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NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 19/07/2013




Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.



Aviação civil: Cresce número de passageiros em junho

A demanda de passageiros por voos domésticos subiu 2,8% em junho, antes mesmo período de 2012, na segunda alta seguida, de acordo com a Agência Nacional de aviação Civil (Anac).
No semestre, a demanda subiu 0,09%, também na comparação anual. Na contramão, a oferta de assentos pelas companhias teve a décima queda seguida em junho, recuando 2,88%. Reuters


Câmara e Senado não vão usar jatos da FAB

KARLA CORREIA

A sombra das denúncias sobre o uso irregular de aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) e a necessidade de uma agenda positiva fizeram o Legislativo pensar duas vezes antes de fretar aeronaves para levar comitivas de parlamentares para receber o papa Francisco na abertura da Jornada Mundial da Juventude, na próxima semana. Na Câmara, o grupo de cerca de 30 deputados que acompanhará o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), na recepção ao pontífice, no Rio de Janeiro, deverá viajar em aviões de carreira e custear as passagens com seus próprios recursos. A comitiva só se reunirá no Rio, para a cerimônia de chegada do papa.
Depois de utilizar uma aeronave da FAB para comparecer ao casamento da filha do líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), em 15 de junho, em Trancoso (BA), o presidente do Senado, Renan Calhei-ros (PMDB-AL), revogou a autorização que ele próprio havia dado para o envio de uma comitiva de 10 senadores para a recepção ao papa. Como viajariam em missão oficial, os senadores teriam direito a passagens fora da cota de exercício parlamentar e diárias de R$ 581. No início do mês, o senador chegou a dizer que não ressarciria os cofres públicos pelo uso da aeronave oficial para ir a um compromisso particular, mas mudou de ideia. Hoje, defende a divulgação de informações sobre voos de autoridades em aviões da FAB. De acordo com a assessoria de imprensa do Senado, não haverá uma comitiva oficial de parlamentares na solenidade de boas-vindas do papa nem mesmo com passagens custeadas pelos próprios congressistas.
A presidente Dilma Rousseff, contudo, vai ao Rio de Janeiro acompanhada por um grupo de ministros e assessores, além do vice Michel Temer. Por se tratar da visita de um chefe de Estado, o ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota, deverá integrar a comitiva da presidente, bem como o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e o assessor da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia. Até ontem, o Palácio do Planalto não havia fechado o séquito da presidente.

Sem rédeas, aeroporto contraria lei da aviação

INFRAESTRUTURA/Segundo especialistas ouvidos pelo Correio, empreendimentos como o Aeródromo Botelho não poderiam ter lucro com a exploração econômica da atividade, além de constituírem perigo para aeronaves e passageiros. MP apura irregularidades

A exploração comercial de um amplo aeródromo privado no Distrito Federal evidenca o crescente risco de negócios informais tentarem atender lacunas de infraestrutura. Essas iniciativas, além de serem ilegais, escapam do planejamento e ainda podem representar riscos à segurança de aeronaves e passageiros, além de perdas fiscais. Com um ousado plano de expansão em curso, o aeródromo de São Sebastião representa uma concorrência direta para o terceiro maior aeroporto do país em movimentação de passageiros, o JuscelinoKubitschek.
Para especialistas ouvidos pelo Correio, o caso do terminal improvisado com 65 hangares em área rural é uma agressão ao Código Brasileiro de Aeronáutica (CBA), de 1986.0 conjunto de regras proíbe atividades comerciais em aeródromos privados, como é o caso do Aeródromo Botelho. Esses locais "só poderão ser utilizados com permissão de seu proprietário, vedada a exploração comercial" e "nenhum aeródromo poderá ser construído sem prévia autorização da autoridade aeronáutica", escancara a lei.
Segundo um importante especialista em aviação civil, o dono de um aeródromo privado pode autorizar o pouso de aviões em sua propriedade, desde que não haja uma exploração comercial do local. No aeródromo de São Sebastião, houve comercialização de áreas para instalação de hangares, como o próprio dono do empreendimento, José Ramos Botelho. Cada pedaço de terra foi vendido por até R$ 100 mil.
O advogado Fernando Marcondes, um dos maiores especialistas do país em concessões de infraestrutura, não tem dúvidas de que é temerária a implantação de um aeroporto como o de São Sebastião, sem as devidas homologações e autorizações. "Chamar aquele espaço de aeródromo é, a essa altura, um eufemismo" ressaltou. Mesmo que não se afaste da sua função original e exclusiva, "os aeródromos privados devem ser construídos, mantidos e operados por seus proprietários, obedecidos as instruções, as normas e os planos da autoridade aeronáutica".
Segundo ele, há regras de segurança, para dizer o mínimo, que devem ser seguidas e fiscalizadas em casos de montagem de um serviço aeroportuário. "Também existem questões fiscais, técnicas, jurídicas, entre tantos outros procedimentos que garantiriam uma implantação regular e segura, e que teriam sido totalmente ignoradas no caso revelado pelo Correio", completou.
Ronaldo Lamarão, advogado especializado em licitações públicas, frisou que o caso de São Sebastião figura como um clássico desvio de autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Os limites desrespeitados representam uma invasão desleal sobre negócios explorados pelo poder público, no caso dos terminais da estatal federal, a Infraero, e privados, como os concedidos recentemente à iniciativa privada. "Certamente, o aeródroitio cobra bem menos pelos serviços legalmente constituídos, de agentes que pagam pelas concessões do Estado", sublinhou.
Marcondes avalia ainda que o fenômeno do rápido desenvolvimento da iniciativa demonstra com clareza a enorme carência de serviços regulares voltados à aviação civil na capital do Brasil. Neste sentido, defende uma solução al-
ternativa para enfrentar o problema do empreendimento irregular, dentro do arcabouço legal vigenté.
"Essa situação é o caso de as autoridades competentes agirem no sentido de apurar as irregularidades, mas também conceder prazo para que tudo seja regularizado, a fim de dar oportunidade para que a demanda seja atendida", argumenta. "Esse gesto me parece mais positivo do que simplesmente fechar o aeroporto, e certamente mais correto do que simplesmente deixar as coisas como estão."
O problema de São Sebastião, no entanto, é também fundiário. A fazenda foi construída numa área pública arrendada exclusivamente para atividade rural.
Fragilidade
"O surgimento espontâneo de um aeroporto do B para Brasília, com estruturas acrescidas ao longo de meses, revela a fragilidade dos órgãos de fiscalização", reclama um militar reformado da Força Aérea Brasileira (FAB), que exerceu papel de destaque na política nacional de controle do espaço aéreo. Pedindo anonimato, ele lembra que o Código Brasileiro de Aeronáutica determina que pousos e decolagens sejam executados, conforme "procedimentos estabelecidos, visando à segurança do tráfego, das instalações aeroportuárias e vizinhas, bem como a segurança e bem-estar da população que, de alguma forma, possa ser atingida pelas operações"
Ronaldo Lamarão, advogado especializado em licitações públicas, frisou que o caso de São Sebastião figura como um clássico desvio de autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Os limites desrespeitados representam uma invasão desleal sobre negócios explorados pelo poder público, no caso dos terminais da estatal federal, a Infraero, e privados, como os concedidos recentemente à iniciativa privada. “Certamente, o aeródroitio cobra bem menos pelos serviços legalmente constituídos, de agentes que pagam pelas concessões do Estado”, sublinhou.
Competência
Atualmente, existem 720 aeródromos civis públicos homologados no Brasil. A Constituição estabelece, em seu artigo 21, que compete à União a exploração da infraestrutura aeroportuária, sendo que esses ativos se eqüivalem a bens públicos federais, enquanto mantida a sua destinação específica.
O código aeronáutico prevê a possibilidade de que a construção, administração e exploração aeroportuária sejam tocadas não apenas pela União, mas também por empresas privadas e mediante convênio com estados ou municípios (aeródromos delegados).
Curiosamente, o governo publicou, no começo deste mês, o seu Plano Geral de Outorgas, documento que estabelece as diretrizes e os modelos para a exploração de aeródromos civis públicos, preparando o país para executar um ambicioso programa de aviação regional.
Entenda o caso
Desvio de destinação
Na última terça-feira, reportagem do Correio come-Çou a contar a história do Aeródromo Botelho, construído em uma fazenda às margens da BR-251, próximo a São Sebastião. Passando por uma estrada de terra e uma porteira rústica de arame, 65 modernos hangares estão erguidos à beira de uma pista para pousos e decolagens.
Nos galpões, estão guardados 105 aviões.
O terminal é o segundo maior do Distrito Federal e mais prédios estão sendo construídos para conter a enorme demanda, e até mesmo aviões de órgãos públicos usam o local. A pista do aeroporto privado tem 1.750 metros, quase o equivalente ao espaço para pousos e decola-gens de Congonhas, em São Paulo. Empresários, políticos efãs de aviação dividem o espaço, que tem 1 mil hectares.
O aeródromo saiu do papel em apenas dois anos cercado de irregularidades, principalmente por estar situadô área pública e rural, idealizada para servir como um cinturão verde do quadrilátero da capital Nenhum órgão do GDF fiscalizou a área desde que começaram as obras. A Administração de São Sebastião e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) concede-ram autorização para operações na pista do aeródromo, mas não há alvará para as garagens destinadas a aeronaves. Aliás, o próprio documento da Anac está próximo de vencer: foi emitido em setembro de2010etem três anos de validade.

Exército barrará mascarados em missa do papa

Os violentos protestos em Ipanema e no Leblon, na noite de quarta-feira, aterrorizaram o Rio e levaram o governo a montar o maior esquema de segurança já visto no país para um evento específico. Nada menos que 17 mil homens vão atuar na proteção a Francisco. A principal preocupação é com o desfile em carro aberto que ele fará em Copacabana, na Zona Sul, e em Guaratiba, na Zona Oeste, onde será celebrada uma grande missa. Autoridades brasileiras tentam negociar mudanças no roteiro do papa, que chega ao país na segunda-feira. Oficialmente, o Vaticano informou estar ciente dos distúrbios sociais no Brasil, mas disse não acreditar em hostilidade contra o líder católico.
Alerta máximo com a segurança do papa
A NOVA CARA DO BRASIL / Após os protestos de quarta-feira, autoridades escalam 17 mil homens, o maior efetivo em um evento único no país, para atuar na visita de Francisco ao Rio. Manifestantes mascarados serão proibidos
Os protestos violentos em Ipanema e no Leblon na noite de quarta-feira no Rio de Janeiro acenderam o sinal de alerta entre as autoridades brasileiras em relação à visita do papa Francisco ao Brasil na próxima segunda-feira. A preocupação principal é quanto à segurança do pontífice, que vai desfilar em carro aberto próximo aos fiéis pela orla de Copacabana, na Zona Sul, e em Guarati-ba, bairro da Zona Oeste onde também será celebrada uma grande missa. O Vaticano informou oficialmente que tem conhecimento do atual momento de turbulência social no Brasil, mas crê que as manifestações não são contra a igreja ou o papa. O governo ainda tenta negociar possíveis alterações na programação e em trajetos para evitar qualquer transtorno ao líder da Igreja Católica. Mais de 1,5 milhão de pessoas são esperadas na próxima semana na capital fluminense. O efetivo de segurança deverá ser de 17 mil homens — o maior da história para um evento único no país, já que na final da Copa das Confederações foram 10 mil policiais. Pelo menos quatro protestos estão marcados nas redes sociais para ocorrerem durante esse período.
Os integrantes da equipe de segurança do Brasil acreditam que a blindagem do veículo é segura não apenas para, eventualmente, evitar qualquer dano com disparo de arma de fogo mas também impedir que objetos menores possam ser arremessados, como garrafas. Quem trabalha com grandes eventos afirma categoricamente que é impossível garantir 100% de segurança a Francisco, mas que os riscos poderiam ser minimizados caso o papamóvel escolhido tivesse blindagem nos vidros.
A avaliação de integrantes da alta cúpula de segurança do governo federal ouvidos pelo Correio é de que pessoas que gostam de aparecer em eventos públicos podem aproveitar a oportunidade. Como os deslocamentos irão durar um tempo considerável — o período não pode ser exatamente calculado porque não se sabe como será a reação do papa no trajeto —, as autoridades do país demonstram preocupação, mas respeitam a decisão do Vaticano de não utilizar blindados. Francisco e sua comitiva ficarão hospedados na Residência do Sumaré, onde João Paulo II esteve em duas oportunidades.
Os padres brasileiros sabem dos riscos das áreas onde o pontífice vai passar no Rio de Janeiro. Mas a avaliação é de que Francisco tem de estar onde o povo mais precisa—apesar dos apelos da área de segurança feitos aos líderes religiosos. Ontem, o cardeal dom Odilo Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, disse que as recentes manifestações ocorridas no Brasil não são contrárias à Jornada Mundial da Juventude, mas não descartou a hipótese de protestos contra a igreja "Que possa haver alguma manifestação contra a igreja é possível, é possível", admitiu.
O secretário de segurança Pública, José Mariano Beltrame, afirmou que o Rio está preparado para receber a visita de Francisco. Ele reconheceu que a definição da agenda do pontífice depende de negociações èntre o Vaticano e o governo federal, e não comentou a possibilidade de alteração de compromissos. A cúpula de segurança do governo estadual avalia que o pacto firmado com representantes da Ordem dos Advogados do Brasil, Defensoria Pública e ONGs, como a Anistia Internacional, que tinha como objetivo evitar o uso de gás lacrimogêneo por parte da PM, "não deu certo". A estratégia será repensada para diminuir a ação de vândalos.
Para reduzir os riscos durante a passagem do papa, o coordenador de Defesa de Area, general do Exército José Alberto da Costa Abreu, explicou que não será permitida a entrada de manifestantes mascarados e com objetos que possam colocar em risco a integridade dos fiéis no Campus Fidei, em Guaratiba, na Zona Norte do Rio. Apenas os peregrinos que estiverem na área mais próxima ao palco serão revistados, com a existência de barreiras num raio de 4km do local. O Palácio Guanabara, sede do governo do Rio, onde será realizada a cerimônia de boas-vindas ao pontífice, ficará isolado.
Surpresa
A dispensa do papamóvel blindado pegou a Secretaria Extraordinária de segurança para Grandes Eventos (Sesge) de surpresa e obrigou os órgãos brasileiros a elaborarem um plano B para garantir a segurança do papa na visita ao Brasil. Segundo a assessoria da Sesge — unidade criada pelo Ministério da Justiça—, o contingente especificamente para o evento será de 10 mil agentes, excluindo Exército, Marinha e Aeronáutica. Em Guaratiba, a situação se inverte. A coordenação está com o Ministério da Defesa, com 7 mil militares e apoio demais 2 mil agentes de segurança. O que terá que ser alterado, caso o Vaticano mantenha a escolha de um veículo aberto para permitir uma maior aproximação dos fiéis com o pontífice, é a estratégia. Na prática, haverá um aumento do policiamento mais próximo ao chefe de Estado do Vaticano, ao redor da célula de segurança particular do papa Francisco, formada por agentes da PF e policiais rodoviários federais. O pontífice também contará com a proteção de uma pequena equipe da Gendarmeria, a Guarda do Vaticano.
Militares em torres de observação

