NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 15/07/2013
Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.
Pressionado, governo faz primeiro desenho para corte de ministérios
Natureza Ney / Andréia Sadi
de Brasília
Com críticas ao inchaço da
administração federal vindas da oposição e, agora, do próprio PT, o
governo Dilma Rousseff começou a fazer simulações para enxugar o número
de ministérios. Hoje há 39 órgãos com esse status.
O desenho de uma Esplanada mais enxuta
vem de avaliações segundo as quais é preciso emitir um sinal de
austeridade fiscal, ainda que o impacto real nas contas públicas seja
pequeno.
Segundo a Folha apurou junto a
interlocutores da área econômica, há ao menos duas projeções para
desidratar o número de pastas. Os desenhos foram tabulados há duas
semanas.
A presidente Dilma Rousseff ainda não
decidiu se fará os cortes, mas diversos interlocutores defendem a ideia.
O próprio ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria dado conselhos
com esse objetivo, e muitos ministros apoiam essa iniciativa.
Cenário radical
No cenário considerado "radical", o
número de ministérios passaria dos atuais 39 para 25. Esse é
praticamente o número deixado pelo ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso, que chegou ao final de seu mandato com 26 pastas, incluindo
órgãos de assessoria do presidente.
Nessas simulações, às quais a Folha
teve acesso parcial, as secretarias de Aviação Civil e Portos, ambas
com status ministerial, seriam integradas aos Transportes.
Ou, em outro formato, os três
órgãos formariam uma nova pasta: o Ministério da Infraestrutura. A ideia
não é nova. Um órgão de mesmo nome foi criado na época do presidente
Fernando Collor de Mello (1990-1992).
Uma fusão semelhante ocorreria entre os
ministérios da Previdência Social e Trabalho. E a Secretaria da Pesca
voltaria ao guarda-chuva do Ministério da Agricultura.
Já no esboço de reforma tido como mais
"factível", o governo reduziria o número de pastas a 33. Nesse caso,
órgãos como a Advocacia-Geral da União e a Secretaria de Assuntos
Estratégicos perderiam seu status ministerial.
Riscos de corte
O problema é que um corte muito
grande azedaria ainda mais as relações políticas com seus aliados do
Congresso Nacional. Motivo: os ministérios são ocupados por políticos
para atender os partidos que compõem a coalizão dilmista. Uma equipe
mais magra implicaria menos apoio no Poder Legislativo.
Interlocutores da presidente acham
difícil que qualquer mudança seja feita agora, num momento em que o
governo sofre desgaste político. A alternativa mais forte é deixar o
eventual enxugamento para o ano eleitoral, sobretudo para neutralizar o
discurso do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que deve concorrer à
Presidência e tem criticado o inchaço do ministério.
Uma outra alternativa, mas com forte
resistência no PT, seria fundir as secretarias de Direitos Humanos,
Igualdade Racial e Mulheres, alocando-as sob o comando da
Secretaria-Geral da Presidência.
Essa saída, porém, é vista com bastante
desconfiança. Para um auxiliar presidencial ouvido pela Folha, é
"altamente improvável" que a primeira mulher a ocupar a Presidência da
República acabe justamente com a Secretaria de Mulheres.
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Renan Calheiros supera José Sarney no uso de jatos da FAB
Fernanda Odilla / Márcio Falcão / Renata Agostini
A
cúpula do Congresso Nacional fez 91 viagens nos primeiros seis meses
deste ano com aviões da FAB (Força Aérea Brasileira), média de um voo a
cada dois dias.
Segundo dados da Aeronáutica
obtidos pela Folha, quase um terço do total das viagens foi feito em
junho, mês marcado por manifestações em todo o país.
O presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), solicitou 27 voos desde que assumiu, em fevereiro, até junho.
Além de Alagoas, seu reduto político, foi ao Rio, São Paulo, Ceará e
Bahia. O antecessor de Renan, José Sarney (PMDB-AP), voou 18 vezes no
mesmo período de 2012.
