Fuselagem de Boeing encalha, mas atravessa ruas de São Paulo
O transporte da fuselagem de um antigo Boeing da Vasp, que será a principal atração de um espaço de eventos em Araraquara (273 km de SP), começou mal na madrugada de quinta (10).
Logo na saída do aeroporto de Congonhas, perto da 0h30, os fios da rede elétrica se enroscavam a todo tempo na fuselagem do avião, que tem mais de 5 m de altura.
A saída já havia atrasado uma hora e meia para que os técnicos da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) avaliassem as medidas da aeronave. "Imagina São Paulo amanhecendo com um avião no trânsito", disse um curioso.
Só para percorrer os primeiros 100 metros foi preciso quase uma hora. Uma trabalheira envolvendo mais de 15 homens, contando funcionários da transportadora, da CET, da Eletropaulo e também de empresas de telefonia e TV.
Por volta das 3h, quando já deveria estar fora da cidade, a carreta com o avião foi estacionada às margens da avenida dos Bandeirantes, ainda perto do aeroporto, num ponto que não afeta o trânsito --mesmo assim, alguns motoristas reduziam a velocidade para "conferir" a cena inusitada.
O grande imprevisto foi que uma lâmpada, em cima do avião, segurava os fios. Como está corroída pelo tempo, não foi possível retirá-la na desmontagem da aeronave.
O gerente comercial da transportadora, Rodrigo Ambrósio, afirmou que, antes do reinício da viagem na madrugada de sexta, seriam feitos ajustes para que o avião passasse pelos fios sem tropeço.
Os ajustes parecem ter funcionado, já que o avião conseguiu passar pelas ruas da cidade, como a avenida Brasil, e chegar até a rodovia dos Bandeirantes. O comboio parou em um posto e deveria retomar a viagem à noite.
COMANDANTE
A movimentação toda partiu de Edinei Capistrano, 57, comandante de jatos executivos. Ele arrematou o avião por R$ 140 mil, em fevereiro.
O projeto é colocar a fuselagem dentro de um terreno de 13 mil m² na área rural de Araraquara, onde mora, e construir um espaço para eventos, como casamentos e festas de 15 anos.
O comandante estima que deve gastar o dobro do preço da aeronave com despesas de desmontagem e transporte.
PLANEJAMENTO
Uma carga tão grande assim só pode circular na cidade das 23h às 4h. Também é preciso pagar uma taxa e ter o trajeto aprovado pela CET. Só o planejamento do trajeto para remover a aeronave durou cerca de 45 dias.
Para fazer o transporte, foram necessárias três carretas e uma picape. O avião foi desmembrado em corpo, asas e turbinas.
Fonte: / NOTIMP
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