.
Essa é uma das demandas que constam em carta destinada ao ministro Moreira Franco, da Secretaria da Aviação Civil da Presidência.
O documento é assinado por Ronald Ázaro, presidente do fórum nacional que reúne os dirigentes e secretário do Turismo do Rio. O texto foi aprovado em assembleia com representantes de 13 Estados.
O grupo diz que a redução na oferta de voos e o aumento nos preços das passagens afetam o turismo no país.
"Não estamos só criticando, apresentamos propostas para ajudar a achar um caminho. A política de céus abertos é polêmica, mas é para ser debatida", afirma Ázaro.
"Temos de resguardar as companhias nacionais, mas sem penalizar o turismo", diz Oreni Braga, presidente da estatal do setor no Amazonas.
Os secretários também querem que o governo proíba o cancelamento unilateral, por parte das empresas, de rotas aéreas em operação.
"Quando a empresa deixa de operar em uma linha, afeta toda a cadeia do turismo", diz Domingos Leonelli, responsável pela pasta na Bahia.
Entre os outros pleitos estão a criação de programas de incentivo a voos fretados e a viagens de passageiros com mais de 65 anos de idade durante a baixa estação.
A Abear (associação das aéreas) afirma que o documento feito pelos secretários cria um canal de negociação entre o setor e os governos.
A entidade diz, porém, que, para ampliar a competitividade, o melhor não é trazer companhias estrangeiras.
O foco deve ser a redução de encargos, como o ICMS sobre o combustível, que em alguns Estados chega a 25%.
"A carta abre a possibilidade de criação de um pacto, porque há demandas das duas partes. Cada um desses secretários pode atuar para rever o ICMS no seu Estado", diz Eduardo Sanovicz, presidente da associação.
O secretário-executivo da Secretaria da Aviação Civil da Presidência, Guilherme Ramalho, informou que o documento está em análise.
"Muitas das reivindicações que foram feitas dizem respeito ao diálogo entre os secretários e as empresas."
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Avião de pequeno porte cai ao lado da rodovia Anhanguera em Jundiaí
Bombeiros confirmaram que quatro pessoas a bordo da aeronave morreram. Testemunhas disseram que viram fumaça saindo de um dos motores.
Bombeiros apagam as chamas do avião que caiu em Jundiaí (Foto: Rafael Fachim/TV Tem)
Um avião de pequeno porte com quatro pessoas a bordo caiu no início da tarde deste sábado (3) ao lado da rodovia Anhanguera, em Jundiaí (SP), na altura do km 61.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, dois homens - incluindo o piloto - e duas mulheres morreram carbonizados. Os nomes das vítimas foram divulgados pela polícia no fim da tarde de sábado: o empresário dono de um frigorífico Arnaldo Soares dos Santos Neto (50) que viajava acompanhado pela mulher Kênia Maria Tubertini dos Santos (49) e pelos filhos Ana Luisa Tubertini dos Santos (19) e Arnaldo Soares dos Santos Junior (13). A família morava em São Paulo.
Viaturas dos Bombeiros e da concessionária que administra a rodovia estiveram no local do acidente. A aeronave, que ficou totalmente destruída, não atingiu nenhum imóvel. O bimotor modelo Beech Baron decolou no fim da manhã do Aeroporto Estadual Comandante Rolim Adolfo Amaro, que fica no bairro Casa Branca, em Jundiaí.
Testemunhas disseram que viram fumaça saindo de um dos motores do avião. A aeronave teria decolado, feito um contorno e, em seguida, perdeu altitude e caiu bem próximo ao trevo da Anhanguera com a Dom Gabriel Paulino Bueno Couto. Técnicos da Aeronáutica também estiveram no local para perícia; a aeronave prefixo LKG estava indo para Batayporã (MS).
De acordo com informações da concessionária, o tráfego está normal no sistema Anhanguera-Bandeirantes; não há interdição da rodovia Anhanguera e o acesso da Rodovia Dom Gabriel está liberado.
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Fuzileiro é punido pela Marinha por invasão ao Itamaraty durante protesto
Um fuzileiro naval foi punido pela Marinha por ter participado da manifestação na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, no último dia 20 de junho, que terminou com a invasão ao Palácio do Itamaraty.
Na ocasião, um grupo chegou a invadir prédio, quebrou vidros, esquadrias, um abajur e o tampo de uma mesa foram danificados e pichou vidros e a porta de uma garagem do palácio.
