Reconhecimento - Aviação chega aos 65 anos como "olhos" avançados do Brasil
Dos frágeis balões de ar quente utilizados por Duque de Caxias para colher informações sobre o inimigo, em 1867, na guerra do Paraguai, até a era dos modernos sensores usados em aeronaves de última geração. Foram profundas as transformações vivenciadas na trajetória da Aviação de Reconhecimento.
Na Força Aérea Brasileira (FAB), o reconhecimento surgiu no final da década de 40 e comemora, no dia 24 de junho, 65 anos de serviços prestados ao país. A atividade nasceu em 1947, com a ativação do Primeiro Esquadrão do Décimo Grupo de Aviação (1º/10º GAV). Em 1956, houve a primeira grande expansão, com a criação do 6º Grupo de Aviação, constituído pelo Primeiro Esquadrão, dedicado à busca e salvamento, e o Segundo Esquadrão, ao reconhecimento aéreo.
Nessa época, aeronaves R-20, RB-25, A/B-26, B-17 e RC-130E contribuíram decisivamente para a implantação da Aviação de Reconhecimento na Força Aérea e ajudaram a escrever parte da história do Brasil, por meio da realização de levantamentos aerofotogramétricos de parcela significativa do território brasileiro.
Na década de 70, o reconhecimento aéreo experimentou um progresso de fundamental importância para a aviação militar brasileira. Nessa época, foram incorporadas as aeronaves RT-26 e R-95, adaptações feitas nos projetos Xavante e Bandeirante para atender às necessidades operacionais dessa missão. Essas aeronaves e seus equipamentos proporcionaram enorme conhecimento técnico e permitiram um significativo salto doutrinário, lançando as bases para o presente.
O amadurecimento chegou com o RA-1 (AMX), o R-35 (LearJet) e o R-99 (EMB 145), equipados com máquinas fotográficas digitais, sensores eletrônicos e radares imageadores, aliados a avançados sistemas de navegação, entre outros recursos que elevaram a capacidade operacional da Força Aérea.
Os três esquadrões especializados em reconhecimento estão subordinados à Terceira Força Aérea (III FAE).
Importância - Os modernos equipamentos aumentaram a capacidade operacional da FAB, como no caso do emprego do R-99 (foto acima) na operação de busca quando do acidente com a aeronave AF-447, em 2009, no Atlântico. Graças aos modernos sensores, a FAB pôde realizar buscas dia e noite até a localização dos primeiros destroços.
Conheça os esquadrões de reconhecimento
Esquadrão Poker (1º/10º GAV)
Criado em 1947, na Base Aérea de São Paulo, a unidade foi transferido para Santa Maria (RS), em 1978, onde permanece. O esquadrão, além de reconhecimento tático, realiza missões de reconhecimento visual, fotográfico, meteorológico e estratégico. Faz também ataque ao solo, superioridade aérea e interdição.
Esquadrão Carcará (1º/6º GAV)
A unidade nasceu em 1951 no Centro de Treinamento de Quadrimotores (CTQ), na Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro, e depois, transferido para Recife (PE), onde opera até hoje. O esquadrão realiza missões de reconhecimento fotográfico, visual e meteorológico.
Esquadrão Guardião (2º/6º GAV)
A unidade foi criada em 1999, como parte do reaparelhamento do Sistema de Vigilância da Amazônia (SIVAM). Depois, o esquadrão foi incorporado à Base Aérea de Anápolis (GO). É a unidade responsável pelo planejamento, execução e supervisão das missões de controle e alarme aéreo antecipado, assim como de sensoriamento remoto e reconhecimento aéreo.
Esquadrão Hórus (1º/12º GAV)
O Esquadrão Hórus, localizado na Base Aérea de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, é a única unidade da Força Aérea Brasileira a operar a ARP. O RQ-450 é fabricado por uma empresa de Israel e, além dos fins militares, também pode ser empregado na área de segurança pública, no controle de desmatamento e em operações de defesa civil. A aeronave possui 450 Kg de peso de decolagem e pode embarcar vários sensores simultaneamente. Ela mede 6 metros de comprimento por 8 metros de envergadura (da ponta de uma asa a outra). Voa a 110 km/h, pode atingir cerca de 5 mil metros de altitude e permanecer em voo por mais de 15 horas.
Fonte: Agência Força Aérea
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