FDTE - Encontro faz balanço da situação dos aeroportos no Brasil

Com a modernização da economia brasileira, os aeroportos passam a ter papel cada vez mais importante, tanto para o transporte de carga como o de passageiros. Por diversos motivos, no entanto, estados e municípios encontram dificuldades em atender a esta demanda. Levando-se em conta que o transporte aéreo é intermodal, atualizar os aeroportos em si, melhorando sua infraestrutura, não basta. É preciso readequar seu entorno, ou seja, as vias de acesso, os edifícios e outros equipamentos. Entre os estados que passam por esta situação estão São Paulo e Bahia, casos que serão explorados durante o encontro “Aeroportos e transporte aéreo” no dia 29 de maio, em São Paulo, etapa do ciclo de palestras Café & Tecnologia promovido pela FDTE – Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia – entidade que, no momento, executa importante projeto para a engenharia da Infraero, relacionado a todos os grandes aeroportos do país.

O evento abre com a palestra do engenheiro Jorge Eduardo Leal Medeiros, especialista em infraestrutura aeroportuária e transporte aéreo. Com 30 anos dedicados à docência na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP), além de ter sido diretor de empresas como Varig, Vasp e Translor/Ryder, e chefe de gabinete da Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC, Leal foi convidado pelo governo baiano a realizar um estudo envolvendo os 82 aeroportos que estão sob a responsabilidade do Estado. Por meio de critérios que consideraram tanto a cobertura do território do Estado frente à rede de estradas como importância econômica de seus municípios, foram selecionados 28 deles que devem receber atenção especial com o intuito de garantir suas condições de operacionalidade.

Localizados em cidades importantes, como Porto Seguro, Valença, Irecê, Feira de Santana e Bom Jesus da Lapa, alguns desses aeroportos têm sua vizinhança ocupada por residências e antenas de comunicação que podem comprometer a segurança de suas operações. “Esta é uma amostra do que ocorre em boa parte dos estados brasileiros e visa estabelecer parâmetros para que as prefeituras possam proteger esses equipamentos sociais tão demandados e importantes que são os aeroportos”, explica Leal. “Trata-se de um estudo inédito que partiu de uma necessidade observada por um Estado importante, que volta a investir no transporte aéreo, e pode servir de parâmetro para outros governos estaduais que necessitam proteger e modernizar seus aeroportos”, acrescenta.

Aeroportos paulistas – A segunda palestra marcada para o encontro na FDTE será proferida pelo engenheiro Mozart Mascarenhas Alemão, especialista em projetos e consultorias especiais aeroportuárias e ex-superintendente de Viracopos, que falará sobre os aeroportos do Estado de São Paulo. “Além da concessão à iniciativa privada pelo governo brasileiro dos aeroportos da região metropolitana da Capital, a palestra irá abordar o potencial de crescimento e as necessidades em termos de infraestrutura dos demais aeroportos paulistas”, explica Mozart, que tem estudos de viabilidade e projetos de plano diretor elaborados para diversos aeroportos brasileiros.

São Paulo registra várias regiões economicamente importantes, que não param de crescer e que precisam de uma estrutura aeroportuária moderna, com instalações, áreas de pouso e decolagem apropriadas. Municípios como Araçatuba, Araraquara, Barretos, Bauru, Botucatu, Piracicaba, Marília, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto, por exemplo, possuem aeroportos que carecem de processos de ampliação e melhoria. Alemão falará disso em sua conferência. “O governo paulista, por vários motivos, inclusive por limitação legal, encontra dificuldades em ampliá-los e melhorá-los e a abertura à iniciativa privada é uma solução viável”, acrescenta o especialista, formado pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos.