Estudantes brasileiros conquistam prêmio nos Estados Unidos
Estudantes do Instituto Tecnológica de Aeronáutica (ITA) conquistaram o prêmio de melhor projeto na competição mundial de foguetes universitários, a Intercollegiate Rocket Engineering Competition (8º IREC). O evento, que terminou no último dia 22 na cidade de Green River, Utah (EUA), reuniu alunos de 25 universidades dos Estados Unidos, Canadá, Índia e Turquia, além do Brasil.
A IREC é promovida pela entidade não governamental ESRA (Experimental Sounding Rocket Association). O objetivo é projetar e construir um foguete de sondagem e lançá-lo com o máximo de precisão e tecnologia. Os competidores são avaliados por especialistas do mais alto padrão técnico, como, por exemplo, ex-engenheiros da indústria aeroespacial americana da NASA, SpaceX, dentre outros.
Para ter recursos e poder participar, o único grupo brasileiro no torneio contou com o apoio de diversas instituições, entre elas, a Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), o Banco Santander, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a Omnisys, a Mectron, o Colégio Etapa e a Fundação Casemiro Montenegro Filho.
Segundo Henrique da Mata, um dos integrantes da equipe de alunos do ITA, a IREC possui duas categorias. Na básica, o foguete deve atingir, com a maior precisão possível, a altitude de pico de 10 mil pés (3 km, aproximadamente). Já na avançada, deve atingir 25 mil pés (7,5 km, aproximadamente). Além disso, os veículos devem levar uma carga útil de 4,5 kg e, após o voo, ser recuperados em segurança no solo, por meio de um sistema de paraquedas, que permita um novo lançamento.
Os dois times que atingem a maior pontuação em cada módulo ganham bônus em dinheiro e um troféu, além do prêmio "Jim Furfaro Award for Technical Excellence" para o projeto de maior destaque, que esse ano foi conquistado pelos brasileiros.
A elaboração do projeto vencedor teve duração de dez meses e custo aproximado de 60 mil reais. O foguete pesava, cerca de, 18 quilos, tinha 2 metros de comprimento e foi batizado de Dumont, em homenagem ao inventor brasileiro pioneiro da aviação, Santos Dumont.
Para o astrônomo Dr. João Batista Canalle, eventos como esse surgem para incentivar universitários e pós-graduados a mostrarem seus trabalhos no Brasil e no exterior.
- Estamos com um déficit na área de Ciências Espaciais. Precisamos de mais profissionais e pesquisadores. Porém, é necessário um considerável aumento no investimento e a criação de parcerias público-privadas. O resultado será mais projetos tecnológicos, incubadoras de empresas e competições científicas – argumenta Canalle, que é coordenador da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA).
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