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NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 11/06/2013

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Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.


Desafios para a Copa das Confederações foram superados, diz ministro do Esporte

Luana Lourenço-Repórter da Agência Brasil
Edição: Nádia Franco

Brasília – A cinco dias do início da Copa das Confederações, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, disse hoje (10) que o governo conseguiu superar “todos os desafios” para realização do evento. Na lista, segundo o ministro, estão itens como entrega e teste de estádios, planos de mobilidade, serviços de telecomunicações, centros de comando e controle para segurança e monitoramento de preços de hospedagem.
A Copa das Confederações começa no próximo sábado (15), com o jogo entre as seleções do Brasil e do Japão, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. Belo Horizonte, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e Fortaleza também vão receber jogos do torneio.
“Superamos todos as dificuldades, todos os desafios relacionados com a preparação da Copa”, disse Rebelo, após reunião com os ministros da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, da Justiça, José Eduardo Cardozo, da Saúde, Alexandre Padilha, das Comunicações, Paulo Bernardo, de Minas e Energia, Edison Lobão, das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, e da Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco.
Rebelo reiterou que o governo, junto com órgãos estaduais e municipais de defesa do consumidor, vai monitorar os preços da rede hoteleira nas seis cidades-sede do evento para coibir abusos nos valores cobrados pelo serviço.
Quanto às obras de infraestrutura relacionadas aos grandes eventos esportivos, o ministro disse que o que ainda não está pronto deverá ser concluído a tempo da Copa do Mundo de 2014, como ampliação de aeroportos e obras de mobilidade urbana.
Para a segurança da Copa das Confederações, as seis cidades-sede estão equipadas com centros de comando e controle e já está em andamento uma operação da Polícia Federal e das Forças Armadas nas fronteiras do país. “O governo adotou providências para preparar, atuar e treinar as forças de defesa, as forças policiais e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin)”, além da aquisição de equipamentos de controle, inteligência e ação”, listou.
Questionado sobre falhas no uso da tecnologia 4G nas cidades que sediarão o torneio, Rebelo reconheceu o problema e disse que o governo e as operadoras estão fazendo um esforço para garantir o uso do serviço. “Sempre teremos diferença entre a tecnologia disponível e o uso efetivo dessa tecnologia. Estamos fazendo um esforço para compatibilizar as duas coisas”.

Comissão anula norma da Infraero que dispensa licitação para espaços em aeroportos

A Comissão de Viação e Transportes aprovou proposta (PDC 812/13) que anula os efeitos de norma da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) que dispensa as empresas comerciais de aviação que têm voos regulares dos processos licitatórios para concessão de espaços em aeroportos.
O autor do projeto, deputado Jovair Arantes (PTB-GO), afirma que a medida da Infraero é inconstitucional, porque prejudica principalmente as empresas de táxi-aéreo, que não trabalham com voos regulares, já que elas continuam sendo obrigadas a participar de licitação para utilizar os hangares.
Código de Aeronáutica
O relator na comissão, deputado Mauro Lopes (PMDB-MG), afirmou que a norma da Infraero é contrária ao Código Brasileiro de Aeronáutica (Lei 7.565/86), que garante aos concessionários ou permissionários de serviços aéreos públicos a utilização de áreas nos aeroportos para despacho, escritório, oficina, depósito, abrigo, reparação e abastecimento de aeronaves.
Para Mauro Lopes, as grandes empresas não podem ocupar espaços nos aeroportos indefinidamente - ainda mais sem a participação em processo licitatório - enquanto as demais ficam sem o espaço mínimo para manter suas atividades.
Táxi-aéreo
"Hoje a aviação executiva, táxi-aéreo, que têm hangares de oficinas de manutenção, quando vence o contrato junto à Infraero, eles têm que desocupar o hangar, demitir funcionários, acabar com a empresa. Têm que desmontar o ferramental, tudo, e entrar em nova licitação. Não sabem se vão ser bem sucedidos ou não."
O gerente da Avalon Táxi Aéreo, Hugo Farias, informa que as empresas têm encontrado grande dificuldade para continuar trabalhando durante esse processo entre o final de um contrato e a realização do processo licitatório.
Hugo Farias explica que a cada licitação a tendência é que o preço para a utilização do hangar aumente, o que causa transtorno para as empresas que não dispõem de capital para bancar a proposta. "O que elas precisam realmente é ter o seu local de trabalho e saber que a renovação contratual, para aquele local, poderá ser realizada sem concorrência, principalmente nos processos licitatórios que elevam muito os preços do aluguel do hangar."
Tramitação
A proposta ainda vai ser analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, inclusive no mérito. Depois segue para votação do Plenário.
 
Revisão da Lei da Anistia em debate

A Comissão da Verdade do Estado de São Paulo Rubens Paiva (CV-SP) se posicionou ontem de forma favorável à revisão da Lei da Anistia. A moção de apoio ocorreu durante audiência pública que debateu o não cumprimento de sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos, instância da Organização dos Estados Americanos (OEA), expedida em 2010. Naquele ano, a partir da análise da Guerrilha do Araguaia, o órgão internacional refutou a validade da anistia brasileira e determinou ao país a responsabilização criminal dos agentes da repressão. "A conquista dessa sentença tem uma grande abrangência, pois não se limita aos desaparecidos políticos no Araguaia, mas em todo o Brasil, e exige a punição dos torturadores", ressaltou Crimeia Schmidt de Almeida, viúva de Maurício Grabois, dirigente do Partido Comunista Brasileiro e uma das vítimas do Exército.
A sentença foi lançada ontem em formato de livro pela CV-SP, com 3 mil exemplares que serão distribuídos gratuitamente. Presente na audiência, a presidente da Comissão Nacional da Verdade, Rosa Cardoso, destacou a relevância da peça jurídica. "Se lermos com atenção, vamos compreender e pensar melhor a respeito da primazia dos direitos humanos diante da soberania e da prepotência de qualquer Estado." Rosa ressaltou que a iniciativa surge "no momento em que assistimos a uma mobilização grande da sociedade. A cada dia, surge uma comissão ou comitê novo pela verdade".
A sentença da Corte da OEA e a Lei da Anistia foram debatidas por quatro juristas durante o evento. "No direito internacional, não há anistia para crimes contra a humanidade, como tortura ou desaparecimento forçado de pessoas", destacou Fábio Konder Comparato. Ele ressaltou que o Brasil é o único país sul-americano a não processar ou mesmo abrir inquéritos contra agentes civis e militares que praticaram crimes em nome do regime militar.
A Suprema Corte da Argentina julgou inconstitucionais as duas leis de anistia votadas pelo Legislativo local, em 2005. Desde então, 244 militares foram condenados, inclusive dois ex-presidentes do país vizinho (Jorge Videla e Reynaldo Bignone). "Um deles (Videla) morreu na prisão, não em casa, rodeado por familiares, como nossos ex-presidentes militares", comentou o jurista.
Para o procurador da República Marlon Alberto Weichert, a única forma de a decisão do Judiciário brasileiro ser válida — de manter a Lei de Anistia — é se o Estado se desligar dos órgãos que o condenaram. "Teríamos que sair do sistema interamericano de direitos humanos, o que nenhum país latino-americano fez. Seria um absurdo e ainda teria efeito pouco prático, pois não haveria influência nas decisões já proferidas." O Supremo Tribunal Federal defendeu, em 2010, por sete votos a dois, a manutenção da norma, de 1979, editada ainda durante o regime militar.
"No direito internacional, não há anistia para crimes contra a humanidade, como tortura ou desaparecimento forçado de pessoas"
Fábio Konder Comparato, jurista
Validade
O novo ministro do STF, Luís Roberto Barroso, afirmou, na última sexta-feira, que, "em tese", a Lei da Anistia pode ser revista pela Corte. Em 2010, o Supremo manteve a validade da lei, mas ainda devem entrar na pauta recursos contrários à decisão. Barroso lembrou que a composição do STF mudou desde então. Quatro ministros se aposentaram, dos quais três foram favoráveis à manutenção da anistia.
Memória