A Presidência da Câmara solicitou 61 voos
até junho --47 pedidos pelo presidente, Henrique Eduardo Alves
(PMDB-RN), que teve Natal como um dos principais destinos. Nove pedidos
partiram do deputado André Vargas (PT-PR), que substituiu Alves em ao
menos três ocasiões.
As outras cinco viagens foram feitas em
janeiro pelo então presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), que voou 60
vezes de fevereiro a junho do ano passado.
Decreto em vigor estabelece que as
autoridades só podem usar as aeronaves oficiais em casos de segurança e
emergência médica, viagens a serviço ou deslocamentos para seus locais
de residência permanente.
Relembre os casos
O Painel da Folha revelou no dia 4
de julho que o presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros
(PMDB-AL), usou o avião da FAB para ir ao casamento da filha do líder
do PMDB na Casa, Eduardo Braga (AM), que ocorreu em Trancoso (BA) e
reuniu diversas autoridades.
Renan devolveu R$ 32 mil aos cofres
públicos relativos ao uso da aeronave oficial no dia 15 de junho entre
as cidades de Maceió, Porto Seguro e Brasília para participar do
casamento.
No dia 5 de julho, a Folha também
revelou que o ministro Garibaldi Alves Filho, da Previdência Social,
viajou ao Rio em avião da FAB para ver o jogo do Brasil. No dia
28 de junho, Garibaldi foi a Fortaleza em agenda oficial. Em vez de
voltar a Brasília, ele voou para o Rio, onde assistiu à partida no
domingo. "Me senti no direito de o avião me deixar onde eu quisesse
ficar", afirmou o ministro.
Garibaldi é primo do presidente da
Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que usou outro avião da FAB
para ver o jogo da seleção. A Folha revelou no dia 3 de julho que
Alves levou sete convidados de Natal para o Rio. Glauber Gentil, que
foi para o Rio com Garibaldi, pegou carona com Alves para voltar a
Natal.
No mesmo dia, o presidente da
Câmara disse que errou ao permitir que sete parentes pegassem carona em
um avião da FAB para assistir ao jogo da seleção e devolveu à União R$
9,7 mil, segundo ele, equivale em bilhetes comerciais à carona dada a
parentes em avião oficial.
A Procuradoria da República no Distrito Federal apura se houve irregularidade.
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Governo vai abrir informação sobre voos oficiais na internet
de Brasília
A
partir desta semana, o governo divulgará na internet dados dos voos
oficiais solicitados por autoridades do Executivo, Legislativo e
Judiciário. A promessa é do ministro Jorge Hage (Controladoria Geral da
União).
A decisão de tornar públicas informações
como origem, destino, data e nome da autoridade solicitante das
aeronaves foi tomada depois que a Folha revelou que um ministro e os
presidentes da Câmara e do Senado usaram aviões oficiais para ir ao jogo
da seleção brasileira no Rio e a uma festa na Bahia.
Nomes de todos os passageiros, que a
FAB (Força Aérea Brasileira) diz descartar após a viagem, e dados de
voos já realizados não serão disponibilizados agora.
No primeiro semestre deste ano, o
vice-presidente, Michel Temer, e cinco ministros foram responsáveis por
1/3 dos 1.664 voos oficiais solicitados por autoridades dos Três
Poderes, segundo informações da Aeronáutica.
Temer está em 5º lugar no ranking das
autoridades do Executivo que mais acionaram a FAB de janeiro a junho
deste ano --voou 78 vezes. O campeão de pedidos de viagens é Alexandre
Padilha (Saúde) com 110 voos.
Fernando Pimentel (Desenvolvimento) e
José Eduardo Cardozo (Justiça) voaram com a FAB 101 e 91 vezes,
respectivamente, até junho. Aldo Rebelo (Esportes) fez 81 pedidos e
Celso Amorim (Defesa) 68 solicitações.
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Inteligência dos EUA auxilia ações da PF, afirmam policiais federais
Rubens Valente
de Brasília
Informações
coletadas pelos serviços de inteligência dos Estados Unidos são
repassadas com frequência ao governo brasileiro, levaram à prisão
diversos acusados de narcotráfico e apoiaram investigações sobre
suspeitos de terrorismo.
A confirmação sobre uma estreita parceria
partiu de cinco policiais federais ouvidos pela Folha, três dos quais
ex-ocupantes de cargos de direção na PF de Brasília, e também foi
reconhecida pela Embaixada dos EUA no Brasil.
A ajuda também vem na forma de recursos
financeiros. Levantamento feito pela reportagem por meio da Lei de
Acesso à Informação revela que os EUA repassaram ao Brasil, na vigência
de seis acordos assinados de 1999 a 2008, um total de R$ 140 milhões, em
valores corrigidos pela inflação.
O dinheiro foi empregado em combate e
prevenção ao narcotráfico, auxílio a investigações de lavagem de
dinheiro e crime organizado e treinamento de pessoal. A PF não respondeu
se outros acordos, cobertos por sigilo, continuam em vigor.
Em resposta a um questionário enviado
pela Folha, a embaixada norte-americana limitou-se a confirmar: "A
missão diplomática dos EUA tem uma estreita cooperação com as
instituições de aplicação da lei no Brasil que inclui treinamentos,
colaboração e planejamento".
O governo dos EUA tornou-se alvo, a
partir de informações vazadas à imprensa pelo ex-técnico da CIA Edward
Snowden, de acusações de espionagem em larga escala com métodos ilegais,
inclusive sobre cidadãos brasileiros.
No entanto, os policiais brasileiros que recebem os dados dos EUA não têm condições de avaliar como foi obtida a informação.
Rapidez
Para os brasileiros, conta muito a
rapidez no acesso ao dado. A lista de passageiros de um voo, por
exemplo, que demoraria até seis meses para ser obtida por canais
diplomáticos, podia ser entregue pelos americanos em 15 minutos, diz o
ex-chefe de Repressão a Entorpecentes da PF de São Paulo e hoje deputado
federal Fernando Francischini (PEN-PR).
Ele confirmou uma antiga lenda que
circula entre policiais, a de que agentes e delegados envolvidos na
troca de informações sensíveis com a inteligência dos EUA são submetidos
a exame de detecção de mentiras, feito pelos próprios americanos. "É
verdade, eu mesmo passei. Foram umas 300 perguntas, se o policial se
corrompeu, se defenderia a pátria até morrer", contou.
Francischini disse que muitas vezes
as informações vindas dos EUA foram "decisivas" na solução de casos.
"Agora vem o governo fazendo cara de que nunca soube. Mentira.",
afirmou. "[Os americanos] sempre atuaram no Brasil em parceria."
Os valores que os EUA repassam para o
combate ao terrorismo são cobertos por sigilo, confirmou um ex-diretor
que atuou na área e falou sob a condição de não ser identificado. Esses
repasses teriam amparo legal em um acordo bilateral também sigiloso.
Procuradas pela Folha, as assessorias da
PF e do Ministério da Justiça não haviam se manifestado sobre o caso até
a conclusão desta edição.
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Executivo Top Gun
Fabiano Mazzei
A geração que cresceu vendo o ator Tom
Cruise no comando de um caça supersônico F-14 TomCat tem a chance,
agora, de viver seu momento Ases Indomáveis, como no filme de Tony
Scott, de 1986. O Saker S-1 é um jato executivo com inspiração
militar, projetado pela empresa americana homônima. Embora só deva
chegar ao mercado em 2019, já tem despertado a curiosidade dos
apaixonados por velocidade. Isso porque o modelo, de dois lugares,
deverá chegar perto de atingir a velocidade do som, com seus 1.212 km/h –
a apenas 35 km/h de romper a barreira e sentir aquele estrondo no ar.
A aeronave terá autonomia de 3.540 quilômetros, com um tanque de 1,8
mil litros de combustível, mais tanque extra. Trocando em miúdos, dá
para ir e voltar do Rio a São Paulo três vezes no mesmo dia, gastando
apenas 25 minutos por trecho e ainda retornar a tempo de ver o pôr do
sol no Arpoador. www.sakeraircraft.com
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Galeão e Confins atraem interesse dos investidores
de São Paulo
Apesar das perspectivas pessimistas
de alguns economistas sobre as licitações de infraestrutura deste ano,
dados atualizados sinalizam que o processo licitatório do novo leilão de
aeroportos do governo federal continua com forte interesse da
iniciativa privada.
