NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 03/02/2013
Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.
Curtas .
Deu no www.correiobraziliense.com.br .
Brasileira morre durante voo para os EUA. Causa não foi divulgada .
Uma brasileira morreu durante um voo da
American Airlines que partiu ontem de São Paulo com destino a Dallas,
nos Estados Unidos. O avião foi desviado para Houston depois de a
passageira passar mal a bordo da aeronave. Segundo a polícia de Houston,
a vítima tinha 25 anos e foi declarada morta logo após o pouso. De
acordo com os policiais, a identidade e a causa da morte não serão
divulgadas enquanto não houver o resultado da autópsia.
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Estímulo à competição
Técnicos
do governo defendem abertura a investidores estrangeiros para
capitalizar as companhias aéreas e melhorar a saúde financeira do setor
de aviação, que registrou resultados negativos superiores a R$ 2 bilhões
no ano passado
Rosana Hessel e Silvio Ribas
Apesar
das divergências ideológicas dentro do governo quanto ao aumento da
participação estrangeira nas empresas de aviação, técnicos oficiais
defendem a medida como forma de melhorar a saúde financeira do setor.
Para eles, seria a saída mais rápida e mais barata para capitalizar as
companhias e capacitá-las a enfrentar o cenário atual adverso. Além
disso, a elevação do limite de 20% de capital votante nas mãos de
investidores externos possibilitaria o surgimento de novos competidores
no mercado doméstico.
“Capital não tem nacionalidade. Se hoje
há apetite para investir com as restrições existentes, imagine se houver
uma flexibilização”, comenta um especialista que assessora o Palácio do
Planalto na definição de políticas para a aviação civil. Um grupo de
servidores reuniu dados para justificar a mudança do capítulo do Código
Aeronáutico que trata da composição acionária das companhias áreas. O
grupo convenceu o governo de que a concentração é uma realidade do setor
em todo o mundo. O segmento é muito sensível a crises externas, tem
riscos altos e as empresas precisam ter acesso a capital de forma mais
simplificada, a fim de ganhar fôlego e não desaparecer do mercado, como
já aconteceu com outras companhias no passado.
A crise levou as empresas a amargar
grandes prejuízos, de acordo com os especialistas. Esse é um dos fatores
que provocaram a retração na oferta de assentos nos voos domésticos,
apesar de o número de passageiros transportados continuar crescendo. Em
novembro, de acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o
volume caiu 5,7%. Entre algumas capitais, até o número de voos diários
caiu de quatro para dois, ou mesmo para apenas um.
Urgência
O debate sobre o novo Código Aeronáutico
promete ser caloroso. O relator, deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG),
pretende deixar o projeto pronto para ser votado em fevereiro, tão logo
acabe o recesso parlamentar. A proposta tramita no Congresso há cinco
anos, mas estava engavetada desde julho de 2010. “O código atual (de
1986) regula uma realidade da aviação que já não existe. Somos um país
emergente e precisamos atrair o capital estrangeiro”, diz o parlamentar,
que assumiu a relatoria há menos de dois meses.
Abi-Ackel defende urgência na retomada
das discussões sobre o tema, como forma de colaborar com o aumento da
concorrência no setor e o barateamento das passagens aéreas. “Esse
assunto está acima dos interesses partidários e acredito que o governo
poderá liderar esse debate”, pontuou. A discussão no Congresso deverá
ser longa, pois ainda não está definido como será o modelo de
participação estrangeira. Alguns defendem a ampliação do teto para 49%.
Abi-Ackel aposta em uma solução parecida com a adotada na embraer, onde
não existe uma limitação, desde que o controle continue nas mãos de
brasileiros. “A mudança ajudará a atrair investidores para o projeto de
investimentos do governo, principalmente, para estimular a aviação
regional”, destacou.
Especialistas dentro e fora do governo
destacam que a recente associação da líder de mercado TAM com a chilena
LAN, que criou a maior empresa aérea da América Latina, a Latam, mostrou
a eficácia do aumento da participação do capital nas empresas aéreas.