O torturador e a vítima
Um dos agentes da repressão beneficiados pela Lei da Anistia, o coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra, que comandou o DOI-Codi em São Paulo entre 1970 e 1974, foi ouvido pela Comissão da Verdade no mês passado. Ele declarou que tinha a "consciência tranquila" e que todos os atos "foram realizados dentro da lei".
O militar da reserva alegou que, sem a atuação dos militares, o comunismo teria se tornado a forma de governo no Brasil. "Estávamos lutando pela democracia e estávamos lutando contra o comunismo. Se não fosse a nossa luta, se não tivéssemos lutado, eu não estaria aqui, porque já teria ido para o "paredón". Os senhores teriam um regime comunista, um regime como o de Fidel Castro. O Brasil teria virado um "Cubão"", disse.
Durante a sessão, Ustra chamou o vereador de São Paulo Gilberto Natalini (PV) de terrorista. A acusação gerou um bate-boca. Antes de o coronel ser ouvido, Natalini revelou que foi torturado pessoalmente por Ustra — a quem chamou de "comandante do inferno", em 1972, no DOI-Codi, onde ficou dois meses preso. "Um dia ele me pegou, me despiu, colocou em pé numa poça d"água, ligou o fio no corpo, chamou uma turma de torturadores para eu fazer uma sessão de declamação de poesia", disse o vereador.

Comissão da Verdade convocará Belham

A Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro vai convocar, ainda este mês, o general da reserva José Antônio Nogueira Belham para depor. A informação foi confirmada, na tarde de ontem, pelo presidente do colegiado, Wadih Damous. Belham, que pode se recusar a comparecer, comandou o DOI-Codi do Rio na época em que o ex-deputado federal Rubens Paiva foi assassinado, em 1971, depois de ter sido preso e levado para o departamento. O corpo nunca apareceu. Documentos em poder da Comissão Nacional da Verdade atestam que o Militar da reserva recebeu dois cadernos de anotação que pertenciam a Paiva.
O Correio revelou, na edição de domingo, que o general da reserva é pai do atual número 2 da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Ronaldo Martins Belham, que tem acesso privilegiado a informações sobre o período Militar brasileiro. Paulo Vannuchi, ex-ministro da Secretaria de Direitos Humanos no governo Lula, eleito recentemente membro da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), defendeu que a questão precisa ser analisada com extrema cautela. "O importante é a luz que a imprensa jogou nesse caso. O debate gerado após a divulgação do fato é bastante relevante. Eu concordo com a preocupação das entidades", afirmou.
Vannuchi fez questão de salientar que os filhos não podem ser responsabilizados pelos atos dos pais. "Precisamos também deixar claro que o fato de ser filho de um agente da repressão não o torna um torturador. A cobrança precisa ser feita com muita cautela. Há uma suspeição presumida", afirmou.
No entanto, a coordenadora da Comissão da Memória, Verdade e Justiça da Câmara, deputada Luiza Erundina (PSB-SP), classificou de "inadmissível" e "incompreensível" a permanência de Ronaldo Martins Belham em uma posição de destaque na Abin. "Pela natureza do cargo que ocupa, não consigo compreender como ele pode exercer essa função, mesmo que não tenha nenhuma relação com os atos cometidos. Não se trata disso. A pessoa precisa ser isenta. É inaceitável e inadmissível, pelo caráter do órgão que ele representa. O simbolismo disso é muito forte", avaliou. A parlamentar justificou a posição alegando que, mesmo que os documentos da época tenham sido encaminhados ao Arquivo Nacional pela Abin, várias informações ainda não foram descobertas.
"Eu, no lugar dele, me sentiria desautorizada. Existe muita verdade a ser revelada ainda. Há muitas fontes que não chegaram nem ao conhecimento da Abin. Que liberdade esse homem tem se ele receber, pelo cargo que ocupa, informações que ajudem a compreender o caso Rubens Paiva? Ele terá autonomia para avaliar os dados? Não pode. Temos que ser intransigentes em relação a isso", afirmou Erundina.
O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) afirmou que há uma "perseguição" de Militares no Brasil por parte da esquerda petista. "É uma perseguição canalha. Vocês deveriam ir atrás das informações sobre o grupo terrorista que a presidente Dilma Rousseff integrava. Esse grupo matou, roubou e sequestrou. Isso é crime. O problema é que o cara leva um cascudo e dizem que é tortura", alegou.
Afastamento
No domingo, por meio de nota, Wadih Damous, que além da Comissão Estadual da Verdade do Rio preside a Comissão Nacional de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), também havia pedido o afastamento do diretor adjunto da Abin. Ontem, ele ratificou a posição. "O general da reserva vai ser convocado, sim, porque ele chefiou o DOI-Codi aqui no Rio de Janeiro. Estamos preparando os depoimentos para este mês e o início de julho. Eu defendo que não podemos estigmatizar o filho dele, mas é evidente que existe uma suspeição nesse caso. Existe, no mínimo, uma inconveniência", ressaltou.
O Correio tentou falar com o general da reserva Belham, mas uma mulher que atendeu o telefone dele disse que o Militar está viajando. O filho, Ronaldo Belham, também foi procurado por meio da assessoria da Abin, mas não atendeu a reportagem.

Infraero publica edital para reforma e ampliação do Salgado Filho

Empresa vencedora de licitação terá prazo de dois anos para concluir obras no terminal 1

A Infraero publicou nesta segunda-feira, no Diário Oficial da União (DOU), o edital de licitação para as obras de reforma e ampliação do terminal de passageiros 1 do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre. O pregão eletrônico, por meio do Regime Diferenciado de Contratações (RDC), foi marcado para 8 de julho na Gerência de Licitações de Investimentos e Compras da sede da estatal, em Brasília (DF).
O prazo do contrato é de 930 dias consecutivos, contados a partir da assinatura da ordem de serviço. Em 840 dias, a empresa vencedora deverá executar os trabalhos e, nos outros 90, concluir o recebimento definitivo dos serviços. A primeira etapa das obras, que deve durar nove meses, prevê a renovação de sanitários e de sistemas mecânicos, elétricos e telemáticos, revitalizações para as áreas internas do terminal, sinalização nova para as partes interna e externa, troca dos sistemas de climatização e uma nova Central de Utilidades (CUT).
Com as melhorias, o aeroporto gaúcho garantirá aumento na capacidade operacional, passando de 13,1 milhões de passageiros ao ano para 18,9 milhões. A área total do terminal também vai ser ampliada, passando de 37,6 mil para 60,3 mil metros quadrados.
Conforme estabelece a legislação do RDC, os participantes devem apresentar as propostas de preços dentro do orçamento de referência da obra. O valor orçado pela Infraero é informado aos concorrentes no encerramento do processo, ficando disponível para acesso imediato aos órgãos de controle interno e externo.
Os participantes classificados vão, então, para a fase de lances, e vence essa etapa a empresa ou consórcio que apresentar o menor valor para executar as obras. Após os lances, a Infraero examina a habilitação técnica e financeira do vencedor. Caso haja desclassificação, os outros colocados poderão ser convocados, desde que comprovem a habilitação.

Aeroporto reforça segurança

GRANDES EVENTOS Passageiros de todos os voos internacionais serão vistoriados e passarão por scanner móvel e cão farejador

A aproximação da Copa das Confederações trouxe mais rigor à fiscalização realizada pela Receita Federal no Aeroporto Internacional do Recife. Para isso, a Receita conta, agora, com mais dois recursos: um scanner móvel, que ficará instalado dentro de uma van, estrategicamente posicionada na entrada do salão onde está a esteira do desembarque, e um cão farejador. Com a nova estratégia adotada, agora as malas são submetidas a três etapas de vistoria: o scanner móvel, o cão e os scanners fixos (que localizados próximos à porta de saída, eram, até o mês de maio, os únicos equipamentos disponíveis para vistoria das bagagens). Dessa forma, fica mais difícil entrar com drogas, outros produtos ilícitos, como armas e explosivos, ou ainda produtos sem nota fiscal.

De acordo com a chefe de repressão do contrabando e descaminho da Receita Federal, Eliene Soares, 100% das bagagens de voos internacionais serão vistoriadas durante o período da competição. "Começamos a operar com a nova estrutura no último dia 3 e seguiremos com o mesmo esquema até 2 de julho. Depois, deveremos agir da mesma forma nos voos domésticos", afirmou. Por enquanto, a estrutura disponível na Receita ainda não permite que todos os voos internacionais e domésticos sejam fiscalizados, por isso ainda serão definidos os critérios de escolha dos voos cujas bagagens serão fiscalizadas após a Copa das Confederações.
Utilizado em outros aeroportos internacionais do País, como o de Guarulhos, em São Paulo, e o do Galeão, Rio de Janeiro, o scanner de inspeção por raio-x móvel possui um sensor que identifica o produto pela densidade ou pela massa atômica. O equipamento custou R$ 460 mil. "Recife já contava com os scanners fixos, mas nem todas as malas eram vistoriadas. Com o novo investimento, poderemos fiscalizar 100%, já que, em média, saem três voos internacionais diários da cidade", salientou o chefe da Seção de Vigilância Aduaneira da Infraero, Marcos Alexandre Guia.
Uma outra grande aliada da Receita no combate à ilegalidade, mais especificamente ao tráfico de entorpecentes, é a cadela Dóris. O pastor alemão de 1 ano e 8 meses, O primeiro cão farejador da Receita Federal do Recife é treinado para identificar maconha, haxixe, cocaína, ecstasy e crack. "O percentual de eficácia dela chega quase a 100%. Dificilmente ela poderá deixar de perceber a inserção de drogas dentro de uma bagagem. Para a cadela sentir o cheiro basta que alguém tenha tocado no entorpecente e depois pegue na mala", exemplificou Jonas Campelo, condutor de cão de faro. A cadela chega a trabalhar durante uma hora, sem interrupção, para depois descansar por mais uma ou duas horas seguidas. Quando não está no horário de expediente, o animal fica abrigado num canil da cidade.

Robô antibomba e imageador térmico reforçam segurança da Copa no RS

Maioria dos equipamentos previstos para 2014 já foi entregue. Saiba qual será a atuação no evento de algumas forças do estado.

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Helicóptero da Brigada Militar já foi equipado com imageador aéreo (Foto: Pedro Revillion/Palácio Piratini)
A um ano do início da Copa do Mundo no Brasil, o Rio Grande do Sul já recebeu grande parte dos equipamentos que serão usados pelas forças de segurança durante o evento da Fifa em Porto Alegre. O aparato para garantir a realização do evento sem surpresas inclui câmera térmica aérea de ultima geração, robôs antibombas, aviões não tripulados e até tanques de guerra. Desta segunda-feira (10) até sexta (14), o G1 faz um raio X da preparação da capital gaúcha para o Mundial.
O material foi entregue a forças nas três esferas do governo, municipal, estadual e federal. Alguns deles, como as aeronaves e blindados das Forças Armadas, podem nem ser usados na capital gaúcha, a sede dos jogos no estado. Mas todos fazem parte de um complexo planejamento de segurança, defesa e inteligência desenvolvido ao longo dos últimos anos
De acordo com o secretário de Segurança Pública do RS, Airton Michels, o orçamento de 2013 prevê R$ 190 milhões para investimentos na área, que serão somados a outros R$ 79 milhões disponibilizados pelo Ministério da Justiça. Ele destaca o legado que as ações deixarão depois dos jogos.
É um montante significativo, que vai ajudar a reaparelhar a segurança pública não só de Porto Alegre, mas de todo o estado. Mas o maior legado que a Copa nos deixará será a qualificação técnica e funcional das forças e a integração entre todas elas, que será obrigatória na Copa”, afirma o secretário ao G1.
Os equipamentos que ainda não chegaram devem ser entregues até setembro, conforme o cronograma apresentado em Porto Alegre na última quinta-feira (6) pela Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos (Sesge). O órgão vinculado ao Ministério da Justiça coordenará as estratégias de segurança pública durante a Copa e também depois dela, nos grandes eventos que o país receberá até 2016.
Ainda neste mês, o estado deve receber máscaras contra gases. Depois, em agosto, virão o Centro de Comando Móvel e as plataformas móveis de observação. O Centro de Comando Integrado e Controle (CCIC), que está sendo montado no prédio da Secretaria de Segurança Pública (SSP), deve ficar pronto para operar em janeiro de 2014, prevê Michels.
Conheça abaixo alguns dos principais equipamentos que serão utilizados pelas forças de segurança do estado durante a Copa do Mundo e a Copa das Confederações. Saiba também como estão se preparando e que funções terão algumas unidades das polícias militar e federal e das Forças Armadas sediadas no estado durante esses eventos.

