Comissário pode ganhar até R$ 7 mil

A vida de comissário de voo está longe de ser apenas aquele glamour das telas de cinema. Os interessados em ingressar no mercado aéreo precisam, antes de começar a voar, passar por uma série de cursos, provas e treinamentos. Todo o processo, em caso de absorção rápida, chega a durar seis meses em média. Os salários variam hoje entre R$ 2,5 mil, para iniciantes, e R$ 7 mil, para os que conquistam experiência internacional.

O comissário é um técnico de segurança. Seu papel é gerenciar desde a segurança do voo até os serviços de bordo. É o profissional responsável por saber, por exemplo, o que fazer se a aeronave pegar fogo ou algum passageiro se sentir mal.

O regulamento da profissão é recheado de nuances. Pela lei, um tripulante só pode voar 85 horas por mês e precisa ter, no mínimo, oito dias de folga. A cada três fusos horários passados, é necessário acrescentar 2h no descanso. Quando o tripulante chega à sua base de origem, recebe mais 12h de folga.

A hora noturna é composta por 52 minutos e 30 segundos, e não por 60 minutos. “Um tripulante é como um taxímetro. Quanto mais ele voa, mais ele ganha. E igualmente existe a bandeira 2. É uma profissão que trabalha bastante, é verdade. Mas também viaja bastante”, compara o diretor do curso de ensino à distância do Centro Educacional de Aviação do Brasil (Ceab), Salmeron Cardoso.

Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), para se tornar um comissário de bordo é preciso passar primeiro pelo ensino-aprendizagem e ser aprovado por uma escola homologada. Depois o candidato é submetido a um exame aplicado pela própria Anac. Após a aprovação, a pessoa está apta a ingressar em uma empresa aérea, segundo critérios de seleção da própria empregadora.

Admitido, o candidato precisa ainda receber instruções teóricas e práticas sobre o avião, em uma aeronave propriamente dita (no solo) ou em um “mock-up” (simulador), específicas para o tipo de aeronave na qual o aluno irá habilitar-se, num total mínimo de 27 horas-aula.

A empresa precisa oferecer também estágio em voo de, no mínimo, 15 horas, sendo que uma hora deverá ser destinada à realização de cheque (exame prático) aplicado por profissionais credenciados à agência nacional.

Comprovado o estágio e a aprovação no cheque, a companhia solicita à Anac a expedição da licença e do Certificado de Habilitação Técnica (CHT) do contratado, com os quais o agora comissário poderá desempenhar suas atividades profissionais.

Rose Correia é comissária de voo há cinco anos e conta um pouco da sua experiência de formação. “Fiz o curso teórico no Aeroclube de Pernambuco, com duração média de três meses, sendo um fim de semana totalmente dedicado à parte prática. Depois me submeti à prova da Anac, que precisa ser renovada de dois em dois anos”, lembra. “Antes disso, precisei obter também um Certificado de Capacidade Física, no Hospital da Aeronáutica. O próximo passo foi formular meu currículo e enviar para as companhia aéreas para passar por todo o processo de treinamento, que dura cerca de 45 dias. Só depois de mais provas aplicadas por checadores da empresa licenciados pela Anac é que comecei realmente a voar”, conta.

É possível fazer curso pela internet

De olho no crescimento da demanda do mercado, o Centro Educacional de Aviação do Brasil (Ceab), com 13 anos, lançou um curso de Comissário de Voo Online, disponível na plataforma de Ensino à Distância (EAD) da escola (www.ceabbrasil.com.br). As inscrições para formar a segunda turma já estão abertas. Há 30 vagas disponíveis para todo o Brasil. O investimento é de R$ 1.450, com possibilidade de pagamento em até 24 vezes.

Sem sair de casa, os alunos poderão aprender regulamentos da profissão, sistema de aviação civil brasileiro e internacional, medicina aeroespacial, conhecimentos gerais de aeronaves, teoria de voo, meteorologia, navegação aérea, postura e etiqueta, antiterrorismo, serviço de bordo, sobrevivência na selva, sobrevivência no mar e combate ao fogo.

A parte teórica é formado, ao todo, por 14 módulos, que incluem estudos através de avatares, interação de pesquisa na web, vídeos, chats e fóruns de discussão.

O curso, ao todo, tem duração aproximada de oito meses que totalizam 279 horas-aula. “São seis meses de aulas teóricas. O sétimo é destinado à organização pessoal dos alunos para que, no oitavo mês, eles possam ir passar um fim de semana em São Paulo dedicado a aulas práticas”, explica o diretor do curso, Salmeron Cardoso. Cada um precisa arcar com seus gastos de passagem e hospedagem.

“Saímos para o nosso centro de treinamento, em Juquitiba, a 70 km da capital, por volta das 4h da manhã do sábado. Lá, ensinamos lições de combate ao fogo, sobrevivência no mar e na selva, fazemos trilhas na mata, damos instruções para montar abrigos e armadilhas, fazer fogo, caçar, navegar com bússola e manusear sinalizadores”, detalha.

“Recebemos muitos e-mails e contatos de pessoas do Nordeste, com destaque para Pernambuco. É mais uma prova de que a demanda local existe e está bem forte. A maioria quer saber como faz para estudar com a gente se não reside em São Paulo. Foi um dos grande motivos que nos levou a abrir a nova turma à distância”, comenta Cardoso.

Os pré-requisitos para ingressar no curso é ter entre 18 e 29 anos de idade, segundo grau completo e altura mínima de 1,58 m para mulheres e 1,65 m para homens. É preciso ainda um mínimo de duas horas diárias de estudo. A formação é feita em seis meses. Depois que o candidato preencher todas as informações no portal, é preciso enviar, via Sedex, toda a papelada para a sede do Ceab para que assim a plataforma possa liberar as aulas.

Os interessados na oportunidade podem obter mais informações através do telefone (11) 3081.4949 ou pelo e-mail comercial@ceabbrasil.com.br. (R.E.)

Fonte: / NOTIMP

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