O edital para a concessão dos aeroportos
de Galeão (RJ) e Confins (MG) recebeu cerca de 780 contribuições durante
a fase de consulta pública, que se encerrou no dia 30. É um número
ainda mais alto que o do leilão anterior (de Guarulhos, Campinas e
Brasília), que recebeu 733. Essas sugestões geralmente são feitas por
empresas interessadas no processo, escritórios de advocacia e entidades
representativas.
Agora, a Agência Nacional de Aviação
Civil (Anac) analisará as contribuições feitas pelos interessados,
realizará alterações e depois enviará a nova proposta de edital ao
Tribunal de Contas da União (TCU).
Conforme o Valor apurou, executivos do
Banco Safra e do BTG Pactual estiveram em conversas sobre o setor com a
diretoria da Anac nas últimas semanas. Anteriormente, já participaram
dessas reuniões representantes do grupo Libra, Queiroz Galvão,
EcoRodovias, CCR, Changi e Odebrecht. Também participam da corrida, a
Fidens, ADC&HAS, Ferrovial, Atlantia / Gemina, München, Fraport,
Carioca, GP, Schiphol, ADP e Advent.
Além disso, Invepar, Triunfo e Engevix
correm por fora, buscando autorização do governo para concorrer. Como já
controlam aeroportos, por enquanto não podem participar - de acordo com
o edital prévio da Anac. O texto informa que estão impedidos
"acionistas das concessionárias de serviço público de infraestrutura
aeroportuária de aeroportos brasileiros, suas controladoras, controladas
e coligadas". Considerando as três, ao menos 22 empresas se movimentam
para a nova disputa.
Conforme previsão do
diretor-presidente da Anac, Marcelo Guaranys, o leilão ocorrerá em um
prazo de aproximadamente três meses. "Analisado e aprovado pelo TCU, nós
fazemos a consolidação final e depois a publicação [definitiva do
edital]. Faremos a licitação no fim de setembro ou em meados de
outubro", disse na quarta-feira, durante audiência pública na Comissão
de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados.
Segundo ele, os investimentos
obrigatórios a serem feitos nos aeroportos, até 2016, serão novos
terminais, novas posições de estacionamento de aviões e aumento da
capacidade da pista. Galeão terá prazo de contrato de 25 anos e R$ 5,2
bilhões em investimentos. Confins terá 30 anos de contrato e R$ 3,5
bilhões em investimentos.
O leilão terá os mesmos moldes da
última disputa, que concedeu os aeroportos de Guarulhos (SP), Campinas
(SP) e Brasília (DF) - mas com alterações. O valor do lance mínimo de
outorga para o aeroporto do Galeão será de R$ 4,65 bilhões. Para
Confins, o valor mínimo da contribuição será de R$ 1,56 bilhão. Os
números, no entanto, ainda podem mudar.
O governo exige que 25% da participação
no consórcio sejam de operadores internacionais. Esses operadores devem
ter no portfólio aeroportos com movimento superior a 35 milhões de
passageiros ao ano (no leilão anterior, o número era cinco milhões). O
modelo mantém a Infraero como sócia minoritária (com 49% de
participação). A iniciativa privada ficará com 51% em cada concessão.
(FP)
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Ministérios: por que Dilma deveria enxugar a máquina
Nenhum
governo pode funcionar de forma adequada com 39 ministros. Além da
economia de recursos, uma redução nesse número serviria como um sinal de
que a presidente se preocupa com a eficiência da gestão
Gabriel Castro
de Brasília
Se a presidente Dilma Rousseff
decidir realizar reuniões semanais com seus ministros, ouvindo um por
semana a partir de 1º de janeiro do ano que vem, a tarefa estará
concluída apenas em 24 de setembro. Nunca houve tantos nomes no primeiro
escalão do governo brasileiro: 39. Em seu pior momento desde que
assumiu o cargo, com popularidade em queda livre, Dilma enfrenta
pressões para enxugar a máquina, mas esbarra no dilema de ter de
desalojar aliados importantes na sua engenharia para tentar a reeleição.
