|

IATA: Crescimento da demanda é comprometido pelo alto preço do combustível



Genebra - Maio de 2012 – A Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA) anunciou os resultados globais de tráfego para março, mostrando que a demanda total de passageiros aumentou 7.6% e a demanda de carga cresceu 0.3% em relação ao mesmo mês do ano passado.

Comparações com março do ano passado foram afetadas por eventos que reduziram a demanda de passageiros em 2011, incluindo a Primavera Árabe, que interrompeu viagens para o Oriente Médio e Norte da África a partir de fevereiro de 2011, e o terremoto e tsunami no Japão em março de 2011, que teve impacto em viagens aéreas na região da Ásia-Pacífico. A IATA estima que o crescimento ano a ano de viagens aéreas em março foi de cerca de 2 pontos percentuais maior do que seria na ausência destes eventos.

No entanto, a demanda de carga foi afetada pelo Ano Novo Chinês, que ocorreu em janeiro deste ano – levando a carregamentos mais fortes em fevereiro – mas que aconteceu em fevereiro de 2011 – levando a carregamentos mais fortes em março de 2011 e comparações ano a ano mais fracas. Em relação a fevereiro de 2012, a demanda de carga aérea em março foi significativamente mais forte, com aumento de 2.2%.

“Se descontarmos o crescimento da indústria em 2 pontos percentuais como resultado dos eventos extraordinários em 2011, companhias aéreas ainda alcançaram um aumento na faixa de 5-6%. Considerando as condições econômicas prevalecentes de alguns países europeus que estão retornando à recessão, a demanda de passageiros está aguentando bem. Mas isto está trazendo pouco alívio para os resultados financeiros porque o lucro não está em consonância com o contínua alta no preço do petróleo”, disse Tony Tyler, diretor geral e CEO da IATA.

O preço do combustivel se manteve teimosamente acima de $100/barril (petróleo tipo Brent) nos últimos 14 meses. Em 2008, o preço do petróleo aumentou de $90/barril em janeiro para um pico de $147/barril no fim de julho. Mas em novembro, o preço caiu para menos de $50/barril. “Nós ainda não tínhamos presenciado preço tão alto. O preço de combustível de aeronaves aumentou 8% desde janeiro. Considerando que combustível agora representa 34% dos custos médios operacionais é um aumento significativo”, disse Tyler.

A capacidade total de passageiros cresceu 4.4% em relação a março de 2011, resultando em fator de carga de 78.3%, 2.4 pontos percentuais acima do resultado atingido no mesmo período do ano passado. No entanto, a capacidade de carga aumentou 1.7% na comparação ano a ano, acima da taxa de demanda, colocando pressão no fator de carga.

Comparação ano a ano

Março 2012 vs. Março 2011

YTD 2012 vs. YTD 2011


RPK

ASK

PLF

FTK

AFTK

FLF

RPK

ASK

PLF

FTK

AFTK

FLF

Internacional

9.6%

5.0%

77.7%

0.1%

1.7%

53.6%

8.2%

5.5%

76.4%

-0.9%

2.6%

49.9%

Doméstico

4.5%

3.3%

79.3%

1.3%

1.7%

29.0%

6.0%

4.9%

77.5%

0.5%

2.1%

27.2%

Total

7.6%

4.4%

78.3%

0.3%

1.7%

48.2%

7.4%

5.3%

76.8%

-0.7%

2.5%

44.8%

Mercado Internacional de Passageiros

Viagens aéreas internacionais cresceram 9.6% em março em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto a capacidade aumentou 5%, resultando em fator de carga de 77.7%, um aumento de 3.2 pontos percentuais a partir de março de 2011.

Companhias aéreas europeias registraram o maior crescimento de tráfego entre as principais regiões, apesar do aprofundamento da recessão em algumas partes do continente, com aumento de demanda de 8.8% ano a ano e com um crescimento de 4.1% em capacidade. Fator de carga aumentou para 78.5%. Este crescimento é em parte resultado da expansão das exportações europeias para economias asiáticas mais fortes e viagens de negócios associadas.

Operadoras da Ásia-Pacífico também tiveram crescimento saudável, registrando demanda de 8.1% com um aumento de 4.3% em capacidade, puxando o fator de carga para 76.5%. Comparações ano a ano sofreram impacto por causa do terremoto e tsunami no Japão em março de 2011, que se estima ter reduzido a demanda de 2011 em 3%, exagerando o crescimento ano a ano para uma quantia semelhante.

