NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 02/04/2013
Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.
Papa será monitorado por 12 mil agentes na Jornada
Exército coordenará esquema de segurança do pontífice nos últimos dois dias do evento internacional no Rio, em julho. São esperadas 2,5 milhões de pessoas em Guaratiba
Maria Inez Magalhaes
Rio - Os olhos de centenas de milhões de pessoas em todo o mundo estarão voltados para o Papa Francisco na 28ª Jornada Mundial da Juventude (JMJ), no Rio, entre 23 e 28 de julho. Porém, ninguém estará mais atento ao pontífice que as 12 mil pessoas que farão a segurança do sumo sacerdote. O megaesquema envolve todas as polícias e as Forças Armadas, e começa 15 dias antes da JMJ, com a Copa das Confederações. E, para que os militares possam coordenar a segurança do evento, será decretada a Garantia da Lei e da Ordem.
O planejamento inclui patrulhamento por terra, mar e ar, e até equipes especializadas em crimes cibernéticos, além de estratégias contra sabotagem e agentes infiltrados. Tudo isso será monitorado 24 horas em tempo real pelo ‘Big Brother do Papa’, o Centro de Controle Tático Integrado (CCTI), que reunirá representantes de todas as forças de segurança no Comando Militar do Leste, no Centro.
A preocupação maior da segurança é com os dias 27 e 28 — as duas datas mais importantes da Jornada —, quando 2,5 milhões de pessoas estarão em Guaratiba para a vigília e a missa que será celebrada por Sua Santidade encerrando a JMJ. Nesses dois eventos, os 12 mil agentes serão empregados, e o esquema de segurança será coordenado pelo general José Alberto da Costa Abreu, 59, comandante da 1ª Divisão do Exército (1ª DE).
“O planejamento está quase pronto. Esperamos apenas ajustes na agenda do Papa para bater o martelo da segurança. Mas o principal já está feito. Estamos preparados”, garantiu o oficial.
Nos outros dias da JMJ, a segurança será coordenada pela Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos, vinculada ao Ministério da Justiça, que engloba as polícias. E os militares vão atuar na defesa de área (controle do espaço aéreo, contra terrorismo, guerra cibernética, entre outros). “Na segurança só agiremos se necessário”, explicou o general Abreu.
Latinidade não alterou planejamento
O general Abreu garantiu que nada mudou no planejamento da segurança da JMJ, que começou a ser traçado em novembro, com a eleição do Papa argentino.No entanto, observação será a palavra de ordem.
“É um Papa próximo do povo e haverá mais interação com a juventude. Não esperamos atitudes agressivas dos jovens, porém mais euforia porque eles vão querer estar mais perto dele. Por isso, estaremos mais atentos”, explicou o oficial, que comandou a segurança da Rio+20, ano passado no Rio.
A base logística para atender Guaratiba será no Centro Tecnológico do Exército, na região, assim como dois hospitais de campanha. Já os responsáveis pela segurança cibernética vêm de Brasília e ficarão no CCTI. Uma das principais funções é monitorar hackers para evitar que invadam o sistema de segurança da JMJ.
Nos outros compromissos do Papa, os militares só vão acompanhá-lo se a presidenta Dilma Rousseff estiver presente. O religioso vai à Catedral Metropolitana, no Centro, ao Cristo Redentor e deverá ir a uma favela.
"UPP facilita trabalho do Exército"
Apesar do aparato gigantesco de segurança, o general Abreu afirma que a atuação dos militares não será ostensiva. “Vamos priorizar o trabalho de inteligência. Não adianta colocar todo mundo na rua”, explicou o oficial.
Segundo ele, isso só será possível graças as 30 Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) que existem. “A UPP facilita nosso trabalho. Não teremos, por exemplo, canhões apontados para a Rocinha (a favela tem UPP) como aconteceu na Eco-92”, lembrou ele, no Exército há 40 anos.
A elaboração do plano de segurança incluiu uma ida ao Vaticano. Na ocasião, o oficial esteve com o então Papa Bento XVI, que renunciou ao cargo 15 dias depois. “Fomos conhecer a expertise da segurança de lá. Continuamos tratando do assunto por e-mail. Me perguntam o que eu disse para o Papa porque logo depois ele deixou o cargo”, brincou o general, que deve voltar ao Vaticano.