JULIANA COLARES

Na última edição da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em 2011, em Madri, o centro de coordenação de segurança espanhol contou com 10 mil agentes da Polícia Nacional, Municipal e da Guarda Civil. No centro da cidade, o tráfego aéreo foi reduzido. Ficou restrito à aviação comercial e a voos de emergência. Desta vez, 10 mil agentes foram destacados para garantir a segurança do papa e dos peregrinos em todo o evento, mais os 7 mil militares que ficarão em Guaratiba. O efetivo poderá ser usado como força policial. No bairro, os cidadãos serão revistados por militares. Na área de maior concentração, haverá 94 torres de observação.
Na capital espanhola, o papa Bento XVI teve que interromper a leitura do discurso aos fiéis, devido a uma tormenta de verão. No Brasil, a grande preocupação é com as manifestações. Ontem, a Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos anunciou que a polícia usará de "força progressiva" para garantir que ajoma-da transcorra normalmente. O contingente de segurança contará com ajuda da tecnologia. Haverá dois Centros Integrados de Comando e Controle móveis com 16 pessoas, cada um, que farão a análise das imagens captadas por câmeras de segurança e de trânsito, por exemplo. Uma plataforma de observação com um mastro que chega a 20m de altura, no alto do qual foi instalada uma câmera de ita resolução que capta imagens em 360°, também será usada no monitoramento.
Cerca de 700 policiais federais foram destacados especificamente para garantir a segurança do papa. Quarenta vão compor a célula mais próxima ao pontífice, incluindo quatro homens apelidados de "sombras". Um deles poderá seguir dentro do papamóvel. Duzentos policiais federais farão a segurança da residência, onde o chefe do Vaticano ficará hospedado, na residência do Sumaré, no Rio.


Mutirão de aulas para bombeiros

Na tentativa de finalmente cumprir as regras estabelecidas pela Agência Nacional de aviação Civil (Anac), a Secretaria de aviação Civil (SAC) da Presidência da República vai fazer um mutirão, oferecendo treinamento a 1 mil bombeiros para atuarem nos aeroportos regionais de todo o país. Pela legislação, os operadores dos terminais tinham até 31 de dezembro de 2011 para dispor de proteção contra incêndio adequada ao contingente de passageiros embarcados, mas raros foram os que cumpriram à risca as determinações. Levantamento feito pela SAC mostra que 76% dos aeroportos regionais não têm o número mínimo de bombeiros exigido. Tanto é que no ano passado alguns terminais foram impedidos de operar voos regulares. Em Minas, São João del-Rei, Patos de Minas e Diamantina integram a lista.
Com as dificuldades para treinamento, a Anac deu prazo até dezembro para que os bombeiros sejam integrados às equipes. Os cursos oferecidos pela Secretaria de aviação Civil terão duração de nove semanas, sendo cinco destinadas a curso a distância e quatro para aula prática presencial, e podem suprir toda a demanda. Mas, para isso, o índice de reprovação deve ser baixo, caso contrário o déficit pode permanecer. “Fizemos um levantamento e constatamos que 76% dos aeroportos no país não dispõem de bombeiros ou dispõem em número insuficiente”, afirma a secretária nacional de Navegação Aérea Civil em exercício, Sônia Cristina Lopes Machado

Em Minas, 11 aeroportos serão beneficiados (Araxá, Diamantina, São João del-Rei, Patos de Minas, Varginha, Ipatinga, Goianá, Juiz de Fora, Governador Valadares, Paracatu e Caxambu) com a formação de 80 bombeiros. Além disso, oito deles (exceção para Goianá e Paracatu) receberão carros contra incêndio. Ao todo, serão 186 veículos distribuídos para todo o país, ao custo de R$ 266 milhões. O caso mais grave em Minas é do aeroporto de Varginha, segundo a secretária nacional de Navegação Aérea Civil em exercício. A unidade não dispõe de bombeiros. Para evitar que se repetisse na cidade o mesmo que ocorreu em outros aeroportos mineiros, a SAC antecipou o treinamento de 10 bombeiros.

