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Goiás - Helicópteros da PM e dos bombeiros só devem voltar a voar após revisão

Além disso, pilotos de Goiás terão de passar por cursos de reciclagem. Análise nas peças da aeronave que caiu deverá começar no fim da semana .

A empresa fabricante dos helicópteros da Secretaria de Segurança Pública de Goiás vai fazer uma revisão completa em todas as aeronaves. Somente depois desse trabalho e de um novo treinamento dos pilotos, é que os helicópteros da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros vão voltar a voar.

Na segunda-feira (14) à tarde, aconteceu a primeira reunião entre a Secretaria de Segurança Pública e representantes da Agusta Westland, fabricante do helicóptero da Polícia Civil que caiu próximo à cidade de Piranhas, no sudoeste de Goiás, no último dia 8, após retornar da reconstituição das sete mortes em Doverlândia, matando sete policiais e o principal suspeito da chacina.

Após o encontro, eles visitaram os dois helicópteros da polícia que estão proibidos de voar por medida de segurança. A marca de 300 horas de voo já é sinal da necessidade de revisão. A Fênix, empresa contratada para fazer manutenções, foi suspensa pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) por falta de estrutura para realizar o serviço.

A manutenção será feita no próprio hangar do Grupamento Aéreo da PM e deve começar assim que o local for autorizado pela Anac para esse tipo de serviço. A partir daí, as aeronaves poderão voltar a voar. Os pilotos também devem passar por uma reciclagem. Por isso, ainda não existe uma data certa para que os helicópteros voltem à ativa.

“Será uma inspeção um pouco mais detalhada para tirar qualquer dúvida e para dar segurança aos operadores e sobre a confiabilidade dos equipamentos”, explica o administrador da empresa Agusta Westland, Secondo Viglieno.

Análise das peças

Na quinta-feira (17), começaram as investigações nas peças recolhidas do aeronave da Polícia Civil. As análises serão realizadas no local da tragédia no Centro Tecnológico da Aeronáutica (CTA), em São José dos Campos, interior de São Paulo. Esse trabalho será acompanhado por uma comissão da Secretaria de Segurança Pública de Goiás e representantes da fábrica.

Participarão dos trabalhos pilotos do Grupo Tático 3 (GT3), Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. Segundo o delegado e coordenador do GT3, André Ganga, os testes serão bastante minuciosos: “São testes que vão ser realizados para ver se encontramos alguma microfissura interna nesses componentes que serão analisados. Todas as peças que foram recolhidas no local serão analisadas”.

De acordo com ele, ainda não é possível determinar quando os trabalhos de investigação serão concluídos. “Nós temos o tempo de começar, mas não sabemos dizer quando iremos terminar. Só vamos encerrar quando tivermos todas as análises concluídas”, afirma.

Dúvida

Uma dúvida que surgiu logo após o acidente foi saber se Aparecido de Souza Alves, o suspeito de cometer a chacina em Doverlândia, e que estava a bordo da aeronave, teria tido condições de imobilizar os pilotos e, assim, provocar a queda. No entanto, para a polícia, essa hipótese não existe porque o suspeito estava algemado e não teria condições, através de uma pequena abertura que separa pilotos e passageiros, de atacar quem comandava o helicóptero.

O chefe do grupamento aéreo da Polícia Militar continua defendo a hipótese de que as respostas podem estar na pá da hélice que se soltou ainda durante o voo, segundo testemunhas.

“É uma asa que está girando rotativamente. No caso de perca de uma dessas asas, isso causa uma perda de sustentação e de simetria nas outras pás. Então, isso condiz com o depoimento das testemunhas que viram o desprendimento de uma das peças e o helicóptero tendo uma atitude que não era normal para aquele tipo de voo”, explica o major Ricardo Mendes.

MP abre inquérito para apurar manutenção de helicópteros em GO

Objetivo é apurar se houve omissão da Secretaria de Segurança Pública. Promotoria quer saber se revendedora cumpriu as obrigações na entrega.

Humberta Carvalho

O Ministério Público de Goiás, por meio da promotora de Justiça Marlene Nunes Freitas Bueno instaurou, na terça-feira (15), um inquérito civil público para investigar o processo de manutenção dos helicópteros dos órgãos de segurança de Goiás. O objetivo, segundo ela, é apurar se houve ou não ação ou omissão desde o recebimento das três aeronaves até a última terça-feira (8), quando uma delas, pertencente à Polícia Civil, caiu em Piranhas, no sudoeste do estado, matando oito pessoas. A ação é passível de responsabilidade por improbidade administrativa.

De acordo com a promotora, o inquérito vai apurar se ao contratar a empresa de manutenção das aeronaves, o estado comprovou, de forma legal e suficiente, as qualificações técnicas e jurídicas para executar os serviços. “Vamos investigar se houve pontualidade das revisões e, sobre a contratação da empresa Fênix, também vamos apurar o histórico junto à Anac e ver se ela tinha habilitação para revisar as aeronaves. Vamos apurar se o estado foi eficiente”, relata Marlene Nunes. No entanto, o Ministério Público esclarece que não vai investigar as causas do acidente aéreo com uma das aeronaves da Polícia Civil, quando morreram sete policiais e o principal suspeito da chacina de Doverlândia. O órgão irá apenas acompanhar as investigações da Polícia Civil.

“Vamos avaliar também o comportamento do estado e da revendedora das aeronaves, observando critérios técnicos para operacionalização das máquinas. Vamos investigar se a revendedora cumpriu as obrigações na entrega, se explicou o funcionamento da aeronave, se deu as orientações necessárias na entrega de manual”, detalha a promotora. Para saber se os serviços de manutenção dos helicópteros da polícia, que estão impedidos de voar por medida de segurança, foram realizados nos dias que antecederam o acidente, Marlene Nunes requisitou documentações à Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO), à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) e ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). Os órgãos têm um prazo de 10 dias para enviar a documentação solicitada. Marlene Nunes acredita que a finalização do inquérito deve ocorrer em 90 dias.

Fonte: / NOTIMP


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