Por meio de uma criativa engenharia financeira, as empresas conseguiram
seguir as regras vigentes e obter a aprovação para a fusão dos órgãos de
defesa da concorrência. Formalmente, a empresa é nacional, mas as
decisões já estão centralizadas em Santiago. “Reconhecemos que esse
arranjo foi o formato possível para que as normas não fossem burladas”,
disse uma fonte do governo.
Menos papéis atrelados à Selic
O governo federal anunciou ontem que os fundos abertos de previdência complementar terão que reduzir, no prazo de três anos, a fatia de papéis atrelados à Selic para no máximo 20% de suas carteiras. A medida visa alongar o perfil de investimento dessas carteiras, ao mesmo tempo em que cria meios de financiar investimentos de longo prazo, como infraestrutura, disse o secretário-adjunto da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Pablo Fonseca. Os planos de previdência complementar que forem criados a partir de agora já terão que obedecer às novas regras. Os já existentes têm prazo até 31 de dezembro de 2015 para se adaptarem às novas regras, disse o secretário. |
Confira as 5 grandes tragédias brasileiras de repercussão internacional
Dos anos 1960 até agora, o que os brasileiros aprenderam com cinco grandes tragédias de repercussão internacional.
DE SÃO PAULO
GRAN CIRCUS NORTE-AMERICANO -- 17.DEZ.1961 - 503 vítimas
O CASO: O Gran Circus Norte-Americano,
montado em Niterói, pegou fogo pouco antes do fim do espetáculo, que
tinha cerca de 2.500 espectadores. As chamas tomaram a tenda
rapidamente. Havia apenas uma saída. O incêndio deixou 503 mortos, boa
parte crianças.
O QUE MUDOU: A legislação não foi
alterada, mas o trauma ficou na memória da cidade, que não recebeu
nenhum circo por pelo menos 14 anos. A lei de segurança contra incêndios
no Rio de Janeiro só foi implementada em 1976.
"Os circos duram pouco em Niterói até
hoje. A cidade ficou traumatizada." --Sebastião Ignácio Silva Filho, 56,
sobrevivente do incêndio
*
EDIFÍCIO JOELMA -- 1.FEV.1974 -- 188 VÍTIMAS
O CASO: O incêndio no prédio na av. Nove
de Julho, em São Paulo, foi causado por um curto-circuito nas
instalações elétricas do 12º andar. O fogo deixou 188 mortos e mais de
300 feridos. O registro das caixas d água, que poderiam ter extinguido
as chamas, estava fechado
O QUE MUDOU: A legislação de segurança
dos edifícios começou a ser modificada na semana seguinte. Em 1975, o
Código de Edificações do Município foi aprovado, com novas exigências
para saídas de emergência e equipamentos de combate ao fogo.
"O prédio era desprovido de tudo. Não
tinha escada de incêndio." Marcílio Machado Filho, Soldado que ajudou no
resgate, em entrevista de 2003
*
VOO GOL 1907 -- 29.SET.2006 -- 154 VÍTIMAS
O CASO: O avião ia de Manaus para o Rio.
Foi atingido no ar por um jato Legacy e caiu em uma área isolada de Mato
Grosso, matando todos a bordo. O jato pousou em segurança
O QUE MUDOU: O caso gerou uma crise entre
os controladores de voo, responsabilizados pelo acidente, e também à
criação da CPI do Apagão Aéreo no Congresso
"Além da lei, deve haver justiça, para
que isso não volte a acontecer." -- Rosane Gutjahr, Diretora da
associação de familiares e amigos das vítimas do voo
*
VOO TAM 3054 -- 17.JUL.2007 -- 199 VÍTIMAS
O CASO: O avião da TAM, que havia saído
de Porto Alegre, derrapou na pista do aeroporto de Congonhas, em São
Paulo. A aeronave se chocou contra um depósito da própria companhia, no
lado oposto da av. Washington Luís, causando um incêndio que matou
passageiros, tripulantes e pessoas que estavam no prédio.
O QUE MUDOU: O aeroporto foi reformado e
sua utilização, reduzida. A repercussão do caso, somada à do acidente do
voo 1907, da Gol, em 2006, levou à renúncia da diretoria da Anac.
"Na época falou-se muito em um terceiro
aeroporto em São Paulo. Hoje, não se fala mais nisso." --Dario Scott,
presidente da Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Voo TAM
JJ 3054
*
VOO AIR FRANCE 447 -- 31.MAI.2009 -- 228 VÍTIMAS
O CASO: Os sensores de velocidade do
avião, que ia do Rio a Paris, congelaram quando a aeronave passava por
uma tempestade no Atlântico. Os pilotos, sem orientação correta, fizeram
manobras equivocadas. O avião caiu no mar, matando todos a bordo.
O QUE MUDOU: A Airbus substituiu os sensores de velocidade de parte de suas aeronaves.
"O acidente deixou um rastro de
destruição nas famílias." --Nelson Faria Marinho, Presidente da
Associação de Familiares das Vítimas do Voo 447
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Governo de Minas Gerais libera os arquivos do Dops de 1964 a 1985
O
governo de Minas Gerais disponibilizou os arquivos do extinto
Departamento de Ordem Política e Social (Dops) e da Secretaria de de
Segurança Pública do período da ditadura militar, entre 1964 e 1985,
para o Arquivo Público do Estado. A iniciativa é foi publicada por meio
de decreto no Diário Oficial do Estado da última quinta-feira. O Arquivo
Público Mineiro será responsável pela organização, registro, tombamento
e catalogação dos documentos. A Comissão Nacional da Verdade poderá ter
acesso aos documentos em caráter irrestrito. Já o acesso pelo público
em geral será permitido mediante solicitação. Para o governador Antônio
Anastasia (PSDB), a iniciativa tem como objetivo mostrar a transparência
e preservar documentos importantes para a consolidação da história
recente de Minas e do Brasil, informa nota divulgada pelo governo de
Minas.
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Piloto fez 4 Viagens em 3 dias para levar vítimas
Pablo Pereira
Enviado Especial / Santa Maria
A
ficha só caiu na quarta-feira, quando a missão em Santa Maria foi
concluída e ele retomou à Base Aérea de Campo Grande com seu avião
Amazonas C-105. O comandante José Ricardo Schwarz, capitão-aviador da
Força Aérea Brasileira só então relaxou e se deu conta do tamanho da
tarefa que desempenhou da noite de domingo até a noite de terça-feira,
período no qual transportou 25 pacientes em estado grave para o
Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, em quatro idas e voltas.
Acionado em Campo Grande às 9h40, decolou
com o avião- cargueiro às 11h15 de Mato Grosso do Sul sem saber
exatamente o que o esperava no Rio Grande do Sul. "Partimos para o
resgate de feridos com 15 macas a bordo", explicou o capitão Schwarz,
em entrevista ao Estado. Ao descer em Santa Maria, às 15h, porém, viu
seu avião ser transformado não em um meio rápido de transporte de
feridos, mas em um hospital. "As 15 macas se transformaram em sete camas
de UTI (Unidade de Terapia Intensiva)"
Muitas das macas foram isoladas para
acomodação dos equipamentos de sobrevivência, como respiradores e
desfibriladores. Nesse momento, o comandante começou a perceber que a
operação não era somente de evacuação, mas de suporte médico efetivo.
"Cada paciente tinha um médico e dois enfermeiros acompanhando. Os
pacientes já chegavam entubados, sedados. Não esperava encontrar aquilo
lá", afirmou. ;
Diante da gravidade da situação, Schwarz
teve de voar de Santa Maria para Porto Alegre com "rapidez e
agilidade, porém com suavidade" por causa do estado crítico das vítimas
do incêndio na boate Kiss. O trajeto em cada uma das quatro viagens foi
coberto em até 40 minutos. O espaço aéreo estava aberto, com
prioridade para o resgate, explicou o comandante.
A primeira viagem foi a mais demorada. As
equipes médicas demoraram 1h30 para acomodar os pacientes. Com mais de
2,1 mil horas de voo, habituado a transportar passageiros especiais,
como presidentes da República, aquela não seria uma missão corriqueira
para Schwarz.
Eram 23h25 da noite de domingo
quando Schwarz decolou da Base aérea carregando sobreviventes da
tragédia. Durante todo o domingo, aeronaves menores - Cessna Caravans,
Bandeirantes da Embraer e helicópteros de diferentes modelos - já
transportavam feridos para hospitais de Porto Alegre e Canoas, na
região metropolitana da capital gaúcha. Schwarz então voou a 9 mil pés
de altitude, mas mantendo a pressurização da cabine controlada como se
os passageiros estivessem a 2 mil pés para evitar o desconforto maior
dos pacientes e socorristas.