Em duas semanas, os militares começam a intensificar o treinamento para a JMJ. As tropas vão se desmobilizar até 4 de agosto.
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Brasil deverá montar base para pesquisadores dentro do Continente Antártico no final de 2014
Vitor Abdala
Rio de Janeiro – Ao mesmo tempo em que o governo brasileiro concentra esforços na reconstrução da Estação Antártica Comandante Ferraz, na Ilha Rei George, destruída por um incêndio em fevereiro de 2012, cientistas buscam consolidar a presença de pesquisadores do país mais ao Sul, dentro do Continente Antártico.
Cientistas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) pretendem montar uma base com capacidade para oito pesquisadores, no local onde já funciona o módulo autônomo Criosfera 1, que opera sem a presença de cientistas, na latitude 85 Sul, a 500 quilômetros do Polo Sul.
A informação foi divulgada pelo pesquisador Heitor Evangelista, da Uerj, coordenador do Criosfera. Segundo ele, um módulo dormitório, com quatro beliches e uma cozinha, deverá ser instalado ao lado do Criosfera a partir do final do ano que vem. Há ainda a possibilidade de ter e um minimódulo, que funcionará como banheiro.
A estação garantirá a presença brasileira no continente, já que a Comandante Ferraz e os refúgios mantidos pelo Brasil na Antártica ficam todos em ilhas, fora da massa continental. O módulo Criosfera 1 foi instalado em janeiro de 2012, para fazer pesquisas sobre mudanças da atmosfera, do clima e da camada de gelo.
O módulo funciona sem a necessidade de pesquisadores, com o auxílio de geradores solares e eólicos e de baterias, além de equipamentos posicionados dentro e fora do contêiner. Os dados coletados são enviados por satélite para o Brasil. Uma missão com pesquisadores brasileiros foi enviada no final do ano passado para avaliar o funcionamento do módulo e fazer coletas de mais materiais.
No entanto, o grupo precisou dormir, comer e improvisar banheiros em barracas, que foram posicionadas no entorno do Criosfera 1. Sob essas condições, explica Evangelista, não é possível ficar mais do que um mês no local. “Hoje é muito difícil ficar mais do que 30 dias. Em uma missão dessa de 30 dias, nas condições que você encontra lá, você praticamente chega ao seu limite físico. Isso é muito comprometedor.”
A instalação do módulo dormitório permitirá que os pesquisadores permaneçam até três meses no local, durante o verão antártico. “Será muito bom, porque vai permitir uma ampliação das pesquisas”, disse o cientista.
Hoje toda a operação logística do Criosfera é feita por uma empresa privada, contratada pelo consórcio universitário que opera o módulo de pesquisa. Os pesquisadores devem conversar com a Força Aérea Brasileira (FAB) para pedir que pilotos brasileiros sejam capacitados e aprendam a pousar seus aviões Hércules (que transportam os equipamentos) no Continente Antártico, em uma pista de pouso existente na latitude 80, próximo à Criosfera 1.
Isso, segundo o cientista, baratearia os custos de operação do Criosfera. “Queremos que a FAB faça algo que os chilenos já fazem, que é pousar um Hércules na latitude 80. O pouso é feito no gelo. É um tipo de gelo, formado na base das montanhas, que tem uma densidade bem alta, o gelo azul. Nesse gelo azul, uma aeronave pode pousar com rodas”, disse Evangelista.
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Governo publica decreto que regulamenta licitação para produtos e sistemas de defesa
Pedro Peduzzi
Brasília - Decreto que regulamenta o marco legal para compras, contratações e desenvolvimento de produtos e sistemas de defesa do Brasil foi publicado hoje (1º) no Diário Oficial da União. O Decreto 7.970/2013, que regulamenta dispositivos da Lei 12.598/2012, já permite o credenciamento das Empresas Estratégicas de Defesa (EED). Além disso, homologa os chamados Produtos Estratégicos de Defesa (PED) e mapeia as cadeias produtivas do setor.
Com as normas, a intenção do governo é estimular as compensações tecnológicas, industriais e comerciais e fomentar o conteúdo nacional da base industrial de defesa, tanto para o mercado interno quanto para exportação. Ao criar a Comissão Mista da Indústria de Defesa (Cmid), o decreto possibilita que, auxiliado por órgãos e entidades públicas e privadas, o Ministério da Defesa credencie empresas e homologue produtos considerados estratégicos.
