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Síria: Brasileiros vão monitorar acordo

Larissa Garcia .

Para ajudar a pôr em prática o plano de paz do enviado da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, 10 militares brasileiros serão enviados à Síria para fiscalizar o cessar-fogo firmado no mês passado com o regime de Bashar Al-Assad.

A assessoria de imprensa do Exército confirmou os nomes de quatro majores que integrarão a missão: André Gustavo Pinheiro do Rêgo Barros , Eduardo Bordeaux Mat tos, Sérgio Luís Pinheiro da Silva e Leandr o Santos da Costa. Dois deles já embarcaram e os demais seguirão no próximo dia 15. O ditador sírio tem recebido duras críticas por não cumpr ir o acor do. Ontem, um comboio de observadores foi atingido por uma explosão na entrada de Deraa, no sul do país , e seis soldados ficaram feridos. Até o fim do dia, não havia infor mações sobr e quem executou o ataque.

O secretár io-geral da ONU, Ban Ki-moon, condenou o atentado e relatou ao Conselho de Segurança que o derramamento de sangue na Síria continua em “níveis inaceitáveis”. Em 14 meses, o conflito deixou quase 12 mil mortos, na maior parte civis. Enquanto as potências ocidentais, a Liga Árabe e parte da população lutam para tirar Al-Assad do poder, Rússia e China bloqueiam, no conselho, a aprovação de qualquer resolução que implique condenação do regime. O vice-diretor da organização pró-direitos Humanos Human Right Watch, Tom Porteous, acredita que o veto de Moscou e Pequim é o principal motivo do impasse. “A comunidade internacional está tentando resolver o problema com o plano de paz Annan, que é a melhor oportunidade , no momento, para reduzir a violência e limitar as violações.”

O ativista Mousab Alhamadee, 30, morador de Hama, lembrou, em entrevista ao Correio , episódios dramáticos do conflito. “ Meus amigos morreram na minha frente e só vejo a minha mulher e minha filha durante poucas horas, porque me escondo nas montanhas . ” Mousab mostrou à reportagem vídeos feitos por ele de ataques em sua cidade . “ Quando filmei, estava com muito medo, estava muito perto do bombardeio”, recordou. A gerente de marketing Anan Tello, 24 anos, entretanto, defende com unhas e dentes o r egime , apesar de mor ar atualmente na Arábia Saudita. “Sou pró-Assad. E le provou que é digno de sua posição”, ostentou. Anan tem parentes que moram em Damasco, onde ela costuma passar fér ias. “Lá, a vida segue nor malmente. As pessoas saem de casa e vão ao shopping”, relatou

Fonte: / NOTIMP

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Brasileiros chamados pela ONU estão a caminho da Síria, diz coronel

Brasil envia 10 militares para integrar missão que irá monitorar cessar-fogo. 2 majores do Exército embarcaram nesta quarta e atuarão desarmados.

Tahiane Stochero

A Organização das Nações Unidas (ONU) convocou mais dez brasileiros para monitorar o cessar-fogo na Síria e dois deles embarcaram nesta quarta-feira (9) e já estão a caminho de Damasco, a capital do país, segundo o coronel Luiz Fernando Estorilho Baganha, comandante do Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil. Até então, apenas um brasileiro fazia parte da missão.

“Alguns deles já embarcam hoje (nesta quarta-feira, 9). Outros seguem durante a semana e os últimos três no dia 15”, afirmou o coronel ao G1. A base de operações da missão está instalada na cidade de Homs.

Quatro militares foram selecionados pelo Exército, todos majores. São eles: Sérgio Luís Pinheiro da Silva (que atuava na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais), Leandro Santos da Costa (da Divisão do Exército em Porto Alegre), André Gustavo Pinheiro do Rêgo Barros (do Centro de Guerra Eletrônica), e Eduardo Bordeaux Mattos, que servia na Brigada de Infantaria de Selva em Boa Vista (RR).

Sérgio e Leandro são os que já embarcaram, conforme o Centro de Comunicação Social do Exército.

Também foram selecionados pelo Ministério da Defesa para a Missão da ONU para Supervisão da Síria (UNSMIS) três oficiais da Marinha e outros três da Aeronáutica.

“Como não houve tempo hábil para treinarmos este pessoal, procuramos militares com experiência em missões de paz. A seleção foi para emprego imediato”, disse Baganha. A solicitação foi feita pela ONU através da representação brasileira em Nova York, que repassou o pedido ao Ministério de Relações Exteriores.

Monitorar o cessar-fogo

Um dos selecionados pela Aeronáutica é o tenente-coronel Salomão Pereira da Silva, que atuou na missão de paz no Timor Leste e é o responsável pela divisão de doutrina do centro de operações de paz brasileiro. Ao ser convocado pela ONU na sexta-feira (4), ele teve de retornar de um treinamento militar do qual participava no Chile e segue para a Síria no grupo que viaja dia 15, segundo o coronel Baganha.

Até a publicação desta reportagem a Marinha, a Aeronáutica e o Ministério da Defesa não haviam informado ao G1 os outros nomes. Segundo o Ministério da Defesa, os nomes serão publicados no Diário Oficial da União nesta quinta-feira (10).

A missão da ONU para a Síriafoi criada por decisão do Conselho de Segurança em 21 de abril e será composta por 300 observadores militares desarmados que terão incumbência de monitorar violações ao cessar-fogo imposto no país entre as forças do governo e os rebeldes. Um brasileiro – o capitão de mar-e-guerra Alexandre Feitosa – estava entre os oito primeiros observadores da UNSMIS que desembarcaram na Síria dois dias após a decisão

“A ONU sempre nos faz solicitações para integrar missões de paz porque temos uma aceitação muito grande internacionalmente neste tipo de ação. Estamos presentes no Sudão, Haiti, e em vários outros países. No caso do Líbano, a ONU esperou quase um ano para que preparássemos um contingente naval para liderar a parte marítima da missão porque apenas o Brasil tinha a aceitação tanto de Israel quanto dos libaneses”, explica o coronel Baganha.

Cidades monitoradas

Na terça-feira (8), o enviado da ONU, Kofi Annan, disse ao Conselho de Segurança que a violência no país permanece em "níveis inaceitáveis". Annan afirmou que a presença de observadores da ONU apenas acalmou a crise. Segundo ele, o acordo de paz é a "última chance de estabilizar" a Síria e evitar uma guerra civil. A ONU estima que mais de 9 mil pessoas já tenham sido mortas no conflito.

Atualmente a ONU possui 39 militares na Síria. Eles estão distribuídos em postos permanentes de observação nas cidades de Homs, Hama, Daraa e Idlib. Segundo Alexandre Feitosa relatou à BBC, um novo posto de observação será estabelecido nesta quarta-feira em Alepo.

"Mais 150 observadores chegarão até o fim da próxima semana, o que ampliará o nosso raio de ação", afirmou o brasileiro que já está na Síria.

Fonte: / NOTIMP


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