Polícias militar e civil recebem imageador térmico
Apresentado no final de maio, o aparelho capta imagens de alta resolução a longas distâncias e pode identificar pessoas na mais completa escuridão. Trata-se do Imageador Aerotransportado Star Safire 380-HD, que já foi instalado e está em fase de testes em helicópteros da Brigada Militar e da Polícia Civil (veja no vídeo abaixo as primeiras imagens). O Rio Grande do Sul foi o primeiros dos 12 estados que sediarão jogos da Copa a receber o equipamento, que permanecerá no estado depois do evento. O custo foi de R$ 7,5 milhões.

O sistema consiste em uma câmera acoplada a uma base fixa na parte inferior das aeronaves com três sensores, cada um com uma função específica. O de uso diurno, por exemplo, permite identificar e monitorar alvos sem que a aproximação seja notada.
É possível visualizar o rosto de uma pessoa a 10 quilômetros de distância”, garante o tenente-coronel Carlos Alberto Selistre, comandante do Batalhão de Aviação (BAv) da Brigada Militar.
Durante a noite, outro sensor ajusta a melhor luminosidade para a situação. Em áreas de baixa visibilidade, como uma mata fechada, a câmera capta imagens por meio da diferença de calor, seja qual for a fonte dele. Se a intenção for monitorar pessoas, por exemplo, basta ajustar o dispositivo em 37ºC, a temperatura do corpo humano, explica Selistre.
Foi com uma câmera parecida que as autoridades dos Estados Unidos localizaram um dos autores do atentado na Maratona de Boston escondido dentro de um barco”, exemplifica.
Conforme o tenente-coronel, o equipamento entregue pelo Ministério da Justiça tem tecnologia de última geração, "o que há de melhor” na área. Aperfeiçoamentos permitiram sobrepor mapas em 3D sobre as imagens, semelhantes aos GPS automotivos. Basta digitar o endereço que a câmera aponta direto para ele. Outra funcionalidade permite fixar a imagem em algo, bastante útil em perseguições.

Os movimentos e comandos da câmera são feitos por um operador nos controles instalados na parte traseira do helicóptero. Em solo, outro operador monitora as imagens que são transmitidas em tempo real por antena ou via satélite para o Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp) ou, no caso da Copa, o CCIC.
As aplicações são variadas: vão desde missões de vigilância e patrulha aérea, passando por perseguições, escoltas, investigações ou coleta de evidências, até apoio em operações de busca e salvamento. Os protocolos de uso durante o Mundial, no entanto, ainda não foram definidos, diz Selistre, já que a tecnologia é considerada bastante invasiva.

PF ganha robô antibomba
mais moderno e versátil
Não menos modernos sãos os equipamentos contra ameaças explosivas que a Polícia Federal (PF) vai utilizar no esquema de segurança da Copa. Há cerca de duas semanas, o Grupo de Bombas e Explosivos (GBE) da PF gaúcha recebeu um robô antibombas fabricado nos Estados Unidos. Segundo a unidade, o equipamento é um dos mais usados por forças de segurança de todo o mundo: já foi testado nas guerras do Iraque e Afeganistão e também no desastre nuclear de Fukushima, no Japão.
O iRobot PackBot tem aproximadamente 50 centímetros de comprimento e pesa cerca de 25 quilos. De perto, lembra um carro de controle remoto. O joystick praticamente idêntico aos de videogames acoplado a um console parecido com um notebook também dão a ideia de um brinquedo. Mas não se engane: o instrumento é usado em situações perigosas e que envolvem grande complexidade.
Segundo o perito criminal Carlos Lienert, chefe do GBE, o robô tem a função de evitar a aproximação dos agentes em áreas de risco, sejam elas ameaças de explosões ou eventos químicos, biológicos, radiológicos e nucleares. Depois do isolamento dessas áreas, ele entra em ação para tentar desarmar ou remover os artefatos. Um jato dágua de 1,5 mil metros por segundo disparado por um canhão é usado para separar o mecanismo de acionamento de cargas explosivas, impossibilitando a possível detonação.
 Nessas situações que envolvem ameaças de riscos, nossa principal preocupação é com a segurança do público envolvido, do patrimônio e, por último, com os vestígios para uma possível perícia do artefato”, diz Carlos.
O equipamento também possui quatro câmeras integradas, com sensor infravermelho, que transmitem imagens em tempo real, via ondas de rádio, para o módulo do operador, além de alto-falantes para transmissão de voz. Duas das câmeras são instaladas na garra, que fica na parte superior de um braço articulado capaz de se movimentar em todas as direções possíveis e atingir 2,4 metros de altura. Com bateria de longa duração, pode ser operado a mais de um quilômetro de distância.
 Um conjunto de duas esteiras também articuladas em cada lateral do robô permite que ele supere obstáculos irregulares como escadas e se movimente em velocidade de até 8 km/h. A rapidez, a possibilidade de adaptações para diferentes tipos de missões, o software mais amigável e a robustez do equipamento são apontadas como diferenciais em relação ao robô com tecnologia canadense com o qual o GBE operava desde 2010.
Com certeza, esse novo equipamento vai nos dar um ganho de qualidade. Vai permitir uma atuação muito mais rápida e com mais controle e segurança nas ocorrências em que a gente atua”, explica Carlos.
Durante o esquema de segurança da Copa, o grupo antibombas da PF vai atuar tanto na prevenção (vistorias para autoridades ou de locais como hotéis e aeroportos, entre outros) quanto na contingência (operações propriamente ditas), dentro das atribuições da instituição. E apesar de Porto Alegre não sediar jogos da Copa das Confederações, o GBE também participará desse evento – seis integrantes do grupo embarcam na terça-feira (11) para participar do esquema de segurança em Fortaleza.
Até a Copa, um nova unidade do mesmo robô deve chegar à Superintendência da PF em Porto Alegre. O custo de cada uma é de cerca de R$ 400 mil. As compras também incluem aparelhos de raio X e trajes antifragmentação, que serão somadas a um inventário que já conta com equipamentos como tendas balísticas, detector de substâncias químicas e gerador de espuma descontaminante, entre outros.
Aeronave não tripulada vant fab segurança copa do mundo (Foto: Agência Força Aérea/Divulgação)
Esquadrão de Santa Maria usará vants na Copa das Confederações (Foto: Agência Força Aérea/Divulgação)
 Forças Armadas atuarão com aviões não tripulados e tanques
 
Armamentos de guerra adquiridos recentemente pelas Forças Armadas serão empregados durante a Copa das Confederações, que começa na próxima sexta-feira (15), e possivelmente durante a Copa do Mundo. Entre eles estão veículos aéreos não tripulados (vants) e tanques de artilharia antiaérea, que pertencem a batalhões sediados em Santa Maria, na Região Central do estado.
Segundo o general Manoel Luiz Pafiadache, cerca de 2 mil militares, de todas as forças, serão mobilizados no Rio Grande do Sul entre 12 de junho e 13 de julho do próximo ano. O comandante da 6ª Divisão do Exército foi designado para ser o coordenador de Defesa de Área de Porto Alegre. Ele vai liderar as operações conjuntas de defesa no centro de comando que está sendo montado no Comando Militar do Sul, no centro da capital.
Uma portaria publicada em agosto de 2012 pelo Ministério da Defesa definiu o papel do Exército, Marinha e Aeronáutica nos grandes eventos dos próximos anos. Entre as atribuições dos militares estão o controle dos espaços aéreo, marítimo e vigilância das fronteiras, além de eventuais ações de contingência no caso de desastres ou ataques terroristas.
Nossa atuação será na defesa do espaço aéreo, marítimo, terrestre e cibernético, além de pontos de infraestrutura estratégicos, como refinarias, usinas hidrelétricas e hospitais, entre outros. Não haverá tropas patrulhando as ruas, mas estaremos de prontidão caso seja necessário”, explica o general Pafiadache.
Para cumprir essas missões, serão usados equipamentos como os vants, mais conhecidos como drones. Em resumo, os vants são aviões sem pilotos, controlados remotamente de um centro de operações no solo (leia mais sobre eles aqui). São usados em missões de vigilância, inteligência e até em ataques, o que não é o caso dos aparelhos operados pela Força Aérea Brasileira (FAB) e também pela PF.
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Tanques Gepard serão destinados à batalhão de
Santa Maria após grandes eventos (Foto: Centro
de Comunicação Social do Exército / Divulgação)
Em fevereiro deste ano, a FAB comprou por R$ 48 milhões duas aeronaves do modelo RQ-450 (Hermes 450), de fabricação israelense. Elas pertencem ao Esquadrão Hórus, da Base Aérea de Santa Maria. Primeira do país a utilizar este tipo de equipamento, a unidade já realizava testes e algumas missões com outros dois aviões idênticos desde 2010.
Com seis metros de comprimento e envergadura das asas de 10 metros, os Hermes 450 voam a uma altura de até 5 mil metros. De lá, transmitem imagens em alta definição para uma central de controle operada em um contêiner, ao lado de uma antena de comunicação. Os dados podem ser retransmitidos para outras centrais de monitoramento.
Os aviões serão usados para vigiar os estádios Mané Garrincha (Brasília) e Maracanã (Rio de Janeiro), na abertura e no encerramento da Copa das Confederações, respectivamente. As aeronaves devem ser usados também em missões durante a Copa do Mundo, mas ainda não há detalhamento sobre o uso.
Segundo os setores de Comunicação Social da Base Área de Santa Maria e da FAB em Brasília, o comandante do Esquadrão Hórus, coronel Donald Gramkow, não pode atender a reportagem por estar em operação. Em recente entrevista ao G1, o brigadeiro Mário Luís da Silva Jordão, diretor do Centro de Operações Aéreas da FAB, explicou como será o uso dos vants na Copa das Confederações.
Vamos usar os vants para monitorar os estádios com segurança e sem interferir no tráfego aéreo, que terá restrições durante as partidas. A altitude dos vants vai variar, dependendo das especificações do terreno, se há montanhas perto que podem interferir no envio das imagens, e do nosso interesse em ter uma maior qualidade das imagens”, afirmou.
O contingente de militares de Santa Maria destacado para a Copa das Confederações inclui ainda membros do Esquadrão Pantera, que vão operar os Helicópteros H-60L Black Hawk, adquiridos em 2011. As aeronaves vêm sendo utilizadas com frequência nas operações Ágata, de controle de fronteira, e também fizeram um teste de tiro em Florianópolis.
Do Exército, já foram destacados militares da 6ª Bateria de Artilharia Antiaérea de Santa Maria para atuarem na abertura da Copa das Confederações, em Brasília. Eles irão operar os tanques de artilharia antiaérea Gepard, que farão a proteção do espaço aéreo nos arredores do Estádio Mané Garrincha. O mesmo equipamento será usado no encerramento do evento, no Rio de Janeiro.

Segundo o capitão Erickson Baratz, os militares participaram de um treinamento de mais de dois meses na Alemanha, onde os blindados foram fabricados. O Brasil comprou 34 veículos do modelo por cerca de R$ 79 milhões. Dez deles chegaram ao país na metade do mês passado.
Os tanques possuem dois canhões de 35 milímetros, que juntos disparam rajadas de 1,1 mil tiros por minuto. Um moderno sistema de radares é capaz de localizar alvos como aviões e mísseis e atingi-los a cinco quilômetros de distância e cinco quilômetros de altura. Todo esse poderio de fogo, no entanto, não ficará à vista dos torcedores na Copa.
Para a proteção do espaço aéreo, a gente forma uma defesa circular em volta da área a ser defendida, em pontos estratégicos, diz Baratz.
A aquisição dos tanques Gepard atende a uma exigência da Fifa para o Brasil sediar a Copa do Mundo. O país não possuía essa tecnologia de defesa antiaérea. Depois de garantirem a segurança dos grandes eventos, algumas unidades serão enviadas para a batalhão de Santa Maria e para outro semelhante no Paraná.