Em nota divulgada pelo Ministério da Defesa, o diretor do Departamento de Produtos de Defesa, general de divisão Aderico Mattioli, diz que a Cmid atribuirá um perfil interministerial e multidisciplinar ao processo, apesar de, segundo a lei, a prerrogativa da decisão ser do ministério.
A nota cita que um dos elementos chave do novo decreto é a definição do Termo de Licitação Especial (TLE), uma opção concorrencial que permitirá que as compras e contratações do setor sigam uma "lógica baseada não apenas nos custos dos projetos", e permite a adoção, nas licitações, de critérios que fortaleçam a base industrial de defesa no Brasil.
Em meio a esses critérios podem ser levados em considerações aspectos geopolíticos ou fatores econômicos que permitam às empresas brasileiras desenvolver capacidades tecnológicas que possam resultar, posteriormente, em vantagens competitivas.
As empresas que forem consideradas EED terão, ainda, acesso a financiamentos para programas, projetos e ações relativas a bens de defesa nacional. Ainda serão definidas as regras específicas do Regime Especial de Tributação da Indústria de Defesa (Retid), mecanismo que vai desonerar, de diversos encargos, as empresas cadastradas.
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Aeronáutica abre quatro novos concursos públicos com 622 vagas
A Aeronáutica abriu quatro novos concursos públicos com um total de 622 oportunidades, para sargentos, farmacêuticos, dentistas e engenheiros. Podem participar candidatos de ambos os sexos. Os editais não informaram a remuneração. As inscrições podem ser feitas pelo site www.fab.mil.br.
Sargentos
As vagas são divididas nas áreas de não navegantes (guarda e segurança, eletricidade e instrumentos, equipamento de voo, meteorologia, suprimento, informações aeronáuticas, desenho, estrutura e pintura, eletromecânica, metalurgia, e bombeiro), navegantes (mecânica e aeronaves, material bélico, comunicações e foto-inteligência), e controle de tráfego aéreo.
Para participar é preciso possuir ensino médio completo além de idade entre 18 e 25 anos. As inscrições serão aceitas de 17 de abril a 9 de maio. A taxa custa R$ 60. Haverá provas escritas no dia 7 de julho, inspeção de saúde, exame de aptidão psicológica, teste de avaliação de condicionamento físico, análise e conferência dos critérios exigidos e da documentação prevista para matrícula no curso, e curso de formação.
O curso de formação de sargentos da Aeronáutica (CFS) é ministrado sob regime de internato militar, na EEAR, em Guaratinguetá (SP), com duração de aproximada de dois anos.
Farmacêuticos, dentistas e engenheiros
Para candidatos a farmacêutico são 17 vagas nas áreas de farmácia bioquímica, hospitalar e industrial. Para dentistas há 23 oportunidades para especialistas em cirurgia e traumatologia buco-maxilo-facial, dentística, endodontia, implantodontia, prótese dentária, periodontia e ortodontia. E para engenheiros são 40 vagas para as especialidades cartográfica, civil, de computação, eletrônica, elétrica, mecânica, metalúrgica e química. As inscrições podem ser feitas entre os dias 2 a 4 de abril. A taxa custa R$ 120.
Haverá exame de escolaridade e conhecimentos especializados no dia 16 de junho, inspeção de saúde, exame de aptidão psicológica, avaliação de condicionamento físico, prova prático-oral e análise e conferência dos critérios exigidos e da documentação prevista para matrícula no curso, e curso de formação. Somente os candidatos a engenheiro não terão que realizar prova prático-oral.
O curso de adaptação de farmacêuticos, dentistas e engenheiros da Aeronáutica (CAFAR) é ministrado no Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (CIAAR), em Belo Horizonte (MG), e tem a duração aproximada de 17 semanas.
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Segundo Comar mudará de comando nesta terça-feira
O Major-Brigadeiro-Ar Luis Antonio Pinto Machado passará o comando do Segundo Comando Aéreo Regional (II COMAR) ao Major-Brigadeiro-Ar Luiz Fernando Dutra Bastos, nesta terça-feira, em solenidade militar na sede do Segundo Comando, no Recife. A cerimônica será às 16h.
O II COMAR é responsável por coordenar, controlar e executar as atividades administrativas e logísticas da Aeronáutica em oito estados do Nordeste (Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí), além de executar ações de segurança e defesa do espaço aéreo nacional relativo à sua área de jurisdição.
O atual Comandante está à frente da organização militar desde abril de 2011. De Recife, o Major-Brigadeiro Pinto Machado seguirá para o Comando da Universidade da Força Aérea Brasileira (UNIFA), no Campo dos Afonso, Rio de Janeiro.
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Processo de instalação da usina de energia solar em Noronha avança nova etapa
Produção da usina irá corresponder a 6% do consumo de Fernando de Noronha ou uma economia de R$ 100 mil por ano
Foi finalizada mais uma etapa do processo que levará uma usina de energia solar ao arquipélago de Fernando de Noronha. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) realizou a regulação dos preços para a realização tanto do projeto executivo quanto da instalação da usina. O sistema será desenvolvido pela Companhia Energética de Pernambuco (Celpe).
A empresa vencedora para o projeto executivo foi a WEG Equipamentos Elétricos S.A, que será inicialmente responsável pela aquisição, transporte e instalação da usina, e depois pelo monitoramento e manutenção durante um ano.
O terreno que irá receber a usina solar fotovoltaica fica dentro do terreno do Comando da Aeronáutica, numa área de 7 mil metros quadrados, próximo ao aeroporto do arquipélago. O sistema terá uma potência de 400 kwp, o que vai resultar em 600 Mwh ao ano. O número corresponde a 6% do consumo de Fernando de Noronha, o que vai representar uma economia de R$ 100 mil por ano.
Um dos maiores benefícios da instalação da usina será no ponto de vista ambiental, com a diminuição do uso de óleo diesel na Usina Tubarão. A redução será de 200 mil litros, equivalente a R$ 570 mil por ano.
A usina fotovoltaica será uma das três pertencentes ao grupo Neoenergia, do qual a Celpe faz parte junto com outras distribuidoras de energia do País. Uma delas também está sendo instalada em Pernambuco, na Arena da Copa, em São Lourenço da Mata.
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Tucanos da Esquadrilha da Fumaça se despedem com espetáculo
No domingo (31), aconteceu a última apresentação deles, em Brasília. A esquadrilha para com as apresentações para o treinamento com os supertucanos, que vão substituir os tucanos. Os famosos tucanos usados pela Esquadrilha da Fumaça vão ser aposentados. No domingo (31), aconteceu a última apresentação deles, em Brasília.
Bom Dia Brasil
A esquadrilha para com as apresentações para o treinamento com os supertucanos, que vão substituir os tucanos. E a Aeronáutica garante que vai valer a pena esperar. As apresentações vão mudar. Vão ser mais velozes e com um intervalo, entre elas, ainda menor.
Para fazer acrobacias, o Tucano T-27, com 30 anos, já não é mais moderno. Novinho, cheio de novidades é o substituto dele: o Supertucano, A-29. No Supertucano é tudo digital, tem uma tela com as informações do voo. Ele é bem mais veloz: vai a 590 quilômetros por hora rapidamente. Tem piloto automático e a cabine é pressurizada, com oxigênio e ar condicionado.
“É uma aeronave que atualmente é o carro-chefe da aviação de caça no que diz respeito à defesa do espaço aéreo”, explica o piloto Thiago Capuchinho.
Quem tem história na Esquadrilha da Fumaça é o Tucano. Na despedida, a FAB deixou a equipe do Bom Dia Brasil sentir um pouco da aventura que os pilotos já viveram mais de 3,6 mil vezes, em cerca de 20 países.
Com o Tucano, a Esquadrilha da Fumaça entrou duas vezes para o Livro dos Recordes, o Guiness. Uma vez por um voo invertido com 11 aviões, depois um voo invertido com 12 aeronaves.
Depois do voo, os pilotos fizeram uma última exibição para o público de Brasília. “Hoje é um dia histórico para a Esquadrilha, para a Força Aérea Brasileira e para o Brasil”, disse o tenente coronel Marcelo Gobet, comandante da Esquadrilha da Fumaça.
O local escolhido foi um dos pontos mais bonitos da cidade: a área em volta do Lago Paranoá. E lotou. Foi meia hora de muitas manobras, muitas fotos e filmagens dos tucanos, que vão ficar na memória.