A visão equivocada de que o governo deve
regular cada aspecto da vida dos cidadãos e as alianças fisiológicas, em
que os cargos são moeda corrente, são os dois pilares da estrutura
paquidérmica do Executivo federal. Há décadas, os dezenove prédios
alocados por Lúcio Costa na Esplanada dos Ministérios são insuficientes
para abrigar adequadamente o primeiro escalão do governo - muitas pastas
funcionam hoje em salas improvisadas. O presidente Fernando Collor
tinha doze ministros. Fernando Henrique Cardoso elevou o número para 21.
Lula deixou o cargo com 35 ministros. Dilma já criou quatro pastas. A
última delas, da Micro e Pequena Empresa, foi inaugurada de forma
indisfarçada, somente para acomodar o PSD, partido criado para
arrebanhar oposicionistas que queriam mudar de lado.
"Esses 39 ministérios são um sinal
evidente de que o governo brasileiro caminha na contramão da história,
na direção do patrimonialismo", diz o professor José Matias-Pereira, do
Departamento de Administração da Universidade de Brasília (UnB). "Essa
quantidade enorme de ministros provoca um campo de conflito", afirma.
Os exemplos são muitos. O Brasil possui,
ao mesmo tempo, um ministério da Agricultura e um do Desenvolvimento
Agrário. Acontece que, para tomar a decisão sobre uma desapropriação de
terra, por exemplo, o segundo depende de informações que estão em poder
do primeiro. Um proprietário rural que mantenha um tanque de criação de
peixes também precisará lidar com o Ministério da Pesca e Aquicultura. E
todos os produtores dependem de licenças do Ministério do Meio
Ambiente. A ampliação das equipes, em vez de ajudar a fluidez do
trabalho, atrapalha porque fragmenta as decisões.
"Se você pegar esses quatro ministérios e
construir um único, estratégico, economizará recursos e ganhará
eficiência", diz José Eustáquio Ribeiro, pesquisador do Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que estudou o impacto da
fragmentação administrativa sobre o agronegócio.
A Secretaria de Assuntos Estratégicos,
criada por Luiz Inácio Lula da Silva para pensar ações a longo prazo,
serve apenas para mostrar como o governo é incapaz de pensar a longo
prazo: em seis anos de funcionamento, a pasta teve uma participação nula
na formulação de políticas de governo. A presidente Dilma Rousseff não
ouve o ministro Marcelo Néri para programar suas ações de governo.
Até 2003, quando Lula criou o Ministério
do Turismo para abrigar aliados, a pasta funcionava juntamente com o
Ministério do Esporte. Desde então, o avanço no número de turistas no
país foi pequeno. Profícua, por sua vez, foi a produção de escândalos: o
Turismo, que tem um orçamento de 3,4 bilhões de reais para 2013, foi
alvo de sucessivas investigações por causa de desvios em emendas
parlamentares. A função primordial do ministério pode ser exercida pela
Empresa Brasileira de Turismo (Embratur), cujo orçamento é de 207
milhões de reais.
Confusão - A falta de clareza nos níveis
de hierarquia é outro entrave no funcionamento da máquina. Um mau hábito
do governo é a concessão de status de ministro a quem não comanda um
ministério. Nessa conta estão, por exemplo, o chefe da Advocacia-Geral
da União, Luís Inácio Adams, e da Controladoria-Geral da União, Jorge
Hage. O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, dispõe do mesmo
cacife por uma razão nada nobre: em 2004, para permitir que Henrique
Meirelles tivesse foro privilegiado e escapasse de um processo judicial,
o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou ministro o então
presidente do Banco Central. Os sucessores no comando do BC continuam
dispondo da prerrogativa. Com isso, cria-se a situação absurda de um
ministro (Tombini) hierarquicamente inferior a outro ministro (o da
Fazenda, Guido Mantega).