Anac conclui Operação Ágata 7 com 27 aeronaves retidas em solo

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A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) divulgou nesta segunda-feira o balanço das atividades desempenhadas por seus fiscais durante a Operação Ágata 7, que reuniu militares das Forças Armadas, policiais e servidores de agências reguladoras em ações de combate a crimes praticados na região de fronteira do Brasil. Entre 18 de maio e 5 de junho, os 30 inspetores da Anac inspecionaram 31 aeródromos das regiões Centro-Oeste, Norte e Sul, nos quais 80 aeronaves foram fiscalizadas, resultando em 27 ordens de impedimento de voo por irregularidades relativas à manutenção e documentação dos aviões. Além disso, 62 pilotos foram fiscalizados.
As inspeções da Anac foram executadas com o apoio da Força Aérea Brasileira (FAB), que levava as equipes de inspetores para localidades isoladas e fazia a escolta. A bordo de aeronaves da FAB, as equipes conseguiram ter acesso a pequenos aeródromos, longe das grandes cidades, onde é mais difícil realizar inspeções regulares.
A fiscalização envolveu a regularidade da documentação dos tripulantes e as condições das aeronaves. A agência abriu processo administrativo para apuração dos fatos e irregularidades encontradas e poderá autuar o proprietário da aeronave ou o piloto. As sanções podem chegar a multas e cassação de licenças e certificados.
Aviões da FAB deram suporte a fiscalizações da Anac
em aeródromos distantes
Foto: FAB / Divulgação
Força Aérea usará até dez aeronaves para segurança dos jogos da Copa das Confederações

Os aviões da FAB vão interceptar qualquer aeronave que não respeite as determinações do controle aéreo e não seja identificada em um prazo de três minutos

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A Força Aérea Brasileira (FAB) apresentou o esquema de segurança aérea das cidades-sede durante a Copa das Confederações. As capitais serão patrulhadas por oito a dez aeronaves que estarão no ar ou preparadas para decolar no período de uma hora antes e quatro horas depois do início das partidas. 
Os aviões da FAB vão interceptar qualquer aeronave que não respeite as determinações do controle aéreo e não seja identificada em um prazo de três minutos.
Aviões Supertucano, F-5 M e F-2000 farão parte do patrulhamento, além de helicópteros e aviões de rastreamento E-99. Cada capital terá ao menos uma aeronave de cada tipo voando e outra preparada para decolar.
Nesse período de cinco horas que inclui o horário dos jogos, o espaço aéreo em torno dos estádios ficará restrito. Em um raio de 8 quilômetros, chamado Área Vermelha, apenas aviões de defesa, de organizadores (Fifa e autoridades brasileiras) e autorizados pelo Comando de Defesa Aérea Brasileira (Comdabra) poderão voar. Para não prejudicar a circulação nos aeroportos, esses raios não desenharão círculos perfeitos, possibilitando a entrada e a saída dos terminais de cada cidade.
Para administrar o espaço aéreo nesses períodos especiais, os 2,6 mil controladores de voo estão sendo treinados desde outubro de 2012. Cada um deles passou por 120 horas no simulador de controle em São José dos Campos, se preparando para situações como tempo ruim, excesso de demanda e falta de equipamentos e contingente. Dois dias antes e dois dias depois dos jogos, os aeroportos das capitais ficarão inteiramente sob comando da FAB.
De acordo com a Força Aérea, o planejamento foi feito considerando que 97% dos ingressos foram comprados por brasileiros e 50% moram nas próprias cidades-sede. A partir do dia 5 de junho, os horários de decolagem e pouso serão disponibilizados para os 37 aeroportos que integram o planejamento para os dias dos jogos. Cerca de 80% serão destinados a voos comerciais e delegações, 10% para os organizadores e 10% para os aviões particulares.

Brasil na rota global para biocombustível de avião

Por Virgínia Silveira | Para o Valor, de São Paulo

Estudo feito pelas fabricantes Embraer e Boeing, em parceria com a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), mostra que o Brasil tem um grande potencial para fornecer biocombustíveis de aviação para os mercados doméstico e global.
Intitulado "Plano de Voo para Biocombustíveis de Aviação no Brasil", o relatório feito pelas três instituições aponta que as plantas que contêm açúcares, amido e óleo, além de resíduos como lignocelulose (biomassa), lixo sólido municipal e gases de exaustão industrial são as matérias-primas mais promissoras para a produção de biocombustível para aviação. Maior produtor global de cana e o segundo maior de soja, o país detém ainda o mais baixo custo em eucalipto, o que garante maior competitividade para o início de uma indústria de biocombustível para aviação no Brasil.
O relatório, feito a partir de informações coletadas de uma série de oito workshops entre maio e dezembro de 2012, em sete cidades brasileiras, sustenta que as empresas envolvidas pretendem oferecer recursos para atender a meta da indústria de aviação de crescimento neutro de carbono até 2020 e uma redução de 50% nas emissões de dióxido de carbono (CO2) até o ano de 2050, tendo como base os níveis praticados em 2005.
Segundo o vice-presidente executivo de engenharia da Embraer, Mauro Kern, os aviões são hoje 70% mais eficientes do que há 40 anos, mas há grandes desafios em torno da logística de distribuição, armazenamento dos combustíveis e do controle de tráfego aéreo para que as novas metas de emissão da aviação sejam atingidas.
As novas tecnologias em desenvolvimento na área de biocombustíveis serão compatíveis com os atuais motores, o que significa que não haverá necessidade de se fazer modificações nos aviões e também na infraestrutura de distribuição existente. "Atualmente, as iniciativas nessa área são incipientes, com custos mais caros que o combustível fóssil." A tendência, contudo, é que o custo se torne mais viável.