Companhias aéreas norte americanas tiveram um crescimento de 5.3% em tráfego de passageiros, um desempenho sólido para a região e coordenado com melhores resultados econômicos dos EUA, particularmente com um crescimento da confiança do consumidor. A capacidade cresceu em um ritmo muito mais baixo do que a demanda e registrou aumento de 0.9%, puxando para cima o fator de carga para 80.3%, o mais alto de todas as regiões. O controle apertado da capacidade nesta região está permitindo que as companhias aéreas impulsionem a utilização de ativos, ajudando a compensar parte do aumento do custo de combustível.

Demandas de companhias do Oriente Médio saltaram 20.9% com um crescimento de 12.4% de capacidade, impulsionando o fator de carga para 78.7%. Esta foi a maior taxa de crescimento para qualquer região, mas reflete principalmente a fraqueza do mercado de viagens no ano passado após a Primavera Árabe. A IATA estima que este tráfego inflado ganhe sete pontos percentuais.

Operadoras latino americanas tiveram o segundo menor crescimento em demanda entre as regiões, mas o tráfego ainda subiu 7.7% ano a ano com um crescimento de 6.7% em capacidade. O fator de carga de passageiros foi de 77.9%. Está entre as regiões menos afetadas pelas distorções de 2011 e esta última expansão reflete a continuidade de um crescimento contínuo desde o início de 2009.

Companhias aéreas africanas registraram um aumento de 14.3% em tráfego, da qual uma estimativa de 11 pontos percentuais foi atribuída à supressão de tráfego em março de 2011 por causa da Primavera Árabe. A capacidade cresceu 10.7%, resultando em um fator de carga de 64.8%, que apesar de representar uma melhora na comparação ano a ano, foi de longe o índice mais baixo entre as regiões.

Mercado Doméstico de Passageiros

O mercado doméstico cresceu a menos da metade da taxa do mercado internacional, em apenas 4.5%, em parte por causa do Carnaval no Brasil, mas também por causa do crescimento mais lento na Índia.

  • O Japão registrou o crescimento mais forte de tráfego, de 15.5% na comparação ano a ano. Isso, no entanto, reflete o impacto devastador dos desastres naturais de março de 2011 no tráfego do ano passado. O tráfego de março de 2011 caiu 27% em relação a março de 2010 e o desempenho teria sido pior se o terremoto tivesse ocorrido no começo do mês. Enquanto o mercado se recuperou significativamente, níveis de tráfego doméstico se mantiveram 10% abaixo dos níveis no período pré-crise. Na verdade, desde o fim do ano passado, viagens domésticas começaram a recuar. A capacidade era de 2.6% abaixo dos níveis do ano anterior e o fator de carga era de 64.8%, o nível mais baixo de qualquer mercado doméstico.

  • O tráfego doméstico da China continuou a crescer em ritmo forte com uma expansão de 10.1%, mas esta foi ultrapassada por um aumento de 11.8% em capacidade, com fatores de carga caindo para 80.5%.

  • O tráfego doméstico dos EUA cresceu 1% em março, mas a capacidade foi reduzida em 0.7%, puxando os fatores de carga para 84.3%, o índice mais alto para qualquer mercado.

  • O tráfego aéreo no Brasil foi afetado pelo Carnaval, que ocorreu em fevereiro de 2012, um mês antes do que em 2011. O crescimento de 2.9% no tráfego de março de 2012 é estimado em cerca da metade do que teria sido na ausência de distorção. O nível de capacidade cresceu 9.2%, reduzindo o fator de carga para 65.2%.

  • O tráfego da Índia subiu 4% na comparação ano a ano, nível muito mais baixo do que nos últimos meses, refletindo a desaceleração econômica mais ampla, enquanto a capacidade cresceu 4.8% e o fator de carga foi de 72.2%.

Carga Aérea (Doméstico e Internacional)

  • O mercado de carga aérea está mostrando sinais de expansão. A medida tonelada de carga x quilômetro (FTKs) foi mais de 4% mais alta em março do que no quarto trimestre de 2011. No entanto, em relação a março do ano passado o tamanho do mercado cresceu apenas 0.3%. Isto porque o Ano Novo Chinês aconteceu em 2011, resultando em carregamentos mais fortes em março de 2011, já que as fábricas reabriram após o período do feriado.

  • Companhias aéreas da Ásia-Pacífico e Europa viram seus tráfegos de carga caírem 3.1% e 1.9% respectivamente, em relação ao ano passado.

  • Operadoras do Oriente Médio registraram um aumento de 15.1% em demanda, o desempenho mais alto entre as regiões, com cerca de quatro pontos percentuais deste crescimento atribuídos à supressão de tráfego no ano passado relacionada à Primavera Árabe. O tráfego de operadoras da América Latina subiu 4.9%, enquanto operadoras africanas tiveram crescimento de 3.9% em relação ao mesmo período do ano passado. Demandas de operadoras norte americanas cresceram 1.6% na comparação ano a ano.

Resultados Financeiros

Espanha e o Reino Unido entraram em uma recessão nas últimas semanas. Desde abril deste ano, o Reino Unido aumentou seu Air Passenger Duty (imposto pago por passageiros de transportes aéreos no Reino Unido) – o mais caro imposto de aviação do mundo – em 8%, que é o dobro da taxa de inflação. Espanha, com uma economia altamente dependente do turismo, está contemplando um aumento de 50% de taxas em seus dois principais aeroportos (Barcelona e Madri).

“A galinha dos ovos de ouro só pode sofrer tantos golpes antes que pare de produzir. Mesmo nos melhores dos dias, aumentar o custo de conectividade reduz competitividade. Quando a economia esta fraca coloca em risco a habilidade da aviação de criar empregos e crescimento. E em uma recessão é um disparate econômico”, diz Tyler.

O mercado de aviação suporta 56.6 milhões de empregos e $2.2 trilhões de atividade econômica, de acordo com os últimos números da Oxford Economics.

  • IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo) representa cerca de 240 companhias aéreas, englobando 84% do tráfego aéreo global.

  • Mercados Domésticos: os RPKs domésticos respondem por cerca de 37% do mercado total. É muito importante para companhias aéreas norte americanas pois representa cerca de 66.5% de suas operações. Na América Latina, viagens domésticas respondem por cerca de 47.3% das operações, principalmente devido ao grande mercado brasileiro. Para operadoras da Ásia-Pacífico, os maiores mercados na Índia, China e Japão significam que viagens domésticas respondem por 42.2% das operações da região. É menos importante para a Europa e maior parte da África onde viagens domésticas representam apenas 11% e 11.6% das operações respectivamente. E é insignificante para as operadoras do Oriente Médio para as quais viagens domésticas representam apenas 5.5% das operações.

  • Explicação de termos de medidas:
    • RPK (Revenue Passenger Kilometers): mede o tráfego de passageiros real
    • ASK (Available Seat Kilometers): mede capacidade disponível de passageiros
    • PLF (Passenger Load Factor): fator de carga do passageiro é % das ASKs usadas.
    • FTK (Freight Tonne Kilometers): mede o tráfego de carga real
    • AFTK (Available Freight Tonne Kilometers): mede a capacidade total de carga disponível
    • FLF (Freight Load Factor): fator de carga é % das AFTKs usadas

  • Estatísticas da IATA abrangem tráfego aéreo internacional e doméstico para membros da IATA e companhias aéreas que não são membros.

  • Todos os valores são provisórios e representam o total registrado na data da publicação somado as estimativas de dados em falta. Valores históricos podem ser revistos.

  • A divisão do mercado total de tráfego de passageiros por operadores por região em termos de RPK é: Europa 26.5%, Ásia-Pacífico 29.4%, América do Norte 28.1%, Oriente Médio 8.2%, América Latina 5.5%, África 2.3%.

A divisão do mercado total de carga por operadores por região em termos de FTK é: Ásia-Pacífico 39.5%, Europa 21.5%, América do Norte 24.2%, Oriente Médio 10.8%, América Latina 2.9%, África 1.1%.


Fonte: IATA


Leia também:










Receba as Últimas Notícias por e-mail, RSS,
Twitter ou Facebook


Entre aqui o seu endereço de e-mail:

___

Assine o RSS feed

Siga-nos no e

Dúvidas? Clique aqui




◄ Compartilhe esta notícia!

Bookmark and Share






Publicidade






Recently Added

Recently Commented