A chegada do PT ao poder também levou à
criação de duas secretarias com status de ministério para lidar com as
chamadas minorias: uma protege as mulheres; a outra, os negros. Antes
disso, Fernando Henrique Cardoso já havia criado a Secretaria de
Direitos Humanos. As três pastas funcionariam de forma adequada se
fossem integradas ao Ministério da Justiça, que tem poder efetivo para
planejar políticas que protejam os direitos dos cidadãos,
independentemente da cor ou do sexo.
A Secretaria Especial de Políticas para
as Mulheres, na falta de ocupações mais nobres, se notabilizou por
iniciativas quixotescas, como a tentativa de retirar do ar um
perigosíssimo comercial em que a modelo Gisele Bündchen tratava do
"charme da mulher brasileira". Em outro episódio, a então ministra Iriny
Lopes quis interferir no roteiro da novela Fina Estampa para divulgar
um serviço governamental de combate à violência doméstica.
Exterior - A irracionalidade do
modelo brasileiro torna-se mais evidente quando os números são
comparados com os de outros países. O governo americano funciona com
quinze ministérios - até a Segunda Guerra Mundial, eram apenas sete.
Portugal tem doze. A Alemanha, quatorze. A Itália, vinte e um. Argentina
e Chile também. Londres, Roma e Paris estão entre as cidades que mais
recebem turistas no mundo. Ainda assim, Inglaterra, Itália e França não
possuem um Ministério do Turismo.
A pesca é um dos pilares da economia
japonesa, mas o tema é tratado por um subdepartamento do Ministério de
Agricultura Japonês. A Holanda, que tem boa parte de seu território
banhada pelo mar, abriga o maior porto da Europa, o de Roterdã. Mas nem
por isso o país tem um ministro de Portos, como o Brasil.
A opção por um governo grande, que se
desdobra em tentáculos cada vez mais numerosos e cada vez mais difíceis
de serem fiscalizados, revela uma visão capenga dos governantes. Um
estudo publicado em 2008 na Áustria analisou o tamanho da máquina
administrativa em 197 países e concluiu que equipes grandes são sinais
de ineficiência de gestão. Pode-se especular sobre qual dos dois fatores
é a causa e qual é o efeito. Mas é fato que a relação existe. Os
pesquisadores apontaram até mesmo um "coeficiente de eficiência" que
identifica como ideal um número em torno de vinte pastas.
Há mais de uma razão para o corte no
número de ministérios. A economia com funcionários comissionados,
passagens áreas, combustível, aluguel de imóveis não seria desprezível.
"A redução tem de vir acompanhada de um novo modelo de gestão pública. É
preciso refundar a administração pública em parâmetros racionais, para
produzir serviços de boa qualidade para a população. É isso que as ruas
estão pedindo", diz o professor José Matias-Pereira.
O inchaço da máquina pública no Brasil
não é novidade. Mas, nos últimos tempos, com as manifestações que
tomaram as ruas do país, o coro pela redução no número de ministérios
voltou a ganhar força. A rejeição ao modelo inchado chegou a tal ponto
que até o PMDB, que nunca foi inimigo do fisiologismo, resolveu pedir a
redução do número de ministérios. O líder do partido na Câmara, Eduardo
Cunha (RJ), apresentou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que
limita a vinte o número de pastas a vinte.
O site de VEJA elaborou uma lista de
quinze ministérios que poderiam ser cortados imediatamente. Segundo
levantamento feito pela ONG Contas Abertas, o orçamento dessas pastas
para 2013 soma 72 bilhões de reais. O corte significaria economia de
recursos e do tempo da presidente Dilma Rousseff - além de espaço: as
duas primeiras reuniões ministeriais do mandato foram feitas no Palácio
do Planalto. A terceira, já depois da criação do 39º ministério (o da
Micro e Pequena Empresa), teve de ser feita na Granja do Torto, a
residência de campo da presidente. Razão: a mesa da principal sala de
reuniões do palácio suporta apenas 38 pessoas além da presidente.
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Planalto estuda corte nos ministérios
Com
críticas ao inchaço da administração federal vindas da oposição e,
agora, do próprio PT, o governo Dilma Rousseff começou a fazer
simulações para enxugar o número de ministérios. Hoje há 39 órgãos com
esse status.
O desenho de uma Esplanada mais
enxuta vem de avaliações segundo as quais é preciso emitir um sinal de
austeridade fiscal, ainda que o impacto real nas contas públicas seja
pequeno.
De acordo com reportagem do jornal Folha
de S.Paulo de ontem, há ao menos duas projeções para desidratar o número
de pastas. Os desenhos foram tabulados há duas semanas. A presidente
Dilma Rousseff ainda não decidiu se fará os cortes, mas diversos
interlocutores defendem a ideia. O próprio ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva teria dado conselhos com esse objetivo, e muitos ministros
apoiam essa iniciativa.
No cenário considerado "radical", o
número de ministérios passaria dos atuais 39 para 25. Nessas
simulações, as secretarias de aviação Civil e Portos, ambas com status
ministerial, seriam integradas aos Transportes. Uma fusão
semelhante ocorreria entre os ministérios da Previdência Social e do
Trabalho. E a Secretaria da Pesca voltaria ao guarda-chuva do Ministério
da Agricultura.
No esboço de reforma tido como mais
"factível", o governo reduziria o número a 33. Neste caso, órgãos como a
Advocacia-Geral da União e a Secretaria de Assuntos Estratégicos
perderiam seu status ministerial.
Outra alternativa, mas com forte
resistência no PT, seria fundir as secretarias de Direitos Humanos,
Igualdade Racial e das Mulheres, alocando-as sob o comando da
Secretaria-Geral da Presidência. Essa saída, porém, é vista com
desconfiança. Para um auxiliar presidencial ouvido pela reportagem da
Folha, é "altamente improvável" que a primeira mulher a ocupar a
Presidência acabe justamente com a Secretaria de Mulheres.
CRESCIMENTO DA ESPLANADA
17 PRÉDIOS NA ORIGEM - Brasília foi projetada para ter 17 ministérios, um em cada prédio. 21 MINISTÉRIOS - Governo Collor (1990-1992) elevou para 21 pastas. Itamar Franco (1993-1994) criou mais quatro. 28 MINISTÉRIOS - Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) aumentou para 28, mas reduziu para 26 no segundo mandato. 37 MINISTÉRIOS - Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) subiu para 35 no primeiro mandato. Encerrou o segundo governo com 37. 39 MINISTÉRIOS - Dilma Rousseff criou mais duas pastas (aviação Civil e Micro e Pequena Empresa), subindo para 39 o total. |
CRUZEIRO DO SUL (SP)
Academia da Força Aérea tem vagas para ambos os sexos
O local de entrada para a carreira
na Aeronáutica, ou Força Aérea Brasileira, é a Escola Preparatória de
Cadetes do Ar (Epcar), localizada em Barbacena (MG). É exigido do
candidato do sexo masculino o Ensino Fundamental completo. As inscrições
ocorrem de junho a julho e o curso, que seria equivalente ao Ensino
Médio, dura três anos. A prova para ingressar na Escola é composta por
questões de português e matemática.
Para quem quiser continuar
investindo na carreira militar, por meio da Força Aérea, pode recorrer
aos cursos de Oficiais Aviadores, Intendentes e Infantaria, oferecidos
pela Academia da Força Aérea (AFA), em Pirassununga (SP), para pessoas
de ambos os sexos. Os cursos duram quatro anos e as inscrições ocorrem
de maio a junho. A prova tem questões de português, inglês, matemática e
física.
O Ensino Médio completo é exigido
pela Escola de Especialistas da Aeronáutica, localizada em Guaratinguetá
(SP), que tem cursos de formação de sargentos. O curso básico
tem duração de dois anos, as inscrições ocorrem de março a abril e
setembro a outubro, e, na prova, são exigidos conhecimentos em
português, inglês, matemática e física. O curso para a especialidade
básica em Controle de Tráfego Aéreo tem duração de um ano e as
inscrições ocorrem de abril a maio. O concurso tem uma prova de
português, inglês, física e conhecimentos em informática. A Escola ainda
fornece um estágio de adaptação à graduação de sargento da Aeronáutica,
que dura 24 semanas. As inscrições ao concurso ocorrem de março a
abril, composto por uma prova de português, inglês, conhecimentos
especializados e prova prática da especialidade.