"Foi uma coisa impressionante", confessa
o oficial aviador, que já participou de salvamentos em enchentes em
Santa Catarina e no Acre. Mas nunca nada igual ao trabalho em Santa
Maria, com a tensão ampliada pela presença de militares na boate na
noite do incêndio. "Mas nós temos treinamento para guerra. Temos de
manter o foco", argumentou. "Na fonia (comunicação do piloto em voo), o
que se informava era aeronave com "enfermo grave"." Na chegada ao
Aeroporto Salgado Filho, o desembarque dos doentes levados para
ambulâncias durou 50 minutos.
Rodízio. O Amazonas voltou a
aterrissar na Base aérea de Santa Maria às 6h40, sob comando de
Schwarz. Outra tripulação do Esquadrão Onça, de Campo Grande, também
operou a aeronave em uma viagem com pacientes queimados e intoxicados.
Na tarde de segunda-feira, quando os
enterros na cidade já haviam sido encerrados, o clima de comoção ainda
paralisava Santa Maria, mas a operação de salvamento continuava.
Schwarz fez então a quarta viagem no avião-hospital. Decolou para Porto
Alegre com outros seis pacientes, às 21h30.
Já de volta à sua base, na quinta-feira,
o militar contou que nunca tinha vivido situação semelhante na
carreira. "O que mais chocou foi saber da idade das vítimas."
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Para manter autorizações para pousos e decolagens, aéreas terão de ser mais pontuais
Governo quer endurecer regras no setor aéreo
Lu Aiko Otta e Eduardo Rodrigues
Agencia Estado
O
governo prepara um choque de concorrência no setor aéreo, a partir da
redistribuição dos slots (autorizações para partida e chegada) nos
principais aeroportos brasileiros. As empresas terão de cumprir metas de
regularidade e pontualidade mais rigorosas para não perder os horários
de voos nos aeroportos.
Caso as regras não sejam cumpridas, os slots serão entregues a uma concorrente, com a meta de aumentar a competição.
Em nota, o diretor-presidente da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Marcelo Pacheco dos Guaranys, comentou:
— Queremos tornar mais rígidas as
exigências às companhias para manutenção de seus slots, otimizar o uso
da infraestrutura aeroportuária e ampliar o acesso de mais empresas em
cada aeroporto. Isso aumentará a concorrência, contribuindo para redução
do preço das passagens aéreas.
Governo vai gastar até R$ 1 bi para estimular pequenos aeroportos
Os novos critérios estão em duas
propostas de legislação que foram publicadas ontem para receber
sugestões do setor privado antes de ganhar um formato final.
Uma, elaborada pela Anac, abrange os
aeroportos que estão próximos do limite de sua capacidade e aqueles com
maior importância na malha nacional.
Outra, da SAC (Secretaria de Aviação
Civil), trata exclusivamente dos slots de Congonhas (SP), onde as duas
principais companhias aéreas, TAM e Gol, dominam 94,2% dos 3.305 slots
semanais. Depois delas, a empresa que mais tem autorizações é a Avianca,
com 5,4%.
Diferenças
Os dois órgãos, porém, desafinaram em alguns pontos. A Anac aceitará sugestões até o dia 2 de março e a SAC, até o dia 3.
Enquanto a Secretaria propõe a
redistribuição dos slots anualmente, a agência reguladora quer fazê-lo
em duas temporadas por ano, seguindo as estações climáticas na região
Norte, que são de sete meses de verão e cinco de inverno.
Nem mesmo os critérios para
redistribuição são iguais. A regra proposta pela Anac leva em
consideração a regularidade e a pontualidade. Empresas que descumprirem
metas nesses quesitos poderão perder slots e ser punidas com multas que
podem chegar a R$ 100 mil.
Já os critérios propostos pela SAC para
Congonhas incorporam outro ingrediente: a aviação regional. A secretaria
propõe um sistema de pontuação que também leva em conta a regularidade e
a pontualidade, mas dá incentivos maiores para as empresas que não
estão só nas rotas principais.