Agora é esperar o fim do treinamento. O comandante da esquadrilha acredita que até o fim do ano já aconteça a primeira apresentação com os supertucanos.
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OVNIs: por que o sigilo sobre os documentos?
Há três anos, Defesa descumpre decisão do governo de tornar público os documentos sobre objetos voadores não identificados
Em 2009, o então governo Lula iniciou um movimento para tornar públicos relatórios e documentos sigilosos sobre a aparição de objetos voadores não identificados no País. Encaminhou ao Arquivo Nacional mais de cinco mil páginas desses relatos, cujo prazo de 50 anos para manutenção do sigilo havia expirado. Em 2010, a Casa Civil baixou um decreto determinando que arquivos sobre o tema espalhados em diferentes órgãos fossem reunidos para posterior divulgação. Ainda há, porém, uma lista enorme de inquéritos, fotos, filmagens e depoimentos mantida em total segredo. Apesar de conhecida e informada nos anos 50 e 60, a existência de parte desta papelada é negada pela Marinha, pelo Exército e pelas Forças Armadas.
Essa situação inclui casos notórios. Um deles envolve a Operação Prato, que reuniu trinta militares para investigar as constantes aparições de objetos estranhos no céu da Amazônia entre 1977 e 1978. Os depoimentos armazenados em quatro fitas ainda não vieram a público. O mesmo ocorre com a documentação sobre a Ilha de Trindade, no Espírito Santo, cenário de uma suposta sequencia de aparições de discos voadores em 1958. À época, a Câmara pediu à Marinha acesso a todos os relatórios e fotografias. O então parlamentar Sergio Magalhães (PDT-DF) chegou a avisar publicamente que estava com o inquérito em mãos. Os relatórios, entretanto, não constam entre os que foram entregues ao Arquivo Nacional. “A Marinha não possibilitou o acesso. Sequer fazem referência ao que foi entregue. Cobramos respostas sobre o que temos certeza que existe”, desabafa o pesquisador Marco Antonio Petit. O Ministério da Defesa afirma não ter em seu poder os documentos que especialistas dizem que estão sendo omitidos.
Autor de pelo menos dois requerimentos enviados ao ministério pedindo acesso aos dados omitidos, o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) resume o cenário: “Ainda persiste a nebulosa situação sobre o real tamanho dos arquivos e até onde o Comando está disposto a abri-los”. Mas qual seria a preocupação da Defesa? Militares ouvidos por ISTOÉ dizem que não existe interesse do governo em promover novas discussões sobre a existência ou não de extraterrestres. A não divulgação de documentos envolvendo o assunto seria uma maneira de garantir a ordem pública e evitar a instauração desnecessária de pânico, revelam as mesmas fontes. As explicações são rasas e não justificam o descumprimento de uma decisão já tomada pelo próprio governo. Embora questionável, esse controle procura imitar padrões já estabelecidos por países como Estados Unidos e Grã-Bretanha. “Nenhum governo ganha divulgando detalhes sobre operações desse tipo. Há muita coisa em jogo”, diz um militar de alta patente. No próximo mês, haverá um encontro entre ufólogos e os três comandos da Defesa. O debate será uma oportunidade de esclarecer de uma vez por todas à população a necessidade da manutenção do sigilo das informações sobre os Óvnis no País.
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Do 14-bis ao 14-X
Aeronave que voa a mais de 11.000 km/h coloca o Brasil na elite da engenharia aeroespacial e na iminência de superar tecnologicamente os EUA
Em um laboratório em São José dos Campos, interior de São Paulo, a aeronave mais avançada do Brasil ganha forma. Batizado de 14-X, o aparelho tem nome inspirado na mais famosa máquina voadora brasileira, o 14-bis. Em comum com o avião de Santos Dumont, o 14-X tem o poder de garantir para o País um lugar no pódio da tecnologia aeroespacial. Não tripulado, o modelo é hipersônico, capaz de atingir dez vezes a velocidade do som (mais de 11.000 km/h). As propriedades do 14-X colocam o Brasil no seleto grupo de nações – ao lado de Estados Unidos, França, Rússia e Austrália – que pesquisam os motores scramjet, que não têm partes móveis e utilizam ar em altíssimas velocidades para queimar combustível (no caso, hidrogênio). Outra característica do veículo desenvolvido pelo Instituto de Estudos Avançados da Força Aérea Brasileira (IEAv) é que ele é um “waverider”, aeronave que usa ondas de choque criadas pelo voo hipersônico para ampliar a sustentação. É como se, ao nadar, um surfista gerasse a onda na qual irá deslizar.
