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Goiás: Polícia descarta luta dentro de helicóptero; Aeronáutica vai investigar queda de helicóptero com suspeito de chacina

Delegado afirma que perícia trabalha com falha mecânica da aeronave que caiu matando cinco colegas, além do acusado de chacina em Goiás. É o maior acidente aéreo do estado .

Guilherme Amado .

A Polícia Civil de Goiás aposta em falha mecânica como a principal causa da queda do helicóptero da corporação terça-feira, em Piranhas, no maior acidente aéreo registrado no estado. O acidente matou oito pessoas, entre delegados, peritos e pilotos da corporação, além do suspeito de ter cometido sete assassinatos em uma fazenda da cidade vizinha, Doverlândia, em 28 de abril. Segundo o delegado Alexandre Pinto Lourenço, responsável pela investigação da queda do helicóptero, as hipóteses de sabotagem ou falha humana também são consideradas, mas estão praticamente descartadas.

"Não acreditamos em falha humana", disse a delegada Adriana Accorsi, diretora-geral da Polícia Civil de Goiás, que descartou também a hipótese de luta corporal dentro da aeronave. A delegada afirmou que seria impossível que o preso se soltasse, uma vez que estava preso à cadeira pelas pernas e braços. "Não sou perita, mas para mim houve algum problema na aeronave", disse. Abatida pela tragédia e muito emocionada, ela conta que acompanharia a equipe de investigadores, mas teve de desistir de última hora para negociar com o Sindicato dos Delegados de Polícia (Sindepol) sobre o indicativo de greve – Em respeito aos colegas mortos, o movimento acabou suspenso.

De acordo com o delegado Lourenço, cabe ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) e à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) apontar o conjunto de fatores que levou à queda. No entanto, devido à experiência do piloto Osvalmir Carrasco Melati Júnior e à forma como o suspeito Aparecido de Souza Alves estava preso, a tese de defeito mecânico ganhou Força.

Ontem, foram resgatados os corpos das outras sete vítimas que não haviam sido localizadas na terça-feira. Chegaram no fim da tarde ao Instituto Médico Legal de Goiânia os corpos do suspeito, Aparecido de Souza Alves; dos delegados Bruno Rosa Carneiro, Osvalmir Carrasco, que pilotava a aeronave, Antônio Gonçalves Pereira dos Santos e Jorge Moreira e dos peritos Fabiano de Paula Silva e Marcel de Paula Oliveira. O corpo do delegado Vinicius Batista da Silva, o primeiro a ser encontrado, foi enterrado ontem, na capital goiana.

Pessoas que vivem na região do acidente afirmaram aos delegados terem visto uma parte do helicóptero se partir ainda no ar, o que reForça a tese de falha mecânica. O impacto da aeronave contra o chão provocou uma cratera de 1,5m de profundidade. Segundo bombeiros que trabalharam no resgate, a Força da batida fez parte da aeronave pressionar os ocupantes contra o painel de controle do helicóptero. Por isso, os corpos do piloto e do copiloto foram os últimos a serem encontrados.

Segundo Danilo Fabiano, delegado regional de Rio Verde, município próximo à zona rural de Piranhas, a tragédia abalou a corporação. "O delegado Viníicius (Batista da Silva) era meu chefe imediato. Já o copiloto Bruno (Rosa Carneiro) foi meu colega de turma", lamentou. Adriana Accorsi anunciou que o delegado Clayton Colodeti, que integra a equipe de investigação em Piranhas, deverá ser o novo responsável pela apuração da chacina de Doverlândia.

Quatro perguntas para...

Adriana Accorsi
delegada-geral da Polícia Civil de Goiás

Como fica a investigação da chacina após o desastre?
É uma questão de honra resolver esse caso. Vamos designar outro colega para prosseguir com a investigação, que já estava avançada. Muitas provas periciais foram produzidas e serão concluídas. Em breve, vamos solucionar o caso. As famílias merecem uma resposta. É um momento muito triste. A comoção é muito grande, estamos todos muito abalados.

A hipótese de que o suspeito da chacina tenha alguma influência na queda foi descartada?
Não. A investigação é feita pela Força Aérea. Não cabe à Polícia Civil investigar a causa do acidente. Eu, como delegada, não acredito nisso, porque ele estava totalmente algemado, com cinto de segurança. É a minha convicção, como pessoa e como delegada. Da mesma forma, tenho convicção de que os colegas pilotos não teriam cometido um erro, porque eles eram muito criteriosos.

Na segunda-feira, foi mesmo realizada uma vistoria no helicóptero?
A informação que eu tenho é que foi feita essa vistoria. Mas eu não sei os pormenores. Tenho que me inteirar antes disso.

A senhora era amiga de alguma das vítimas?
Fui aluna do superintendente Antônio Gonçalves. Aluna e amiga. Ele foi meu chefe. Era uma pessoa muito querida, a primeira que convidei para compor a minha equipe quando fui convidada para ser delegada-geral.

Fonte: / NOTIMP

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Aeronáutica vai investigar queda de helicóptero com suspeito de chacina

O helicóptero caiu em uma área de mata ciliar, no município de Piranhas (GO), e matou oito pessoas. Entre eles, policiais e o principal suspeito da chacina que chocou o país no mês passado.

Fábio Castro e Honório Jacometto

Técnicos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) vão a Goiás investigar a queda de um helicóptero que matou oito pessoas. Entre eles, policiais e o principal suspeito da chacina que chocou o país no mês passado.

Apenas um corpo foi resgatado até o momento. Os bombeiros e a polícia acreditam que os outros sete corpos estão embaixo dos destroços da aeronave. O helicóptero caiu em uma área de mata ciliar, uma área de difícil acesso, a cerca de 30 quilômetros da sede do município de Piranhas.
Na manhã desta quarta-feira (9), o trabalho foi de aumentar a área isolada por questões de segurança e também para facilitar a investigação.

São aguardados, ainda nesta quarta, investigadores do Cenipa, que é o órgão da Aeronáutica responsável por investigar acidentes aéreos. Os corpos serão retirados do local apenas quando os investigadores chegarem.

De acordo com relatos de moradores da região, o helicóptero se despedaçou ainda no ar. O clima é de muita tristeza, não só no local do acidente, mas na sede da Polícia Civil em Goiás.

Na Secretaria de Segurança de Goiás, o clima era de tristeza: sete funcionários morreram na queda do helicóptero: o superintendente da Polícia Judiciária, Antônio Gonçalves, os delegados Jorge Moreira, Vinícius Batista, Osvalmir Carrasco, que pilotava o helicóptero, e Bruno Carneiro, os peritos Marcel de Paula e Fabiano de Paula e Aparecido de Souza Alves, acusado de ter matado sete pessoas em Doverlândia, interior do estado.

Delegados e peritos tinham ido até a cidade para fazer a reconstituição do crime. Era a segunda vez que Aparecido era levado de helicóptero até o local da chacina para contar aos investigadores como cometeu o crime em 28 de abril.

Assim que o trabalho havia terminado, os policiais e o preso embarcaram no helicóptero para voltar a Goiânia. Pouco tempo depois, em Piranhas, a 300 quilômetros da capital, o helicóptero caiu. A área de mata fechada fica no meio de uma fazenda. Testemunhas viram o momento da queda.


“Passou o helicóptero e o barulho estava diferente. Ele parecia que estava fazendo acrobacias. Deu várias piruetas e sumiu”, conta uma testemunha.

A Secretaria de Segurança de Goiás disse que as investigações sobre a chacina vão continuar mesmo com a morte do principal suspeito e do grupo de policiais. Colegas do delegado que pilotava o helicóptero não acreditam em falha humana. Oswaldir Carrasco era o piloto mais experiente do grupo.

“Ele devia ter mais de mil horas de voo. Se ficar comprovado através de perícia, tudo bem. Mas eu, com a minha visão, que tenho certa experiência, não acredito em falha humana”, comentou Wellington Urzeda, comandante de Operações Especiais da PM.

Fonte: / NOTIMP


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