A justificativa da SAC para a demora na formação de bombeiros é a dificuldade para preparação de pessoal e o alto custo. O curso é dirigido a profissionais formados nas funções de bombeiro urbano ou brigadista. Além disso, eles terão de permanecer no aeroporto, sem poder desempenhar atividades externas.
CONTRATO ASSINADO A Secretaria Estadual de Transportes e Obras Públicas (Setop-MG) assinou contrato com o grupo Aterpa M. Martins para construção do aeroporto de Itajubá, no Sul de Minas. Serão investidos R$ 79 milhões na implantação do terminal e em ações complementares, como o desvio de linhas de distribuição da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e desapropriações. A unidade terá estrutura para para pousos e decolagens de aeronaves com capacidade para até 48 passageiros, tendo foco na ampliação das atividades da Helibrás e sua rede de fornecedores. Pelo contrato, os serviços devem ser concluídos até o primeiro semestre de 2015.falsefalsetrueMutirão de aulas para bombeirosComo 76% dos terminais não têm equipe mínima na proteção contra incêndio, Secretaria de aviação Civillançará treinamento.


Bolívia utilizou cães farejadores para vistoriar avião da FAB

Agentes entraram em aeronave que levava deputados brasileiros em viagem oficial

Autoridades da Bolívia não só revistaram o bagageiro como usaram cães farejadores para vistoriar a cabine de pilotos e passageiros de um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) que pousou em Santa Cruz de La Sierra. O voo trazia do Brasil uma comitiva de deputados federais.
O incidente, mantido em sigilo, ocorreu em novembro de 2011, depois que o mesmo governo Evo Morales submetera a constrangimento dois outros voos da FAB --um deles do ministro da Defesa, Celso Amorim.
A diferença é que, na versão do ministro, a revista do seu avião foi apenas no bagageiro e sem a sua presença.
"Os camaradas botaram tudo para cima da gente, guardas, cachorros e periquitos, tudinho, para entrar no avião", disse o deputado Raul Lima (PSD-RR). Segundo ele, o tenente-coronel da FAB Marcelo Mendonça negociou com os agentes, em vão.
Os quatro parlamentares estavam em missão oficial, verificando a situação de estudantes brasileiros de medicina no país. "Já viu avião decolar de Brasília para a Bolívia carregando drogas? Não é o contrário?", indaga Lima.
A deputada Magda Mofatto (PTB-GO), confirma o episódio: "Ficamos ofendidos". Integravam a missão, ainda, Gladson Cameli (PP-AC) e Marcos Rogério (PDT-RO).


80 convidados Alves paga ‘jantar de trabalho’ de R$ 28 mil

Câmara contrata buffet para "reunião legislativa"

A presidência da Câmara dos Deputados gastou R$ 28,4 mil para bancar despesas de um jantar com 80 pessoas oferecido pelo presidente da Casa, Henrique Alves (PMDB), a seus colegas de bancada na última terça-feira, em Brasília. No cardápio, camarão, presunto parma e queijos finos. A informação foi revelada pela ONG Contas Abertas. Procurados pelo Estado, outros dois buffets de Brasília informaram que cobram para um evento semelhante menos da metade do valor gasto pela Câmara.
Segundo a assessoria de Alves, o evento se destinava a debater os trabalhos legislativos, o que justificaria o uso de recursos da Casa. Um orçamento teria sido feito e contratado o serviço mais barato. Estiveram presentes no jantar o vice-presidente Michel Temer e os ministros Garibaldi Alves (Previdência) e Antonio Andrade (Agricultura).
Os R$ 28,4 mil referem-se a locação de mesas, cadeiras, decoração e serviço de buffet. O valor é equivalente a um custo de R$ 355 por pessoa. As bebidas alcoólicas servidas não foram pagadas com recursos da Casa, ficando por conta de Alves.
A assessoria de Alves informou que foi o primeiro evento do gênero realizado em sua gestão e que outras bancadas devem ser recebidas após o recesso. A residência oficial tem equipe de cozinheiros, mas quando os eventos são maiores a opção é por contratar pessoal terceirizado. Recentemente, Alves envolveu-se em polêmica por dar carona a parentes em avião FAB. / Eduardo Bresciani e Ricardo Chapola


Anúncio do novo corte no Orçamento deve ocorrer na segunda-feira

Governo enfrenta dificuldades definir cortes e tenta sacrificar pouco os investimentos e programas sociais

BRASÍLIA - O anúncio do contingenciamento do Orçamento deste ano deve ficar para segunda-feira, último dia para envio ao Congresso do relatório bimestral de receitas e despesas. Ontem os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Miriam Belchior, estiveram reunidos com a presidente Dilma Rousseff para tentar definir o valor do corte. A reunião estava marcada para 16 horas e Mantega só voltou ao Ministério por volta das 20h30.
O governo enfrenta grandes dificuldades políticas para definir o corte no Orçamento. A ideia de contingenciar emendas de parlamentares foi combatida pela base governista. Além disso, há uma tentativa de sacrificar o menos possível os gastos com investimentos e para programas sociais.
O relatório trará uma reprogramação de receitas e despesas para 2013, considerando a evolução da arrecadação e a revisão para baixo da previsão de crescimento da economia de 3,5% para 3%. O ajuste nas contas do governo precisa ser feito para garantir a meta de superávit primário de 2,3% do PIB este ano.


