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Farc derrubam caça da Embraer; Cruz Vermelha resgata corpo de piloto retido pelas Farc na Colômbia

A Cruz Vermelha Internacional recuperou nesta quinta-feira o corpo de um dos dois militares mortos na queda de um avião militar na região de Toribío, no sudoeste da Colômbia. Os restos mortais do piloto estavam em poder das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), que disseram terem derrubado a aeronave.

O corpos do tenente Andrés Serrano Lemus, 29, e do técnico primeiro Oscar Castillo Moncaleano, 38, foram recuperados pela entidade internacional após negociações com a guerrilha na cidade de Popayán, próxima ao local do acidente. Os restos mortais ainda passarão por autopsia para depois serem entregues às famílias.

Em nova entrevista após os pilotos serem devolvidos, o comandante das Forças Armadas da Colômbia, general Tito Pinilla, afirmou que as Farc colocaram minas terrestres na área do acidente para dificultar o acesso das equipes de resgate.

"Em comunicações pudemos estabelecer que um terrorista ordenou mirá-lo, por isso a tropa não pôde ingressar no campo minado", afirmou.

ImagemMais cedo, a Força Colombiana negou a relação da guerrilha com o incidente.

Em fotos divulgadas pela Cruz Vermelha e pela agência de notícias France Presse, é possível ver marcas de tiros na fuselagem da aeronave que, de acordo com a Força Aérea, não poderiam derrubar a aeronave.

RESGATE

Mais cedo, a Defesa Civil da Colômbia resgatou o corpo do outro piloto morto na queda do avião, que desapareceu e caiu na noite de quarta (11). O avião apoiava operações no norte do departamento de Cauca, onde está Toribío.

O aparelho, com seis anos de serviço, era usado para repelir a ação da guerrilha e monitorar a segurança durante a visita do presidente Juan Manuel Santos à região. O mandatário criticou as Farc por "se aproveitar da situação para semear mentiras".

"Novamente apareceu essa modalidade das Farc de aproveitar casa fato para produzir situações falsas e mentiras. Temos que tomar cuidado para não cair nessa cilada".

Santos afirmou que as autoridades estão trabalhando para determinar as causas da queda do avião e considerou "muito improvável" que as Farc estejam envolvidas no incidente "por não ter a capacidade de fazer".

Ele ainda chamou os rebeldes de covardes por se refugiarem dos ataques dos militares colombianos em casas de civis. "Isso é condenável e inaceitável. É covardia".

Em relação aos pedidos de índios para a saída do Exército e das Farc das reservas na região de Cauca, declarou que está "cansado de guerra", mas "por nenhum motivo podemos desmilitarizar um só centímetro de nosso território".

"Quero reiterar que as forças de segurança estão protegendo vocês, que a força pública irá ficar [aqui], que aqui não pode ter nenhum despejo".

Anúncio de derrubada de avião requer cautela; Venezuela é alvo de suspeitas

É preciso cautela ao avaliar o anúncio da inédita derrubada de um Super Tucano pelas Farc, uma vez que os narcoterroristas estão fragilizados e precisando elevar o moral de seus homens.

E propaganda melhor seria difícil, já que o modelo participou de ataques como o que matou o número 2 do grupo, em 2008.

Isso dito, há um componente intrigante no anúncio. Se realmente abateu o caça leve de ataque, do qual a Colômbia comprou 25 unidades desde 2006, isso significa que as Farc tiveram acesso a algum meio para tal.

Como canhões antiaéreos não combinam com guerrilha em coluna na selva, o candidato óbvio é um sistema de mísseis portáteis, que pode ser disparado do ombro.

Assim, os olhos se virariam para o governo de Hugo Chávez, que apoia as Farc e, incidentalmente, possui grandes estoques de SA-24 Igla-S, o mais moderno modelo russo de míssil portátil.

Os números precisos não são conhecidos, mas só em 2009 1.800 unidades foram vendidas de Moscou para Caracas, o principal cliente militar da Rússia na América do Sul. Os dados são obscuros, mas o país latino já anunciou ao menos US$ 5 bilhões em gastos com armas russas.

Já na época da venda, a diplomacia americana se mostrava preocupada com a eventual transferência dos Igla-S às Farc, segundo telegramas vazados pelo site WikiLeaks.

No ano passado, o Congresso americano ouviu de militares que as Farc, por sua vez, poderiam fazer o material chegar aos seus aliados nos cartéis mexicanos de tráfico de drogas. Naturalmente, a Venezuela descarta tais hipóteses como fantasiosas.

Os Igla-S são capazes de destruir alvos a até 3,5 km de altitude, seguindo o calor de seus motores. O Brasil opera uma variante mais antiga do modelo, com cerca de 50 lançadores em condições de uso.

Mísseis portáteis já mudaram a narrativa de conflitos no passado, como no caso dos Stinger americanos utilizados pelos guerrilheiros islâmicos no Afeganistão contra a ocupação promovida pelos soviéticos entre 1979-89.

A derrubada de helicópteros de ataque e caças de ataque ao solo é considerada fator contribuinte para a retirada de Moscou. Mas é cedo para saber seu impacto na selva colombiana.

IGOR GIELOW

Fonte: / Notimp

Avião da Embraer é a plataforma de fogo contra a guerrilha

Roberto Godoy

O Super Tucano que caiu em Cauca estava envolvido no esquema de sensoriamento e vigilância armada da visita do presidente Juan Manuel Santos à cidade indígena de Toribio. Na região acidentada eleva-se a cordilheira andina e nasce o rio Magdalena - o vale escarpado, coberto pela floresta, é um ótimo abrigo para os insurgentes. Melhor ainda para o uso de mísseis terra-ar disparados do ombro de um só homem. Ou para o tiro de metralhadoras pesadas .50. O turboélice produzido pela brasileira Embraer é o principal guerreiro do ar na luta contra as Farc. Coleciona bem-sucedidos ataques desde 2007 - a operação mais recente foi em setembro de 2010, quando 10 aeronaves Super Tucano apoiaram 600 soldados em terra na tomada do quartel general. Na luta, morreu o comandante Luis Suárez, o Mono Jojoy.Antes disso, em 1.º de março de 2008, um esquadrão havia lançado bombas guiadas por laser sobre o acampamento do chanceler guerrilheiro Raúl Reyes.

As armas partiram do espaço aéreo colombiano para gerar um incidente diplomático: o abrigo de Reyes estava montado dois quilômetros dentro do território do vizinho Equador. O presidente Rafael Correa ameaçou responder à invasão. Todavia, depois da mediação da diplomacia brasileira, a consequência máxima foi um bom negócio: a aviação equatoriana comprou 24 unidades do Super Tucano. A versão usada pela Força Aérea da Colômbia é a Grifo (mais informações nesta página), a mais avançada da série utilizada por sete nações. Ontem a noite, o general Tito Pinilla, comandante colombiano, relatou aos jornalistas o que considera como "vulnerabilidades do equipamento".Segundo o oficial, em um futuro programa de modernização da frota, "a inclusão de um avançado radar de abertura lateral sintética, com a capacidade de localizar alvos em terra menores que um automóvel e com precisão digital, será contemplada". Pinilla quer, também, "novas opções de armas guiadas, de maior alcance e exatidão".

Fonte: / Notimp


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