GO: Aeronáutica recolhe documentos para investigar acidente com helicóptero
Aeronave passou por revisão no fim de semana anterior à queda, diz delegado. Helicóptero caiu em fazenda de GO, matando 7 policiais e suspeito de chacina .
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) recolheu peças e documentos do helicóptero que caiu próximo ao município de Piranhas, a 325 km de Goiânia, para dar início ao processo de investigação das possíveis causas que provocaram a queda da aeronave. Segundo o delegado-adjunto da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DEIH), Alexandre Lourenço, a revisão prevista para as 300 horas de voo foi feita no fim de semana, documentada e entregue ao Cenipa.
Destroços do helicóptero que caiu em fazenda de Piranhas, Goiás (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
O acidente aconteceu na tarde de terça-feira (9) quando o helicóptero voltava da reconstituição da chacina em uma fazenda de Doverlândia. Sete agentes da Polícia Civil, além do principal suspeito do crime morreram.
Os oficiais da aeronáutica passaram a quarta-feira (9) na empresa autorizada para realizar serviços em helicópteros do modelo Koala, em Goiânia, recolhendo material e documentos. No fim da tarde, o capitão Sérgio Henrique Paiva, oficial da Aeronáutica, disse que a investigação é para verificar o histórico da aeronave.
“O que nós fizemos foi um apanhado de toda a documentação da aeronave para que nós possamos fazer um estudo a respeito da manutenção da aeronave”.
O advogado e consultor aeronáutico Georges Moura Ferreira falou em nome da empresa. Segundo ele, toda manutenção precisa ser lançada em livro próprio e o piloto também pode fazer alguns pequenos procedimentos de prevenção. Ele afirma que somente o Cenipa pode revelar o que houve.
“Esses dados sobre o que foi feito ou deixou de fazer com o helicóptero estão passados para o Cenipa. Nós não podemos dizer ainda se houve manutenção, abertura de motor ou alguma coisa mais profunda. Nós temos que aguardar os trabalhos do Cenipa”, diz.
Delegados e investigadores da Polícia Civil ficaram por mais de uma hora dentro da empresa. Eles buscavam mais dados sobre procedimentos realizados no helicóptero, as rotinas de manutenção e a garantia da aeronave.
“Todos esses procedimentos estão lançados nos documentos próprios e foram entregues para os órgãos que apuram efetivamente e com o olhar técnico o que pode ter acontecido com a aeronave”, afirma o delegado-adjunto Alexandre Lourenço.
O relatório final do Centro de Investigações não tem prazo para ser divulgado.
Identificação
Uma força-tarefa do Instituto Médico Legal (IML) de Goiânia trabalha durante esta quinta-feira (10) na identificação dos corpos do acidente aéreo. Na quarta-feira, apenas uma pessoa havia sido identificada. Trata-se do delegado Vinícius Batista Silva, 33 anos, sepultado esta tarde no Cemitério Jardim das Palmeiras, em Goiânia.
As demais vítimas estavam em meio aos destroços da aeronave e só chegaram a Goiânia no início da noite. Devido à gravidade do acidente, os restos mortais de quatro delegados, dois peritos criminais e um suspeito da chacina deverão passar por exames mais complexos, como o de DNA e da arcada dentária.
Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública, todos os trabalhos são realizados paralelamente, até que um método dê positivo. Durante a necropsia, também é feita a coleta de material biológico para análise de DNA. Logo após, são colhidas as impressões digitais. O objetivo, de acordo com a assessoria de imprensa da secretaria, é identificar as vítimas o mais rápida possível.
Segundo a secretaria, apesar dos esforços, não é possível precisar quanto deve durar o trabalho de identificação dos corpos.
Vítimas
As vítimas são: o superintendente da Polícia Judiciária de Goiás, o delegado Antônio Gonçalves Pereira dos Santos; o delegado titular da Delegacia de Repressão a Roubo de Cargas, Jorge Moreira; o titular da Delegacia de Iporá, Vinícius Batista da Silva; o chefe do Grupo Aeroespacial e piloto do helicóptero, Osvalmir Carrasco Júnior; o chefe-adjunto do Grupo Aeroespacial e copiloto da aeronave, Bruno Rosa Carneiro; os peritos criminais Marcel de Paula Oliveira e Fabiano de Paula Silva; além do principal suspeito da chacina de Doverlândia, Aparecido de Souza Alves, 22 anos.
Apesar da tragédia, a Secretaria de Segurança Pública de Goiás informou que as investigações da chacina continuarão, pois há outros suspeitos além de Aparecido de Souza Alves. Segundo a polícia, ele confessou ter matado e degolado as sete vítimas na fazenda e disse ter agido sozinho.
No entanto, os investigadores acham que ele teve ajuda para cometer os crimes.
Fonte: / NOTIMP
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