Projetos para o setor superam em 4,4 vezes a verba disponível

Juan Garrido

A resposta positiva que o setor privado deu à primeira etapa do edital do plano Inova Aerodefesa ultrapassou as melhores expectativas. O programa foi lançado em abril pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) - agência brasileira de inovação - e a demanda contida nas cartas de manifestação de interesse de empresas de grande, médio e pequeno portes e de instituições de ciência e tecnologia (ICTs) superou em 4,4 vezes o valor da verba disponível no edital.
O plano visa favorecer projetos inovadores nos setores aeroespacial, defesa, segurança e materiais especiais aplicados a essas áreas, por meio da integração de instrumentos financeiros da Finep e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com apoio do Ministério da Defesa (MD) e da Agência Espacial Brasileira (AEB).
O edital contempla recursos de R$ 2,9 bilhões, dos quais R$ 2,4 bilhões serão oferecidos pela Finep e R$ 500 milhões pelo BNDES. "Pode eventualmente haver aumento da disponibilidade de recursos", diz Hudson Lima Mendonça, superintendente regional da Finep em São Paulo. Segundo ele, o MD e a AEB, podem exercer, por meio de seus orçamentos, a garantia de demanda para os equipamentos e serviços desenvolvidos no fim do processo.
"As propostas contidas nas cartas de manifestação de interesse totalizaram algo como R$ 13 bilhões", afirma Maurício Neves, superintendente da área industrial do BNDES. Ao todo, foram encaminhadas 285 cartas, das quais 90 de empresas líderes, 117 de empresas parceiras e 78 de ICTs.
Depois da análise desses documentos vem a etapa de distribuição dos planos de negócios, a partir da qual a demanda costuma ser submetida a um funil que reduz o valor inicial. "Mas é muito bom começar com esses R$ 13 bilhões para que se possa chegar a um valor talvez superior a R$ 3 ou R$ 4 bilhões no fim", diz Neves.
Segundo Mendonça, da Finep, o objetivo do Inova Aerodefesa é adensar a cadeia produtiva dos setores aeroespacial e defesa e reduzir a dependência tecnológica por meio do apoio ao desenvolvimento de produtos e processos do edital. "Esperamos fomentar parcerias entre empresas de diversos portes e instituições de ciência e tecnologia", diz. O programa integra o Plano Inova Empresa, lançado em março pelo governo federal para aumentar a competitividade do país em setores estratégicos.
O diretor-presidente da Novaer Craft - média empresa de aviação civil de São José dos Campos (SP) -, Graciliano Campos, lembra que a Finep já incentiva a inovação no desenvolvimento de produtos do setor, via programas de subvenção. "A diferença agora é que o Inova Aerodefesa complementa esse tipo de incentivo, permitindo que um produto inovador desenvolvido deixe a fase de protótipo e seja fabricado em série."
Campos informa que a Novaer está desenvolvendo um avião de aplicação dual, por meio de contrato de subvenção econômica à inovação com a Finep. Para o mercado militar o avião serve como treinador acrobático, e para o mercado civil como transporte monomotor de quatro lugares. A aeronave tem como inovação o fato de sua estrutura ser totalmente em fibra de carbono, algo ainda inédito em aviões não experimentais. "Por meio do novo plano, temos a oportunidade de obter recursos para concluir a certificação do produto, construir e equipar a fábrica que vai produzi-lo em série."
A seleção de planos de negócios do Inova Aerodefesa se destinará a cadeias produtivas ligadas a quatro áreas temáticas. No segmento aeroespacial estão empresas ligadas à propulsão espacial (motores e veículos), plataforma e satélites espaciais (de pequeno porte) e à indústria aeronáutica visando aeronaves mais eficientes. Na área de defesa, empresas de sensores remotos (equipamentos ou componentes) e sistemas de comando e controle. No segmento de segurança pública, sistemas de identificação biométrica, sistemas de informações (tais como o SIG, Sistemas de Informações Geográficas) e ainda diversos tipos de armas não letais. Na área de materiais especiais, empresas que inovem na produção de materiais para aplicações na indústria de defesa (fibras e carbono e compósitos), incluindo ligas metálicas.
William Respondovesk, chefe da área de indústrias aeroespaciais e de defesa da Finep, diz que a linha de crédito é o principal instrumento de financiamento do edital. "Essa linha oferece taxas fixas anuais de 2,5% até 5% ao ano, carência de até quatro anos e prazo total de até 12 anos para a devolução dos recursos." Ele explica que se trata de um recurso equalizado, que proporciona uma taxa de juros menor que a própria inflação.
Em adição ao crédito, é oferecida a subvenção econômica da Finep, recurso não reembolsável dirigido a empresas, utilizado para a aquisição de serviços tecnológicos de parceiras e também por ICTs. O recurso Cooperativo ICT/Empresa envolve a destinação de recursos não reembolsáveis para ICTs. "Por fim, o instrumento renda variável envolve a participação da Finep no capital de empresas que apresentem alto potencial de crescimento", diz Respondovesk.
Pelo BNDES, os instrumentos de financiamento são Finem, PSI, Proengenharia, Prosoft, Funtec e Renda Variável. "Agora o empreendedor diz qual a necessidade que ele tem, informa o valor, e nós oferecemos à sua empresa o que no nosso linguajar chama-se PSC [plano de suporte conjunto], pelo qual BNDES e Finep oferecem, de maneira conjugada, um pedaço de subvenção, outro de crédito ou renda variável", afirma Neves.
Segundo Mendonça, da Finep, as companhias participantes do edital do Inova Aerodefesa apresentam dois perfis: empresas líderes e parceiras. Para se candidatar como empresa líder se exige que o faturamento no ano de 2012 tenha sido de no mínimo R$ 16 milhões, ou que a empresa tenha apresentado patrimônio líquido de ao menos R$ 4 milhões no ano. "Nessa condição, a empresa é responsável pela gestão dos recursos e pode liderar um plano de negócios, que é a segunda etapa do edital."
Mendonça explica que as empresas parceiras precisam participar dos planos de negócios em conjunto com ao menos uma empresa líder. "Dessa forma toda a cadeia produtiva dos setores pode ser apoiada, na medida em que uma grande empresa pode convidar seus fornecedores de sistemas, equipamentos e tecnologia para participar do edital e receber recursos diretamente da Finep ou por meio das contratações realizadas pela empresa líder."
Na segunda-feira será divulgada a lista das empresas enquadradas pelo comitê de avaliação, que estarão aptas a apresentar os planos de negócios. Em 27 de agosto realiza-se em São Paulo o workshop. "É uma etapa superimportante, porque os projetos apresentados isoladamente podem ser otimizados à luz das parcerias que são estabelecidas durante esse encontro", diz Neves. Montadas as parcerias e finalizados os seus planos de negócios, a data limite para apresentá-los é 10 de outubro. Depois vem a análise dos planos. "E finalmente, a escolha dos planos prioritários, até 23 de dezembro."