O projeto nasceu em 2007, quando o capitão-engenheiro Tiago Cavalcanti Rolim iniciou mestrado no ITA e foi aprovado com uma tese sobre a configuração “waverider”. Cinco anos depois, a teoria está prestes a virar prática. O primeiro teste do 14-X em voo, ainda sem a separação do foguete utilizado para a aceleração inicial, ocorrerá neste ano.
Em seguida, a Força Aérea planeja outros dois experimentos: um com acionamento dos motores scramjet, mas com a aeronave ainda acoplada, e outro com funcionamento total, quando a velocidade máxima deve ser atingida. “Se formos bem-sucedidos nesses ensaios, estaremos no topo da tecnologia, embora com um programa muito mais modesto do que o dos americanos”, diz o coronel-engenheiro Marco Antonio Sala Minucci, que foi diretor do IEAv durante quatro anos e é um dos pais do 14-X.
O grande desafio no desenvolvimento da tecnologia de altíssimas velocidades é a construção dos motores scramjet. Um engenheiro ligado ao projeto compara a dificuldade de ligar tais propulsores a “acender uma vela no meio de um furacão”. Por isso, o IEAv realiza os testes do primeiro protótipo no maior túnel de choque hipersônico da América Latina, no próprio laboratório do instituto.
Diferentemente do que ocorre em turbinas de aviões, esse motor não usa rotores para comprimir o ar: é o movimento inicial, gerado pelo foguete, que fornece o fôlego necessário. No 14-X, os propulsores scramjet são acionados a mais de 7.000 km/h.
“Esse será o caminho eficiente de acesso ao espaço em um futuro próximo”, diz Paulo Toro, coordenador de pesquisa e desenvolvimento do 14-X. As aplicações práticas vão além do lançamento de satélites ou dos voos suborbitais. Os EUA, que testam sua aeronave batizada de X-51, pretendem usar a tecnologia em mísseis intercontinentais. Entre os civis, a esperança é de que o voo hipersônico possa se tornar uma realidade em viagens turísticas. Ir de São Paulo a Londres em apenas uma hora não seria nada mau.
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Esquema especial para 2014
Para dar conta da maior concentração de voos durante o Mundial do ano que vem, o governo federal montou um esquema para dividir o tráfego aéreo.
Em todas as cidades-sede, serão usados aeroportos menores e bases militares. No Estado, a base aérea de Canoas vai receber voos de seleções, autoridades e chefes de Estado que vierem a Porto Alegre. Caxias do Sul e Pelotas vão dar suporte – ainda que restrito – ao Salgado Filho. Só de seleções, serão 300 voos entre junho e julho de 2014.
Mas a ajuda será limitada. Em Caxias do Sul, estão programados pousos de voos domésticos e, conforme o diretor do aeroporto, José Henrique Elustondo, apenas das três companhias que já operam no local: Gol, Azul e Trip.
– É necessária toda uma estrutura de escadas, funcionários, terminais. E cada empresa tem seus apetrechos – afirma o diretor.
Pelotas deve receber voos particulares – aviões fretados por executivos ou agências de viagem. Os aeroportos de Passo Fundo, Florianópolis e Curitiba ficarão na reserva: receberão aeronaves apenas se as pistas da Capital, Canoas, Caxias e Pelotas falharem. Na Base Aérea de Canoas, que receberá os aviões com passageiros "especiais", serão feitas obras para ampliar o pátio de manobras. Um investimento de R$ 30,7 milhões.
– A ampliação já estava prevista, mas começará agora para estar concluída até a Copa – explicou o chefe do Serviço Regional de Engenharia da Aeronáutica, major Steven Meier.
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PORTAL BOA INFORMAÇÃO
Militares das Forças Armadas recebem primeira parcela de aumento nesta terça-feira
O salário relativo a março dos cerca de 640 mil militares das Forças Armadas, com pagamento programado para esta terça-feira, virá com a primeira parcela do aumento de 30% concedido pelo governo federal no ano passado.