A Aeronáutica ainda fornece cursos
de nível superior em Engenharia Aeronáutica, Eletrônica,
Mecânica-Aeronáutica, Civil-Aeronáutica, da Computação e Aeroespacial,
que possuem duração de cinco anos. As inscrições são realizadas
em abril e a prova do processo seletivo é composta por questões de
português, inglês, matemática e química. Os cursos acontecem no
Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos (SP).
Para quem já é graduado nas áreas
de Medicina e Enfermagem, o Centro de Instrução e Adaptação Aeronáutica,
em Belo Horizonte (MG) oferece cursos para que esses profissionais
estejam preparados para servir as Forças Armadas. A seleção é feita por meio de concurso público.
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CRUZEIRO DO SUL (SP)
Forças armadas são opção de mercado de trabalho para quem busca estabilidade
Existem oportunidades aos brasileiros em três áreas: No Exército, na Marinha do Brasil e na Aeronáutica
Ao completar 18 anos, os jovens já têm
uma certeza na vida: é preciso se apresentar ao Exército Brasileiro.
Porém, o que muitos podem não saber é que é possível estudar e se
profissionalizar dentro dessa área militar, garantindo estabilidade, uma
boa instrução e ganhos mensais, por conta dos salários oferecidos
dentro dessa carreira. Existem oportunidades aos brasileiros em
três áreas: Exército, a Marinha do Brasil e a Aeronáutica. Esses órgãos
possuem instituições de ensino espalhadas por cidades do sudeste do
Brasil, principalmente, que apresentam ótimos índices de ensino e, por
isso, são bastante disputadas. Para ser aceito como aluno é
preciso passar por concursos públicos, que são responsáveis por atestar o
nível de conhecimento dos aspirantes à carreira militar.
O Exército, a Marinha e a
Aeronáutica têm unidades de ensino que exigem dos candidatos desde o
nível de Ensino Fundamental até o de Pós-Graduação, que fazem com que se formem profissionais para ocupar todos os cargos oferecidos dentro desses órgãos. Os
salários praticados dentro dessa carreira militar pode ir desde cerca
de R$ 500, que é o ganho mensal de um soldado de 2ª classe, por exemplo,
até mais de R$ 8 mil, que é o valor pago por mês a um tenente.
Muitas unidades de formação estão
instaladas em cidades de Estados que compõem a região sudeste
brasileira, como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Para saber
detalhes sobre os concursos e como fazer para se inscrever é só acessar
os seguintes sites: www.exercito.gov.br, www.mar.mil.br e www.fab.mil.br.
Além de oferecer vagas a homens, algumas instituições oferecem
formações a mulheres que desejam fazer sua carreira dentro do âmbito
militar.
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RÁDIO FANDANGO (RS)
Avião xavante é destaque no Aeroclube Municipal
Já está fixado, no aeródromo
municipal, junto ao busto do Brigadeiro Nero Moura, Patrono da Aviação
de Caça Brasileiro o avião Xavante doado pela Força Aérea Brasileira,
que será um ponto turístico de valorização do local. Nesta
sexta-feira, dia 12, o Prefeito Neiron Viegas acompanhou os últimos
detalhes da instalação do avião e conversou com militares da Aeronáutica
e do Exercito que executaram a o obra em uma operação conjunta. O
Secretário Municipal de Industria e Comércio Ivan Peixe, anunciou que
serão feitas melhorias no local incluindo restauração das cercas,
pintura, implantação de bancos e playground, com o objetivo de deixar o
local mais aprazível e aproximar as atividades do aeroclube com a
cidade. “Tenho certeza de que este xavante será bastante visitado.
Nos orgulhamos de ser a única cidade onde não há base área que possui
esse monumento que também é uma forma de homenagear o Brigadeiro
cachoeirense Nero Moura, que atuou com bravura na defesa de nossa
Pátria” disse o prefeito. A FAB irá realizar uma grande
solenidade cívico militar, no dia 12 de agosto em horário a ser definido
para marcar a inauguração do monumento.
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