Engenheiro troca a Embraer pela fabricação de drones

Nei Brasil, da Flight, que faturou R$ 6 milhões em 2012: "Neste ano vamos crescer ainda mais, só não sei ainda quanto"
Em 2005 o engenheiro gaúcho Nei Brasil havia concluído seu mestrado no Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), morava em São José dos Campos - onde se situa a prestigiada escola - e tinha uma oferta de emprego na Embraer, uma das maiores fabricantes de aviões do planeta, e cuja sede também fica nessa cidade do interior paulista. Tudo indicava que ele seguiria a tendência natural de quem se forma no ITA, ou seja, ingressar na Embraer. Mas não. Ele resolveu arriscar e junto com seu colega engenheiro Benedito Maciel abriu negócio próprio.
Deu certo. No ano passado a Flight Technologies, mesmo ainda novata, já era reconhecida pelo no mercado e chegava a um faturamento de R$ 6 milhões. Focada no desenvolvimento de sistemas aeronáuticos, a empresa foi o primeiro empreendimento apoiado pela incubadora de negócios do ITA. "Em 2013 vamos crescer ainda mais, só não sei ainda quanto", brinca.
Desde a sua criação, a Flight atuou para dar suporte ao desenvolvimento de sistemas robóticos em projetos do Ministério da Defesa. A partir de 2007 a companhia passou a praticar uma estratégia de negócios mais ampla e especializou-se na fabricação de veículos aéreos não tripulados (Vants) - também chamados de drones - e passou a atuar no desenvolvimento de equipamentos eletrônicos (aviônicos) integrados a esses aparelhos. Ainda em 2007 conquistou contratos com o Centro Tecnológico do Exército (CTEx) e com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
Na visão do empresário, o plano Inova Aerodefesa vai permitir consolidar as plataformas tecnológicas da Flight, o que deverá garantir o sua competitividade "nas próximas décadas". Ele diz que a empresa se manterá focada no seu negócio de Vants, ao mesmo tempo em que fortalece os sistemas de navegação e controle (SNC) para plataformas e armas. "Nessas linhas, teremos novos produtos e novas capacitações, o que também embasará diferentes spin-offs [cisão e transferência de tecnologia] para outros setores industriais."
No primeiro semestre de 2012, a Flight venceu uma licitação para desenvolver tecnologias avançadas de decolagem e pouso automáticos para a Aeronáutica, com contrato de R$ 1,3 milhão. Esse contrato está incluído num projeto mais abrangente da Aeronáutica, chamado de Sistema de Decolagem e Pouso Automáticos para Veículo Aéreo não Tripulado (DPA-Vant).
O projeto é gerenciado pelo Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), em São José dos Campos, e conta com o apoio do Ministério da Defesa. O desenvolvimento de um sistema de decolagem e pouso automáticos é uma nova fase do Projeto Vant, iniciado em 2005 pelo departamento aeroespacial. Nei Brasil explica que a Flight foi contratada para fazer toda a parte de inteligência do sistema, ou seja, as leis e algoritmos de controle da aeronave. "Esses são elementos essenciais para o sucesso da técnica de pouso e decolagem automáticos", explica.
O executivo da Flight conta também que a empresa está desenvolvendo e vendendo Vants junto com o Exército. "As Forças Armadas ainda estão engatinhando nessa área, mas a perspectiva futura é positiva", afirma. "Para o Exército desenvolvemos um Vant de 70 quilos para fazer vigilância de fronteira e de alvos como grandes hidrelétricas, e para ser utilizado junto com a artilharia em atividades de "busca de alvo e avaliação de danos", pela qual o Vant determina a posição dos alvos e observa como estão indo os tiros, para a posterior correção", diz, acrescentando - para dar uma base de comparação - que os menores Vants que a Flight fornece para as Forças Armadas têm 2,7 metros de envergadura e pesam 6 quilos.
"Os modelos pequenos são muito usados para fazer vigilância a curta distância, algo como 10 ou 15 quilômetros, principalmente nas fronteiras do país para fazer monitoramento de tráfico de drogas e contrabando", afirma Nei Brasil.
Ele informa ainda que o Exército pode utilizar os Vants para vigilância e monitoramento em grandes eventos. "Na Copa do Mundo de 2014 esses veículos podem dar apoio ao deslocamento de comboios, fazer segurança perimetral de grandes áreas - como alguns hotéis onde vão estar hospedadas as delegações internacionais - e também nas cercanias dos estádios, para dar suporte às operações de garantia da ordem quando houver grande concentração de público", exemplifica. (JG)

Ritmo de oferta e demanda de aéreas é o pior de 10 anos

João José Oliveira e Adriana Meyge

Pela primeira vez em dez anos, as aéreas brasileiras fecharam um semestre com retração de oferta enquanto a demanda teve a menor expansão desde 2003, ano em que o setor sofria com a desaceleração nos Estados Unidos ainda impactados pelos atentados de 11 de setembro de 2001, com a retração das viagens internacionais por causa da gripe aviária e com a intervenção militar no Iraque que encareceu o dólar e o petróleo.
Mas em 2013 a menor oferta é resultado da opção comercial das empresas líderes, que buscam lucratividade em detrimento do crescimento, mas em cenário adverso, de volatilidade cambial e atividade econômica claudicante. Para executivos do setor, a estagnação vai prevalecer ao longo deste ano, pelo menos.
Segundo dados divulgados ontem pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a oferta doméstica medida em assentos-quilômetros oferecidos (ASK) caiu 2,9% em junho ante mesmo mês de 2012, completando dez meses seguidos de retração. A demanda medida em passageiros-quilômetros pagos transportados (RPK) cresceu 2,80% na mesma base de comparação.
Com os dados de junho, a oferta acumulou no primeiro semestre queda de 5,8% ante mesmo período de 2012. A demanda estagnou - subiu apenas 0,09%.
"Os balanços falam por si", disse o principal executivo de uma das quatro maiores companhias aéreas do país. "Não vamos mais crescer por crescer. A sustentabilidade do setor depende da saúde financeira e de margens".
A TAM, líder no transporte doméstico com 40% do segmento, fechou o primeiro trimestre de 2013 com lucro líquido de US$ 42,7 milhões, cerca de metade dos US$ 83,7 milhões registrados em 2012, com dados consolidados das operações internacionais de Lan. A margem operacional foi de 3,4%. A Gol, dona de 38,3% do mercado doméstico, teve no primeiro trimestre prejuízo líquido de R$ 75,3 milhões e margem líquida negativa de 3,6%.
Essas empresas passaram a buscar margens por meio de maior taxa de ocupação das aeronaves, reduzindo oferta. Gol fechou junho com corte de 4,2% na oferta ante junho de 2012; TAM eliminou 11% da disponibilidade na mesma comparação. O que resultou em melhora da taxa média de ocupação de todo o setor, que subiu de 70% para 74%.
"Não há como ter margens sem taxas de ocupação ao redor de 80%", disse o executivo responsável pela estratégia comercial de uma das quatro maiores do país. "Ainda mais em uma ambiente de custos em elevação por causa do dólar".
É que o dólar indexa cerca de dois-terços das despesas operacionais das aéreas. Mais da metade desse impacto é gerado pelos custos de combustíveis, cujo preço é calculado a partir de equação que considera a cotação do petróleo - negociado em dólar.
A média do dólar no primeiro semestre deste ano superou em 9% a média apurada no mesmo período de 2012, saindo de R$ 1,866 para R$ 2,034. "Se o dólar for para R$ 2,40 o governo vai ter que dar algo em troca, ou em diminuição de impostos ou em redução do custo do combustível", disse o diretor financeiro de uma grande companhia do setor.
Cálculos da Associação Internacional do Transporte Aéreo (Iata) apontam que a querosene de aviação no Brasil custa 17% mais que a média do mercado internacional. A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) negocia com Brasília e com governos estaduais formas para redução de impostos.
Em 2003, as empresas aéreas transportavam 26 milhões de passageiros em território nacional, segundo a Anac. Este ano, até junho, 42,2 milhões de passagens foram vendidas, projetando mais de 84 milhões para 2013 - 25% mais que a quantidade de pessoas se deslocando entre cidades em trechos rodoviários.
"O recado para Brasília é esse", afirma o principal executivo de uma das maiores companhias do setor. "Não vai haver crescimento [de oferta] sem margens. O mercado vai estagnar se as condições de infraestrutura, de tributação e de combustíveis não mudar".
Esse executivo diz que o impacto do corte da oferta na percepção dos clientes tem sido amenizado pela economia desaquecida. As projeções de crescimento para 2013 apuradas por meio do Boletim Focus, do Banco Central, com economistas de cem instituições financeiras e consultorias, cederam de 3,5%, em janeiro, para 2,3% agora. "Isso limita o espaço para reajustes nas tarifas. Então, os ganhos de margem têm que vir de redução de custos mesmo", diz o dirigente da empresa aérea.
Segundo números da Iata, o Brasil se tornou em 2012 o terceiro maior mercado aéreo doméstico do mundo, ultrapassando o Japão, ficando atrás da China e dos Estados Unidos.