Potencial de Embraer divide analistas, com foco nas encomendas dos EUA

Por Daniela Meibak | De São Paulo

O desempenho da fabricante de aeronaves Embraer divide os analistas que acompanham o setor. Com isso, as recomendações para os papéis da empresa variam de "compra" a "venda". Neste ano, as ações acumulam alta de 34,2%, considerando o fechamento da última sexta-feira (7), a R$ 19,30. No mesmo intervalo, os recibos de papéis negociados no mercado americano (American Depositary Receipts, ADRs) subiam 29,4%, para US$ 36,43. Os pontos principais no radar do mercado são potenciais encomendas de clientes da companhia nos Estados Unidos, a qualidade da carteira de pedidos e, obviamente, o preço dos ativos em bolsa.
O Bank of America Merrill Lynch (BofA), o BTG Pactual e o Deutsche Bank estão entre as instituições otimistas com Embraer, com recomendações de compra para as ações. A visão dos bancos se baseia em um cenário de possíveis encomendas vindas dos Estados Unidos e fechadas durante o Paris Air Show, evento que acontece entre os dias 17 e 23 deste mês e pode gerar novos negócios.
O BTG Pactual tem preço-alvo de US$ 40 para os ADRs da empresa, com potencial de alta próximo a 10%. "A dinâmica positiva pela qual a companhia passa atualmente deve persistir. Ainda esperamos melhora na carteira de aviação comercial em 2013 e 2014, com pedidos menores de economias emergentes no curto prazo e maiores encomendas dos Estados Unidos", afirma relatório da equipe de Renato Mimica. Os analistas esperam o lançamento de jatos na Paris Air Show e afirmam que não ficariam surpresos com novas ordens de compra.
As perspectivas positivas, dizem, estão baseadas nas estimativas da própria empresa. Em entrevista recente ao Valor, o presidente da Embraer, Frederico Fleury Curado, disse que a companhia acumula encomendas de 119 aviões comerciais em 2013, dos quais 117 vêm do mercado americano. O volume dos jatos comerciais até agora é sete vezes maior do que o número de encomendas recebidas no primeiro semestre do ano passado.
Os fundamentos da companhia continuam fortes, na opinião da equipe de análise do BofA. A visão positiva do banco reflete também a expectativa de novas encomendas dos Estados Unidos, os benefícios com o câmbio acima de R$ 2 e os incentivos fiscais do governo brasileiro.
Tais eventos, conjugados, devem suportar as margens da Embraer. Além disso, a instituição afirma que a carteira de pedidos está aumentando a confiança na recuperação da empresa. O BofA reiterou no início do mês a sua recomendação de compra para as ações da Embraer, com preço-alvo de US$ 42, equivalente a um potencial de ganho próximo de 15%.
O quadro positivo gira em torno ainda da melhora da taxa de entrega em relação à carteira de pedidos da empresa (book-to-bill) na aviação comercial e do forte impulso na receita do segmento de defesa. Pelas contas do BofA, a Embraer entregou de 17 a 21 aviões em maio, levando em consideração os dados da balança comercial, e nos dois últimos meses as entregas teriam somado 29 jatos - o que significa que faltariam apenas 17 unidades para cumprir a meta de 46 no trimestre.
"Nós continuamos otimistas com as encomendas da Embraer. Após o anúncio da Republic Airways, da SkyWest e da Sierra Nevada, acreditamos que pode haver mais por vir", afirmaram os analistas Ronald J. Epstein, Sara Delfim e Elizabeth Grenfell,
em relatório recente.
A grande expectativa de ordens dos Estados Unidos, sobretudo pela United Continental e pela American Airlines, é compartilhada pelo Deutsche Bank.
Em relatório, o banco afirma que a administração da Embraer já deu sinais de confiança em um possível anúncio nos próximos meses. O preço-alvo definido pelo banco para os papéis da empresa é de US$ 41, correspondente a um potencial de alta próximo a 12%. A recomendação dos analistas é de compra.
Visão diferente têm os analistas do J.P. Morgan e do Citi em relação à Embraer. Os primeiros compartilham da opinião de que a companhia, de fato, pode ter mais encomendas de empresas americanas, mas pondera que a alta concentração da carteira representa riscos. As encomendas de jatos executivos continuam encolhendo, com os preços das aeronaves sob pressão, e as entregas dos primeiros Legacys 500 e 450 estão sendo postergadas, diz o J.P em relatório. "Neste ano, a geração de caixa deve ser excepcionalmente fraca pelo terceiro ano consecutivo." A recomendação da casa é de venda para os papéis, com preço-alvo de US$ 32 - o que indica um potencial de queda de aproximadamente 12%.
No caso do Citi, um ponto destacado é que os múltiplos da companhia subiram e a qualidade da carteira de pedidos diminuiu. A instituição também tem recomendação de venda para as ações, com preço-alvo de US$ 30, equivalente a uma perda potencial de quase 18%. "A Embraer está cara por ser negociada a um múltiplo de 0,5 vez o valor da companhia [enterprise value] pela carteira de pedidos, enquanto os demais pares do setor são negociados em média a 0,2 vez." As grandes concorrentes são a Bombardier e a Airbus. "Essa situação persiste mesmo com a Embraer sendo a única empresa do segmento que registrou grandes quedas na carteira de pedidos em vários anos e a única a indicar uma redução nas entregas de aviões em 2013", afirmou a equipe do analista Stephen Trent, do Citi. "Embora o fluxo de pedidos por jatos comerciais seja provável, oferecendo oportunidades de negociação no curto prazo, a geração de margens e de receita poderá decepcionar à medida que a qualidade da carteira de pedidos cair."
A agência de classificação de riscos Standard & Poor"s (S&P) elevou os ratings da Embraer de "BBB-" para "BBB", com perspectiva estável, nesta semana. A S&P avalia que a empresa tem conseguido compensar os impactos de caixa derivados das renegociações com clientes e, ao mesmo tempo, manter uma liquidez "excepcional". "A Embraer continua a apresentar fortes métricas financeiras e melhor posição de negócios, resultantes de maior diversificação e portfólio competitivo de produtos."

Programa de lançadores sofre escassez de investimento

Por De São José dos Campos

O programa brasileiro de lançadores também sofre com a falta de investimentos. Segundo o Valor apurou, os recursos que estavam previstos no PNAE (Programa Nacional de Atividades Espaciais) para os foguetes em 2013 ainda não foram liberados. Os foguetes VLS Alfa e VLS Beta, por exemplo, que tinham R$ 19 milhões planejados, não receberam nada até agora.
No VLM (Veículo Lançador de Microssatélites), dos R$ 25 milhões programados, chegaram somente R$ 10 milhões. O VLS-1 recebeu R$ 16 milhões, de um total de R$ 45,7 milhões previstos no orçamento do PNAE. Os voos de qualificação do foguete, que estavam previstos para o primeiro trimestre de 2014, foi replanejado para entre 2016 e 2017.
Para tentar resolver o problema, o ministro de Ciência e Tecnologia, Marco Antônio Raupp, disse que propôs em parceria com o ministro da Defesa, Celso Amorim, reformulação do orçamento previsto para o desenvolvimento de foguetes no PNAE. O ministro admite que existe um déficit e que a revisão dos valores de investimento é necessária. "Necessitamos de um pouco mais de investimento para dar prosseguimento aos projetos. Já estamos negociando os novos valores com os órgãos financeiros do governo", disse. Segundo ele, a proposta que será levada à presidente Dilma prevê um valor de R$ 293 milhões para a qualificação do VLS-1 e do VLM. No PNAE, os dois projetos têm recursos previstos da ordem de R$ 270 milhões.
O pedido de revisão já foi assinado pelo ministro, que aguarda apenas a assinatura de Amorim, para encaminhar a exposição de motivos à presidente Dilma.
O volume reduzido de aportes em projetos como o VLS e o VLM, segundo o Valor apurou, também já afeta as empresas fornecedoras do programa espacial que, devido à falta de contratos e de novos projetos, estão fazendo demissões. Este é o caso das empresas Orbital, Mectron e Equatorial.
A reformulação do orçamento ao programa de lançadores, de acordo com o ministro, foi proposta pela Agência Espacial Brasileira (AEB) em conjunto com o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), órgão responsável pelo desenvolvimento dos foguetes do programa espacial. Para dinamizar ainda mais o processo de domínio do Brasil na área de lançadores de satélites, o governo incentiva a formação de uma empresa integradora de lançadores, a exemplo do que foi feito com a Visiona, na área de satélites.
A Visiona, criada a partir de uma associação entre a Telebrás (49%) e a Embraer (51%), tem como foco o programa do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC). O primeiro satélite, que está sendo adquirido de fornecedores externos, está previsto para ser lançado entre o fim de 2014 e início de 2015.
O ministro disse que empresas como a Odebrecht já teriam manifestado o interesse em participar de uma composição empresarial na área de lançadores, assim como a Avibras.
"Seria uma formulação empresarial com diferentes acionistas, inclusive uma empresa internacional, mas a articulação do programa continuaria nas mãos do DCTA." Entre as empresas internacionais interessadas, o ministro citas as europeias Astrium e Avio. (VS)