A Anac explicou:
— A norma da Anac pretende incentivar a
melhor utilização dos slots das companhias aéreas, penalizando o uso
inadequado da infraestrutura aeroportuária escassa. A da SAC quer
implantar um mecanismo de distribuição de slots que considere os índices
de eficiência operacional de cada empresa e a participação da companhia
no total de assentos e assentos regionais ofertados no País.
A agência reguladora nega que haja
incompatibilidade entre as duas propostas. "Elas coexistem porque têm
objetivos diferentes", informou. Além do mais, sustenta a Anac, ambas as
propostas estão de acordo com o Programa de Investimentos em Logística
(PIL) - Aeroportos do governo federal. O PIL é o pacote do setor aéreo
anunciado em dezembro. Finalmente, a agência observa que os critérios
estão em audiência pública, e portanto receberão aperfeiçoamentos.
Em nota, as empresas do setor aéreo
apoiaram a iniciativa do governo e afirmaram que participarão do debate.
"Essa discussão, com transparência e participação efetiva dos atores
envolvidos, é fundamental para não colocar em risco a universalização do
transporte aéreo e as contribuições do setor para o desenvolvimento do
País", diz a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), que
representa 99% do mercado doméstico. Ela tem como integrantes Avianca,
Azul, Gol, TAM e Trip. As informações são do jornal O Estado de S.
Paulo.
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Corpos de piloto e passageiro de monomotor são resgatados
Vítimas
serão levadas para o IML de São José dos Campos (SP). Investigação
sobre queda de monomotor ficará a cargo da Polícia Civil.
Os
corpos do piloto e do passageiro do avião monomotor RV-7 que havia
desaparecido na segunda-feira (28) após decolar de Ubatuba (SP) com
destino a Rio Claro (SP), estão sendo resgatados na manhã deste sábado
(2). Os corpos foram encontrados na tarde desta sexta-feira (1º) junto
com destroços do aparelho após quatro dias de buscas.
Segundo o Centro de Comunicação da
Aeronáutica, quatro militares desceram por rapel no local do acidente e
fazem o trabalho de amarrar os corpos para que eles possam ser retirados
da mata. A operação está sendo feita com um helicóptero H-60 BlackHawk.
Segundo a Aeronáutica, por volta de 14h30 o resgate ainda não havia
terminado devido às más condições climáticas do local.
Após resgatados, os corpos do piloto
Diego Perez e do passageiro Marcos Teixeira Barros serão levados para o
IML de São José dos Campos (SP). Como se trata de uma aeronave de
pequeno porte, do tipo experimental, a Polícia Civil deverá ficar
responsável pela investigação.
Segundo o Centro de Comunicação da
Aeronáutica, o monomotor foi encontrado em uma região de mata fechada na
Serra da Mantiqueira a aproximadamente quatro quilômetros a sudeste do
distrito de Monte Verde , em Camanducaia (MG), próximo à divisa com o
Estado de São Paulo.
Dificuldade nas buscas
Durante os quatro dias de buscas ao
monomotor, as equipes de resgate enfrentaram muitas dificuldades devido
às condições climáticas do local. Como a região é de serra e apresenta
muito neblina, as aeronaves da FAB não conseguiam se aproximar do ponto
onde o último sinal de radar foi captado.
As equipes de resgate conseguiram chegar
até o local depois que um tenente da Polícia Militar registrou uma foto a
mais de dois mil metros de altitude de cima de um ponto da Serra da
Mantiqueira, onde foi possível ver um ponto de luz em meio à mata
fechada. Usando recursos de computador, as equipes aproximaram a imagem e
conseguiram descobrir que poderia se tratar do avião, o que foi
confirmado pelas equipes da Força Aérea Brasileira (FAB) nesta
sexta-feira.
Na manhã desta sexta-feira, foi feito um
voo panorâmico no local, mas devido ao mau tempo nada foi localizado.
Horas depois, o helicóptero da FAB retornou ao local onde a fotografia
feita pela Polícia Militar registrou o ponto de luz e desta vez
conseguiu avistar e confirmar que realmente se tratava do monomotor.
Operação
As buscas na região entre São Paulo e
Minas contaram com o auxílio de um avião SC-105, vindo de Campo Grande
(MS), e um helicóptero H-34 Super Puma, do Rio de Janeiro. A operação
envolveu pelo menos 20 militares. Uma base foi montada em São José dos
Campos (SP). O Jeep Club de Monte Verde colaborou nas buscas por terra.
O avião desapareceu por volta de 13h30 de
segunda-feira (28) depois de decolar de Ubatuba (SP) com destino a Rio
Claro (SP). Dois comerciantes, Diego Perez, que é de Rio Claro e
pilotava a aeronave, e Marcos Teixeira Barros, amigo de infância de
Perez e que morava em Ubatuba, ambos de 31 anos, viajavam a passeio
quando perderam a comunicação. Horas após o desaparecimento, após uma
ordem judicial, uma operadora de telefonia fez o rastreamento do celular
de um dos ocupantes do avião e detectou um sinal por volta das 20h de
segunda-feira na região de São Francisco Xavier, distrito de São José
dos Campos.
Colegas do piloto da aeronave disseram
que ele tinha bastante experiência de voo e por isso havia a esperança
de que ele tivesse conseguido fazer um pouso de emergência. No terceiro
dia de buscas pelo monomotor, já na quinta-feira (31), uma fotografia
tirada durante um voo panorâmico pela PM captou um reflexo de luz que
seria do avião entre as árvores.
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'Antídoto' contra fumaça tóxica chega ao RS para tratar feridos de incêndio
São 140 kits de hidroxicobalamina para tratamento de intoxicados com gás.
Doses serão distribuídas em hospitais de Porto Alegre e Santa Maria.
Chegaram
a Santa Maria pouco depois das 15h deste sábado (2) os medicamentos
vindos dos Estados Unidos para auxiliar no tratamento dos feridos no
incêndio da boate Kiss. O fogo na danceteria no último domingo (27)
matou 236 pessoas. O material será distribuído entre os hospitais de
Porto Alegre e Santa Maria.
São 140 kits do medicamento
hidroxicobalamina (vitamina B12 injetável), indicado para o tratamento
de intoxicação por gás. A expectativa do Ministério da Saúde é a de que
as doses, chamadas de "antídotos", anulem os possíveis efeitos tóxicos
do cianeto no organismo.
Um avião da Força Aérea Brasileira
(FAB) pousou na base aérea de Santa Maria por volta das 15h15. São 76
doses que serão levadas para Porto Alegre e 64 para Santa Maria, onde
serão distribuídos aos hospitais em que há sobreviventes internados.
Chamado de “antídoto de gás tóxico”, a
hidroxicobalamina ainda não está aprovada no Brasil, que possui apenas
uma versão similar, porém menos concentrada. Os medicamentos foram
doados pelos Estados Unidos. A decisão pelo seu uso será feita pelos
profissionais de saúde que acompanham os pacientes internados, com base
nos sintomas e no histórico de cada paciente.
Entenda
O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria,
região central do Rio Grande do Sul, deixou 236 mortos na madrugada do
último domingo (27). O fogo teve início durante a apresentação da banda
Gurizada Fandangueira, que fez uso de artefatos pirotécnicos no palco.
De acordo com relatos de sobreviventes e testemunhas, e das informações
divulgadas até o momento por investigadores:
- O vocalista segurou um artefato pirotécnico aceso.
- Era comum a utilização de fogos pelo grupo. - A banda comprou um sinalizador proibido. - O extintor de incêndio não funcionou. - Havia mais público do que a capacidade. - A boate tinha apenas um acesso para a rua. - O alvará fornecido pelos Bombeiros estava vencido. - Mais de 180 corpos foram retirados dos banheiros. - 90% das vítimas fatais tiveram asfixia mecânica. - Equipamentos de gravação estavam no conserto.
(Veja o que já se sabe e as perguntas a responder)
Prisões
Quatro pessoas foram presas na segunda
por conta do incêndio: o dono da boate, Elissandro Calegaro Spohr; o
sócio, Mauro Hofffmann; o vocalista da banda Gurizada Fandangueira,
Marcelo Santos; e um funcionário do grupo, Luciano Augusto Bonilha Leão,
responsável pela segurança e outros serviços.
Investigação
O delegado Marcos Vianna, responsável pelo inquérito do incêndio na boate Kiss, disse ao G1 na terça-feira (29) que uma soma de quatro fatores contribuiu para a tragédia ter acabado com tantos mortos: 1) o fato de a boate ter só uma saída e a porta ser de tamanho reduzido; 2) o uso de um artefato sinalizador em um local fechado; 3) o excesso de pessoas no local; e 4) a espuma usada no revestimento, que pode não ter sido a mais indicada e ter influenciado na formação de gás tóxico.
O delegado regional de Santa Maria,
Marcelo Arigony, afirmou também na terça que a Polícia Civil tem
"diversos indicativos" de que a boate estava irregular e não podia estar
funcionando. "Se a boate estivesse regular, não teria havido quase 240
mortes", disse em entrevista. "Mas isso ainda é preliminar e precisa ser
corroborado pelos depoimentos das testemunhas e os laudos periciais",
completou.
Arigony disse ainda que a banda Gurizada
Fandangueira utilizou um sinalizador mais barato, próprio para ambientes
abertos e que não deveria ser usado durante show em local fechado. "O
sinalizador para ambiente aberto custava R$ 2,50 a unidade e, para
ambiente fechado, R$ 70. Eles sabiam disso, usaram este modelo para
economizar. Usaram o equipamento para ambiente aberto porque era mais
barato”, disse o delegado.
O vocalista da banda Gurizada
Fandangueira, Marcelo Santos, admitiu em seu depoimento à Polícia Civil
que segurou um sinalizador aceso durante o show, de acordo com o
promotor criminal Joel Oliveira Dutra. O músico disse, no entanto, que
não acredita que as faíscas do artefato tenham provocado o incêndio. Ele
afirmou que já havia manipulado esse tipo de artefato por diversas
vezes em outras apresentações.
A boate Kiss desrespeitou pelo menos dois
artigos de leis estadual e municipal no que diz respeito ao plano de
prevenção contra incêndio. Tanto a legislação do Rio Grande do Sul
quanto a de Santa Maria listam exigências não cumpridas pela casa
noturna, como a instalação de uma segunda porta, de emergência. A boate
situada na Rua dos Andradas tinha apenas uma, por onde o público entrava
e saía. Outra medida que não foi cumprida na estrutura da boate diz
respeito ao tipo de revestimento utilizado como isolamento acústico.
A Brigada Militar informou nesta quarta
que a boate não estava em desacordo com normas de prevenção contra
incêndios em relação ao número de saídas. Segundo interpretação da lei, o
local atendia as normas ao possuir duas saídas no salão principal. Mas
as portas, no entanto, não davam para a rua, e sim para um hall. Este
sim dava para a rua através de uma só porta. "Foi um ato possível que o
engenheiro conseguiu colocar", disse o tenente coronel Adriano Krukoski,
comandante do Corpo de Bombeiros de Porto Alegre.
Jader Marques, advogado de Elissandro
Spohr, um dos sócios da boate, disse que a casa noturna estava em
"plenas condições" de receber a festa. Ele falou sobre documentação da
casa, segurança, lotação, e disse que a banda Gurizada Fandangueira não
avisou que usaria sinalizadores naquela noite. O advogado ainda afirmou
que o Ministério Público vistoriou o local "diversas vezes".
A Prefeitura de Santa Maria se eximiu de
responsabilidade pelo incêndio e entregou alvará para a polícia que
mostra data de validade de inspeção para prevenção de incêndio, feita
pelo Corpo de Bombeiros. A prefeitura afirma que a sua responsabilidade
era apenas sobre o alvará de localização, que é válido com a vistoria do
ano corrente. O documento informa que a vistoria foi feita em 19 de
abril de 2012.
O chefe do Estado Maior do 4º Comando
Regional do Corpo de Bombeiros, major Gerson Pereira, disse na quarta
que a casa noturna tinha todas as exigências estabelecidas pela lei
vigente no Brasil. "Quem falhou, que assuma a sua responsabilidade. Nós
fizemos tudo o que estava ao nosso alcance e não vou entrar em jogo de
empurra-empurra", afirmou.
O Ministério Público do Rio Grande do Sul
abriu um inquérito civil na terça para investigar a possibilidade de
improbidade administrativa por parte de integrantes da Prefeitura de
Santa Maria, do Corpo de Bombeiros e de outros órgãos públicos por terem
permitido que a boate Kiss continuasse funcionando mesmo com as
licenças de operação e sanitária vencidas.
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Esperança que vem dos Estados Unidos
Um alento para feridos graves na tragédia de Santa Maria desembarcou no Brasil na manhã deste sábado
Às
9h51min aterrissou no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em
Brasília, o avião da American Airlines com doses do remédio injetável
que pode reduzir os efeitos da fumaça tóxica no organismo dos pacientes
internados nos hospitais gaúchos. O gás foi aspirado pelas vítimas em
incêndio na boate Kiss,na cidade da Região Central, no domingo passado,
matando mais de 235 pessoas.
O voo 243, oriundo dos Estados Unidos,
trouxe 140 kits do medicamento hidroxicobalabima, doados ao Ministério
da Saúde pelo governo americano. O remédio serve como um antídoto para o
cianeto, elemento químico venenoso depositado no corpo dos jovens que
aspiraram a fumaça tóxica contendo ácido cianídrico.
Depois de passar pelo serviço
alfandegário, onde foi inspecionado pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa), os kits embarcariam para o Estado em um jato Legacy
da força aérea Brasileira (FAB), que aterrissaria na Base aérea de
Canoas na tarde de sábado. Metade da carga ficará em Porto Alegre para
distribuição nos hospital da Capital e de Canoas, e a outra será levada
para atender pacientes internados em Santa Maria e em hospitais da
região.
Pouco disponível no Brasil, o material
foi recomendado por médicos norte-americanos durante teleconferência
realizada na tarde de sexta-feira, reunido médicos gaúchos, brasileiros e
estrangeiros pelo serviço Telessaúde, do Ministério da Saúde. Conforme a
médica Irene Porto Prazeres, diretora de Política de Assistência
Farmacêutica da Secretaria Estadual da Saúde, o hidroxicobalabima é um
medicamento de uso controlado, restrito apenas para aplicação em
bombeiros e profissionais de saúde. Segundo ela, por questões de
precaução, a quantidade recebida é superior a necessidade prevista.
– São doses únicas. Não sabemos quantos
pacientes necessitarão, pois depende das avaliações das equipes médicas.
Acreditamos que o volume de kits é mais do que suficiente – diz.
O remédio
- A hidroxicobalamina (vitamina B12
injetável) é indicada para o tratamento de intoxicação por cianeto – gás
tóxico ao sistema respiratório. Cada kit tem cinco gramas. O
medicamento é aplicado de forma intravenosa.
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JORNAL O VALE
FAB resgata corpos de vítimas de acidente aéreo no Vale
Monomotor caiu na Serra da Mantiqueira, perto de São Francisco Xavier, na última segunda-feira, com duas pessoas a bordo
A FAB (Força Aérea Brasileira) resgatou,
na tarde deste sábado, os dois corpos que foram encontrados em área de
mata na Serra da Mantiqueira junto ao monomotor que estava desaparecido
desde a última segunda-feira.
Diego Perez, que era de Rio Claro e pilotava a aeronave, e Marcos Teixeira Barros, morador de Ubatuba e amigo de infância de Diego, ambos de 31 anos, viajavam a passeio quando perderam a comunicação. Segundo a FAB, o mau tempo dificultou o resgate.
Quatro militares, além de um piloto e um copiloto no helicóptero, estavam no local desde a manhã deste sábado para resgatar os corpos das vítimas, mas só conseguiram realizar a ação às 15h30. Às 16h20, os corpos foram levados ao IML (Instituto Médico Legal) de São José.
Diego Perez, que era de Rio Claro e pilotava a aeronave, e Marcos Teixeira Barros, morador de Ubatuba e amigo de infância de Diego, ambos de 31 anos, viajavam a passeio quando perderam a comunicação. Segundo a FAB, o mau tempo dificultou o resgate.
Quatro militares, além de um piloto e um copiloto no helicóptero, estavam no local desde a manhã deste sábado para resgatar os corpos das vítimas, mas só conseguiram realizar a ação às 15h30. Às 16h20, os corpos foram levados ao IML (Instituto Médico Legal) de São José.