TCU libera obras do aeroporto de Goiânia

Daniel Rittner

Em uma decisão importante, o Tribunal de Contas da União (TCU) liberou a retomada das obras do novo aeroporto de Goiânia, que estão paradas há mais de seis anos. A Infraero foi autorizada a reativar um contrato com o consórcio responsável pelo empreendimento. Em abril de 2007, alegando "extrema" insegurança jurídica, o consórcio formado por Odebrecht e Via Engenharia acabou abandonando os canteiros.
Na ocasião, o TCU determinou a retenção dos pagamentos feitos pela Infraero, após ter encontrado 13 irregularidades nas obras - das quais 11 consideradas graves. Cerca de 33% dos serviços estavam executados. Há três meses, o Valor constatou que a estrutura do novo terminal de passageiros de Goiânia havia sido tomada pelo mato, enquanto se acumulava entulho nos antigos alojamentos dos operários.
A decisão do TCU permite à Infraero retomar o contrato com as duas empreiteiras. Para isso, a estatal ainda precisa negociar os termos da retomada, mas não existe mais nenhum obstáculo legal. A alternativa, rejeitada pelo do tribunal, era exigir uma nova licitação para o aeroporto.
O caso voltou ao plenário do TCU com uma novidade: agora a obra do aeroporto tem um projeto executivo de engenharia pronto. Com base no novo projeto, as duas construtoras fecharam um orçamento de R$ 251,8 milhões para concluir as obras do terminal. A unidade técnica do TCU calculou o valor das obras restantes em R$ 179,6 milhões e avaliou que esse orçamento demonstrava "uma inadequação".
O relator do processo no tribunal, ministro Raimundo Carreiro, pediu licença para "discordar dessa visão eminentemente técnica" e conclamou seus colegas do órgão de controle a adotar uma postura mais flexível com a retomada das obras. Ele cobrou "uma visão mais holística do empreendimento" e lembrou que "o pior cenário" é continuar com o atual aeroporto de Goiânia, já totalmente saturado e "motivo de vergonha" para a economia local.
De acordo com Carreiro, a situação poderia até ser resolvida com uma nova licitação. "No entanto, pendências de toda ordem permanecerão por anos e anos para serem resolvidas, novos custos, pendências judiciais e maiores prazos de execução serão requeridos", argumentou o ministro. "Certamente o empreendimento não chegará a bom termo, de forma otimista, antes de três ou quatro anos", acrescentou.
Diante disso, o TCU adotou uma solução inovadora, que abre precedente. O tribunal continuará investigando as irregularidades praticadas anteriormente e promete responsabilizar os gestores responsáveis, mas evitou entrar nos detalhes sobre o novo orçamento e permitiu a retomada do contrato. "Se aferrados ao passado e ao apego contábil, talvez pouco práticos nesse momento, iremos, se não perpetuar, com certeza alongar os prejuízos e as agruras pelas quais passa essa relevante parcela da população brasileira, que, é preciso que se diga, tem hoje como motivo de vergonha o aeródromo que possui", disse Carreiro.
Os ministros do tribunal atenderam ao apelo do relator e concordaram em retirar os obstáculos à continuidade do contrato.
O prazo para a execução das novas obras será revisto de 36 meses - prazo do contrato original - para 18 meses. Em vez de trabalhar com preços unitários, o regime de contratação agora será por empreitada global, no qual os valores são auditados em conjunto.
A Infraero deverá entrar em negociação com o consórcio construtor para a retomada efetiva das obras, mas não quis fazer nenhuma estimativa de prazo e disse que só se pronunciará quando o acórdão do TCU for publicado no "Diário Oficial da União".
O novo terminal em Goiânia terá capacidade para 5,1 milhões de passageiros por ano na primeira fase, aumentando para 7,1 milhões em uma segunda etapa. Hoje o aeroporto comporta 3,5 milhões de passageiros por ano, mas sem muito conforto: a última ampliação foi feita com um módulo operacional provisório, conhecido como "puxadinho".