Brasil e Ucrânia ampliam capital da binacional ACS

Por Virgínia Silveira | Para o Valor, de São José

O governo brasileiro aprovou, no dia 29 de maio, aumento de capital na empresa binacional ACS (Alcântara Cyclone Space), no valor de aproximadamente US$ 420 milhões. Com a decisão, que também já havia recebido sinal verde do governo ucraniano, sócio na companhia, o capital da ACS passará dos atuais US$ 498 milhões para US$ 920 milhões. Os custos desse aumento serão divididos em partes iguais entre os dois países, informou o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Marco Antônio Raupp.
O aumento de capital, segundo Raupp, acontece porque os recursos destinados às atividades da ACS - desenvolvimento do foguete Cyclone 4 e a construção de uma base de lançamento para o foguete em Alcântara - foram considerados insuficientes.
Com a injeção de novos recursos, de acordo com Raupp, as obras no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, para o Cyclone 4 poderão ser retomadas. As obras tinham sido paralisadas por conta da falta de pagamento às empreiteiras, informação que o ministro não confirma.
"As obras não foram paralisadas. Apenas diminuíram de intensidade por causa do regime de chuvas na região. A ACS é devedora às empreiteiras, mas como essas empresas são grandes, as obras não são paralisadas porque se deixou de pagar um mês", explicou.
O aumento de capital e a melhoria da questão meteorológica, na opinião do ministro, devem resolver de vez os problemas relacionados à preparação da base de Alcântara para o Cyclone 4.
Atualmente, segundo o ministro, 40% das obras do sítio do Cyclone 4 estão concluídas. Na área de lançamento do VLS, o governo finalizou a construção da Torre de Lançamento, assim como pequenas melhorias e modernizações dos sistemas de operação da base. A nova torre de lançamento custou cerca de R$ 44 milhões.
O Centro de Lançamento de Alcântara apresenta uma localização estratégica, próximo da linha do Equador e a vantagem de ter o Oceano Atlântico a leste e ao norte. Desta forma, parte dos foguetes lançados dali caem no mar, longe de áreas habitadas. Segundo estudos feitos pela ACS, a estimativa para lançamento de satélites até 2020 é da ordem de 1.145, dos quais 244 são satélites comerciais. O objetivo da binacional é lançar de três a quatro satélites por ano.
"O programa com a Ucrânia se justifica comercialmente por ter a oportunidade de prestar esse serviço de lançamento e por razões estratégicas e de interesse do Brasil de ter em Alcântara dois sítios de lançamento, um para o VLS e outro para o Cyclone 4", disse.
A operação comercial de lançamentos de satélites em Alcântara, no entanto, depende de um acordo com os Estados Unidos, já que mais de 80% dos satélites comerciais lançados hoje no mundo são de origem americana.
"O Ministério das Relações Exteriores já retomou as negociações com os EUA em relação à definição de um novo acordo de salvaguardas tecnológicas. O acordo do passado está sendo rediscutido em outras condições", disse o ministro. Raupp se refere ao acordo de salvaguardas tecnológicas barrado pelo Congresso em 2002, principalmente por conta das restrições feitas ao desenvolvimento do Brasil na área espacial.
Com o novo acordo, segundo ele, o negócio da ACS tem mais condições de ser viabilizado, já que os clientes americanos representam uma parcela significativa desse mercado. "Se fizermos acordo com os EUA, não será difícil depois fazer o mesmo com o Japão e a Europa", disse. O ministro lembra que o Brasil já tem acordos de salvaguarda tecnológica com a Ucrânia e a Rússia.
Com a Ucrânia, especialistas argumentam que o acordo assinado não é vantajoso para o Brasil, porque não permite que o país tenha acesso às tecnologias espaciais associadas ao Cyclone 4, de forma proporcional à participação financeira brasileira no programa.

JM ON LINE - MG

Piau cumpre agenda na Anac em busca de voos para Congonhas

Em busca de liberação de slots no aeroporto de Congonhas (SP), o prefeito Paulo Piau (PMDB) se reuniu ontem com o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Marcelo Pacheco. Desde 2009, o município tenta viabilizar a concessão de vagas em Congonhas para empresas interessadas em operar na rota Uberaba-São Paulo.
De acordo com Piau, enquanto as negociações com empresas aéreas estão em andamento, é necessário um esforço paralelo para solucionar junto à Anac a autorização de slots para o pouso e decolagem nos principais aeroportos. “Pedi para resgatar primeiro um voo de Uberaba para Congonhas. Sei que não é fácil. Se não for possível, que seja para Guarulhos (SP). Outra solicitação foi a autorização de voo para Brasília e também para Confins, em Belo Horizonte. Hoje temos apenas para Pampulha e Campinas”, conta.

 O prefeito avalia que o resultado da conversa na Anac foi positivo, mas reforça que a ampliação da oferta de voos também depende do posicionamento das companhias aéreas. “Ele [o presidente da Anac] não pode resolver sozinho, pois depende das empresas. Mas conseguimos chamar a atenção para nossa necessidade e acredito que ele irá nos auxiliar”, salienta. PP já se reuniu com a direção da Azul e aguarda audiência com representantes da Gol.

Uberaba está sem voo direto com a capital paulista desde 2009, quando a OceanAir cancelou a rota. Como paliativo, chegou a ser oferecida a opção de desembarcar em Guarulhos, mas esta também foi cancelada mais tarde. Agora o uberabense tem como opção apenas o destino Uberaba-Campinas (SP), sendo oferecido transporte de ônibus do aeroporto de Viracopos até São Paulo. Além disso, o município perdeu a disponibilidade de voos para Confins, na capital mineira, e Brasília (DF) este ano.
 
De Brasília, o prefeito seguiu para Belo Horizonte e se reuniu com a secretária estadual de Desenvolvimento Econômico, Dorothea Werneck. O peemedebista foi acompanhado dos integrantes do G9 e também do presidente da Câmara de Vereadores, Elmar Goulart (PSL), para discutir novos investimentos para o município.










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