Empresas aéreas europeias devem ter prejuízo de US$ 1,1 bilhão
Simon Rabinovitch e Andrew Parker .
Financial Times, de Pequim e Londres .
"A rentabilidade do setor equilibra-se sobre o fio da navalha", diz Tyler, da Iata .
As empresas aéreas mundiais vão se deparar com dificuldades cada vez maiores este ano - e as europeias terão um prejuízo quase duas vezes maior do que se imaginava, segundo novas estimativas da principal organização do setor.
A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês) prevê que a empresas aéreas da Europa terão prejuízo combinado de US$ 1,1 bilhão até dezembro, quase o dobro da projeção anterior de US$ 600 milhões, afetadas pela disseminação da crise da região do euro e pela desaceleração da economia da China.
Em todo o mundo, as empresas aéreas deverão ter uma margem de lucro minúscula, de 0,5%, de acordo com a Iata. Se a crise financeira europeia se intensificar e a receita das empresas cair 1%, o lucro líquido previsto para todo o setor, de US$ 3 bilhões, pode facilmente tornar-se um prejuízo de US$ 3 bilhões, segundo Tony Tyler, diretor-geral da Iata. "A rentabilidade do setor equilibra-se sobre o fio da navalha", alertou ele ontem.
Com os executivos das principais empresas aéreas mundiais e fabricantes de aeronaves reunidos em Pequim para o encontro anual da Iata, havia bastante otimismo de que a China pudesse impulsionar o setor.
Os comentários do chefe da Air China, principal empresa aérea chinesa, colocaram essa ideia em dúvida. "A situação operacional das empresas aéreas chinesas pode ser até pior do que durante a crise financeira de 2008", afirmou Wang Changshun, presidente do conselho de administração da Air China. As empresas chinesas, no entanto, devem manter seus planos de comprar entre 150 e 200 aeronaves por ano até o fim de 2015, tornando a China a maior fonte de demanda do mundo.
Os problemas com as dívidas europeias, a lentidão da economia dos Estados Unidos e o menor crescimento na Ásia, contudo, representam uma ameaça tripla para as aéreas chinesas, apesar da forte tendência de crescimento sustentável das viagens aéreas domésticas, acrescentou Changshun.
A Iata prevê que as aéreas asiáticas, após os fracos balanços do primeiro trimestre, terão lucro líquido total de US$ 2 bilhões em 2012, US$ 300 milhões a menos do que na previsão anterior. O plano da União Europeia de cobrar as empresas aéreas pelas emissões de dióxido de carbono aumenta as incertezas.
Fonte: / NOTIMP
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