Base Aérea homenageia Santos Dumont

Para comemorar o 140º aniversário de Alberto Santos Dumont, “Pai da Aviação” e “Patrono da Aeronáutica Brasileira”, o comandante da Base Aérea de Salvador, tenente coronel Aviador Adolfo Aleixo da Silva Júnior realiza uma solenidade militar alusiva a data, no Pátio de Autoridades da Base Aérea de Salvador, nesta sexta-feira (19), às 10h.
Santos-Dumont foi o primeiro aeronauta a alcançar, definitivamente, a dirigibilidade dos balões e a voar num aparelho mais pesado que o ar com propulsão própria. Ele era um rapaz provinciano, de estatura baixa e corpo franzino quando chegou a Paris, em 1892, prestes a iniciar seus estudos. Nove anos depois, transformou-se em modelo para os franceses, ganhou diversos prêmios, ultrapassou barreiras e limites impostos aos estrangeiros e construiu, na fantasia popular, a imagem de “Super-Homem”.
De comportamento inquieto e espírito obstinado, nunca desistiu de realizar seus projetos. Dos acidentes que sofreu, nenhum abalou sua determinação em conquistar os ares, vontade essa que se consolidou com o voo do 14 Bis e a conquista da Taça Archdeacon.
Influenciado por vários precursores, Santos-Dumont também influenciou os construtores que despontaram a partir de 1906, atraindo, ainda, a atenção do Exército para as possíveis aplicações dos artefatos aéreos. Embora tenha vivido numa época na qual surgiram as primeiras indústrias aeronáuticas, nunca se interessou em criar uma que Ihe pertencesse.
Da mesma forma, a partir de uma opção consciente e idealista, não patenteou seus inventos, colocando-os à disposição de quem quisesse construí-los e utilizá-los. Seus anseios e sonhos, seus hábitos e superstições formaram uma personalidade muito singular, que acabou por conduzir o rumo da sua própria vida. Foi no ano de 1910, que Santos-Dumont encerrou sua carreira na aviação com o “Demoiselle”, abrindo espaço para outros aviadores e construtores.
Já afastado da atividade aérea, presenciou a Primeira Guerra Mundial e decidiu retornar ao Brasil em 1915, onde passou os últimos anos de sua vida. Alberto Santos-Dumont é considerado o Pai da Aviação. A Lei 3636, de 22 de setembro de 1959, concedeu-lhe o posto honorífico de Marechal-do-Ar. Toda sua vida foi dedicada a aviação.

JORNAL O VALE - São José dos Campos

Xandu Alves

Por segurança, visita do papa pode incluir escala em São José
Expediente no DCTA é suspenso na expectativa de mudança no roteiro que prevê viagem de helicóptero até Aparecida
O avião do papa Francisco pode fazer uma escala no aeroporto de São José dos Campos antes de o pontífice ir rezar missa em Aparecida, na próxima quarta-feira, por questões de segurança.
Uma reunião no DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial), em São José, na segunda-feira, vai decidir se o pontífice irá desembarcar de avião na cidade, para depois ir de helicóptero até Aparecida.
O Vaticano havia informado inicialmente que o pontífice faria o trajeto entre o Rio e Aparecida de helicóptero, sem escalas.
Por conta da possibilidade de desembarque do avião do papa em São José, o expediente do DCTA foi suspenso pelo comando da Aeronáutica na próxima quarta-feira.

Roteiro. A informação oficial do Vaticano é que o papa venha em um voo comercial da Itália para o Rio de Janeiro e desembarque no aeroporto Antonio Carlos Jobim, na tarde da próxima segunda-feira.
Ele será recepcionado pela presidente Dilma Rousseff. No dia 23, o pontífice fica no Rio, sem agenda pública, e faz apenas atendimentos privados.
Na manhã do dia 24, a princípio, o papa iria do Rio para Aparecida de helicóptero.
O VALE apurou que esse roteiro pode mudar por questões de segurança, em razão de a viagem de avião ser mais rápida e com menos risco para o pontífice e sua comitiva, formada por 40 pessoas.
Se o Vaticano confirmar a mudança, o papa Francisco irá descer de avião no aeroporto de São José e tomar um helicóptero para Aparecida, voltando no final da tarde, quando embarcará de volta para o Rio.
O público não deve ter acesso ao papa em São José. Também não haverá expediente de trabalho no DCTA na próxima quarta-feira.
Ontem, O VALE tentou contato com lideranças religiosas do Vale, mas ninguém quis comentar a a possibilidade de mudança, em razão de não haver informação oficial sobre o roteiro definitivo. O reitor do Santuário Nacional, padre Domingos Sávio da Silva, disse que “todas as questões de segurança serão obedecidas, para que a visita do papa seja revestida de total tranquilidade”.
Na Basílica, segundo ele, o papa deverá desembarcar por volta das 9h30 de quarta-feira. Serão necessários três helicópteros para trazer o pontífice e toda a sua comitiva.
A expectativa do Santuário Nacional de Aparecida é de que a missa atraia cerca de 200 mil pessoas.
Protestos. A principal preocupação das equipes de segurança é com a realização de protestos violentos durante a visita do papa a Aparecida.
No Rio, segundo informações do governo federal, manifestantes serão impedidos de entrar nos locais onde o papa se dirigirá aos jovens, como na missa campal. Um bloqueio será feito pelas Forças Armadas.
Sobre possíveis manifestações no Santuário, o padre Domingos Sávio disse que “é o preço da democracia”. Mas ele prefere que os protestos não ocorram. “Gostaríamos que não acontecesse, para não macular a imagem de tranquilidade durante a visita”.

Exército cria aparato especial em Aparecida
São José dos Campos
A operação de segurança para a visita do papa Francisco a Aparecida, na próxima quarta-feira, contará com 2.000 militares do Exército Brasileiro, recrutados da área de abrangência da 12ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel), de Caçapava.
O efetivo ainda será reforçados de policiais militares e civis, agentes da Polícia Federal, homens dos bombeiros e das Forças Armadas, podendo chegar a cerca de 3.000 pessoas.
Segundo o comandante do Exército na região, general de brigada William Georges Felippe Abrahão, os militares usarão 220 viaturas e quatro helicópteros do Cavex (Comando de Aviação do Exército), de Taubaté. Um deles será equipado com o ‘Olho de Águia’, câmera que transmitirá imagens em tempo real.
Trata-se de uma operação de guerra, embora seja motivada por uma ação de paz. “Esperamos que todos tenham apenas o espírito de fé e que não haja nenhum problema na visita do papa, que é um evento muito importante para os católicos”, disse Abrahão.
Estradas. Na via Dutra, a Polícia Rodoviária Federal terá reforço em todos os acessos a Aparecida, que serão direcionados --ônibus e carros entrarão por acessos diferentes.
DUTRA
Obra é paralisada durante visita
A concessionária NovaDutra interrompeu ontem as obras de modernização do viaduto no km 67,2 da via Dutra, na pista sentido Rio de Janeiro, que fica na divisa entre Guaratinguetá e Aparecida. O tráfego, que fluía apenas pela faixa da esquerda, passou a ocupar as duas faixas de rolamento. As obras serão retomadas no final de julho.
APARECIDA
Quarto do papa passa por reforma
O quarto que o papa Francisco vai ocupar no Seminário Bom Jesus, em Aparecida, passa por uma reforma de manutenção. O cômodo é o mesmo usado pelo então papa Bento 16, quando esteve na região, em 2007. Francisco deve descansar no quarto, que tem uma cama, armário, banheiro e uma mesa. Tudo simples, de cores suaves e decoração ‘franciscana’.



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