O vídeo mostra o fuzileiro entrando no palácio e se identificando. Ele deita no chão cercado por policiais militares. Em seguida, o militar se levanta, apresenta documentos aos PMs e é conduzido para fora do prédio.
Por nota, a Marinha informou que o fuzileiro cometeu uma contravenção disciplinar, pois o o estatuto dos militares não permite a participação de integrantes das Forças Armadas, da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros em “manifestações coletivas de caráter reivindicatório ou político”.
A Marinha não informou qual a penalidade aplicada ao fuzileiro. Casos de contravenção disciplinar podem ser punidas com repreensão, advertência ou prisão administrativa, sem efeito criminal.
Novos indiciados
Nesta sexta-feira (2), a Polícia Federal confirmou que foram indiciados duas pessoas por dano contra o patrimônio público, pelos atos de vandalismo contra o Itamaraty, durante as manifestações ocorridas em junho. Caso sejam condenados, eles podem pegar pena de três anos de prisão e multa.
Outras duas pessoas foram ouvidas pela corporação sobre o mesmo caso, mas não há provas de participação deles na depredação do palácio. A PF afirmou que deve ouvir outros três envolvidos no ato de vandalismo e que aguarda relatório da Polícia Civil para a próxima semana.
Vandalismo
Parte dos integrantes da manifestação que, segundo a Polícia Militar, reuniu entre 35 mil e 40 mil pessoas no dia 20 de junho em frente ao Congresso Nacional se dirigiu ao Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores, e tentou invadir o prédio.
Eles ocuparam as rampas do Itamaraty, lançaram objetos contra a fachada de vidro do palácio, fizeram fogueiras e pressionaram para entrar. Policiais que estavam no interior do prédio saíram pelas duas rampas usando extintores de incêndio e spray de pimenta para obrigar o grupo a recuar.
Alguns manifestantes chegaram a invadir o palácio, mas foram repelidos. Outros entraram no espelho dágua e subiram na escultura "Meteoro", que fica em frente ao Itamaraty, na Esplanada dos Ministérios. Alguns usaram a escultura como "trampolim" para se atirar no espelho dágua.
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Primeiro drone militar do Brasil deve começar a voar em 2014
Aeronave é produzida por empresas brasileiras, com recursos da Finep e apoio do Ministério da Defesa. Foram investidos cerca 100 milhões de reais no projeto, que deve receber aporte de mais 300 milhões entre 2014 e 2016
De DW - Deutsche Welle
O Falcão, primeiro veículo aéreo não tripulado (Vant) para uso militar do Brasil, deve realizar seu primeiro voo de teste de qualificação já em 2014. A aeronave possui cerca de 800 quilos e é desenvolvida para o uso das Forças Armadas do Brasil, em missões de reconhecimento, aquisição de alvos, apoio a direção de tiro, avaliação de danos e vigilância terrestre e marítima.
O Vant, também conhecido como drone, possui autonomia de 16 horas e pode carregar cerca de 150 quilos de equipamentos. Produzida com fibra de carbono, a plataforma da aeronave pode transportar mais combustível e equipamentos do que outros aviões não tripulados da mesma categoria. A maior parte da estrutura do drone é desenvolvida com tecnologia brasileira, como sistemas de navegação e controle, eletrônica de bordo e a plataforma do avião. Já sensores e câmeras ainda precisam ser adquiridos de outros países.
O primeiro protótipo do Falcão já foi concluído e está em fase de adequação para voos experimentais. A aeronave foi desenvolvida pela Avibras e agora integra o portfólio de produtos da Harpia, uma empresa formada pela sociedade entre Embraer Defesa e Segurança, que detém 51% das ações, Avibras e Ael Sistemas, subsidiária da israelense Elbit Systems.
De acordo com o coordenador do projeto na Avibras, Renato Bastos Tovar, o Falcão está sendo adaptado para atender às exigências apresentadas pelas Forças Armadas, divulgadas em julho no Diário Oficial da União. A expectativa dos executores é de que seja possível firmar um contrato para desenvolver dois protótipos até 2016. Os próximos passos são exportar o drone para outros países e adaptá-lo para uso na área urbana, o que ainda não é permitido no Brasil.
"O Falcão está no mesmo nível tecnológico dos Vants similares estrangeiros. Em termos gerais, o Brasil está muito bem posicionado em nível mundial em tecnologia aeronáutica", explica o engenheiro aeronáutico Flávio Araripe dOliveira, coordenador do projeto Vant no Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial do Instituto de Aeronáutica e Espaço (DCTA/IAE), que atua no projeto de desenvolvimento do sistema de controle de navegação do drone.
Sistema de navegação é ensaiado no Vant Acauã
O desenvolvimento do sistema de navegação do Falcão utiliza como plataforma de ensaio outro drone nacional, o Acauã. Com 150 quilos, ele começou a ser desenvolvido na década de 1980, quando foram produzidos quatro protótipos. A pesquisa parou por falta de verba e foi retomada em 2005, com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e apoio do Ministério da Defesa. "Já foram feitos 59 voos com sucesso. Atualmente, ele precisa de um piloto externo para pouso e decolagem. Estamos desenvolvendo um sistema para que estes procedimentos sejam automatizados", explica dOliveira.
O desenvolvimento do sistema de navegação do Falcão utiliza como plataforma de ensaio outro drone nacional, o Acauã. Com 150 quilos, ele começou a ser desenvolvido na década de 1980, quando foram produzidos quatro protótipos. A pesquisa parou por falta de verba e foi retomada em 2005, com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e apoio do Ministério da Defesa. "Já foram feitos 59 voos com sucesso. Atualmente, ele precisa de um piloto externo para pouso e decolagem. Estamos desenvolvendo um sistema para que estes procedimentos sejam automatizados", explica dOliveira.
Desde 2010, o Brasil possui drones israelenses, adquiridos pela Polícia Federal e Força Aérea Brasileira (FAB). Os equipamentos auxiliam em operações de proteção de fronteiras, grandes eventos, como a Copa das Confederações, e outras ações de segurança e monitoramento. "Os fuzileiros navais também já estão usando um drone menor, fabricado por uma empresa brasileira. Outra companhia tem uma proposta para o Exército. Estes equipamentos são muito úteis para dar apoio aos soldados", comenta dOliveira, que destaca a importância destes projetos para independência tecnológica do Brasil.
Entraves da falta de regulamentação
A indústria brasileira de desenvolvimento de drones ainda é formada por empresas de pequeno porte, que produzem equipamentos com até 25 quilos. Existem 12 fabricantes no país, das quais apenas uma é considerada de grande porte, por desenvolver equipamentos maiores.
A indústria brasileira de desenvolvimento de drones ainda é formada por empresas de pequeno porte, que produzem equipamentos com até 25 quilos. Existem 12 fabricantes no país, das quais apenas uma é considerada de grande porte, por desenvolver equipamentos maiores.
Para a Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (Abimde), o principal entrave para o mercado dos drones é a falta de regulamentação do setor. Hoje não existe no Brasil uma norma que regule os padrões de produção e de circulação aérea destes equipamentos. Esta situação gera insegurança na cadeia produtiva, diz o presidente do comitê de Vants da Abimde, Antônio Castro. "Existem empresas que desenvolvem tecnologias equiparáveis às de outros países e têm capacidade de fornecer Vants para diversos setores, mas a falta de regulamentação ainda impede a comercialização adequada destes equipamentos."
No Brasil, apenas três drones civis já receberam certificados de autorização de voo experimental da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Estas aeronaves podem circular apenas em áreas pouco povoadas e não é permitida operação visando lucro. Para solicitações de uso comercial, a Anac informou que é feita análise individual de cada caso. Mesmo assim, os voos devem ocorrer em áreas restritas, com data, horário e itinerário definidos, e longe do espaço aéreo comum onde outros aviões circulam. A regra vale para drones de todos os portes.
De acordo com dados da FAB, de janeiro de 2012 a julho de 2013 foram feitas 90 solicitações de uso do espaço aéreo brasileiro por drones nacionais. Destes, 52 foram autorizados e oito continuam em análise. Não há informações sobre o número total de drones que trafegam no espaço aéreo brasileiro, mas representantes da indústria e dos órgãos de segurança reconhecem que há equipamentos voando sem autorização.
Em nota oficial, a Anac informou que espera publicar uma regulamentação para o uso civil destas aeronaves até 2014. Uma normativa do Departamento de Controle do Espaço Aéreo determina que elas só podem circular em uma área chamada de espaço aéreo segregado, onde não há circulação de qualquer outro tipo de aeronave. A FAB justifica esta decisão pela ausência de um piloto a bordo e pela impossibilidade dos drones cumprirem uma série de requisitos previstos nas legislações aeronáuticas, em especial, as relacionadas à capacidade de detectar e evitar acidentes.
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