Segundo o Ministério da Defesa, o reajuste a ser repassado agora será de cerca de 9% para ativos, inativos e pensionistas do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.
Com o aumento que sai no contracheque referente a março, o menor soldo, pago a soldados, recrutas e corneteiros de 3 classe, entre outros postos, será corrigido para R$ 537.
Almirantes de esquadra, generais de Exército e tenentes-brigadeiros, que ganham o teto das Forças Armadas, passarão a receber R$ 9.093 por mês.
O reajuste de 30% será pago em três parcelas anuais, até 2015, sempre no pagamento relativo a março. O índice dado aos militares foi superior ao recebido pelos servidores federais civis, que levaram 15,8%, também divididos em três anos.
Mesmo assim, o percentual ficou abaixo dos 45% que os comandantes de Marinha, Exército e Aeronáutica teriam pedido durante as negociações com o governo, que duraram pouco mais de seis meses, durante o ano passado.
Em julho, a União enviou para o Congresso Nacional três projetos de lei reajustando os salários da maior parte do funcionalismo federal, inclusive os militares.
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PORTAL TECNODEFESA
Israel Aerospace Industries busca maior cooperação com industrias brasileiras
Na esteira do anúncio da seleção da proposta formulada pela Israel Aerospace Industries (IAI) com vistas ao fornecimento de duas aeronaves de reabastecimento e transporte estratégico para a Força Aérea Brasileira (FAB) no âmbito do programa KC-X2, a empresa israelense está procurando estabelecer acordos de cooperação com outras organizações brasileiras. A edição 2013 da LAAD Defence & Security – Feira Internacional de Defesa e Segurança, evento que acontecerá no Rio de Janeiro entre os dias 09 e 12 de abril próximos, favorecerá o estabelecimento de contatos mais estreitos entre a empresa israelense e os potenciais parceiros brasileiros.
Joseph Weiss, presidente e CEO da IAI, disse que a empresa pretende integrar-se nos mercados de defesa e de segurança brasileiros e trabalhar para o fortalecimento de laços com as indústrias locais. Weiss afirmou que a IAI já tem uma série de propostas de negócios que estão em análise. O alto-executivo estará na liderança de uma comitiva que participará nos próximos dias de reuniões com autoridades e empresários brasileiros da área de defesa e segurança.
Além de ter sua proposta referente ao KC-X2 eleita como a vencedora, um estado brasileiro irá instalar um sistema de comando e controle planejado e fornecido pela IAI, o qual segundo a empresa, apresentará para as autoridades locais responsáveis pela segurança dos eventos que lá ocorrerão uma visão geral fiel do cenário situacional. A Policia Federal do Brasil prossegue com o desenvolvimento do seu programa de VANTs Heron da IAI com o objetivo de emprega-los em operações de vigilância de fronteiras.
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REVISTA FORÇAS ARMADAS
Força Aérea participa da maior feira de defesa e segurança da América Latina
Modernização do A-1, KC-390 e atuação do VANT serão as estrelas no estande da FAB
A LAAD Defence e Security 2013 deve reunir, no Riocentro, entre os dias 9 e 12 de abril, as maiores empresas fornecedoras da comunidade da defesa e segurança pública. Tecnologia é a palavra de ordem da LAAD, maior feira de defesa e segurança da América Latina. Pensando nisso, a Força Aérea Brasileira (FAB) apresentará seus maiores projetos em desenvolvimento: modernização da aeronave A-1, novo cargueiro KC-390 e a operação de VANTs.
Para o Comando da Aeronáutica, a LAAD é uma oportunidade única de apresentar novos projetos e tecnologias, além de unir os anseios governamentais às respostas das empresas da área de defesa. “A cada nova LAAD vemos a evolução e o profissionalismo desta transformação de demandas em produtos, de necessidades em ofertas, de objetivos em soluções”, pontua o Tenente Brigadeiro do Ar, Juniti Saito, Comandante da Aeronáutica.
Além do A-1, o KC-390 e o VANT, a FAB levará outros projetos desenvolvidos pelo Centro de Catalogação da Aeronáutica (CECAT), Centro Logístico da Aeronáutica (CELOG), Diretoria de Intendência da Aeronáutica (DIRINT), Grupo de Comunicações e Controle (GCC), Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA).