Ministro da Defesa não comenta incidente com caças da FAB em Brasília; Supremo diz que troca de vidros quebrados deve custar R$ 35 mil
Rio de Janeiro – O ministro da Defesa, Celso Amorim, disse ontem (2) que não vai se pronunciar sobre o incidente ocorrido ontem (1º) na Praça dos Três Poderes, em Brasília, quando os vidros dos prédios do Supremo Tribunal Federal e do anexo do Congresso Nacional ficaram estilhaçados após um voo rasante de dois caças da Aeronáutica.
"[Sobre] isso aí, já soltamos a nota da Aeronáutica. Enquanto não estiver muito claro, absolutamente muito claro o que ocorreu, a gente não pode prejulgar", disse Amorim, ao participar da abertura da 2ª Semana do Patrimônio Histórico e Cultural Militar, realizada no Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica, no centro do Rio.
Em nota divulgada hoje, o Centro de Comunicação Social da Aeronáutica informou que as pessoas e instituições que tiveram algum prejuízo material em razão do sobrevoo deverão entrar em contato com o Sexto Comando Aéreo Regional para que seja providenciado o reparo.
A Força Aérea Brasileira (FAB) informou que os vidros foram danificados por volta das 10h20 por uma onda de choque gerada pela passagem de duas aeronaves Mirage 2000, durante a cerimônia de troca da Bandeira Nacional na Praça dos Três Poderes. A nota divulgada ontem e assinada pelo brigadeiro do ar Marcelo Kanitz Damasceno, diz que o Comando da Aeronáutica já iniciou a apuração do incidente e que vai arcar com os prejuízos.
Fonte: / Notimp
---
A 1.100km/h, caça desrespeitou limite
O Comando da aeronáutica admite que piloto de Mirage excedeu a velocidade para uma apresentação ao sobrevoar a Praça dos Três Poderes, no último domingo, acima de 1.000km/h. O militar acabou afastado das atividades aéreas
ARIADNE SAKKIS,ANA POMPEU
A aeronáutica admitiu que o piloto do caça Mirage F 2000 excedeu a velocidade adequada para o tipo de apresentação ocorrida no domingo, na Praça dos Três Poderes, e alcançou 1.100km/h, considerada quase suficiente para romper a barreira do som. A imprudência do piloto causou danos a estruturas de prédios públicos, particulares e comerciais. Só no Palácio do Planalto e no Supremo Tribunal Federal (STF), a restauração está orçada em cerca de R$ 85 mil.
Segundo a assessoria da Força Aérea Brasileira (FAB), a velocidade ideal para uma missão leva em consideração a temperatura atmosférica, portanto não existe um número fixo. Entretanto, para as condições observadas no domingo, o correto seria não ultrapassar 1.000km/h. A FAB não revelou a identidade nem a patente do militar responsável pelos estragos, mas informou que ele está afastado das atividades aéreas. A conduta é investigada em uma sindicância, e o servidor pode sofrer sanções. Apesar disso, em nota divulgada no início da noite de ontem, a FAB garantiu que "todos os sobrevoos ocorreram em altitudes dentro das margens de segurança e não houve risco de acidente com as aeronaves".
É bastante comum as apresentações de caças em datas festivas. A FAB tem pilotos de várias especialidades, mas apenas aqueles com melhor desempenho são selecionados para integrar o esquadrão que conduz esse tipo de aeronave, a mais rápida disponível no arsenal brasileiro. Para alcançar esse status, normalmente, o militar passar por diferentes fases, como dominar os caças A1 e F5. O processo pode levar anos.
Ainda que os homens a bordo dos Mirage naquele dia sejam experientes, o excesso de velocidade causou prejuízos além das 65 vidraças que vieram abaixo no prédio da mais importante Corte brasileira. Antes de encerrar a apresentação, os aviões sobrevoaram o Setor de Clubes Sul, onde acabaram provocando rachaduras na parede de uma academia e em algumas quadras do Lago Sul. Além de produzir um estrondo que assustou moradores, a passagem do F 2000 pelo bairro terminou com pelo menos seis casas e dois estabelecimentos danificados (leia arte). A aeronáutica garantiu que ressarcirá os prejudicados.
Manobra de risco
Para o professor de física da Universidade de Brasília (UnB) Paulo Britto, os estragos só aconteceram por causa da combinação entre o excesso de velocidade e a baixa altitude dos aviões, apesar de a FAB garantir que o limite de altura foi respeitado. "A manobra foi arriscada. Não do ponto de vista do domínio que o piloto tem da aeronave, mas por alcançar essa velocidade estando tão baixa. A onda sonora provoca esses efeitos em prédios. Quando os vidros têm superfície grande, ficam mais suscetíveis. Não se pode andar em alta velocidade tão próximo da terra", enfatiza o professor. Segundo ele, o avião chegou muito perto da barreira do som, o que representaria consequências ainda mais perigosas, já que a pressão gerada por ela se tornaria muito mais intensa.
Não alcançar os 1.200km/h para transpor a barreira do som de maneira alguma impede a ocorrência de danos, como ficou provado com o episódio de domingo. Quem explica é o professor de engenharia mecânica da UnB José Maurício Torres da Motta. "Dependendo da altura do avião, mesmo que ele não estivesse tão rápido, o próprio ruído provocado por ele poderia ter destruído as vidraças. Se o piloto deu uma acelerada quando passou em cima do prédio do Supremo, pode ter causado uma pressão ainda maior", detalha. O professor acredita que mais de um fator de segurança foi negligenciado. "A norma é sempre conservadora. Portanto, quando ela é seguida, não há problemas", avalia.
Fonte: / Notimp
---
Caça quase atingiu a velocidade do som
Segundo a aeronáutica, excesso de velocidade do avião da FAB causou danos em prédios. Piloto, que sobrevoou Praça dos Três Poderes a 1.100 km/h, foi afastado
BRASÍLIA – A quebra de vidraças de prédios na Praça dos Três Poderes durante o sobrevoo de dois caças Mirage 2000 da Força Aérea Brasileira (FAB), no domingo, foi causada por excesso de velocidade de uma das aeronaves. O avião do líder, cujo nome do piloto a FAB não forneceu, atingiu cerca de 1.100 km/h, velocidade incompatível com apresentações nesse tipo de local, por poder provocar a chamada “onda de choque”, quebrando vidros e causando outros estragos. A velocidade do som ao nível do mar é de 1.225 km/h.
Em nota, o Centro de Comunicação Social da aeronáutica informou que “uma investigação, já em andamento, apura todas as circunstâncias do incidente”. Esclareceu ainda que “o piloto está temporariamente afastado das atividades aéreas” e “irá passar por avaliação operacional e poderá sofrer sanções”. A principal sanção é o afastamento definitivo. A FAB ressaltou que “todos os sobrevoos ocorreram em altitudes dentro das margens de segurança, sem risco de acidente”.
A FAB explica na nota que, nesse tipo de apresentação, a recomendação é de que não se chegue perto da velocidade do som, ou, em linguagem técnica, que não se ultrapasse mach 9, que corresponde a 90% da velocidade do som, por causa do estrondo e dos estragos que ela pode causar. A nota lembra que “não houve quebra da barreira do som, mas o deslocamento de massa de ar foi suficiente para romper vidraças”. As velocidades para esse tipo de exercício são anteriormente decididas e informadas aos pilotos pelos comandos. Todos os voos são planejados e controlados. Por isso, a investigação para saber o que levou o piloto a extrapolar o limite.
“Houve um excesso de velocidade e isso criou uma onda de choque”, explicou um brigadeiro. Ele explicou que a altitude do avião, neste caso, não teve influência sobre o ocorrido, mas sim a velocidade, a densidade do ar e a temperatura no momento da apresentação.
No Palácio do Planalto, 28 vidros foram quebrados e a estimativa de prejuízo é de R$ 40 mil a R$ 50 mil, segundo a Secretaria-Geral da Presidência. O Comando da aeronáutica disse que já está em contato com pessoas e instituições afetadas para reparar os danos.
Já o Supremo Tribunal Federal (STF) contabilizou R$ 35 mil de prejuízos. De acordo com o STF, 65 vidros grandes foram quebrados. Ao todo, os vidros atingidos, que não eram temperados, somavam 320 metros quadrados.
Hoje deve começar a colocação de novos vidros. A expectativa é de que o trabalho dure até 15 dias. O presidente do STF, Carlos Ayres Britto, que teve o gabinete atingido, despachará nos próximos dias de sua sala no Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Fonte: / Notimp
---
Em nota, FAB diz que pagará prejuízos causados por caças em Brasília
Moradora do Lago Sul diz ter tido vidro quebrado e luminárias soltas. Neste domingo, caça destruiu fachada de vidro do STF em voo rasante.
A Aeronáutica emitiu comunicado nesta segunda-feira (2) informando que as pessoas e instituições que tiveram prejuízo causado pelo sobrevoo de caças da Força Aérea Brasileira durante solenidade na Praça dos Três Poderes no domingo (1º) terão os prejuízos pagos. O e-mail para contato do Sexto Comando Aéreo Regional é ouvidoria.comar6@fab.mil.br.
Os prejudicados devem comunicar nome, e-mail e telefone. No domingo, duas aeronaves do modelo Mirage 2000 executaram sobrevoo na Praça dos Três Poderes e uma "onda de choque causou danos às vidraças de alguns órgãos públicos", segundo nota da FAB.
A aposentada Eloísa Moreira Alves, moradora da quadra QI 11 do Lago Sul, a cerca de 8 quilômetros do STF, disse ter sido afetada pelo sobrevoo dos caças. Ela afirmou que estava na igreja entre 9h30 e 10h30 e, ao voltar, percebeu que três luminárias tinham sido soltas do forro e uma vidraça da copa estava em pedaços.
"A sorte foi que não tinha ninguém em casa. É preocupante que isso volte a acontecer e afete casas onde tem criança", disse a aposentada.
Ela afirmou que não estimou o prejuízo e também não resgistrou ocorrrência na polícia. A aposentada declarou não pretender pedir ressarcimento. Ela também afirmou não saber se mais residências da quadra foram afetadas. Segundo Eloísa, outras aeronaves já sobrevoaram a região durante eventos públicos na Esplanada dos Ministério, sem nunca ter causado problemas.
De acodo com informações de agentes da 10ª Delegacia de Polícia do Lago Sul, moradores de três residências da QI 11 registraram ocorrência da quebra de vidros no momento do sobrevoo da FAB.
Fonte: / Notimp
---
Supremo diz que troca de vidros quebrados por caças deve custar R$ 35 mil
Estimativas da equipe técnica do STF (Supremo Tribunal Federal) apontam que com a troca de 65 vidros grandes do prédio principal da Suprema Corte, quebrados e trincados, deve ficar em R$ 35 mil. Os danos foram causados pelo sobrevoo de dois caças Mirage 2000 na Praça dos Três Poderes, durante a cerimônia de troca da bandeira nacional na manhã de domingo (1º).
De acordo com a assessoria de imprensa do STF, as vidraças serão trocadas a partir de amanhã (3), mas eles não informaram se os fornecedores serão os do tribunal ou contratados direto pela Aeronáutica, que disse que irá ressarcir os danos decorrentes do incidente.
Em nota, o Comando da Aeronáutica informa que no momento da passagem dos aviões, "uma dessas aeronaves excedeu a velocidade adequada para este tipo de missão, atingindo em torno de 1.100 km/h". "Não houve quebra da barreira do som, mas o deslocamento de massa de ar foi suficiente para romper vidraças."
Segundo a FAB, a investigação já está em andamento e o piloto do caça está temporariamente afastado das atividades aéreas. Ele irá passar por uma avaliação operacional e poderá sofrer sanções.
Palácio do Planalto
Além do STF, o Palácio do Planalto, onde a presidente Dilma Rousseff despacha, também sofreu danos. Vinte e oito janelas da lateral do prédio principal e do setor de transportes deverão ser trocadas.
O abalo derrubou também uma luminária no andar térreo.
Segundo estimativas da Secretaria de Administração da Presidência da República, a troca de vidros deve custar entre R$ 40 mil e R$ 50 mil. Os vidros do Palácio do Planalto são blindados e, por isso, o reparo ficará mais caro.
Ainda não há data para a reposição das vidraças. Neste caso, ainda não foi definido quem será o fornecedor para realização do serviço.
A reportagem do UOL entrou em contato com as assessorias de imprensa de outros prédios públicos próximos à Praça dos Três Poderes como os ministérios da Justiça e Relações Exteriores e os responsáveis pela Câmara e Senado.
Nenhum deles informou registro de problema em suas estruturas.
Nesta segunda-feira (2), a FAB (Força Aérea Brasileira) colocou à disposição da população e-mail (ouvidoria.comar6@fab.mil.br) para que cidadãos informem se tiveram algum problema decorrente do incidente. É preciso colocar na mensagem nome, endereço, telefone e uma breve descrição dos danos.
Até o momento, a FAB recebeu oito chamados de danos em casa de pessoas que moram nas proximidades e equipes foram acionadas para verificar a extensão dos problemas causados.
Fonte: / Notimp
Leia também: